Educadores Regentes (0-3

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CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS:

O educador como mediador de


práticas significativas
na creche
EDUCADORES REGENTES
Infantil 0-3

Formadoras:
Aline Aparecida da Silva
Carolina de Moura Vasconcelos
Luciana Pacheco R. Zamboni
Michelle L. S. Cuesta Baggio
Patrícia K. Ribeiro Santos
QUAL A IMPORTÂNCIA
DO MOVIMENTO
PARA O
SER HUMANO?
O movimento é a principal linguagem da criança, pois ela expressa-se
por seus movimentos, revelando sentimentos, emoções, alegrias,
tristezas, prazeres, aproximação ou distanciamento, condições de
saúde entre outros, evidenciando situações físicas, emocionais e
mentais.
As crianças se movimentam desde a
condição fetal no útero até a plena
posição ereta humana.

Há movimento em todo o desenvolvimento


infantil, sendo que são as suas habilidades
para movimentar-se que permitem à
criança a apropriação das capacidades
corporais motoras.
Domínio das
próprias
ações,
O bebê que dirigido-as a
se movimenta um objetivo.
sem qualquer Movimento
estimulação reflexo
aparente.

Movimento
voluntário
Movimento
espontâneo O reflexo
depende de
um estímulo.
Movimento Movimento
espontâneo reflexo

Movimento
voluntário
Movimentos reflexos
Após o nascimento, observa-se um conjunto de reflexos.

Por exemplo…
Reflexos de orientação: Quando tocam as bochechas a
criança vira a cabeça em direção ao estímulo e vira a
boca.
Reflexo de sucção: A ação de sugar um objeto
imediatamente quando colocado na boca do bebê.
Reflexo de preensão: Ao tocar a palma da mão da
criança, ela fecha a mão como se estivesse segurando
algo.
Reflexo de impulso: Ao tocar a sola do pé com um
movimento de reptação (deslocar-se sem usar os
membros, rastejar).
Como se formam os
movimentos voluntários?
No começo a criança não percebe as
reações do corpo a cada estímulo
recebido, mas com a mediação do
adulto e com a utilização dos
instrumentos e dos signos, a criança
desenvolve a consciência de seu
próprio corpo.
O movimento humano forma-se sempre na
qualidade das ações, ou seja, nos processos
dirigidos a um objetivo, tornando-se voluntário,
à medida que é dirigido conscientemente ao
domínio das formas de ação com os objetos
ou com os instrumentos.
Como esses movimentos acontecem na
creche? Em que momento o corpo se
manifesta?
Quando o profissional
Nosso corpo se
convida:
“Vamos fazer OU manifesta
cotidianamente?
atividade de
movimento?”

O nosso corpo é sempre PRESENÇA, não existe AUSÊNCIA!


Se é assim, sempre presença, vale perguntar:

Porque estamos sempre colocando esse corpo em


espaços e tempos de espera?

- Espera que eu vou te oferecer…


- Espera que vamos para “lá, ou para cá”...

A espera da hora do mamá, do banho, da alimentação, do


brincar, etc…”
Não tem como isolar o corpo da criança
em algum lugar na creche. O corpo é
fonte de compreensão do mundo.
O corpo que aprende, que sente, que sofre, que se
alegra, descobre o pesado, o leve, o áspero, ou macio,
o toque rude e o toque carinhoso.
Por isso, faz-se necessário que na Educação Infantil
tenhamos a percepção, a sensibilidade de permitir
que a criança se expresse e explore os diversos
espaços nos quais está inserida, com materiais,
objetos e brinquedos estruturados ou não.
COMUNICAÇÃO
EMOCIONAL
DIRETA
(0 a 1 ano)
É por meio da comunicação emocional
direta com o adulto que o bebê tem a
oportunidade de vivenciar e experienciar
suas primeiras relações com o mundo
humano.
Como possibilitar o movimento nessa faixa etária?

● Anunciar ao bebê sobre o que vai acontecer com ele


(levá-lo de um local para outro, para ir ao banho ou
para a alimentação, quando avisamos o bebê que
vamos limpar seu nariz ou uma outra parte de seu
corpo);
● Incentivar que o bebê alcance e manipule objetos
variados (coloridos, de tamanhos, formatos e
texturas diferentes, móbiles, tecidos, potes, etc);
● Estimular a bater palmas durante uma canção ou ao
comemorar conquistas;
● Incentivar a rolar, arrastar,
engatinhar, sentar e, caminhar;
● Conversar enquanto veste o
bebê, buscando sua
colaboração;
● Apresentar objetos diferentes
para a criança contemplar;
balançar junto com ela o
chocalho; colocar em sua mão
os primeiros objetos para
transportá-los.
À medida que a manipulação dos objetos
se intensifica e que a criança inicia a
marcha, tornando-se capaz de ir em
busca do que deseja, ocorre uma
transformação na relação da criança com
os objetos, pessoas e com o mundo
cultural provocando saltos qualitativos na
aprendizagem e desenvolvimento.
OBJETAL
MANIPULATÓRIA
(1 a 3 anos)
Se, no primeiro ano de vida, a ação da criança com
objetos é caracterizada como manipulação e
exploração, na primeira infância ela ganha
destaque e se transforma na descoberta da
função social, na assimilação do uso
historicamente construído.
O profissional deve garantir o contato da criança
com objetos e favorecer sua significação no meio
social. Deve ainda preocupar-se em variar o objeto
oferecido, trazendo sempre o novo, aquilo que
motive a descoberta.
Num primeiro momento a criança se
apropria da função específica do objeto e
desempenha com ele ações que aprendeu
com o adulto e, posteriormente, adquire
autonomia e começa a empregar o objeto
de forma generalizada. A partir desta
apropriação da função do objeto, a criança
será capaz, em outro momento, de
substituí-lo por outro e, à medida que se
apropria do uso do objeto, começa a
nascer o “Faz de Conta”, o “Jogo de Papéis”.
Como possibilitar o movimento nessa faixa etária?

● Realizar atividades com objetos variados, por exemplo,


a bola, para chutar, pegar no ar, jogar para cima, rolar
para outra pessoa;
● Propiciar espaços e materiais para brincar de entrar e
sair da cabaninha ou de caixas de papelão;
● Incentivar a movimentação, por meio de ações de
engatinhar, andar, movimentar os braços, subir e
descer obstáculos, rampas, pequenos circuitos,
escorregar de blocos espumados ou pequenos
escorregadores, rolar a bola, passar pelo túnel, etc.;
Portanto, o movimento corporal se
apresenta na Educação Infantil
como uma linguagem repleta de
significados e intenções que
permite à criança agir no meio em
que está inserida, através da
expressão de suas intenções e
construção de relações de
comunicação.
MOMENTOS
CONSCIÊNCIA CORPORAL
AUTOIMAGEM ATIVOS

DIFERENCIAÇÃO MOMENTOS DE
DO OUTRO RELAXAMENTO
Pé pra lá, pé pra cá Relaxamento corporal

Tapete mágico Plim plim…tralalá lalá


VIRA VIRA VIROU
Qual o papel do profissional na creche?
Primeiramente, é preciso romper concepções históricas que
colocam os bebês e crianças pequenas em patamares de
incapazes, incompetentes e em estágio de preparação para a
vida adulta.
A materialidade corpórea foi historicamente
construída e, portanto, existe uma cultura
corporal, resultado de conhecimentos
socialmente produzidos e historicamente
acumulados pela humanidade que necessitam
ser retraçados e transmitidos para as crianças
na escola.
A cultura corporal caracteriza-se, portanto,
pelas expressões corporais, como: o jogo, a
brincadeira, a ginástica, o esporte, a dança,
e a luta e se faz presente no cotidiano da
Educação Infantil por meio das atividades,
nas quais a criança corre, dança, joga, gira,
sobe, desce, pula, rola, rodopia, etc.

Sendo assim, o movimento não pode ser


considerado apenas como deslocamento
de um corpo, mas necessita ser entendido
como uma complexa estrutura social de
sentidos/significados.
Por exemplo: A DANÇA
A dança convoca a criança a conhecer seu corpo.
Na Educação Infantil é preciso:

● Começar a tentar, experimentar movimentos, ouvir


barulhos, seguir o gingado, imitar os colegas.
● Encantar a criança a movimentar-se.
● Experimentar o corpo como produtor sonoro, como
gesto, como expressão de apresentação.
● O que o corpo está querendo dizer?

Após as experiências com o corpo é que faz sentido


aprender um passo ou coreografia de dança.
As músicas são excelentes recursos, pois com elas é possível criar
movimentos, sons corporais, pequenas coreografias com gestos,
fazendo uso de brinquedos e objetos sonoros, explorando instrumentos
musicais ou mídias digitais.

Passeando na floresta

Enrola - Cris Barulins

Escravos de Jó - Grupo
EMCANTAR
Cinco formiguinhas
O ritmo faz parte das nossas vidas, nosso corpo produz sons e
esses sons são ritmados, portanto, brincar com o corpo,
explorando o ritmo dos movimentos corporais permite à criança
ampliar seu repertório de ações e movimentos, expressar sua
criatividade e desenvolver a atenção e a concentração.
A expressão corporal pode ser acompanhada da linguagem
gestual e imitação (objetos, animais, personagens, dentre outros),
por meio de atividades que envolvam histórias infantis de
diferentes gêneros. Por exemplo: imitação dos três Porquinhos, do
João e o Pé de Feijão, da Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau,
dentre outras.
É o adulto quem “escolhe”, de
forma intencional, aquilo com
que a criança entrará em
contato.

Portanto, o adulto, como sujeito


mais desenvolvido, é o portador
das informações necessárias
para que a criança se
desenvolva.
O papel do adulto, aquele que
está mais próximo da criança,
ocorre na troca de roupa, no
banho, nos momentos de
alimentação, que utiliza tom de
voz baixo ou não, que toca o
corpo da criança com gestos
suaves e respeitosos, que olha
nos olhos, etc.
O adulto deve transmitir segurança, incentivar,
organizar o espaço e o tempo, ou seja, buscando
sempre uma interação de qualidade humanizadora.
BRINCADEIRAS
VIVÊNCIA
MANIPULAÇÃO

ACOLHIMENTO
COMUNICAÇÃO

AFETO
MOVIMENTO
INTERAÇÃO
CULTURA CORPORAL

EXPERIMENTAÇÃO

LINGUAGEM
IMITAÇÃO
[...] a vida da criança depende do adulto para utilizar os
objetos, andar, falar, pensar, sentir e se controlar. Não apenas
as ações práticas, como também os atos psíquicos são
resultados da relação com os adultos (SILVA, 2017, p. 116).

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