Representações Sociais - Conceitos Básicos e Funções
Representações Sociais - Conceitos Básicos e Funções
Representações Sociais - Conceitos Básicos e Funções
Título
Competências
Análise empreendedoras
das representações sociaisnoe Ensino Superior
do impacto Politécnico:
da aquisição de competências em
empreendedorismo
Motivos, nos estudantes
influências, serviços dedoapoio
Ensinoe Superior
educaçãoPolitécnico
Coordenação
Coordenação da da Edição
Edição
Pedro Parreira
Pedro Parreira
Unidade
Unidade de
de Investigação
Investigação em
em Ciências da Saúde:
Ciências da Saúde: Enfermagem
Enfermagem
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Jorge Humberto
Leopoldina AlvesSampaio
Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico de
de Bragança
Leiria
Lisete Mónico
Lisete Mónico
Faculdade
Faculdade de
de Psicologia
Psicologia ee de
de Ciências
Ciências da
da Educação
Educação
Universidade de Coimbra
Universidade de Coimbra
Teresa Paiva
Jorge Humberto Sampaio
Unidade de Investigação
Instituto Politécnico para o Desenvolvimento do Interior
de Bragança
Instituto Politécnico
Teresa Paiva da Guarda
Leopoldina Alves
Unidade de Investigação para o Desenvolvimento do Interior
Instituto
Instituto Politécnico de
Politécnico da Leiria
Guarda
Coordenação
Coordenação científica
científica
Pedro
Pedro Parreira
Parreira
Equipa de
Equipa de coordenação
coordenação científica
científica
Teresa Paiva;
Teresa Paiva; Leopoldina
Leopoldina Alves;
Alves; Jorge
Jorge Humberto
Humberto Sampaio
Sampaio
Revisão de Texto
Revisão de Texto
Joana Leal
Joana Leal; Liliana Sousa
Maquetização
Maquetização
João Rodrigues
João Rodrigues
Capa
Capa
Humberto Pinto
Humberto Pinto
ISBN:
ISBN: 978-972-8681-76-0
978-972-8681-74-6
Propriedade:
Propriedade: Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico da
da Guarda;
Guarda; Av.
Av. Dr.
Dr. Francisco
Francisco Sá
Sá Carneiro
Carneiro nº
nº 50
50,|
6300-559
6300-559 Guarda
Guarda,/Portugal
Portugal
Contactos:
Contactos: Telf.
Telf. 271
271 220
220 100
100 *| Fax
Fax271
271222
222690
690* Email:[email protected]
| Email: [email protected]
Publicação realizada no
Publicação realizada no âmbito
âmbito do do Projeto PIN – – Poli
Projeto PIN PoliEntrepreneurship
Entrepreneurship
Innovation Network
Innovation Network
Parceria:
Parceria: Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico da
da Guarda;
Guarda; Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico de
de Bragança;
Bragança; Instituto
Instituto
Politécnico de Leiria; Escola Superior de Enfermagem de Coimbra;
Politécnico de Leiria; Escola Superior de Enfermagem de Coimbra; Instituto Instituto
Politécnico
Politécnico de
de Beja;
Beja; Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico de
de Castelo
Castelo Branco;
Branco; Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico de
de
Coimbra;
Coimbra; Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico dede Portalegre;
Portalegre; Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico de
de Santarém;
Santarém;
Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico de
de Tomar;
Tomar; Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico dede Viana
Viana do
do Castelo; Instituto
Castelo; Instituto
Politécnico
Politécnico de
de Viseu;
Viseu; Instituto
Instituto Politécnico
Politécnico do
do Cávado
Cávado ee Ave.
Ave.
Agradecimentos
Este trabalho não teria sido possível sem o apoio de toda a rede politécnica,
nomeadamente através da participação ativa dos seus coordenadores das
edições anteriores onde o estudo foi implementado.
IP Beja IP Setúbal
IP Bragança IP Tomar
IP Coimbra
Índice
INTRODUÇÃO
1. A Educação para o Empreendedorismo no Ensino Superior em
Portugal e o Projeto PIN / Poliempreende…………………….. 3
Teresa Paiva, Leopoldina Alves, Jorge Humberto Sampaio
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2. Representações Sociais: Conceitos básicos e funções………… 15
José Cavaleiro, Lisete Mónico, Denize Oliveira e Pedro Parreira
3. Representações Sociais do Empreendedorismo: Revisão
integrativa da literatura entre 2007-2017……………………... 33
Amélia Castilho, Anabela Salgueiro, Pedro Parreira
4. Abordagem estrutural das Representações Sociais…………… 55
Pedro Parreira, Lisete Mónico, Denise Oliveira, José Cavaleiro,
João Graveto
5. Perceções da Aprendizagem: Processos e modelos de
desenvolvimento de competências…………………………… 69
Amaia Yuberrasco, Teresa Paiva, Pedro Tadeu, Leopoldina
Alves
ESTUDOS EMPÍRICOS
6. Representações Sociais do Empreendedorismo: Estudo empírico
com estudantes do ensino superior politécnico português………. 85
Pedro Parreira, Lisete Mónico, António Gomes, Virgínia
Nogueira, José Cavaleiro
7. Perceção do Impacto da Aprendizagem: O modelo de avaliação
da aprendizagem de Donald Kirkpatrik…………………………. 109
Amaia Yuberrasco, Teresa Paiva, Elisa Figueiredo
CONCLUSÃO
8. Análise das Representações Sociais e do Impacto da Aquisição
de Competências em Empreendedorismo nos Estudantes do
Ensino Superior Politécnico: Reflexões finais…………………. 129
Teresa Paiva, Leopoldina Alves, Jorge Humberto Sampaio,
Pedro Parreira, Lisete Mónico
ANEXOS
I -REPRESENTAÇÕES SOCIAIS V
II - ANÁLISE DO IMPACTO DA APRENDIZAGEM LXIX
CAPITULO 2
Representações Sociais: Conceitos básicos e
funções
José Cavaleiro, Lisete Mónico, Denize Oliveira e Pedro Parreira
RESUMO
Enquanto forma de conhecimento elaborado e partilhado socialmente, as
representações sociais, apresentam um alcance prático e concorrem para a construção
de uma realidade partilhada. Este capítulo visa dar a conhecer a teoria das
representações sociais. Partindo de uma breve resenha histórica sobre o conceito de
representação, define-se representação social sem se descurar as suas bases sociais e a
relação sujeito-objeto. Cientes de que diversos aspetos das representações têm sido
objeto de discussão conceptual e teórica, revisitam-se os conceitos de representações
sociais hegemónicas, emancipadas e polémicas. A emergência de uma representação
social é analisada segundo a perspetiva de Moscovici, incidindo sobre os conceitos de
objetivação e ancoragem, bem como de propaganda, propagação e difusão, passando
pelo conceito de themata cultural.
15
Introdução
Poderemos perguntar-nos como é que as pessoas compreendem uma
determinada realidade. Uma forma de dar resposta a esta questão consiste em
estudar a sua representação social, ou seja, “(…) como forma de conhecimento
social (e, portanto, distinto do conhecimento científico)” (Mónico, 2013, p.
526). As representações sociais, como forma de conhecimento elaborado e
partilhado socialmente, apresentam um alcance prático e concorrem para a
construção de uma realidade comum (Jodelet, 1989a); são geradas na
confluência entre configurações sócio estruturais (expressas em posições
sociais e em valores, normas e instituições) e reelaborações significativas do
objeto de representação, produzidas pelas pessoas no decurso das interações
quotidianas. É sobre os conceitos básicos e funções das representações sociais
que versa o presente capítulo.
16
17
19
20
21
Discussões conceptuais
Poderá dizer-se que os fenómenos de representação social vão além de simples
opiniões, atitudes ou imagens. Dada essa complexidade, diversos aspetos ou
22
23
Objetivação e a ancoragem
Estes processos dão-nos conta dos modos como o social transforma um
conhecimento em representação e como essa representação vai transformar o
social (Moscovici, 1984b).
A objetivação tem um papel fundamental na emergência das
representações sociais, dado que analisa os modos pelos quais um conceito é
pensado de modo objetivo, isto é, ganha materialidade e se torna expressão de
uma realidade vista como natural. Nas palavras de Moscovici, "c'est elle
24
[objetivação] qui, par une mise en images des notions abstraites, donne une
texture matérielle aux idées, fait correspondre des choses aux mots, donne corps
à des schémas conceptuels" (Moscovici, 1984b, p. 367). Este processo ocorre
em três fases (Moscovici, 1976): retenção seletiva da informação e
descontextualização dos elementos selecionados, esquematização estruturante
e naturalização. Enquanto a primeira nos dá conta do modo como as
informações, crenças ou ideias do objeto de representação, de acordo com um
conjunto de normas e valores, são alvo de um processo de seleção e
descontextualização, a segunda corresponde à organização dos elementos da
representação num esquema figurativo; este indica-nos os elementos
fundamentais da representação e a sua organização em termos de um padrão de
relações estruturadas. A última fase, a naturalização, ocorre quando os
elementos do esquema figurativo e suas inter-relações se constituem como
categorias naturais e adquirem, por si só, materialidade; produz-se assim uma
"biologização" do social (Moscovici, 1984b), na medida em que o abstrato,
exprimindo-se em imagens e metáforas, concretiza-se numa realidade (Mónico,
2013, pp. 527-528).
A objetivação torna concreto o que é abstrato, opera a transformação
de um conceito em algo concreto, quase físico, transforma a relatividade do
saber científico em “imagem de uma coisa”, reduz, em suma, a distância entre
os conceitos científicos e a expressão do real. É importante destacar que se trata,
em sua formulação original, de um processo que acompanha a divulgação dos
resultados científicos; daí a importância de se ter isso em conta no ensino
formal. Sobre este aspeto, pode-se pensar que as noções de atitude e de
cognição, como entidades inscritas no indivíduo, ao lado de sua larga utilização,
são elas próprias, resultados das objetivações.
Se a objetivação compreende o processo de exteriorização pelo qual os novos
objetos são projetados através de imagens ou proposições (Moscovici, 1984a),
a ancoragem refere-se à maneira como novos objetos são associados a
representações pré-existentes, passando a enquadrá-los. A ancoragem consiste
na incorporação de novos elementos de saber a um conjunto de categorias mais
familiares, ou seja, em trazer para categorias e imagens conhecidas o que ainda
não está classificado e nomeado. Ou, conforme afirma Moscovici (1981), "o
que permanece sem classificação e não rotulado parece não existente, estranho
e assim ameaçador (...); representação é basicamente um processo de
classificação e nomeação” (p.193).
Para que a ancoragem ocorra, a memória serve-se de um mecanismo de
escolha dentre vários nela existente. Assim, é estabelecida uma relação dialética
entre o positivo e o negativo, resultado que permitirá a classificação imaginária
25
26
27
Considerações finais
A teoria das representações sociais apresenta-se, por um lado, como uma teoria
das formas de conhecimento existente em sociedade; incide sobre conceitos e
ideias fixados pela tradição, pelo senso comum e partilhados quotidianamente
nas interações dentro de cada comunidade. Por o outro, a teoria das
representações trata de formas concretas de criar ou apreender essas realidades
a que podemos chamar representacionais, daquilo que lhes dá existência através
dos processos de comunicação, das práticas sociais, da experiência vivida e de
diferentes géneros de mediação e de intervenção.
As representações sociais emergem no decurso das interações sociais,
surgindo diferentes representações sociais a partir de relações interpessoais
distintas. Sabemos que a renovação é uma constante dos processos de
construção de significados partilhados. Todavia, em cada momento histórico,
as representações sociais têm de ser capazes de fornecer o sistema de valores,
ideias e práticas que suportam a ordem social e facilitam a comunicação e as
interações entre indivíduos, grupos e a sociedade no seu todo. Emergem de
tentativas de conferir inteligibilidade ao mundo e à vida. É por isso que o
conceito e a abordagem das representações sociais continuam a ser tão úteis
28
Referências bibliográficas
Abric, JC. (1993). Central system, peripheral system: their functions and roles
in the dynamics of social representations. Papers on Social
Representations, 2(2), 75-78.
Abric, JC. (1994). Pratiques sociales et représentations. Paris: Presses
Universitaires de France.
Abric, JC. (1998). A abordagem estrutural das representações sociais. In:
Moreira, ASP; Oliveira, DC (Org.). Estudos interdisciplinares de
representação social (pp. 27-38). Goiânia: AB Editora.
Bourdieu, P. (1987). Choses dites. Paris: Minuit.
Bourdieu, P. (1991). Le champ littéraire. Actes de la Recherche en Sciences
Sociales, 89, 3-46.
Doise, W. (1986). Les représentations sociales: définition d’un concept. In: W.
Doise, & A. Palmonari (Eds.), L’étude des représentations sociales (pp.
5-28). Paris: Delachaux & Niestle.
Doise, W. (1989a). Attitudes et représentations sociales. In In D. Jodelet (Ed.),
Les représentations sociales. Paris: PUF, 220-238.
Doise, W. (1989b). Cognitions et représentations sociales: l’approche
génetique. In D. Jodelet (Ed.), Les représentations sociales. Paris: PUF.,
341-362
Doise, W. (1990). Les représentations sociales. In R. Ghiglione, C. Bonnet, &
J. F. Richard (Eds.) Traité de psychologie cognitive: Cognition,
représentation, communication (pp. 132-156). Paris: Dunod.
Doise, W. (1992). L’ancrage dans les études sur les representations sociales.
Bulletin de Psychologie, 405, 189-195.
Doise, W., Clemence, A., & Lorenzi-Cioldi, F. (1992). Représentations
sociales et analyses de données. Grenoble: Presse Universitaire de
Grenoble.
Durkheim, E. (n.d.). Representações individuais e representações colectivas. In
E. Durkheim (1898), Sociologia, pragmatismo e filosofia. Porto: Rés
Editora.
Flament, C. (1994). Structure, dynamique et transformation des représentations
sociales. In J. C. Abric (Ed.), Pratiques sociales et représentations (pp.
37-57). Paris: Presses Universitaires de France.
29
30
31