Unesco Ed0517 2 PDF
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3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
EDITAL 05/2017
Projeto de Cooperação Técnica Internacional
PROJETO UNESCO 914BRZ2016
MODELAGEM HIDROLÓGICA DA BACIA DO ALTO DESCOBERTO
PRODUTO 3 – ESTUDO TÉCNICO SOBRE DEMANDA DO RECURSO HÍDRICO NA
BACIA DO ALTO DESCOBERTO
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
INDICE
1 ‐ APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 3
2 ‐ INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
3 ‐ OBJETIVOS .......................................................................................................................... 6
4 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................... 7
5 ‐ CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONOMICA DA BACIA DO DESCOBERTO ......................................... 13
RA I – BRASILIA ............................................................................................................................... 14
RA II – GAMA .................................................................................................................................. 15
RA III – TAGUATINGA ..................................................................................................................... 16
RA IV – BRAZLÂNDIA ....................................................................................................................... 17
RA IX – CEILANDIA .......................................................................................................................... 18
RA XII – SAMAMBAIA ...................................................................................................................... 19
RA XV – RECANTO DAS EMAS ......................................................................................................... 19
6 ‐ USO E COBERTURA DO SOLO ................................................................................................... 21
7 ‐ DEMANDAS E OUTORGAS ................................................................................................. 31
8 ‐ QUANTIFICAÇÃO DAS DEMANDAS HÍDRICAS DA BACIA DO DESCOBERTO ........................ 40
10 ‐CENÁRIOS PROPOSTOS PARA A AVALIAÇÃO HÍDRICA ...................................................... 53
11 ‐ OBSERVAÇÕES ................................................................................................................ 56
12 ‐ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 57
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
1 ‐ APRESENTAÇÃO
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2 ‐ INTRODUÇÃO
De acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH
032/2003, regiões hidrográficas, correspondem ao espaço territorial por bacia, grupos de
bacias ou sub‐bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e
econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e
gerenciamento dos Recursos Hídricos.
Segundo a ADASA – Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do
Distrito Federal (2011) a bacia hidrográfica é definida como a área em que ocorre a captação
e drenagem das águas de chuva, para um determinado curso d’água e seus afluentes, em
decorrência das características geográficas e topográficas.
Dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei 9.433/1997, as bacias
hidrográficas ainda podem ser definidas segundo sua unidade territorial, para atuação junto
ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Nesta ainda, as unidades
hidrográficas são subdivisões das bacias hidrográficas. No Distrito Federal, as unidades
hidrográficas são definidas como uma unidade básica territorial para gestão dos recursos
hídricos.
O Distrito Federal e entorno é formado por sete bacias hidrográficas(BH): BH do rio
Corumbá, BH do rio Descoberto, BH do rio Paranoá, BH do rio Bartolomeu, BH do rio São
Marcos, BH do rio Preto e BH do rio Maranhão.
A bacia que constituiu o Lago Descoberto compreende em uma área de 841 km2,
com 14,8 km2 de espelho d’água. O lago é resultante do represamento do Lago Descoberto
e dos córregos Rodeador, Rocinha, Ribeirão das Pedras, Coqueiro, Olaria e Chapadinha. A
bacia do Descoberto é responsável pelo abastecimento de 65% do Distrito Federal.
Desde o ano de 2015, o Distrito Federal (DF) sofre com cenário de escassez de água,
devido a uma crise hídrica que vem perdurando. Em contrassenso à crise hídrica, o DF é um
dos territórios da Federação Brasileira que mais consome água por habitante, chegando a
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uma vazão per capita média de 195 l/hab. Dia. Esta vazão é muito superior ao preconizado
pela OMS (110 l/hab. dia).
Como parte do estudo dos Recursos Hídricos da Bacia do Alto Descoberto, este
documento tem o intuito de compreender melhor os aspectos de demandas de água da
região para seus diversos usos.
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
3 ‐ OBJETIVOS
3.1 – OBJETIVO GERAL
O presente documento tem como objetivo estudar a demanda hídrica e elaborar
cenários de uso da água, de forma a subsidiar a modelagem matemática com utilização do
software SWAT, o qual fornecerá dados que possam contribuir com o processo de gestão
da água da Bacia Hidrográfica do Descoberto – DF.
3.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O presente estudo tem como objetivo especifico:
Avaliar a demanda hídrica de uso da água, com base nos critérios de
prioridades, o qual subsidiarão o balanço hídrico de oferta/demanda.
Apontar cenários de uso da água com base em critérios de outorga para bacia
hidrográfica do Descoberto‐DF
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4 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 – GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
A água é definida como uma substância liquida, inodora e insípida, encontrada com
relativa abundância na natureza (Campos, 1940). No entanto, a água passa a ser
denominada como Recursos Hídricos quando se torna um bem econômico, passível de
utilização para um determinado fim. Ressalta‐se que nem toda água na terra é um recurso
hídrico, uma vez que sua exploração pode não ser viável tecnicamente e/ou
economicamente.
As ações voltadas para formulação e diretrizes de uso da água é definido como
Gestão de Recursos Hídricos, para este é primordial a elaboração de documentos
orientadores e normativos, à estruturação de sistemas gerenciais e à tomada de decisões
que tem por objetivo promover o inventário, uso múltiplo, controle e proteção da água.
Fazem parte dessa atividade elementos como: a Política de Recursos Hídricos, o
Plano de Recursos Hídricos, o Gerenciamento de Recursos Hídricos, Sistemas de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, desenvolvimento econômico, aumento populacional,
expansão da agricultura, pressões regionais, mudanças tecnológicas, mudanças sociais,
urbanização, demandas sociais, demandas ambientais e a consideração de incertezas no
futuro.
Segundo Freitas (2001), a gestão ou gerenciamento de um recurso engloba ações
que compatibilizem o uso, o controle e a proteção dos recursos ambientais, disciplinando
as ações antrópicas, de modo a atingir a sustentabilidade.
Historicamente, a gestão de recursos hídricos tem acontecido em países e regiões
em que há problemas de escassez de água, resultando em limitações no desenvolvimento
econômico e social. Países como os Estados Unidos, França, Alemanha e Grã‐Bretanha, na
década de 1960, renovaram suas leis e instituições à procura de maior eficácia na
recuperação e conservação de seus recursos hídricos (Freitas, 2001).
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No Brasil, a história da preocupação com o estabelecimento de normas para o uso
da água não é muito longa, mesmo considerando a escala de pouco mais de 500 anos. A
administração dos problemas hídricos, levando‐se em conta uma bacia hidrográfica, não
foi, também, tradição no Brasil. Até os anos de 1970, as questões de recursos hídricos eram
consideradas a partir das perspectivas dos setores usuários de água, tais como o
hidrelétrico, navegação e agricultura (PNRH, Brasil 2006).
Segundo a Agência Nacional da Água, ANA (2002), as reformas na área de
gerenciamento de recursos hídricos tiveram início na década de 1980, quando setores
técnicos do governo perceberam a necessidade de uma modernização técnica e legal, até
então regulamentado pelo Código de Águas de 1934, voltado principalmente para o uso do
setor elétrico. Alguns estados brasileiros se anteciparam ao cenário nacional, criando suas
políticas estaduais de água, como o caso do Estado de São Paulo.
No nível nacional, o marco legal, implementado pela Política Nacional de Recursos
Hídricos, constitui um divisor de águas no que diz respeito ao gerenciamento de recursos
hídricos no País. Após 10 anos de publicada a Lei Federal n. 9.433/97, o País se encontra em
pleno processo de implementação dos instrumentos previstos pela Política Nacional de
Recursos Hídricos. O Plano Nacional de Recursos Hídricos publicado em 2006 é resultado
desse processo.
O primeiro Plano Nacional de Recursos Hídricos do País traz um panorama e estado
dos recursos hídricos no País, programas nacionais e metas, diretrizes e cenários de uso da
água para 2020, além dos cadernos setoriais de usuários da água. O modelo de
gerenciamento adotado no Brasil representa um novo marco institucional, incorporando
princípios e instrumentos de gestão inteiramente novos, embora já aceitos e praticados em
vários países.
4.2 – MARCO LEGAL
Em 1934, surgiu o primeiro Código da Águas do Brasil, o qual previa o princípio do
poluidor – pagador. Em 8 de janeiro de 1997, foi sancionada a Lei no. 9.433, instituído a
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Política Nacional de Recursos Hídricos e criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos.
A Lei 9.433/97, trata‐se de uma Lei para mediar relações, entre pessoas, as
organizações o ambiente natural, com o intuito de mediar conflitos e garantir a preservação
e uso racional dos recursos hídricos. Dentro de seu texto, a Lei enumera com clareza
princípios básicos, como a adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento; a
água como um bem público, o direito de usos múltiplos, quebrando a hegemonia de um
setor sobre os demais; o reconhecimento da água como um bem finito e vulnerável; o
reconhecimento do valor econômico da água e a gestão integrada e participativa dos
recursos hídricos. Os objetivos claramente explicitados no capítulo II, Art. 2, da Política
Nacional de Águas brasileiras são:
Portanto, a partir de 1997, a água passa a ser definida como um bem público e
declarando a necessidade da gestão participativa, descentralizada e integrada de toda a
sociedade.
No Distrito Federal, em 13 de junho de 2001, foi promulga a Lei no. 2.725, que
institui a Política de Recursos Hídricos (PRH) e cria o Sistema de Gerenciamento de Recursos
Hídricos do Distrito Federal. Está em seu capitulo I, Art. 1, alerta que água é um recurso
natural de disponibilidade limitada e dotado de valor econômico.
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A PRH do Distrito Federal tem o objetivo de assegurar a disponibilidade em
quantidade e qualidade da água para gerações futuras, promover a utilização racional e
integrada, implementar a preservação e a defesa contra eventos hidrológicos críticos e
aumentar a disponibilidade dos recursos hídricos.
Em 2008, dentro do cenário de gestão dos recursos hídricos estruturada a Agencia
Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA/DF, através da Lei 4.285.
4.3 – OUTORGA DE RECURSOS HÍDRICOS
Segundo Thame (2000), no Brasil já existem dispositivos legais ligados ao controle e
regulamentação do uso da água desde 1934, no Código das Águas. Esse código já
pressupunha, como pode ser observado no art. 43, o princípio de controle de uso da água,
o qual, contudo, nunca foi aplicado, devido a crença da inesgotabilidade dos recursos
hídricos no Brasil.
“As águas públicas não podem ser derivadas para as aplicações da
agricultura, da indústria e da higiene, sem a existência de concessão
administrativa, no caso de utilidade pública e, não se verificando esta, de
autorização administrativa, que será dispensada, todavia, na hipótese de
derivações insignificante" (CÓDIGO DAS ÁGUAS, 1934, ART 43).
A Lei Federal nº 9.433/97 institui e regulamenta o instrumento de outorga de
recursos hídricos, tendo como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos
usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água, preservando o uso múltiplo
desses recursos, efetivando‐se através de ato da autoridade competente do Poder
Executivo Federal ou Estadual.
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Os Planos de Recursos Hídricos exercem um papel fundamental nesse sentido e no
de planejar estratégica e participativamente os critérios de outorga segundo as
particularidades das bacias hidrográficas. O art. 13, da Política Nacional de Recursos
Hídricos, dispõe que:
“Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos
Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de
água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao
transporte aquaviário, quando for o caso" (LEI FEDERAL nº 9.433/97, ART. 13)
Granziera (2001) afirma que isso restringiu a discricionariedade dos órgãos
competentes para outorgar o direito de uso da água, uma vez que devem ser consideradas
as prioridades estabelecidas pelos comitês de bacias hidrográficas, à medida que devem ser
consideradas as prioridades definidas nas decisões emanadas dos Comitês de Bacias
Hidrográficas. Segundo a Lei 9.433/97, “a água é um bem de domínio público”, o que não
significa que a água seja um bem dominical do poder público, tendo este o dever de ser o
gestor desse bem, no interesse de todos. O art. 18 estabelece que: "A outorga não implica
a alienação parcial das águas que são inalienáveis, mas, o simples direito de seu uso”.
Estão sujeitos à outorga de uso de água pelo Poder Público, segundo o art. 12 da Lei
nº 9.433/97, os seguintes usos dos recursos hídricos:
“Derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água
para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo
produtivo; Extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou
insumo de processo produtivo; Lançamento em corpo d’água de esgotos e
demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua
diluição, transporte ou disposição final; Aproveitamento dos potenciais
hidrelétricos, e Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a
qualidade da água existente em um corpo d’água” (LEI FEDERAL Nº 9.433/97,
ART 12).
Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido pela Lei:
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“O uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos
núcleos populacionais, distribuídos no meio rural; as derivações, captações e
lançamentos considerados insignificantes e as acumulações de volumes de
água consideradas insignificantes” (LEI FEDERAL Nº 9.433/97, ART 12).
No Distrito Federal, a Resolução no. 350/2006, estabeleceu o procedimento geral de
outorga de uso dos corpos hídricos, enquanto a Resolução no. 001 de 01 de fevereiro de
2010, estabelece diretrizes e critérios para requerimento e obtenção de outorga do direito
de uso dos recursos hídricos por meio de canais em corpos de água de domínio do Distrito
Federal e delegado pela União.
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5 ‐ CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONOMICA DA BACIA DO DESCOBERTO
A região do Descoberto engloba os Municípios de Brasília, Padre Bernardo, Santo
Antônio do Descoberto e Aguas Lindas de Goiás.
Tabela 1 ‐ Caracterização dos Municípios inseridos na Bacia do Descoberto.
Municípios Regiões Área Municípios ou População
Administrativas Total RA na Bacia (hab. na
(ha) (%) bacia do
Descoberto)
Padre Bernardo 8,85 0,28 108
Santo Antônio do 188,66 20,11 14.500
Descoberto
Aguas Lindas de 90,90 47,40 92.904
Goiás
Brasília RA I – Brasília 8,50 1,80 4.000
RA II – Gama 107,16 38,18 58.000
RA III ‐ Taguatinga 59,00 48,64 108.000
RA IV ‐ Brazlandia 267,29 56,54 31.000
RA IX ‐ Ceilândia 232,94 100,00 600.000
RA XII ‐ Samambaia 97,79 92,72 186.000
RA XV – Recanto das 36,61 36,17 46.000
Emas
*PDAD 2015
Conforme Tabela 1 as RAs de Ceilândia, Samambaia e Taguatinga apresentam a
maior taxa de ocupação da Bacia do Descoberto, com a população em sua maioria urbana,
contendo participação marginal de residentes rurais. A distribuição espacial da população
residente na Bacia do Descoberto é de suma importância, uma vez que os residentes na
área da bacia dentro do Distrito Federal apresentam a maior renda relativa, predominância
de atividades do setor terciário, em especial comércio e administração pública. As
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atividades agropecuárias são marginais em termos de valores de produção gerada, com
algum relevo para criação de animais de pequeno porte. No que tange à indústria, seu papel
ainda é limitado, apesar das tentativas oficiais de incentivos fiscais para instalação de tal
atividade econômica.
A ocupação da bacia do rio Descoberto foi significativamente afetada pela expansão
urbana de áreas definidas no PEOT de 1978. Três áreas de expansão urbana estão
relacionadas com a bacia (GDF, 2006). A primeira zona compreende áreas adjacentes a
Taguatinga, ao longo da Estrada Parque Ceilândia‐Taguatinga (EPCT). Foram previstas para
sua ocupação áreas institucionais e habitacionais. A segunda zona desenvolve‐se entre os
núcleos de Taguatinga, Ceilândia e a BR‐060, prolongando‐se ao longo dessa rodovia em
direção a cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO). Para a ocupação de parte desta
zona foi elaborado o projeto da cidade‐satélite de Samambaia. A terceira zona ocupa uma
área situada ao longo e a oeste da EPCT, entre a BR‐060 e o Gama. A sua ocupação foi
estruturada com três núcleos habitacionais localizados ao longo de um eixo de transporte
de massa.
Atualmente um dos principais vetores de adensamento humano é o eixo que une o
Plano‐Piloto às Regiões Administrativas de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, todas
componentes da bacia do rio Descoberto. Somente as RA de Taguatinga, Ceilândia e
Samambaia possuem 894.000 habitantes, ou seja, 37,53% da população do DF.
A seguir serão apresentadas descrições das áreas de influência dentro do Distrito
Federal pertencentes a Bacia do Descoberto.
RA I – BRASILIA
A RA I é pouco significativa quanto a número populacional pertencente a bacia do
Descoberto, entretanto, a barragem do Descoberto abastece cerca de 45% da região
administrativa de Brasília.
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Compõem o Plano Piloto: Asa Norte, Asa Sul, Setor Militar Urbano, Setor de
Garagens e Oficinas, Setor de Indústrias Gráficas, Área de Camping, Eixo Monumental,
Esplanada dos Ministérios, Setor de Embaixadas Sul e Norte, Vila Planalto, Granja do Torto,
Vila Telebrasília, Setor de Áreas Isoladas Norte, bem como as sedes dos Três Poderes da
República: Executivo, Legislativo e Judiciário.
A principal atividade econômica do Plano Piloto, a primeira Região Administrativa, é
o funcionalismo. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o DF
tem cerca de 14% da população empregada na administração pública, enquanto no entorno
de Brasília índice não ultrapassa 5%. Pesquisa de emprego e desemprego (PED) da
Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) aponta que em janeiro de 2012 o
rendimento médio dos assalariados no setor público foi de R$ 5.356,00. A estabilidade e os
altos salários oferecidos pelo Estado são responsáveis por mais da metade da riqueza
produzida no Distrito Federal, o que contribui para manter o Produto Interno Bruto (PIB)
aquecido e a renda per capita, elevada.
A segunda atividade econômica é o comércio. Responsável por 7,5% do PIB, o setor
faz de Brasília a quarta cidade do país com o maior potencial para o consumo. Mais de 17
mil pessoas (16% da atividade remunerada na região) trabalham nos shoppings, nas lojas
das W3 Sul e Norte, nos comércios das entrequadras, nos setores comerciais Sul e Norte e
nos centros de compras espalhados pela cidade.
RA II – GAMA
Segundo o PDAD (2015), Devido à transferência do Distrito Federal para o Planalto
Central, as terras que pertenciam às fazendas Gama, Ponte Alta, Ipê e Alagado ficaram
dentro da área escolhida. Em 1960, começou a se formar o povoamento que daria origem
ao Gama. Os dados do
Censo Experimental de Brasília realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE, em 1959, mostram que residiam na futura área do Gama cerca de 1.000 pessoas. A
cidade transformou‐se na Região Administrativa ‐ RA II em 1989 por meio da Lei n.º 49/89
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
e do Decreto n.º 11.921/89 que, fixou os novos limites das regiões administrativas do
Distrito Federal.
O Gama está a 30 Km de Brasília, e a região é formada por área urbana e rural. A
urbana caracteriza‐se por um traçado hexagonal, assemelhando‐se a uma colmeia dividida
em seis setores: Norte, Sul, Leste, Oeste, Central e de Indústria. O Gama tem uma população
urbana estimada, para 2015, em 141.911 habitantes. O Gama apresenta uma Taxa Média
Geométrica de Crescimento Anual – TMGCA, no período, de 2,54%.
RA III – TAGUATINGA
Taguatinga foi fundada em 5 de junho de 1958, em terras que anteriormente
pertenciam à fazenda Taguatinga. A localidade foi criada em função do superpovoamento
da Cidade Livre (Núcleo Bandeirante), que já não tinha condições para abrigar o grande
número de trabalhadores que chegavam de toda parte do País para a construção da nova
capital. Dessa forma, antecipava o projeto de Lúcio Costa que previa uma cidade‐satélite
para 25.000 habitantes, que deveria ser construída apenas dez anos após a inauguração da
Capital (CODEPLAN, 2015).
Em 1964, a Lei nº. 4.545 de 10 de dezembro dividiu o Distrito Federal em oito
Regiões Administrativas – RAs, denominando para Taguatinga a RA III. Posteriormente,
devido ao crescimento populacional e pela necessidade de novos espaços para habitação,
ocorreu o desmembramento nas cidades Ceilândia e Samambaia, que faziam parte do
território original da RA até 1989. Taguatinga tem uma população urbana estimada, para
2016, em 222.598 habitantes, e uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual
(TMGCA), no período, de 1,59%.
Taguatinga é considerada a capital econômica do Distrito Federal, com 12 mil
empresas, 100 mil trabalhadores e um comércio que abastece a população local. Taguatinga
oferece oportunidades de trabalho em lojas, atacados, fábricas, hotéis, faculdades e
hipermercados. De acordo com dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal
(Codeplan), em 2015, de 41,7% da população que exerce uma atividade remunerada, 28,7%
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
desenvolve atividades no comércio. Taguatinga também conta com os distritos industriais
importantes localizados entre as avenidas Sandu Norte e Hélio Prates, próximos da BR‐060,
que liga Brasília a Goiânia. O setor H Norte, próximo à BR‐070 (saída para Águas Lindas), é
ocupado por oficinas mecânicas.
RA IV – BRAZLÂNDIA
Brazlândia era um povoado anterior à construção de Brasília que integrava a área
rural do município goiano de Luziânia, do qual foi desmembrado para se inserir no
quadrilátero previsto para a transferência da nova capital. Brazlândia tornou‐se Região
Administração IV por meio da Lei nº 4.545, em 10 de dezembro de 1964. Sua população em
2015 foi estimada em 52.287 habitantes, possuindo a região administrativa uma taxa de
crescimento de 1,13% aa. No que diz respeito à ocupação remunerada, o setor que mais se
destacou na RA IV foi o de Serviços, 89,35%, sendo o Comércio, com 27,48%, Serviços
Gerais, 25,23%, Administração Pública do DF, 12,01% e os Serviços Domésticos, 5,41%. A
Construção Civil representa 6,01% e a agropecuária 4,35%(PDAD, 2015).
Ao longo dos anos, a cidade tornou‐se uma das maiores produtoras de
hortifrutigranjeiros do DF e experimentou avanços na área social, como a forte queda do
analfabetismo (de 6,7% da população em 1997 para 3,2% em 2011) e o aumento no número
de pessoas que possuem nível superior completo (de 1,9% em 1997 para 4,7% em 2011).
Atualmente, 38% das hortaliças comercializadas no DF, possuem origem em Brazlândia. A
produção vem de 2,8 mil propriedades rurais, e o carro chefe do cultivo é o morango.
Em Brazlândia, a quase totalidade dos domicílios conta com o abastecimento de
água pela rede geral, exceto 4,23% que têm poço e cisterna e 1,06%, poço artesiano. A
renda domiciliar apurada na localidade é considerada baixa, 4,11 salários mínimos mensais
e a per capita, de 1,25 SM. Comparando os dados das PDAD’s 2015, 2013 e 2011, no quadro
abaixo, observa‐se que, na RA IV Brazlândia, o número médio de pessoas por domicílio vem
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
diminuindo.
RA IX – CEILANDIA
Segundo os dados da PDAD 2015, a população urbana estimada da Ceilândia é de
489.351 habitantes. No ano de 2013, era de 451.872 que, ao comparar com a PDAD de
2015, tem‐se uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual – TMGCA, no período, de
4,06%. A TMCGA da Ceilândia Tradicional no período analisado foi de 3,25% e o Pôr do Sol
e Sol Nascente foi de 9,26%.
A cidade da Ceilândia surgiu em decorrência da Campanha de Erradicação de Favelas
– CEI, que foi o primeiro projeto de erradicação de favelas realizado no Distrito Federal pelo
governo local. As remoções para a nova cidade foram iniciadas em 27 de março de 1971,
estabelecendo a data de sua fundação a partir da transferência de, aproximadamente,
80.000 moradores das favelas da Vila do IAPI, Vila Tenório, Vila Esperança, Vila Bernardo
Sayão e Morro do Querosene. Hoje a Ceilândia possui uma área urbana de 29,10 km² e está
subdividida em diversos setores: Ceilândia Centro, Ceilândia Sul, Ceilândia Norte, P Sul, P
Norte, Setor O, Expansão do Setor O, QNQ, QNR, Setores de Indústria e de Materiais de
Construção e parte do INCRA (área rural da Região Administrativa), Setor Privê, e
condomínios que estão em fase de legalização como o Pôr do Sol e Sol Nascente.
A RA IX foi criada pela Lei n.º 49/89 e o Decreto n.º 11.921/89, por
desmembramento da RA III ‐ Taguatinga. Ceilândia tem uma população urbana estimada,
para 2015, em 489.351 habitantes.
Ceilândia tem o maior número de comerciários do DF, totalizando 100 mil. Segundo
a Associação Comercial de Ceilândia (Acic), lojas, escritórios de advocacia, cabeleireiros e
cartórios representam a maior parte da economia da cidade, com 7,8 mil estabelecimentos
do tipo. Entre os moradores que trabalham, um terço atua no comércio, e 23,1%, na área
de serviços em geral e outras atividades. O parque industrial tem 1,2 mil empresas – outras
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
cem estão em fase de implantação –, sendo a maior parte constituída de fábricas de pré‐
moldados, alimentos e móveis, de acordo com a Federação das Indústrias de Brasília (Fibra).
RA XII – SAMAMBAIA
A área territorial de Samambaia fazia parte do Núcleo Rural de Taguatinga. A cidade,
como muitas do Distrito Federal, nasceu a partir do grande fluxo de trabalhadores durante
o processo de formação da capital do país. Em A área territorial de Samambaia fazia parte
do Núcleo Rural de Taguatinga. A cidade, como muitas do Distrito Federal, nasceu a partir
do grande fluxo de trabalhadores durante o processo de formação da capital do país.
Samambaia foi criada em 25 de outubro de 1989 pela Lei nº 49/89, que a definiu como RA
XII.
A área está dividida em dois setores: Norte e Sul, a Área Isolada Guariroba e o Núcleo
Rural Tabatinga, lotes 49 a 64. Em 1996, o Setor de Mansões Leste (SML) foi desmembrado
de Samambaia, passando a integrar a RA III – Taguatinga. Para 2015, a população urbana
de Samambaia está estimada em 254.439 habitantes. A Taxa Média Geométrica de
Crescimento Anual – TMGCA, no período, de 5,56%.
RA XV – RECANTO DAS EMAS
A Região Administrativa Recanto das Emas (RA XV) foi criada em 28 de julho de 1993
pela Lei nº 510/93 e regulamentada pelo Decreto nº 15.046/93, para atender o programa
de assentamento do Governo do Distrito Federal e erradicar, principalmente, as invasões
localizadas na RA I – Brasília. A RA XV está localizada a 25,8 Km da RA Brasília e limita‐se ao
norte com a Samambaia, ao sul com o Gama, a leste com o Riacho Fundo II e a oeste com o
Município Santo Antônio do Descoberto – Goiás.
Segundo os dados da PDAD 2015, a população urbana estimada no Recanto das
Emas é de 145.304 habitantes. E possui uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual
– TMGCA, no período, de 2,24%.
19
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
O Recanto das Emas, juntamente com outras cidades do DF, faz parte do Programa
de Promoção do Desenvolvimento Econômico Integrado e Sustentável (Pró‐DF), que
fornece incentivos fiscais aos empresários para se instalarem. Cerca de dez indústrias
funcionam atualmente na cidade, com destaque para a goiana Asa Alimentos, que fabrica
os produtos Bonasa, e a fábrica de rações da Sadia
20
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
6 ‐ USO E COBERTURA DO SOLO
Diante de problemas ambientais notórios aos diferentes usos e ocupações das terras
no Distrito Federal, particularmente no sistema de abastecimento de água da Bacia do Lago
Descoberto, nota‐se a necessidade de avaliação da sustentabilidade do uso das terras das
microbacias que contribuem diretamente para o Reservatório do Descoberto, que abastece
cerca de 65% da população do Distrito Federal e entorno.
Informações referente ao uso e ocupação do solo, possibilitam quantificar as áreas
ocupadas por cada tipo de uso, bem como, relacionar estes dados com as demandas por
recursos hídricos. Durante a elaboração do estudo demanda para a Bacia Hidrográfica do
Descoberto, a caracterização da área, com relação aos aspectos hidrográficos, ambientais,
socioeconômicos e morfodinamicos foram realizadas a partir do levantamento de bases
cartográficas oficiais e mapa de uso do solo de 2013 (Ortofoto da TERRACAP), em escala de
1:3.000, por meio do software de geoprocessamento ARCGIS 10.1., com resolução espacial
de 24 cm.
Para elaboração do mapa de uso e ocupação do solo, a área de estudo foi
categorizada em 19 classes de uso de solo característico, conforme apresentado na Tabela
2. Ressalta‐se, que o estudo de uso e cobertura do solo foi elaborado com intuito de obter
informações referente as ações antrópicas na bacia hidrográfica do Descoberto.
21
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Tabela 2 ‐ Classificação da área de uso e ocupação do solo
CATEGORIAS DESCRIÇÃO
Área de urbanização que apresentam
Áreas Urbanizadas Alta Densidade mais de 70% de impermeabilização –
caracterizada pela área urbana
Áreas de urbanização que apresentam
Área Urbanizada Alta/Média Densidade entre 50 e 70 % de impermeabilização –
caracterizada pela área urbana
Áreas de urbanização que apresentam
Áreas Urbanizadas Baixa/Média Densidade entre 30 e 50 % de impermeabilização –
caracterizada pela área rural
Áreas de urbanização que apresentam
Área Urbanizadas Baixa Densidade menos que 30 % de impermeabilização –
caracterizada pela área rural
Rodovias e vias urbanas que apresentam
Vias Pavimentadas sua superfície de rolamento com
pavimento asfáltico ou de concreto.
Rodovias, vias urbanas e vias rurais que
Vias Não Pavimentadas não apresentam pavimento asfáltico ou
de concreto
Áreas de cerrado e cerradão, de
vegetação nativa com predomínio de
Áreas Preservadas/Cerrados
espécies arbustivas, apresentando dossel
contínuo.
Áreas de plantio de árvores com
Reflorestamento de Pinus finalidade comercial, com espécie do
gênero Pinus.
22
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Áreas de plantio de árvores com
Reflorestamento de Eucalipto finalidade comercial, com espécie do
gênero Eucalyptus.
Talhões de plantações de culturas
Culturas Anuais/Olericultura
temporárias e de ciclo anual
Área de cultura de plantas frutíferas, de
Culturas Perenes/Fruticultura
ciclo perene.
Áreas de vegetação típica ao longo das
linhas de drenagem, localizando‐se
Mata de Galeria geralmente nos fundos dos vales, não
apresentando caducifólia durante a
estação seca e que apresenta uma
superposição das copas.
Áreas com vegetação
predominantemente herbáceo‐arbustiva,
Campo Limpo
com arbustos e subarbustos esparsos e
algumas árvores
Áreas de vegetação com altura média do
estrato arbóreo entre 10 e 30 m,
Áreas Vegetadas apresentando uma superposição das
copas de modo a fornecer cobertura
arbórea de 60 a 100%.
Áreas com retirada total da cobertura
Solo Exposto
vegetal, incluindo solos em pousio.
Áreas com vegetação
Pastagem predominantemente herbáceo e algumas
árvores esparsas
23
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Áreas degradadas por intervenção
antrópica. As cascalheiras são áreas de
Áreas Degradadas / Cascalheiras
exploração de materiais de origem
mineral.
Áreas que contém permanentemente
Água / Pequenos Lagos / Açudes
uma quantidade variável de água.
Áreas predominadas por murundus
(pequenas porções mais elevadas com
espécies vegetais típicas do cerrado) e a
Áreas Alagáveis / Campos de Murundus
porção rebaixada topograficamente,
predominada por uma vegetação
graminóide que sofre influência de
inundações periódicas.
24
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Figura 1 ‐ Mapa de uso e ocupação do solo da Bacia Hidrográfica do Lago Descoberto.
25
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Tabela 3 ‐ Áreas e respectivos percentuais dos usos e ocupação do solo em cada sub‐bacia de
estudo
Áreas Urbanas Áreas Urbanas Vias
Áreas Urbanas Áreas Urbanas
Sub‐ Alta/Média Baixa/Média Pavimentada
Alta Densidade Baixa Densidade
Bacia Densidade Densidade s
ha % ha % ha % ha % ha %
SBRD 483,9 4,2 192,7 1,7 168,5 1,5 629,8 5,5 44,6 0,4
SBCC 192,9 9,4 18,4 0,9 42,1 2,1 120,6 5,9 154,4 7,5
SBCO ‐ ‐ 5,4 0,4 5,6 0,4 78,8 5,9 6,7 0,5
SBCR 9,9 0,1 22,8 0,2 54,2 0,5 318,2 2,8 49,0 0,4
SBCCC 15,5 1,0 3,3 0,2 15,9 1,0 89,9 5,5 26,8 1,7
SBRP 943,3 11,7 74,3 0,9 114,0 1,4 239,0 3,0 196,9 2,5
Agricultura /
Áreas
Vias Não Reflorestament Reflorestament Plantas
Sub‐ Preservadas /
Pavimentadas o Pinus o Eucalipto Anuais /
Bacia Cerrado
Olericultura
ha % ha % ha % ha % Ha %
SBRD 306,3 2,7 4372,9 38,2 511,8 4,5 234,3 2,5 1871,0 16,4
SBCC 61,3 3,0 484,9 23,7 80,0 3,9 36,1 1,8 273,7 13,4
SBCO 32,5 2,5 206,1 15,5 8,2 0,6 29,9 2,3 446,5 33,7
SBCR 304,5 2,7 3638,2 32,1 542,4 4,8 380,7 3,4 2921,4 25,8
SBCCC 34,4 2,1 709,4 43,7 13,9 0,9 8,8 0,5 258,5 15,9
SBRP 62,0 0,8 2031,0 25,3 210,0 2,6 2457,7 30,6 341,7 4,3
Agricultura / Áreas
Plantas Vegetadas /
Sub‐ Mata de Galeria Campo Limpo Solo Exposto
Perenes / Vegetação
Bacia
Fruticultura Alterada
Ha % Ha % Ha % Ha % Ha %
SBRD 224,7 2,0 564,1 4,9 1398,4 12,2 81,0 0,7 33,5 0,3
SBCC 33,2 1,6 101,0 4,9 386,2 18,9 30,9 1,5 13,0 0,6
SBCO 114,8 8,7 45,4 3,4 304,7 23,0 22,4 1,7 ‐ ‐
SBCR 237,7 2,1 616,3 5,4 1937,6 17,1 146,6 1,3 3,8 ‐
SBCCC 82,8 5,1 52,0 3,2 250,7 15,4 34,7 2,1 12,7 0,8
SBRP 36,2 0,5 385,3 4,8 687,2 8,5 15,4 0,2 22,9 0,3
Áreas Água / Áreas Alagáveis
Sub‐ Pastagem Degradadas / Pequenos / Campos de
Bacia Cascalheiras Lagos / Açudes Murundu
Ha % Ha % Ha % ha %
SBRD 7,3 0,1 36,7 0,3 24,5 0,2 255,8 2,2
SBCC ‐ ‐ 1,3 0,1 17,4 0,9 ‐ ‐
SBCO 17,9 1,4 0,1 0,0 1,3 0,1 71,1 0,6
SBCR 75,4 0,7 0,5 0,0 15,6 0,1 ‐ ‐
SBCCC 11,5 0,7 ‐ ‐ 2,9 0,2 ‐ ‐
SBRP 1,4 0,0 6,3 0,1 9,2 0,1 209,3 2,6
26
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Sub‐bacia do Rio Descoberto
Água / Pequenos Lagos / Açudes
Pastagem
Áreas Vegetadas / Vegetação Alterada
Mata de Galeria
Agricultura / Plantas Anuais / Olericultura
Reflorestamento Pinus
Vias Não Pavimentadas
Áreas Urbanas Baixa Densidade
Áreas Urbanas Alta/Média Densidade
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000
Figura 2 ‐ Áreas dos usos e ocupação do solo da Sub bacia do rio Descoberto
Na bacia do rio Descoberto apresenta em torno de 1900 hectares de áreas voltadas para
agricultura, 1400 hectares de campo limpo e 4371 hectares de cerrado nativo. Em estudo
realizado por Chaves e colaboradores (2010) estima‐se que ainda existam 4542,75 hectares com
potencial agrícola. Ainda neste estudo apontam que 69,01% das áreas agricultáveis na sub bacia
do Descoberto, englobando as microbacias dos córregos Barrocão, Bucanhão e Capão da onça
possuem uso abaixo dos seus potenciais (devido a característica do solo – latossolo vermelho),
enquanto 7,61% da área possui um uso mais intensivo que suas respectivas aptidões agrícolas.
Este fato aponta uma utilização inadequada das terras, comprometendo a sustentabilidade
ambiental.
27
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Sub Bacia do Corrego Chapadinha
Água / Pequenos Lagos / Açudes
Pastagem
Áreas Vegetadas / Vegetação Alterada
Mata de Galeria
Agricultura / Plantas Anuais / Olericultura
Reflorestamento Pinus
Vias Não Pavimentadas
Áreas Urbanas Baixa Densidade
Áreas Urbanas Alta/Média Densidade
Áreas Urbanas Alta Desidade
0 100 200 300 400 500 600
Figura 3 ‐ Áreas dos usos e ocupação do solo da Sub bacia do Córrego Chapadinha
A sub bacia do Córrego Chapadinha apresenta 1300 hectares de áreas preservadas e
campo limpo, 300 hectares de áreas agricultáveis e 350 hectares de áreas urbanizadas. A região
Administrativa de Brazlandia encontra‐se inserida nesta sub‐bacia.
Sub‐bacia do Córrego Olaria ‐ ‐
Água / Pequenos Lagos / Açudes
Pastagem
Áreas Vegetadas / Vegetação Alterada
Mata de Galeria
Agricultura / Plantas Anuais / Olericultura
Reflorestamento Pinus
Vias Não Pavimentadas
Áreas Urbanas Baixa Densidade
Áreas Urbanas Alta/Média Densidade
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Figura 4 ‐ Áreas dos usos e ocupação do solo da Sub bacia do Córrego Olaria.
Em porcentagem de área agricultável a sub bacia do Córrego Olaria é a que apresenta
um maior uso. Esta possui u 150 hectares de áreas classificada como campo limpo, passível de
28
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
utilização agraria. O maior impacto do local é em relação a deficiência de proteção das margens
do manancial, local este onde são encontrados processos erosivos e transporte de sedimentos
para o braço do reservatório do descoberto. Parte da RA de Brazlandia encontra‐se inserida
nesta sub bacia.
Sub‐bacia do Córrego Rodeador
Água / Pequenos Lagos / Açudes
Pastagem
Áreas Vegetadas / Vegetação Alterada
Mata de Galeria
Agricultura / Plantas Anuais / Olericultura
Reflorestamento Pinus
Vias Não Pavimentadas
Áreas Urbanas Baixa Densidade
Áreas Urbanas Alta/Média Densidade
Áreas Urbanas Alta Desidade
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Figura 5 ‐ Áreas dos usos e ocupação do solo da Sub bacia do Córrego Rodeador.
A sub bacia do Rodeador é que enfrenta maior problema de conflito de uso da água, uma
vez que possui canais de irrigação e captação superficial de irrigação para manutenção dos 3200
hectares de áreas cultiváveis. Esta apresenta baixa densidade demográfica, caracterizando‐se
por uma bacia em um distrito rural. Nesta sub bacia encontra‐se inserida a maior parte do
Parque Nacional de Brasília, com suas inúmeras nascentes.
29
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Sub‐bacia do Córrego Capão Comprido
Água / Pequenos Lagos / Açudes
Pastagem
Áreas Vegetadas / Vegetação Alterada
Mata de Galeria
Agricultura / Plantas Anuais / Olericultura
Reflorestamento Pinus
Vias Não Pavimentadas
Áreas Urbanas Baixa Densidade
Áreas Urbanas Alta/Média Densidade
Áreas Urbanas Alta Desidade
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Figura 6 ‐ Áreas dos usos e ocupação do solo da Sub bacia do Córrego Capão Comprido.
O Córrego Capão Comprido está inserido dentro da área de proteção do Parque nacional
de Brasília. O Distrito Rural de Alexandre Gusmão encontra‐se localizado na sub bacia. Esta faz
divisa com o Setor O de Ceilândia. Possui uma região de característica rural, com propriedades
produtoras de hortifrutigranjeiro.
A sub bacia do ribeirão das Pedras encontra‐se inserido dentro da área com maior
densidade demográfica da Bacia do Descoberto. Nesta localizam‐se Ceilândia, Taguatinga e
Samambaia. Esta região possui grande demanda de água para abastecimento, e sobre com
problemas relacionados a proteção das margens do manancial, poluição e processos erosivos.
30
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
7 ‐ DEMANDAS E OUTORGAS
7.1 – OUTORGAS POR SUB BACIA
As outorgas concedidas pela ADASA para uso de água superficial dentro das sub‐bacias
de estudo e que incluem captações de água para abastecimento, irrigação, criação de animais,
indústria e irrigação paisagística são apresentadas na Figura 7. Na Tabela 4 são apresentados os
números de pontos de outorgas superficiais e subterrâneos em cada bacia estudada. A mesma
avaliação para as unidades hidrográficas é feita e apresentada na Tabela 5. Em seguida
apresenta‐se gráficos com as respectivas análises relacionadas ao uso da água em cada sub‐
bacia.
Tabela 4 – Número de outorgas superficiais e subterrâneas nas sub‐bacias.
Número de Outorgas nas Sub‐Bacias
Sub‐Bacia Superficial Subterrânea
Descoberto 51 140
Rodeador 42 251
Pedras 31 105
Capão Comprido 12 91
Chapadinha 4 86
Olaria 7 90
Buriti Chato 1 14
Meio 2 12
Rocinha DF 4 21
Rocinha GO ‐ ‐
Coqueiro ‐ ‐
Tabela 5 – Número de outorgas superficiais e subterrâneas nas unidades hidrográficas.
Número de Outorgas nas Unidades Hidrográficas
UH Superficial Subterrânea
Descoberto 72 479
Rodeador 42 251
Pedras 44 234
31
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Figura 7 ‐ Pontos de captação de água superficial e subterrânea outorgados nas sub‐bacias do
lago Descoberto e Unidades Hidrográficas.
A UH que apresenta maior número de retiradas de água superficial é a UH Descoberto,
da mesma maneira a Bacia do Descoberto também apresenta o maior número de outorgas de
32
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
água superficial. Em relação à água subterrânea, a bacia que apresenta maior número de
retiradas é a bacia do Ribeirão Rodeador, porém a UH que apresenta maior número de outorgas
é a UH Descoberto devido que na UH Descoberto ainda estão incluídas outras sub‐bacias de
contribuição ao lago Descoberto.
Foi possível contabilizar um total de 964 outorgas para retirada de água subterrânea e
158 outorgas para retirada de água superficial em toda a bacia do Lago Descoberto.
O volume mensal de água permitida para retirada, superficial e subterrânea, em cada
uma das bacias estudadas é apresentado na Figura 8 à Figura 16.
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Rio Descoberto
Superficial Subterrânea
1,8
1,3 1,0461 1,0126 1,0484 1,0174 1,0583 1,0583 1,0241 1,0583 1,0124 1,0391
Volume (hm³)
1,0381
0,9386
0,7208 0,6719
0,8 0,6872 0,6350 0,5644 0,4756
0,3984 0,3540 0,3231 0,3230 0,3464 0,4868
0,3
‐0,2 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 8 ‐ Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do rio Descoberto.
O rio Descoberto possui uma vazão outorgada subterrânea superior que a vazão
outorgada superficial. Seu principal onde 75% da vazão outorgada é para abastecimento
humano, 25% para irrigação de hortaliças/grãos e 0,011% para criação de aves e cães.
33
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Ribeirão Rodeador
Superficial Subterrânea
1,8
1,4482 1,4583 1,4186 1,4933 1,4557 1,5007 1,4963 1,4465 1,4827 1,4222 1,4444
1,3091
1,3
Volume (hm³)
0,3
‐0,2 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 9 ‐Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do ribeirão Rodeador.
A vazão outorgada na sub bacia do córrego Rodeador para captação superficial é de 8,61
m3/s, enquanto que para captação subterrânea é de 34,34 m3/s. Onde 99,97% da vazão
outorgada superficial é para irrigação, 0,013% para abastecimento humano, e o restante para
outros usos como industrial, piscicultura, e dessedentação animal.
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Ribeirão das Pedras
Superficial Subterrânea
1,8
0,8969 0,8594
0,8 0,6347
0,5246 0,4604
0,3859 0,3880 0,3755
0,3 0,1106 0,0987 0,1106 0,1100 0,1137 0,1100 0,1137 0,1137 0,1100 0,1126 0,1057 0,1093
‐0,2 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 10 ‐ Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do ribeirão das Pedras.
Como pode ser observado na figura 10 a vazão outorgada para captação superficial na
bacia do Ribeirão das Pedras é superior que a vazão captada de água subterrânea. Deve ser
ressaltado que a sub bacia do ribeirão das pedras corta a áreas mais populosas do DF, o que
acarreta de em grande dano a qualidade quantidade de água do manancial. Quanto ao seu uso
preponderante é a irrigação de hortaliças e cultivo de abobora, perfazendo 44% de toda vazão
34
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
outorgada, 17 % para dessedentação animal, 19% para piscicultura e 19% para abastecimento
humano.
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Córrego Capão Comprido
Superficial Subterrânea
0,5
0,4
Volume (hm³)
0,1
0,0
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 11 ‐ Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do córrego Capão Comprido.
A sub bacia do Córrego Capão Comprido, possui um volume médio outorgada de água
com captação superficial de 0,12 hm3, o que equivale a uma vazão de 0,07 m3/s, sendo 97%
deste com a finalidade de irrigação, 3% dessedentação animal e 1% abastecimento individual.
Ainda na sub bacia do Córrego Capão Comprido a vazão média subterrânea outorgada é
de 0,079 m3/s, tendo seu uso principal o abastecimento humano.
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Córrego Chapadinha
Superficial Subterrânea
0,5
0,4 0,3248 0,3289 0,3399 0,3399 0,3289
Volume (hm³)
0,2970
0,3
0,2773 0,2504 0,2773 0,2708 0,2688 0,2778
0,2
0,1
0,0028 0,0026 0,0028 0,0027 0,0028 0,0044 0,0045 0,0045 0,0044 0,0045 0,0027 0,0028
0,0
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 12 ‐ Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do córrego Chapadinha.
Na sub bacia do córrego chapadinha observa‐se que vazão outorgada subterrânea é
superior a vazão outorgada superficial. De tal forma que, a vazão anual média outorgada para
captação superficial é de 0,00134 m3/s, enquanto a subterrânea é de 1,381 m3/s. O uso da água
superficial é basicamente para irrigação de plantações de goiaba.
35
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Córrego Olaria
Superficial Subterrânea
0,5
0,4
Volume (hm³)
0,2831 0,2845 0,2812 0,2924 0,2830 0,2924 0,2924 0,2787 0,2866 0,2751 0,2831
0,3 0,2557
0,2
0,1 0,0389 0,0354 0,0389 0,0377 0,0402 0,0403 0,0336 0,0299 0,0288 0,0310 0,0372 0,0391
0,0
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 13 ‐ Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do córrego Olaria.
A sub bacia do córrego Olaria possui um maior volume de água subterrâneo outorgado
se comparado com o uso superficial. Está sub bacia localiza‐se em uma área rural, onde a água
subterrânea é utilizada para abastecimento humano e a água superficial para irrigação de
hortaliças.
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Córrego Buriti Chato
Superficial Subterrânea
0,5
0,4
Volume (hm³)
0,3
0,2 0,1572 0,1335 0,1478 0,1430 0,1478 0,1430 0,1478 0,1478 0,1430 0,1478 0,1430 0,1478
0,1
0,0048 0,0044 0,0048 0,0047 0,0048 0,0047 0,0048 0,0048 0,0047 0,0048 0,0047 0,0048
0,0
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 14 ‐ Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do córrego Buriti Chato.
O Córrego Buriti Chato está situado na porção sul do lago da represa do descoberto, e a
sua área possui principal vocação de produção de horticulturas. Observa‐se que o volume
outorgado subterrâneo é superior ao volume outorgado superficial, sendo o volume outorgado
superficial praticamente utilizado para irrigação, onde o subterrâneo utilizado para
abastecimento humano e dessedentação animal.
36
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Córrego do Meio
Superficial Subterrânea
0,05
0,04
Volume (hm³)
0,03 0,0256 0,0232 0,0256 0,0251 0,0259 0,0251 0,0259 0,0259 0,0251 0,0259 0,0248 0,0256
0,02
0,01 0,0041 0,0037 0,0041 0,0039 0,0041 0,0039 0,0041 0,0041 0,0039 0,0041 0,0039 0,0041
0,00
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 15 ‐ Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do córrego do Meio.
As outorgas concedidas no Córrego do Meio são em sua maioria subterrâneas utilizadas
prioritariamente para abastecimento humano. Já a captação superficial é em sua maioria para
irrigação de cultivos de hortaliças.
Volume Outorgado ‐ Sub‐Bacia do Córrego Rocinha DF
Superficial Subterrânea
0,05
0,04
Volume (hm³)
0,03
0,02 0,0124 0,0141 0,0122 0,0131 0,0118 0,0108
0,0086 0,0077 0,0086 0,0080 0,0074 0,0082
0,01
0,0120 0,0108 0,0120 0,0116 0,0120 0,0116 0,0120 0,0120 0,0118 0,0122 0,0118 0,0155
0,00
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Meses
Figura 16 ‐ Volume mensal outorgado para a sub‐bacia do córrego Rocinha DF.
O volume de água outorgado de água subterrânea e superficial são similares no Córrego
Rocinha. O uso da água captada é principalmente irrigação de hortaliças, plantação de
milho/sorgo e arvores frutíferas.
Em resumo, as bacias de maior porte, Descoberto, Rodeador e Pedras, apresentam
volume outorgado em escalas semelhantes.
Na bacia do Descoberto as outorgas de águas superficiais somam em média 0,19 m³/s
enquanto as outorgas de águas subterrâneas somam 0,38 m³/s. Na bacia do Ribeirão Rodeador
é outorgado, para retirada superficial, uma vazão média anual de 0,54 m³/s. A outorga para
retirada de água subterrânea em média ao longo do ano é de 0,28 m³/s. Na bacia do Ribeirão
37
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
das Pedras as outorgas de águas superficiais totalizam uma vazão média de 0,27 m³/s enquanto
das águas subterrâneas uma vazão média de 0,04 m³/s.
As bacias que apresentam outorgas para retiradas de água superficial superiores às
outorgas para retirada de água subterrânea são as bacias do Ribeirão Rodeador e Ribeirão das
Pedras. Na Bacia do Ribeirão das Pedras, nas outorgas para retirada de água superficial, há a
retirada de água para prestação de serviço público de abastecimento de água. As outorgas são
no Ribeirão das Pedras e do Córrego dos Currais, e totalizam um volume de 14,17 hm³ no ano.
Na Bacia do Ribeirão Rodeador encontra‐se um canal de desvio de água para irrigação, em que
a outorga para retirada de água superficial é de 15,20 hm³ no ano.
As análises realizadas para as Unidades Hidrográficas com relação as outorgas superficial
e subterrânea estão apresentadas na Figura 17.
3,81
3,76
3,66
3,65
3,63
3,61
3,52
3,49
3,47
3,41
VOLUME (HM³)
2,87
2,82
2,79
2,75
2,74
2,72
2,69
2,63
2,57
2,54
2,49
2,45
2,10
2,06
2,04
2,00
1,92
1,85
1,70
1,60
1,52
1,43
1,40
1,40
JAN FEB MAR APR MAY JUN JUL AUG SEP OCT NOV DEC
MESES
Figura 17 ‐ Volume mensal total outorgado para as unidades hidrográficas.
A UH Descoberto que apresenta o maior número de pontos outorgados, superficial e
subterrâneo, também apresenta o maior volume de água atribuído para retirada. O volume
médio de outorgas de retirada de água superficial é de 0,56 hm³ enquanto de água subterrânea
totaliza 3,08 hm³. Ambas concessões somam 3,65 hm³ na Unidade Hidrográfica Descoberto.
Esses valores condizem as vazões de 0,21 m³/s de outorgas para retirada de água superficial e
1,15 m³/s de águas subterrâneas, somando uma vazão de 1,36 m³/s permitida para os diferentes
usos.
Se considerarmos as outorgas em relação a área, a UH Rodeador é a que apresenta maior
volume de água outorgado. Em relação ao número real é a segunda UH, onde o volume médio
de outorgas de retirada de água superficial é de 1,86 hm³ enquanto de água subterrânea totaliza
38
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
0,81 hm³. Ambas concessões somam 2,67 hm³ na Unidade Hidrográfica Rodeador. Esses valores
condizem as vazões de 0,70 m³/s de outorgas para retirada de água superficial e 0,30 m³/s de
águas subterrâneas, somando uma vazão de 1,00 m³/s permitida para os diferentes usos.
A UH Pedras, que inclui a bacia do Ribeirão das Pedras e Capão Comprido, tem um
volume médio de outorgas de retirada de água superficial de 1,40 hm³ enquanto de água
subterrânea totaliza 0,35 hm³. Ambas concessões somam 1,75 hm³ na Unidade Hidrográfica
Pedras. Esses valores condizem as vazões de 0,52 m³/s de outorgas para retirada de água
superficial e 0,13 m³/s de águas subterrâneas, somando uma vazão de 0,65 m³/s permitida para
os diferentes usos.
39
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
8 ‐ QUANTIFICAÇÃO DAS DEMANDAS HÍDRICAS DA BACIA DO DESCOBERTO
A demanda pela disponibilidade de recursos hídricos no Distrito Federal tem se acentuado
nos últimos anos, devido ao crescimento substancial da população, hoje, com 2,4 milhões de
habitantes, superando as expectativas projetadas para o consumo do Plano Piloto e cidades
satélites. Outro setor que, em termos de consumo dos recursos hídricos, apresentou forte
expansão nos últimos anos é o da irrigação. Os grandes investimentos da iniciativa privada na
agricultura irrigada agregaram áreas substanciais a este setor (GDF, 1997).
Os problemas mais evidentes (Silva, 2008) são:
• A contaminação das águas por lançamento de esgotos domésticos sem tratamento.
Atualmente, os resíduos líquidos domésticos coletados nas cidades satélites de Taguatinga,
Ceilândia, Gama, Paranoá e Planaltina, totalizando uma população em torno de 1.200.000
habitantes, onde a cobertura de esgotamento sanitários tange a casa de 48%.
• A contaminação das águas por agrotóxicos usados de modo inadequado e por efluentes
de origem animal (suinocultura).
• A erosão e o assoreamento, devido ao desmatamento descontrolado, inclusive em áreas
de preservação permanente, matas de galeria, veredas e nascentes.
Deficiência no Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos, no que tange ao conflito do uso
da água.
Falta de incentivo para o consumo consciente de água.
Deficiência na aplicação dos Planos de Recursos Hídricos e Saneamento (em fase de
aprovação) do Distrito Federal.
Os problemas acima descritos se traduzem em impactos ambientais, acarretando também
impactos econômicos e sociais, por inibirem o desenvolvimento sustentável da região do
Distrito Federal e Entorno.
Em termos de avaliação da quantidade de água superficial nas bacias hidrográficas do DF a
ADASA destaca (ADASA, 2006):
40
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Tabela 6 – Disponibilidade hídrica da Bacia do Descoberto (ADASA, 2017)
DESCOBERTO
AREA DA BACIA DE CAPITAÇÃO (KM2) 438
Q 7,10 (l/s) 7,726
Q90 (l/s) 3,903
QMLT(l/s) 7.726
Tabela 7– VAZÕES DE REFERENCIA PARA CAPTAÇÃO DO RESERVATORIO DO DESCOBERTO (l/s)
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
6.885 6.833 7.126 6.938 4.371 3.876 3.324 2.856 2.790 2.803 3.303 4.301
Vazão média de longo termo (QMLT), representando o limite superior de disponibilidade
de um curso de agua, teoricamente calculada como o valor de vazão que, se ocorresse
de forma constante no tempo, produziria o mesmo volume que o regime fluvial variável
escoou em um longo intervalo de tempo;
Curva de permanência de vazões medias mensais, indicando a distribuição da frequência
amostral das vazões registradas em uma dada seção fluvial, servindo para indicar o
percentual de tempo em que o regime do curso de agua sustenta vazões maiores ou
iguais a um valor de referência;
Vazão mínima com 7 dias de duração e 10 anos de período de retorno (Q7,10), sendo
uma referência do regime de estiagem do curso de agua, utilizada como índice do limite
inferior da disponibilidade;
Vazão mínima com 90% de permanência no tempo (Q90), também uma referência do
regime de estiagem, indicando o valor que e excedido na curva de permanência em 90%
do tempo;
Curva de regularização de vazões de estiagem, representada por uma relação gráfica
entre vazões utilizáveis superiores aos indicadores mínimos do regime de estiagem e os
respectivos volumes de acumulação necessários à sua garantia. As vazões utilizáveis são
indicadas como percentuais menores que a vazão média de longo termo.
Outro problema enfrentado é a dificuldade encontrada para a determinação de demanda na
maioria dos estados brasileiros é justamente a ausência de cadastros de usuários.
41
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Conforme relatado por ENGECORPS et al (2006), no Distrito Federal, parte dos usuários de
recursos hídricos ainda não encontram cadastrados nos órgãos competentes.
Dessa forma, para viabilizar a construção de cenários do uso de água em uma bacia
hidrográfica e estudar a demanda do uso da água, adotou‐se uma metodologia para estimativa
de demandas baseada no levantamento de dados secundários.
Para o levantamento de dados secundários foram selecionados os principais usos da
água, dentre os mais representativos na bacia, segundo sua importância e relevância local. Esse
levantamento de dados secundários buscou inventariar as informações relativas as atividades
potenciais consumidoras de água e suas respectivas demandas. Para esta fase foram utilizados
os dados de cadastro de outorga da ADASA de outubro de 2017, dados estatísticos da CODEPLAN
e IBGE, Anuário do DF (2011) e uma vasta revisão bibliográfica de trabalhos já realizados na área
pela EMATER, UnB e CEUB.
Os principais usos da água identificados na Bacia Hidrográfica do Alto Descoberto foram:
Abastecimento,
Irrigação de hortaliças, frutíferas e grãos,
Dessedentação de animais,
Piscicultura,
Industrial,
Outros (lava jatos e comercio).
Segundo dados da ADASA de vazões outorgadas 68,8% das outorgas para água subterrânea
são destinadas a irrigação (Figura 18). Ressalta‐se que este dado pode estar subestimado, uma
vez que são considerados apenas os poços cadastrados. Especula‐se que todas as propriedades
rurais da Bacia do Descoberto possuam poços, sendo alguns deles não cadastrados. Estes poços
não cadastrados são destinados em sua grande parte para o abastecimento humano e
dessedentação de pequenos animais.
42
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Porcentagem de Vazão Outorgada Subterranea
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1
43
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
PORCENTAGEM VAZÃO OUTORGADA SUPERFICIAL
PSICULTURA
CRIAÇAO ANIMAL
INDUSTRIAL
ABASTECIMENTO HUMANO
IRRIGAÇÃO
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Figura 19‐ % DE VAZÃO SUPERFICIAL OUTORGADA SEGUNDO USO (ADASA,2017)
8.1 ‐ ESTIMATIVA DA DEMANDA DE ÁGUA PARA USO HUMANO
O reservatório da bacia do Descoberto é de grande importantancia para o Distrito
Federal, uma vez que ela faz parte do Sistema Descoberto da CAESB, responsável pelo
abastecimento de 65% da população do Distrito Federal, e ainda com captações superficiais e
subterrâneas para abastecimento de pequenas propriedades. Para tanto a Estimativa de
Demanda será apresentada para o Sistema Descoberto, e demanda baseada na evolução das
captações de água para pequenas propriedades.
Ainda deve ser ressaltado, que o estudo de demanda de água para abastecimento tem
como base os seguintes elementos:
Estudo de projeção populacional,
Índice de Perdas,
Porcentagem de atendimento da população,
Coeficiente de vazão.
Segundo o Plano Distrital de Saneamento Básico (PDSB, 2015), os coeficientes de
variação de vazão são necessários pela constante variação do consumo de água pela população
ao longo do dia e do ano, são influenciados pelos hábitos, clima e disponibilidade. Para
estimativa de demandas, duas variações de consumo devem ser consideradas:
Variação ao longo do ano K1 = 1,20
44
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Variação ao longo do dia K2 = 1,50.
O índice de perda na rede de distribuição é atualmente de 35%, conforme apontado no
PDSB, e deve ser considerado que 99% seja atendida. Levando‐se em conta o crescimento
populacional para o Distrito Federal de 2,14% (IBGE, 2017).
Figura 20‐ Tendência de Crescimento da População do DF
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera ideal o consumo diário de 110 litros
de água por habitante e o Distrito Federal está entre as unidades da federação com a média
mais alta do país: 196 litros diários por habitante. O Lago Sul é, disparado, o maior consumidor:
diariamente, cada morador gasta 462 litros de água. Após o Lago Sul, o Park Way e Lago Norte
apresenta o maior consumo per capito de água, com média diária de 276 litros. Moradores de
Itapoã, Riacho Fundo II e Varjão, são os que menos gastam: 118, 122, e 133 litros de água para
cada morador, respectivamente.
O PDSB (2017) apresenta uma tabela de consumo per capta por Região Administrativa
do Distrito Federal com base em dados de julho de 2013 a dezembro de 2014 (CAESB, 2016).
45
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Consumo Per capita no DF
600
500
400
(l/hab.dia)
300
200
100
0
Recanto das Emas
Guará
Fercal
Brasilia
SAI
Sobradinho II
Sobradinho II
Varjão
Jardim Botanico
Park Way
Samambaia
Paranoá
Gama
SCIA/Estrutural
Itapoa
Riacho Fundo II
Ceilandia
Brazlandia
Planaltina
Santa Maria
São Sebastião
Cruzeiro
Candangolandia
Nucleo Bandeirantes
Aguas Claras
Lago Norte
Taguatinga
Sudoeste/Octogonal
Vicente Pires
Lago Sul
OMS
Riacho Fundo
Regiões Administrativas do DF
Figura 21‐ Consumo Per Capita de Agua no DF (modificado CAESB, 2016)
Para este estudo serão utilizados o consumo per capito de água médio do Distrito
Federal, baseado nos dados disponibilizados no PDSB, por região administrativa.
Sistema Descoberto
Segundo o Plano Distrital de Saneamento Básico (2017), o Sistema Descoberto possui
uma disponibilidade hídrica de 5.841 l/s, vazão outorgada de 6.333 l/s, e uma vazão média de
água captada de 4.655 l/s (CAESB, 2015). O sistema é composto por captações superficiais no
Rio Descoberto, além de nove captações por poços subterrâneos (CAESB, 2013).
Dados levantados junto a CAESB demonstram que a captação do Rio Descoberto
abastece as áreas urbanas de Taguatinga, Sítio do Gama, Novo Gama (SANEAGO), Ceilândia,
Samambaia, Gama, Núcleo Bandeirante (SMPW), Santa Maria, Recanto das Emas, Riacho Fundo
(I e II), Candangolândia, Guará (I e II), Águas Claras, Colônia Agrícola Vicente Pires, além de
fornecer água para o sistema Santa Maria/Torto.
As captações do Catetinho Baixo 1 e 2 complementam o abastecimento do Setor de
Mansões Park Way (Núcleo Bandeirante). Já a captação Engenho das Lajes abastece,
isoladamente, a localidade de mesmo nome. As localidades de Água Quente, Palmeiras e
Combinado Agro Urbano de Brasília (CAUB) são abastecidas por águas subterrâneas
provenientes de 09 poços profundos.
46
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
A maior unidade de tratamento deste sistema é a ETA do Rio Descoberto, com
capacidade nominal de 6.000 l/s. O Sistema conta, ainda, com a ETA do Engenho das Lajes a UTS
do Catetinho Baixo e 03 UCPs que tratam as águas provenientes dos poços profundos.
Segundo o PDSB a demanda para o sistema Descoberto em 2017 é de 5,259 l/s e sua
projeção para 2037 é de 6,750 l/s, este considerando a projeção de 20 anos prevista na Política
Nacional de Saneamento Básico.
Tabela 8– Demanda Atual do Sistema do Descoberto (PDSB, 2017)
Q95 – Qmmm Outorgada Deman Capacidade Capacidade de Disponibilida Outorgada x
CAESB (l/s) (l/s) da Produção produção x de x Demanda
(l/s) 2017 Média demanda Demanda (2017)
Tabela 9–Demanda Futura Sistema Descoberto (PDSB, 2017)
Q95 – Qmmm Outorgada Deman Capacidade Capacidade de Disponibilida Outorgada x
CAESB (l/s) (l/s) da Produção produção x de x Demanda 2037)
(l/s) 2037 Média demanda Demanda
Como pode ser demonstrado o Sistema Descoberto encontra‐se no seu limite de
disponibilidade hídrica. Ainda segundo o PDSB a avaliação da situação atual, o Sistema
asseguraria à CAESB o equivalente a 90% da Qmmm (correspondente a 5.841 l/s), ou seja, ainda
restaria uma vazão de 582 l/s para os demais usuários da bacia. Entretanto, a crise hídrica atual
demonstra haver um conflito pelo uso dos recursos hídricos naquela bacia, não permitindo a
capitação total da vazão outorgada.
47
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
SISTEMA DE ABASTECIMENTO – BASEADO NO USO E OCUPAÇÃO DA ÁREA RURAL DA BACIA
DO DESCOBERTO
É difícil mensurar a população da bacia do descoberto, que utiliza diretamente a água
superficial/subterrânea, baseando‐se na vazão outorgada da ADASA. Esta dificuldade deve‐se
ao fato de não existir um dado exato de quantas pessoas são abastecidas por cada outorga de
água subterrânea/superficial concedida. No entanto, para fim construção de futuros cenários,
avaliou‐se a quantidade de água necessária para cada sub‐bacia do Descoberto do DF, tendo
sido considerada as áreas de baixa densidade. Para tanto, infere‐se, que as áreas de baixa
densidade possuem características rurais, e que estas utilizam para abastecimento e uso
doméstico, água captadas superficialmente e de poços. Especula‐se ainda, que as residências
classificadas como alta densidade, estejam mais próximas a áreas urbanas, e que sejam
abastecidas pelo Sistema do Descoberto/CAESB.
A estimativa da demanda de água para abastecimento, será baseada nos seguintes
parâmetros:
Estimativa populacional: esta foi calculada a partir dos dados de uso ocupação do
solo para áreas rurais (hectares), abastecidas por captação
superficial/subterrâneas outorgadas pela ADASA. Para tanto, foram identificadas
por sub bacia áreas de baixa densidade. Estas áreas são caracterizadas por
porcentagem de impermeabilização menor que 50%. Ainda, segundo a Lei
Complementar do Distrito Federal no. 803/209, Art. 39, considera‐se como
densidade demográfica o valor resultante da divisão entre o número de
habitantes e área total das porções territoriais. Em seu paragrafo II, as áreas
rurais de baixa densidade possuem em torno de 50 habitantes por hectares.
Taxa de crescimento populacional para o Distrito Federal de 3,38% (IBGE,2010).
Consumo médio diário de água por habitante no Distrito Federal, segundo o
PSBDF.
A partir das simulações iniciais no balanço hídrico estes dados poderão ser refinados.
48
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Tabela 10– Projeção Aritmética do Crescimento da população estritamente rural inserida na bacia do Descoberto, considerando que
esta seja 3,38% do total (Fonte IBGE, 2010).
RESIDENCIAL BAIXA
SUB‐BACIAS DO DENSIDADE/CHACARA POPULAÇÃO
DESCOBERTO (hectares) 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
BURITI CHATO 32,7672 1638 1694 1751 1810 1871 1935 2000 2068 2137 2210 2284
CAPÃO COMPRIDO 105,1104 5256 5433 5617 5807 6003 6206 6416 6632 6857 7088 7328
CHAPADINHA 47,012 2351 2430 2512 2597 2685 2776 2869 2966 3067 3170 3278
COQUEIRO 21,8175 1091 1128 1166 1205 1246 1288 1332 1377 1423 1471 1521
DESCOBERTO 787,5471 39377 40708 42084 43507 44977 46497 48069 49694 51373 53110 54905
CÓRREGO DO MEIO 12,31 616 636 658 680 703 727 751 777 803 830 858
OLARIA 84,4164 4221 4363 4511 4663 4821 4984 5152 5327 5507 5693 5885
PEDRAS 322,7565 16138 16683 17247 17830 18433 19056 19700 20366 21054 21766 22501
ROCINHA DF 77,2281 3861 3992 4127 4266 4411 4560 4714 4873 5038 5208 5384
ROCINHA GO 12,715 636 657 679 702 726 751 776 802 829 857 886
RODEADOR 372,3864 18619 19249 19899 20572 21267 21986 22729 23497 24292 25113 25961
49
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Tabela 11– Demanda de água baseada no crescimento populacional dos habitantes da bacia do descoberto – projeção a ser utilizada
para população rural atendida por poços.
RESIDENCIAL BAIXA
DENSIDADE/CHACARA
SUB‐BACIAS DO S DEMANDA PER CAPTA (l/s)
DESCOBERTO (hectares) 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
BURITI CHATO 32,7672 3,75458 3,8814802 4,0126742 4,148303 4,288515 4,433467 4,583318 4,738234 4,898387 5,063952 5,235114
CAPÃO COMPRIDO 105,1104 12,0439 12,45098563 12,871829 13,3069 13,75667 14,22165 14,70234 15,19928 15,71301 16,24411 16,79316
CHAPADINHA 47,012 5,38679 5,568866035 5,7570937 5,951683 6,15285 6,360817 6,575812 6,798075 7,02785 7,265391 7,510961
COQUEIRO 21,8175 2,49992 2,58441961 2,671773 2,762079 2,855437 2,951951 3,051727 3,154875 3,26151 3,371749 3,485714
DESCOBERTO 787,5471 90,2398 93,28988973 96,443088 99,70286 103,0728 106,5567 110,1583 113,8816 117,7308 121,7102 125,824
CÓRREGO DO MEIO 12,31 1,41052 1,45819665 1,5074837 1,558437 1,611112 1,665567 1,721864 1,780063 1,840229 1,902428 1,96673
OLARIA 84,4164 9,67271 9,999651637 10,33764 10,68705 11,04827 11,42171 11,80776 12,20686 12,61945 13,04599 13,48695
PEDRAS 322,7565 36,9825 38,23253021 39,52479 40,86073 42,24182 43,66959 45,14563 46,67155 48,24905 49,87986 51,5658
ROCINHA DF 77,2281 8,84905 9,148152451 9,45736 9,777019 10,10748 10,44911 10,80229 11,16741 11,54487 11,93509 12,33849
ROCINHA GO 12,715 1,45693 1,506171438 1,55708 1,609709 1,664118 1,720365 1,778513 1,838627 1,900772 1,965018 2,031436
RODEADOR 372,3864 42,6693 44,11150291 45,602472 47,14384 48,7373 50,38462 52,08762 53,84818 55,66825 57,54983 59,49502
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
8.2 – ESTIMATIVA DA DEMANDA DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO
De acordo com dados levantados de outorga da ADASA, atualmente no DF são irrigados
20.000 hectares de áreas cultiváveis. Porém, em dados levantados em imagens de satélite na
classificação do uso solo, a área total irrigada é de 7.148 hectares.
A irrigação na bacia do Descoberto é principalmente para manutenção de hortaliças e
frutíferas, cuja a vazão média utilizada é apresentada na Tabela 12, e o método é aspersão
Tabela 12 ‐ Consumo médio diário de água para atendimento das necessidades hídricas para
olericultura e fruticultura.
Irrigação por aspersão
convencional 0,70 l/s/ha
Olericultura
Irrigação por aspersão
convencional 0,5 l/s/ha
Fruticultura
Irrigação por gotejamento 0,35 l/s/ha
Olericultura
Irrigação por gotejamento 0,26 l/s/ha
Fruticultura
Como projeção futura para construção de cenários, será considerada uma taxa de
crescimento de área cultivável de 12,7%, segundo dado do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento para o ano de 2026.
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
Tabela 13 – Estimativa de demanda para irrigação
AREA CULTIVAVEL DEMANDA 2017 DEMANDA 2026
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
10 ‐CENÁRIOS PROPOSTOS PARA A AVALIAÇÃO HÍDRICA
10.1 ‐ SITUAÇÃO 1: CENÁRIO ATUAL
Este perfaz um cenário único e busca reproduzir a situação atual de demanda e
disponibilidade dos recursos hídricos da bacia do Descoberto. Podendo compreender o sistema
hídrico auxiliando na correção de rumos e estabelecimentos de novas diretrizes de
gerenciamento da bacia.
Nesta situação são propostos 3 cenários que abordam o crescimento rural para áreas de
baixa densidade. Esta utiliza água para suas atividades diretamente da bacia do descoberto, seja
por captação superficial ou captação subterrânea.
O primeiro cenário seria uma previsão para 5 anos, e o segundo para 20 anos, conforme
preconizado na Política Nacional de Saneamento.
A previsão de crescimento populacional foi descrita e discutida no item 8 – Demanda
Hídrica para Abastecimento. Os valores da estimativa média diária de água para consumo
humano (per capita) (Tabela 14) foi baseado na INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº. 02 DE 11 DE
OUTUBRO DE 2006 que estabelece valores de referência para outorga de uso de recursos
hídricos em corpos de água de domínio do Distrito Federal e dá outras providências.
Tabela 14 ‐ Valores da estimativa média diária de água para consumo humano (per capita)
Consumo Humano (L/dia)
Área Urbana
Variando de 110 a 428 l/dia em função do padrão
residencial
Média de 196 litros/dia
53
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
10.3 – SITUAÇÃO 3: DESENVOLVIMENTO RURAL ‐ DEMANDA IRRIGAÇÃO – CRECIMENTO DE
ÁREAS RURAIS
Os cenários propostos na situação 4, abordam o desenvolvimento rural, abrangendo a
demanda por irrigação, aumentando o uso de água superficial e subterrânea e o crescimento
das áreas rurais, influenciando no uso e ocupação do solo.
São propostos 3 cenários que incluem o crescimento de 5% da área rural, de 12,7% e de
15%.
Os valores do consumo médio diário de água para atendimento das necessidades
hídricas para olericultura e fruticultura (Tabela 15) foi baseado na INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº.
02 DE 11 DE OUTUBRO DE 2006 que estabelece valores de referência para outorga de uso de
recursos hídricos em corpos de água de domínio do Distrito Federal e dá outras providências.
Tabela 15 ‐ Consumo médio diário de água para atendimento das necessidades hídricas para
olericultura e fruticultura.
Irrigação por aspersão
convencional 0,70 l/s/ha
Olericultura
Irrigação por aspersão
convencional 0,5 l/s/ha
Fruticultura
Irrigação por gotejamento 0,35 l/s/ha
Olericultura
Irrigação por gotejamento 0,26 l/s/ha
Fruticultura
Para fins de modelagem será considerado irrigação por aspersão convencional de 0,7
l/s/ha para olericultura, e 0,5 l/s/ha para fruticultura.
10.4 ‐ SITUAÇÃO 5 – ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
A situação 5, tem o intuito analisar as alterações e influencias climáticas na
disponibilidade hídrica, e os cenários propostos preveem simulações para cenários de ano
54
Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
chuvoso, ou seja, com precipitação acima da média anual; e cenários com ano seco, com
precipitações abaixo da média anual.
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
11 ‐ OBSERVAÇÕES
De acordo com as informações levantadas no estudo de demanda constatou‐se que a
bacia do descoberto é o principal abastecedor do DF, e que existe um grande conflito de uso,
uma vez que as maiores vazões outorgadas nas sub bacias do Descoberto são para irrigação.
Não consideradas as outorgas do Reservatório do Descoberto, o qual sua maior porção é
dedicada ao abastecimento.
Observou‐se também, que na grande maioria das sub bacias, a vazão outorgada de aguas
subterrâneas é superior a vazão outorgada de aguas superficiais. Este fato remete a dificuldade
de recarga do solo e recuperação da bacia hidrográfica.
Ainda foi observado, que devido à crise hídrica, a CAESB juntamente com os órgãos de
fiscalização, vem tomado medidas para manutenção e preservação do manancial.
A partir dos dados apresentados no Produto 2 e 3, será realizado o balanço hídrico da
bacia do descoberto, considerando as situações e cenários definidos no item 10 do corrente
documento.
Aponta‐se, que os Produtos 2 e 3 do Projeto do Descoberto, tem o intuito informativo,
ou seja, cujas informações são resultantes de levantamento de dados secundário, e definição
de hipóteses, as quais balizarão a modelagem matemática com SWAT.
Ressalta‐se ainda que durante o processo de modelagem, os parâmetros aqui apontados
poderão sofrer ajustes e correções.
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Produto 3 ‐ Estudo técnico sobre a demanda do recurso hídrico na bacia do Alto Rio Descoberto
12 ‐ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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