Despesa Pública para Concursos 3

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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – DESPESA

PÚBLICA
Geração de Despesa

A geração de despesa se refere ao aumento de despesa por meio de criação, expansão ou aperfeiçoamento
de ação governamental.

O assunto é tão importante que a LRF determina que a geração de despesas ou assunção de obrigações que
não atendam o disposto nos arts. 16 e 17 serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao
patrimônio público1. Veremos ambos os artigos neste tópico e no próximo.

A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de2:

I – estimativa, com as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, do impacto orçamentário-


financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;

II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira


com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias.

O referido artigo ainda define despesa adequada com a LOA e despesa compatível com PPA e LDO.3

 Adequada com a LOA: a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida
por crédito genérico, de forma que, somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a
realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o
exercício.
 Compatível com PPA e LDO: a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e
metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

Ressalva-se dessas determinações a despesa considerada irrelevante, de acordo com o que dispuser a lei de
diretrizes orçamentárias4.

1 Art. 15 da LRF.
2 Art. 16, caput e § 2º, da LRF.
3 Art. 16, § 1º, da LRF.
4 Art. 16, § 3º, da LRF.
Tais normas constituem condição prévia para empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou
execução de obras, bem como para desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3 º do art. 182 da
CF/19885.

Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Ainda relacionado ao tema geração de despesas, temos que algumas despesas são consideradas com maior
potencial para causar danos ao equilíbrio das contas públicas do que outras. Para essas, a LRF estabeleceu
regras mais rígidas para que se realizem ou sejam aumentadas, especialmente aquelas que se prolongarem
por mais de dois exercícios, como as despesas obrigatórias de caráter continuado.

Considera-se obrigatória de caráter continuado6: a despesa corrente derivada de lei, medida


provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua
execução por um período superior a dois exercícios. Por exemplo, o aumento da remuneração
de servidores públicos.

A despesa é classificada em duas categorias econômicas:

5 Art. 16, § 4º, da LRF.


6 Art. 17, caput, da LRF.
_ Despesas Orçamentárias Correntes: classificam-se nessa categoria todas as despesas que
não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
Exemplos: pessoal e encargos sociais, juros e encargos da dívida, aquisição de material de
consumo, pagamento de diárias, etc.

_ Despesas Orçamentárias de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas despesas que


contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Exemplos:
investimentos, como a construção de aeroportos; inversões financeiras, como a aquisição
de um prédio já em utilização; amortização da dívida, etc.

São exigências para criação ou aumento das despesas obrigatórias de caráter continuado7:

 Atos que criarem as despesas ou as aumentarem deverão ser instruídos com estimativas do impacto
orçamentário-financeiro, no exercício que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes.
 Demonstração da origem dos recursos para seu custeio.
 Comprovação de que a criação ou o aumento da despesa não afetará as metas de resultados fiscais
previstas no anexo de metas fiscais da LDO.
 Tal comprovação, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo
utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do PPA e da
LDO.
 Compensação dos seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, pelo aumento permanente de
receita ou pela redução permanente de despesa.

Considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base


de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição8. Já a prorrogação de despesa criada por prazo
determinado considera-se aumento da despesa9.

A despesa obrigatória de caráter continuado não será executada antes da implementação das medidas
referidas, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar10. Logo, o administrador público deverá

7 Art. 17, §§ 1º, 2º e 4º, da LRF.


8 Art. 17, § 3º, da LRF.
9 Art. 17, § 7º, da LRF.
10 Art. 17, § 5º, da LRF.
implementar essas medidas antes da criação ou do aumento das despesas obrigatórias de caráter
continuado.

Entretanto, as despesas destinadas ao serviço da dívida e ao reajustamento de remuneração de pessoal de


que trata o inciso X do art. 37 da CF/1988 estão excluídas dessas regras11. Tal inciso versa sobre a revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices da remuneração dos servidores e do subsídio
de membro de Poder, de detentor de mandato eletivo, de Ministros de Estado e de Secretários Estaduais e
Municipais. É uma revisão para manter o poder de compra; logo, reajustes para aumentar o poder aquisitivo,
como os que ocorrem em percentuais acima da inflação do período, devem seguir as regras da LRF.

Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, nos termos de decreto
legislativo, em parte ou na integralidade do território nacional e enquanto perdurar a situação, serão
afastadas as condições e as vedações previstas nos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, desde que a
criação ou o aumento da despesa sejam destinados ao combate à calamidade pública.12

(CESPE – Auditor de Finanças e Controle – SEFAZ/AL - 2020) Para a criação de ação governamental que
acarrete aumento de despesa, é necessária declaração do ordenador de despesa quanto à adequação
financeira.
A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de (art. 16, caput, da LRF):

11 Art. 17, § 6º, da LRF.


12 Art. 65, § 1º, III, da LRF.
(...)
II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com
a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
Resposta: Certa

(CESPE – Analista Judiciário – TJ/PA - 2020) Despesa obrigatória de caráter continuado consiste de despesa
corrente fruto de dispositivo legal hábil que estabeleceu a obrigação legal de sua execução por um período
superior a dois exercícios.
Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato
administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior
a dois exercícios (art. 17, caput, da LRF).
Resposta: Certa

(FCC - Auditor Fiscal - SEFAZ/BA - 2019) No que se refere às despesas obrigatórias de caráter continuado
de um determinado ente público, a Lei Complementar nº 101/2000 determina que se considera obrigatória
de caráter continuado a despesa orçamentária destinada à construção de uma escola derivada de lei que
fixe para o referido ente a obrigação legal de execução da despesa por um período de 12 meses.
Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato
administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior
a dois exercícios (art. 17, caput, da LRF).
Resposta: Errada

(CESPE - Analista Administrativo - EBSERH - 2018) Caso decida expandir a ação governamental sob sua
responsabilidade, o gestor poderá empenhar as despesas relacionadas à expansão, mas a liquidação e o
pagamento dessas despesas somente poderão ser realizados depois da apresentação da estimativa de
impacto orçamentário e financeiro e da declaração de compatibilidade das despesas.
A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de (art. 16 da LRF):
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois
subsequentes;
(...)
§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:
I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;
(...)
Resposta: Errada

(CESPE – Técnico – MPU – 2018) Situação hipotética: Um órgão público executa regularmente determinada
despesa corrente, que foi fixada por obrigação legal por um período superior a dois exercícios. Assertiva:
Nessa situação, essa despesa só poderá ser aumentada se a estimativa do impacto orçamentário e
financeiro do aumento for calculada e demonstrada, além de ser comprovada a origem dos recursos para
o seu custeio.
Na LRF:
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória
ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período
superior a dois exercícios.
§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a
estimativa prevista no inciso I do art. 16 (impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar
em vigor e nos dois subsequentes) e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
Resposta: Certa

(CESPE – Analista Judiciário - TRE/PE - 2017) A proposta de aperfeiçoamento da ação governamental


dispensa a elaboração de estimativa de impacto financeiro, mas exige a estimativa de impacto
orçamentário.
A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de (art. 16, caput, da LRF):
I – estimativa, com as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, do impacto orçamentário-financeiro
no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;
II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com
a LOA e compatibilidade com o PPA e com a LDO.
Resposta: Errada

(CESPE – Auditor - Conselheiro Substituto – TCE/PR – 2016) A Despesa obrigatória de caráter continuado
corresponde a despesa de capital cuja execução extrapola o exercício.
Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato
administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior
a dois exercícios (art. 17, caput, da LRF).
Resposta: Errada

(CESPE – Analista Judiciário – TRT/8 – 2016) O ordenador de despesa deve apresentar a estimativa de
impacto orçamentário-financeiro para o exercício seguinte sempre que uma ação governamental
representar o aumento de despesa pública e, sendo possível, o impacto para o exercício posterior.
A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de (art. 16, caput, da LRF):
I – estimativa, com as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;
II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com
a LOA e compatibilidade com o PPA e com a LDO.
Resposta: Errada

(FGV – Analista Legislativo – Câmara Municipal de Salvador – 2018) As despesas correntes derivadas de
ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período
superior a dois exercícios são consideradas, de acordo com os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal,
despesas irregulares e lesivas ao patrimônio público.
Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou
ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período
superior a dois exercícios (art. 17, caput, da LRF).
Resposta: Errada

(FCC – Analista Judiciário – TRT/6 – 2018) Os efeitos financeiros decorrentes das denominadas “despesas
obrigatórias de caráter continuado”, salvo aquelas decorrentes do reajustamento anual dos servidores e
do serviço da dívida, nos termos normatizados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei complementar nº
101/2000), devem ser compensados com aumento permanente de receita ou redução permanente de
despesa.
Na LRF:
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória
ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período
superior a dois exercícios.
§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a
estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
§ 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada
ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1º do art. 4º,
devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de
receita ou pela redução permanente de despesa.
Resposta: Certa

(FCC – Assistente Técnico - ARSETE – Pref. Teresina/PI - 2016) Durante o primeiro semestre de 2016,
determinada autarquia do Estado empenhou despesas obrigatórias de caráter continuado no valor de R$
890.750.000,00. Segundo a Lei Complementar nº 101/2000, considera-se obrigatória de caráter
continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que
fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período de doze meses (janeiro a dezembro).

Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato
administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior
a dois exercícios (art. 17, caput, da LRF).
Resposta: Errada
Despesas com Pessoal

Definições

O propósito da LRF é a ação planejada e transparente, tendo o objetivo de prevenir riscos e corrigir desvios
capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas. Os meios utilizados para se atingir este objetivo são o
cumprimento de metas de receitas e despesas e obediência a limites e condições para a dívida pública e
gastos com pessoal. Assim, a finalidade da LRF é disciplinar a gestão dos recursos públicos, atribuindo maior
responsabilidade aos administradores públicos.

O termo fiscal congrega todas as ações que se relacionam com a arrecadação e a aplicação dos recursos
públicos. Neste caminho, as despesas com pessoal são as que mais despertam a atenção da população e dos
gestores públicos, em razão de serem as mais representativas em quase todos os entes, entre os gastos
realizados. A preocupação gerada diante do excesso de despesas com pessoal é objeto de maior
detalhamento por meio da LRF. As despesas com pessoal são sempre despesas correntes.

O somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos


e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou
empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer
espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e
variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões,
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de
Para os efeitos da LRF, qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições
entende-se como despesa recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
total com pessoal13:

As despesas consideradas como indenizatórias não são consideradas espécies remuneratórias, logo não
entram no cálculo do percentual de despesas com pessoal. Exemplo: auxílio-alimentação, assistência pré-
escolar, auxílio-transporte, ajuda de custo para o militar removido para outra cidade etc.

13 Art. 18, caput, da LRF.


Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à
substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como
“outras despesas de pessoal”14.

Por exemplo, a contratação de um professor temporário para uma vaga de professor efetivo em uma escola
é despesa com pessoal para efeitos da LRF, já que se refere à substituição de uma atribuição de um servidor
efetivo. No entanto, a contratação de pessoal para a segurança dessa mesma escola não é considerada
despesa com pessoal, já que em geral não se trata de substituição de servidores ou empregados públicos. É
uma atividade importante, porém acessória, instrumental ou complementar às atribuições legais da escola,
não sendo inerente a categorias funcionais abrangidas pelo quadro de pessoal.

Limites

Uma novidade da LRF, em relação às leis anteriores de limites para despesas com pessoal, é que os poderes
e as três esferas de governo estão envolvidos nos limites. A limitação visa permitir ao gestor público que
atenda as demandas da população como, por exemplo, saúde e educação, e não comprometa quase toda
sua receita com pagamento de despesas com pessoal.

A Lei Complementar 178/2021 trouxe novidades, alterando a LRF.

O conceito de Receita Corrente Líquida (RCL) é importante porque a despesa total com pessoal será apurada
somando-se a realizada no mês em referência com as dos 11 imediatamente anteriores, adotando-se o
regime de competência, independentemente de empenho.15 Para a apuração da despesa total com pessoal,
será observada a remuneração bruta do servidor, sem qualquer dedução ou retenção, ressalvada a redução
para atendimento ao disposto no art. 37, XI, da CF/198816 (o qual trata do teto de remuneração no serviço
público).

No regime de competência, as receitas e despesas são contabilizadas quando são comprometidas (fato
gerador da despesa), independentemente do momento que as receitas entram ou as despesas saem do
caixa. Por exemplo, se eu compro um produto em novembro (fato gerador da despesa) e pago em dezembro,
no regime de competência a despesa seria contabilizada em novembro, pois foi o mês em que ocorreu o
comprometimento da despesa. A alteração acrescentou que o regime de competência para a apuração das
despesas com pessoal deve ser adotado independentemente de empenho. Ou seja, o empenho pode

14 Art. 18, § 1º, da LRF.


15 Art. 18, § 2º, da LRF.
16 Art. 18, § 3º, da LRF.
coincidir com o mês adotado considerando o regime de competência; entretanto, se isso não ocorrer, o que
deve ser considerado é o mês de competência, mesmo se o empenho tiver ocorrido em outro mês.

Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período
de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida,
a seguir discriminados17:

I – União: 50%.

II – Estados: 60%.

III – Municípios: 60%.

No regime de competência, as receitas e despesas são contabilizadas no momento em que são


comprometidas (fato gerador da despesa), independentemente do momento que as receitas entram ou as
despesas saem do caixa. Por exemplo, no regime de competência, adotado para apuração das despesas com
pessoal, o décimo terceiro salário devido aos servidores públicos deve entrar no cômputo do total de
despesas de pessoal do exercício a que se refira (fato gerador da despesa), ainda que o pagamento seja
efetuado, por exemplo, somente no mês de janeiro.

Na despesa total com pessoal, para fins de verificação dos limites definidos na LRF, não será(ão)
computada(s) a(s) despesa(s)18:

 Com indenização por demissão de servidores ou empregados.


 Relativas a incentivos à demissão voluntária.
 Com convocação extraordinária do Congresso Nacional (a Emenda Constitucional 50/2006 vedou o
pagamento de parcela indenizatória em razão de convocação do Congresso Nacional).

17 Art. 19, caput, da LRF.


18 Art. 19, § 1º, da LRF;
 Decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere
o § 2o do art. 1819.
 com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos
transferidos pela União na forma dos incisos XIII20 e XIV21 do art. 21 da CF/1988 e do art. 3122 da
Emenda Constitucional nº 19. Nesses casos, as despesas desses entes não são pagas com suas
próprias receitas e sim da União.
 com inativos e pensionistas, ainda que pagas por intermédio de unidade gestora única ou fundo
previsto no art. 249 da CF/198823, quanto à parcela custeada por recursos provenientes:
• Da arrecadação de contribuições dos segurados;
• Da compensação financeira de que trata o § 9º do art. 201 da CF/198824;
• de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial do regime de previdência, na forma
definida pelo órgão do Poder Executivo federal responsável pela orientação, pela supervisão e
pelo acompanhamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos.

Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, é vedada a dedução da parcela custeada
com recursos aportados para a cobertura do déficit financeiro dos regimes de previdência.25

19 Art. 18, § 2º, da LRF - A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente
anteriores, adotando-se o regime de competência, independentemente de empenho.
20 Art. 21, XIII, da CF/1988 - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública

dos Territórios.
21 Art. 21, XIV, da CF/1988 - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como

prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio.
22 Art. 31 da EC 19 - Os servidores públicos federais da administração direta e indireta, os servidores municipais e os integrantes da carreira
policial militar dos ex-Territórios Federais do Amapá e de Roraima, que comprovadamente encontravam-se no exercício regular de suas funções
prestando serviços àqueles ex-Territórios na data em que foram transformados em Estados; os policiais militares que tenham sido admitidos por
força de lei federal, custeados pela União; e, ainda, os servidores civis nesses Estados com vínculo funcional já reconhecido pela União,
constituirão quadro em extinção da administração federal, assegurados os direitos e vantagens inerentes aos seus servidores, vedado o
pagamento, a qualquer título, de diferenças remuneratórias.
23 Art. 249 da CF/1988 - Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e pensões concedidas aos

respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer natureza,
mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desses fundos.
24 Art. 201, § 9º, da CF/1988 - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração

pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente,
segundo critérios estabelecidos em lei.
25 Art. 19, § 3º, da LRF.
A repartição dos limites globais do art. 19 – União (50%), estados (60%), municípios (60%) – não poderá
exceder os seguintes percentuais26:

I – na esfera federal:

a) 2,5% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União.

b) 6% para o Judiciário.

c) 40,9% para o Executivo, destacando-se 3% para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem
os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional nº 19 (acabei de citá-los
no rodapé da página anterior), repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada uma
destas competências, em percentual da RCL, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente
anteriores ao da publicação da LRF.

d) 0,6% para o Ministério Público da União.

26 Art. 20 da LRF.
II – na esfera estadual:

a) 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado.

b) 6% para o Judiciário.

c) 49% para o Executivo.

d) 2% para o Ministério Público dos Estados.

Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, o percentual definido para o Legislativo será
de 3,4% e do Executivo será de 48,6%, o que corresponde, respectivamente, a acréscimo e redução de 0,4%.

III – na esfera municipal:

a) 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver.


b) 54% para o Executivo.
OBSERVAÇÃO: Tribunal de Contas dos Municípios é diferente de Tribunal de Contas do Município.
Há apenas dois Tribunais de Contas do Município, pois há vedação constitucional para a instituição de Cortes
de Contas municipais, ressalvados os Tribunais de Contas do Município de São Paulo e o do Rio de Janeiro,
criados antes da CF/1988. Tais Tribunais têm competência para processar e julgar contas exclusivamente do
município onde foi criado e não dos outros municípios do Estado.
Porém, não há impedimento para que o Estado institua Tribunais de Contas dos Municípios, para apreciar e
julgar exclusivamente as contas dos municípios integrantes de seu território. Mas há apenas três Tribunais
de Contas dos Municípios (Bahia, Pará e Goiás). Os municípios dos outros estados que não possuem
Tribunais de Contas dos Municípios estão sob a jurisdição dos Tribunais de Contas Estaduais.

Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, o limite será repartido entre seus ramos
proporcionalmente à média das despesas com pessoal, em percentual da RCL, verificadas nos três exercícios
financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da LRF (1997 a 1999)27. Por exemplo, o Poder
Judiciário do estado X teve como médias nesses três anos as despesas divididas por três órgãos de tamanho
diferentes, A, B e C, na proporção, respectivamente, de 20%, 30% e 50% do gasto com pessoal desse
Judiciário Estadual. Como a partir da LRF o limite é de 6% da RCL para o Judiciário desse Estado, o rateio do
limite será da seguinte forma em relação à RCL: 1,2% para o órgão A; 1,8% para o órgão B e 3% para o órgão
C.

Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e


especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos. Para tais fins, a entrega dos
recursos financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da
aplicação dos percentuais definidos no art. 20 da LRF28.

Os Poderes e órgãos referidos neste artigo deverão apurar, de forma segregada para aplicação dos limites
de que trata este artigo, a integralidade das despesas com pessoal dos respectivos servidores inativos e
pensionistas, mesmo que o custeio dessas despesas esteja a cargo de outro Poder ou órgão 29.

27 Art. 20, § 1º, da LRF.


28 Art. 20, § 5º, da LRF.
29 Art. 20, § 7º, da LRF.
Alguns autores acenam com a possibilidade de a LDO estabelecer critérios diferentes
da LRF. Mas essa faculdade que estava no § 6º do art. 20 da LRF foi vetada:

Vetado: § 6º do art. 20: “Somente será aplicada a repartição dos limites estabelecidos
no caput caso a lei de diretrizes orçamentárias não disponha de forma diferente.”

Razões do veto: “A possibilidade de que o limite de despesas de pessoal dos Poderes


e órgãos possam ser alterados na Lei de Diretrizes Orçamentárias poderá resultar em
demandas ou incentivo especialmente no âmbito dos Estados e Municípios para que os
gastos com pessoal e encargos sociais de determinado Poder ou órgão sejam ampliados
em detrimento de outros, visto que o limite global do ente da Federação é fixado na Lei
Complementar. Desse modo, afigura-se prejudicado o objetivo da lei complementar em
estabelecer limites efetivos de gastos de pessoal aos Três Poderes. Na linha desse
entendimento, o dispositivo contraria o interesse público, motivo pelo qual sugere-se a
oposição de veto.”

Assim, as LDOs não podem dispor de forma diferente da LRF.

A conduta de outros órgãos sobre os quais o Poder Executivo não pode


exercer ingerência não lhe pode trazer tais consequências danosas.

De acordo com o STF, o descumprimento de limites de gastos previstos na legislação


orçamentária realizado pelos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público Estaduais,
órgãos dotados de autonomia institucional e orgânico-administrativa, não pode ensejar a
inscrição do Poder Executivo do estado-membro nos sistemas restritivos ao crédito
utilizados pela União.30

Logo:

30 ACO 1218, Relator: Min. LUIZ FUX, julgado em 24/06/2015, publicado em DJe-125 DIVULG 26/06/2015 PUBLIC 29/06/2015.
(FCC - Consultor Técnico Administrativo - Câmara de Fortaleza/CE - 2019) Para os efeitos da Lei
Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação
com os ativos, não se computando os gastos com os inativos e os pensionistas.
Entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos,
os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e
de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e
variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações,
horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições
recolhidas pelo ente às entidades de previdência (art. 18, caput, da LRF).
Resposta: Errada

(FCC - Consultor Técnico Administrativo - Câmara de Fortaleza/CE - 2019) A despesa total com pessoal, em
cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder o percentual de 50% da
receita corrente líquida, limite este aplicado a todos os entes federados (União, Estados, DF e Municípios).
A despesa total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os seguintes percentuais da
receita corrente líquida do ente da federação: 50% (União), 60% (Estados) e 60% (Municípios) (art. 19,
caput, da LRF).
Resposta: Errada

(FCC – Técnico Previdenciário – SEGEP/MA - 2018) Os gastos com pessoal nos entes federados não poderão
exceder 50% da receita corrente líquida da União, Estados e Municípios, não se incluindo aí despesas
decorrentes de incentivo à demissão voluntária.
Na LRF:
Art. 19. A despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá
exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
I – União: 50%.
II – Estados: 60%.
III – Municípios: 60%.
§ 1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas:
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
Resposta: Errada
(FCC - Procurador Legislativo – CLDF - 2018) A Constituição Federal, no caput de seu art. 169, estabelece
que a despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não
poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. Em razão disso, a Lei Complementar nº
101/2000, em seu art. 19, fixou os limites totais de despesa com pessoal, em cada período de apuração e
em cada ente da Federação e com base na receita corrente líquida, sendo esse limite de 60% da referida
receita para Estados e Municípios. Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo,
relativamente ao Distrito Federal, não serão computadas as despesas de organização e de manutenção do
Ministério Público, da polícia civil, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.
Na LRF:
Art. 19. (...)
§ 1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas:
(...)
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos
pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição (...)
Tais dispositivos citados tratam da competência da União para organizar e manter o Poder Judiciário, o
MPDFT e a DP dos Territórios; e organizar e manter a PCDF, a PMDF, o CBMDF, bem como prestar assistência
financeira ao DF para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio.
Resposta: Certa

(FCC – Analista Judiciário - TRT/2 - 2018) Considere as seguintes informações quanto à despesa total com
pessoal que foram extraídas do sistema contábil do Poder Judiciário de um determinado Estado e que se
referem ao exercício financeiro de 2017.
− Despesa empenhada: R$ 143.000.000,00
− Despesa liquidada: R$ 141.000.000,00
− Despesa paga: R$ 140.900.000,00
− Despesa reconhecida no resultado patrimonial conforme o regime de competência: R$ 141.000.000,00
A Receita Corrente Líquida do Estado referente ao exercício financeiro de 2017 foi R$ 2.500.000.000,00.
De acordo com as determinações da Lei Complementar nº 101/2000, o Poder Judiciário, em 31/12/2017,
não estava impedido de alterar a estrutura de carreira que implicasse aumento de despesa, pois a despesa
total com pessoal não excedeu o limite de alerta.
Despesas com Pessoal = 141.000
RCL dada do Estado = 2.500.000
Limite máximo do P.J = 6% da RCL = 150.000
Limite prudencial do P.J. = 95% de 150.000 = 142.500
Limite de alerta do P.J. = 90% de 150.000 = 135.000
Assim, o Poder Judiciário não estava impedido de alterar a estrutura de carreira que implicasse aumento de
despesa, pois a despesa total com pessoal não excedeu o limite prudencial.
Resposta: Errada

(CESPE – Analista de Gestão - TCE/PE - 2017) Gastos com passagens e despesas com locomoção para fins
de fiscalização de obra pública em andamento são despesas correntes do grupo pessoal e encargos sociais,
sujeitas aos limites estabelecidos na LRF.
Despesas indenizatórias, como passagens e gastos com locomoção não se enquadram como despesas com
pessoal.
Resposta: Errada

(CESPE – Analista de Gestão – TCE/PE – 2017) Gastos com pessoal e encargos sociais das fundações
públicas federais estão incluídos no limite de despesas de pessoal aplicável à União.
Entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos,
os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e
de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e
variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações,
horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições
recolhidas pelo ente às entidades de previdência (art. 18, caput, da LRF).
Resposta: Certa

(CESPE – Auditor Fiscal de Controle Externo – TCE/SC – 2016) Os contratos de terceirização de mão de obra
integram o limite de despesas de pessoal, independentemente do tipo de serviço que estiver sendo
terceirizado.
Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição de servidores e
empregados públicos serão contabilizados como “outras despesas de pessoal (art. 18, § 1º, da LRF).
Resposta: Errada

(CESPE – Auditor - Conselheiro Substituto – TCE/PR – 2016) No âmbito da União, despesa relativa a
demissão voluntária é computada no limite de despesa total com pessoal.
As despesas relativas a incentivos à demissão voluntária não são computadas no limite de despesa total com
pessoal (art. 19, § 1º, II, da LRF).
Resposta: Errada

(FGV – Analista Legislativo – Câmara Municipal de Salvador – 2018) Um dos limites impostos aos entes
públicos pela LRF é a despesa com pessoal, individualizada por poder e órgão. No caso do Poder Legislativo
Municipal que tem como referência uma Receita Corrente Líquida de R$ 240 milhões, terá como limite de
despesa com pessoal o valor de R$ 144 milhões.
Na esfera municipal, o limite é de 6% da RCL para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município,
quando houver. Assim, basta calcular: 6% de 240 milhões = 14,4 milhões.
Resposta: Errada

(FGV – Especialista Legislativo – ALERJ – 2017) Em um determinado ente estadual, o limite da despesa total
com pessoal no âmbito do Poder Legislativo é de 60% para a Casa Legislativa e 40% para o Tribunal de
Contas. Sabendo-se que ao final do terceiro quadrimestre do último exercício financeiro encerrado, o ente
estadual apurou uma receita corrente líquida de R$ 51,25 bilhões, o limite máximo da despesa total com
pessoal da Assembleia Legislativa corresponde a R$ 1.537.500.000.
Na esfera estadual, o limite é de 3 % da RCL para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado. Assim,
basta calcular: 3% da RCL = 3% de R$ 51,25 bilhões = 1,5375 Bilhões. Normalmente a questão terminaria
aqui, pois pediria o limite do Poder Legislativo Estadual. Entretanto, esse não foi o pedido da questão.
Desse valor encontrado (e não em relação à RCL) a questão convencionou que 60% iria para a Assembleia
Legislativa e 40% para o Tribunal de Contas. E a questão pede o limite da Assembleia Legislativa.
Assim: 60% de 1,5375 Bilhões = 0,9225 Bilhões = R$ 922.500.000
Logo, o limite máximo da despesa total com pessoal da Assembleia Legislativa é de R$ 922.500.000.
Resposta: Errada

(FCC – Analista Legislativo – ALE/SE – 2018) O Tribunal de Contas do Estado e a Assembleia Legislativa têm
limites de gastos separados para fins de contabilização do limite de despesas de pessoal da LRF.
O Tribunal de Contas e a Assembleia Legislativa não têm limites de gastos separados para fins de
contabilização do limite de despesas de pessoal da LRF. O Limite de gastos do Poder Legislativo Estadual,
incluindo o TCE, é de 3% da RCL.
Resposta: Errada

Controle

Referência Constitucional e Ato Nulo de Pleno Direito

A CF/1988 também trata do assunto despesas com pessoal. Segundo o art. 169, a despesa com pessoal ativo
e inativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar, que é exatamente o que estudamos na LRF, por isso nesta aula
começamos o estudo da Lei antes da CF/1988.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

(...)

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas
federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os
referidos limites.

Assim, todos os entes estão sujeitos aos limites de despesas com pessoal previstos em lei complementar.
Além disso, o § 2º determina que decorrido o prazo estabelecido na Lei Complementar, ou seja, na LRF, serão
imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios que não observarem os referidos limites.

Estudamos de forma conjunta o caput e o § 2º do art. 169 da CF/1988. Vamos agora estudar o § 1º.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos,


empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação
de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta,
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:

Tal parágrafo pode ser resumido da seguinte forma: “os aumentos de despesas com pessoal,
independentemente da forma ou do órgão, só poderão ser feitos:”

I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de


pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas


públicas e as sociedades de economia mista.

O inciso I determina que para aumentar as despesas com pessoal deve haver dotação na LOA suficiente para
atender as despesas já existentes e ainda aos novos acréscimos. Isso deve ser prévio, ou seja, antes de o
aumento ser efetivamente colocado em prática.

O inciso II determina que para aumentar as despesas com pessoal deve haver autorização específica na LDO.
Entretanto, para apenas esse inciso II, há uma ressalva: as empresas públicas e as sociedades de economia
mista não exigem autorização específica na LDO para aumentar suas despesas com pessoal.

Ainda neste tópico, dentro de “limite ultrapassado” veremos outros dispositivos do art. 169 da CF/1988.
Vamos prosseguir.
A Lei Complementar nº 173, de 27 de maio de 2020, estabeleceu o Programa Federativo de
Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19), alterou os arts. 21 e 65 da LRF e deu
outras providências. O nosso foco agora será o art. 21.

Importante: as alterações do arts. 21 e 65 não são temporárias, ou seja, não são aplicadas
apenas no caso da Covid-19.

Conforme a LRF, é nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não
atenda31:

 As exigências de acompanhamento, para a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação


governamental que acarrete aumento da despesa (art. 16): estimativa do impacto orçamentário-
financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, e declaração do
ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a LOA e
compatibilidade com o PPA e com a LDO.
 As exigências para a criação das despesas obrigatórias de caráter continuado (art. 17). São elas:
atos que criarem as despesas ou as aumentarem deverão ser instruídos com estimativas do impacto
orçamentário-financeiro, no exercício que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;
demonstração da origem dos recursos para seu custeio; comprovação de que a criação ou o aumento
da despesa não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo de metas fiscais da LDO;
compensação dos seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, pelo aumento permanente de
receita ou pela redução permanente de despesa.
 O disposto no inciso XIII do art. 37 da CF/1988: a vedação à vinculação ou equiparação de quaisquer
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
 As exigências do § 1º do art. 169 da CF/1988 (já estudadas neste tópico).
 O limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.

Também é nulo de pleno direito:

31 Art. 21, caput, I, da LRF.


 o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato
do titular do respectivo Poder ou órgão.32

É comum associar este prazo ao final dos mandatos de quatro anos dos Chefes do Executivo, porém é
interessante observar que a norma também alcança o mandato dos Presidentes de casas legislativas, o qual
é de dois anos. Logo, um Presidente de uma Câmara Municipal, por exemplo, não poderá aumentar a
despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do seu mandato de dois anos. Os dispositivos seguintes
vão deixar isso mais claro.

 o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas
em períodos posteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; 33

A partir da alteração, a LRF proíbe aumentos em despesas com pessoal em parcelas posteriores ao mandato.
Para exemplificar, imagine que lei aprovada tenha programado aumentos escalonados em uma determinada
carreira da seguinte forma:

• Ano de publicação da Lei - 10%


• Ano subsequente à publicação da lei - 5%
• Ano subsequente ao aumento anterior: 5%

A partir de agora só será possível se todas as parcelas do escalonamento do aumento ocorrerem dentro do
mesmo mandato. O Chefe de Poder ou órgão não poderá executar esse tipo de escalonamento, se o último
ano estiver fora do mandato dele, por exemplo.

 a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo, por Presidente e demais
membros da Mesa ou órgão decisório equivalente do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal
do Poder Judiciário e pelo Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal
contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição
de ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público, quando: resultar em
aumento da despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder
Executivo; ou resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem
implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo. 34

A LRF deixa bastante claro que não poderá ser aprovada, editada ou sancionada, por diversos chefes de
Poder ou Órgão, qualquer norma legal contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras
do setor público, ou a edição de ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público,
quando resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular
do Poder Executivo. Ou, ainda, resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem
implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo. Note que há
uma responsabilidade conjunta dos demais Poderes ou órgãos com os gastos que, no fim das contas,
sobrecarregam o mandato do Poder Executivo.

32 Art. 21, caput, II, da LRF.


33 Art. 21, caput, III, da LRF.
34 Art. 21, caput, IV, da LRF.
As restrições de que tratam os incisos II, III e IV (três citados acima): devem ser aplicadas
inclusive durante o período de recondução ou reeleição para o cargo de titular do Poder
ou órgão autônomo; e aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo dos
Poderes referidos no art. 20.35

Analisando isoladamente o inciso IV do caput, as restrições teriam como foco apenas o prazo final dos
mandatos de quatro anos dos Chefes do Executivo, porém é interessante observar que a norma agora deixa
claro que alcança o período de recondução ou reeleição para o cargo de titular do Poder ou órgão
autônomo e aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo dos Poderes referidos no art. 20.
Logo, um Presidente de uma Assembleia Legislativa, por exemplo, não poderá aumentar a despesa com
pessoal nos 180 dias anteriores ao final do seu mandato de dois anos.

Para fins do disposto neste artigo 21 da LRF, serão considerados atos de nomeação ou de provimento de
cargo público aqueles referidos no § 1º do art. 169 da CF/1988 (já tratamos do tema nesse tópico) ou aqueles
que, de qualquer modo, acarretem a criação ou o aumento de despesa obrigatória. 36

A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as despesas com pessoal será realizada ao final
de cada quadrimestre37. O relatório de gestão fiscal, de periodicidade quadrimestral, conterá comparativo
com os limites de que trata a LRF do montante da despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e
pensionistas38.

35 Art. 21, § 1º, da LRF.


36 Art. 21, § 2º, da LRF.
37 Art. 22, caput, da LRF.
38 Art. 55, caput, I, a, da LRF.
Vale ressaltar que, de acordo com a CF/1988, a regra é que o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
cargos e empregos públicos são irredutíveis39, com algumas ressalvas constitucionais, nas quais não se inclui
a redução consensual dos respectivos vencimentos.

Relembro que a CF/1988 veda a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive
por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para
pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios.40

39 Art. 37, XV, da CF/1988.


40 Art. 167, X, da CF/1988.
Limite de Alerta

Vamos agora falar dos limites de alerta, prudencial e ultrapassado.

Compete aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder
e órgão e alertá-los quando constatarem que o montante da despesa total com pessoal ultrapassar 90% do
limite (limite de alerta)41.

Limite Prudencial

Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite (limite prudencial), são vedados ao Poder ou órgão
que houver incorrido no excesso42:

 Concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo


os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão geral
anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
 Criação de cargo, emprego ou função.
 Alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa.
 Provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a
reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde
e segurança.
 Contratação de hora extra, salvo no caso das situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias e
no caso de convocação extraordinária do Congresso Nacional (relembro que a EC 50/2006 vedou o
pagamento de parcela indenizatória em razão de convocação do Congresso Nacional).

41 Art. 59, § 1º, II, da LRF.


42 Art. 22, parágrafo único, da LRF.
O limite de alerta ocorre quando os Tribunais de Contas constatam que o montante da
despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite, não havendo nenhuma sanção ou
vedação, apenas um alerta. Já o limite prudencial ocorre quando a despesa total com
pessoal excede a 95% do limite, incorrendo em diversas vedações para o Poder ou órgão
que ultrapassar tal percentual.

Limite Ultrapassado

Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão, ultrapassar os limites definidos (limite ultrapassado),
sem prejuízo das medidas previstas no limite prudencial (citadas acima), o percentual excedente terá de ser
eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre
outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da CF/198843 (veremos a seguir).

Continuando, para o cumprimento dos limites estabelecidos com base no que estudamos na LRF, a União,
os estados, o Distrito Federal e os municípios adotarão as seguintes providências (são os §§ 3º e 4º do art.
169 da CF/1988):

 Redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança.
 Exoneração dos servidores não estáveis.
 Exoneração de servidor estável, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes
especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal
(Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação desse dispositivo). O

43 Art. 23, caput, da LRF.


servidor que perder o cargo fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por
ano de serviço.

O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de
cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o Poder ou órgão não
poderá44:

 Receber transferências voluntárias, ressalvadas as destinadas à saúde, à educação e à assistência


social.
 Obter garantia, direta ou indireta, de outro ente.
 Contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao pagamento da dívida mobiliária e as
que visem à redução das despesas com pessoal.

Os dispositivos trazem duas alterações importantes decorrentes da Lei Complementar 178/2021:

_ as proibições abarcavam todo o ente se não alcançada a redução das despesas com pessoal no prazo
estabelecido e enquanto perdurar o excesso. Agora, a proibição é específica para o Poder ou órgão e não
para todo o ente.

_ a vedação para a realização de operações de crédito se não alcançada a redução das despesas com pessoal
no prazo estabelecido e enquanto perdurar o excesso tinha como exceção as destinadas ao refinanciamento
da dívida mobiliária; agora, a exceção é para o pagamento da dívida mobiliária.

44 Art. 23, § 3º c/c art. 25, § 3º, ambos da LRF.


Exceções aos Prazos p/ Redução das Despesas com Pessoal

Estas são as exceções aos prazos do art. 23 da LRF para a redução das despesas com pessoal:

APLICAÇÃO IMEDIATA: as restrições são aplicadas imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o
limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão.45

SUSPENSÃO: na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União,
ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos estados e municípios; enquanto perdurar a situação, serão
suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas no artigo.46

DUPLICAÇÃO: já em caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional,
regional ou estadual por período igual ou superior a quatro trimestres, os prazos do artigo serão duplicados.
Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do PIB inferior a 1%, no período
correspondente aos quatro últimos trimestres. Nessa hipótese, continuarão a ser adotadas as medidas
previstas no limite prudencial (citadas em tópicos anteriores).47

45 Art. 23, § 4º, da LRF.


46 Art. 65, caput, I, da LRF.
47 Art. 66, caput e § 1º, da LRF
NÃO SE APLICAM: as restrições previstas não se aplicam ao Município em caso de queda de receita real
superior a 10%, em comparação ao correspondente quadrimestre do exercício financeiro anterior, devido a
48:

I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios decorrente de


concessão de isenções tributárias pela União; e

II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais.

O disposto acima sobre o “não se aplica” só terá efeito caso a despesa total com pessoal do quadrimestre
vigente não ultrapasse o limite percentual previsto no art. 19 desta Lei Complementar, considerada, para
este cálculo, a receita corrente líquida do quadrimestre correspondente do ano anterior atualizada
monetariamente.

48 Art. 23, §§ 5º e 6º, da LRF


(FCC – Juiz – TJ/MS – 2020) A Lei de Responsabilidade Fiscal − Lei Complementar nº 101/2000 − impõe, em
seu artigo 22, uma série de medidas restritivas para os Poderes e órgãos que ultrapassarem o chamado
“limite prudencial”, correspondente a 95% dos limites máximos de despesas de pessoal, constantes dos
artigos 19 e 20 do mesmo diploma, calculados em percentuais da receita corrente líquida dos respectivos
entes políticos. Ainda que atingido o limite prudencial, será permitido promover a revisão geral anual da
remuneração e do subsídio dos agentes públicos.
Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite (limite prudencial), são vedados ao Poder ou órgão
que houver incorrido no excesso a concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou
contratual, ressalvada a revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices (art. 22,
parágrafo único, I, da LRF)
Resposta: Certa

(FCC – Promotor – MPE/MT – 2020) O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de
Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público devem fiscalizar o
cumprimento das normas previstas na Lei Complementar nº 101/2000. Dentre as normas cujo
cumprimento deve ser fiscalizado, encontram-se as previstas nos artigos 22 e 23 da referida lei, que tratam
do controle da despesa total com pessoal. De acordo com tais normas, a verificação do cumprimento dos
limites de despesa será realizada ao final de cada quadrimestre, e, quando o total da despesa com pessoal
exceder 95% do limite fixado com base em percentual da receita corrente líquida, ao Poder ou ao órgão
que houver incorrido no excesso fica vedado o provimento de cargo público, admissão ou contratação de
pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de
servidores das áreas de educação, saúde e segurança.

Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite (limite prudencial), são vedados ao Poder ou órgão
que houver incorrido no excesso provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a
qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas
de educação, saúde e segurança (art. 22, parágrafo único, IV, da LRF).
Resposta: Certa

(FCC - Consultor Técnico Administrativo - Câmara de Fortaleza/CE - 2019) É nulo de pleno direito o ato de
que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos duzentos dias anteriores ao final do mandato
do titular do respectivo Poder ou órgãos públicos mencionados na referida lei.
É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao
final do mandato do titular de Poder ou órgão (art. 21, caput, II, da LRF).
Resposta: Errada

(FCC - Consultor Técnico Administrativo - Câmara de Fortaleza/CE - 2019) É vedado ao Poder ou órgão
público a criação de cargo, emprego ou função se a despesa total com pessoal exceder a 85% do limite
fixado na referida lei.
É vedado ao Poder ou órgão público a criação de cargo, emprego ou função se a despesa total com pessoal
exceder a 95% do limite fixado na referida lei (art. 22, parágrafo único, II, da LRF).
Resposta: Errada

(CESPE – Analista de Controle Externo - TCE/PE - 2017) Situação hipotética: No final do primeiro
quadrimestre de 2017, as despesas com pessoal do Poder Executivo do município AB estavam no patamar
de 52% de sua receita corrente líquida. Assertiva: Nessa situação, o município deverá reduzir o excedente
dessas despesas nos dois quadrimestres seguintes, sendo a redução de, no mínimo, um terço no primeiro
deles.
De acordo com o art. 23 da LRF, se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20,
ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual
excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro.
Se as despesas com pessoal do Poder Executivo do Município estavam em 52% da RCL e o limite total é 54%
da RCL, significa que o município não ultrapassou o seu limite. Na verdade, ele ultrapassou apenas o limite
prudencial (95% do limite de 54%, o que dá 51,3%), o que enseja diversas restrições, mas não a de redução
nos dois quadrimestres seguintes. Logo, não há percentual excedente para ser eliminado.
Resposta: Errada

(CESPE – Auditor - Conselheiro Substituto – TCE/PR – 2016) Sempre que verificar que as despesas de
pessoal de Poder Executivo estadual atingiram o limite prudencial — 95% do limite máximo das despesas
com pessoal —, o TCE deverá emitir alerta sobre esse fato, na forma da LRF.
Sempre que verificar que as despesas de pessoal de Poder Executivo estadual atingiram o limite de alerta —
90% do limite máximo das despesas com pessoal —, o respectivo tribunal de contas deverá emitir alerta
sobre esse fato, na forma da LRF (art. 59, § 1º, II, da LRF).
Resposta: Errada

(FCC – Analista Legislativo – ALE/SE – 2018) Um determinado Estado apresenta Receita Corrente Líquida
de 1 bilhão de reais no último relatório divulgado pelo Poder Executivo, enquanto a despesa total com
pessoal do único Tribunal de Contas Estadual, para o mesmo período, foi de 5 milhões de reais, mantendo
percentual histórico. Uma comissão foi criada no âmbito da Assembleia Legislativa, tendo apurado que,
nos últimos 12 meses, houve execução de 6 milhões de reais com servidores efetivos, 16 milhões de reais
com servidores de provimento em comissão e 6 milhões de reais com contratos de terceirização de mão
de obra referentes à substituição de servidores. Nesse caso, não há qualquer impedimento à nomeação
de servidores aprovados em concurso público já homologado.
Gastos com pessoal do Legislativo:
TCE = 5 milhões
Assembleia = 6MI + 16MI + 6MI = 28 Milhões
Total = 33 Milhões
O Limite de gastos do Poder Legislativo Estadual, incluindo o TCE, é de 3% da RCL = 3% de 1 bilhão = 30
milhões.
Logo, o limite de gastos com despesas de pessoal, no caso relatado, teria sido excedido em 3 milhões.
Assim, existe impedimento à nomeação de servidores. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do
limite (limite prudencial), são vedados ao Poder ou órgão que houver incorrido no excesso, entre outros,
provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição
decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança.
Resposta: Errada

(FCC – Analista Judiciário – TRE/SP - 2017) A despesa total com pessoal, de determinado órgão federal,
referente ao segundo quadrimestre de 2016, excedeu em R$ 70.000 o limite máximo estabelecido no
artigo 20 da Lei Complementar nº 101/2000. Considerando-se que o limite máximo da despesa total com
pessoal é de R$ 680.000, o limite prudencial, segundo a Lei Complementar nº 101/2000, corresponde, em
R$, a 646.000.
Limite prudencial = 95% do limite total = 95% de R$680.000
Limite prudencial = R$646.000.
Resposta: Certa

(FCC - Analista Judiciário – TRF/3 – 2016) É vedado ao Poder que exceder a 90% do limite para a despesa
com pessoal a criação de cargo, emprego ou função.
É vedado ao Poder que exceder a 95% do limite para a despesa com pessoal a criação de cargo, emprego ou
função (art. 22, parágrafo único, II, da LRF).
Resposta: Errada

(FCC - Analista Judiciário – TRF/3 – 2016) A Lei Complementar nº 101/2000, no que se refere ao controle
da despesa com pessoal, estabelece que, em regra geral, é permitida a contratação de qualquer espécie
de operação de crédito, ainda que extrapolado 100% do limite para a despesa com pessoal e não tenha
ocorrido a recondução no prazo previsto em lei.
Em regra geral, não é permitida a contratação de operação de crédito quando extrapolado o 100% do limite
para a despesa com pessoal e não tenha ocorrido a recondução no prazo previsto em lei. As exceções são as
operações de crédito destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das
despesas com pessoal (art. 23, § 3º, III, da LRF).
Resposta: Errada
(FGV – Analista Legislativo – Câmara Municipal de Salvador – 2018) O Município de Pinhas, ao elaborar o
Demonstrativo da Despesa com Pessoal referente ao 1º quadrimestre de 2017, previsto na Lei de
Responsabilidade Fiscal, inesperadamente descobriu que ultrapassou os 95% do limite definido no Art. 20
da LRF. Diante dessa situação, o Município ficou vedado de realizar provimento de cargo público,
ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação,
saúde e segurança.
Se ultrapassado 95% do limite, fica vedado o provimento de cargo público, ressalvada a reposição decorrente
de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança (art. 22, parágrafo
único, IV, da LRF).
Resposta: Certa

(FGV – Analista Legislativo – Câmara Municipal de Salvador – 2018) Em um ente municipal, ao final do 2º
trimestre de um exercício, a despesa total com pessoal atingiu o montante de R$ 3.900.733.200,00, sendo
que o limite máximo admitido era de R$ 3.714.984.000,00. De acordo com as disposições da LRF, no
quadrimestre seguinte essa despesa deverá ser reduzida em pelo menos R$ 46.437.300,00.
O gasto total com pessoal ultrapassou o limite máximo em 3.900.733.200 – 3.714.984.000 = 185.749.200.
Segundo o art. 23 da LRF se a despesa total com pessoal ultrapassar os limites, o percentual excedente deve
ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro.
Assim, 1/3 de 185.749.200 = 61.916.400,00
Resposta: Errada

(FGV – Analista Legislativo – Câmara Municipal de Salvador – 2018) Os dados a seguir foram extraídos do
Relatório de Gestão Fiscal Consolidado de um município referente ao exercício de 2016.

A partir da análise dos dados e à luz das regras fiscais aplicáveis, é correto afirmar que o Poder Legislativo
ultrapassou apenas o limite prudencial.
Vamos calcular para os dois Poderes para melhor fixação do conteúdo.
O limite total dos municípios é de 60% em relação à RCL.
Os limites por Poder dos Municípios em relação à RCL:
a) 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver.
b) 54% para o Executivo.
Limite Máximo de Despesa com Pessoal (Executivo).
5.292.000.000 x 54% = 2.857.680.000
Limite Máximo de Despesa com Pessoal (Legislativo).
5.292.000.000 x 6% = 317.520.000
O Poder Legislativo ultrapassou o limite máximo de despesa com pessoal (logo, ultrapassou todos os demais
limites).

Para a fixação do conteúdo:


Limite Prudencial (95% do Limite Máximo)
Executivo: 2.857.680.000 x 95% = 2.714.796.000
Legislativo: 317.520.000 x 95% = 301.644.000
O Poder Legislativo ultrapassou o limite prudencial.

Logo, o Poder Legislativo ultrapassou o limite máximo de despesa com pessoal e não apenas o limite
prudencial.
Resposta: Errada

3.4 - Despesas com a Seguridade Social

Nenhum benefício ou serviço relativo à Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
indicação da fonte de custeio total, atendidas ainda as exigências do art. 17, o qual trata das despesas
obrigatórias de caráter continuado49.

Nenhum benefício ou serviço relativo à Seguridade Social poderá ser criado, majorado
ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total.

A Seguridade Social compreende o benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência social, inclusive
os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas50.

No entanto, é dispensada da compensação por aumento permanente de receita ou pela redução permanente
de outras despesas se o aumento de despesa decorrer de51:

I – concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação


pertinente;

II – expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;

III – reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.

49 Art. 24, caput, da LRF.


50 Art. 24, § 2º, da LRF.
51 Art. 24, § 1º, da LRF.
É dispensado da compensação referida no art. 17 (dentre outros, o aumento
permanente de receita e a redução permanente de despesa) o aumento de despesa
decorrente de reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu
valor real (art. 24, § 1º, III, da LRF).

(CESPE – Auditor de Finanças e Controle – SEFAZ/AL - 2020) Nenhum benefício relativo à seguridade social
poderá ser criado sem a indicação de uma fonte de custeio para suportar essa despesa.
Nenhum benefício ou serviço relativo à Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
indicação da fonte de custeio total (art. 24, caput, da LRF).
Resposta: Certa

(CESPE – TFCE – TCU – 2012) O reajustamento do valor de benefício da seguridade social, a fim de preservar
o seu valor real, deve apresentar a origem dos recursos para o seu custeio e os seus efeitos financeiros nos
períodos seguintes, que devem ser compensados pelo aumento permanente de receita e pela redução
permanente de despesa da previdência.
É dispensado da compensação referida no art. 17 (dentre outros, o aumento permanente de receita e a
redução permanente de despesa) o aumento de despesa decorrente de reajustamento de valor do benefício
ou serviço, a fim de preservar o seu valor real (art. 24, § 1º, III, da LRF).
Resposta: Errada

(CESPE – Especialista – FNDE – 2012) Por constituírem despesa de natureza social, os benefícios relativos
a seguridade social podem ser criados sem a identificação da respectiva fonte de custeio.
De acordo com o art. 24 da LRF, nenhum benefício ou serviço relativo à Seguridade Social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total, atendidas ainda as exigências do art. 17,
o qual trata das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Resposta: Errada

(FCC – Procurador de Contas - TCE/SP – 2011) As regras sobre a seguridade social previstas na Lei de
Responsabilidade Fiscal são aplicadas a benefícios ou serviços de saúde, previdência e assistência social,
excluindo-se os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.
As regras sobre a seguridade social previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal são aplicadas a benefícios ou
serviços de saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos servidores públicos e militares,
ativos e inativos, e aos pensionistas (art. 24, § 2°).
Resposta: Errada

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