A Fenomenologia de Husserl A Merleau-Ponty
A Fenomenologia de Husserl A Merleau-Ponty
A Fenomenologia de Husserl A Merleau-Ponty
Heidegger e Merleau-Ponty
Curso de Especialização em Psicologia
Humanista-Existencial - UNESA
Essência Existência
• Permanência • Devir ou vir-a-ser
• Determinações • Autodeterminação
• Necessidades • Possibilidades
• Estrutura • Projeto
• Identidade • Ser em questão enquanto
• O fixo existe
• O fechado • O móvel
• O aberto
Fenomenologia
• Psiquiatria: Jaspers,
Minkowisk, Laing
Medicina • Neurologia: Kurt
Goldstein
• Psicologia da Gestalt
• Dinâmica de Grupos (Kurt
Lewin)
Psicologia • Erich Fromm
• Lacan
Edmund Husserl – dados biográficos
• Nasce em 1859 em Prossnitz (República
Tcheca)
• Filho de uma família judia liberal indiferente
para com a religião e que lhe dá ótima
educação
• Porém era considerado um aluno pouco
estudioso e ambicioso, conhecido por dormir
em sala de aula
• Ainda assim, cedo manifesta seu talento e
interesse pela Matemática
• Aos 17 anos vai para a Universidade de Leipzig
e de Berlim estudar Matemática, Astronomia,
Física e Filosofia (Alemanha)
• Tem suas primeiras aulas de Filosofia com
William Wundt
• Transfere-se para a Universidade de Viena
onde tem como colega de classe Sigmund
Freud
• “Converte-se” para a Filosofia com Franz
Brentano
• Aos 28 anos converte-se ao cristianismo e
torna-se luterano
• No ano seguinte, casa-se com Malvine
Steinschneider, com quem tem três filhos
• Ingressa na Universidade de Halle onde se
torna assistente do psicólogo Carl Stumpf
• 1900-1901: Agora na Universidade de
Göttingen, publica “Investigações lógicas” e
reúne o primeiro grupo de adeptos da
Fenomenologia
• 1906: É negado a ele o título de professor
titular sob a alegação de que sua obra
“carece de importância científica”. Mergulha
em profunda crise
“Mencionarei em primeiro lugar a tarefa geral que
tenho de resolver se pretendo chamar-me filósofo:
realizar uma crítica da razão. (...) Sem haver pensado,
esboçado, averiguado e demonstrado uma visão
dessa crítica, não posso viver sinceramente. Já provei
bastante os suplícios da obscuridade, da dúvida que
vacila de lá para cá. Preciso atingir uma íntima
firmeza. Sei que se trata de algo grande, imenso; sei
que gênios fracassaram nessa empreitada (...) Não
quero comparar-me com eles, mas não posso viver
sem clareza.”
Edmund Husserl
A Fenomenologia como
“neocartesianismo”
• Husserl tem como principal questão a
possibilidade da certeza
• Ele quer fazer da Filosofia uma ciência
rigorosa e um método de fundamentação de
todas as ciências
• Sei interesse pela Matemática está
relacionada a isso
• Porém ele entende que o caminho da “razão
pura” é insuficiente
A Fenomenologia como
“neocartesianismo”
• Para Husserl, há uma crise no pensamento
europeu: o declínio do Idealismo e a emergência
do Positivismo ameaçava a Filosofia de morte
• Husserl, provocado por Brentano, percebe a
insuficiência das ciências, especialmente as
ciências humanas e a Psicologia
• O que ele censura nelas é ter tomado para si os
métodos das ciências da natureza
• Também censura as ciências da natureza por se
contentarem com a descoberta de causas sem
esclarecer o seu objeto
A Fenomenologia como
“neocartesianismo”
• Crítica ao psicologismo: as leis lógicas não
podem fundamentar-se na Psicologia
• Crítica ao naturalismo: a natureza não é a única
realidade e nem a consciência é um epifenômeno
• Crítica ao historicismo: a verdade não é relativa
de acordo com as circunstâncias históricas
• Em Husserl, o psiquismo não é coisa, mas
fenômeno
• Assim sendo, ele retoma a questão de Descartes,
mas propõe outro método
A Fenomenologia como
“neocartesianismo”
• “Meditações Cartesianas” (1931): obra na qual
faz a crítica mais radical a Descartes
• Nela Husserl expõe que a dúvida metódica aplica-
se ao próprio eu: caso contrário, o filosofar torna-
se solipsista
• Para Descartes, a consciência é como uma caixa
de ressonância dentro da qual dialoga consigo
mesma
• Além disso, o mundo não passaria de uma
hipótese passível de verificação racional
A Fenomenologia como
“neocartesianismo”
• Mas enquanto Descartes coloca em suspenso o
mundo, Husserl coloca em suspenso o próprio
sujeito
• Então, ainda que tendo o mesmo ponto de
partida, Husserl distancia-se de Descartes
radicalmente
• Husserl tenta demonstrar que ao se radicalizar o
princípio cartesiano do voltar-se a si mesmo é
impossível não se voltar para o próprio mundo
• É impossível duvidar da existência do mundo:
mundo e sujeito encontram-se na consciência
como uma totalidade indissolúvel
Consciência
• Fenômeno (phenomenon): aquilo que se mostra
por si mesmo, mas não é mera aparência
• Fenômeno = aquilo que se mostra a consciência =
vivência
• Como a vivência depende da consciência
individual, o conhecimento produzido a partir do
fenômeno é construído
• O fenômeno não apresenta fatos nem dados
puros, mas constructos
• A Fenomenologia é uma descrição da estrutura
do fenômeno
Consciência
• Consciência é intencionalidade
• Intencionalidade: toda consciência é movimento
para fora de si mesma
• A consciência é intencional, ou seja, não existe
consciência sem objeto. A “consciência em si” é
um nada
• A consciência existe como um ato vivencial
(vivência). Não é um lugar, um depósito.
Portanto, não pode ser dividida
• Ego Cogito Cogitatum: “eu penso o pensado”
Consciência
• Noesis: os diversos atos ou visadas da
consciência (percepção, imaginação, emoção,
recordação, ideação, etc)
• Noema: as coisas visadas pela consciência
• Cada visada da consciência revela uma região do
ser (percepção – percebido; imaginação –
imaginado, etc.)
• Regiões do ser: dos objetos naturais, dos objetos
matemáticos, dos valores morais, etc.
• A Fenomenologia é uma ontologia regional na
medida em que trata o ser em suas diferentes
regiões
A intuição das essências
• O fenômeno não é uma película de
impressões ou uma cortina atrás da qual se
esconde o mistério da coisa em si
• O fenômeno manifesta a sua essência através
de diversas visadas
• A intuição da essência do fenômeno se dá
independente de suas manifestações
particulares
A intuição das essências
• A intuição é o meio pelo qual se pode chegar
às essências dos fenômenos
• A intuição é pré-racional: acontece antes das
operações racionais
• O intuído pode ser submetido à razão, mas
somente depois de ser dado à consciência
pela intuição
Redução fenomenológica
• Redução fenomenológica: o modo de acesso
aos fenômenos é “ir às coisas mesmas”
• Visa descrever com rigor e explicitar a
essência do fenômeno: o significado
• Só é possível chegar ao fenômeno como ele se
apresenta e não através de sistemas de
verdade e suas premissas ou hipóteses
tomadas como ponto de partida
Redução fenomenológica
• Também chamada Epoché: “colocar entre
parênteses” em grego
• É a operação pela qual a existência efetiva do
mundo exterior é “posta entre parênteses”
• A redução suspende a “tese do mundo”:
aceitação ingênua de que as coisas são como
parecem ser
• Não deve ser confundido com negação ou
restrição do mundo
• Atitude natural: a atitude cotidiana de “tese do
mundo”
Redução fenomenológica
• Diante de um fenômeno, o sujeito deve estar
atento a todos os seus próprios pressupostos
(ideias, crenças, valores, intenções prévias)
• Deve, então, abandonar temporariamente os
seus pressupostos e apreender o fato da
forma mais pura possível
• A partir daí, descrever as características do
fato observado em todas as suas variações
Redução fenomenológica
• Ao serem identificadas as variações do
fenômeno, parte-se para buscar a sua
essência empírica: o invariável na aparência
• Finalmente, busca-se a essência pura do
fenômeno: o invariável no significado
• Ao se atingir este ponto, dá-se ao sujeito a
certeza sobre o fenômeno: sua evidência
apodítica
Redução fenomenológica
• Há dois níveis ou momentos da redução
• Redução eidética: É o primeiro momento.
Consiste em buscar o significado ideal e não
empírico do mundo
• Redução transcendental: Visa a essência da
própria consciência como constituidora das
essências ideais.
• As coisas caracterizam-se pelo seu
inacabamento, pela possibilidade de novas
visadas
• As ideias ou conceitos caracterizam-se por seu
aspecto universal, total e acabado
Redução fenomenológica
• Variação imaginária ou eidética: atividade
que procura captar na multiplicidade infinita
dos esboços e perspectivas a unidade de
sentido
• A redução absoluta é impossível
Eu Transcendental
• O Eu Transcendental não é uma substância,
mas o resultado final de todas as reduções
• É o fundamento e origem de toda significação
• É a consciência que inicialmente é
inconsciente de si, embora sempre consciente
de algo
• O Eu Transcendental depende da inter-relação
com outros “eus” a fim de validar o que
parece desvelar a essência do fenômeno
Eu Transcendental
• Ele combate o solipsimo cartesiano não
apenas rompendo com o dualismo
ontológico, mas também instaurando como
critério último de certeza a intersubjetividade
• O produto da explicitação de um fenômeno é
confrontado com outros produtos possíveis:
somente então é possível defini-lo na forma
de um conceito abstrato universal
Cubo mágico
Cubo mágico
Cubo mágico
Nona sinfonia de Beethoven
Nona sinfonia de Beethoven
Nona sinfonia de Beethoven
Nona sinfonia de Beethoven
Árvore
O que é árvore para o negociante?
E para a pessoa cansada?
E para o biólogo?
O isqueiro tradicional
O isqueiro popular
Ainda é um isqueiro?
Ainda é um isqueiro?
Isqueiro é um objeto material de
natureza físico-química feito pelo
homem para acender cigarros.
A essência pura!
Fenomenologia
Atitude natural Atitude fenomenológica