Resumos 10º Ano Filosofia 1º Capítulo
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Nesta secção, iremos debruçar-nos sobre algumas das principais ferramentas do trabalho
filosófico. Como vimos anteriormente, o ponto de partida para a discussão filosófica são os
problemas. A principal competência filosófica relacionada com os problemas é a capacidade
de os formular adequadamente. Geralmente, a melhor forma de formular um problema é
apresentá-lo sob a forma de uma questão. O problema tradicional do livre-arbítrio, por
exemplo, pode ser formulado nos seguintes termos: “Temos livre-arbítrio?”; ou,
alternativamente, podemos dizer que “consiste no problema de saber se temos ou não livre-
arbítrio”.
Além disso, os filósofos também devem ser capazes de esclarecer um problema, isto é, de
explicitar o seu conteúdo e a sua relevância. Por exemplo, “O problema tradicional do livre-
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Dissemos também que uma parte importante do trabalho filosófico consistia em analisar
conceitos. Na linguagem usamos certos termos, como “homem”, “cavalo”, “livre-arbítrio”,
“Deus”, “obra de arte”, etc., para nos referirmos aos nossos conceitos, neste caso, de homem,
de cavalo, de livre-arbítrio, de Deus, de obra de arte, respetivamente. Termos diferentes
podem expressar o mesmo conceito – como acontece, por exemplo, com os termos “porta-
minas” e “lapiseira” – e um só termo pode, em virtude da sua ambiguidade, referir-se a mais
do que um conceito – como acontece, por exemplo, com o termo “banco”, que tanto pode
referir-se a uma peça de mobiliário como a uma instituição financeira. Daqui em diante, ao
falarmos de conceitos estaremos a pensar, sobretudo, nos termos que utilizamos para nos
referirmos aos mesmos. Analisar um conceito é explicitar o seu significado. Para esse efeito, os
filósofos podem recorrer quer a uma definição explícita quer a uma caracterização. Numa
definição explícita são apresentadas as propriedades ou características que todas as coisas às
quais o conceito se aplica, e só elas, têm em comum, ou seja, são indicadas as condições
necessárias e suficientes para que o conceito seja corretamente aplicado.
Numa caracterização apresentam-se algumas propriedades ou características que as coisas às
quais o conceito se aplica têm em comum, mas não se oferece uma definição rigorosa e
exaustiva. É o que acontece, por exemplo, quando dizemos coisas como: “A filosofia envolve
argumentação”.
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Indicadores de conclusão
Tal como resulta/decorre/se conclui de...
Em consequência/como resulta(do) de...
Portanto...
Logo...
Por conseguinte...
Daí que...
Donde...
Assim...
Por essa razão...
Por isso...
Consequentemente...
Desse modo...
Então…
Do que se conclui/segue/infere/deduz que...
Conclui-se/segue-se/infere-se/deduz-se que...
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Argumento B
(1) Se chover, o chão fica molhado.
(2) O chão ficou molhado.
(3) Logo, choveu.
O argumento A é válido, porque a verdade das premissas garante a verdade da conclusão, isto
é, não somos capazes de conceber uma situação que torne as premissas verdadeiras e a
conclusão falsa. Isto significa que se não aceitarmos a conclusão do argumento, então há pelo
menos uma premissa que também não aceitamos. O argumento B é inválido, porque a
verdade das premissas não oferece qualquer justificação para aceitarmos a verdade da
conclusão. É perfeitamente possível imaginar uma situação em que as premissas são
verdadeiras e a conclusão falsa. A primeira premissa estabelece que chover é uma condição
suficiente para que o chão fique molhado, mas não nos diz que é uma condição necessária.
Assim sendo, fica em aberto a possibilidade de o chão ficar molhado por outros motivos (como
por exemplo, o facto de o sistema automático de rega estar ativo ou de alguém ter estado a
lavar o chão à mangueira, etc.). Nesse caso, as premissas podem ser ambas verdadeiras,
apesar de não ter chovido. É de salientar que a validade é uma propriedade dos argumentos
(e não das proposições); concretamente, é uma relação entre os valores de verdade, reais ou
hipotéticos, das premissas e da conclusão dos argumentos. Por outro lado, a verdade é uma
propriedade das proposições (e não dos argumentos), porque apenas estas podem ser
verdadeiras ou falsas. No entanto, o facto de um argumento ser válido não é suficiente para
nos convencer da verdade da sua conclusão. Repare-se, por exemplo, no argumento que se
segue:
(1) Se Donald Trump é chinês, então o monte Evereste é nos Estados Unidos.
(2) Donald Trump é chinês.
(3) Logo, o monte Evereste é nos Estados Unidos.
Este argumento tem exatamente a mesma estrutura que o argumento A apresentado na
página anterior e, por conseguinte, também é válido. No entanto, uma vez que as suas
premissas são claramente falsas, este não é suficiente para nos convencer da verdade da sua
conclusão. Ora, é precisamente por esse motivo que no ponto 2 se sugere que, depois de se
verificar que o argumento é valido, se procure determinar se as suas premissas são
verdadeiras, ou seja, que se procure determinar se o argumento é sólido.
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