SF235126166760 20230531

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Institui o Programa Bolsa Família;

altera a Lei nº 8.742, de 7 de


dezembro de 1993 (Lei Orgânica da
Assistência Social), a Lei nº 10.820,
de 17 de dezembro de 2003, que dispõe
sobre a autorização para desconto em
folha de pagamento, e a Lei nº 10.779,
de 25 de novembro de 2003; e revoga
dispositivos das Leis nºs 14.284, de
29 de dezembro de 2021, e 14.342, de
18 de maio de 2022, e a Medida
Provisória nº 1.155, de 1º de janeiro
de 2023.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Fica instituído o Programa Bolsa Família, no


âmbito do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social,
Família e Combate à Fome, em substituição ao Programa Auxílio
Brasil, instituído pela Lei nº 14.284, de 29 de dezembro de
2021.
§ 1º O Programa Bolsa Família constitui etapa do
processo gradual e progressivo de implementação da
universalização da renda básica de cidadania, na forma
estabelecida no parágrafo único do art. 6º da Constituição
Federal e no caput e no § 1º do art. 1º da Lei nº 10.835, de
8 de janeiro de 2004.
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§ 2º Os critérios, os parâmetros, os mecanismos e os


procedimentos para adequação dos benefícios do Programa
Auxílio Brasil ao Programa Bolsa Família serão estabelecidos
nesta Lei e em seus regulamentos.
§ 3º Ato do Poder Executivo federal regulamentará o
disposto nesta Lei.

CAPÍTULO II
DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 2º O Programa Bolsa Família, destinado à


transferência direta e condicionada de renda, será
implementado na forma estabelecida nesta Lei e em seus
regulamentos.
Art. 3º São objetivos do Programa Bolsa Família:
I - combater a fome, por meio da transferência direta
de renda às famílias beneficiárias;
II - contribuir para a interrupção do ciclo de
reprodução da pobreza entre as gerações; e
III - promover o desenvolvimento e a proteção social
das famílias, especialmente das crianças, dos adolescentes e
dos jovens em situação de pobreza.
Parágrafo único. Os objetivos do Programa Bolsa
Família serão obtidos por meio de:
I - articulação entre o Programa e as ações de saúde,
de educação, de assistência social e de outras áreas que
atendam o público beneficiário, executadas pelos governos
federal, estaduais, municipais e distrital;
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II - vinculação ao Sistema Único de Assistência


Social (Suas), de que trata a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro
de 1993 (Lei Orgânica da Assistência Social), permitida a
utilização de sua rede de serviços socioassistenciais;
III - coordenação e compartilhamento da gestão e da
execução com os entes federativos que venham a aderir ao
Programa, na forma estabelecida nesta Lei e em seus
regulamentos;
IV - participação social, por meio dos procedimentos
estabelecidos nesta Lei e em seus regulamentos;
V - utilização do Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (CadÚnico), instituído pelo art.
6º-F da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (Lei Orgânica
da Assistência Social), e sua promoção como plataforma de
integração do Programa a ações executadas pelos governos
federal, estaduais, municipais e distrital; e
VI - respeito à privacidade das famílias
beneficiárias, na forma estabelecida nas Leis nºs 12.527, de
18 de novembro de 2011, e 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei
Geral de Proteção de Dados Pessoais).
Art. 4º Para fins do disposto nesta Lei, considera-
se:
I - família: núcleo composto de uma ou mais pessoas
que formem um grupo doméstico, com residência no mesmo
domicílio, e que contribuam para o rendimento ou que dele
dependam para atendimento de suas despesas;
II - renda familiar mensal: soma dos rendimentos
auferidos por todos os integrantes da família, excluídos
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aqueles rendimentos indicados no § 1º deste artigo e em


regulamento;
III - renda familiar per capita mensal: razão entre
a renda familiar mensal e o total de integrantes da família;
e
IV - domicílio: local que serve de moradia à família.
§ 1º Para fins do disposto no inciso II do caput
deste artigo, não serão computados na renda familiar mensal,
sem prejuízo de outros rendimentos indicados em regulamento:
I - benefícios financeiros de caráter eventual,
temporário ou sazonal instituídos pelo poder público federal,
estadual, municipal e distrital;
II - recursos financeiros de natureza indenizatória,
recebidos de entes públicos ou privados, para recomposição de
danos materiais ou morais; e
III - recursos financeiros recebidos de ações de
transferência de renda de natureza assistencial instituídas
pelo poder público federal, estadual, municipal e distrital.
§ 2º O benefício de prestação continuada, de que
trata o art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (Lei
Orgânica da Assistência Social), recebido por quaisquer dos
integrantes da família, compõe o cálculo da renda familiar per
capita mensal.
§ 3º O Poder Executivo poderá autorizar o desconto
de faixas percentuais do valor do benefício de prestação
continuada recebido por pessoa com deficiência no cálculo da
renda familiar per capita mensal de que trata o inciso II do
caput deste artigo, observado, no que couber, o critério de
que trata o inciso I do caput do art. 20-B da Lei nº 8.742, de
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7 de dezembro de 1993 (Lei Orgânica da Assistência Social), na


forma do regulamento.

Seção II
Da Elegibilidade

Art. 5º São elegíveis ao Programa Bolsa Família as


famílias:
I - inscritas no CadÚnico; e
II - cuja renda familiar per capita mensal seja igual
ou inferior a R$ 218,00 (duzentos e dezoito reais).
Art. 6º As famílias beneficiárias do Programa Bolsa
Família cuja renda per capita mensal seja superior ao valor
estabelecido no inciso II do caput do art. 5º desta Lei serão
mantidas no Programa pelo período de até 24 (vinte e quatro)
meses, observados os parâmetros estabelecidos neste artigo e
em regulamento.
§ 1º Na hipótese de a renda familiar per capita
mensal superar o valor de meio salário mínimo, excluído de seu
cálculo o valor dos benefícios financeiros do Programa Bolsa
Família e observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 4º desta
Lei, a família será desligada do Programa.
§ 2º Durante o período de 24 (vinte e quatro) meses
a que se refere o caput deste artigo, a família beneficiária
receberá 50% (cinquenta por cento) do valor dos benefícios
financeiros a que for elegível, nos termos do art. 7º desta
Lei.
§ 3º Terão prioridade para reingressar no Programa
Bolsa Família:
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I - as famílias que voluntariamente se desligarem do


Programa; e
II - as famílias que forem desligadas do Programa em
decorrência do término do período de 24 (vinte e quatro) meses
previsto no caput deste artigo.
§ 4º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, a
família deverá cumprir os requisitos para ingresso no Programa
Bolsa Família estabelecidos nesta Lei e em regulamento.

Seção III
Dos Benefícios Financeiros

Art. 7º A transferência de renda do Programa Bolsa


Família é composta de benefícios financeiros disponibilizados
às famílias e calculados na forma estabelecida neste artigo e
em regulamento.
§ 1º Constituem benefícios financeiros do Programa
Bolsa Família:
I - Benefício de Renda de Cidadania, no valor de R$
142,00 (cento e quarenta e dois reais) por integrante,
destinado a todas as famílias beneficiárias do Programa Bolsa
Família;
II - Benefício Complementar, destinado às famílias
beneficiárias do Programa Bolsa Família cuja soma dos valores
relativos aos benefícios financeiros de que trata o inciso I
deste parágrafo seja inferior a R$ 600,00 (seiscentos reais),
calculado pela diferença entre este valor e a referida soma;
III - Benefício Primeira Infância, no valor de R$
150,00 (cento e cinquenta reais) por criança, destinado às
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famílias beneficiárias que possuírem, em sua composição,


crianças com idade entre 0 (zero) e 7 (sete) anos incompletos;
IV - Benefício Variável Familiar, no valor de R$
50,00 (cinquenta reais), destinado às famílias beneficiárias
que possuírem, em sua composição:
a) gestantes;
b) nutrizes;
c) crianças com idade entre 7 (sete) anos e 12 (doze)
anos incompletos; ou
d) adolescentes, com idade entre 12 (doze) anos e 18
(dezoito) anos incompletos;
V - Benefício Extraordinário de Transição, destinado
exclusivamente às famílias que constarem como beneficiárias do
Programa Auxílio Brasil na data de entrada em vigor deste
inciso, que será calculado pela diferença entre o valor
recebido pela família em maio de 2023 e o que vier a receber
em junho de 2023.
§ 2º Os benefícios financeiros de que trata o § 1º
deste artigo:
I - serão calculados na ordem estabelecida no § 1º
deste artigo, observada a elegibilidade da família a cada um
deles, na forma estabelecida em regulamento; e
II - poderão ser pagos cumulativamente às famílias
beneficiárias, na forma estabelecida em regulamento.
§ 3º Ato do Poder Executivo federal poderá alterar:
I - os valores dos benefícios financeiros de que
tratam os incisos I, III e IV do § 1º deste artigo;
II - o valor de referência de R$ 600,00 (seiscentos
reais) de que trata o inciso II do § 1º deste artigo; e
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III - o valor de referência para caracterização da


situação de pobreza de que trata o inciso II do caput do art.
5º desta Lei.
§ 4º Os valores de que trata o § 3º deste artigo
poderão ser corrigidos a cada intervalo de, no máximo, 24
(vinte e quatro) meses, na forma estabelecida em regulamento,
vedada sua redução.
§ 5º O Benefício Variável Familiar será calculado
por integrante familiar que se enquadrar nas hipóteses
previstas no inciso IV do § 1º deste artigo.
§ 6º Os benefícios financeiros de que tratam os
incisos I, II, III e IV do § 1º deste artigo serão pagos
enquanto as famílias beneficiárias estiverem enquadradas nos
critérios de elegibilidade ao Programa Bolsa Família e de
manutenção dos benefícios, sem prejuízo do disposto no art. 6º
desta Lei, na forma estabelecida em regulamento.
§ 7º O Benefício Extraordinário de Transição:
I - terá duração limitada, na forma estabelecida em
regulamento; e
II - terá o seu pagamento encerrado, sem prejuízo do
disposto no art. 6º desta Lei, quando:
a) a redução no valor do benefício transferido à
família decorrer de alteração da estrutura familiar ou da renda
familiar per capita mensal, na forma estabelecida em
regulamento; ou
b) a soma dos benefícios financeiros de que tratam
os incisos I, II, III e IV do § 1º deste artigo devidos à
família beneficiária for igual ou superior ao valor que a
família recebia como beneficiária do Programa Auxílio Brasil.
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§ 8º Os benefícios financeiros de que trata o § 1º


deste artigo constituem direito das famílias elegíveis ao
Programa Bolsa Família, na forma estabelecida nesta Lei e em
regulamento, observado o disposto no § 1º do art. 11 desta
Lei.
Art. 8º Os benefícios financeiros de que trata o §
1º do art. 7º desta Lei serão pagos mensalmente pelo agente
pagador do Programa Bolsa Família, na forma estabelecida em
regulamento.
§ 1º O pagamento dos benefícios financeiros de que
trata o caput deste artigo será feito:
I - ao responsável familiar, de acordo com os dados
constantes da inscrição da família no CadÚnico; e
II - preferencialmente, à mulher.
§ 2º Os benefícios financeiros de que trata o caput
deste artigo poderão ser pagos por meio das seguintes
modalidades de contas, na forma estabelecida em resoluções do
Banco Central do Brasil:
I - conta do tipo poupança social digital, de que
trata a Lei nº 14.075, de 22 de outubro de 2020;
II - conta poupança digital;
III - conta contábil;
IV - conta de depósitos; ou
V - outras espécies de contas que venham a ser
criadas, desde que autorizadas por ato do Ministro de Estado
do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à
Fome.
§ 3º Reverterão à Conta Única do Tesouro Nacional os
créditos:
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I - de benefícios disponibilizados indevidamente;


II - das contas a que se referem os incisos I, II,
IV e V do § 2º deste artigo não movimentadas, na forma
estabelecida em regulamento; e
III - de recursos não sacados da conta a que se
refere o inciso III do § 2º deste artigo, na forma estabelecida
em regulamento.
§ 4º A abertura da conta do tipo poupança social
digital para os pagamentos dos benefícios financeiros do
Programa Bolsa Família:
I - poderá ocorrer de forma automática, em nome do
responsável familiar inscrito no CadÚnico; e
II - ocorrerá na forma estabelecida em contrato
firmado entre a União e o agente pagador do Programa Bolsa
Família.

Seção IV
Da Identificação dos Integrantes das Famílias

Art. 9º A identificação dos integrantes das famílias


que se inscreverem no CadÚnico será realizada,
preferencialmente, por meio do número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas (CPF) da Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal
disporá sobre a utilização de documentos alternativos ao CPF,
como o Número de Identificação Social (NIS) e o Registro
Administrativo de Nascimento do Indígena (Rani), para fins de
identificação dos integrantes das famílias registradas no
CadÚnico.
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Seção V
Das Condicionalidades

Art. 10. A manutenção da família como beneficiária


no Programa Bolsa Família dependerá, sem prejuízo dos
requisitos estabelecidos nesta Lei e em regulamento, do
cumprimento, pelos integrantes das famílias, de
condicionalidades relativas:
I - à realização de pré-natal;
II - ao cumprimento do calendário nacional de
vacinação;
III - ao acompanhamento do estado nutricional, para
os beneficiários que tenham até 7 (sete) anos de idade
incompletos; e
IV - à frequência escolar mínima de:
a) 60% (sessenta por cento), para os beneficiários
de 4 (quatro) anos a 6 (seis) anos de idade incompletos; e
b) 75% (setenta e cinco por cento), para os
beneficiários de 6 (seis) anos a 18 (dezoito) anos de idade
incompletos que não tenham concluído a educação básica.
§ 1º Ato do Poder Executivo federal disporá sobre:
I - os critérios para o cumprimento das
condicionalidades;
II - as informações a serem coletadas e
disponibilizadas;
III - as atribuições dos órgãos responsáveis pela
gestão e pela execução das políticas destinadas à provisão dos
serviços relacionados com as condicionalidades;
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IV - os efeitos do descumprimento das


condicionalidades pelas famílias, vedada a adoção de
procedimentos de caráter punitivo e de exposição vexatória;
V - as alterações nos percentuais de frequência
escolar estabelecidos no inciso IV do caput deste artigo; e
VI - os procedimentos e os mecanismos para a
verificação da situação da família e o seu atendimento, com
estabelecimento de prazo razoável para que possa cumprir as
exigências antes de ser desligada do Programa Bolsa Família.
§ 2º A rede de serviços do Suas poderá atender ou
acompanhar as famílias beneficiárias em situação de
descumprimento das condicionalidades do Programa Bolsa
Família, com vistas à superação gradativa de suas
vulnerabilidades, na forma estabelecida em regulamento.

Seção VI
Da Operacionalização e da Gestão

Art. 11. As despesas do Programa Bolsa Família serão


custeadas pelos seguintes recursos, a serem aplicados na forma
prevista na legislação específica e em conformidade com as
dotações e as disponibilidades orçamentárias e financeiras:
I - dotações orçamentárias da União alocadas ao
Programa Auxílio Brasil;
II - dotações orçamentárias da União alocadas ao
Programa Bolsa Família; e
III - outros recursos financeiros de fontes
nacionais e internacionais destinados à implementação do
Programa Bolsa Família.
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§ 1º O Poder Executivo federal compatibilizará a


quantidade de beneficiários e de benefícios financeiros de que
trata o § 1º do art. 7º desta Lei com as dotações orçamentárias
disponíveis.
§ 2º Enquanto não houver a transposição dos saldos
orçamentários entre o Programa Auxílio Brasil e o Programa
Bolsa Família, fica autorizada a utilização das dotações
disponíveis no Programa Auxílio Brasil para custear o Programa
Bolsa Família.
Art. 12. A execução e a gestão do Programa Bolsa
Família são públicas e governamentais e ocorrerão de forma
descentralizada, por meio da conjugação de esforços entre os
entes federativos, observados a intersetorialidade, a
participação comunitária e o controle social.
§ 1º A execução e a gestão descentralizadas a que se
refere o caput deste artigo serão implementadas por meio de
adesão voluntária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios ao Programa Bolsa Família, realizada na forma
estabelecida em regulamento.
§ 2º Até que as adesões de que trata o § 1º deste
artigo sejam formalizadas, ficam convalidados os termos de
adesão ao Programa Auxílio Brasil firmados pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios.
Art. 13. Fica criada a Rede Federal de Fiscalização
do Programa Bolsa Família e do CadÚnico, sob a coordenação do
Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e
Combate à Fome, na forma estabelecida em regulamento.
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Art. 14. Fica instituído o Índice de Gestão


Descentralizada do Programa Bolsa Família e do CadÚnico (IGD),
a ser utilizado em âmbito estadual, distrital e municipal,
cujos parâmetros serão regulamentados em ato do Poder Executivo
federal.
§ 1º O índice de que trata o caput deste artigo
destina-se a:
I - aferir os resultados da gestão descentralizada,
com base na atuação da gestão estadual, distrital ou municipal,
na execução dos procedimentos de:
a) cadastramento e atualização cadastral;
b) aprimoramento da qualidade cadastral;
c) gestão do Programa Bolsa Família;
d) acompanhamento de condicionalidades;
e) articulação intersetorial; e
f) implementação das ações de desenvolvimento das
famílias beneficiárias;
II - incentivar a obtenção de resultados
qualitativos na gestão estadual, distrital e municipal do
Programa Bolsa Família e do CadÚnico; e
III - calcular o montante de recursos a ser
transferido aos entes federativos a título de apoio financeiro.
§ 2º A União transferirá, obrigatoriamente, aos
entes federativos que aderirem ao Programa Bolsa Família,
recursos para apoio financeiro às ações de execução e de gestão
descentralizadas do Programa e do CadÚnico, desde que obtenham
índices mínimos no IGD, na forma estabelecida em regulamento.
§ 3º Para a execução do disposto neste artigo, ato
do Poder Executivo federal disporá sobre:
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I - os procedimentos e as condições necessários à


adesão ao Programa Bolsa Família e ao CadÚnico, incluídas as
obrigações dos entes federativos;
II - os instrumentos, os parâmetros e os
procedimentos de avaliação de resultados e da qualidade de
gestão em âmbito estadual, distrital e municipal; e
III - os procedimentos e os instrumentos de controle
e acompanhamento da execução do Programa Bolsa Família e de
utilização do CadÚnico pelos entes federativos.
§ 4º Os resultados obtidos pelo ente federativo na
gestão do Programa Bolsa Família e do CadÚnico, aferidos na
forma prevista no inciso I do § 1º deste artigo, serão
considerados como prestação de contas dos recursos
transferidos.
§ 5º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
submeterão suas prestações de contas aos respectivos conselhos
de assistência social e, na hipótese de não aprovação, os
recursos transferidos na forma prevista no § 2º deste artigo
serão restituídos pelo ente federativo ao respectivo fundo de
assistência social, na forma estabelecida em regulamento.
§ 6º O montante dos recursos de que trata o § 2º
deste artigo não excederá a 1% (um por cento) da previsão
orçamentária total relativa ao pagamento de benefícios do
Programa Bolsa Família.
§ 7º Na hipótese prevista no § 6º deste artigo, ato
do Poder Executivo federal estabelecerá os limites e os
parâmetros mínimos para a transferência de recursos para cada
ente federativo.
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Seção VII
Do Agente Operador e Pagador

Art. 15. Fica atribuída à Caixa Econômica Federal a


função de agente operador e pagador do Programa Bolsa Família,
dispensada a licitação para sua contratação, mediante
condições a serem pactuadas com o governo federal, na forma
estabelecida em regulamento.
§ 1º É vedado ao agente operador e pagador efetuar
descontos ou compensações que impliquem a redução do valor dos
benefícios financeiros do Programa Bolsa Família ou de qualquer
programa de transferência condicionada de renda, a pretexto de
recompor saldos negativos ou de saldar dívidas preexistentes
do beneficiário.
§ 2º A Caixa Econômica Federal, com a anuência do
Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e
Combate à Fome, poderá subcontratar instituição financeira,
para efetuar o pagamento dos benefícios financeiros do Programa
Bolsa Família.
§ 3º Poderão ser contratadas instituições públicas
e privadas para apoiar a operacionalização e o pagamento dos
benefícios do Programa Bolsa Família.
§ 4º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, fica
dispensada a licitação, caso se trate de instituição pública
que tenha, entre suas competências, as atividades contratadas
para a operacionalização do Programa Bolsa Família.
§ 5º O governo federal poderá firmar apenas um
instrumento contratual com a Caixa Econômica Federal para a
execução das atividades de:
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I - agente operador e pagador do Programa Bolsa


Família;
II - fornecimento da infraestrutura necessária à
organização e à manutenção do CadÚnico; e
III - desenvolvimento dos sistemas de processamento
de dados.
§ 6º O disposto no § 1º deste artigo:
I - aplica-se às instituições subcontratadas pela
Caixa Econômica Federal, na forma do § 2º deste artigo; e
II - não se aplica ao pagamento, pelos beneficiários,
dos empréstimos pessoais já contratados com base no art. 6º-B
da Lei nº 10.820, de 17 de dezembro de 2003.
§ 7º A autorização prevista no § 2º deste artigo
alcança as instituições de que trata o art. 6º da Lei nº
12.865, de 9 de outubro de 2013.

Seção VIII
Do Controle e da Participação Social

Art. 16. O controle e a participação social no


Programa Bolsa Família serão realizados, em âmbito local, pelo
conselho de assistência social.
Art. 17. Será de acesso público a relação dos
beneficiários e dos benefícios do Programa Bolsa Família, na
forma estabelecida em regulamento.
§ 1º As informações a que se refere o caput deste
artigo serão divulgadas em meio eletrônico de acesso público
e em outros meios.
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§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às informações


relativas aos benefícios financeiros do Programa Auxílio
Brasil e do Programa Alimenta Brasil, instituídos pela Lei nº
14.284, de 29 de dezembro de 2021.
§ 3º Poderão ser adotadas ações que ampliem o diálogo
da gestão do Programa Bolsa Família com as famílias
beneficiárias e com a rede que lhes presta atendimento,
facilitando o acesso a informações, orientações e normas
aplicáveis, na forma do regulamento.
§ 4º Serão disponibilizados sistemas de informação
on-line, canais nas redes sociais, páginas governamentais na
internet, entre outros meios, sobre as ações de gestão do
Programa Bolsa Família, incluídas as informações de que trata
o § 3º deste artigo.

Seção IX
Do Ressarcimento de Recursos Financeiros

Art. 18. Sem prejuízo das sanções penais e cíveis


cabíveis, e observados os princípios do contraditório e da
ampla defesa, o responsável familiar que dolosamente prestar
informação falsa no CadÚnico, ao registrar seus dados ou os
dos integrantes de sua família, que resulte no ingresso ou na
permanência como beneficiário do Programa Bolsa Família,
deverá ressarcir ao erário os valores recebidos a título de
benefícios financeiros do Programa.
§ 1º A notificação para o ressarcimento de que trata
o caput deste artigo poderá ser realizada pelos seguintes
meios, sem prejuízo de outros que possam ser estabelecidos em
regulamento:
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I - meio eletrônico;
II - serviço de mensagens curtas (short message
service - SMS);
III - rede bancária;
IV - via postal, considerado o endereço do
beneficiário constante do CadÚnico, hipótese em que o aviso de
recebimento será considerado prova suficiente de notificação;
V - pessoalmente, quando entregue ao beneficiário em
mão, desde que haja registro da notificação; ou
VI - edital, quando o beneficiário não for
localizado, após a notificação realizada pelos meios previstos
nos incisos I, II, III, IV e V do caput deste parágrafo.
§ 2º Ato do Poder Executivo federal disporá sobre:
I - as condições e os valores mínimos para a cobrança
de ressarcimento a que se refere o caput deste artigo;
II - as formas de notificação previstas nos incisos
I, II e III do § 1º deste artigo; e
III - os prazos, as etapas e os procedimentos
necessários ao processo de ressarcimento.
§ 3º Para fins de ressarcimento, será considerado o
valor original do débito atualizado pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
§ 4º Nas hipóteses de denúncia ou de constatação de
indício de fraude cometida por agente público durante a
inscrição da família no CadÚnico, as informações serão enviadas
para apuração da autoridade policial competente.
Art. 19. Os valores não restituídos, na forma e nos
prazos estabelecidos em regulamento, serão inscritos em dívida
ativa da União, na forma prevista na legislação aplicável.
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CAPÍTULO III
DO ADICIONAL COMPLEMENTAR PARA O PROGRAMA AUXÍLIO GÁS DOS
BRASILEIROS

Art. 20. Fica instituído o Adicional Complementar


para Famílias Beneficiárias do Programa Auxílio Gás dos
Brasileiros.
§ 1º O adicional complementar consiste no pagamento
bimestral do valor monetário correspondente a um adicional de
50% (cinquenta por cento) da média do preço nacional de
referência do botijão de 13 kg (treze quilogramas) de gás
liquefeito de petróleo, estabelecido pelo Sistema de
Levantamento de Preços (SLP) da Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nos 6 (seis) meses
anteriores, às famílias beneficiárias do Programa Auxílio Gás
dos Brasileiros, instituído pela Lei nº 14.237, de 19 de
novembro de 2021.
§ 2º Terão direito ao adicional complementar as
famílias beneficiárias cujo benefício esteja liberado ou
temporariamente bloqueado na data da geração da folha de
pagamentos da competência do benefício.
§ 3º O adicional complementar será limitado a um
benefício por família.
§ 4º O adicional complementar terá caráter
temporário e será pago até que novo programa venha a substituir
o Programa Auxílio Gás dos Brasileiros.
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§ 5º As despesas para o pagamento e a


operacionalização do adicional complementar destinado às
famílias beneficiárias do Programa Auxílio Gás dos Brasileiros
correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas ao
referido Programa.
Art. 21. Compete ao Ministério do Desenvolvimento e
Assistência Social, Família e Combate à Fome a implementação
do adicional complementar de que trata o art. 20 desta Lei.
§ 1º Para o pagamento do adicional complementar será
utilizada a estrutura de gestão e operação de benefícios e de
pagamentos do Programa Auxílio Gás dos Brasileiros.
§ 2º O pagamento do adicional complementar será feito
na data prevista no calendário de pagamentos do Programa
Auxílio Gás dos Brasileiros, pelos mesmos meios de pagamento.
Art. 22. Aplica-se, no que couber, o disposto na Lei
nº 14.237, de 19 de novembro de 2021, e nos seus regulamentos
ao adicional complementar de que trata o art. 20 desta Lei.
Parágrafo único. Ato do Ministro de Estado do
Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
poderá definir procedimentos para a gestão e a
operacionalização do adicional complementar de que trata o
art. 20 desta Lei.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 23. Os atos normativos infralegais que dispõem


sobre o Programa Auxílio Brasil, no que forem compatíveis com
o disposto nesta Lei, permanecem em vigor até que sejam
reeditados.
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Art. 24. As famílias beneficiárias do Programa


Auxílio Brasil deixarão de receber os benefícios financeiros
do referido Programa quando passarem a receber os benefícios
do Programa Bolsa Família, sem prejuízo das regras de
elegibilidade e de manutenção de benefícios do Programa Bolsa
Família.
Art. 25. Com a finalidade de garantir a continuidade
do atendimento às famílias beneficiárias do Programa Auxílio
Brasil, os contratos vigentes para a sua operacionalização
poderão ser aditados no âmbito do Programa Bolsa Família.
Art. 26. Ficam extintos os benefícios instituídos
pelo art. 5º da Lei nº 14.284, de 29 de dezembro de 2021.
§ 1º Serão realizados os pagamentos mensais,
relativos aos benefícios concedidos em dezembro de 2022, até
que se complete o total das 12 (doze) parcelas mensais
previstas, dos seguintes benefícios instituídos pelo art. 5º
da Lei nº 14.284, de 29 de dezembro de 2021:
I - Auxílio Esporte Escolar;
II - Bolsa de Iniciação Científica Júnior; e
III - Auxílio Inclusão Produtiva Rural.
§ 2º Ato do Poder Executivo federal estabelecerá os
critérios e os procedimentos para a execução dos benefícios de
que trata o § 1º deste artigo durante o ano de 2023.
Art. 27. O disposto nos arts. 18 e 19 desta Lei
aplica-se aos benefícios instituídos no âmbito:
I - do Programa Auxílio Brasil, incluídos os
processos não concluídos na data de publicação desta Lei; e
23

II - do Programa Bolsa Família, instituído pela Lei


nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, incluídos os processos não
concluídos na data de publicação desta Lei.
§ 1º As cobranças de ressarcimentos relativas à
vigência da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, nos termos
do inciso II do caput deste artigo, ficam condicionadas à
possibilidade de obtenção do histórico de movimentação
cadastral da família beneficiária na base de dados do CadÚnico.
§ 2º Ato do Poder Executivo federal regulamentará os
procedimentos aplicáveis às hipóteses previstas no caput do
art. 28 da Lei nº 14.284, de 29 de dezembro de 2021.
Art. 28. A Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993
(Lei Orgânica da Assistência Social), passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 6º-F Fica instituído o Cadastro
Único para Programas Sociais do Governo Federal
(CadÚnico), registro público eletrônico com a
finalidade de coletar, processar, sistematizar e
disseminar informações para a identificação e a
caracterização socioeconômica das famílias de baixa
renda, nos termos do regulamento.
...................................................
§ 2º A inscrição no CadÚnico poderá ser
obrigatória para acesso a programas sociais do
governo federal, na forma estabelecida em
regulamento.
§ 3º Para fins de cumprimento do disposto
no art. 12 da Emenda Constitucional nº 103, de 12 de
novembro de 2019, e de ampliação da fidedignidade
24

das informações cadastrais, será garantida a


interoperabilidade de dados do CadÚnico com os dados
constantes do Cadastro Nacional de Informações
Sociais (CNIS), de que trata a Lei nº 8.213, de 24
de julho de 1991.
§ 4º Os dados do CNIS incluídos no CadÚnico
poderão ser acessados pelos órgãos gestores do
CadÚnico, nas 3 (três) esferas da Federação,
conforme termo de adesão do ente federativo ao
CadÚnico, do qual constará cláusula de compromisso
com o sigilo de dados.
§ 5º A sociedade civil poderá cooperar com
a identificação de pessoas que precisem ser
inscritas no CadÚnico, nos termos do regulamento.
§ 6º O CadÚnico coletará informações que
caracterizem a condição socioeconômica e territorial
das famílias, de forma a reduzir sua invisibilidade
social e com vistas a identificar suas demandas por
políticas públicas, na forma do regulamento.”(NR)
“Art. 20. ...............................
...................................................
§ 4º O benefício de que trata este artigo
não pode ser acumulado pelo beneficiário com
qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de
outro regime, salvo os da assistência médica e da
pensão especial de natureza indenizatória, bem como
as transferências de renda de que tratam o parágrafo
único do art. 6º e o inciso VI do caput do art. 203
25

da Constituição Federal e o caput e o § 1º do art.


1º da Lei nº 10.835, de 8 de janeiro de 2004.
..............................................”(NR)
Art. 29. O art. 6º da Lei nº 10.820, de 17 de dezembro
de 2003, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 6º ................................
...................................................
§ 5º Para os titulares de benefícios de
aposentadoria e pensão do Regime Geral de
Previdência Social, os descontos e as retenções
referidos no caput deste artigo não poderão
ultrapassar o limite de 45% (quarenta e cinco por
cento) do valor dos benefícios, dos quais 35% (trinta
e cinco por cento) destinados exclusivamente a
empréstimos, a financiamentos e a arrendamentos
mercantis, 5% (cinco por cento) destinados
exclusivamente à amortização de despesas contraídas
por meio de cartão de crédito consignado ou à
utilização com a finalidade de saque por meio de
cartão de crédito consignado e 5% (cinco por cento)
destinados exclusivamente à amortização de despesas
contraídas por meio de cartão consignado de
benefício ou à utilização com a finalidade de saque
por meio de cartão consignado de benefício.
§ 5º-A Para os titulares do benefício de
prestação continuada de que trata o art. 20 da Lei
nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (Lei Orgânica da
Assistência Social), os descontos e as retenções
referidos no caput deste artigo não poderão
26

ultrapassar o limite de 35% (trinta e cinco por


cento) do valor dos benefícios, dos quais 30% (trinta
por cento) destinados exclusivamente a empréstimos,
a financiamentos e a arrendamentos mercantis e 5%
(cinco por cento) destinados exclusivamente à
amortização de despesas contraídas por meio de
cartão de crédito consignado ou cartão consignado de
benefício ou à utilização com a finalidade de saque
por meio de cartão de crédito consignado ou cartão
consignado de benefício.
§ 6º A instituição financeira que proceder
à retenção de valor superior ao limite estabelecido
nos §§ 5º e 5º-A deste artigo perderá todas as
garantias que lhe são conferidas nesta Lei.
§ 7º Aplica-se o previsto no caput e no §
5º deste artigo aos titulares da renda mensal
vitalícia prevista na Lei nº 6.179, de 11 de dezembro
de 1974.
§ 8º Para os benefícios que tenham como
requisito para sua concessão a preexistência do
benefício de prestação continuada de que trata o
art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993
(Lei Orgânica da Assistência Social), aplica-se o
previsto no caput e no § 5º-A deste artigo.
§ 9º As operações de empréstimos, de
financiamentos e de arrendamentos mercantis de que
trata o § 5º-A deste artigo deverão ser realizadas
em 2 (dois) momentos, separados entre si pelo
intervalo mínimo de 5 (cinco) dias úteis entre a
27

proposta da instituição financeira e a celebração do


contrato.”(NR)
Art. 30. O art. 2º da Lei nº 10.779, de 25 de novembro
de 2003, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 2º ................................
§ 1º Para fazer jus ao benefício, o
pescador não poderá estar em gozo de nenhum benefício
decorrente de benefício previdenciário ou
assistencial de natureza continuada, exceto pensão
por morte, auxílio-acidente e transferências de
renda de que tratam o parágrafo único do art. 6º e
o inciso VI do caput do art. 203 da Constituição
Federal e o caput e o § 1º do art. 1º da Lei nº
10.835, de 8 de janeiro de 2004.
..............................................”(NR)
Art. 31. As suspensões das parcelas dos Programas
Auxílio Brasil e Bolsa Família que, na forma do § 9º do art.
2º da Lei nº 10.779, de 25 de novembro de 2003, não tenham
sido aplicadas até o momento da publicação desta Lei não serão
tratadas como dívidas da família beneficiária nem imputadas ao
Programa Bolsa Família.
Art. 32. As agências financeiras oficiais de fomento
desenvolverão, de forma integrada e articulada, instrumentos
de crédito específicos para a inclusão produtiva das famílias
beneficiárias do Programa Bolsa Família.
Art. 33. Ficam revogados:
I – os §§ 8º, 9º e 10 do art. 2º da Lei nº 10.779,
de 25 de novembro de 2003;
28

II - o art. 6º-B da Lei nº 10.820, de 17 de dezembro


de 2003;
III - os seguintes dispositivos da Lei nº 14.284, de
29 de dezembro de 2021:
a) arts. 1º a 20;
b) §§ 1º e 2º do art. 21;
c) arts. 22 a 27; e
d) §§ 1º a 6º do art. 28;
IV - os arts. 1º a 5º da Lei nº 14.342, de 18 de
maio de 2022; e
V - a Medida Provisória nº 1.155, de 1º de janeiro
de 2023.
Art. 34. Esta Lei entra em vigor:
I – em 1º de janeiro de 2024, quanto:
a) aos arts. 30 e 31 e ao inciso I do caput do art.
33;
b) ao § 3º do art. 4º; e
II – na data de sua publicação, quanto aos demais
dispositivos.
CÂMARA DOS DEPUTADOS,31 de maio de 2023.

ARTHUR LIRA
Presidente

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