Tcc-José Ferreira (Final)
Tcc-José Ferreira (Final)
Tcc-José Ferreira (Final)
Este estudo e análise foi idealizado em busca de conhecimentos mais claros, objetivos
e específicos referentes as influências do seio familiar no desenvolvimento espiritual
dos adolescentes. Tendo em vista uma breve analise na função dos pais e demais
membros familiares, assim como, os relacionamentos pessoal e interpessoal na
adolescência, e os impacto de diferentes contextos de convivência familiar. Este
trabalho é de caráter teórico, e está baseado em pesquisa bibliográfica, tendo por
fontes, autores diversos. Verificou-se que, a formação espiritual devidamente
direcionada nesta fase da vida e devidamente acompanhada é de suma importância
para o preparo de homens e mulheres fortes emocionalmente, equilibrados,
temperantes, prestativos, tementes a Deus e dispostos a servir, com um alto senso
de moral e bondade. Portanto, a família, tida como um alicerce em diversas áreas da
sociedade, também deve desempenhar um papel protagonista neste processo.
Palavras - chave: Família, Adolescência, Adolescente, Desenvolvimento, Espiritual
INTRODUÇÃO
1
Trabalho de conclusão de curso as exigências do curso de Bacharelado em Teologia da Faculdade
Adventista da Bahia.
2
Graduado em Filosofia pela UNICAP, Teologia pelo SALT, Pedagogia pela FACHO e Mestre em
Família na Sociedade Contemporânea pela UCSAL. Professor do Seminário Adventista Latino
Americano de Teologia.
3
Graduando em Teologia do 8º período pelo Seminário Latino-americano de Teologia da Faculdade
adventista da Bahia.
3
4
PRATTA, Elisangela. Família e adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento
psicológico de seus membros. Psicologia e estudo, maringá, v. 12, ed. 2, p. 247-256, agosto/2007
2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
73722007000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 maio 2020 .
5
ZIBORDI, Ciro. Adolescentes sa: coisas que rapazes e moças precisam saber. 2. ed. Rio de janeiro:
Cpad, 2005.
4
Um período da vida, onde todo ser humano está sujeito a enfrentar. Para
(PAPALIA, 2013)10 “a adolescência é uma construção social” um período de
mudanças e inúmeras descobertas, uma espécie de passagem segundo a autora.
6
PEREIRA, Rodrigo. As consequências da ausência do pai. In: As consequências da ausência do
pai. [S. l.], 1999. Disponível em: <http://www.rodrigodacunha.adv.br/as-consequencias-da-ausencia-
do-pai/>. Acesso em: 11 maio 2020.
7
ARRUDA, Paula. Responsabilidade civil no direito de família: da possibilidade de indenização por
descumprimento do dever de convivência. Instituto brasileiro de direito da familia, recife, 22 nov.
2011. Disponível em: <http://www.ibdfam.org.br/_img/artigos/22_11_2011%20Afetividade.pdf>.
Acesso em: 11 maio 2020.
8
PRADO, Danda. O que é família. São paulo: Editora brasiliense, 1985.
9
WHITE, Ellen. Educação. Tatuí: Casa publicadora brasileira, 2006.
10PAPALIA, Diane; FELDMAN, Ruth. Desenvolvimento humano. Porto alegre: amgh editora ltda,
2013.
5
No entanto, como tem sido comum, ultimamente, é que o ser humano tem vivido
constantes momentos de fragilidade emocional ao longo da vida. E, por conta destes
momentos de fragilidade e sofrimento, ele têm sucumbido, através do estresse, da
depressão, e em uma tentativa frustrada de amenizar este sofrimento, tem buscado
no suicídio uma forma de livrar-se do sofrimento, mesmo que lhe custe a própria vida.
11
LE PICHON, X. As raízes do homem: da morte ao amor. Lisboa: Livros e leituras, 1999.
12 CHAPMAN, Gary. As 5 linguagens do amor dos adolescentes. 3. ed. São paulo: Mundo cristão,
2018.
13
BAHLS, Saint-Clair; BAHLS, Flávia Rocha Campos. Depressão na adolescência: características
clínicas. Interação em Psicologia, 2002, 6(1), p. 49-57. Universidade Federal do Paraná.
6
O ponto de partida desta pesquisa está relacionado com a base de toda esta
pesquisa, que é o relacionamento familiar. O ser humano é um ser social, ele
necessita de manter relacionamentos saudáveis para ter uma mente saudável, uma
vez que a sensação de solidão pode acarretar em desfechos trágicos. Braga e
Dell’Aglio (2013, p. 3)14 comentam que segundo dados da OMS, “o suicídio constitui-
se [...] em um problema de saúde pública mundial, pois está, em muitos países, entre
as três principais causas de morte entre indivíduos de 15 a 44 anos e é a segunda
principal causa de morte entre indivíduos de 10 a 24 anos”.
14
BRAGA, Luiza de Lima; DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. Suicídio na adolescência: fatores de risco,
depressão e gênero. Contextos Clínic, São Leopoldo, v. 6, n. 1, p. 2-14, jun. 2013 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-
34822013000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 26 out. 2020.
http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2013.61.01.
15
MONTEIRO, Kátia Cristine Cavalcante; LAGE, Ana Maria Vieira. A depressão na adolescência.
Psicol. estud., Maringa , v. 12, n. 2, p. 257-265, Aug. 2007. Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
73722007000200006&lng=en&nrm=iso>. access on 08 Nov. 2020. https://doi.org/10.1590/S1413-
73722007000200006.
7
(Bahls e Bahls, 2002; Baptista, 2004; Freitas e Botega, 2002; Kokkevi et al.,
2010) de que a presença de sintomas depressivos - como sentimento de
tristeza, desesperança, humor depressão, falta de motivação, diminuição do
interesse ou prazer, perda ou ganho significativo de peso, problemas de sono,
capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, dentre outros - é um
importante fator de risco para o suicídio e de que a adolescência é
considerada um período propício tanto para a ideação quanto para as
tentativas de suicídio, principalmente quando associada à depressão
(ARAÚJO et al.,2010 apud BRAGA; DELL’AGLIO, 2013, p. 5).
Chega a ser preocupante como cada vez mais os mais jovens têm enfrentado
a depressão, conforme os estudos de Olsson e von Knorring (1999 apud BAHLS;
BAHLS, 2012, p. 2), foi constatado que, pelo menos, “25% dos adultos com depressão
maior relataram o primeiro episódio da doença ocorrendo antes dos dezoito anos de
idade”. Ou seja, há uma infinidade de crianças e adolescentes enfrentando à
depressão e distúrbios emocionais e os pais precisam se atentar para evitar que o pior
venha a acontecer.
A busca por uma vida mais confortável para a família, muitas vezes tem um
preço muito alto, e que normalmente, quem paga a conta são os filhos. E, em muitas
oportunidades, o resultado acaba sendo trágico. Braga e Dell’Aglio (2013, p. 5)
relatam que “tais jovens relatam sentir falta de ter amigos e reclamam não ter ninguém
para dividir experiências e tristezas, apresentando maior probabilidade de desenvolver
problemas emocionais, comportamentais e afetivos”.
Ora, se os pais são de fato importantes na vida dos adolescentes, estes devem
ter cuidado em seu modo de vida tendo como objetivo também impactar suas vidas
na moralidade e principalmente no desenvolvimento espiritual, afirma (CAMPBELL,
2004)16. Mais importante que uma instrução simples e comum, a instrução religiosa
em favor do crescimento espiritual dos filhos são sementes plantadas que renderão
muitos frutos positivos (WHITE, 2006)17.
Os pais, por sua vez, têm um importante papel para poder dar uma melhor
qualidade de vida para os seus filhos, não só de ordem financeira, mas, também no
fator emocional. Para Wagner (et al., 2005, p. 277) 18, “a adolescência constitui uma
etapa decisiva no processo de desprendimento da família”. Mas, não é fácil
desempenhar este papel, pois tanto os pais como os filhos estão em diferentes fases
do desenvolvimento humano, e ambos encontrarão uma série de dificuldades para
poder fazer este tipo de enfrentamento.
Na infância, as crianças veem os seus pais como deuses, aqueles que estão
ali para lhe prover o alimento, dar a atenção, carinho e lhe garantir a segurança que
tanto almeja. E na falta de algum destes fatores a criança se sente desprotegida e
isso pode acarretar uma série de problemas emocionais.
16
CAMPBELL, Ross. Como realmente amar seu filho adolescente. São paulo: Mundo cristão,
2004.
17
WHITE, Ellen. Fundamentos do lar cristão. Tatuí: Casa publicadora brasileira, 2006.
18
WAGNER, Adriana et al. Estratégias de comunicação familiar: a perspectiva dos filhos
adolescentes. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 277-282, Aug. 2005. Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722005000200016&lng=en&nrm=iso>. Access em 08 Nov. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-
79722005000200016.
19
MONTEIRO, Kátia Cristine Cavalcante; LAGE, Ana Maria Vieira. A depressão na adolescência.
Psicol. estud., Maringá, v. 12, n. 2, p. 257-265, Aug. 2007. Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
73722007000200006&lng=en&nrm=iso>. access on 08 Nov. 2020. https://doi.org/10.1590/S1413-
73722007000200006.
9
Wagner (et al., 2005, p. 277) comenta que “o jovem volta-se para o meio social
e apoia-se no seu grupo de iguais [...] a família já não é mais o centro de suas
atenções”. A busca pelo reconhecimento destes grupos sociais permite com que o
jovem se afastes do seio familiar e fica mais propenso e vulnerável para fazer escolhas
erradas em prol desta ‘aceitação popular’.
Por mais que já tenham sido adolescentes, os pais não têm encontrado a
sensibilidade necessária para poder se aproximar destes adolescentes. Talvez por
sentir vergonha do que foi feito no passado ou por que, simplesmente, por saber qual
é o resultado final desta empreitada, entenda que a melhor maneira é tratar o filho
como se fosse uma criança de 8 anos, não se importando com o constrangimento que
este venha a passar.
20
MOTA, Catarina Pinheiro; MATOS, Paula Mena. Apego, conflito e auto-estima em adolescentes
de famílias intactas e divorciadas. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 344-352, 2009 .
Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722009000300004&lng=en&nrm=iso>. access on 08 Nov. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-
79722009000300004.
10
A manutenção dos laços afetivos na vida dos adolescentes, como foi explicitado
na citação acima, são os elementos chaves para a formação de uma base segura na
vida do ser humano. O ser humano precisa de companhia, necessita de atenção, de
estar incluído em um contexto social, senão ele poderá vir a sucumbir por conta da
sensação de solidão causada pela depressão.
fato como o divórcio não só afeta a vida do casal, como também a vida dos filhos.
Enganam-se os pais que pensam que conseguem esconder dos filhos por muito
tempo os conflitos conjugais. E, geralmente, o processo de separação, por muitas
vezes é doloroso, por conta das brigas e disputas judiciais, e, em muitas
oportunidades são os filhos que pagam a conta.
21
PELT, Nancy. Como formar filhos vencedores: desenvolvendo o caráter e a personalidade. Tatuí:
Casa publicadora brasileira, 2006.
12
WAGNER, et al., 2005, p. 277) salientam que a principal tarefa da família nesse
momento evolutivo é aumentar a flexibilidade das fronteiras familiares a fim de integrar
os movimentos de independência dos filhos
Nesse sentido, de acordo com Jakson & cols. (1998) e Ríos-González (1994
apud WAGNER, et al., 2005, p. 277), “quanto menor for o nível de desacordo entre
pais e adolescentes, melhor se dará o desenvolvimento das relações familiares”. A
13
relação entre pais e adolescentes que, anteriormente, era uma relação fechada, nos
moldes do mundo atual, não tem mais espaço. Conforme foi apontado por Assis et al.
(2006 apud BECKER; MAESTRI; BOBATO, 2015, p. 85)22, “a aderência das práticas
religiosas pode ser considerada como um fator protetivo, uma vez que permite o
fortalecimento de vínculos no relacionamento familiar, na provisão de apoio, suporte
e respeito mútuo”.
22
SESTI BECKER, Ana Paula; PAZA MAESTRI, Tânia; BOBATO, Sueli Terezinha. Impacto da
religiosidade na relação entre pais e filhos adolescentes. Arquivos Brasileiros de Psicologia, vol.
67, núm. 1, 2015, pp. 84-98. Universidade Federal do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Brasil.
14
próximas dos filhos. Os adolescentes, de acordo com Wagner & cols. (2002 apud
WAGNER, et al., 2005, p. 278), “quando comparam o relacionamento com seus pais,
afirmam ser comumente mais próximos de sua mãe, revelando mais suas vivências
íntimas para ela, além de falarem sobre uma variedade de assuntos mais que com o
pai”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na primeira parte deste trabalho, foram apontados os efeitos de uma vida sem
uma solidez religiosa para os adolescentes. Onde foram apontados alguns dados
assombrosos que embasam esta pesquisa. Em vista dos dados e do parecer destes
especialistas apresentados na primeira parte deste trabalho, onde mostrou a triste
realidade onde a alta taxa de suicídio entre os jovens e adolescentes. Cada vez mais
um bom relacionamento no ambiente familiar ganha, cada vez mais, uma grande
importância. Pois um dos principais aspectos apontados como motivação para essa
alta na taxa de suicídio entre jovens e adolescentes, está a depressão ocasionada
pela sensação de solidão.
embora, em alguns casos, exista uma boa convivência entre os membros da família,
mesmo após o divórcio. Ainda assim, é muito mais evidente os efeitos negativos
causados pelo divórcio nos filhos, principalmente, na adolescência, do que mesmo na
infância. Estes efeitos negativos, muitas vezes, são os principais causadores de
algumas tragédias familiares, como a violência familiar, a criminalidade e as mortes
trágicas, estão entre alguns destes fatores.
REFERÊNCIAS
SESTI BECKER, Ana Paula; PAZA MAESTRI, Tânia; BOBATO, Sueli Terezinha.
Impacto da religiosidade na relação entre pais e filhos adolescentes. Arquivos
Brasileiros de Psicologia, vol. 67, núm. 1, 2015, pp. 84-98. Universidade Federal do
Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Brasil.
WAGNER, Adriana et al. Estratégias de comunicação familiar: a perspectiva dos
filhos adolescentes. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 277-282, Aug.
2005. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722005000200016&lng=en&nrm=iso>. Access on 08 Nov. 2020.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722005000200016.
WHITE, Ellen. Educação. Tatuí: Casa publicadora brasileira, 2006.
WHITE, Ellen. Fundamentos do lar cristão. Tatuí: Casa publicadora brasileira,
2006.
ZIBORDI, Ciro. Adolescentes sa: coisas que rapazes e moças precisam saber. 2.
ed. Rio de janeiro: Cpad, 2005.