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História da

Psicologia
Profa. Maria Celina F. Goedert
[email protected]

AULA 7
REVISÃO PARA A PROVA
CORREÇÃO DAS QUESTÕES:
VERIFICANDO APRENDIZADO
CRONOLOGIA DOS
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
DA PSICOLOGIA
GRÉCIA ANTIGA
CONTEXTUALIZAÇÃO
Aristóteles, Platão e Sócrates: surgimento de
interesses e temáticas relacionadas ao atual
conhecimento em Psicologia.
As primeiras discussões sobre a existência de alma
e sua função em relação ao corpo e à vida surgem
na Grécia Antiga.
Interesse na existência humana e sua
complexidade, seja na fragilidade do ser mortal ou
nas potencialidades e possibilidades da vida.
Ressaltavam aspectos sociais e culturais da época.
ROMA ANTIGA
CONTEXTUALIZAÇÃO

Traços de cristianismo primitivo inseridos na


cultura local da época.
Alguns pensadores utilizavam os preceitos gregos
como norteadores de novos pensamentos e
discussões.
Mistura de conceitos da existência e da vida em si
em conjunto com a religião e suas temáticas.
O conceito de alma prevaleceu em discussão.
ANTECEDENTES: IDADE MÉDIA
SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225 - 1274)
Propôs uma conciliação entre o pensamento
cristão e a filosofia (tomismo).

Retoma Aristóteles e o conceito de pessoa e


alma, difundindo-o em conjunto com o
pensamento religioso.

Fomentou novas discussões de Filosofia por


toda a Europa, principalmente a respeito do
conceito de alma.
RACIONALISMO X EMPIRISMO
O conhecimento verdadeiro O conhecimento advém da
é aquele que vem do experiência.
intelecto.
A partir da experiência é
Os sentidos enganam a possível verificar a
percepção da realidade. veracidade de teorias sobre
o mundo.
Somente por meio da
dedução lógica que é Especulações teóricas não
possível chegar à verdade nos aproximam do mundo
sobre o mundo. real.
De modo geral, o racionalismo
busca explicações por meio
de leis e ordenação do
conhecimento obtido.

Já o empirismo busca explicações


por meio de experimentos e
daquilo que é vivenciado com
os sentidos.
RACIONALISMO
René Descartes (1596 - 1650)
A razão humana deve ser a principal fonte de
conhecimento, pois é a partir desta que temos
acesso a realidade verdadeira.

"Penso, logo existo".

Tudo é passível de dúvida, menos o próprio


pensamento de que se está duvidando, ou seja, o
pensamento humano é a única certeza
verdadeira.
RACIONALISMO
René Descartes (1596 - 1650)

É imprescindível não se deixar levar pelas


sensações, visto que estas são enganosas e
afastam o indivíduo do verdadeiro conhecimento.

Para utilizar o pensamento de forma correta, é


preciso direcioná-lo seguindo um método
específico (método cartesiano).
EMPIRISMO
John Locke (1632 - 1704)
As ideias são formadas por meio da experiência
humana no mundo real.

O ser humano é uma tabula rasa (folha em branco),


que se preenche e adquire conhecimento ao longo
da vida, através da experiência e da reflexão
interna que se faz desta.

"Toda ideia da mente já foi, em algum momento,


uma sensação (sentido externo) ou uma reflexão
(sentido interno)".
RACIONALISMO X EMPIRISMO

Segundo a teoria racionalista, o conhecimento é feito


de ideias que já estão inseridas na intelectualidade
humana, ou seja, tem origem puramente na razão.

Para os empiristas, as ideias só podem ser obtidas por


meio de intuições que advém dos sentidos do corpo e
da experiência, ou seja, tem origem na vivência.
CHRISTIAN WOLFF
(1679 - 1754)
Conhecer algo é diferente de saber a razão
daquilo existir.

A Filosofia possuía ramificações que a ajudavam a


ordenar e explicar o mundo de forma mais
objetiva e lógica e, dentro delas, estaria a
Psicologia.

Foi o responsável por trazer em evidência um


conhecimento específico para entender a "alma".
PSICOLOGIA
EMPÍRICA X RACIONAL
Estudo das faculdades da Estudo da alma como
alma, ou seja, como e o que conceito inicial de uma
a alma pode fazer após equação, ou seja, uma
contato com o mundo. essência.
Buscava entender as Buscava explicar a própria
percepções e as ideias que existência da alma em si.
originavam-se da alma.
IMMANUEL KANT
(1724 - 1804)
Para ser ciência, o conhecimento deve produzir
evidência a respeito daquilo que se quer explicar.
Críticas à teoria de Wolff: impossível de provar a
existência da alma, de observá-la e estudá-la, ou
seja, é impossível de criar ciência a partir de uma
Psicologia Racional, pois não há conhecimento
que valide a existência de alma.
No entanto, a Psicologia Empírica poderia ser
revista e considerada ciência, desde que seguisse
novos critérios.
KANT SOBRE A
PSICOLOGIA EMPÍRICA:
Para ser considerada ciência, deveria:

1. Embasar-se em um novo objeto, mais preciso.

2. Ter uma metodologia, ou seja, ser estudado


de forma objetiva e separada do objeto em si
(introspecção).

3. Ser matematizado, ou seja, ser capaz de


mensuração e observação.
IMPORTÂNCIA DE WOLFF E KANT:

Discussões sobre a Psicologia como ciência, sua


validação e perpetuação como estudamos atualmente.

Para conhecer algo é preciso detalhe e complexidade


em sua explicação, e não simplesmente afirmar que
existe sem provar.

O conhecimento científico precisa seguir regras


metodológicas para sua aplicação (garantir que a
explicação não muda de caso a caso).
PSICOFISIOLOGISTAS
MÜLLER, HELMHOLTZ, WEBER E FECHNER
Trouxeram alternativas para os vetos kantianos.

Priorizavam pesquisas com aspectos físicos e


observáveis dos seres humanos, como os
sentidos.

Introduziram a matematização e a mensuração


do seu objeto de estudo (as sensações).

Influenciaram a Psicologia enquanto ciência, mas


não a criaram.
WILHELM WUNDT
(1832 - 1920)
Considerado o fundador da Psicologia enquanto
ciência.

Criou e manteve o 1º Laboratório de Psicologia


Experimental (1879, Universidade de Leipzig).

Muito do seu material não foi publicado ou


traduzido.

Voluntarismo: a Psicologia é uma ciência


empírica que se preocupa com a experiência
interna.
WILHELM WUNDT
(1832 - 1920)
A análise da experiência, como um todo, é feita
pelas dimensões objetiva e subjetiva.
Objetiva: experiência mediata, que trata dos objetos do
mundo externo
Subjetiva: experiência imediata, que trata dos objetos
do mundo interno da consciência.

Assim, o foco da Psicologia estaria no aspecto


subjetivo da experiência.
Ambas as possibilidades de análise apenas se
configuram enquanto formas de compreender um
fenômeno por posições diferentes, sem divisões
ou hierarquias.
O SURGIMENTO DE UMA
PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL
EDWARD TITCHENER
(1867 - 1927)
Britânico e aluno de Wundt
Considerado um divulgador da Psicologia
Experimental nos Estados Unidos, mas não seguia
fielmente os conceitos propostos por Wundt.
Estruturalismo: cabe à Psicologia estudar
somente elementos da consciência por meio da
introspecção, diante das diversas situações as
quais é exposto.
Psicologia individual e fisiológica, contrariou a
existência de uma Psicologia dos povos.
WILLIAM JAMES
(1842 - 1910)
Permaneceu com enfoque na consciência.
Pai da Psicologia norte-americana e do
Funcionalismo.
A consciência é formada por um fluxo de
pensamentos únicos, mutáveis e em sequência,
mas que dependem da própria consciência para
existirem.
Foco na função adaptativa da consciência, e não
seu conteúdo: a consciência nos ajuda a viver de
forma adaptada ao nosso meio.
PRAGMATISMO
WILLIAM JAMES

A verdade em si não tem função, somente


as ações resultantes dela que terão
função.

Cada indivíduo terá uma subjetividade, um


ponto de vista ou conceito sobre
determinada situação, não invalidando-a
perante outra individualidade.
CONTEXTUALIZAÇÃO DO MOMENTO
Metodologia como sendo fundamental para a
criação de uma ciência psicológica.

Surgimento e popularização de laboratórios que


estudavam elementos internos de um sujeito.

A introspecção já não se apresentava como única


ferramenta de análise da subjetividade.

"Compreender o behaviorismo" - William Baum


IVAN PAVLOV
(1849 - 1936)
Voltado para a Psicologia Objetiva.

Estudo de processos de aprendizagem.

Reflexo condicionado: experimento com cachorro


para demonstrar a relação entre a salivação e o
som de uma campainha.

Diferença entre reações fisiológicas que


acontecem com um motivo natural, e reações
provocadas por alguma associação "sem motivo".
JOHN WATSON
(1878 - 1958)
Fundador do behaviorismo em sua primeira versão:
Behaviorismo Clássico (Metodológico).
Defendia a psicologia objetiva e se afastou de
conceitos como consciência, mente e introspecção.
A Psicologia se perde ao se focar na consciência;
deveria ser definida enquanto ciência do
comportamento.
O foco da Psicologia deve ser os comportamentos
objetivamente observáveis (tanto em seres
humanos quanto animais).
BEBÊ ALBERT
EXPERIMENTO DE WATSON

SI: Estímulo Inato/Incondicionado; que está


associado a reações inatas de fome, medo, etc;
natural, não precisa de treinamento.
SN: Estímulo Neutro; natural, mas não gera
nenhuma reação específica.
SC: Estímulo Condicionado; associado a uma
relação aprendida, ou seja, não natural do que foi
apresentado; sua reação não condiz com o que
normalmente produziria de efeito, mas sim a um
emparelhamento de um estímulo
inato/incondicionado.
BEBÊ ALBERT
EXPERIMENTO DE WATSON

RC: Resposta Condicionada: a reação que se teve


diante de um estímulo condicionado; é uma
resposta que normalmente está associada a um
estímulo inato, mas foi emparelhada com um
estímulo neutro.

RC: Resposta Inata/Incondicionada: a reação


natural de um estímulo inato, não passou por um
treino para ser obtida.
BURRHUS SKINNER
(1904 - 1990)
Behaviorismo radical ("raiz").
Comportamento: toda e qualquer interação do organismo com
o seu ambiente.
Podem ser explicados por meio de três aspectos:
Filogenético: relacionado às respostas que herdamos geneticamente
como consequência do processo de evolução na nossa espécie (ex:
calor e suor).
Ontogenético: relacionado à história específica de cada indivíduo, das
consequências de respostas que ele próprio experimentou ao longo
de sua vida. (ex: tomar água ou banho no calor).
Cultural: relacionado com a história do indivíduo, mas com respostas
que foram passadas culturalmente de gerações a gerações, as quais
o indivíduo talvez nem venha experimentar pessoalmente as
consequências. (ex: quando criança, aprender a passar desodorante
para evitar o mau cheiro.)
MODELO DE SELEÇÃO PELAS
CONSEQUÊNCIAS
REFORÇO X PUNIÇÃO
Uma consequência pode controlar um comportamento
aumentando ou diminuindo a probabilidade de sua
ocorrência.

Quando uma consequência aumenta a probabilidade


de um comportamento, chamamos essa consequência
de reforçadora, porque ela tornou a probabilidade
"mais forte".

Quando, por outro lado, a consequência diminui a


probabilidade de um comportamento, chamamos o
processo de punição.
MODELO DE SELEÇÃO PELAS
CONSEQUÊNCIAS
POSITIVO X NEGATIVO
Os termos positivo e negativo são usados para se
referir a presença ou ausência de estímulos, e não a
valores qualitativos de bom ou ruim. Os termos estão
associados ao seu significado matemático de
acréscimo/adição e ausência/subtração.

Quando, como consequência do comportamento, é


acrescentado algo na situação, chamamos de positivo.

Quando em determinada consequência de


comportamento, algo é retirado, chamamos de
negativo.
BURRHUS SKINNER
(1904 - 1990)
Inclui estudos sobre aspectos cognitivos (pensamentos
e emoções), considerando-os eventos privados.

A diferença entre o comportamento diretamente


observável e o comportamento encoberto (ou evento
privado) é a forma de acessá-los: enquanto o primeiro
pode ser observado pelo contexto de quem se
comporta, o outro demanda que o sujeito relate sobre
ele. Ou seja, ambos possuem a mesma natureza, mas
são acessados de maneiras distintas.

Assim, não existe divisão entre corpo e mente, ambos


são comportamentos de um indivíduo.
BURRHUS SKINNER
(1904 - 1990)

Análise Funcional: para entender o motivo de


determinada reação ou sentimento, é necessário
analisar o ambiente em que ocorreu (estímulo
antecedente), a resposta emitida pelo organismo
(observáveis ou privadas) e os estímulos consequentes
que reforçaram ou puniram tal resposta.

Sendo assim, temos em uma Análise Funcional:


SA - R -> C
Estímulo antecedente - Resposta -> Consequência
BEHAVIORISMO CLÁSSICO X
BEHAVIORISMO RADICAL
Watson: comportamentos Skinner: comportamentos
objetivamente observáveis. observáveis e eventos privados.
Condicionamento clássico: Comportamento operante:
S - R. R - C.
Desconsidera a Defende a singularidade e
subjetividade humana. subjetividade humana.
Até a próxima aula!

MARIA GOEDERT
PSICOLOGIA E ESPORTE
CRP 14/07.527-2

MARIAGOEDERT.PSI [email protected]

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