Bruna TCC

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 12

1

DESAFIOS DA INFÂNCIA: O USO INDISCRIMINADO DA TECNOLOGIA

Autor(a): Bruna Mayara Morais Ribeiro¹


Orientador(a):Nadya Ravella Siebra de Brito Saraiva²

RESUMO
O presente artigo busca compreender até que ponto os avanços tecnológicos, e o uso dessas
tecnologias podem interferir de forma positiva ou negativa no desenvolvimento das crianças
na sua infância. Sob a luz dos estudos de alguns autores de grande importância sobre o tema,
buscou-se um referencial teórico que se aborda esse assunto, foram realizados estudos em
textos, livros e artigos que discorrem sobre o tema, através de uma leitura exploratória, por
meio de uma pesquisa bibliográfica foi todo material selecionado, à extração de informações
de fontes e instrumentos específico se propôs abordar um texto com os objetivos de verificar o
interesse das crianças pelas tecnologias, analisar os pontos positivos no uso das tecnologias e
identificar de que forma a tecnologia pode ser um fator que prejudica a criança. A partir dessa
análise constatou-se, que não se tem como ignorar a tecnologia a qual pode ajudar muito na
educação, porém o uso frequente da criança, sem o acompanhamento e o limite dos pais, pode
trazer consequências negativas ao desenvolvimento da criança.
Palavra-chave: Infância, Influência e Tecnologia.

ABSTRACT

This article aims to understand the extent to which technological advances and the use of
these technologies can interfere in a positive or negative way in the development of children
in their childhood. In the light of the studies of some authors of great importance on the
subject, we sought a theoretical reference that addresses this subject, studies were carried out
in texts, books and articles that discuss the subject, through an exploratory reading, through of
a bibliographic research was all selected material, the extraction of information from specific
sources and instruments was proposed to address a text with the objectives of verifying
children's interest in the technologies, analyze the positive points in the use of technologies
and identify how technology can be a factor that harms the child. Based on this analysis, we
can not ignore the technology that can help a lot in education, but the frequent use of the
child, without the accompaniment and the limit of the parents, can have negative
consequences for the development of the child.
Keyword: Childhood, Influence and Technology.

1 INTRODUÇÃO

As crianças do século XXI nasceram em período no qual a tecnologia é o alicerce da


manutenção das relações sociais, por conseguinte, torna-se quase uma tarefa impossível viver
sem ela, pois, as crianças antes mesmo de serem alfabetizadas aprendem a utilizar a maioria
dos recursos disponíveis pelos aparelhos eletrônicos de forma aleatória, sem haver objetivo
específico; essa condição provoca dificuldade no processo de aprendizagem desse contingente
no âmbito escolar. Sendo assim, é cada vez mais comum ver as crianças no computador dos

¹
Discente do curso de psicologia da UNILEÃO. Email:[email protected]
²
Docente do curso de psicologia da UNILEÃO. Email:[email protected]
2

pais digitando seu nome, ao invés de praticar sua escrita no caderno de caligrafia (PAIVA,
2015).
O presente artigo trata-se de um tema bastante presente na sociedade atual, ou seja, do
uso indiscriminado da tecnologia na infância. A criança nasce e já começa a desenvolver suas
habilidades e aprendizagem de acordo com cada fase da vida, levando isso em conta percebe-
se no contexto atual a facilidade de acesso à tecnologia pelo crescimento da mesma, através
de brinquedo, celular, computador, dentre outros, sendo assim, a forma que acriança observa
o adulto ela desenvolve os mesmos hábitos e podem fazer o uso excessivo ou incorreto a
ponto de se tornar algo prejudicial.
A escola e a família compartilham funções sociais, políticas e educacionais, na medida
em que contribuem e influenciam a formação do cidadão (REGO, 2003). A criança nas suas
fases de desenvolvimento surpreende os adultos em cada aprendizado de maneira em que a
admiração, incentivos e presentes se tornam recompensas.
A escola e a família são responsáveis pela transmissão e construção do conhecimento
culturalmente organizado, modificando as formas de funcionamento psicológico, de acordo
com as expectativas de cada ambiente. Sendo assim, ambas emergem como duas instituições
fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como
propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social. Na
escola, os conteúdos curriculares asseguram a instrução e apreensão de conhecimentos,
havendo uma preocupação central com o processo ensino-aprendizagem. Já na família, os
objetivos, conteúdos e métodos se diferenciam, fomentando o processo de socialização, a
proteção, as condições básicas de sobrevivência e o desenvolvimento de seus membros no
plano social, cognitivo e afetivo (DESSEN, 2004).
A discussão desse estudo que encontrasse-se voltada para quais os desafios da
infância, no uso das tecnologias. Fazendo um embasamento teórico objetivando na pesquisa
analisar os desafios da infância com o uso indiscriminado das tecnologias. Em conformidade
com essa finalidade, articulou-se a revisão de literatura através dos objetivos específicos:
verificar o interesse das crianças pelas tecnologias, analisar os pontos positivos no uso das
tecnologias e identificar de que forma a tecnologia pode ser um fator que prejudica a criança.
Através de uma leitura exploratória de todo material selecionado feito uma leitura
rápida, seguindo realizando umas leituras mais aprofundadas das partes que emergem o tema
e após esses dois tipos de leitura feita à extração de informações de fontes e instrumentos
específicos e partir dessa analise constatou-se, que não se tem como ignorar a tecnologia a
3

qual pode nos ajudar muito na educação, porém o uso frequente da criança, sem o
acompanhamento e o limite dos pais, pode trazer consequências negativas ao
desenvolvimento da criança.
A curiosidade por esse tema surgiu justamente do contexto atual, que se tem em
relação à criança e à tecnologia, no entanto, apesar de ser uma grande ferramenta nos dias
atuais para o desenvolvimento da mesma, percebe-se essa atenção no dia-a-dia das pessoas
sempre procurarem o celular para resolver algo, para consultar informações, conversar com
amigo, familiares e fazer amizades, o fato também de sentar-se diante de uma tv, videogames,
tablet a ponto de se tornar uma dependência comportamental por determinado objeto, sendo
assim, perdendo o hábito de sentar-se numa mesa em família, conversar em diversos
ambientes, enfim, esses dispositivos eletrônicos podem provocar grandes prejuízos no
desenvolvimento mental e consequentemente no aspecto social dos seres humanos, e assim
percebe-se a grande importância da Psicologia dentro dessa demanda apresentada na
sociedade atual.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 INFÂNCIA

Em linhas gerais, vê-se como surgiu esse termo infância, quais seus pressupostos, e os
limites exigidos por cada época, as mudanças e a importância quanto ao seu reconhecimento,
que vem deixando de ser vista com somente uma fase como outras da vida, mas vista como
produtora de cultura.
Segundo Ariès (1978), a infância foi uma invenção socialmente construída da
modernidade. Antes dessa afirmação a infância era considerada apenas uma fase da vida,
como qualquer outra. Mas é importante ressaltar que a infância não pode ser vista apenas de
um referencial, de uma cultura. Já que se sabe que o conceito de infância é construído de
acordo com as condições geográficas, econômicas, contextos sociais. Ou seja, não pode haver
generalizações ao se falar de infância.
De acordo com o mesmo autor, os séculos XVI e XVII explanam uma concepção de
infância centrada na inocência e na fragilidade infantil. Enquanto que no século XVIII
começa a surgir a construção da infância moderna, caracterizando-se como signo de
liberdade, autonomia e independência. A criança se tornou então o centro da família.
Segundo Costa, (2010) antes da Revolução Industrial, ser criança era brincar se
relacionando com as outras através de brincadeiras simples, que para acontecerem só bastava
4

disposição, imaginação, espaço físico, etc. Brincadeiras que foram usadas pelos pais de
outrora, por avós e que foram sendo passadas de geração em geração. A vida não se resumia a
ficar em casa na frente de uma tela, eram inúmeras brincadeiras, cantigas de rodas, coisas
simples que divertiam. Além de muitos brinquedos que usados soltando a imaginação para
criar histórias. Tudo isso retrata uma infância considerada sadia, advinda daquele conceito
que começou a ser construído no século XVIII. Desde então, a concepção de infância vem
sendo moldada de acordo com cada sociedade.
Na sociedade capitalista atual a criança assume-se como um adulto em miniatura, esta
afirmação é válida, se observa as crianças no cotidiano. Ver-se-á o consumismo precoce na
forma de se vestir, calçar, comer, lugares frequentados, gosto musical bem como o seu
amadurecimento antes do tempo. Acreditamos que as tecnologias referidas influenciam
ativamente na concepção de infância (SANTOS, 2007, apud CASTRO, 2008).
Assim, há um deslocamento da posição da criança a partir da lógica do consumo, se
antes (na modernidade), a infância era território da família e da escola, hoje ocupa outros
lugares na teia social. A criança aparece não apenas como consumidora, ou potencial
trabalhador, mas como quem também exercita sua aparência e sua a presença no tecido social,
reforçando a noção de que a criança não somente é produzida pela cultura, mas produz cultura
(SANTOS, 2007, CASTRO, 2008).
De acordo com Berlato (2016), para a criança na sua infância, as atividades lúdicas e o
uso de tecnologias são muito importantes. Porém, é preciso saber adequar à utilização desses
recursos, reconhecer também, como recursos tecnológicos, todos os materiais já utilizados na
escola como giz, lousa, caderno, livro, brinquedos, revistas entre outros e principalmente,
oferecer em conjunto ambos os métodos, tanto nos momentos do brincar livre, quanto do
brincar dirigido.
Segundo Chaves (2014), ele descreve a importância que o brincar tem na vida e no
desenvolvimento das crianças. A brincadeira é uma atividade inerente ao ser humano. Durante
a infância, a brincadeira desempenha um papel fundamental no processo de aprendizagem e
desenvolvimento da criança. E precisamos ter cuidado no uso das tecnologias para não
atrapalhar a vida lúdica de uma criança.

2.2 O IMPACTO DA TECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DA CRIANÇA


5

Há um debate sobre o impacto do desenvolvimento tecnológico na atual concepção de


infância. A sociedade contemporânea caracterizada pela predominância das tecnologias, em
especial as digitais, pela interação mediada pela máquina, determina novos modos de acesso
às informações que são próprios da época.
O debate teórico do impacto da tecnologia sobre a infância tem sido marcado por
posições distintas, onde os autores apresentam pontos de vista que podem ter conotação
positiva ou negativa. Numa primeira vertente, no trabalho de Postman (1999), a imprensa é
vista como responsável pela criação da concepção contemporânea da infância e a televisão
como aquilo que a está destruindo. Nessa perspectiva a tecnologia é vista como autônoma em
relação a outras forças sociais, exercendo sua influencia sem depender dos contextos e
propósitos de quem a utiliza.
Seguindo outra linha, Buckingham (2007) realiza estudos sobre os processos sociais e
discursivos por meio dos quais o significado é construído. Nesse sentido, percebe as crianças
que interagem com a tecnologia como fazendo parte de uma geração eletrônica que oferece
autonomia e liberdade de criação para modificação do mundo em que se encontram.
Segundo Paiva (2015), desde muito cedo a criança tem contato com algum tipo de
aparelho eletrônico, seja um celular, tablet, um computador, um videogame, ou até mesmo um
aparelho de DVD. A utilização da tecnologia cada vez mais precoce e frequente provoca
vários questionamentos polêmicos quanto ao desenvolvimento afetivo, cognitivo e social da
criança. É possível observar que propagandas podem influenciar as crianças a possuírem
objetos tecnológicos e, dessa forma, os mesmos podem se excluírem para estar, conectados o
tempo inteiro.
A internet, a TV transmitindo noticias, praticamente, em tempo real, o cinema, etc,
deram ensejo a um novo modo de comunicação cujo emprego maciço é a grande novidade do
nosso século. Um mundo de oportunidades tem se apresentado e ainda estamos conhecendo
suas possibilidades. Mudanças no trabalho, no lazer, na sensação de tempo e distância, na
conduta e nos valores têm sido observadas nem sempre com otimismo. A guerra, o crime, a
solidariedade jamais serão os mesmos, de maneira que uma verdadeira revolução está em
curso forçando nossa rápida adaptação aos novos tempos (COSTA, 2011).
A criança pode acabar substituindo as amizades reais pelas virtuais e preferir se
divertir aderindo ao mundo virtual (jogos eletrônicos e redes sociais) em detrimento de jogar
bola e correr, ou seja, brincadeiras tradicionais nas quais envolvem exercícios físicos e a
interação social com outras crianças (PAIVA, 2015).
6

As crianças do período moderno podem não expressar publicamente seus sentimentos,


aflições e desejos por meio do mundo real, com isso, isolam-se dentro de seus domicílios, já
que, a tecnologia pode satisfazer suas necessidades (PREVITALE, 2006). Após anos 2000 se
tornou mais frequente a presença de pessoas na infância portando celular e deixando as
brincadeiras do passado para trás.
De acordo com Paiva (2015), a diversão e o cumprimento das atividades escolares da
criança do mundo contemporâneo encontram-se basicamente dentro de casa, no computador
ou tablet, nas redes sociais virtuais, onde as mesmas constituem amizades e realizam as
atividades escolares por meio desses dispositivos eletrônicos sem haver a necessidade de
estabelecer contato físico com a outra pessoa.
Diante do contexto atual, Hanaver (2005), explica que as pessoas estão deixando de
sair de casa para se divertir com amigos e ficar em frente ao computador teclando com outras
pessoas. Nesse contexto, a família tradicional era movida a conversa entre todos, mas hoje se
percebe a escassez disso. Todos os membros da família sentados na sala conectados é um
exemplo da família atual, dessa maneira aumenta a possibilidade de a criança crescer com
hábitos que podem prejudicar suas vidas.
A tecnologia substitui silenciosamente os hábitos tradicionais que envolvem a
interação física com as pessoas e o meio ambiente, com isso, o costume de abreviar termos
específicos da escrita (porque por pq), nos aparelhos eletrônicos impedem as crianças de
obedecerem às normas cultas da língua vernácula, impossibilitando-as de escreverem
corretamente, a dependência a tecnologia também provoca frustração entre as crianças, uma
vez que, a necessidade por adquirir informações de forma quantitativa possa causar a
intolerância e ansiedade, visto que, os dispositivos eletrônicos apresentam acessibilidade
24horas na internet (PAIVA e COSTA, 2015).
Segundo os mesmos autores, o uso indiscriminado da tecnologia pode vir a
desconstruir o vínculo afetivo entre os membros da família, nesse sentido, a ausência de
referência de natureza emocional dificulta as crianças a desenvolverem sua cognição no
âmbito escolar, pois, a falta de equilíbrio entre o aspecto cognitivo e afetivo compromete o
desempenho escolar dos alunos. Sendo assim, não há como ter uma vida uma visão de mundo
adequada quando se passa o dia inteiro conectado a internet. Diante disso percebe-se que é o
que se tem presenciado na sociedade atual: crianças viciadas na tecnologia e esquecendo as
atividades quem podem fazer a diferença como por exemplo: ler e interagir com o outro.
7

Segundo Bone (2014) as palavras apreender, conhecimento, desenvolvimento, futuro,


facilidade, avanço, descoberta, oportunidade revelam um visão favorável nessa interação, com
vistas as melhorias proporcionadas pelas tecnologias. Encontra-se também uma dimensão
ligada a aparelhos que são as ferramentas que vão permitir tal crescimento como: Jogos,
computador, internet, televisão, DVD, celular, rádio, videogame que possivelmente foram
lembrados pelos educadores como as tecnologias que as crianças possuem maior contato ou
que elas próprias possuem.
Ainda para Bone, encontra-se um binômio em relação a inclusão e exclusão. De um
lado a tecnologia é compreendida como oportunizadora de melhores condições e de
integração de todos nessa nova cultura, sendo considerado um novo instrumento de
aprendizagem que desperta maior interesse dos alunos. Por outro lado, o desenvolvimento
tecnológico aparece supostamente como um causador de uma exclusão social através da falta
de acesso aos aparelhos tecnológicos por indivíduos com condição social menos favorecida.
As mídias são importantes na educação, e que seus benefícios são visíveis quando
trabalhado de forma correta disponibilizando a todos, principalmente a educação infantil,
etapa da educação tão desvalorizada pelos órgãos públicos, desvalorização perceptível por
meio dos investimentos destinados e essa área (SOUZA, 2013).
Ainda segundo Souza (2013), contudo, se vê claramente que a criança da educação
infantil precisa ter acesso a novas ferramentas, podem existir benefícios ultrapassam do
esperado, além do desenvolvimento psíquico, motor, memória, atenção entre outros. Por fim,
é indispensável destacar que, é um erro resumir a educação infantil somente em mídias, mas
sim como um fator importante para o desenvolvimento humano entre vários aspectos que
contribuem significativamente para a formação social e cultural do cidadão.

2.3 A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NA SAÚDE FÍSICA E MENTAL DA CRIANÇA

O fato das crianças substituírem as brincadeiras clássicas tais como: pega-pega,


esconde esconde, jogar bola, isto é, atividades nas quais envolvem movimento físico por
jogos eletrônicos, computadores, videogames, entre outros, pode comprometer a saúde física e
psicológica da criança, provocando o isolamento social da mesma, pois, cada vez mais
crianças são acometidas pelo fenômeno da obesidade em função do sedentarismo causado
pelos dispositivos eletrônicos (PAIVA, 2015)
8

A obesidade configura-se como uma das doenças causadas pelo sedentarismo,


portanto, as crianças que não se exercitam têm maior probabilidade de adquirir diabetes,
problemas cardíacos, hipertensão, entre outras. Antigamente as crianças tinham a prática de
atividades saudáveis, como futebol na rua, pega-pega, esconde esconde, dentro de sua rotina.
Hoje elas estão imersas ao mundo virtual e tecnológico, principal causa do sedentarismo
infantil (GARMES e MOURA, 2014).
A utilização da tecnologia de forma indiscriminada pelas crianças provoca o
desequilíbrio físico e psicológico, com isso, potencializa o isolamento social através do
sedentarismo, característica essa que é predominante na adesão do mundo virtual,
nesse sentido, esse fenômeno causa o embotamento afetivo, despersonalização, ansiedade e
depressão, impedindo o pleno desenvolvimento e amadurecimento afetivo, físico, cognitivo e
social das crianças (MACHADO, 2011).
A ideia do autor reafirma que as crianças nas quais utilizam excessivamente a
tecnologia, extinguem as oportunidades de valorizarem as atividades tradicionais tais como:
passa tempo, brincadeira de rodas, brincadeiras de rua, e o hábito de correr, pular, gritar, uma
vez que, os aparelhos eletrônicos tornaram-se estímulos condicionados, isto é, o reforço
natural e primário dos hábitos tradicionais são associados com os dispositivos eletrônicos,
com isso, a tecnologia evoca o acesso aos estímulos primários os quais tornaram-se uma
referência aprendida na qual é responsável pelo lazer, diante essa realidade, o contato da
criança com a tecnologia por reforço aumenta a probabilidade da mesma passar a maior parte
de seu tempo sentados em frente a TV, vídeo-game e tablet, desse modo, a falta de controle e
regras impossibilitam as crianças de diferenciarem o lazer do estudo (PAIVA e COSTA,
2015).
Para Mattoso (2010), em pleno século XXI onde a tecnologia está cada dia
mais avançada, as pessoas adquirem doenças e problemas psicológicos frequentemente. A
tecnologiacom os processos de automação leva as pessoas a assumirem uma vida sedentária,
já que, a comodidade, rapidez e flexibilidade na aquisição de informação diminuem o esforço
das pessoas em buscar fontes alternativas de lazer, trabalho e estudo.
As crianças do mundo contemporâneo crescem em mundo digital sustentado pela
ênfase na tecnologia de informação na qual é caracterizada pela automação, com isso, a
comodidade e facilidade provocam o sedentarismo, diante essa realidade, as crianças
adquirem muito cedo doenças psicológicas, acabam tendo dificuldade de se relacionar e
conviver em harmonia com diferentes modos e costumes, dessa maneira, as crianças
9

desenvolvem um ritmo de competição baseado na isenção de movimentos físicos em


decorrência da política ideológica de qualidade de vida mitigada pelos aparelhos eletrônicos
(GUEDES,1999).
A razão da inatividade física nos dias de hoje, onde é necessária a prática de
movimentos, é compensada pelos avanços tecnológicos. A sociedade atual está cultivando
hábitos cada vez mais sedentários. As crianças e adolescentes estão substituindo atividades
lúdicas (que envolvem esforço físico), pelas novidades eletrônicas (MACHADO, 2011).
Um dos grandes problemas das crianças do século XXI é que até mesmo no
ambiente escolar faltam atividades que auxiliam na psicomotricidade dos alunos as quais
poderiam estimular as relações entre as crianças e sua criatividade de forma prática e
dinâmica pelo contato físico, nesse sentido, as tarefas que envolvem movimentos tem a
oportunidade de estimular as mesmas a recuperarem os hábitos tradicionais de brincar com os
seus familiares e colegas de turma (MACHADO, 2011).
Acredita-se que as famílias veem a tecnologia somente como uma forma de
entretenimento para os filhos, não lhes oferecendo outras atividades, que permitam a
movimentação e a interação com outras crianças. Deve-se tomar cuidado para que a criança
não permaneça muito tempo em frente ao computador ou a TV, alienando do mundo
(VIEIRA, 2013).

3 METODOLOGIA

O trabalho desenvolvido seguiu os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma


pesquisa bibliográfica, que segundo Gil (2008, p. 50) “é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído de livros e artigos científicos”. Nesta perspectiva, a proposta de Gil
(2008) foi utilizada nas seguintes etapas: foram selecionados 05 artigos que abordaram o tema
uso das tecnologias da Infância, a busca por esses artigos foi feita nas seguintes plataforma
SCIELO, LILACS, BDENF, MEDLINE, como critério de inclusão será artigos publicados
nos últimos dez anos.
Foi realizada a coleta de dados da seguinte maneira: feito à leitura exploratória de todo
material selecionado que é uma leitura rápida, seguindo de uma leitura seletiva que é a
realização de uma leitura mais aprofundada das partes que mais interessam e após esses dois
tipos de leitura feito a extração de informações de fontes e instrumentos especifico (autores,
ano, método e conclusões).
10

Após a coleta foi realizado uma analise dos dados coletados, onde foi organizado as
opiniões levantadas dos autores. Em seguida foi construído um texto com o objetivo de
responder nossa pergunta problema.
Este estudo foi realizado respeitando a norma Brasileira regulamentadora 6023 que dispõe
sobre elementos a serem incluído e orienta a complicação e produção de referencias,
ressaltando – se que os dados coletados serão utilizados exclusivamente com finalidade
científica.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os recursos tecnológicos são de grande apoio e auxílio aos educadores que através dos
mesmos, podem usar as tecnologias como imagens e sons de formas associadas ou não, mas
com qualidade de informação. Existem várias metodologias educacionais nessa área, que são
muito atrativas e solicitam a interação da criança ao mesmo tempo em que ensinam, não por
memorização, mas, com entendimento do que está sendo proposto.
Segundo Souza (2013), contudo, se vê claramente que a criança da educação infantil
precisa ter acesso a novas ferramentas, podem existir benefícios ultrapassam do esperado,
além do desenvolvimento psíquico, motor, memória, atenção entre outros. Por fim, é
indispensável destacar que, é um erro resumir a educação infantil somente em mídias, mas
sim como um fator importante para o desenvolvimento humano entre vários aspectos que
contribuem significativamente para a formação social e cultural do cidadão.
Os pais, com o material adequado, podem tornar a educação de seus filhos mais
interessante e diversificada, com conteúdos mais ricos e produtivos, obtendo, assim, melhor
nível de aproveitamento e maior desenvolvimento social, cognitivo e psicológico dos filhos.
Definitivamente é muito difícil imaginar uma infância livre da influência dos
equipamentos eletrônicos. Por isso, os limites recomendados de utilização
dessas tecnologias não param de ser revistos, bem como a maneira com que os pequenos
deveriam interagir com as telas.
Conclui-se então que existem desafios quanto ao uso indiscriminado das tecnologias,
percebendo que existe muito interesse pela tecnologia por parte da criança, analisando que
sendo utilizada da maneira correta na infância pode ser um excelente instrumento para o
desenvolvimento da criança. Sendo assim, os pais precisam ter sabedoria de administrar o
tempo de uso pelos riscos que a criança está exposta, acompanhar a rotina do seu filho,
11

incentivando a ter o momento de brincar, pois são as atividades lúdicas que favorece o
desenvolvimento na infância, como também certificar do que o seu filho estátendo acesso,
pois o uso exagerado da mesma deixa a criança fora do mundo real trazendo grande risco para
a saúde física, mental e social.

REFERÊNCIAS

ARIÈS, P. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de Janeiro:


LCT, 1978.

BERLATO, K. C. G. Recursos tecnológicos na educação infantil: na visãode Alguns


educadores, Lins, 2016.

BONE,Viviane, Tecnologia e infância: ser criança na comteporeaniedade, Edumatec,


2010.

CASTRO, L. R. Da Invasibilidade a ação: a criança e jovens na construção da cultura,


Rio de Janeiro.

COSTA, R. M. A civilização da imagem e os vícios eletrônicos Revista Reverie – Vol. IV, nº


1, Disponível em: http://www.spfor.com.br/a-civilizacao-da-imagem-e-os-vicios-eletronicos/,
2011.

CHAVES, I. C. G. Tecnologia e infância um olhar sobre as brincadeiras das crianças,


maringa, 2014.

DESSEN, M. A., & Pereira-Silva, N. L. (2004). A família e os programas de intervenção:


Tendências atuais. In E. G. Mendes, M. A. Almeida & L. C. A. Williams (Orgs.), Temas em
educaçãoespecial: Avanços recentes(pp. 179-187). São Carlos: EDUFSCAR.

GARMES, A; MOURA , M. Obesidade infantil: a doença do milênio.Cienciaetec.


Disponível em: http://cienciaetec.wordpress.com/2014/05/13/obesidade-infantil-a-doenca-
domilenio/. Acesso em: 03 de março de 2018.

GIL, A. C., Métodos e técnicas de pesquisa social, 6ºed, São Paulo, Atlas, 2008.
12

GUEDES, D. P. Educação para a saúde mediante programas de Educação Física


escolar. São Paulo: Motriz, v.5, n.1, jun,1999.

HANAVER, F. J. Impacto da informática nas relações humanas. 2005. Disponível


em: Acesso em: 12 março. 2018.

MACHADO, Y. L. Sedentarismo e suas Consequências em Crianças e Adolescentes.


Muzambinho, 2011. Disponível em:
<http://www.muz.ifsuldeminas.edu.br/attachments/1681_17.pdf> Acesso em 29 março.2018.

MATOSSO, R. Tecnologia X Sedentarismo.Saladatextual, 2010. Disponível


em: http://saladatextual.wordpress.com/2010/04/04/tecnologia-x-sedentarismo/ Acesso em:
28 março. 2018.

PAIVA, Natalia Morais de Noletoet al, A influência da tecnologia na infância:


desenvolvimento ou ameaça, Potal da Psicologia, 2015.

PREVITALE, Ana Paula. A Importancia do Brincar. Campinas: UNICAMP, 2006.


Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=20490>.
Acesso em: 02 de março de 2018

POSTMAN, N. O. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro,1999.

REGO, T. C. (2003). Memórias de escola: Cultura escolar e constituição de


singularidades. Petrópolis, RJ: Vozes.

SALLE, L. M. F. Infância e adolescência na sociedade Conteporanea: alguns


aportamentos. Revista: Estudos de psicologia. Campinas. 22, 2005.

SOUZA, F. A influencia dos mídias na educação infantil, medianeira,2013.

SANTOS, N. S. Quando os saberes sobre infância, subjetividade e espaço sentam-se


mesa. Juiz de fora: educ, foco, 2008.

VIEIRA, A. R. A. Influencia das tecnologias no desenvolvimento infantil de criança de


cinco anos, Curitiba, 2013.

Você também pode gostar