O documento descreve um exercício de fixação ocular chamado trātaka. Trātaka serve para limpar e tonificar os músculos e nervos ópticos, além de descansar a vista e desenvolver força de vontade e intuição. O texto explica como realizar o exercício, fixando o olhar em uma chama de vela sem piscar até lacrimejar intensamente.
O documento descreve um exercício de fixação ocular chamado trātaka. Trātaka serve para limpar e tonificar os músculos e nervos ópticos, além de descansar a vista e desenvolver força de vontade e intuição. O texto explica como realizar o exercício, fixando o olhar em uma chama de vela sem piscar até lacrimejar intensamente.
O documento descreve um exercício de fixação ocular chamado trātaka. Trātaka serve para limpar e tonificar os músculos e nervos ópticos, além de descansar a vista e desenvolver força de vontade e intuição. O texto explica como realizar o exercício, fixando o olhar em uma chama de vela sem piscar até lacrimejar intensamente.
O documento descreve um exercício de fixação ocular chamado trātaka. Trātaka serve para limpar e tonificar os músculos e nervos ópticos, além de descansar a vista e desenvolver força de vontade e intuição. O texto explica como realizar o exercício, fixando o olhar em uma chama de vela sem piscar até lacrimejar intensamente.
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PRATIQUE, ṢAṬKARMA
Trātaka, a Fixação Ocular
Trātaka é a fixação ocular. Serve para limpar e tonificar os músculos e nervos ópticos, assim como para descansar a vista. Desenvolve força de vontade e intuição e favorece a meditação.
Trātaka é a fixação ocular. Serve para limpar e tonificar os
músculos e nervos ópticos, assim como para descansar a vista. Desenvolve a força de vontade e a intuição, e ainda favorece a meditação.
Basicamente, os diferentes tipos de trātaka consistem em
fixar firmemente o olhar em um ponto ou em fazer certos movimentos de rotação, alongando músculos e nervos ópticos. Nesse sentido, podemos dizer que os trātakas são āsanas feitos com os olhos. Existem três categorias de trātaka.
O primeiro tipo é o bahirāṅgatrātaka, exercício externo,
que inclui a fixação do olhar em algum ponto, como uma flor, uma folha, um símbolo ou a chama de uma vela, sem piscar, até lacrimejar intensamente.
Contemplar o céu deixando o olhar aprofundar-se
infinitamente no azul, nas ondas do mar, nas folhagens de uma floresta, observar o sol poente ou nascente, a lua ou as estrelas, também são formas de trātaka. Para fazer bahirāṅgatrātaka você vai sentar em uma posição de meditação bem confortável, estendendo seu braço direito à frente com a mão fechada e o dedo polegar para cima.
Olhe detidamente para a unha do polegar e comece a
movimentar o braço, deslocando-o muito lentamente primeiro para o lado, depois para cima e por fim para baixo, acompanhando o dedo com os olhos, porém sem mover a cabeça. Faça o mesmo para o outro lado.
Agora execute um movimento circular: mova a mão para
cima, desça com ela pelo lado e ao chegar no chão troque de braço, subindo então pelo lado e completando o círculo que será feito na próxima vez no outro sentido.
Execute diversas vezes. O movimento deve ser lento.
Somente os olhos acompanham a mão: a cabeça permanece imóvel. Aproxime então o polegar de seus olhos e focalize-o bem de perto.
Logo em seguida foque um ponto distante à sua frente e
rapidamente volte o olhar para o polegar, olhe sucessivamente para o ponto distante e para o polegar, diversas vezes.
Depois fixe o olhar em algum ponto, como uma flor, uma
folha, um desenho ou a chama de uma vela, sem piscar, até lacrimejar intensamente.
Por fim, atrite as palmas das mãos uma na outra até
produzir um intenso calor. Cubra os olhos com as palmas, cuidando para não apertá-los, bloqueando qualquer entrada de luz e permitindo que os globos oculares assimilem esse calor. Enquanto isso, visualize-os em perfeito funcionamento. Pode-se fazer o movimento com os olhos sem utilizar a guia do dedo, imaginando um círculo em torno deles e mirando primeiramente o ponto entre as sobrancelhas, depois movendo vagarosamente os olhos para a extrema direita, para baixo, seguindo para a extrema esquerda e retornando para o ponto acima.
Executa-se diversas vezes esta rotação, invertendo sempre
o sentido.
Já o antarāṅgatrātaka é um exercício interno, que envolve
visualização. Imagina-se um objeto, um símbolo ou um yantra no espaço escuro dentro da cabeça, na altura do intercílio. O objetivo é alcançar a mesma clareza que quando se olha para o objeto com os olhos abertos.
O terceiro tipo, antarbahirāṅgatrātaka, combina os outros
dois, que se fazem de forma alternada. Esses exercícios podem fazer-se a qualquer momento do dia.
O trātaka beneficia a saúde geral dos olhos, chegando em
alguns casos a aliviar os sintomas da miopia ou do astigmatismo, aumenta a força de vontade, desperta a clarividência (śāmbhavīsiddhi) e constitui uma excelente preparação para as técnicas avançadas.
De todos os exercícios de trātaka, escolhemos a fixação na
chama da vela, por ser ao mesmo tempo simples, fácil e de resultados rápidos. ॥ हर िः ॐ ॥
Trātaka, a prática
Fixando a chama da vela
Tempo: 30 a 40 minutos. Nível: básico e intermediário. Sinopse: A fixação ocular é essencial para aumentar a concentração, o foco e a força de vontade.
Antes de iniciar esta prática coloque uma lamparina ou
uma vela acesa diante de si, de forma que a chama fique exatamente na altura dos seus olhos. Estando muito alta ou muito baixa, criará desconforto.
Primeiramente, ajuste a sua posição de forma que você
fique a um braço de distância da chama da vela. Feche os olhos. Suas mãos estão em jñána mudrá sobre os joelhos.
Confira o conforto e a estabilidade da sua posição sentada.
Inspire profundamente e vocalize junto comigo o mantra Oṁ por três vezes: Oṁ, Oṁ, Oṁ.
Mantenha os olhos fechados. Permaneça consciente do seu
corpo. Construa uma imagem mental do seu corpo. Ou sinta seu corpo.
Permaneça consciente do seu corpo inteiro. Tome
consciência da sua espinha dorsal, que está perfeitamente ereta, sustentando o pescoço e a cabeça.
Tome consciência da posição equilibrada dos braços e
pernas. Consciência total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, dos pés à cabeça.
Imagine-se como se estivesse crescendo a partir do chão,
como se fosse uma árvore. Suas pernas são as raízes da árvore. O resto do corpo é o tronco. Vivencie isto com intensidade.
Você está crescendo a partir do chão, fixando-se no chão.
Absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Como se fosse uma árvore enorme e forte. Perceba-se, vivencie-se crescendo a partir do chão. Fixando-se no chão.
Unindo-se com o chão. Não há diferença entre o corpo e o
chão. Você está absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Consciência intensa (1/2 minuto em silêncio).
Concientize-se das partes do corpo, começando pela
cabeça. Visualize a sua cabeça e mantenha consciência total nela. Faça o mesmo com o pescoço. Visualize o seu pescoço e mantenha consciência total nele.
O ombro direito. O ombro esquerdo. O braço direito. O
braço esquerdo. A mão direita. A mão esquerda. Permaneça consciente. As costas inteiras. O peito. O abdômen. O glúteo direito. O glúteo esquerdo. A perna direita.
A perna esquerda. O pé direito. O pé esquerdo. O corpo
inteiro de uma só vez. Consciência total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, como uma unidade (1/2 minuto em silêncio).
Agora visualize o exterior do corpo. Como se você estivesse
se vendo num espelho. Veja seu corpo na posição de meditação. Pela frente. Pelo lado direito. Pelo lado esquerdo. Por trás. Por cima.
E depois, de todos os lados ao mesmo tempo. Esteja
consciente do corpo. Consciência total no seu corpo inteiro. Seu corpo inteiro, como uma unidade.
Agora tome consciência das sensações físicas que o seu
corpo experimenta. Consciência total em todas as sensações físicas. Permita que estas sensações se transformem num foco para o seu pensamento. Consciência total.
Agora faça um saṅkalpa: tome a resolução de permanecer
absolutamente estável e imóvel durante toda a prática. Repita mentalmente: “durante toda a prática fico absolutamente estável, absolutamente imóvel. Absolutamente estável e imóvel.”
Fique atento aos sinais de desconforto do corpo.
Consciência total em todos os sinais de desconforto: dor, coceira, formigamento, necessidade de deglutir, o que for. E permaneça absolutamente firme e imóvel.
Quando você se prepara para permanecer atento e evitar
todo e qualquer movimento, o corpo permanece imóvel e rígido como uma estátua. E você percebe uma sensação de levitação astral.
Se houver algum movimento inconsciente, tome
consciência desse movimento. Torne-o consciente. Consciência total no corpo e na estabilidade. Consciência total no corpo e na imobilidade.
Seu corpo está totalmente estável e imóvel. Absolutamente
firme e descontraído. Esta é a forma da sua consciência agora (1/2 minuto em silêncio).
Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu
corpo ficando mais e mais rígido. Mais e mais firme. Tão rígido e firme que, depois de algum tempo, você não consegue mais se mexer.
Consciência total no corpo e na rigidez. Consciência total
no corpo e na firmeza. Seu corpo está absolutamente rígido e firme. Rígido e firme, porém, perfeitamente descontraído e relaxado. Absolutamente imóvel.
Consciência intensa (1/2 minuto em silêncio). Ao manter a
consciência centrada, você sente o seu corpo ficar cada vez mais leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil, que a consciência do corpo se esvai. A consciência do corpo se esvai (1/2 minuto em silêncio).
Abra os olhos. Olhe para o centro da chama. Para o pavio.
Olhe diretamente para o centro da chama. Para a língua de fogo. Não feche os olhos. Não pisque. Relaxe os olhos.
Quanto mais você conseguir relaxar os olhos, mais fácil
fica. Quanto mais você se esforçar para não piscar, mais difícil. Fixe o olhar no topo do pavio, no meio da chama. Focalize a atenção na chama.
Concentre-se. Não há nada além dela. Se sentir muita
necessidade de pestanejar, faça-o. Mas só se for realmente uma necessidade imperiosa.
Na medida do possível, olhe fixamente para a chama, sem
piscar (1/2 minuto em silêncio). Tente atravessar o centro da chama com a sua visão. Concentre-se (1/2 minuto em silêncio). Fixe a visão na chama.
Permita que a chama atraia seu olhar, como o imã atrai a
agulha. Sinta como a sua atenção e o seu olhar são atraídos pelo fogo (1/2 minuto em silêncio).
Depois, feche os olhos (1 minuto em silêncio). Preste
atenção à imagem que você percebe com os olhos fechados. Se você perceber a imagem da chama, concentre-se nela. Se não conseguir vê-la, não se preocupe. Apenas preste atenção ao que acontece diante dos seus olhos fechados. Seja testemunha. Não se envolva com as percepções que possam surgir. Veja-as como se estivessem acontecendo fora do seu corpo.
Como algo externo, alheio. Mantenha-se alerta (1/2 minuto
em silêncio). O que acontecer perante seus olhos, deve ser apenas observado. Não reprima nada (1/2 minuto em silêncio).
Agora abra os olhos e novamente fixe o olhar na chama da
vela. Concentre-se no centro da chama. Relaxe os olhos, mas não pestaneje. Sinta a atração magnética da chama (1/2 minuto em silêncio).
Não há nada além da chama. Absorva-se totalmente na
contemplação da chama. Procure atravessar o centro da chama com a visão (1/2 minuto em silêncio). Consciência total na chama.
Atenção absoluta (1/2 minuto em silêncio). Agora feche os
olhos. Novamente, fixe a atenção na impressão que a imagem da chama deixou nas suas retinas. Se você não conseguir vê-la, concentre-se no espaço vazio frente aos seus olhos fechados.
Permaneça atento ao que acontecer nesse ponto. Seja
testemunha. Seja observador. Não se envolva com as percepções. Apenas observe. Nada mais (1/2 minuto em silêncio).
Continue concentrando-se na imagem da chama. Se você
perceber outras imagens ou visões, observe-as como se estivesse assistindo a um filme. Não interfira nem se comprometa com as imagens. Apenas observe (1/2 minuto em silêncio).
Abra os olhos. Focalize por última vez a visão na chama da
vela. Olhe para o centro da chama. Olhe para o coração da chama. Não pestaneje. Mas procure manter os olhos relaxados.
Lembre que quanto mais você conseguir relaxar os olhos,
mais fácil fica. Quanto mais você se esforçar para não piscar, mais difícil será. Se não se esforçar demasiado, será mais fácil. Focalize a atenção na chama e em mais nada (1/2 minuto em silêncio).
Olhe no coração da chama. Coloque toda a sua atenção no
coração da chama. Não há nada além dela (1/2 minuto em silêncio). Concentração total na vela (1/2 minuto em silêncio).
Agora feche os olhos. Permaneça observando a imagem
que a chama deixou impregnada em sua retina.
Se não conseguir enxergá-la, coloque a sua consciência no
espaço atrás dos olhos fechados. Observe-se. Seja testemunha. Não interfira. Apenas isso (1/2 minuto em silêncio).
Lembre de não se apegar às imagens que possam aparecer.
Apenas observe (1/2 minuto em silêncio). Aqui conclui o trátaka. Mantenha os olhos fechados. Faremos agora a vocalização do mantra Oṁ durante cinco fôlegos. Concentre-se e procure sentir a vibração do Oṁ.
Sinta o Oṁ originando-se no coração e preenchendo o seu
corpo inteiro. Cada célula do corpo vibra com o Oṁ. Inspire fundo e vocalize junto comigo: Oṁ, Oṁ, Oṁ, Oṁ, Oṁ.
Mantenha os olhos fechados por um minuto ainda. Fique
atento ao momento presente, aos seus sentimentos, ao efeito da prática, ao lugar onde você está. Então, movimente-se devagar. Abra os olhos. A prática de trātaka está completa. Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ Oṁ.
Extraído do livro Yoga Prático.
॥ हर िः ॐ ॥
O texto acima pode usar-se como modelo de elocução. Você
estuda a técnica e grava a sua própria voz, lendo pausadamente (uma frase a cada quatro segundos, aproximadamente) e respeitando os tempos que aparecem sugeridos entre parêntesis (ou reduzindo-os proporcionalmente).
Outra opção é fazer pequenos grupos de meditação com
seus amigos, onde cada um pode usar os textos como orientação para dar a prática para os outros.
Se você for professor de Yoga, poderá igualmente usar essa
prática nas suas aulas, tomando o cuidado de escolher a técnica mais adequada para cada pessoa ou grupo.
॥ हर िः ॐ ॥
Leia também:
1. Ṣaṭkarma, a Purificação Orgânica
2. Kapālabhāti: a Limpeza das Vias Respiratórias 3. Śaṅkaprakṣalāna, a Purificação Total 4. Como Usar o Lota para a Purificação Nasal ॥ हर िः ॐ ॥
Aqui, uma meditação guiada (em castelhano) sobre tr
Trataka: Asanas para os Olhos, Terapia para
Mente HOME > BLOG > Trataka: Asanas para os Olhos, Terapia para Mente
DICAS DE YOGA | 24 NOV 2020 | ELLEN LIMA
TRATAKA: ASANA PARA OS OLHOS, TERAPIA
PARA A MENTE Trataka é um dos seis Kriyas (técnicas de purificação interior) que compõe os shatkarmas descritos no capítulo II do Hatha Yoga Pradipika e capitulo I do Gheranda Samhita. Do sânscrito, Trataka significa “olhar fixamente”. Tem como objetivo limpeza e purificação dos músculos e nervos ópticos através da concentração do olhar em pontos fixos ou através de movimentos específicos com os olhos. Os benefícios físicos são limpeza e tonificação dos músculos e nervos oculares, e mentalmente é um ótimo exercício que prepara para meditação, além de desenvolver maior poder de concentração e força de vontade.
O Trataka pode ser feito de três maneiras diferentes:
Bahiranga Trataka: exercício externo que consiste em olhar fixamente,
sem piscar, para algum ponto específico até que seus olhos lacrimejem. Sentado em posição confortável estique seu braço à frente, mantenha as mãos fechadas apenas com o dedão voltado para cima e olhe fixamente para a unha. Movimente seu braço para a direita e siga o ponto focado apenas com os olhos (sem movimentar a cabeça), primeiro para os lados, depois para cima e por fim para baixo. Logo depois inicie o movimento circular de forma bem lenta: movimente a mão para cima, para o lado e para baixo (trocar o braço para o próximo lado) e suba pelo outro lado, completando um círculo. Ao terminar esfregue suas mãos para produzir calor e em forma de concha, de maneira que não entre luz coloque sobre os olhos sem apertar, apenas para descansá-lo. Antaranga Trataka: exercício interno que consiste na imaginação de um símbolo (normalmente o OM) ou yantra (figuras geométricas que atuam como ferramenta para concentração, contemplação ou meditação) no ajna chakra, espaço entre as sobrancelhas, com o objetivo de visualizá-lo claramente como se estivesse olhando para ele.
Artarbahiranga Trataka: este exercício combina os dois explicados acima,
realizando-o de forma alternada. O mais conhecido é o da chama da vela, que consiste em fixar o olhar na chama da vela, sem piscar, até lacrimejar e depois fechar os olhos e imaginar essa mesma chama na altura do ajna chakra.
OBSERVAÇÃO: o Trataka é contra-indicado para pessoas com
glaucoma e epiléticos não devem praticar o Artarbahiranga Trataka. (Swami Satyananda Saswati – Asana Pranayama Mudra Bandha)
Em uma prática de Yoga onde tive o primeiro contato de Trataka, a
primeira coisa que me veio à mente foi a lembrança de uma técnica psicoterápica da qual já fui paciente, chamada EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing ou Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares).
A técnica foi desenvolvida na década de 80 por uma psicóloga
americana chamada Francine Shapiro que consolidou este método após suas pesquisas com veteranos de guerra do Vietnã, que relataram que após a terapia que os ‘flashbacks’ de bombas e tiros que ecoavam na mente, não mais apareciam. A terapia consiste em analisar os padrões de sentimentos negativos do paciente, fobias, ansiedades, medos e traumas e colocá-los em uma escala de incômodo que após as sessões, será reavaliada. Uma especialista em EMDR diz que ‘”com o EMDR criamos uma situação onde o próprio cérebro encontra um caminho de autorregulação”. “Segundo Francine Shapiro, quando o paciente combina a memória do trauma aos movimentos laterais dos olhos, ativa mecanismos cognitivos e fisiológicos que reprocessam o trauma e dessensibilizam a ferida, como sugere o nome da terapia.”
A técnica parte do princípio que as lembranças dolorosas são
armazenadas de maneira disfuncional no cérebro. Sabe-se que é durante o sono REM (Rey Rapid Moviment ou Movimento Ocular Rápido) que o cérebro reprocessa e arquiva as informações do que aconteceu. A técnica de psicoterapia ‘imita’, de uma forma acelerada, esse processo que acontece durante o sono REM, fazendo estimulação bilateral do cérebro através dos movimentos oculares, que segundo os especialistas na técnica “é o arranque para que o cérebro reprocesse a memória negativa”. Nas ultimas fases da psicoterapia trabalha-se a troca de crenças e padrões negativos por pensamentos positivos.
O que mais chama a atenção é a semelhança entre uma técnica
milenar do Yoga, o Trataka, com uma técnica de psicoterapia recente que vem demonstrando bastante eficácia. Permitindo enxergar o Yoga como uma ‘ferramenta antiga’, ousaria dizer, pelo seu respeitável tempo de existência, a mãe de todas as terapias que visam o bem estar do ser humano.
Yoga é uma filosofia que se desenvolveu baseado no cuidado com o
ser humano como um todo: mente, corpo físico e energético e espírito. O yoga tem como foco “cessar a instabilidade da mente” através dos asanas, pranayamas, meditações, kriyas. As perturbações ou distúrbios da mente que são pontos de análise da psicologia, que busca suas causas, já foram descritas antes mesmo de que a psicologia existisse como profissão. Patanjali descreveu essas perturbações nos Yoga Sutras. São as cinco principais causas de sofrimento da humanidade, chamados Kleshas. São eles: avydia (ignorância), asmita (ego), raga (atração), dvesha (aversão), abhinivesha (apego à vida ou medo da morte). Não seriam esses os mesmos focos das atuais técnicas de terapia?!
Não venho de forma alguma através desse texto diminuir a
importância da psicoterapia, tenho grande respeito por essa profissão, o objetivo é enaltecer a importância do Yoga para a saúde emocional dos seres humanos. Pessoas precisam sim de ajuda profissional na área da saúde, algumas estão tão perdidas que necessitam de um profissional para ajuda-las a se reencontrar e retomar o controle de sua vida, mas diante dos benefícios incontestáveis do Yoga e da semelhança entre o Trataka e do EMDR, penso em como seria bom se o Yoga fosse ensinado desde cedo às pessoas, muitos dos males da vida moderna poderiam ser evitados, as pessoas saberiam lidar melhor com suas emoções, saberiam respirar corretamente e dessa forma controlar a mente que salta de um lugar para outro de forma desordenada nesse mundo de tantas informações, saberiam silenciar os pensamentos ao invés de se desesperar com as imaginações que causam medo, ansiedade, aflições; entoariam um mantra ao invés de resmungar palavras de baixa energia, saberiam direcionar o fluxo de suas energias e usariam seus pensamentos como um aliado e não como um inimigo que sabota o tempo todo. Nos EUA algumas escolas já inseriram o Yoga na grade curricular, no Brasil algumas experimentam como projeto escolar, mas o fato é que os benefícios são inúmeros, basta colocar nos sites de pesquisa para ver a quantidade de reportagens que abordam tais benefícios, entre eles o que mais se destaca é a melhora de alunos com problemas de concentração. Introduzir o Yoga na vida das crianças pode ser a melhor maneira de criarmos uma sociedade mais saudável física e emocionalmente.
Praticar Yoga, mesmo depois de adultos e com inúmeras crenças
enraizadas, nos ajuda a descontruir paradigmas e refazer nosso ‘ambiente emocional’. Não sou mais paciente de psicoterapia há anos (em específico do EMDR), mas faço uma auto-terapia diária chamada YOGA e vejo hoje o Trataka de uma forma muito diferente, o vejo como minha sessão de ‘EMDR yogin’!