Pagamento de Verbas Rescisórias

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PAGAMENTO

DE VERBAS RESCISÓRIAS
 
O artigo 477, § 6º da CLT é que estipula o prazo para o pagamento das verbas rescisórias constantes do Termo de
Rescisão do Contrato de Trabalho - TRCT.
 
PRAZO DE PAGAMENTO
 
A
Lei 13.467/2017 (com vigência a partir de 11.11.2017), revogou a alínea "a" e "b" do § 6º do art. 477 da CLT, bem
como alterou o caput do citado artigo, estabelecendo que independentemente do tipo de aviso prévio (trabalhado ou
indenizado) ou de quem o concedeu (empregado ou empregador), o prazo para pagamento das verbas rescisórias será
de: 

Até 10 dias contados a partir do término do contrato.

Os prazos são computados em dias corridos,


excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
 
Exemplo 1
 
Empregado com dois anos e meio de empresa e com direito a 36 dias de aviso prévio, foi demitido sem justa causa em
15.05.2021.
 
Após cumprir os 30 dias de aviso prévio, tendo optado pela redução de 2 horas diárias em sua jornada de trabalho (§
único do art. 488 da CLT), o pagamento das verbas rescisórias e a entrega dos documentos da extinção do contrato de
trabalho foi agendada (na própria empresa) para dia 24.06.2021, ou seja, 10 dias contados a partir do término do
contrato.
 
Contagem do aviso prévio trabalhado: 15.05.2021 + 30 dias = 14.06.2021 (data do término do aviso)
Prazo para quitação das verbas rescisórias: até o dia 24.06.2021 → (até 10 dias após o desligamento 14.06.2021)
 
Nota: Havia controvérsias sobre a forma de cumprimento do aviso prévio proporcional previsto na
Lei 12.506/2011.
Entretanto, o entendimento jurisprudencial do TST é de que a proporcionalidade é um direito exclusivo do
empregado, não podendo o empregador exigir o cumprimento do aviso prévio por prazo superior a 30 dias. No
exemplo acima, os 6 dias restantes do aviso devem ser indenizados pelo empregador. Para maiores detalhes,
acesse o subtópico "Proporcionalidade do Aviso Prévio - Aplicação ou Não da Bilateralidade" do tópico
Aviso Prévio.
 
Exemplo 2
 
Empregado com 6 anos de empresa e com direito a 48 dias de aviso prévio, foi demitido sem justa causa em
14.10.2021.
 
Como o desligamento foi imediato (sem cumprimento do aviso), a formalização da rescisão foi agendada na própria
empresa para dia 22.10.2021 (sexta-feira), ou seja, o agendamento foi feito para até o 10º dia limite contado a partir do
término do contrato de trabalho.
 
Prazo normal para quitação das verbas rescisórias: até o dia 24.10.2021 → (até 10 dias após o desligamento
15.10.2021).
 
Como o 10º dia é um domingo (24.10.2021), o pagamento das verbas rescisórias e a entrega dos documentos da
extinção do contrato de trabalho foi antecipada para o dia útil imediatamente anterior ao vencimento do 10º dia
(22.10.2021 - sexta-feira).
 
VENCIMENTO DO PRAZO
NO SÁBADO, DOMINGO OU FERIADO
 
Como já demonstrado no exemplo 2 acima, se o dia do
vencimento recair em sábado, domingo ou feriado, o termo
final será antecipado
para o dia útil imediatamente anterior.
 
Para maiores detalhes quanto ao vencimento do prazo, acesse o tópico
Aviso Prévio.
 
MULTAS
RESCISÓRIAS
 
Quando a empresa efetuar o pagamento das verbas rescisórias fora dos respectivos prazos acima mencionados, deverá
pagar uma multa em favor do empregado no valor equivalente ao seu salário, conforme prevê o § 8º do art. 477 da
CLT.
 
Até nov/09 a empresa poderia se eximir do pagamento da referida multa quando houvesse controvérsia acerca da
existência da obrigação, seja pela relação de trabalho envolvendo as partes, pelo pagamento parcial,  pelo
reconhecimento do vínculo, dentre outros, cuja controvérsia afastava a multa, em vista das causas que envolvem a
ruptura do liame empregatício. Era o que estabelecia a OJ 351 do TST:
 
"OJ-SDI1-351 MULTA. ART. 477, § 8º, DA CLT. VERBAS RESCISÓRIAS RECONHECIDAS EM JUÍZO
(cancelada) – Res. 163/2009, DJe divulgado em 23, 24 e 25.11.2009 Incabível a multa prevista no art. 477, § 8º,
da CLT, quando houver fundada controvérsia quanto à existência da obrigação cujo inadimplemento gerou a
multa. Legislação: CLT, art. 477, "caput", §§ 6º e 8º."
 
Entretanto, a referida
OJ foi cancelada e, a partir de nov/09, tal presunção deixou de existir, transfigurando-se ao
empregador o ônus de provar o pagamento pontual das verbas rescisórias, sob pena da aplicação da multa.
 
O entendimento jurisprudencial está firmado no sentido de que a multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT apenas é
indevida quando o trabalhador der causa à mora.
 
Assim, ainda que haja controvérsia acerca do vínculo empregatício, pode o empregador ser condenado ao pagamento
da referida multa caso o vínculo seja reconhecido pela Justiça do Trabalho, o que será objeto de contestação em fase
de conhecimento.
 
Quitação das Verbas Rescisórias - Como Evitar Multas
 
Para se eximir de qualquer obrigação, cabe ao empregador agendar e fazer cumprir com o pagamento e a entrega da
documentação necessária no prazo previsto pela legislação.
 
É importante que a empresa não trabalhe no limite do prazo para pagamento da rescisão, ou seja, sempre que possível,
marque a formalização do desligamento, seja no sindicato (caso haja previsão em convenção coletiva de trabalho) ou
na própria empresa (conforme determina o
§ 6º do art. 477 da CLT), com um ou dois dias de antecedência do fim do
prazo.
 
Assim, qualquer motivo impeditivo que impossibilite formalização da rescisão, ainda haverá tempo hábil para que se
possa efetuar o pagamento no dia seguinte e ainda cumprir o prazo legal.
 
Nota: O empregador que descumprir o prazo para pagamento das verbas rescisórias estará sujeito, além da multa a
favor do empregado, ao pagamento da multa de 160 UFIR (por trabalhador), no caso de fiscalização do
Ministério do Trabalho.
 
Saiba mais sobre o tema no tópico
Homologação - Rescisão de Contrato de Trabalho.
 
CLÁUSULAS MAIS FAVORÁVEIS AO EMPREGADO NAS CONVENÇÕES
COLETIVAS – OBEDIÊNCIA
 
Existem convenções coletivas de
trabalho que determinam prazos menores para pagamento de verbas rescisórias, bem
como multas superiores aos fixados na CLT e em normas do MTE.
 
Como as mencionadas cláusulas são
mais benéficas para o empregado, elas prevalecem sobre o que é determinado em
Lei, sendo obrigatória, por parte dos empregadores, a sua observância.
 
Exemplo
 
Considerando que um empregado tenha sido demitido sem justa causa (aviso indenizado) em 10.06 e a convenção
coletiva da categoria estabeleça um prazo de 8 dias contados do dia seguinte ao desligamento para homologação da
rescisão de contrato, o empregador deverá calcular as verbas rescisórias, agendar a homologação junto ao respectivo
sindicato até o dia 18.06, sob pena do pagamento da multa prevista no art. 477 da CLT.
 
Neste caso, como há previsão convencional de que a homologação deve ser feita até o 8º dia, prevalece este prazo em
detrimento do prazo estabelecido no art. 477 da CLT (10º dia), tendo em vista o disposto no
art. 611-A da CLT.
 
JURISPRUDÊNCIAS

"I - (...). II- AGRAVO DE INSTRUMENTO. CHAMAMENTO AO PROCESSO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO


NECESSÁRIO . INEXISTÊNCIA. (...). INDENIZAÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. A
jurisprudência desta Corte, ante a edição da Súmula 462, firmou-se no sentido de que "A circunstância de a relação de
emprego ter sido reconhecida apenas em juízo não tem o condão de afastar a incidência da multa prevista no art. 477,
§8º, da CLT. A referida multa não será devida apenas quando, comprovadamente, o empregado der causa à mora no
pagamento das verbas rescisórias " . Registre-se, por oportuno, que a SBDI-1 desta Corte já vinha entendendo que a
decisão judicial por meio da qual se reconhece a existência de vínculo de emprego apenas declara situação fática
preexistente, o que impõe a incidência da indenização do artigo 477, § 8º, da CLT. Nesse contexto, a decisão regional
está em conformidade com a jurisprudência iterativa desta Corte, o que atrai a incidência do artigo 896, § 7º, da CLT
como óbice ao processamento do recuso de revista. (...). CONCLUSÃO: Recurso de revista não conhecido e agravo de
instrumento conhecido e desprovido" (ARR-896-65.2015.5.02.0445, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza
Agra Belmonte, DEJT 02/07/2021).

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI 13.467/2017 .


TRANSCENDÊNCIA SOCIAL RECONHECIDA. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. PAGAMENTO DAS
VERBAS RESCISÓRIAS EFETUADO NO PRAZO LEGAL. HOMOLOGAÇÃO TARDIA (ART. 896, §7.º, DA
CLT E SÚMULA 333 DO TST). (...). Do acórdão impugnado exsurge a fundamentação abaixo: "Quanto à multa do
art. 477, § 8º, da CLT, o autor alega atraso na homologação e a existência de diferenças, cuja ressalva foi aposta pelo
sindicato profissional no ato da homologação. A homologação tardia, contudo, não enseja o pagamento da multa do
art. 477, § 8º, da CLT. Nesse sentido, é a redação do item II da Súmula 23 deste e. Regional, segundo o qual "Efetuado
o pagamento das verbas rescisórias, no prazo fixado no artigo 477, § 6º, da Consolidação das Leis do Trabalho, não se
configura a mora por homologação tardia do termo de rescisão do contrato de emprego". Quanto às ressalvas
realizadas pelo sindicato no ato da homologação, o autor entende também ser devida a multa do § 8º do art. 477 da
CLT, nos moldes do que dispõe o item 4 da Cláusula 26ª da CCT. Vejamos o teor da mencionada Cláusula, textual:
CLÁUSULA VIGÉSIMA SEXTA DO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS MULTA E
HOMOLOGAÇÃO 1. Na ocorrência de dissolução contratual, as empresas deverão efetuar o pagamento das verbas
rescisórias devidas aos empregados nos prazos legais, sob pena de não o fazendo, além da multa de que trata o § 8º do
artigo 477 da CLT, acrescida de 2% (dois por cento), pagar ao trabalhador os títulos devidos corrigidos pela variação
da taxa selic. 2. Na hipótese do atraso exceder a 30 (trinta) dias, a multa referida no item anterior será substituída por
outra equivalente a 10% (dez por cento) do total devido (principal corrigido). 3. Todavia, havendo recusa por parte do
empregado em receber as parcelas oferecidas, a empresa poderá livrar-se da sanção acima estipulada, desde que
comunique o fato ao Sindicato da Categoria Profissional, no mesmo prazo reservado para o pagamento, juntando à
comunicação o Instrumento da Rescisão Contratual com a qual não concordou o empregado. 4. A multa de que trata o
item "1" desta cláusula também incidirá na hipótese de diferenças de verbas rescisórias apuradas no ato da
homologação e não pagas até 10 (dez) dias após, salvo se, em tal prazo, ainda não se conheçam as diferenças devidas,
em razão de reajuste salarial coletivo, hipótese em que o pagamento deverá ocorrer no prazo de 10 (dez) dias após a
divulgação oficial do percentual de reajuste, sob pena de incidência da multa mencionada. 5. As disposições desta
cláusula não se aplicam às verbas rescisórias com controvérsia judicial. 6. As empresas que necessitarem homologar
10 (dez) ou mais rescisões concomitantemente se comprometem a entregar ao Sindicato Profissional a documentação
pertinente até 72 (setenta e duas) horas antes do término do prazo legal para pagamento das verbas rescisórias, salvo
acordo específico dispondo em contrário, comprometendo-se o Sindicato a efetivar a homologação das rescisões no
prazo legal de 10 (dez) dias, sob pena de incorrer na multa convencional prevista nesta norma coletiva. 7. Nas demais
hipóteses (menos de 10 rescisões), a documentação deverá ser entregue ao Sindicato Profissional com 48 (quarenta e
oito) horas de antecedência, comprometendo-se este Sindicato a efetuar a homologação dentro do prazo legal de 10
(dez) dias, sob pena de incorrer na multa convencional prevista nesta norma coletiva.- Sublinhei. Apesar da ressalva
aposta pelo sindicato profissional no sentido de que seriam devidas as cláusulas 33.1, 33.2 e 33.3 em até 10 dias,
incide aqui o item 5 da Cláusula 26ª, uma vez que a própria aplicação da norma coletiva firmada na base territorial de
Pernambuco é objeto de controvérsia judicial. Assinalo, por oportuno, que no ato da homologação não foi realizada
qualquer ressalva quanto à multa de 40% sobre o saldo do FGTS. De outra parte, a alegação recursal de que tal multa
somente foi adimplida quando da homologação e que, portanto, seria devida a multa do art. 477, § 8º, da CLT,
consubstancia argumento inovatório, uma vez que não constou das razões da petição inicial (Id. 8b5edce - fls. 3/4).
Logo, por qualquer viés, não prospera a insurgência recursal relativa à multa do art. 477, § 8º, da CLT.
(...). Não
merece ser provido agravo de instrumento que visa a liberar recurso de revista que não preenche os pressupostos
contidos no art. 896 da CLT. Agravo de instrumento não provido" (AIRR-1518-07.2016.5.06.0023, 2ª Turma, Relatora
Ministra Delaide Miranda Arantes, DEJT 26/06/2020).

"AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS . DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO.


INDENIZAÇÃO INDEVIDA. 1 . O Tribunal Regional manteve a condenação das reclamadas ao pagamento de
indenização por danos morais em razão de não ter havido o pagamento das verbas rescisórias. 2. Contudo, à luz da
jurisprudência desta Corte Superior, tanto o atraso quanto a ausência de quitação das verbas rescisórias não gera, de
per si, indenização por dano moral, uma vez que não caracteriza ato ilícito capaz de agredir direitos da personalidade
do empregado. 3. Assim, não é possível a condenação da empresa ao pagamento de indenização com base unicamente
na ausência de pagamento das verbas trabalhistas devidas pelo encerramento do contrato de trabalho. 4. Configurada a
violação do art. 5º, X, da CF. Recurso de revista conhecido por divergência jurisprudencial e provido " (RR-11583-
35.2014.5.18.0011, 1ª Turma, Relator Ministro Hugo Carlos Scheuermann, DEJT 14/06/2019).
Ó
RECURSO DE REVISTA. MULTA PREVISTA NO ART. 477, § 8º, DA CLT. VERBAS RESCISÓRIAS QUITADAS
NO PRAZO LEGAL. DIFERENÇAS RECONHECIDAS EM JUÍZO. INAPLICABILIDADE. É firme o
entendimento da SBDI-1 do TST no sentido de que o fato de o pagamento das verbas rescisórias, no prazo legal, ter
sido apenas parcial, ou a menor, em razão do reconhecimento de diferenças em juízo, não enseja o pagamento da
multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT - vinculada, exclusivamente, à hipótese de atraso no pagamento. Recurso de
revista conhecido e provido, no particular. (RR - 296-62.2010.5.06.0007 , Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
Data de Julgamento: 14/03/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 16/03/2018).

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT.
VERBAS RESCISÓRIAS PAGAS NO PRAZO LEGAL. HOMOLOGAÇÃO TARDIA. JUÍZO DE RETRATAÇÃO
PELO TRT. ADEQUAÇÃO À SÚMULA REGIONAL. EXCLUSÃO DA MULTA DO § 8º DO ART. 477 DA CLT.
FALTA DE INTERESSE RECURSAL DA RECLAMADA. 1. (...). Nas razões do agravo (fls. 407-11), a parte alega
violação do art. 477, § 8º, da CLT. Registra que "a SBDI-I do TST firmou posicionamento no sentido de que a multa
prevista no § 8º do art. 477 da CLT só é devida em caso de atraso no pagamento das verbas devidas por ocasião da
extinção do contrato de trabalho, e não em caso de homologação tardia da rescisão contratual. Neste sentido, citam-se,
dentre outros, os seguintes julgados: E-RR-419-32.2010.5.03.0011, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT
de 10/09/2012; ED-RR-585300-26.2008.5.12.0035, Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, DEJT de
24/08/2012; E-ED-RR-743-04.2010.5.03.0114, Relator Ministro: Horácio Raymundo de Senna Pires, DEJT de
18/05/2012". (...). O Tribunal Regional do Trabalho, em juízo positivo de retratação, modificou o comando
jurisdicional anteriormente proferido, para excluir da condenação a multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT. 2. Neste
contexto, deve ser mantida a negativa de provimento do agravo de instrumento, ante a evidente ausência de interesse
recursal da reclamada no aspecto, porque não resultou sucumbente na matéria em apreço. Agravo conhecido e não
provido. (Ag-AIRR - 2307-40.2013.5.03.0105 , Relator Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, Data de Julgamento:
14/03/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 16/03/2018).

RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI


13.015/2014. AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL. ALTERAÇÃO DA LEI 12.506/2011. OBRIGAÇÃO LIMITADA
AO EMPREGADOR. AUSÊNCIA DE RECIPROCIDADE. A proporcionalidade do aviso prévio a que se refere a Lei
12.506/2001 apenas pode ser exigida da empresa, uma vez que entendimento em contrário, qual seja, exigir que
também o trabalhador cumpra aviso prévio superior aos originários 30 dias, constituiria alteração legislativa
prejudicial ao empregado, o que, pelos princípios que norteiam o ordenamento jurídico trabalhista, não se pode
admitir. Dessarte, conclui-se que a norma relativa ao aviso prévio proporcional não guarda a mesma bilateralidade
característica da exigência de 30 dias, essa sim obrigatória a qualquer das partes que intentarem resilir o contrato de
emprego. Recurso de embargos conhecido e provido. ( E-RR - 1964-73.2013.5.09.0009 , Relator Ministro: Hugo
Carlos Scheuermann, Data de Julgamento: 21/09/2017, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de
Publicação: DEJT 29/09/2017).

AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL TRABALHADO. RESILIÇÃO UNILATERAL PATRONAL.


IMPOSSIBILIDADE. DIREITO EXCLUSIVO DO EMPREGADO. O aviso prévio proporcional previsto na Lei nº
11.506/2011, a qual regulamenta o art. 7º, XXI, da CR/88, aplica-se exclusivamente aos empregados, uma vez que tal
instituto está inserido no rol de direitos e garantias mínimas dos trabalhadores urbanos e rurais. Assim, na hipótese de
resilição unilateral de iniciativa patronal, somente poderá ser exigido do empregado o cumprimento de 30 dias de
labor (aviso prévio clássico mínimo) previsto no art. 487 da CLT. Precedentes. No caso em exame, o empregador
exigiu que o empregado trabalhasse o período relativo ao aviso prévio proporcional de 9 (nove dias), o que, juntando
com o período de aviso prévio mínimo de 30 (trinta dias), totalizou 39 (trinta e nove dias), tendo tal conduta
encontrado amparo na decisão regional. Como o direito é extensível somente aos empregados, a decisão, tal qual
proferida, violou o art. 7º, XXI, da CR/88. Recurso de revista conhecido por violação do art. 7º, XXI, da CR/88 e
provido" (Processo: RR - 1478-06.2013.5.09.0004 Data de Julgamento: 28/06/2017, Relator Ministro: Alexandre de
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/07/2017).

RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. RELAÇÃO DE EMPREGO.


RECONHECIMENTO EM JUÍZO 1. A jurisprudência atual, iterativa e notória da Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho orienta-se no sentido de que o reconhecimento da relação de
emprego em juízo não é óbice à aplicação da multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT. 2. Acórdão regional que
determina a incidência da multa em referência, em razão do reconhecimento de relação de emprego entre as partes,
revela-se em plena consonância com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. Precedentes da SbDI-1. 3.
Recurso de revista da Reclamada de que não se conhece. (RR - 12700-89.2006.5.01.0019 , Relator Ministro: João
Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 01/02/2017, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/02/2017).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI 13.015/2014. MULTA DO


ARTIGO 477, §8º, DA CLT. A sanção prevista no § 8º do artigo 477 da CLT tem por objetivo punir o empregador que,
sem motivo justificado, deixa de efetuar o pagamento das parcelas rescisórias - gravadas de inequívoco caráter
alimentar - no prazo fixado no § 6º do mesmo dispositivo. O Tribunal Regional registrou que a rescisão contratual
ocorreu em 08/05/2014 e que no ato da homologação, em 29/05/2014, foi comprovado o pagamento das verbas
rescisórias. Ressaltou, outrossim, que o documento juntado pela Reclamada, sob alegação de transferência eletrônica
das verbas rescisórias, não comprova que efetivamente foi realizada a transferência. Assim, registrado o pagamento
intempestivo das parcelas rescisórias, resta devida a multa do artigo 477, § 8º, da CLT. Agravo de instrumento não
provido. (AIRR - 1019-57.2014.5.05.0011 , Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de Julgamento:
14/12/2016, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/02/2017).

RECURSO DE REVISTA - (...) PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS DENTRO DO PRAZO LEGAL.
HOMOLOGAÇÃO TARDIA. MULTA PREVISTA NO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT INDEVIDA. Esta Corte firmou
entendimento no sentido de que o empregador somente será apenado com aplicação da multa prevista no art. 477, § 8º,
da CLT quando não efetuar o pagamento das parcelas rescisórias no prazo previsto no § 6º do referido dispositivo
legal, sendo irrelevante, para fins de aplicação da aludida penalidade, o momento em que ocorre a homologação da
rescisão pelo sindicato. Recurso de revista conhecido e provido. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
PROTELATÓRIOS. MULTA. A aplicação de multa por interposição procrastinatória de embargos de declaração é
matéria de natureza interpretativa, inserida no poder discricionário do juiz que, no caso, convenceu-se do intuito
protelatório da medida. Recurso de revista não conhecido. ( RR - 1369-29.2011.5.01.0054 , Relator Ministro: Márcio
Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento: 15/06/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/06/2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA - DESCABIMENTO. (...) 3. MULTA DO ART. 477, § 8º,
DA CLT. APLICAÇÃO. CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO. RESCISÃO
ANTECIPADA. O encerramento prematuro de contrato de trabalho por prazo determinado, por iniciativa do
empregador, gera novo termo final, implicando a necessidade de "notificação da demissão", fato utilizado para o início
da contagem do prazo estabelecido na alínea "b" do § 6º do art. 477 da CLT. Assim, tratando-se de rescisão antecipada
de pacto laboral a termo, o pagamento das parcelas rescisórias deverá ocorrer até o décimo dia, contado da ciência
pelo empregado da despedida, nos moldes da norma legal, mesmo quando inexistente cláusula assecuratória a que
alude o art. 481 Consolidado. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (AIRR - 212-42.2012.5.06.0023 ,
Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 08/06/2016, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 17/06/2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014 -


DESCABIMENTO. (...) 2. MULTA DO ART. 477 DA CLT. JUSTA CAUSA AFASTADA EM JUÍZO. Com o
cancelamento da Orientação Jurisprudencial nº 351 da SBDI-1, a jurisprudência desta Corte vem se firmando no
sentido de que a multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT apenas é indevida quando o trabalhador der causa à mora.
Nesse contexto, o reconhecimento da dispensa imotivada em juízo não afasta a incidência da penalidade. Precedentes.
3. JUSTA CAUSA. REVERSÃO. ÔNUS DA PROVA. A valoração dos meios de prova ofertados pela parte constitui
prerrogativa do julgador, pelo princípio da persuasão racional, que tem previsão no ordenamento processual, na
aplicação subsidiária do art. 131 do CPC/73. Assim, não há que se falar em equívoco quanto às regras de distribuição
do ônus da prova, quando o julgador, confrontando o acervo instrutório dos autos, reputa comprovados os fatos
constitutivos do direito postulado. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (AIRR - 207-12.2014.5.05.0012 ,
Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 08/06/2016, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 17/06/2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECONHECIDO EM


JUÍZO. MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. Ante a
razoabilidade da tese de violação ao artigo 477, § 8º, da CLT, recomendável o processamento do recurso de revista
para melhor exame das razões recursais. Agravo de instrumento provido. RECURSO DE REVISTA. MULTA
PREVISTA NO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO EM JUÍZO.
Em relação à multa do art. 477, § 8º, da CLT, para que se tenha por legítima a dúvida acerca do direito controvertido
há que se ponderar sobre a razoabilidade dos fatos que ensejaram a necessidade da solução judicial. Tratando-se de
clara fraude aos direitos do trabalhador, deixa de existir fundamento legal para a consecução de efeitos lícitos,
consoante o disposto no art. 9º, da CLT, não sendo escusáveis as multas dos artigos 467 e 477, § 8º, da CLT. Se assim
não se proceder, estar-se-á incentivando a fraude, penalizando-se desproporcionalmente o empregador que paga as
verbas rescisórias corretamente e no prazo legal, ou então aquele que as paga com apenas um dia de atraso, enquanto
se isenta de pena o fraudador, em autêntico dumping social. In casu, a controvérsia gira, principalmente, sobre o
reconhecimento do vínculo empregatício, não se podendo dar contornos de licitude a um ato ilícito! Assim, fraude não
pode ensejar controvérsia e, tampouco, elisão de mora. Logo, não havendo a quitação das verbas rescisórias devidas ao
empregado, quando da rescisão contratual, resta caracterizada a mora salarial, sendo irrelevante o fato de o vínculo
empregatício ter sido reconhecido por decisão judicial, já que o referido artigo não faz qualquer ressalva a esse
respeito, e, ainda, porque a decisão que reconhece a relação empregatícia não é constitutiva, mas declaratória, ou seja,
reconhece que as parcelas rescisórias já eram devidas à época da quitação. Logo, não tendo sido pagas as verbas
rescisórias dentro do prazo preconizado no § 6º, do artigo 477, da CLT, devido o pagamento da multa do artigo 477, §
8º, da CLT, posto que a controvérsia a respeito do vínculo de emprego não afasta a multa, porquanto não se pode
cogitar em culpa do empregado, vez que se trata do reconhecimento judicial de situação fática preexistente e houve
evidente e robusta prova sobre a fraude trabalhista perpetrada e a existência da relação de emprego entre as partes.
Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR: 923005320095150153Data de Julgamento: 29/04/2015, Data de
Publicação: DEJT 08/05/2015).

RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. RESCISÃO INDIRETA RECONHECIDA NA
SENTENÇA. A multa do art. 477, § 8º, da CLT é cabível nos casos em que o empregador deixa de efetuar o correto
pagamento das verbas rescisórias ao empregado, ou seja, no prazo definido pelo § 6º do referido dispositivo. Com o
cancelamento da OJ 351 da SBDI-1 desta Corte, não mais subsiste o entendimento de que a fundada controvérsia ou
dúvida sobre as obrigações isentaria o empregador do pagamento da multa. Assim, ainda que reconhecida a rescisão
indireta somente em juízo, cabível a sanção. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR:
869009720095050036Data de Julgamento: 13/08/2014, Data de Publicação: DEJT 12/09/2014).

EMENTA: MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. HOMOLOGAÇÃO TARDIA. A multa prevista no art. 477, §
8º, da CLT aplica-se ainda quando o pagamento das verbas rescisórias ocorre no prazo legal, porém a homologação
dá-se tardiamente. Isso porque a rescisão contratual é ato complexo, que compreende não só o simples pagamento das
parcelas devidas, mas também a necessária formalização do ato, o que se dá, justamente, mediante sua homologação.
O atraso causa prejuízo ao trabalhador, pois apenas com a homologação da rescisão lhe são entregues as guias TRCT e
CD/SD, bem como a chave de conectividade social - documentos indispensáveis ao levantamento dos depósitos
efetuados na conta vinculada do FGTS e também à habilitação ao recebimento do seguro-desemprego. (TRT da 3.ª
Região; Processo: 00746-2012-062-03-00-5 RO; Data de Publicação: 05/06/2013; Órgão Julgador: Primeira Turma;
Relator: Maria Laura Franco Lima de Faria; Revisor: Emerson Jose Alves Lage; Divulgação: 04/06/2013. 
 
EMENTA: DANO MORAL. ATRASO NO PAGAMENTO DAS PARCELAS RESCISÓRIAS. Via de regra, a mora
no pagamento das parcelas rescisórias não enseja indenização por danos morais, porquanto o ordenamento jurídico
prevê consequências específicas para a quitação extemporânea das verbas trabalhistas, v.g., a multa estabelecida no
artigo 477 da CLT, além do acréscimo de juros de mora. Assim, só excepcionalmente e ante a efetiva comprovação de
prejuízos decorrentes diretamente do atraso no pagamento das parcelas, haverá reparação civil dos danos morais, que
pressupõem relevante malferimento dos atributos da personalidade do trabalhador, não sendo esse o caso dos autos.
Apelo obreiro desprovido. (TRT da 3.ª Região; Processo: 01111-2012-132-03-00-1 RO; Data de Publicação:
31/05/2013; Órgão Julgador: Turma Recursal de Juiz de Fora; Relator: Heriberto de Castro; Revisor: Luiz Antonio de
Paula Iennaco; Divulgação: 29/05/2013.
 
ACÓRDÃO - MULTA - ARTIGO 477, § 8º, DA CLT - RELAÇÃO DE EMPREGO - CONTROVÉRSIA Havendo
razoável controvérsia sobre a existência do liame empregatício, reconhecido somente em juízo, é inaplicável a multa
prevista no art. 477, § 8º, da CLT. PROC. Nº TST-RR-151/2000-371-04-00.6. Ministra-Relatora MARIA CRISTINA
IRIGOYEN PEDUZZI. Brasília, 15 de agosto de 2007.
 
MULTA DO § 8º DO ARTIGO 477 DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. NÃO CABIMENTO. O
prazo para a quitação das verbas rescisórias, quando há pedido de demissão do obreiro, com a dispensa de
cumprimento do aviso prévio, é aquele previsto na alínea “b” do § 6º do artigo 477 da Consolidação das Leis do
Trabalho, ou seja, dez dias, contados da data da comunicação da ruptura contratual. Assim, tendo a reclamada
observado o referido prazo, não pode ser condenada ao pagamento da multa estipulada pelo § 8º do artigo 477 do
diploma celetista. Decisão por unanimidade, acompanhada pelos Juízes José Pitas e Eurico Cruz Neto. PROCESSO
TRT 15ª REGIÃO Nº 00979-2006-117-15-00-8. Juíza Relatora OLGA AIDA JOAQUIM GOMIERI. Decisão N°
021539/2007.
 
RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. QUITAÇÃO DAS VERBAS RESCISÓRIAS.
PAGAMENTO COMPLEMENTAR. AJUSTE DE DIFERENÇAS. PROVIMENTO. A aplicação da multa de que
cogita o artigo 477 da CLT tem pertinência quando o empregador não cumpre o prazo ali estabelecido para a quitação
das verbas rescisórias. Pelo que se depreende do v. acórdão regional, não houve o alegado atraso no pagamento da
dívida, mas mero ajuste de diferenças, sem que se pudesse imputar má-fé à reclamada. Assim, sendo incontroverso
que a quitação das verbas rescisórias ocorreu dentro do prazo previsto no § 6º do art. 477 da CLT, a mera existência de
diferenças em favor do empregado não torna devido o pagamento da multa. PROC. Nº TST-RR-1729/2004-007-17-
00.7. Ministro Relator ALOYSIO CORRÊA DA VEIGA. Brasília, 22 de agosto de 2007.
 
EMENTA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT – VÍNCULO DE EMPREGO RECONHECIDO EM JUÍZO Na forma
da OJ-SDI-I n. 351 do TST, incabível a multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, quando houver fundada controvérsia
quanto à existência da obrigação cujo inadimplemento gerou a multa. PROCESSO N. : 00285-2006-153-15-00-4 -
RO. Juiz Relator JOSÉ PITAS. Decisão N° 045212/2007.
 
Base legal:
Art. 477 da CLT,
IN SRT
MTE 15/2010 e os citados no texto.
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