Tema 3 DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS (DVP)

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AULA 3

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS APLICADAS AO
SETOR PÚBLICO

Profª Bruna dos Santos


INTRODUÇÃO

Nesta aula, vamos continuar a conhecer algumas demonstrações contábeis


aplicadas ao setor público. Os temas tratados serão:

• demonstração das variações patrimoniais;


• demonstração dos fluxos de caixa no setor público;
• demonstração das mutações do patrimônio líquido;
• notas explicativas; e
• consolidação das demonstrações contábeis no setor público.

TEMA 1 – DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS (DVP)

A DVP evidencia as alterações no patrimônio resultantes ou independentes


da execução orçamentária, indicando o resultado patrimonial do exercício. Ela é
muito parecida com a Demonstração do Resultado da área privada, em que se
detalha o resultado confrontando receita, custos e despesa.
Na área pública, se utilizam os termos “Variação Patrimonial Aumentativa
(VPA)” e “Variação Patrimonial Diminutiva (VPD)”. A VPA pode ser comparada a
receitas ou resultados positivos e a VPD como despesas ou resultados negativos.
Para se obter o resultado do exercício, é feita a diferença entre VPA e VPD e o
valor encontrado é informado no Balanço Patrimonial, levando em conta o regime
de competência tanto para VPA quanto VPD, e não caixa, como é o resultado
orçamentário para as receitas.
É importante salientar que a DVP não tem como objetivo revelar lucro ou
prejuízo, e sim quanto o serviço público ofertado aos cidadãos alterou o patrimônio
líquido. Em outras palavras, o foco é no bem gerado a todos e não no
lucro/prejuízo financeiro, conforme exposto a seguir.

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Quadro 1 – a estrutura da DVP

DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS


Exercício: 20XX
Nota Exercício Atual Exercício Anterior
Variações Patrimoniais Aumentativas
Impostos, taxas e contribuições de melhoria
Contribuições
Exploração e venda de bens, serviços e direitos
Variações Patrimoniais Aumentativas financeiras
Transferências e delegações recebidas
Valorização e ganhos com ativos
Desincorporação de passivos
Outras Variações Patrimoniais Aumentativas
Total das Variações Patrimoniais Aumentativas (I)

Variações Patrimoniais Diminutivas


Pessoal e encargos
Benefícios previdenciários e assistenciais
Uso de bens, serviços e consumo de capital fixo
Variações Patrimoniais Diminutivas financeiras
Transferências e delegações concedidas
Desvalorização e perdas de ativos e incorporação
de passivos
Tributárias
Custo das mercadorias e produtos vendidos
dos serviços Prestados
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas
Total das Variações Patrimoniais Diminutivas (II)

RESULTADO PATRIMONIAL DO PERÍODO (III) = (I – II)

Para fixação sobre o conteúdo da DVP, responda às questões a seguir


(importante: o gabarito para os exercícios desta seção e das próximas
estarão ao final deste material, após as referências).

1. (Quadrix, 2019 – Prefeitura de Jataí/GO – Auditor de Controladoria) A


demonstração das variações patrimoniais (DVP) evidenciará as alterações
verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução
orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. Entre as
variações patrimoniais, decorre da execução orçamentária a:

a) depreciação.
b) amortização.
c) receita com aluguéis.
d) valorização de ativos.
e) perda de ativos em decorrência de desastre natural.

2. (IBADE, 2018 – Câmara de Vilhena/RO – Analista


Financeiro/Contabilidade) Existem algumas transações que
promovem alterações nos elementos patrimoniais da entidade do setor
público e que afetam o resultado. Aquelas que correspondem a reduções

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na situação patrimonial líquida da entidade não oriundas de distribuições
aos proprietários são denominadas:

a) variações patrimoniais qualitativas.


b) transações permutativas.
c) variações patrimoniais diminutivas.
d) entradas compensatórias.
e) transações patrimoniais aumentativas.

3. (NC-UFPR, 2019 – Prefeitura de Matinhos/PR – Contador) Considerando


as variações patrimoniais a seguir, identifique como verdadeiras (V) ou
falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A aquisição de bens móveis e imóveis resulta em variação patrimonial
qualitativa.
( ) A arrecadação de IPTU resulta em variação patrimonial qualitativa.
( ) A depreciação dos ativos imobilizados resulta em variação patrimonial
qualitativa.
( ) O ganho de capital na alienação de bens imóveis resulta em variação
patrimonial quantitativa.

Assinale a alternativa com a sequência correta, de cima para baixo.


a) V – V – F – V.
b) V – F – F – F.
c) V – V – V – F.
d) F – F – F – V.
e) F – F – V – F.

TEMA 2 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

Esse relatório demonstra as entradas e saídas de caixa, ou seja, ele mostra


o saldo inicial de caixa, os valores recebidos, os valores pagos e o saldo final, que
deve coincidir com o saldo de caixa do Balanço Patrimonial. Pode ser comparado
com o Balanço Financeiro, porém, o Balanço Financeiro considera a receita por
caixa e a despesa por competência (empenho), além de ser feito um ajuste para
que o valor final de caixa fique correto, como visto anteriormente. O DFC, por outro
lado, evidencia exatamente a movimentação do caixa. Ele é importante por
permitir que os usuários identifiquem como a entidade obteve recursos e como
eles foram utilizados.
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A DFC também é realizada na área privada. Há dois métodos de elaborar
essa demonstração, o direto e o indireto. Na área pública, ela deve ser feita pelo
método direto. Para evidenciar a origem e destino dos recursos, eles são
separados pelos seguintes fluxos: operacional, de investimento e de
financiamento.
O fluxo operacional compreende os ingressos e desembolsos para a ações
públicas, ou seja, os recursos utilizados para fazer as ações de governo. São
exemplos de atividades do fluxo operacional, segundo MCASP:

• recebimentos de caixa decorrentes de impostos, taxas, contribuições e


multas;
• recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de
serviços;
• pagamentos em caixa a outras entidades do setor público para financiar
suas operações (não inclui empréstimo);
• pagamentos em caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; e
• pagamentos em caixa a empregados ou em nome de empregados.

O fluxo de investimento é relacionado à aquisição e alienação de ativo não


circulante, além de recebimento de empréstimos concedidos e outras operações
semelhantes. São consideradas, dentre outras, atividades do fluxo de
investimento:

• pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e


outros ativos de longo prazo, incluindo os custos de desenvolvimento
ativados e ativos imobilizados de construção própria;
• recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível
e outros ativos de longo prazo; e
• participações em empreendimentos controlados em conjunto (exceto
aqueles mantidos como equivalentes de caixa, mantidos para negociação
imediata ou disponível para venda).

E, por fim, o fluxo de financiamentos evidencia a captação e amortização


de empréstimos e financiamentos. Alguns exemplos de atividades de
financiamento são:

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• caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos
contraídos, notas promissórias, títulos e valores, hipotecas e outros
empréstimos contraídos de curto e de longo prazos; e
• amortização de empréstimos e financiamentos que foram contraídos.

A DFC é composta por quatro quadros:


a) quadro principal
b) quadro de transferências recebidas e concedidas
c) quadro de desembolsos de pessoal e demais despesas por função
d) quadro de juros e encargos da dívida

A estrutura está a seguir detalhada:


a) quadro principal
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Exercício: 20XX
Nota Exercício Atual Exercício Anterior
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES
OPERACIONAIS
Ingressos
Receita tributária
Receita de contribuições
Receita patrimonial
Receita agropecuária
Receita industrial
Receita de serviços
Remuneração das disponibilidades
Outras receitas derivadas e originárias
Transferências recebidas
Desembolsos
Pessoal e demais despesas
Juros e encargos da dívida
Transferências concedidas
Outros desembolsos operacionais
Fluxo de caixa líquido das atividades
operacionais (I)

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE


INVESTIMENTO
Ingressos
Alienação de bens
Amortização de empréstimos e
financiamentos concedidos
Outros ingressos de investimentos
Desembolsos
Aquisição de ativo não circulante
Concessão de empréstimos e financiamentos
Outros desembolsos de investimentos
Fluxo de caixa líquido das atividades de
investimento (II)

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE


FINANCIAMENTO
Ingressos
Operações de crédito
Integralização do capital social de empresas
Dependentes
Outros ingressos de financiamento
Desembolsos
Amortização /refinanciamento da dívida

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Outros desembolsos de financiamentos
Fluxo de caixa líquido das atividades de
financiamento (III)

GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E EQUIVALENTE


DE CAIXA (I+II+III)
Caixa e equivalentes de caixa inicial
Caixa e equivalente de caixa final

b) quadro de transferências recebidas e concedidas


QUADRO DE TRANSFERÊNCIAS RECEBIDAS E CONCEDIDAS
Exercício: 20XX
Exercício Atual Exercício Anterior
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES RECEBIDAS
Intergovernamentais
da União
de Estados e Distrito Federal
de Municípios

Intragovernamentais
Outras transferências correntes recebidas
Total das Transferências Correntes Recebidas

TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS
Intergovernamentais
à União
aos Estados e Distrito Federal
aos Municípios
Intragovernamentais
Outras transferências concedidas
Total das Transferências Concedidas

c) quadro de desembolsos de pessoal e demais despesas por função

QUADRO DE DESEMBOLSOS DE PESSOAL E DEMAIS DESPESAS POR FUNÇÃO


Exercício: 20XX
Exercício Atual Exercício Anterior
Legislativa
Judiciária
Essencial à Justiça
Administração
Defesa Nacional
Segurança Pública
Relações Exteriores
Assistência Social
Previdência Social
Saúde
Trabalho
Educação
Cultura
Direitos da Cidadania
Urbanismo
Habitação
Saneamento
Gestão Ambiental
Ciência e Tecnologia
Agricultura
Organização Agrária
Indústria
Comércio e Serviços
Comunicações
Energia
Transporte
Desporto e Lazer
Encargos Especiais
Total dos desembolsos de pessoal e demais despesas por função

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d) quadro de juros e encargos da dívida

QUADRO DE JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA


Exercício: 20XX
Exercício Atual Exercício Anterior
Juros e correção monetária da dívida interna
Juros e correção monetária da dívida externa
Outros encargos da dívida
Total dos juros e encargos da dívida

Para fixação dos conceitos da DFC, responda às questões a seguir:

4. (IDECAN, 2016 – UFPB – Técnico em Contabilidade) Dentre as


demonstrações contábeis exigidas para o setor público está a
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), que objetiva evidenciar as
movimentações havidas no caixa e seus equivalentes. São fluxos objeto da
DFC, EXCETO:

a) dos resultados
b) das operações
c) dos investimentos
d) dos financiamentos

5. (Instituto AOCP – Polícia Civil/ES – Perito Oficial Criminal) O tratamento


contábil conferido na Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC), quanto aos
recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e
sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice, deverá ser classificado
na atividade:

a) operacional
b) investimento
c) financiamento
d) orçamentária
e) patrimonial

TEMA 3 – DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


(DMPL)

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) evidencia as


alterações do patrimônio líquido durante um período, podendo ser um aumento
ou redução desse. O aumento ou redução do patrimônio líquido ocorre devido ao

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resultado do exercício apurado e outras receitas e despesas que são
reconhecidas diretamente no patrimônio líquido.
Essa demonstração é obrigatória para as empresas estatais dependentes
constituídas sob a forma de Sociedades Anônimas e facultativa para os demais
órgãos e entidades dos entes da Federação. Além disso, ela complementa o
Anexo das Metas Fiscais (AMF), integrante do projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).
Para exemplificar o MCASP, listamos alguns itens que são demonstrados
na DMPL:

• Resultado do período;
• Receita e despesa do período que seja reconhecido diretamente no
patrimônio líquido em virtude de norma específica (exemplo: aumento ou
redução por reavaliação e ganhos); e
• Os ajustes de exercícios anteriores.

A estrutura da DMPL é a seguinte:


DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ESPECIFICAÇÃO Pat. Social / Adiantamento Reserva Ajuste de Reservas de Demais Resultados Ações / TOTAL
Capital para Futuro de Capital Avaliação Lucros reservas Acumulados Cotas em
Social aumento de Capital Patrimonial tesouraria
Saldos iniciais
Ajustes de exercícios anteriores
Aumento de capital
Resgate / reemissão de ações e cotas
Juros sobre capital próprio
Resultado do exercício
Ajustes de avaliação patrimonial
Constituição / reversão de reservas
Dividendos a distribuir (R$ ... por ação)
Saldos finais

Para fixar os conceitos da DMPL, responda às questões a seguir:

6. (Instituto AOCP, 2019 – Polícia Civil/ES – Perito Oficial Criminal) Conforme


o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, a Demonstração das
Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL) será obrigatória apenas para:

a) as empresas estatais dependentes, desde que constituídas sob a forma de


sociedades anônimas.
b) as empresas estatais independentes, desde que constituídas sob a forma
de sociedades anônimas.
c) o poder executivo, legislativo e judiciário.
d) os fundos especiais e consórcios públicos.
e) as entidades do setor público.

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7. (COMPERVE, 2017 – UFRN – Contador) A Demonstração das Mutações
no Patrimônio Líquido (DMPL) evidencia a evolução do patrimônio líquido
da entidade. Considere as seguintes afirmações acerca da DMPL:
I. A DMPL é facultativa para as empresas estatais dependentes, desde que
constituídas sob a forma de sociedades anônimas.
II. A DMPL é obrigatória para os demais órgãos e entidades dos entes da
Federação.
III. A DMPL complementa o Anexo de Metas Fiscais (AMF), integrante do
Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
IV. A DMPL demonstra, entre outros valores, o das Ações ou Cotas em
Tesouraria que foram adquiridas pela própria entidade.

Das afirmações, estão corretas:


a) I e II.
b) III e IV.
c) I e III.
d) II e IV.

TEMA 4 – NOTAS EXPLICATIVAS

Um dos objetivos da contabilidade é fornecer informações úteis a todos os


tipos de usuários. Diversos usuários não têm conhecimento na área de finanças
e afins para compreender as demonstrações contábeis. Imagine um cidadão que
apenas tem o ensino fundamental, mas que se interessa por entender os gastos
do seu município para apontar melhorias na prestação de serviços à população.
Com certeza ele terá dificuldade com as demonstrações se elas apenas
apresentarem itens e valores dos itens, sem alguma explicação mais
aprofundada. Essa é a importância das notas explicativas.
As notas explicativas são informações adicionais e parte integrante das
demonstrações contábeis aplicadas ao setor público. Para que atinjam seu
objetivo, elas devem ser claras, sintéticas e objetivas, segundo MCASP.
Para que seja possível fazer comparações entre notas explicativas de entes
diferentes ou até entre as notas explicativas de um mesmo ente em períodos
diferentes, sugere-se uma determinada estrutura para as notas explicativas no
MCASP. No entanto, cada ente decide a estrutura que utilizará, levando em
consideração sempre o princípio de transparência e compreensão das
informações divulgadas, ou seja, deve constar nas notas explicativas o que for
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necessário para deixar os dados claros para os usuários. A estrutura básica
definida no MCASP é:

a) Informações gerais – natureza jurídica da entidade, domicílio da entidade,


natureza das operações e principais atividades da entidade, declaração de
conformidade com a legislação e com as normas de contabilidade
aplicáveis;
b) resumo das políticas contábeis significativas, a exemplo das bases de
mensuração utilizadas (custo histórico, valor justo, outros), novas normas
e políticas contábeis alteradas;
c) informações de suporte e detalhamento de itens apresentados nas
demonstrações contábeis; e
d) outras informações relevantes, a exemplo dos passivos contingentes e
compromissos contratuais não reconhecidos, ajustes decorrentes de
omissões e erros de registro.

Sobre o item “c”, para o Balanço Patrimonial, por exemplo, é recomendado


que sejam feitas notas para explicar “créditos a curto prazo e a longo prazo”,
“imobilizado”, “intangível”, “obrigações trabalhistas, previdenciárias e assistenciais
a curto prazo e a longo prazo”, “provisões a curto prazo e a longo prazo”, além de
componentes do patrimônio líquido e demais elementos patrimoniais, quando
relevantes. A demonstração das variações patrimoniais pode apresentar notas
explicativas para redução ao valor recuperável no ativo imobilizado, baixas de
itens do ativo imobilizado e constituição ou reversão de provisões. Para a DMPL,
por outro lado, qualquer alteração relevante no patrimônio líquido deve ser
divulgada em nota explicativa, seja pelo valor ou natureza da informação.

Saiba mais

Como complemento do conteúdo, sugerimos assistir ao vídeo a seguir:


<https://www.youtube.com/watch?v=9XPZtHS3_1U>. Acesso em: 28 set. 2021.

Para fixação, responda às questões a seguir.

8. (FDC, 2014 – Fiocruz – Analista em Gestão de Saúde/Contabilidade) A


respeito das notas explicativas podemos afirmar, exceto:

a) incluem critérios utilizados na elaboração das demonstrações contábeis, as


informações de natureza patrimonial, orçamentária, econômica, financeira,

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legal, física, social e de desempenho e outros eventos não suficientemente
evidenciados ou não constantes nas referidas demonstrações.
b) poderão incluir divulgações sobre os riscos e incertezas que afetem a
entidade e quaisquer recursos e/ou obrigações para os quais não exista
obrigatoriedade de serem reconhecidos no balanço patrimonial.
c) quanto ao reconhecimento de inconformidades não há necessidade de
evidenciá-las.
d) as informações contidas nas notas explicativas devem ser relevantes,
complementares ou suplementares àquelas não suficientemente
evidenciadas ou não constantes nas demonstrações contábeis.
e) são parte integrante das demonstrações contábeis.

9. (UFMT, 2016 – TJ/MT – Analista Judiciário/Ciências Contábeis) De acordo


com as Normas Aplicadas ao Setor Público, as Notas Explicativas também
são parte integrante das demonstrações contábeis. Em relação à sua
estrutura, elas não devem.

a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das


demonstrações contábeis e das políticas e critérios contábeis específicos
utilizados.
b) demonstrar a evolução dos itens que compõem o patrimônio líquido, em
complemento ao Anexo de Metas Fiscais integrante do projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias, previsto pela Lei Complementar n. 101/2000.
c) evidenciar a informação requerida pelas normas de contabilidade
aplicáveis, que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis.
d) prover informação adicional que não tenha sido apresentada na
apresentação principal das demonstrações contábeis, mas que seja
relevante para a sua compreensão.

TEMA 5 – CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO SETOR


PÚBLICO

A consolidação é o processo de agregação de saldos das contas de mais


de uma instituição, para proporcionar uma visão global do resultado das variadas
entidades direta e indiretamente vinculadas ao Governo. A preocupação
relacionada à consolidação está em demonstrar efetivamente a situação
patrimonial do conjunto de entidades como se fosse um todo.
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No Brasil, a consolidação pode ser feita no âmbito intragovernamental, em
cada ente da Federação ou em âmbito intergovernamental, que é a consolidação
nacional. Essa consolidação é de competência da Secretaria do Tesouro Nacional
e ocorre por meio do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais (SICONFI) do
Setor Público Brasileiro. Os municípios brasileiros devem preencher a chamada
Declarações das Contas Anuais (DCA) até 30 de abril do exercício subsequente
e os Estados e o Distrito Federal até 31 de maio do exercício seguinte, para que
a União faça a consolidação das contas até 30 de junho, em atendimento ao
disposto no art. 51 da Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2020 (Lei de
Responsabilidade Fiscal).
Para que seja possível fazer a consolidação é utilizado o nível 5 (Subtítulo)
das classes 1, 2, 3 e 4 no Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP),
que identifica os saldos recíprocos nas contas de natureza patrimonial.
O PCASP é um conjunto de contas previamente estabelecido para a
padronização de procedimentos contábeis, atendendo às necessidades dos entes
da Federação e dos demais usuários da informação contábil. Ele é dividido em 8
classes: 1 – ativo; 2 – passivo; 3 – variação patrimonial diminutiva; 4 – variação
patrimonial aumentativa; 5 – controles da aprovação do planejamento e
orçamento; 6 – controles da execução do planejamento e orçamento; 7 – controles
devedores; e 8 – controles credores.
Os níveis de desdobramento do PCASP são:

1º nível – X  Classe (1 dígito);


2º nível – X  Grupo (1 dígito)
3º nível – X  Subgrupo (1 dígito)
4º nível – X  Título (1 dígito)
5º nível – X  Subtítulo (1 dígito)
6 º nível – X.X.  Item (2 dígitos)
7º nível – X.X.  Subitem (2 dígitos)

O 5º nível, como já mencionado, é utilizado na consolidação da seguinte


forma:
X.X.X.X.1.XX.XX – Consolidação – compreende os saldos que não serão
excluídos na consolidação;
X.X.X.X.2.XX.XX – Intra OFSS – compreende os saldos que serão excluídos do
Orçamento Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente;

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X.X.X.X.3.XX.XX – Inter OFSS União – compreende os saldos que serão
excluídos do OFSS de entes públicos distintos, resultantes das transações entre
o ente e a União;
X.X.X.X.4.XX.XX – Inter OFSS Estado – compreende os saldos que serão
excluídos do OFSS de entes públicos distintos, resultantes das transações entre
o ente e um estado; e
X.X.X.X.5.XX.XX – Inter OFSS Município – compreende os saldos que serão
excluídos do OFSS de entes públicos distintos, resultantes das transações entre
o ente e um município.

Como forma de fixação, responda as questões a seguir.

10. (CESPE, 2017 – TRE/BA – Analista Judiciário/Contabilidade) A fim de


possibilitar a consolidação das contas públicas nos diversos níveis de
governo, foi criado, no plano de contas aplicado ao setor público (PCASP),
um mecanismo para a segregação dos valores das transações que serão
incluídas ou excluídas na consolidação. Esse mecanismo consiste na
utilização do 5.o nível (subtítulo) das classes 1, 2, 3 e 4 do PCASP (contas
de natureza patrimonial) para identificar os saldos recíprocos
considerando-se os seguintes dígitos: 1 (consolidação), 2 (intra OFSS) e 3,
4 e 5 (inter OFSS). OFSS significa Orçamento Fiscal e da Seguridade
Social.

Utilizando-se esse mecanismo, o processo de consolidação do ente deverá


incluir as contas cujo 5.º nível apresenta:

a) o dígito 1 (consolidação) e excluir as contas cujo 5.º nível apresenta o dígito


2 (intra OFSS) e os dígitos 3, 4 e 5 (inter OFSS).
b) o dígito 1 (consolidação) e os dígitos 3, 4 e 5 (inter OFSS) e excluir as
contas cujo 5.º nível apresenta o dígito 2 (intra OFSS).
c) o dígito 2 (intra OFSS) e excluir as contas cujo 5.º nível apresenta o dígito
1 (consolidação) e os dígitos 3, 4 e 5 (inter OFSS).
d) o dígito 2 (intra OFSS) e os dígitos 3, 4 e 5 (inter OFSS) e excluir as contas
cujo 5.º nível apresenta o dígito 1 (consolidação).
e) os dígitos 3, 4 e 5 (inter OFSS) e excluir as contas cujo 5.º nível apresenta
o dígito 1 (consolidação) e o dígito 2 (intra OFSS).

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11. (CESGRANRIO, 2019 – UNIRIO – Técnico em Contabilidade) Com o
objetivo de possibilitar a consolidação das contas públicas nos diversos
níveis de governo, o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público
(PCASP/MCASP) definiu critérios para registro de transações relativas ao
quinto nível da estrutura de contas. A partir desses critérios, uma transação
envolvendo uma autarquia federal pertencente ao OFSS e uma entidade
privada:

a) deve ser identificada com o código 0 no quinto nível e excluída na


consolidação.
b) deve ser identificada com o código 1 no quinto nível, por se tratar de saldos
que não serão excluídos nos demonstrativos consolidados.
c) não afetará o processo de consolidação por envolver entidades fora do
orçamento.
d) será registrada na natureza de informação patrimonial do plano de contas.
e) será registrada com contrapartida na natureza de informação de controle
do plano de contas.

12. (UFF – 2018 – Contador) Existe um processo de agregação dos saldos das
contas de mais de uma entidade, excluindo-se as transações recíprocas,
de modo a disponibilizar os macroagregados do setor público,
proporcionando uma visão global do resultado. Esse processo denomina-
se:

a) consolidação das demonstrações contábeis.


b) ajuste intragovernamental periódico.
c) ajuste intergovernamental flutuante.
d) ajuste intergovernamental periódico.
e) ajuste intragovernamental flutuante.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. DF: Senado Federal,


1988.

BRASIL. Lei n. 4320/1964. Institui Normas Gerais de Direito Financeiro para


Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm>. Acesso em: 28 set. 2021.

BRASIL. Lei Complementar n. 101 de 04 de maio de 2000. Estabelece normas


de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm>. Acesso em: 28 set.
2021.

16
GABARITO
1. C
2. C
3. A
4. A
5. A
6. A
7. B
8. C
9. B
10. B
11. B
12. A

17

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