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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Núcleo de Computação Eletrônica

Joancarlo Paulucci Dias

COM BASE NA EVOLUÇÃO E NA EFICÁCIA DOS MEIOS DE


COMUNICAÇÃO, QUAL A TENDÊNCIA MUNDIAL RUMO ÀS
GERAÇÕES FUTURAS?
Elucidação da nova tendência mundial.

Rio de Janeiro

2009
Joancarlo Paulucci Dias

Com base na evolução e na eficácia dos meios


de comunicação, qual a tendência mundial
rumo às gerações futuras?

Elucidação da nova tendência mundial.

Monografia apresentada para obtenção do título de


Especialista em Gerência de Redes de Computadores no
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gerência de
Redes de Computadores e Tecnologia Internet do Núcleo
de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio
de Janeiro – NCE /UFRJ.

Orientador:

Prof. Ségio Guedes de Souza, B.Sc., NCE /UFRJ, Brasil

Rio de Janeiro

2009
Dedico este trabalho a minha noiva Priscila, meu pai Antonio, minha
mãe Sonia e meu irmão Ruan, pois unidos me ajudaram a trilhar mais
esta etapa em minha vida.
AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado a benção e a oportunidade de iniciar e concluir este


curso.
Ao meu pai que apesar das dificuldades sempre confiou em meu potencial.
A minha mãe pelas noites de oração para que eu tivesse sucesso nas provas.
Ao meu irmão que no momento em que perdi o arquivo da minha
apresentação se prontificou em me ajudar a recuperar e pela sua torcida constante
para que se concretize a minha vitória.
A minha noiva que teve paciência, dedicação e que me ajudou a vencer mais
este desafio.
Ao meu chefe Celso Esteves que solicitou a bolsa para que eu realizasse o
curso e pela compreensão nos momentos em que precisei me ausentar do trabalho,
pelo incentivo e apoio.
Ao meu diretor de área Nilson Theobald e ao coordenador do Núcleo de
Computação Eletrônica Sérgio Rocha, que em conselho aprovaram a minha bolsa
de estudos.
Aos amigos e companheiros de curso que tornaram todos os cafés da manhã
uma comédia.
E por fim aos professores que me ajudaram a trilhar mais este caminho em
minha vida.
RESUMO

PAULUCCI DIAS., Joancarlo. Com base na evolução e na eficácia dos meios de


comunicação, qual a tendência mundial rumo às gerações futuras? Elucidação
da nova tendência mundial. Monografia (Especialização em Gerência de Redes e
Tecnologia Internet). Núcleo de Computação Eletrônica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

Por influência da constante busca humana por informação, novas tecnologias de


telecomunicações e de informática surgem a cada momento neste mercado tão hostil
e globalizado, onde o advento das redes convergentes aparece em destaque.
ABSTRACT

PAULUCCI DIAS., Joancarlo. Com base na evolução e na eficácia dos meios de


comunicação, qual a tendência mundial rumo às gerações futuras? Elucidação
da nova tendência mundial. Monografia (Especialização em Gerência de Redes e
Tecnologia Internet). Núcleo de Computação Eletrônica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

The constant pursuit of information by humanity, new technologies of communication


and computer come up all the time in such hostile and global marketing, where the
advent of convergent networks appears capitalized.
.
LISTA DE FIGURAS

Página
Figura 1 – Evolução das Redes 25
Figura 2 – Associação dinâmica das técnicas de modulação 30
Figura 3 – Modelo de Rede 36
Figura 4 – Pilha de protocolo da BS 37
LISTA DE TABELAS

Página
Tabela 1 – Tempo que as novas tecnologias levam para atingir 50 milhões 17
de usuários no mundo.
LISTA DE QUADROS

Página
Quadro 1 – Elementos do 802.16e 35
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1G Primeira Geração
2G Segunda Geração
2.5G Segunda Geração e Meia geração
3G Terceira Geração
3GPP 3rd Generation Partnership Project
4G Quarta Geração
16-QAM 16-State Quadrature Amplitude Modulation
64-QAM 64-State Quadrature Amplitude Modulation
256-QAM 256-State Quadrature Amplitude Modulation
AAA Autorização, Autenticação e Accounting
AMPS Advanced Mobile Phone System
ATM Asynchronous Transfer Mode
ARPA Advanced Research and Projects Agency
BBS Bulletin Board System
ASA-Server Authentication and Service Authorization - Server
BPSK Binary Phase-Shift Keying
BS Base Station
BWA Broadband Wireless Access
Equipamentos para Conversão de Dados para uso em
CPES
Equipamentos Finais
CPS Common part sublayer
CS Convergence sublayer
CDMA Code Division Multiple Access
DVB Digital Video Broadcasting
EDGE Taxas de Dados Ampliadas para a Evolução GSM
EM Estação Móvel
EUA Estados Unidos das Américas
FDD Frequency Division Duplex
GGSN Gateway GPRS Support Node
Ghz Gigahertz
GPRS Transmissáo de Rádio por Pacote
HDTV High Definition Television
HO Handover
GSM Global System for Mobile Communications
IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers
IP Internet Protocol
Kbps kilobit por segundo
LEOS Low Earth Orbit satellite
LTE Long Term Evolution
MA Agente de Mobilidade
MAC Médium Access Control – Controle de Acesso ao Meio
Mbps Megabit por segundo
MHz Megahertz
MIMO Multiple Input Multiple Output
MP3 MPEG-1/2 Audio Layer 3
MIT Instituto Tecnológico de Massachusetts
MPEG Moving Picture Experts Group
MPLS Multi Protocol Label Switching
MSS Mobile Subscriber Station
MMS Multimedia Messaging Service
NGN Next Generation Networking
NLOS Non-Line of Sight
OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing
OFDMA Orthogonal Frequency Division Multiplexing Access
PDA Personal Digital Assistants
PDU Protocol Description Unit
PKM Privacy Key Management
PMP Point-to-Multi-Point
QAM Quadrature Amplitude Modulation
QoS Qualidade de Serviço
QPSK Quadrature Phase Shift Keying
RDSI Rede Digital de Serviços Integrados
SAE System Architecture Evolution
SAP Service Access Point
SC Single Carrier
SC-FDMA Single Carrier Frequency Division Multiple Access
SCa Single Carrier a
SGSN Serving GPRS Support Node
SIP Protocolo de Iniciação de Sessão
S-OFDMA Scalable Orthogonal Frequency Division Multiple Access
SS Subscriber Station – Estações Assinantes
TDD Time Division Duplex
TDM Multiplexação por Divisão de Tempo
TDMA Time Division Multiple Access
TV Televisão
UMTS Universal Mobile Telecommunication System
UWB Ultra Wideband
VoIP Voz sobre IP
W-CDMA Wide-Band Code-Division Multiple Access
Wi-Fi Wireless Fidelity
Worldwide Interoperability for Microwave Access/Interoperabilidade
WiMAX
Mundial para Acesso de Micro-ondas
WLAN Wireless Local Area Network
WMAN Wireless Metropolitan Area Network
WWW World Wide web
xDSL Digital Subscriber Line
SUMÁRIO

Página
1 INTRODUÇÃO 14
1.1 OBJETIVO 14
1.2 RELEVÂNCIA 14
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 14
2 DESENVOLVIMENTO 15
2.1 A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO HUMANA 15
2.2 A EVOLUÇÃO DA TELEFONIA MÓVEL 18
2.2.1 Rede CDMA 18
2.2.2 Rede GSM 19
2.2.3 Rede GPRS 19
2.2.4 Rede EDGE 21
2.2.5 Rede 3G 21
2.2.5.1 Características 22
2.2.5.2 Evolução do 3G (pré-4G) 23
2.2.6 Rede 4G 24
2.2.7 LTE - Long Term Evolution 26
2.3 A EVOLUÇÃO DAS REDES SEM FIO 27
2.3.1 Histórico do IEEE 802.16 28
2.3.2 Pilha de Protocolos 29
2.3.2.1 Camada Física 30
2.3.2.2 Camada MAC 31
2.3.2.3 Subcamada de Convergência Específica 32
2.3.2.4 MAC Common Part Sublayer - MAC CPS 32
2.3.2.5 Subcamada de Segurança 34
2.3.3 Handover para o IEEE 802.16e 35
2.3.3.1 Importância e funcionalidade 35
2.3.3.2 Funcionalidades do Agente de Mobilidade 36
2.4 CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA 37
2.4.1 Convergência fixo-móvel 39
2.4.2 Previsões 40
3 CONCLUSÃO 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44
14

1 INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVO

Descrever o processo de evolução dos meios de comunicação, desde a


escrita até a internet, decorrendo sobre a evolução da telefonia móvel e a evolução
das redes sem fio, propiciando uma melhor perspectiva de entendimento da nova
tendência mundial rumo à evolução das redes móveis para gerações futuras.

1.2 RELEVÂNCIA

O presente trabalho preocupa-se em disponibilizar ao leitor uma visão global


dos meios de comunicação, e esclarecer a proximidade da rede Wi-Max com as
redes de celulares de quarta geração (4G), oferecendo uma alternativa viável para o
trafego móvel de voz e dados.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

No primeiro capítulo será apresentada a evolução da comunicação humana.


O segundo capítulo abordará a evolução da telefonia móvel.
No terceiro capítulo serão apresentados características da computação móvel
e a evolução das redes sem fio.
E finalmente concluiremos que o avanço da comunicação resulta na
convergência entre telefonia móvel e rede sem fio, fornecendo sugestões para
trabalhos futuros.
15

2 DESENVOLVIMENTO

2.1- A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO HUMANA

Na história humana o processo de comunicação vem evoluindo ao longo dos


séculos, desde a pré-escrita, a xilografia, o surgimento do papel desenvolvido na
China, os caracteres móveis, a impressão manual e mecânica e outros. Durante
anos, a comunicação escrita atravessou longas distâncias geográficas e
cronológicas, contribuindo para o aprendizado e o conhecimento.
O homem em um constante processo evolutivo passou a registrar de forma
mais detalhada e precisa sua história: da oralidade para a escrita, da escrita
cuneiforme para alfabética impressa, desta para o rádio e para a televisão,
chegando então ao ciberespaço. A forma de veicular a informação foi mudada.
Com a introdução da escrita o ser humano não precisou mais se preocupar
com a questão do esquecimento, suas lembranças não mais dependiam da
transmissão oral, pois passaram a ser registradas.
O jornal surge como principal veículo de comunicação. Por volta do século
XIX, esse era impresso periodicamente e constituído apenas de textos. Neste
período os anúncios publicitários tinham somente como foco o poder argumentativo
das palavras. No século XX, os anúncios textuais passam a se utilizar de imagens e
símbolos, explorando com isso uma nova forma de leitura, a icônica.
Durante anos a imprensa foi considerada a principal tecnologia intelectual de
armazenamento e disseminação de idéias. O homem na constante sede de
descobertas começou a desenvolver novas tecnologias que aprimoraram os meios
de comunicação, derrubando as barreiras da distância e do tempo.
Apesar de a escrita ser considerada a mémoria do povo, a história novamente
foi reescrita, um novo marco se estabeleceu em 1876. Segundo (YENNE, Bill.,
2002), em seu livro “ 100 homens que mudaram a história do mundo”, Alexander
Graham Bell inventou o telefone e Guglielmo Marconi através dos resultados obtidos
nos estudos de Hertz, pode concluir que tais ondas poderiam transmitir mensagens,
então, em 1896 obteve a primeira patente para o seu telégrafo e em 1920 sua
primeira irradiação musicada.
16

Segundo alguns autores, a tecnologia de transmissão de som por ondas de


rádio foi realmente desenvolvida pelo italiano Guglielmo Marconi, no fim do século
XIX, outros advogam que foi desenvolvida pelo sérvio Nikola Tesla. Na mesma
época em 1893, no Brasil, um padre chamado Roberto Landell de Moura também
buscava resultados semelhantes, em experiências feitas em São Paulo.
Com o surgimento do rádio foram exploradas a oralidade e a idéia da
transmissão ao vivo. A sua forma de transmissão e recepção necessitavam apenas
de uma estação emissora e aparelhos de recebimento, assim a mensagem chegava
facilmente às pessoas, inicialmente em suas casas, e mais tarde, com o surgimento
de aparelhos portáteis, a qualquer parte a que esse aparelho fosse levado.
Apartir do surgimento da TV (Televisão), a forma de comunicação evolui. A
informação além de ser falada, pode ser lida, vista e interpretada pelo receptor.
Na década de 60, durante a Guerra fria, as forças armadas norte-americanas
através da ARPA (Advanced Research and Projects Agency) desenvolveram uma
forma de comunicação com objetivos militares de manter contato no caso de
ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de telecomunicações:
ARPANet, o precursor da Internet.
Nas décadas de 1970 e 1980, além de ser utilizada para fins militares, a
Internet também foi um importante meio de comunicação acadêmico. Estudantes e
professores universitários, principalmente dos EUA (Estados Unidos da América),
trocavam idéias, mensagens e descobertas pelas linhas da rede mundial.
No ínicio dos anos 80 o BBS (Bulletin Board System) surge como um meio
adicional de comunicação. Com base neste princípio, o “BBS” evoluiu até o que hoje
conhecemos como internet.
Foi somente no ano de 1990 que a Internet começou a alcançar a população
em geral. Neste ano, o engenheiro inglês Tim Bernes-Lee desenvolveu a WWW
(World Wide Web), possibilitando a utilização de uma interface gráfica e a criação de
sites mais dinâmicos e visualmente interessantes. A partir deste momento, a Internet
cresceu em ritmo acelerado. Muitos dizem, que foi a maior criação tecnológica,
depois da televisão na década de 1950.
A partir de então, pode-se ler o jornal de qualquer parte do mundo, assistir a
uma entrevista, participar de conferências, ouvir músicas das mais longínquas
regiões do planeta, trocar correspondências, discutir, conversar, tudo em um único
aparelho, uma “máquina comunicacional” chamada computador. Máquina esta que
17

está conectada a milhares de outras, formando uma complexa rede, um rizoma


informacional.
A humanidade assistiu ao longo do século XX várias evoluções tecnológicas
que permitiram a conquista do espaço. Os satélites de telecomunicações são talvez,
os maiores frutos dessa conquista. Além de permitirem a retransmissão de
programas da televisão educativa e comercial, abriram novas perspectivas para a
comunicação telefônica, a transmissão de dados, fax internet e muitos outros
serviços.
Com a introdução de satélites de baixa órbita, LEOS (Low Earth Orbtit
Satellite), menores e econômicos, estava decretada a revolução da comunicação
móvel via telefone celular que teve início nos anos 80.
O século XXI inicia-se com o avanço das telecomunicações, que nos últimos
anos vem apresentando um salto evolutivo muito além de qualquer previsão.
A tabela 1 demonstra a estimativa do tempo gasto para que as novas tecnologias
atingissem 50 milhões de usuários no mundo:

Tabela 1 – Tempo que as novas tecnologias levam para atingir 50 milhões de


usuários no mundo.
Meio de Comunicação Tempo
Rádio 38 anos
Computador 16 anos
Televisão 13 anos
TV a cabo 10 anos
Internet 4 anos

Deve-ser levar em conta que em 2003 A internet já superava os 600 milhões


de usuários
A expansão da internet colaborou para o desenvolvimento de novas técnicas
de comunicação, tornando possivel corresponder à necessidades mais ousadas do
que a simples transmissão de textos. Com este avanço, pode-se proporcionar a
transmissão de voz, dados e imagens. Para completar esse ciclo de constante
inovação, a digitalização dessas informações é possível, caracterizando assim, o
que é chamado de convergência, o que falaremos com mais clareza à frente.
18

2.2 A EVOLUÇÃO DA TELEFONIA MÓVEL

Com o objetivo de aperfeiçoar as tecnologias de comunicação, os sistemas de


telefonia móvel sofrem constantes evoluções, oferecendo novas funcionalidades e
serviços, e aumentando a escalibilidade da rede.
Na 1G (primeira geração), as redes de telefonia móvel eram projetadas de
forma similar às de telefonia fixa. A 1G é a geração da voz analógica – a imagem
analógica do som era transmitida através do ar – nela existiu somente um sistema
que obteve algum sucesso, que foi o AMPS (Advanced Mobile Phone System),
criado pelo Bell Labs e instalado primeiramente nos Estados Unidos em 1982
[Tanenbaum 2003].
A 2G (segunda geração) surge com o advento dos sistemas digitais. O som
da voz humana pôde ser capturado e filtrado em diversos modelos de voz. Através
do aparelho, o usuário móvel escutava a reconstrução da voz humana feita em cima
dos bits zeros e uns recebidos do transmissor (Anderson 2001). A 2G é
caracterizada pela voz digital.

2.2.1 Rede CDMA

O padrão CDMA (Code Division Multiple Access) é uma tecnologia “spread


spectrum”, o que signiifica dizer que muitos usuários podem ocupar a mesma
alocação de tempo e freqüência em uma determinada banda base.
CDMA designa códigos únicos para cada comunicação com o objetivo de se
diferenciar de outras do mesmo spectrum. Num mundo de recursos de spectrum
finitos, o CDMA habilita muito mais pessoas para compartilhar as ondas emitidas ao
mesmo tempo do que tecnologias alternativas
 CDMA2000 1X pode dobrar a capacidade de voz da rede cdmaOne e entregar
pacotes de dados a uma velocidade máxima de 307kbps em ambientes
móveis.
 CDMA2000 1xEV inclui:
 CDMA2000 1xEV-DO - entrega pacotes de dados a uma velocidade
máxima de 24Mbps e suporta aplicações como transferência de MP3
(MPEG-1/2 Audio Layer 3) e vídeo conferência.
19

 CDMA2000 1xEV-DV - provê a integração de voz e transmissão de


pacotes de dados e serviços multimídia simultaneamente em
velocidades de até 3.09Mbps.
 1xEV-DO e 1xEV-DV - as duas são compatíveis com CDMA2000 1X e
cdmaOne.

2.2.2 Rede GSM

O GSM (Global System for Mobile Communications) é uma tecnologia de rede


sem fio de 2G, que provê serviços de qualidade de voz e de dados comutados por
circuito em uma ampla gama de faixas no espectro, que incluem 450, 850, 900, 1800
e 1900 MHz. Este provê uma evolução sem dificuldades para a terceira geração
(3G) e com uma boa relação custo-benefício.
Em junho de 2003, o sistema GSM estava disponível em 665 redes em mais
de 179 países. É a tecnologia sem fio de uso predominante em termos mundiais,
com mais de 880 milhões de clientes no continente americano, Ásia e Europa, o que
representa 72% de todos os clientes de tecnologia sem fio.
Essa tecnologia permite que vários usuários compartilhem um único canal de
rádio através de uma técnica chamada multiplexação por divisão de tempo (TDM),
Neste um canal é dividido em seis intervalos de tempo e para cada chamador é
designado um intervalo de tempo específico de transmissão. Isso permite o
compartilhamento de um único canal simultaneamente sem interferência dos outros
chamadores, viabilizando o uso eficiente do espectro e proporcionando sete vezes
mais capacidade do que a tecnologia de 1G.
GSM também utiliza uma técnica chamada “salto de freqüências”, essa
técnica minimiza a interferência proveniente de fontes externas, tornando
praticamente impossível o acesso indevido às comunicações alheias.

2.2.3 Rede GPRS

O Padrão de Transmissão de Rádio por Pacote (GPRS) oferece velocidades


máximas de dados de 115 kbps e um throughput médio de 30 a 40 kbps. A GPRS
surge como uma solução eficiente na transmissão de dados móveis de forma mais
rápida. É frequentemente chamada de tecnologia “2.5G” (Segunda Geração e Meia
20

geração), porque é a primeira etapa que uma operadora GSM empreende quando
inicia a transição à 3G (terceira geração).
Esse desenho de rede é muito mais eficiente que as redes comutadas por
circuito e propicia uma redução de custos operativos da rede. Além dos usuários
não precisarem entrar no sistema a cada vez que quiserem ter acesso aos serviços
de dados, eles só pagam pelos dados e não pelo tempo de permanência no serviço
ou pelo tempo de carregar tais dados.
A rede GPRS é baseada na plataforma GSM fazendo uso de IP (internet
protocol) – padrão universal utilizado na internet. Por utilizar uma tecnologia aberta
e padronizada, é ideal para o fornecimento de acesso sem fio a outras redes
baseadas em IP ou GPRS. Esta rede apóia-se na base de assinantes GSM e por
esse motivo suporta roaming o que permite a seus usuários o acesso contínuo aos
serviços mesmo quando em viagem.
A rede GPRS é adicionada à infra-estrutura da rede GSM. O core network
(núcleo do sistema) formado por dois nós principais: o SGSN (Serving GPRS
Support Node) e o GGSN (Gateway GPRS Support Node), chamados de GSN
nodes. Para conectar esses nós com radio network, é criada uma nova interface Gb
(um link controlador de sinal de alta velocidade). A conexão entre os GSN nodes e
demais componentes do core network é chamada de GPRS backbone, que é uma
rede IP normal, possuidora de roteadores de acesso e firewalls etc. [Andersson, C.
2001].
Pode-se dizer que GPRS é um upgrade às redes GSM já existentes, à
medida que um simples software upgrade é realizado na BS (Base Station),
podendo até ser feito remotamente de uma central de manutenção.
Esse software permite que usuários de voz e de dados compartilhem a
mesma interface aérea e os recursos das BS’s. Também possibilita o
desenvolvimento de novos esquemas de codificação para os pacotes de dados que
afetam a taxa de transmissão resultante. Esse esquema de codificação é necessário
devido a alguns fatores como o número de usuários numa célula, ou a distância do
headset (aparelho móvel) à BS. Se o sinal estiver fraco, um esquema de codificação
mais robusto é escolhido com menor taxa de bits, caso contrário, um menos robusto
com maior taxa de bits é utilizado.
21

Em junho de 2003, 162 operadoras em 70 países já haviam lançado o GPRS.


Sendo que mais 33 operadoras em outros 17 países estão em diferentes etapas de
implantação.
Diante da crescente demanda por serviços multimídia, o sistema GPRS
apresenta limitações em dois aspectos essenciais: possibilitar, conforme citado
anteriormente, maiores taxas de transmissão e não apresentar bom suporte à QoS
(qualidade de serviço), no sentido de não ser capaz de proporcionar direitos
diferenciados a usuários que estejam dispostos a pagar mais.

2.2.4 Rede EDGE

A EDGE (Taxas de Dados Ampliadas para a Evolução GSM) é uma


tecnologia de transmissão de dados e acesso à Internet de alta velocidade, três
vezes mais rápida que seu antecessor GPRS. Assim como a GPRS, a EDGE é um
serviço baseado em pacotes, que oferece aos clientes uma conexão permanente
para transmissão de dados. Estes dados são transmitidos em uma velocidade de
até 473 kbps e taxas médias entre 80 e 130 kbps, rápidas o suficiente para permitir
vários serviços de dados avançados, incluindo streaming de som e imagem, acesso
rápido à internet e download de arquivos pesados. Estes serviços permitem que os
clientes mantenham uma transmissão de dados enquanto atendem uma ligação
telefônica.

2.2.5 Rede 3G

A terceira geração de sistemas de telefonia móvel (3G) substitui a 2G e é


baseada na família de normas da UIT (União Internacional de Telecomunicações),
no âmbito do Programa Internacional de Telecomunicações Móveis (IMT-2000).
As operadoras de telefonia móvel que utilizam tecnologia 3G podem oferecer
a seus usuários uma ampla gama dos mais avançados serviços, devido a melhora
na eficiência espectral. Entre estes serviços podemos citar à telefonia por voz e a
transmissão de dados a longas distâncias, tudo em um ambiente móvel.
Normalmente estes serviços são fornecidos com taxas de 5 a 10 Mbits por segundo.
Ao contrário das redes definidas pelo padrão 802.11, mais conhecidas como
Wi-Fi (Wireless Fidelity) ou WLAN (Wireless Local Area Network), as redes 3G
22

permitem telefonia móvel de longo alcance e evoluíram para incorporar redes de


acesso à Internet em alta velocidade e vídeo-telefonia. As redes 802.11 (que
estudaremos a diante) são de curto alcance e ampla largura de banda e foram
originalmente desenvolvidas para redes de dados, além de não possuírem muita
preocupação quanto ao consumo de energia, aspecto fundamental para aparelhos
que possuem pouca carga de bateria.
A implantação da tecnologia de rede 3G ocorreu tardiamente em alguns
países devido a enormes custos adicionais para licenciamento do espectro. As redes
se empenham em utilizar essa tecnologia desde 1999. O Japão foi o primeiro país a
implementar o 3G nacionalmente e essa transição foi praticamente completada em
2006. Logo após o Japão, a Coréia também iniciou sua transição, que foi feita por
volta de 2004.
Em muitos países, a rede 3G não usa as mesmas freqüências de rádio que a
2G, fazendo com que as operadoras tenham que construir redes completamente
novas e licenciar novas freqüências. Uma exceção são os Estados Unidos onde as
empresas operam serviços 3G na mesma freqüência que outros serviços. Os custos
com licença em alguns países europeus foram particularmente altos devido a leilões
do governo de um número limitado de licenças e a leilões com propostas
confidenciais, além da excitação inicial sobre o potencial do 3G. Outros atrasos se
devem a despesas com atualização dos equipamentos para os novos sistemas.

2.2.5.1 Características

A característica mais importante da tecnologia móvel 3G é suportar um


número maior de clientes de voz e dados, especialmente em áreas urbanas, além de
maiores taxas de dados a um custo incremental menor que na 2G.
Utiliza o espectro de radiofrequência em bandas identificadas, fornecidas pela
UTI para a terceira geração de serviços móveis IMT-2000, e depois licenciadas para
as operadoras.
Permite a transmissão de 384 kbits/s para sistemas móveis e 2 Megabits/s
para sistemas estacionários. Espera-se que tenha uma maior capacidade de
usuários e uma maior eficiência espectral, de forma que os consumidores possam
dispor de roaming global entre diferentes redes 3G.
23

QoS – para estabelecer uma conexão entre o usuário e a rede é feito um


acordo com a operadora que fará a subscrição do usuário. Esse acordo indica quais
tipos de atrasos o usuário pode esperar, quais taxas de transmissão, uma garantia
de que a velocidade nunca fique abaixo do seu limite mínimo, etc. Isso foi possível
devido a mudanças nos núcleos e nas interfaces dos sistemas 2G.
Fim da dependência entre a taxa de transmissão máxima e a distância do
usuário à BS – Investimentos para sanar esse problema não são considerados
viáveis, pois as operadoras não teriam retorno ao cobrir áreas pouco povoadas com
serviços de alta tecnologia. Sendo assim, a solução comum a todos os sistemas 3G
é o usuário ao fazer roaming nessas áreas, ter o seu handset funcionando com
tecnologia 2.5G.
Para atender a todos esses avanços, uma concepção de arquitetura em
camadas abertas e flexíveis tornou-se fundamental. Na telefonia 3G isso foi
conquistado dividindo o core network em três camadas: de transporte, de controle e
de aplicação de serviços.
A maior diferença entre as redes 3G é a forma de utilização do espectro de
freqüência. Na 2G, as operadoras já haviam congestionado a capacidade do
espectro em função do crescimento do número de usuários. Por essa razão é
natural que, migrando para 3G, haja a necessidade de um aumento nessa
capacidade para suportar um número bem maior de usuários.

2.2.5.2 Evolução do 3G (pré-4G)

A padronização da evolução da tecnologia 3G é normatizada pelo 3GPP (3rd


Generation Partnership Project), a exemplo disso podemos citar as evoluções LTE
(Long Term Evolution) e UWB (Ultra Wideband). Na Europa a evolução começou
pelo GSM, a essa tecnologia foi adicionado o GPRS e a partir deste ponto foi
possível ir para o sistema UMTS. Na América do Norte a evolução se iniciou com o
TDMA (Time divisão de acesso múltiplo), que evoluiu para o GSM e a essa
tecnologia foi adicionado o EDGE que evoluiu até o UMTS.
No Japão, dois padrões 3G são utilizados: W-CDMA (Wide-Band Code-
Division Multiple Access (compatível com UMTS) utilizados pelo Softbank e NTT
DoCoMo, e CDMA2000, utilizado por KDDI. Neste país, a transição para a 3G foi
concluída em 2006.
24

A tecnologia 3G foi introduzida com êxito para usuários da Europa, Austrália,


Ásia, América do Sul, América do Norte e da África, porém algumas questões ainda
são debatidas pelos fornecedores e os utilizadores 3G:
 Taxas caras de entrada para o serviço de licenças 3G;
 Numerosas diferenças em termos de licença;
 Grande quantidade de dívida atualmente sustentada por muitas empresas de
telecomunicações, o que a torna um desafio para construir a infra-estrutura
necessária para 3G;
 Falta de apoio do governo para financiamento das operadoras;
 Falta de cobertura por ser um serviço novo;
 Alta dos preços dos serviços móveis 3G em alguns países, incluindo o acesso
à Internet.

2.2.6 Rede 4G

Ainda não existe definição para a 4G. Sabe-se que a 4G estará baseada
totalmente em IP sendo um sistema de sistemas e uma rede de redes, alcançando a
convergência entre as redes de cabo e sem fio assim como computadores,
dispositvos eletrônicos e tecnologias da informação para prover velocidades de
acesso entre 100 Mbps em movimento e 5 Gbps em repouso, mantendo uma QoS
de ponta a ponta (end-to-end) de alta segurança visando oferecer serviços de
qualquer tipo, a qualquer momento e em qualquer lugar.
No Japão são feitas experiências com as tecnologias de quarta geração, com
a empresa NTT DoCoMo à frente desse projeto. Esta empresa realizou as primeiras
provas com sucesso absoluto, alcançando 100 Mbps a 200km/h e espera lançar
comercialmente os primeiros serviços de 4G no ano 2010.
O conceito 4G vai muito além de telefonia móvel, já que não pode ser
considerada uma evolução dos padrões de telefonia celular, tais como as existentes
no mercado até 3G. As novas tecnologias de rede banda larga móvel (sem fio)
permitirão o acesso a dados em dispositivos que operam com IP, desde handsets
até CPEs (equipamentos para conversão de dados para uso em aparelhos finais tais
como TVs e telefones). Atualmente, existem duas outras tecnologias que são mais
exploradas na indústria: WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access) e
25

LTE, ambas ainda passíveis de definições de uso por questões regulatórias por
parte de governos e padronizações nas indústrias de hardware.
Os maiores atrativos da 4G são a convergência de uma grande variedade de
serviços até então somente acessíveis na banda larga fixa, bem como a redução de
custos e investimentos para a ampliação do uso de banda larga na sociedade,
trazendo benefícios culturais, melhoria na qualidade de vida e acesso a serviços
básicos tais como comunicação e serviços públicos antes indisponíveis ou precários
à população.
A 4G está em desenvolvimento, prevendo oferecer serviços baseados em
banda larga móvel por exemplo MMS (Multimedia Messaging Service), vídeo chat,
mobile TV, conteúdo HDTV (High Definition Television), DVB (Digital Video
Broadcasting), serviços básicos como voz e dados, sempre no conceito de uso em
qualquer local e a qualquer momento. Todos os serviços deverão ser prestados
tendo como premissas a otimização do uso de espectro, troca de pacotes em
ambiente IP, grande capacidade de usuários simultâneos, banda mínima de 100
Mbit/s para usuários móveis e 1 Gbit/s para estações fixas, além de
interoperabilidade entre os diversos padrões de redes sem fio.

Figura 1 – Evolução das Redes


26

Dentre os serviços previstos destaca-se a localização inteligente que


possibilitará ao usuário receber em seu telefone celular informações relativas aos
tipos de serviços disponíveis na localidade em que se encontrar.
A idéia é que as gerações móveis sem fio seguintes, sejam provisionadas de
forma a permitirem superposição compatível com todas as outras tecnologias sem
fio, permitindo acesso universal e transparente ao usuário móvel, através de uma
única EM (Estação Móvel). A interoperabilidade e compatibilidade serão definidas
como capacidade de redes totalmente heterogêneas, com isso poderão oferecer
suporte de roaming entre diferentes tecnologias de acesso sem fio, sempre
mantendo os requisitos mínimos de QoS aos usuários.
A implementação da tecnologia 4G ficará suspensa por um tempo em função
dos grandes investimentos em infra-estrutura realizados pelas operadoras na 3G,
que ainda precisam ser recuperados. Já estão em desenvolvimento e
aprimoramento, nos diversos meios acadêmicos e de pesquisa, técnicas diversas
que possibilitarão o incremento esperado e necessário das taxas de dados das
atuais redes móveis celulares.
Dentre as tecnologias que estão em grande evidência e que possivelmente
farão parte deste cenário da 4G, pode-se citar LTE e WiMAX, que serão melhor
compreendidas no proximo capítulo.

2.2.7 LTE - Long Term Evolution/System Architecture Evolution

O LTE é um projeto comandado pelo 3GPP (órgão também responsável pelas


especificações do GSM e 3G) que promete melhorar o padrão UMTS (Universal
Mobile Telecommunication System). Suas especificações foram aprovadas em
janeiro de 2008 e entre as diversas características do LTE podemos citar:
• Uso da tecnologia OFDMA (Orthogonal Frequency Division Multiplexing
Access), downlink (descida) ERB para celular e SC-FDMA (Single Carrier
Frequency Division Multiple Access) no uplink (subida) celular para ERB;
• LTE/SAE é o próximo passo em termos de experiência de serviço para
usuário, melhorando a latência, a capacidade e throughput. Isto permitirá um
tráfego de dados no downlink acima de 100 mbps e 50 mbps no uplink,
ambos com uma largura de banda de 20 Mhz;
27

• LTE suporta FDD (Frequency Division Duplex) e TDD (Time Division Duplex )
com as mesmas especificações e componentes de Hardware, permite um
grande aumento na capacidade do sistema e reduz o custo por gigabyte,
pode utilizar espectros já existentes de 2G e 3G tanto quanto um novo
espectro;
• SAE (System Architecture Evolution) permite implementação e operação com
eficiência de custo para o uso dos serviços IP no mercado de massa, assim
como melhorias na integração de tecnologias de acesso non-3GPP;
• Uso de antenas MIMO (multiple-input multiple-output);
• Handoff automático para outros padrões compatíveis.

2.3 A EVOLUÇÃO DAS REDES SEM FIO

Hoje a Internet é considerada um dos principais meios de comunicação,


sendo responsável por permitir a interação entre indivíduos, independente de sua
localização geográfica, a uma escala sem precedentes na história de evolução da
comunicação da humanidade.
Neste cenário de inovação, as redes de computadores exercem uma melhor
influência na integração de pessoas e na disseminação da informação em tempo
real. Entretanto, este acesso à informação está longe de ser o ideal, devido a
existência de localidades longínquas, sem infra-estrutura adequada e de difícil
acesso.
A tecnologia sem fio, muito conhecida no ramo da telefonia celular, teve
grande aceitação na aplicação em redes de computadores locais devido a sua
flexibilidade. No entanto, apesar dos grandes benefícios trazidos, as LAN´s sem fio
locais têm como grande restrição a sua pouca largura de banda, sua conseqüente
falta de suporte a aplicações robustas como voz e vídeo, além de atingir curtas
distâncias e poucos usuários.
Quanto ao uso de computadores móveis, tem-se acesso a redes sem fio,
embora possam também usufruir de uma rede fixa com uma conexão melhor e mais
barata, permanecendo estacionário. Além disso, é mais difícil conseguir uma
comunicação perfeita em uma rede sem fio, pois podem existir obstáculos que
interferem na qualidade do sinal.
28

Em função da baixa largura de banda e taxas de erros elevadas,


desconexões freqüentes, ocorrem na rede sem fio. Fatores como esses, podem
aumentar a latência nas retransmissões, atraso no intervalo das mesmas, erro no
processamento do protocolo de controle e curtas desconexões, segundo FORMAN &
ZAHORJAN, 1994.
Esta forma de comunicação torna-se uma realidade devido a sua facilidade de
implementação e flexibilidade. Atualmente a utilização de redes sem fio está voltada
para indoor e pequenas distâncias, utilizando os padrões Wi-Fi e Bluetooth. Com
estes padrões as redes locais são criadas de forma rápida e com pouquíssimas
configurações, onde a mobilidade dos dispositivos está limitada a uma pequena área
de abrangência.
O padrão WiMax apresenta-se com a finalidade de criar redes metropolitanas,
fornecendo acessos aos usuários através de banda larga e com mobilidade.
Diante deste novo contexto, as redes sem fio metropolitanas BWA
(Broadband Wireless Access) satisfazem as atuais necessidades dos projetos de
rede, pois permitem transmitir dados em taxas mais elevadas, atingir mais usuários e
alcançar maiores distâncias, eliminando antigas barreiras físicas. Características
estas, que tornam as redes sem fio metropolitanas um importante agente no
processo de disseminação do acesso à informação.

2.3.1 Histórico do IEEE 802.16

O padrão IEEE 802.16 também conhecido como WiMAX foi aprovado no


www.wimaxforum.org em dezembro de 2001, e publicado no dia 8 de abril de 2002
é chamado oficialmente “Air Interface for Fixed Broadband Wireless Systems”
(interface aérea para sistemas fixos de acesso sem fio de banda larga).
A Internet rápida sem fio ou Wi-MAX cobre um raio de aproximadamente 50
Km (31 milhas), usando uma faixa de freqüência de 2 GHz a 66 GHz para conexões
que vencem obstáculos físicos NLOS (Non-Line of Sight) e pode alcançar taxas de
até 70 Mbps, suficientes para alimentar simultaneamente dezenas de corporações
com taxas de transmissão equivalentes a conexões T-1 (1.500 Kb/s) ou centenas de
residências com taxas de transmissão equivalentes a conexões ADSL, usando um
único setor de uma BS (BS 802.16 geralmente comportam seis setores).
29

O padrão 802.16 ratificado em dezembro de 2001, focava faixas de


freqüências situadas entre 10GHz e 66GHz , considerando sempre aplicações com
linha de visada.
Já a versão 802.16a, concluída em 2003, passou a focar as aplicações sem
linha de visada, dentro das faixas de freqüência entre 2GHz e 11GHz. Os aspectos
de interoperabilidade com outras redes da família WLAN passaram a ser
considerados.
O padrão mais esperado, o IEEE 802.16e, foi lançado recentemente, trazendo
total mobilidade ao WiMAX. Os seus antecessores abordavam segurança e QoS
apenas em terminais fixos (estacionários), enquanto o padrão IEEE 802.16e lançado
em dezembro de 2005, vem especificar a interface que suporta estações fixas e
móveis - WiMAX Móbile.

2.3.2 Pilha de Protocolos

O Padrão IEEE 802.16 possui quatro tipos de camada física: SC (Single


Carrier), SCa (Single Carrier a), OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing)
e OFDMA. Possui também uma subcamada de controle de acesso ao meio
(subcamada MAC), além das subcamadas de convergência de transmissão que tem
por função isolar a transmissão física das diferentes tecnologias da camada de
enlace de dados.
A estrutura geral é semelhante à estrutura das outras redes 802, exceto pelo
maior número de subcamadas.
A escolha do modelo de camada física e da modulação a ser aplicada, varia
de acordo com a necessidade de uso. Deve-se atentar para as modulações com
muitos símbolos, pois embora tenham taxas de dados elevadas, possuem alcances
reduzidos. São exemplos: QPSK (Quadrature Phase Shift Keying) e QPSK com
mapeamento de Gray, com constelação de 4 símbolos; 16-QAM (16-State
Quadrature Amplitude Modulation), com constelação de 16 símbolos; 64-QAM (64-
State Quadrature Amplitude Modulation), com constelação de 64 símbolos; 256-
QAM (256-State Quadrature Amplitude Modulation), com constelação de 256
símbolos; BPSK (Binary Phase-Shift Keying) e Spread BPSK, com constelação de 2
símbolos. Vide figura 2.
30

A Subcamada MAC (Médium Access Control – Controle de Acesso ao Meio) é


usada pela BS para alocar e priorizar o tempo de latência ou a taxa de transferência
de dados nos canais de uplink e downlink para os assinantes de acordo com as
suas necessidades e com o tipo de serviço contratado.
A camada MAC é dividida em três subcamadas: CS (Service-Specific
Convergence Sublayer – Subcamada de Convergência Específica), CPS (Common
Part Sublayer – Subcamada de Convergência Comum) e Subcamada de Segurança
(Security Sublayer).

2.3.2.1 Camada Física

O Modelo IEEE 802.16 possui quatro padrões de camada física para o WMAN
(Wireless Metropolitan Area Network): SC, SCa, OFDM e OFDMA. Enquanto o IEEE
802.11, embora suporte os mesmos padrões, possui componentes específicos de
canalização e transmissão de máscara espectral. Este último modelo não fará parte
do escopo deste trabalho.
A escolha do modelo de camada física a ser aplicada, irá variar de acordo
com a necessidade de uso.
Deve-se atentar às modulações com muitos símbolos, pois embora alcancem
taxas de dados elevados, possuem alcances reduzidos. São exemplos: QPSK e
QPSK com mapeamento de Gray, com constelação de 4 símbolos; 16-QAM, com
constelação de 16 símbolos; 64-QAM, com constelação de 64 símbolos; 256-QAM,
com constelação de 256 símbolos; BPSK e Spread BPSK, com constelação de 2
símbolos. Vide figura 2.

Figura 2 – Associação dinâmica das técnicas de modulação.


31

As principais funções desempenhadas pela camada física são:


 Transmissão dos MAC PDU’s;
 Definição das técnicas de transmissão digital: modulação e codificação;
 Definição de espectro;
 Correção de erro direta;
 Definição da técnica de duplexing;
 Construção dos frames e sub-frames de transmissão;
 Principais aspectos das camadas físicas padronizadas pelo IEEE
(Institute of Electrical and Electronic Engineers);
 Capaz de suportar diferentes perfis de tráfego

2.3.2.2 Camada MAC

Os protocolos desta camada foram criados para dar suporte a aplicações


ponto-a-ponto e PMP (ponto-multiponto), e também para suportar taxas muito altas,
tanto na direção uplink quanto downlink.
As principais funções desempenhadas pela camada MAC são:
 Suporte à qualidade de serviço;
 Adaptação do tráfego de outras tecnologias para a rede Wi-MAX;
 Suporte ao ajuste adaptativo das técnicas de transmissão digital em
função do meio de transmissão;
 Multiplexação de fluxos de tráfego em conexões;
 Escalonamento e alocação dinâmica de recursos de transmissão;
 Suporte à segurança da comunicação;
 Controle de acesso e transmissão de informações;
 Suporte à topologia da rede.
Os serviços requeridos pelos usuários finais terão natureza variada (dados,
VoIP (Voz sobre IP), vídeo, etc.), fazendo com que o protocolo MAC se adeque tanto
em tráfego contínuo quanto em rajadas e, garanta QoS. Para isso, a subcamada de
convergência o torna suficientemente flexível para suportar qualquer tipo de tráfego.
32

2.3.2.3 Subcamada de Convergência Específica

A subcamada CS utiliza MAC SAP (Service Access Point) para obter os


serviços fornecidos pela subcamada MAC CPS. O CS implementa as seguintes
funções:
 Responsável pela recepção das PDU’s (Protocol Description Unit)das
camadas mais elevadas;
 Responsável por executar a classificação das PDU’s das camadas
superiores;
 Processar, quando necessário, as PDU’s das camadas mais elevadas
baseadas em suas classificações;
 Responsável por entregar às CS PDU’s a MAC SAP apropriada;
 Responsável por receber as CS PDU’s de sua entidade par.

Atualmente, apenas duas especificações da CS estão disponíveis: a ATM


(Asynchronous Transfer Mode) CS e a Packet CS.

2.3.2.4 MAC Common Part Sublayer - MAC CPS

A subcamada MAC CPS recebe os dados das diversas subcamadas CS e


tem como principais funções: prover acesso às funções do sistema, garantir
mecanismos eficientes de compartilhamento de recursos e alocar largura de banda.
Esta subcamada possui dois tipos de topologia de rede: PMP e Mesh, porém
esta última não faz parte do escopo deste trabalho.
Na topologia PMP, um sistema WiMAX opera uma estação central chamada
de BS, provida de antenas setorizadas, de forma que possam tratar
simultaneamente as comunicações com as estações dos usuários [denominadas
estações assinantes (SS)] de setores múltiplos e idependentes.
No enlance downlink, todas as estações SS que estão em um determinado
setor e utilizam um dado canal de frequência recebem a mesma transmissão ou
parte dela. A estação base é o unico transmissor operando nesta direção e,
portanto, não necessita de coordenação com outras estações, exceto no caso de
duplexação por TDD.
33

A BS realiza um broadcast (difusão) para todas as SS’s de um setor e, estas


verificam o endereço de destino nas mensagens recebidas e processam somente as
mensagens destinadas a elas. As mensagens podem ser enviadas para todas as
SS’s por difusão, mas também podem ser enviadas individualmente ou por multicast
para grupos de SS’s.
Na outra direção, as SS’s compartilham o enlace de subida conforme a
demanda. Dependendo da classe de serviço utilizada, a SS pode receber o direito
de transmitir continuamente ou esse direito deve ser solicitado pelo usuário à BS.
As mensagens podem ser dirigidas individualmente, transmitidas em conexões
multicast (citando como exemplo as mensagens de controle e a distribuição de
vídeo), ou por difusão.
Dentro de cada setor, as SS’s aderem a um protocolo de transmissão que
controla o acesso entre utilizadores e habilita o serviço a ser transmitido, adaptado
aos requisitos de atraso e largura de banda de cada apliação do usuário. Isto é
realizado através de quatro tipos diferentes de mecanismos de escalonamento
ascendente, os quais são executados usando procedimentos de grants (concessão),
polling (polinizar), e contention (disputa). Estes mecanismos são definidos no
protocolo para permitir a otimização do desempenho do sistema, usando
combinações diferentes destas técnicas na atribuição de débito; mantendo, contudo
definições consistentes de interoperabilidade entre diferentes implementações. Por
exemplo, a disputa pode ser usada para evitar a polinização individual das SS’s que
ficaram inativas durante um longo período de tempo.
A utilização da polinização simplifica a operação do acesso e garante que as
aplicações recebem o serviço de uma BS de forma determinística, se for necessário.
Em geral, as aplicações de dados são tolerantes a atrasos, mas as aplicações de
tempo real como a voz e o vídeo, requerem o serviço de um modo mais uniforme e,
por vezes, com um escalonamento muito estrito.
O MAC, por ser orientado à conexão, tem a finalidade de mapear os serviços
das SS’s e associar os diferentes níveis de QoS. Todas as comunicações de dados
estão no contexto de uma conexão de transporte. Os fluxos de serviço podem ser
provisionados quando uma SS é instalada no sistema. Logo após o registro da SS
ser efetivado, conexões são associadas a estes fluxos (uma conexão por fluxo de
serviço) o que possibilita ter uma referência sobre qual fluxo de serviço é
responsável por solicitar largura de banda. Adicionalmente, podem ser estabelecidas
34

novas conexões, caso o serviço do cliente possua esta necessidade. Uma conexão
define o mapeamento entre pares de processos de convergência que utilizam o MAC
e o fluxo de serviço que é definido pelos parâmetros de QoS.
O conceito de um fluxo de serviço em uma conexão de transporte é central
para a operação do protocolo MAC, pois fornecem mecanismo para o gerenciamento
de QoS no uplink e no downlink. Em particular, eles são integrantes ao processo de
alocação de largura de banda. Uma SS pede largura de banda no uplink em uma
conexão base (implicitamente identificando o fluxo de serviço). A Largura de banda é
concedida pela BS a uma SS, como um agregado de todas as concessões para uma
SS (dentro de um intervalo de escalonamento) ou com base numa conexão.
As conexões, uma vez estabelecidas, podem requerer manutenção ativa. Os
requisitos de manutenção variam, dependendo do tipo de serviço contratado. O
tráfego por ser em rajadas e com alta possibilidade de fragmentação possibilita que
o serviço IP solicite manutenção contínua, no momento do restabelecimento das
conexões. Essas conexões podem ser encerradas, quando ocorrerem mudanças
nos contratos dos clientes do serviço ou quando a BS e a SS decidem terminar.

2.3.2.5 Subcamada de Segurança

A subcamada de segurança, está localizada abaixo da subcamada MAC, ela


é responsável por fornecer autenticação, troca de chaves de segurança, criptografia
e privacidade às SS’s, através da encriptação das conexões geradas entre a BS e a
SS ao longo da rede. Além disso, a subcamada protege as estações base contra o
acessos não autorizados a seus serviços, através de um protocolo de gerência de
chaves, cliente / servidor, no qual a BS (server) controla a distribuição das chaves
para os clientes SS’s.
Adicionalmente, os mecanismo básicos de privacidade são reforçados
utilizando autenticação por certificado digital em seu protocolo de gerência de
chaves PKM (Privacy Key Management). Um certificado digital contém a chave
pública da estação SS e seu endereço MAC.
35

2.3.3 Handover para o IEEE 802.16e

2.3.3.1 Importância e funcionalidade

O mecanismo de handover é responsável pelo roaming de uma estação


móvel entre células, por manter a conexão, permitir continuidade no fornecimento
de serviços, transportar as informações de controle e controlar o fluxo de dados dos
usuários.
Um dos maiores desafios do mecanisco de handover é ser rápido e sofrer
perdas mínimas. Sua funcionalidade se dá através de unidades de BS’s que cobrem
determinada área e são conectadas por um backbone de rede.
Cada backbone de rede pode conter um “AAA” centralizado (Autorização,
Autenticação e Accounting), que é responsável pelo abastecimento e
provisionamento para todos os usuários (servidores) especializados. Este modelo é
responsável pela autenticação e autorização, tipos de serviço que são consultados
de forma exaustiva e coletiva a todos os ASA-Server (Authentication and Service
Authorization – Server) que podem ser únicos ou múltiplos, centralizados ou
distribuídos. Todas as mensagens de controle são definidas e especificadas pelos
serviços operacionalizados pela BS e MS.
O Quadro 1 destaca os elementos envolvidos no Handover:

Quadro 1 – Elementos do 802.16e


Ponto de Elementos especificados para 802.16e
referência
MS Estação subscritora móvel que contém MAC (CS), camada
física
BS Estação base: Possui uma única entidade MAC para cada
setor coberto, e possui funcionalidade similar aos agentes do
IP móvel.
ASA SERVER Servidor de autenticação, autorização e manutenção de rede.
Estes servidores são opcionais e poder ser implementados
como entidades distribuídas.
36

ASA
SERVER(S) Operador “A”
Backbone de
Rede
BS #1

Gateway
BS #2

Operador “B”
Backbone de
Rede

BS #3

ASA
SERVER(S)

Figura 3 – Modelo de Rede

A Figura 4.1: Demonstra o funcionamento do mecanismo de handover sobre


duas redes que são operadas por diferentes operadores (A e B) e coexistem na
mesma área de serviço. BS #1 é o serving BS para a MSS (Mobile Subscriber
Station) descrita. BS #2 e BS #3 são as BS´s vizinhas. Se a MS descrita se mover
mais perto da BS #2, como demonstrado pela linha pontilhada, a BS #2 poderá ser a
BS alvo para um Handover (HO). Se a MS descrita continuar se movimento na área
coberta perta BS #3, ela poderá executar HO nesta BS.

2.3.3.2 Funcionalidades do Agente de Mobilidade

A pilha de protocolos da BS, além das habituais camadas do 802.16, contém


a camada dos Agentes de Mobilidade (MA). As funções do MA a seguir, são
similares às funções do agente IP móvel:
1- Terminação de túnel que leva dados da MS para a rede home, incluindo o
desencapsulamento das unidades de dados de entrada;
37

2- Comunicação com a CS - Depois da chegada de uma nova MS na célula, é


criada uma nova conexão. Isto inclui:
 Criação de novos classificadores para enviar dados às conexões;
 Especificação de QoS apropriado por conexão.

3- Após a mudança da BS, a MS desfaz as conexões e apaga os


classificadores.

Figura 4 – Pilha de protocolo da BS.

2.4 CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA

Convergência tecnológica é um termo que, de maneira geral, é utilizado para


designar a tendência de utilização de uma única infra-estrutura de tecnologia para
prover serviços que, anteriormente, requeriam equipamentos, canais de
comunicação, protocolos e padrões independentes. Faz-se isso para permitir que o
utilizador tenha acesso às informações de qualquer lugar e através de qualquer meio
de comunicação por uma interface única e as suas evidências revelam-se em muitos
setores, na economia, na comunicação e na produção, entre outros. O Deutsche
Bank Research define convergência como "um processo de mudança qualitativa que
liga dois ou mais mercados existentes e anteriormente distintos.
Os meios de telecomunicações como rádio, televisão, redes de computadores
e de telefonia são envolvidas no processo de convergência. Embora todos os
horizontes apontem agora para outro tipo de convergência, mais alargada e cujas
oportunidades de aplicação são ainda mais abrangentes do que as da Web, o
encontro entre a nanotecnologia, biotecnologia e tecnologia da informação, a
atenção deste estudo foca apenas a convergência em telecomunicações.
38

O histórico das tecnologias em convergência inicia-se com o desenvolvimento


da rede telefónica tradicional, comutada por circuitos, que serviu de base para a
prestação dos primeiros serviços de maneira convergente. Na década de 1980, as
redes de telefonia deixaram de exercer exclusivamente sua função tradicional de
transmissão por sinais analógicos de voz para incorporar também a possibilidade de
transmissão de dados digitais, através da tecnologia RDSI (Rede Digital de Serviços
Integrados) que começou a ser implantada na Europa.
Nesta época, as expressões "convergência tecnológica" ou "convergência
digital" (já que as aplicações analógicas têm vindo a ser, progressivamente,
substituídas por soluções digitais, que apresentam vantagens como melhor
regeneração do sinal) não eram difundidas, embora já começasse a surgir a
preocupação com um dos fatores impulsionadores da convergência que é a
possibilidade de diversificar o uso de um mesmo canal de comunicação, optimizando
este uso para atender a diversas necessidades do utilizador. O amadurecimento
dessa tendência não foi súbito e arrastou-se ao longo de pelo menos duas décadas.
Havia restrições tecnológicas significativas, já que ainda predominavam os enlaces
analógicos em banda base e a fibra óptica ainda tinha custo elevado para instalação
e operação.
Na década de 1990, acompanhando o avanço das redes de
telecomunicações, tornou-se mais comum falar em convergência tecnológica. A
popularização da Internet foi um passo fundamental para que o conceito se
difundisse, principalmente fora dos meios corporativos. Na verdade os primeiros
"internautas" não dispunham de recursos adequados para obter a qualidade
esperada em serviços convergentes, pois a maioria dependia de conexões discadas
por enlaces analógicos sobre par de cobre. O usuário doméstico comum só
começou a beneficiar-se da convergência com a adoção em massa de conexões
xDSL (Digital Subscriber Line), que pela primeira vez forneceram, a um custo
acessível, capacidade de transmissão suficiente para utilização de serviços tais
como VoIP.
Com a consolidação da Internet como a mais importante rede de informações
do mundo globalizado, também se estabeleceram os padrões tecnológicos que ela
emprega, tais como o protocolo IP e a comutação de pacotes. Esses elementos,
aliados ao barateamento e aprimoramento dos meios de transmissão em banda
larga, crescente demanda por serviços multimidias, criação de novos protocolos
39

como o SIP (Protocolo de Iniciação de Sessão) e de mecanismos como MPLS (Multi


Protocol Label Switching), estão a dar forma à arquitetura de redes convergentes
que se chama NGN (Next Generation Networking).

2.4.1 Convergência fixo-móvel

Em 1990 começou a falar-se na convergência entre telefonia fixa e móvel,


mas sem resultados práticos. Uma década depois o assunto ressurge, ainda sem
uma definição clara do que seria tal convergência, embora se possa dizer, em linhas
gerais, que se tem como objetivo disponibilizar serviços convergentes pelos
ambientes fixo, móvel e Internet.
Atualmente, as operadoras de telefonia enfrentam desafios para desenvolver
estratégias para convergência fixo-móvel. As tecnologias que recebem mais atenção
(Unlicensed Mobile Access, IP Multimedia Subsystem) são centradas na própria rede
e estão em estágio imaturo, despendendo esforços que divergem da real
necessidade da prestação efetiva de serviços para competir com outros provedores
como Skype. Ainda falta demanda de mercado consistente, tanto de consumidores
quanto empresas.
O Yankee Group publicou um estudo que identifica quatro estágios
sucessivos na convergência fixo-móvel:
1. Convergência por pacotes (packaging convergence): Forma mais
básica de convergência que consiste simplesmente na oferta comercial de
telefonia fixa e móvel num único pacote de serviços. Não há integração
entre tecnologias, mas unificação do atendimento ao consumidor e
cobrança de faturas.
2. Convergência de recursos (feature-based convergence): Integração de
recursos que, anteriormente, existiam apenas para telefones fixos ou
móveis. Pode-se citar funcionalidades de transferência automática de
chamadas direcionadas para um telefone fixo (como na residência do
cliente) para seu celular ou vice-versa, bem como caixa de mensagens de
voz integrada.
3. Convergência de produto (product convergence): Convergência
resultante da redundância entre produtos fixo e móvel, fazendo com que
efetivamente se tornem um só. É um amadurecimento da convergência de
40

recursos, pois à medida que começam a ser oferecidos em um produto,


recursos que só eram disponíveis no outro (por exemplo, suporte a E911
em telefones móveis e melhoria do sinal dentro das residências), a
telefonia fixa tende a cair em desuso.
4. Convergência total (seamless convergence): Quando a experiência do
usuário ocorre de maneira transparente, coesa, contínua. Pode-se mudar
de localização ou terminal sem sobressaltos, mantendo acesso às
mesmas informações e serviços. A mesma agenda de contatos
telefônicos, perfis e configurações ou arquivos multimídia estariam
sempre disponíveis e sincronizados seja no telefone móvel, PDA
(Personal Digital Assistants) ou desktop.
À convergência tecnológica, característica da economia digital, associam-se
algumas vantagens: de permitir a interoperabilidade de sistemas, de possibilitar
novos dispositivos facilitadores da mobilidade, de ser interativa, de obter serviços
integrados que disponibilizam mais informação e serviços. No entanto, também
surgem questões que se levantam com as consequências políticas, culturais e
sociais que daí advirão.

2.4.2 Previsões

Segundo Greg Johnson (2006), os próximos desenvolvimentos no que


respeita à convergência tecnológica deverão incluir a evolução do vídeo pela Web, o
marketing móvel, a web 2.0, a integração do entretenimento nos conteúdos, o
software social que determinará a comunicação colaborativa e o uso de voz, o
confronto entre o mundo físico e o digital, processo este que permitirá grande
mobilidade de dados, aceleração digital, busca e pagamentos móveis e, finalmente
novas redes multimédia digital através da fase de maturação dos vídeos.
Nicholas Negroponte (2006 - professor do MIT “Instituto Tecnológico de
Massachusetts”) é um visionário da tecnologia do futuro, antecipando cada vez mais
a interatividade no mundo digital, através da interacção entre bits de vídeo e de
áudio, que permitirá moldar mais facilmente as interfaces. N.Negroponte (2005) é
um dos fundadores da iniciativa "One Laptop per Child" que fez surgir o primeiro
protótipo do laptop a 100 dólares. Esta tecnologia é baseada em software livre, a
41

máquina não possui disco rígido, conta com um processador de 500 MHz, memória
RAM de 128 MB, quatro portas USB e memória Flash de 500 MB.
A tecnologia à serviço da informação é hoje uma realidade física, cuja
evolução ainda está longe de se esgotar. Há visionários, como Frank J. Tipler
(2007), que preconizam ainda para este século, evoluções tecnológicas como a
inteligência artificial ou o download humano recorrendo à nanotecnologia e aos
computadores quânticos.
42

3 CONCLUSÃO

Este trabalho propôs mostrar a evolução das comunicações com o intuito de


dar subsídios para o entendimento sobre a nova tendência mundial no rumo à
evolução das redes móves, tornando possível a leitura sobre o histórico dos diversos
meios de comunicação. Em seguida pode-se conhecer um pouco mais sobre o
desenvolvimento da telefonia móvel e das redes sem fio. Percebeu-se ainda um
detalhamento sobre características e peculiaridades da rede WiMAX e para finalizar,
uma observação cuidadosa sobre convergência.
Nunca foi tão falado em convergência como tem sido discutido na atualidade.
Pela primeira vez, equipamentos e fornecedores do sistema WiMAX marcaram
presença em diversos lugares do mundo, porém isso não certifica à tecnologia um
espaço garantido na evolução tecnológica da telefonia móvel, poise ainda ainda se
descutem questões como: "Este ano será decisivo para o WiMAX, que so freu um
retrocesso em 2007", diz Andrew Parkin-White, analista principal da Analysis,
consultoria especializada no mercado de telecom e TI. Existe ainda uma outra
ameça mais consistente sobre esse padrão, a evolução mais rápida da LTE.
Contribuiu para isso o anúncio feito pela China Mobile que se uniu a duas
outras grandes operadoras, a Verizon e a Vodafone, para testar a nova tecnologia.
No Japão, a Ericsson anunciou contrato com a NTT DoCoMo e a Alcatel-Lucent,
uma das empresas que vem incentivando o WiMAX. Em contrapartida, para o LTE
também há desafios, como alcançar performances e preços adequados em tempo
de atender as necesidades do mercado.
Pode-se observar uma alta expectativa na rede WiMAX, que é percebida
através dos volume de investimentos na tecnologia, a saber: desenvolvimento de
produtos para a faixa de 700 MHz, buscando expansão de espectro e de
oportunidades de mercado. Pelo balanço da entidade, há 28 produtos nas faixas de
2,3 GHz e 2,5 GHz que foram licenciados até agora com o padrão WiMAX.
Em contrapartida, o cenário parece duvidoso para o WiMAX e há ainda quem
defenda que os desenvolvimentos do produto sejam integrados com os do LTE. Os
maiores fabricantes de aparelhos móveis do mundo estão unindo forças para o
desenvolvimento do padrão móvel LTE que promete ser mais rápido e cobrir maiores
distâncias que os atuais serviços 3G. A tecnologia vai trabalhar com telefones
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celulares, notebooks e também conexões fixas em banda larga, demonstrando


potencial de substituir a tecnologia Wi-Fi.
É notório que o serviço LTE será concorrente do WiMax que é estimulada
pela Intel e já está em funcionamento nos Estados Unidos, China e algumas regiões
do Reino Unido, porém as empresas estão atentas à todo momento. A empresa T-
Mobile, através de seu presidente Alemanha, informou que se a tecnologia LTE se
provar eficaz em testes, poderá atualizar sua rede com ela.
Redes sem fio de 4G são cada vez mais necessárias, devido ao crescimento
da demanda por serviços móveis de dados. Atualmente a indústria não determinou
um padrão para as redes 4G porém nota-se que empresas e desenvolvedores estão
dando maior atenção ao padrão 802.16e, por seu potencial em oferecer suporte a
mobilidade, diferentes níveis de QoS, escalabilidade, segurança e portabilidade.
Essa expectativa existe para tentar superar desafios dentre os quais podemos
destacar a escassez de largura de banda decorrente das características físicas do
meio sem fio, técnicas de alocação de canais e principalmente a proposta de
gerenciar eficientemente os limitados recursos de freqüência.
Algumas questões não foram deliberadamente exploradas no escopo deste
trabalho, constituindo assim, temas de estudos futuros, especialmente no âmbito da
convergência entre os diversos sabores de tecnologia de telefonia celular e o
modelo IEEE 802.16eWiMAX Móbile. Foi também observado o possível estudo de
um modelo Wireless (Wi-Fi) e WiMAXdual mode ou redes interconectadas. Esse é
um recurso muito interessante, já que as primeiras redes WiMAX irão interoperar
com a rede Wi-Fi, porém constitui tema para estudos futuros.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Broadband Wireless Access Systems IEEE Std 802.16-2004. Acessado em 29 de
Junho de 2004.

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padrão 802.16: um estudo de caso para Belém. Orientador Prof. Antônio Jorge
Gomes Abelém. Belém, 2005. Projeto final (Bacharelado em Ciência da
Computação) - Universidade Federal do Pará, 2005.

[3] CARVALHO JR., Jaime Cesar de. Qualidade de serviço em redes IEEE 802.16:
Como agendar tráfego para cumprir os requisitos QoS de classes heterogêneas de
tráfego. Orientador Profa. Luci Pimez. Rio de Janeiro, 2005. Projeto final
(Especialização em Gerência de Redes e Tecnologia Internet). Núcleo de
Computação Eletrônica, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,
2005.

[4] TANENBAUM, Andrew S. Redes de computadores. 4. ed. Elsevier, 2003.

[5] CAMARA., Jéferson Marcelo de Oliveira & SILVA., Mônica Fernandes da. Redes
sem fio metropolitanas baseadas no padrão 802.16: Um estudo de caso para Belém.
Prof. Dr. Antônio Jorge Gomes Abelém. Belém, 2005. Trabalho de conclusão de
Curso apresentado para obtenção do grau de Bacharel em Ciência da Computação.
Centro de Ciências Exatas e Naturais. Universidade Federal do Pará. Belém, 2005.

[11] WiMAX, IEEE 802.16 - Camadas Física e MAC.


.http://www.gta.ufrj.br/grad/06_1/wimax/index.html. Acessado em 30 de Junho
de 2006.

[12] IEEE 802.16 Air Interface For Fixed Broadband Wireless Access Systems,
Amendment 2: Physical and Medium Access Control Layers for Combined Fixed and
Mobile Operation in Licensed Bands IEEE Std 802.16e™-2005 and IEEE Std
802.16™-2004/Cor1-2005. Acessado em 20 de Junho, 2006).

[13] Naves., Sanzio e Chan., Rodrigo – WiMAX (IEEE 802.16): Tutorial e


Comparação de Esforços de Simulação. Inatel – Instituto Nacional de
Telecomunicaçòes, Santa Rita do Sapucaí, fevereiro de 2006.

[14] Santoro., Rodrigo Ricart Santoro – Impacto das rede sem fio (Wlans) nas redes
móveis celulares. Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em
Engenharia Elétrica do Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro 2005.

[15] IEEE 802.16 Broadband Wireless Access Working Group. Title IEEE 802.16e
Handoff Draft - C80216e-03_20r1 - http://ieee802.org/16. Acessado em 15 de
Junho de 2006.

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