Livro-Texto - Unidade I

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Programação para

Dispositivos Móveis
Autor: Prof. Olavo Tomohisa Ito
Colaboradoras: Profa. Vanessa Santos Lessa
Profa. Christiane Mazur Doi
Professor conteudista: Olavo Tomohisa Ito

Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista (UNIP), bacharel em Física pelo Instituto de Física
da Universidade de São Paulo (USP), licenciado em Ciências pela Faculdade de Educação da USP, e bacharel em Língua
e Literatura Japonesa pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Professor dos cursos de
graduação tradicional de Sistemas de Informação e Ciência da Computação, bem como do curso superior tecnológico
de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Das disciplinas que ministra, Programação para Dispositivos Móveis é
especial, pois durante muitos anos atuou no ensino de programação para crianças e jovens, desde a Pré-Escola, com
ScratchJr, até o Ensino Médio, com App Inventor, entre outros. Em 2015, recebeu a certificação Mobile Computing with
App Inventor – CS Principles pelo Trinity College, Connecticut.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

I89p Ito, Olavo Tomohisa.

Programação para Dispositivos Móveis / Olavo Tomohisa Ito. –


São Paulo: Editora Sol, 2021.

296 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e


Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.

1. APP. 2. Identificação. 3. Criação. I. Título.

CDU 004.512

U511.34 – 21

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor

Prof. Fábio Romeu de Carvalho


Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças

Profa. Melânia Dalla Torre


Vice-Reitora de Unidades Universitárias

Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez


Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa

Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez


Vice-Reitora de Graduação

Unip Interativa – EaD

Profa. Elisabete Brihy


Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli

Material Didático – EaD

Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)

Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos

Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão:
Ricardo Duarte
Ana Fazzio
Sumário
Programação para Dispositivos Móveis

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9

Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO APP INVENTOR.............................................................................................................. 12
1.1 Acesso ao ambiente de desenvolvimento................................................................................... 15
1.2 Apresentação dos componentes do ambiente.......................................................................... 18
1.3 Instalação e configuração do emulador...................................................................................... 21
1.4 Teste do emulador................................................................................................................................. 33
2 DESIGNER............................................................................................................................................................ 34
2.1 Janelas....................................................................................................................................................... 35
2.1.1 Paleta............................................................................................................................................................ 37
2.1.2 Visualizador................................................................................................................................................ 48
2.1.3 Componentes............................................................................................................................................ 49
2.1.4 Mídia............................................................................................................................................................. 50
2.1.5 Propriedades.............................................................................................................................................. 51
2.2 Criação do app para a demonstração de componentes........................................................ 52
3 BLOCOS................................................................................................................................................................ 58
3.1 Conceito de programação: comportamento.............................................................................. 62
3.2 Tipos de evento...................................................................................................................................... 63
3.3 Componentes dos blocos................................................................................................................... 65
3.4 Criação do app para a demonstração de componentes........................................................ 82
4 TESTE DE APP..................................................................................................................................................... 92

Unidade II
5 APLICATIVO, TELA SIMPLES E APIS............................................................................................................ 98
5.1 Projetando o app1................................................................................................................................ 98
5.1.1 Identificação da demanda e definição das características do app1................................... 98
5.1.2 Criação do app1.....................................................................................................................................114
5.1.3 Teste do app1......................................................................................................................................... 127
5.2 Projetando o app2..............................................................................................................................136
5.2.1 Identificação da demanda e definição das características do app2................................ 136
5.2.2 Criação do app2.................................................................................................................................... 146
5.2.3 Teste do app2......................................................................................................................................... 160
6 APLICATIVO, TELAS MÚLTIPLAS E PROCEDIMENTOS........................................................................163
6.1 Projetando o app3..............................................................................................................................163
6.1.1 Identificação da demanda e definição das características do app3................................ 163
6.1.2 Criação do app3.................................................................................................................................... 177
6.1.3 Teste do app3..........................................................................................................................................202

Unidade III
7 TEORIA................................................................................................................................................................210
7.1 Planejando jogos.................................................................................................................................210
7.1.1 Identificação da demanda e definição das características do jogo.................................. 211
7.1.2 Apresentação da metodologia de game design document (GDD)....................................213
7.1.3 Criação de imagens para jogos........................................................................................................219
8 JOGOS NO APP INVENTOR..........................................................................................................................222
8.1 Projetando o jogo 1............................................................................................................................222
8.1.1 Design........................................................................................................................................................ 222
8.2 Projetando o jogo 2............................................................................................................................241
8.2.1 Design.........................................................................................................................................................241
8.3 Projetando o jogo 3............................................................................................................................253
8.3.1 Design........................................................................................................................................................ 253
8.3.2 SpriteImagem: eventos e propriedades....................................................................................... 265
8.4 Finalizando o jogo...............................................................................................................................278
8.4.1 Pontuação, tela de início, ranking e créditos............................................................................ 278
8.4.2 Atribuição de ícone e título.............................................................................................................. 279
8.4.3 Geração de arquivo APK.................................................................................................................... 280
8.4.4 Distribuição do jogo............................................................................................................................ 280
8.5 Preparando para a publicação na Play Store...........................................................................284
8.5.1 Informações dos detalhes do app.................................................................................................. 284
8.5.2 Versões do app....................................................................................................................................... 284
8.5.3 Classificação do aplicativo................................................................................................................ 285
8.5.4 Preços e distribuição............................................................................................................................ 285
8.5.5 Conta do desenvolvedor.................................................................................................................... 285
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

A disciplina Programação para Dispositivos Móveis visa a propiciar o entendimento e o


desenvolvimento de pequenos projetos de aplicativos e de jogos para celular por meio de ferramentas
visuais de uso livre.

Assim, objetiva-se que os estudantes tenham contato direto com o ambiente mobile, de modo
que possam desenvolver projetos com o emprego do App Inventor e se familiarizar com a realidade
multidisciplinar dos trabalhos profissionais realizados em empresas da área de computação.

Em suma, este livro-texto tem como propósito apresentar aos alunos conceitos relacionados ao
desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis com o auxílio de uma ferramenta básica, a qual
dispõe de módulos de software que agilizam o processo de criação e de implementação de projetos.

A computação móvel está cada vez mais atuante no cotidiano das pessoas. Nesse cenário, faz‑se
necessária uma disciplina capaz de reunir a praticidade de um dispositivo bastante versátil com a
aprendizagem de conceitos e tecnologias computacionais.

A própria ferramenta utilizada no curso, o App Inventor, foi desenvolvida para possibilitar o acesso
de pessoas sem formação em informática ao mundo da criação de aplicativos.

Para apresentar o curso, vamos ler as palavras do idealizador do App inventor, Hal Abelson, em uma
entrevista ao canal do YouTube The Brainwaves Video Anthology (2015).

Eu ensino computação no MIT e estou aqui para dizer que a computação


móvel pode ser democratizada. Em outras palavras, as pessoas poderão
escolher como vão querer usar a tecnologia móvel, se nesse novo mundo
da tecnologia móvel elas serão criadoras, construtoras ou produtoras,
ou se serão apenas consumidoras de coisas prontas, que outras pessoas
fizeram para elas.

Quando eu vim para o MIT, no início da era do computador pessoal, era uma
época incrível, porque aqui ainda estavam as máquinas que até então eram
usadas exclusivamente por agências governamentais, grandes indústrias, e
de repente, em alguns anos, tudo isso se transformou em ferramentas para
o uso de pessoas comuns, tornando a computação pessoal uma ferramenta
com usos variados na infraestrutura e na indústria, como vemos atualmente.

Os líderes da tecnologia hoje, ou as pessoas que estão agora na casa dos 30,
40 e 50 anos, eram adolescentes naquela época, que manusearam e jogaram
com esses brinquedos computacionais.

7
Agora estamos passando por uma revolução ainda maior, a tecnologia móvel.
Esse é um tipo de computação pessoal que é pessoal como nunca antes. Ele
diz respeito a quem você é, para onde vai; tem informações sobre o que dizem
de você, o que faz, com quem fala, como se comunica com os seus amigos.
Mas a questão é se as pessoas seriam capazes de fazer um aplicativo.

Portanto, aqui no MIT, estamos examinando a questão da abertura da


tecnologia móvel, de modo que todos possam se tornar criadores de
aplicativos móveis, sejam ou não programadores. Fizemos um sistema no
meu grupo de pesquisa no MIT chamado App Inventor, que permite que todos
criem aplicativos móveis, mesmo que nunca tenham programado antes.

Hoje temos cerca de 2 ou 3 milhões de criadores de aplicativos, e seus


aplicativos pessoais lhes permitem produzir impacto em sua comunidade.
Por exemplo, um grupo de alunos do Ensino Médio na Califórnia fez um
aplicativo que permite às pessoas da comunidade encontrar lugares que
precisam ser limpos, paredes pichadas, locais com lixo e coisas assim. Você
tira uma foto com o aplicativo, e isso ajuda a agendar reuniões com a
comunidade para programar a limpeza. Um grupo de estudantes do Ensino
Médio na Moldávia permitiu às pessoas em seu país identificar onde a água
está limpa e onde está poluída, e compartilhar isso, de modo que todo
o país saiba onde encontrar água pura. Um grupo de meninas no Texas
criou um aplicativo para ajudar um colega cego a encontrar o caminho
e a se movimentar no entorno da escola. Uma estudante em Boston fez
um aplicativo para os ciclistas da cidade tirarem fotos e informarem às
autoridades municipais sobre carros estacionados em pontos que bloqueiam
as ciclovias. Todos são pequenos aplicativos que as pessoas criaram, coisas
que para elas são pessoalmente significativas, mas também mostram que
podem ter um impacto na comunidade, na família e nos amigos.

Bom, esse tipo de democratização da tecnologia é muito divertido, e muitas


coisas interessantes acontecem, mas acho que também é importante para
a nossa sociedade democrática. Como sabemos, estamos no meio de uma
tecnologia muito, mas muito poderosa. Estamos todos preocupados com a
privacidade. Estamos todos preocupados com o que esses aplicativos podem
fazer. Uma forma de garantir que nossa sociedade continue a ser responsiva
à cidadania é colocar o poder de criar aplicativos nas mãos de todos, e não
apenas nas mãos de alguns profissionais e grandes corporações. A visão
do nosso projeto não diz respeito somente a educar, a ensinar pessoas a
programar, mas a garantir que, à medida que essa tecnologia continue a moldar
nossa vida, ela atenda aos desejos de todos.

Boa leitura!

8
INTRODUÇÃO

No dia a dia da maioria das pessoas, os dispositivos móveis (smartphones e tablets) estão cada vez
mais presentes e incorporados à sua rotina, o que mostra a importância da disciplina Programação para
Dispositivos Móveis.

Nesta disciplina, usamos o App Inventor, ferramenta que permite programar, ou melhor, montar
aplicativos bastante sofisticados utilizando os recursos embutidos nos aparelhos. Logicamente, o App
Inventor não foi projetado para programas específicos ou de alta performance, tanto em termos de
processamento quanto em termos gráficos, mas ele possibilita o uso de interfaces externas, bem como
a conectividade e a importação de extensão de terceiros.

Este livro-texto mostra a montagem de alguns aplicativos e jogos. Cada um deles é feito com o
objetivo de abordar conceitos, tecnologias ou práticas que envolvem o dia a dia da computação móvel,
relacionada com a área das ciências da computação e da informação.

O livro é dividido didaticamente em três unidades.

Na unidade I, apresentamos uma introdução ao App Inventor, mostrando o acesso ao ambiente


e seus componentes, explicando a instalação, a configuração e o teste do emulador e estudando os
componentes do Designer e dos Blocos. Assim, a unidade I focaliza a instalação, a configuração e,
principalmente, a compreensão dos ambientes e dos princípios gerais de funcionamento da ferramenta,
com a construção de aplicativos simples.

Na unidade II, abordamos a identificação da demanda e a definição das características dos apps e
falamos sobre os testes dos aplicativos, incluindo editores de blocos e testes. Logo, a unidade II volta‑se
para a construção de aplicativos completos, que fazem a interação do mundo exterior de forma
transparente com o usuário, e para o estudo de técnicas não instintivas de programação.

Na unidade III, sobre planejamento de jogos, apresentamos a metodologia de game design document
(GDD), explicamos a criação de imagens e de designs para jogos, abordamos a pontuação, a tela de início,
o ranking, os créditos, a atribuição de ícone e título, a geração de arquivo APK, a distribuição do jogo e
a sua publicação na Play Store. Desse modo, a unidade III centra-se no planejamento e na construção
de jogos e avalia seu ciclo de vida, desde a ideia inicial até a publicação.

9
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Unidade I
Nesta unidade, veremos um pouco da história do App Inventor e suas opções de configuração.
Exploraremos o ambiente de trabalho, a interface com a máquina e os conceitos iniciais do processo
de programação.

Em 2008, os celulares estavam adquirindo status de smartphones e ganhando sistema operacional


(IOS e Android, por exemplo). Antes, os celulares executavam apenas programas que já vinham de fábrica,
sem a liberdade de o usuário escolher o que instalar, como se fazia nos computadores. Com a vinda do
sistema operacional, abriu-se a possibilidade de executar programas conhecidos hoje como aplicativos.
Os aparelhos equipados com processadores velozes, a possibilidade de armazenamento de memória
e os diversos sensores – enfim, os smartphones – estavam permitindo que as pessoas interagissem
com o mundo como nunca antes. Nessa época, Hal Abelson, professor do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT), teve a ideia de criar uma linguagem de programação fácil de usar para fazer
aplicativos móveis que aproveitassem o poder da tecnologia emergente dos smartphones. O objetivo de
Abelson era democratizar o processo de desenvolvimento de aplicativos móveis, tornando acessível para
qualquer pessoa a sua criação. Durante um período sabático no Google em Mountain View, CA, Abelson
trabalhou com o engenheiro Mark Friedman e alguns outros desenvolvedores para criar o Google App
Inventor (KAMRIANI; ROY, 2016).

Pedagogicamente, o App Inventor segue uma escola que começou com o trabalho de Seymour
Papert e do MIT Logo Group na década de 1960 (WOLBER et al., 2011), cuja influência persiste até hoje
por meio de muitas atividades, como o Scratch e os programas projetados para apoiar o pensamento
computacional, todos unindo computadores e educação.

Saiba mais

O Scratch é uma linguagem de programação desenvolvida por Mitchel


Resnick e sua equipe no grupo de pesquisa Lifelong Kindergarten, no
Media Lab do MIT. É próprio para crianças, por ser baseado em blocos de
encaixe coloridos que eliminam possíveis erros de sintaxe, o que facilita a
conexão correta dos comandos. Permite o desenvolvimento de animações,
simulações, jogos digitais, entre outros. É um software livre e está disponível
gratuitamente para multiplataforma, podendo ser utilizado offline nas
versões Scratch 1.4 e Scratch 2.0, além de possibilitar a criação online na
versão 3.0 pela página indicada a seguir (SHIMOHARA; SOBREIRA; ITO, 2016).

Scratch. Disponível em: http://bit.ly/3eCE7ot. Acesso em: 19 mar. 2021.

11
Unidade I

Para tornar a estrutura de programação visual próxima da estrutura do Scratch, mas sem “reinventar
a roda”, a implementação específica do App Inventor foi montada sobre a estrutura do Open Blocks.
Posteriormente, o próprio App Inventor serviu como ponto de partida para o Google Blockly (METZ, 2012).

Observação

O Open Blocks é distribuído pelo Scheller Teacher Education Program


do MIT. O compilador que traduz a linguagem de blocos visuais para
implementação no Android usa o Kawa Language Framework e o dialeto
de Kawa da linguagem de programação Scheme, desenvolvida por Per
Bothner, distribuída como parte do sistema operacional GNU pela Free
Software Foundation.

Saiba mais

A Free Software Foundation (FSF) é uma organização sem fins lucrativos


fundada para apoiar o movimento do software livre. Ela promove a liberdade
universal de estudar, distribuir, criar e modificar softwares de computador,
com a preferência da organização por softwares distribuídos sob copyleft
(compartilhar da mesma forma), como ocorre com sua própria general
public license (GNU). A FSF foi constituída em Boston, Massachusetts, EUA,
onde também tem sede. Infelizmente a página do site em português está
bem defasada. Conheça mais sobre a FSF no link indicado.

Free Software Foundation. Disponível em: http://bit.ly/2OzZ48L. Acesso


em: 19 mar. 2021.

Em 2011, Abelson levou o App Inventor para o MIT e, juntamente com o Media Lab e o Laboratório de
Ciência da Computação e Inteligência Artificial (CSAIL), criou o Center for Mobile Learning. Em dezembro
de 2013, Abelson e sua equipe de desenvolvedores lançaram o MIT App Inventor 2, uma versão do
aplicativo baseada na web ainda mais fácil de usar e que utiliza um ambiente de desenvolvimento
integrado (KAMRIANI; ROY, 2016).

1 INTRODUÇÃO AO APP INVENTOR

A plataforma de desenvolvimento do App Inventor é um aplicativo na nuvem, executado em um


navegador. Os navegadores recomendados são Chrome, Firefox ou Safari. O próprio site não recomenda
o uso do Microsoft Edge, por incompatibilidade não esclarecida.

Para estudarmos esta disciplina, temos de atender a alguns pré-requisitos:

12
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

• PC Windows, Mac ou GNU/Linux conectado à internet;

• conta do Gmail (Google);

• dispositivo Android, que pode ser:

— smartphone ou tablet conectado ao PC por Wi-Fi;

— smartphone ou tablet conectado ao PC por cabo USB.

• emulador Android instalado no PC, Mac ou Linux.

De posse dos equipamentos, temos, então, alguns caminhos, em função da disponibilidade e da


situação individual, conforme indicado na figura a seguir.

Vamos começar

Conta do Gmail (Google)


Recomendado
Instale o AI2 Companion no seu smartphone e conecte via Wi-Fi

Entre no App Inventor


appinventor.mit.edu

Tem um dispositivo móvel Android?


O seu dispositivo está na
Instale o aplicativo mesma rede que o seu
MIT AI2 Companion da computador?
Sim Google Play Store
Sim

Instale apenas Não


Não
Cabo e
drive USB

Não

Instale apenas
Sim

Pronto

Figura 1 – Fluxo de instalação do App Inventor

13
Unidade I

As duas primeiras fases do processo de configuração são estas:

• Obtenha uma conta do Gmail ou uma conta do celular Android (se ainda não tiver).

• Registre-se no site do App Inventor.

Vejamos as etapas a seguir.

Etapa 1: configure uma conta do Gmail

Para construir aplicativos com o App Inventor, você precisará de uma conta do Gmail. Se ainda não
tiver uma, no browser, visite o site http://mail.google.com e escolha o link para criar uma nova conta.
Será aberto o formulário de inscrição do Google. Siga as instruções para configurar sua conta.

Etapa 2: faça login no App Inventor

O App Inventor é um exemplo de ambiente de desenvolvimento integrado (IDE), o que significa que
todas as ferramentas de software necessárias para projetar, desenvolver e testar um aplicativo móvel
Android estão integradas na plataforma App Inventor. IDEs são parte do kit de ferramentas-padrão que
os programadores usam para desenvolver programas.

No browser, entre no site http://appinventor.mit.edu, conforme mostrado na figura a seguir.


Será solicitado que você faça login usando suas credenciais do Gmail. Isso é tudo que você precisa
para se registrar. Se essa for a sua primeira visita, verá uma caixa de diálogo pop-up informando
que você não tem nenhum projeto e sugerindo que crie um novo projeto. Não há necessidade de fazer
isso agora. Voltaremos a isso mais adiante. Neste momento, vamos apenas fazer login e continuar a
explorar a configuração.

Figura 2 – Entrada no IDE do App Inventor

Etapa 3: escolha o modo de emulador ou dispositivo móvel

Um dos recursos mais interessantes da plataforma App Inventor é a possibilidade de fazer


programação ao vivo, ou seja, a capacidade de executar seu aplicativo em seu dispositivo. Isso permite

14
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

que você acompanhe o progresso sem ter de construir o aplicativo e instalá-lo no dispositivo. Dessa
forma, a experiência será melhor com um dispositivo móvel Android, seja um tablet, seja um smartphone
conectado na mesma rede via Wi-Fi.

No caso de ter dispositivo móvel, será necessário instalar o aplicativo MIT AI2 Companion. Mesmo
sem a disponibilidade de Wi-Fi na mesma rede do computador, é possível utilizar a conexão via USB caso
tenha o drive correto do smartphone.

De qualquer forma, o aiStarter deve ser instalado no computador, como veremos adiante.

1.1 Acesso ao ambiente de desenvolvimento

Como vimos, para entrar no App Inventor basta digitar appinventor.mit.edu e, ao ser aberta a tela de
boas-vindas do MIT App Inventor, clicar no botão Create Apps. Veja a figura.

Figura 3 – Na tela inicial do App Inventor, clique em Create Apps

Depois, abrirá a tela de login e senha, conforme mostrado na figura a seguir. Preencha tais requisições
com os dados da sua conta do Google.

Figura 4 – Telas de login e senha

15
Unidade I

No primeiro acesso, aparecerá a tela de contrato de termos de uso. Para aceitar, clique no botão
I accept the terms of service. Veja a figura.

Figura 5 – Tela dos termos de uso do App Inventor

Uma janela de boas-vindas será aberta. Marque a opção Do Not Show Again e clique no botão
Continue. Em seguida, abrirá a janela dos tutoriais. Para fechá-la, clique no botão Close. Veja a figura.

Figura 6 – Janela de boas-vindas e tutoriais

Independentemente de ser ou não o primeiro acesso, após a tela do tutorial, a primeira tela em inglês
será apresentada como mostrado na figura a seguir. Essa tela é chamada de My Projects. Neste momento,
a lista de projetos está vazia, porque estamos iniciando o curso, mas, conforme formos avançando, a lista
será preenchida.
16
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 7 – Tela inicial ou tela My Projects

A primeira providência é configurar o ambiente para o português do Brasil. Na barra de menus, ao


clicar em English, descerá uma cortina de opções. Escolha Português do Brasil. Com a interface alterada,
os menus e os blocos em sua maioria estarão traduzidos. Todas as vezes que entrar no App Inventor, essa
operação deverá ser feita, pois as nossas lições serão todas trabalhadas em português. Veja a figura.

Figura 8 – Alterando o idioma do IDE

Neste momento, estamos prontos para explorar o ambiente de trabalho do App Inventor.

17
Unidade I

1.2 Apresentação dos componentes do ambiente

A primeira tela apresentada é a página Meus Projetos (My Projects), que contém os projetos
associados à conta Gmail. A tela da próxima figura apresenta uma lista com as informações de alguns
projetos que já foram criados. Nessa tela, temos também os botões para:

• iniciar um novo projeto;

• excluir um projeto assinalado;

• publicar um aplicativo na Galeria dos usuários do App Inventor, a fim de compartilhar o projeto
com a comunidade dos desenvolvedores;

• exibir os projetos que estão na lixeira.

O último botão serve para recuperar um projeto que foi apagado acidentalmente. A barra superior de
menu disponibiliza outras funcionalidades – por exemplo, mudar o idioma para o português do Brasil,
como fizemos anteriormente.

Figura 9 – Tela Meus Projetos com alguns projetos já gravados

Para iniciar, clique no botão Iniciar novo projeto. Assim, será aberta a janela para dar nome ao
projeto. Veja a figura.

Figura 10 – Batizando um novo projeto

18
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Desse modo, entramos na tela de edição e criação, que está inicialmente vazia. Veja a figura.

Figura 11 – Tela do Designer vazia

A interface do MIT App Inventor tem duas telas principais:

• a tela do Designer, interface gráfica do usuário (GUI) em que é criada a aparência do aplicativo (e
os componentes extras que o aplicativo necessite);

• a tela dos Blocos, em que é definido o comportamento do aplicativo codificando-o com


blocos coloridos.

Ao criarmos um novo projeto, entramos direto na tela do Designer.

A navegação entre as interfaces é feita pelos botões localizados na parte superior direita da tela.
Veja a figura a seguir.

Figura 12 – Botões de alternância entre as telas do Designer e dos Blocos

19
Unidade I

No editor de design, mostrado na figura a seguir, você seleciona visualmente os componentes e


faz o layout das telas do aplicativo. No editor de blocos, esses componentes estão disponíveis para
programação. Cada componente (por exemplo, botão) na tela apresenta um conjunto de propriedades
predefinidas e manipuladores de eventos que são mostrados na forma de blocos.

Figura 13 – Tela do Designer

É no editor de blocos que se programa a lógica dos aplicativos e dos seus comportamentos. Nesse
editor, você verá todos os componentes que foram adicionados no editor de design. O editor de blocos
oferece uma interface de arrastar e soltar para programar o comportamento do aplicativo juntando
blocos semelhantes às peças de um quebra-cabeça. Veja a figura.

Figura 14 – Tela dos Blocos

Assim, conseguimos obter uma ideia geral do ambiente.

20
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

1.3 Instalação e configuração do emulador

Neste item, vamos realizar a instalação do emulador. Em primeiro lugar, o que é um emulador? É um
programa que serve para simular a experiência de executar um sistema operacional diferente dentro
de outro sistema de computador, como o Windows. No nosso caso, emulamos não só um sistema
operacional, mas também um celular Android.

Instalado o programa aiStarter no computador, instala-se o software App Inventor Setup. Ele faz
a comunicação entre o App Inventor que está sendo executado no navegador e outras partes do App
Inventor. Sempre que quiser usar o emulador ou o cabo USB, é preciso se certificar de que o aiStarter
está ativo. Esse programa permite que o navegador se comunique com o emulador ou com o cabo USB.
Você não precisa do aiStarter se estiver usando apenas o AI2 Companion com Wi-Fi.

Para instalar o emulador, é necessário retornar à página appinventor.mit.edu e escolher o link Get
Started ou, no menu superior, clicar em Resources e, depois, em Get Started. Veja a figura.

Figura 15 – Acesso para a página de inicialização

Na tela Getting Started, clique na opção Setup Instructions, em que será feita a escolha do tipo
de instalação. Veja a figura a seguir.

21
Unidade I

Figura 16 – Instruções de configuração na tela de inicialização

A Opção Um (Option One), recomendada, destina-se ao caso em que se tem um dispositivo Android.
Basta fazer uma busca na Google Play Store e instalar o aplicativo MIT AI2 Companion. Uma vez
instalado, execute a primeira vez e entre no aplicativo. Veja a figura.

Figura 17 – Instalação do AI2 Companion e liberação dos seus recursos no sistema operacional

No computador, entre na tela do Designer e, no menu superior, ao clicar em Conectar, escolha


Assistente AI. É com essa opção que será feita a ligação entre o App Inventor e o dispositivo móvel
sempre que estiverem na mesma rede. Veja a figura a seguir.

22
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 18 – A opção para ativar a ligação entre o navegador e o celular

Lembrete

Nessa opção, é necessário que o computador em que o App Inventor está


sendo executado e o dispositivo móvel com o AI2 Companion instalado estejam
na mesma rede, ou seja, conectados ao mesmo roteador.

Ao clicar na opção Assistente AI, uma janela com um QR code e um código se abrirá. No dispositivo
móvel, selecione a opção scan QR code. Caso seja o primeiro acesso, será aberta uma janela no
dispositivo para autorizar que o AI2 Companion tire fotos e grave vídeos. Autorize isso clicando em
Permitir. Veja a figura.

Figura 19 – Conexão entre o projeto e o smartphone via Wi-Fi

Ao posicionar o dispositivo sobre o QR code, conforme mostrado na figura a seguir, se o IDE e o


emulador estiverem na mesma rede, o dispositivo irá espelhar a tela do visualizador da tela do Designer.

23
Unidade I

Figura 20 – Leitura do QR code no dispositivo móvel

Com isso, em princípio, já é possível começar a desenvolver projetos no App Inventor. Essa é a melhor
e a mais simples configuração para trabalhar com o App Inventor.

As configurações mostradas a seguir são alternativas à instalação feita. Por segurança, é aconselhável
deixar instalado o emulador para lidar com quaisquer problemas futuros.

Instalação: emulador

A partir da página de configuração, no quadro da Opção Três (Option Three), clique no link Instructions
para instalar o emulador. Veja a figura.

Figura 21 – Escolha a instalação do emulador

24
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Na página que abrir, clique no link Instructions for Windows, que está na guia Step 1. Install the
App Inventor Setup Software. Na página seguinte, estará o link para baixar o arquivo de instalação
do emulador. Veja a figura.

Figura 22 – Localização do link para a página do download

Na página seguinte, clique em Download the Installer e baixe o arquivo do instalador. Uma
vez baixado o programa, garanta que salvou tudo que estiver aberto e feche todos os outros
programas, pois o computador será reiniciado ao final do processo. Execute a instalação do arquivo
MIT_App_Inventor_Tools_x.x.x_win_setup.exe como administrador. Conforme as telas de instalação
forem se sucedendo, escolha o botão Next ou o botão I agree, conforme o caso. Na última tela, permita
fazer o Reboot Now, que é a reinicialização do computador, como mostrado na figura a seguir.

Figura 23 – Sequência de instalação do aiStarter

25
Unidade I

Com o computador devidamente reiniciado, o ícone do aiStarter deverá aparecer na área de trabalho
do seu computador. Ao dar um clique, o aiStarter já estará ativo para o uso. Nenhuma tela irá aparecer,
pois o software é executado em segundo plano. A indicação da sua atividade é o ícone na barra de
trabalho. Veja as figuras a seguir.

Figura 24 – Ícone do aiStarter

Figura 25 – aiStarter na barra de trabalho

Observação

Ao dar um clique no ícone do aiStarter na barra de trabalho, abre-se


uma janela do prompt do DOS, conforme mostrado na figura a seguir.
É nele que está o programa ativo. O programa é um servidor web virtual, que
recebe as instruções do navegador. Para encerrar o aiStarter, é importante
que seja dado Control + C nessa tela, pois, se fizermos o fechamento
simplesmente clicando no botão em forma de X, o processo continuará
funcionando em segundo plano.

Figura 26 – Tela do aiStarter

26
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Até a edição deste livro, o emulador interno do aiStarter tem vindo com o Companion desatualizado.
Dessa forma, é preciso um cuidado especial e um pouco de paciência e atenção. Não existe nada
crítico, mas a desatenção pode acarretar a necessidade de refazer todo o processo, o que resulta em
perda de tempo.

Uma vez ativado o aiStarter, abra o site do App Inventor e entre na tela do Designer. Nessa tela,
no menu superior, escolha Conectar e, no menu suspenso, Emulador. O item Conectar do menu
superior permite escolher o meio para acompanhar e simular em tempo real o aplicativo que está sendo
desenvolvido no App Inventor. No caso em que escolhemos o emulador, o App Inventor envia uma
mensagem ao servidor virtual que processa e ativa o emulador. Veja a figura.

Figura 27 – Menu suspenso da conexão entre o site e a interface do dispositivo móvel

Uma janela será aberta avisando que o processo irá demorar. Nesse momento, o emulador estará
sendo carregado e executado no computador. A indicação da execução do emulador é o ícone na barra
de trabalho. Veja as figuras.

Figura 28 – Janela que se abre enquanto o emulador é ativado

Figura 29 – Ícones do aiStarter e do emulador

27
Unidade I

Ao ser carregado, o emulador verifica se o AI Companion instalado está atualizado. Normalmente,


não está. Clique em OK para permitir a atualização. Veja a figura.

Figura 30 – Permissão para atualizar o AI Companion do emulador

Simultaneamente, no emulador, uma janela será aberta para permitir a troca do aplicativo por um
mais novo. Permita a troca dando um clique no botão OK e, depois, no botão Install. Veja a figura.

Figura 31 – Autorização para a troca de versão da instalação

A próxima mensagem é importante. Veja a figura a seguir.

28
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 32 – Aviso importante durante a instalação

Seu conteúdo em português significa o que se traduz a seguir.

A atualização está sendo instalada agora no seu dispositivo. Observe a


tela do seu dispositivo (ou emulador) e aprove a instalação do software
quando solicitado.

Importante: quando a atualização terminar, escolha Done (não clique em


Open). Em seguida, vá para o App Inventor em seu navegador da web.
Clique no menu Conectar e escolha Reiniciar a Conexão. Em seguida,
reconecte o dispositivo.

Conforme o aviso dado, quando for informado que a aplicação está instalada, deve-se clicar no
botão Done. Veja a figura.

Figura 33 – É importante clicar em Done quando a aplicação estiver sendo instalada pela primeira vez

29
Unidade I

O emulador será fechado. Como recomendado anteriormente, no navegador, no menu superior, na


opção Conectar, acione Reiniciar a Conexão. Veja a figura.

Figura 34 – Opção Reiniciar a Conexão

Neste momento, é importante estudar a diferença entre as opções Reiniciar a Conexão e Reiniciar
Conexões. Deve-se tomar muito cuidado, pois a segunda opção (Reiniciar Conexões) restaura o aiStarter
para a condição inicial. Isso significa que toda a atualização realizada no AI Companion será perdida.
A primeira opção (Reiniciar a Conexão), diferentemente, apenas encerra o emulador.

Reiniciada a conexão, abra novamente o emulador e espere a tela para a instalação do novo emulador.
Não se preocupe com a tela avisando o tempo para abrir o emulador.

Por diversas vezes, conforme a velocidade da conexão da internet, a página do App Inventor poderá
apresentar aviso de falha de conexão. Nesse caso, clique no botão Keep Trying (Continue Tentando).
Veja as figuras a seguir.

Figura 35 – O Android pedirá a autorização para instalar o novo AI Companion

30
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 36 – Mensagem de falha de conexão

Esse processo pode ser demorado e acidentado, mas a instalação é cumulativa. Isso significa que
aquilo que já foi baixado no emulador não será perdido. Muitas vezes, a tela do emulador poderá
apresentar mensagens de erro. Caso erros apareçam na tela do emulador, reinicie a conexão, espere o
emulador fechar e abra-o novamente, enquanto a instalação é retomada. Se a internet for adequada,
não deverá acontecer nenhum problema.

Ao terminar a instalação, a mesma tela mostrada antes reaparece, mas com o aplicativo instalado
(“Application installed”). Assim, pode-se acionar o botão Open. Veja a figura.

Figura 37 – Finalizando a atualização do emulador

Assim, o emulador estará pronto para uso com a tela em branco. Veja a figura a seguir.

31
Unidade I

Figura 38 – Emulador ativo com a tela em branco

Em caso de uso do cabo USB para conectar com o computador, a instalação do aiStarter é a mesma.
No dispositivo, é preciso permitir a depuração do USB. Para isso, é necessário seguir estes passos:

• Entre na configuração.

• Clique em Sobre o Dispositivo.

• Clique sete vezes sobre o número da versão.

Neste momento será ativado o modo desenvolvedor no dispositivo. Assim, é possível concluir a
sequência de passos com as opções a seguir:

• sistema (no menu principal da configuração);

• avançado;

• opções de desenvolvedor;

• depuração USB ativar.

A sequência pode mudar conforme a versão e o fabricante do dispositivo.

32
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

1.4 Teste do emulador

Para fazer o teste do emulador no browser, digite appinventor.mit.edu/test na barra de endereço do


navegador. Veja a figura.

Figura 39 – Chamada do teste na homepage do App Inventor

Se tudo estiver certo, deverá aparecer a mensagem “YES, aiStarter […] running”. Veja a figura.

Figura 40 – Resultado do teste de funcionamento do aiStarter

Caso o dispositivo esteja conectado por meio do cabo USB, aparecerá a mensagem “YES, your phone
is connected via USB”. Veja a figura.

Figura 41 – Resultado do teste com o dispositivo funcionando com a conexão USB

33
Unidade I

Um problema comum em redes muito fechadas está nas portas fechadas. O App Inventor utiliza a
porta 5554. Portanto, ela deve estar aberta.

2 DESIGNER

Vamos estudar a estrutura interna do App Inventor para compreender como projetar os aplicativos.
A melhor maneira de descrever a construção de um aplicativo é separá-lo em duas partes: seus
componentes e seus comportamentos. No App Inventor, as janelas Designer correspondem ao projeto
dos objetos (componentes) do aplicativo, e o editor de blocos corresponde à programação de como o
aplicativo responde ao usuário e aos eventos externos (comportamento do aplicativo). Veja a figura.

App

Componente Comportamento
Manipulador de eventos

Respostas a
Visíveis Não visíveis Evento uma série
de chamadas
– Botão – SensorDeLocalização – botão.Clique de função
– Caixa de texto – TextoParaFalar – pintura.ToqueParaCima
– ToqueOSom
– Rótulo – Temporizador – bola.ColidiuCom
– Bola
– Bola
– EnviarMensagem

Figura 42 – Estrutura interna do App Inventor

Neste item do livro-texto, vamos estudar a interface do ramo dos componentes, ou seja, o
modo Designer.

Temos dois tipos principais de componentes em um aplicativo:

• componentes visíveis;

• componentes não visíveis.

Os componentes visíveis do aplicativo são aqueles que você pode ver quando o aplicativo é iniciado:
botões, caixas de texto e rótulos. Também podem ser chamados de interface do usuário.

Os componentes não visíveis são aqueles que você não pode ver. Portanto, eles não fazem
parte da interface do usuário; funcionam nos “bastidores” do aplicativo. Eles dão funcionalidade
aos componentes integrados do dispositivo. Por exemplo, o componente SensorDeLocalização
34
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

funciona como um GPS e determina a localização do dispositivo, e o componente TextoParaFalar


converte texto em fala. Os componentes não visíveis são a tecnologia embarcada no dispositivo.

Ambos os tipos de componente, visíveis e não visíveis, são definidos por um conjunto de propriedades.
Propriedades são espaços de memória para armazenar informações sobre o componente. Componentes
visíveis, como botões e rótulos, têm propriedades como largura, altura e alinhamento, que definem
sua aparência.

As propriedades dos componentes são campos que podem ser alterados no Designer para definir sua
aparência inicial. Você também pode alterar os valores com a montagem dos blocos.

2.1 Janelas

A tela do Designer está dividida em cinco janelas, descritas a seguir e mostradas na próxima figura.

• Paleta: apresenta todos os componentes disponíveis de interface do usuário. Os componentes são


agrupados em categorias. Você pode arrastar e soltar qualquer componente no Visualizador. Os
componentes são as peças do seu aplicativo que executam ações.

• Visualizador: mostra como será o aplicativo. Ele é usado para projetar a interface do usuário
do aplicativo e como ela será apresentada no dispositivo. Os componentes da Paleta podem ser
colocados no Visualizador. Se o componente for visível, ele será colocado na tela do smartphone
e ficará visível para o usuário. Se o componente não for visível, ele será colocado logo abaixo
do Visualizador.

• Componentes: mostra todos os componentes que foram adicionados ao aplicativo. Os


componentes que foram arrastados da Paleta e colocados no Visualizador serão exibidos na
janela Componentes. Essa janela também mostrará a organização (ordem, relacionamento
pai-filho) dos componentes. Nesta seção, um componente pode ser selecionado, excluído
ou renomeado.

• Mídia: exibe os arquivos de mídia carregados adicionalmente para uso do aplicativo, como
imagens e sons.

• Propriedades: permite visualizar ou alterar qualquer uma das propriedades (características) do


componente atualmente selecionado. O estado inicial de tais propriedades pode ser definido nessa
janela. No entanto, muitas dessas propriedades também podem ser definidas dinamicamente
durante a execução do programa (algo que será abordado posteriormente).

35
Unidade I

2 4

Figura 43 – Tela do Designer e suas cinco janelas: 1) Paleta;


2) Visualizador; 3) Componentes; 4) Mídia; 5) Propriedades

As janelas estão conectadas. Uma peça arrastada da Paleta para o Visualizador automaticamente
ocupa o seu lugar na árvore da janela Componentes, e a janela Propriedades é preenchida com os dados
do componente. Veja a figura.

Antes de colocar um componente

Árvore de
componentes vazia

Tela vazia

Após colocar um componente

Figura 44 – Dinâmica da interação entre as janelas

36
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

2.1.1 Paleta

A Paleta inclui componentes de interface do usuário, aqueles que aparecem na tela do dispositivo.
Os componentes são as peças do seu aplicativo que executam ações para você. O ponto inicial de tudo
que será utilizado no aplicativo é a Paleta, pois é nela que estão todos os componentes.

Na figura a seguir, é possível ver a região da tela denominada Paleta, em que encontramos itens
que podem ser adicionados à tela. A Paleta está subdividida em categorias, conforme indicado no
próximo quadro.

Figura 45 – Paleta ou interface com o usuário

Quadro 1 – Funcionalidades das guias da Paleta

Guia Finalidade
Contém componentes visíveis com os quais o usuário pode interagir,
Interface de Usuário como botão, rótulo e imagem
Contém componentes de layout que são usados para organizar
Organização os componentes
Contém componentes não visíveis, como câmera, filmadora,
Mídia SoundRecorder e TextToSpeech
Desenho e Animação Contém componentes que podem ser usados para animação
Permite a inclusão de mapas para possibilitar ao usuário do aplicativo
Maps interagir com eles
Inclui componentes que podem se comunicar com os sensores Android,
Sensores como bússola e acelerômetro

37
Unidade I

Guia Finalidade
Social Inclui componentes sociais, como mensagens de texto e Twitter
Contém recursos de armazenamento para a leitura ou para
Armazenamento a gravação de dados
Inclui componentes para a conexão com a web ou com outros
Conectividade aplicativos; nesta área, o programador pode adicionar as funções
relacionadas ao bluetooth do smartphone
Inclui componentes que permitem criar uma relação entre o aplicativo
Lego® Mindstorms® e os equipamentos da Lego, que fornecem controle de robôs Lego
Mindstorms NXT
Por enquanto, inclui recursos de armazenamento de dados na internet,
Experimental ainda em caráter experimental
Permite incluir funções desenvolvidas por outros programadores ao
Extension aplicativo, como a barra deslizante de menu

Paleta: Interface de Usuário e Organização

Os dois principais grupos da Paleta que têm componentes visíveis são a Interface de Usuário e
a Organização. Veja a figura.

Figura 46 – Guias Interface de Usuário e Organização

38
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

No quadro a seguir, temos as funções e as imagens dos componentes da Interface de Usuário. Alguns
componentes ativam outras telas. Temos um componente não visível, o Notificador, que é mostrado
apenas por meio da ação dos blocos.

Quadro 2 – Funções dos componentes do grupo Interface de Usuário

Componente Função Imagem Interação

Botão com capacidade de


Botão detecção de cliques

Detecta toque do usuário e


altera seu estado booleano
CaixaDeSeleção (selecionado ou não
selecionado) em resposta

Botão que, quando clicado,


abre uma caixa de diálogo
EscolheData para permitir ao usuário
selecionar uma data
no calendário

Componente para
Imagem exibição de imagens e
animações básicas

Componente usado para


Legenda mostrar texto

Botão que, ao ser clicado,


mostra uma lista de textos
EscolheLista para o usuário escolher em
uma tela inteira

Componente visível que


permite colocar uma lista
VisualizadorDeListas de elementos de texto do
dispositivo para exibição

Abre uma janela de


Notificador mensagens de alerta e cria Não visível
entradas de log do Android

Caixa de texto que oculta o


CaixaDeSenha texto que foi digitado

Mostra um
Deslizador controle deslizante

39
Unidade I

Componente Função Imagem Interação

Exibe uma caixa de diálogo


ListaSuspensa com uma lista de elementos
para escolha

O componente tem um
estado ligado (verdadeiro) e
um estado desligado (falso);
Switch também gera um evento
quando o usuário o toca
para alternar entre
os estados
Os usuários inserem texto
CaixaDeTexto por este componente

Botão que, ao ser clicado,


abre uma caixa de diálogo
EscolheHora para permitir que o usuário
selecione um horário

Componente para
NavegadorWeb visualização de páginas
da web

O grupo Organização da Paleta é importante na organização da tela. Os componentes desse


grupo servem para posicionar, na tela, componentes como imagens ou botões colocados ou até
mesmo outros organizadores dentro dele. Esses objetos servem para alinhar nossos componentes
na tela, conforme mostra o quadro a seguir.

Quadro 3 – Funções do grupo Organização da Paleta

Organizador Função
Exibe um grupo de componentes dispostos da
OrganizaçãoHorizontal esquerda para a direita
HorizontalScrollArrangement Faz a OrganizaçãoHorizontal com barra deslizante
OrganizaçãoEmTabela Exibe um grupo de componentes de forma tabular
Exibe um grupo de componentes dispostos de cima
OrganizaçãoVertical para baixo
VerticaIScrollArrangement Faz a OrganizaçãoVertical com barra deslizante

Os arranjos ou organizadores exigem um pouco de atenção para o bom entendimento do seu uso.

Na OrganizaçãoHorizontal, os componentes são dispostos ao longo do eixo horizontal, alinhados


verticalmente no centro.
40
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Se a propriedade Altura da OrganizaçãoHorizontal for definida como Automático, a altura real


do arranjo será determinada pelo componente mais alto do arranjo, cuja propriedade Altura não
está definida como Preencher principal.

Por exemplo, na figura a seguir, temos uma OrganizaçãoHorizontal com um botão, uma caixa
de seleção e um switch colocados no seu interior. Na janela Componentes, temos a Screen1,
que é a tela do nosso dispositivo. Dentro dela, temos uma OrganizaçãoHorizontal e, dentro dessa
OrganizaçãoHorizontal, temos um botão, uma caixa de seleção e um switch.

Figura 47 – OrganizaçãoHorizontal com um botão, uma caixa de seleção e um switch

A altura da OrganizaçãoHorizontal está ajustada ao botão, que é o elemento mais alto, e os três
estão alinhados ao topo. Veja a figura.

Figura 48 – Alteração da propriedade Altura do botão

Ao trocar a propriedade Altura do botão, temos um resultado em princípio inesperado. Veja a figura.

Figura 49 – Resultado ao alterar a propriedade Altura do botão

41
Unidade I

A explicação do resultado apresentado na figura anterior é a esperada. A propriedade Preencher


principal ajusta a dimensão do organizador em que o componente Botão está incluído. No caso, a altura
não é mais fixa. Assim, o componente mais alto passa a ser a caixa de seleção.

Um exemplo extremo é alterar as propriedades Altura e Largura do componente OrganizaçãoHorizontal


para Preencher principal. Veja a figura.

Figura 50 – Alteração das propriedades Altura e Largura da OrganizaçãoHorizontal

O resultado pode ser visto na figura a seguir.

42
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 51 – OrganizaçãoHorizontal com a altura e a largura preenchendo o principal

Com as propriedades da OrganizaçãoHorizontal alteradas, observamos que as bordas da organização


são as bordas da própria tela. Como a propriedade Altura do botão não foi alterada (Preencher principal),
temos um botão alto, pois o principal do botão é a altura da OrganizaçãoHorizontal.

O exemplo da OrganizaçãoHorizontal também pode ser aplicado à OrganizaçãoVertical. Veja a figura.

Figura 52 – OrganizaçãoVertical com um botão, uma caixa de seleção e um switch

Paleta: outros componentes

Outro grupo da Paleta é a Mídia, em que temos os componentes de áudio e vídeo.

No grupo Desenho e Animação estão os componentes que permitem a interação dinâmica do usuário
com a tela para fazer jogos.

43
Unidade I

O grupo Maps corresponde aos componentes que envolvem mapas e marcadores.

Os componentes de geolocalização estão na guia Sensores, juntamente com as outras interfaces do


dispositivo com o mundo externo.

O grupo Social apresenta os componentes de relacionamento interpessoal.

Há um grupo que trata da persistência ou do armazenamento de dados ao sair do aplicativo.

A ligação entre dispositivos via bluetooth está no grupo Conectividade.

O grupo Experimental, por enquanto, trata do acesso ao banco de dados Firebase.

O que dissemos pode ser visto nos quadros a seguir.

Quadro 4 – Mídia: grupo de componentes

Grupo Componente Finalidade

Componente para gravar um vídeo usando a câmera


CâmeraDeVídeo de vídeo do dispositivo

Componente da câmera para tirar uma foto


Câmera no dispositivo
Componente com a finalidade de exibir a galeria de
Escolhelmagem imagens do dispositivo, de modo que o usuário possa
escolher uma imagem

Componente multimídia que reproduz áudio e


Tocador controla o toque do telefone

Componente que reproduz arquivos de som e,


opcionalmente, vibra pelo número de milissegundos
Som (milésimos de segundo) especificado no editor
de blocos
Gravador Componente multimídia que grava áudio

Componente que ouve o usuário falando e converte


ReconhecedorDeVoz o áudio falado em texto usando o recurso de
reconhecimento de voz do dispositivo

TextoParaFalar Reproduz determinado texto em voz alta


ReprodutorDeVídeo Componente para reproduzir vídeos
Componente para traduzir palavras e frases entre
diferentes idiomas; este componente necessita de
TradutorYandex acesso à internet, pois solicitará traduções ao serviço
Yandex.Translate

44
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Quadro 5 – Desenho e Animação: grupo de componentes

Grupo Componente Finalidade

Um sprite redondo que pode ser colocado na tela


de pintura, em que pode reagir a toques e arrastar,
Bola interagir com outros sprites (outras bolas) e as bordas,
além de se mover de acordo com os valores definidos
na propriedade ou tempo de execução

Um painel retangular sensível ao toque bidimensional


Pintura no qual o desenho pode ser feito e os sprites podem
ser movidos

Uma imagem que pode ser colocada na tela de


pintura, em que pode reagir a toques e arrastar,
Spritelmagem interagir com outros sprites (outras bolas) e as bordas,
além de se mover de acordo com os valores definidos
na propriedade ou tempo de execução

Quadro 6 – Maps: grupo de componentes

Grupo Componente Finalidade

Visualiza um círculo de dado raio, em metros,


Circle centrado na latitude e na longitude

Agrupa um ou mais recursos do mapa; quaisquer


eventos que ocorram em um recurso na coleção
também irão disparar o evento correspondente no
FeatureCollection componente da coleção; FeatureCollections podem
ser carregados de recursos externos para preencher
mapas com conteúdo; GeoJSON é o único formato
compatível no momento
Serve para desenhar uma sequência aberta e contínua
LineString de linhas no mapa

Map Insere um mapa na tela do dispositivo

Indica pontos no mapa que podem ser personalizados


Marker de várias maneiras, como usando imagens
personalizadas dos ativos do aplicativo

Gera direções entre dois locais usando um serviço


chamado OpenRouteService; é necessário fornecer
Navigation uma chave de API, a ser obtida em
https://openrouteservice.org

Inclui uma área bidimensional arbitrária no mapa;


Polygon serve para desenhar um perímetro

É um polígono com latitudes e longitudes fixas para


Rectangle os limites norte, sul, leste e oeste

45
Unidade I

Quadro 7 – Sensores: grupo de componentes

Grupo Componente Finalidade


Pode detectar tremores e medir a aceleração
SensorAcelerômetro aproximadamente em três dimensões
CódigoDeBarras Reconhece um QR code e recupera o texto codificado
Mede a pressão do ar ambiente se houver o
Barometer hardware necessário
Fornece o instante no tempo usando o relógio interno
do dispositivo; pode disparar um cronômetro em
Temporizador intervalos regulares e realizar cálculos de tempo,
manipulações e conversões
GyroscopeSensor Fornece dados do sensor giroscópio do dispositivo
Mede a umidade relativa do ar ambiente, se
Hygrometer compatível com o hardware
LightSensor Mede o nível de luz
Informa a localização, incluindo latitude, longitude,
altitude (se disponibilizada pelo hardware), velocidade
(se disponibilizada pelo hardware) e endereço;
SensorDeLocalização também pode realizar a geocodificação, convertendo
determinado endereço em um par de coordenadas
(latitude e longitude)
Mede a força e o vetor do campo magnético se o
MagneticFieldSensor dispositivo permitir
Componente não visível para fornecer recursos
NFC (tecnologia de troca de dados sem fio por
aproximação entre dois dispositivos); por enquanto,
NearField este componente oferece apenas suporte à leitura e
gravação de tags de texto (se compatível com
o dispositivo)
Usa um componente de sensor de orientação para
SensorDeOrientação determinar a orientação espacial do dispositivo
Pedometer Contagem dos passos usando o acelerômetro
Pode medir a proximidade de um objeto (em cm) em
relação à tela de visualização de um dispositivo; é
normalmente usado para determinar se um auricular
SensorDeProximidade do celular está sendo colocado perto do ouvido
de uma pessoa, ou seja, permite determinar a que
distância um objeto está de um dispositivo
Mede a temperatura do ar ambiente, se o
Thermometer hardware permitir

46
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Quadro 8 – Social: grupo de componentes

Grupo Componente Finalidade

Botão que, ao ser clicado, exibe uma lista para


EscolheContato escolher o contato
Caixa de texto que, ao ser clicada, exibe uma lista
EscolheEmail para escolher o email de contato

Componente não visível que faz chamada


Ligação telefônica controlado por blocos

Botão que, ao ser clicado, exibe uma lista para


EscolheNúmeroDeTelefone escolher o número de telefone dos contatos
Componente não visível que permite o
compartilhamento de arquivos e/ou mensagens
entre o seu aplicativo e outros aplicativos
instalados em um dispositivo; o componente
exibirá uma lista dos aplicativos instalados que
Compartilhamento podem lidar com as informações fornecidas
e permitirá ao usuário escolher um para
compartilhar o conteúdo – por exemplo, um
aplicativo de email, um aplicativo de rede social,
um aplicativo de texto, SMS, Facebook etc.

MensagensSMS Ativa o envio de mensagem SMS

Componente não visível que permite a


Twitter comunicação com o Twitter

Quadro 9 – Armazenamento: grupo de componentes

Grupo Componente Finalidade

Componente não visível que permite armazenar


CloudDB dados em um servidor de banco de dados
conectado à internet (usando o software Redis)
Componente não visível para armazenamento e
Arquivo recuperação de arquivos; use este componente
para gravar ou ler arquivos no dispositivo
Componente não visível que armazena dados
TinyDB para um aplicativo
Componente que se comunica com um serviço
da web para armazenar e recuperar informações;
ele é muito limitado e tem como objetivo
TinyWebDB principal uma demonstração para pessoas que
desejam criar seus próprios componentes que se
comunicam com a web

47
Unidade I

Quadro 10 – Conectividade: grupo de componentes

Grupo Componente Finalidade


Componente que inicia outro aplicativo App Inventor
IniciadorDeAtividades for Android
Componente que conecta seu dispositivo a outros
ClienteBluetooth dispositivos usando bluetooth

Componente que transforma seu dispositivo em um


ServidorBluetooth servidor que recebe conexões de outros aplicativos
que usam o ClienteBluetooth
Serial Componente para porta serial
Componente não visível que fornece funções para
Web solicitações HTTP GET, POST, PUT e DELETE

Quadro 11 – Experimental: grupo de componentes

Grupo Componente Finalidade

Componente que se comunica com um serviço da


FirebaseDB Web para armazenar e recuperar informações

2.1.2 Visualizador

O Visualizador é uma previsão da aparência da tela do nosso aplicativo no dispositivo após a


instalação. Conforme os componentes são arrastados para o Visualizador, eles são automaticamente
adicionados ao projeto. A característica do componente inserido será introduzida na tela, caso seja
visível, como o botão da figura a seguir, ou sob a tela, caso seja não visível, como o reconhecedor de voz.

Figura 53 – Tela do Visualizador com componentes visível e não visível

48
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

2.1.3 Componentes

A janela Componentes lista todos os componentes adicionados ao Visualizador. Todos os componentes


são listados abaixo da tela na estrutura de árvore. Por meio do aninhamento de organizadores, é possível
montar estruturas complexas de layout na tela do dispositivo. Veja a figura.

Figura 54 – Layout montado e estrutura montada na janela Componentes

A janela Componentes também permite o acesso rápido aos objetos. Ao dar um clique, o objeto
ficará selecionado também nas janelas do Visualizador e das Propriedades.

Abaixo da árvore, existem dois botões: Renomear e Apagar.

Renomear objetos com um nome descritivo é uma prática recomendável, pois:

• torna mais fácil entender o código do nosso aplicativo;

• auxilia a compreender sua função no aplicativo quando se renomeiam os componentes de acordo


com seu tipo (botão) e sua função (atualizar);

49
Unidade I

• ajuda outros programadores a ler e a entender nosso código, principalmente em projetos colaborativos;

• facilita a identificação dos objetos dentro do conjunto do aplicativo, seja na árvore de componentes,
seja na tela de blocos.

Para realizar o procedimento, basta escolher o componente e clicar no botão Renomear, que abrirá
o notificador da figura.

Figura 55 – Notificador de Renomear Componente

2.1.4 Mídia

A Mídia é uma janela que fica abaixo da janela Componentes.

As mídias não são componentes propriamente ditos, mas anexos externos que são associados como
propriedades dos componentes. Esses anexos são arquivos de áudio, foto e vídeo. Veja a figura.


Figura 56 – Sequência para a inserção de mídia

50
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Saiba mais

Quais são as mídias suportadas pelo App Inventor? A compatibilidade


das mídias é definida pelo sistema operacional. São muitos os tipos e os
formatos de mídia. A relação completa para Android está disponível na
página indicada a seguir.

FORMATOS de mídia compatíveis. Developers, 27 dez. 2019. Disponível


em: http://bit.ly/3qjcOBW. Acesso em: 19 mar. 2021.

2.1.5 Propriedades

A janela Propriedades permite definir diferentes propriedades para os componentes, como altura,
largura, cor, texto e fundo. Quando qualquer componente é adicionado ao projeto ou é selecionado
na janela Componentes, suas respectivas propriedades são mostradas na janela Propriedades. Essas
propriedades podem ser configuradas de acordo com o requisito.

Propriedades: como configurar

Os objetos e os componentes são definidos por um conjunto de propriedades. Cada um dos


componentes tem o seu conjunto de propriedades, e cada objeto colocado no projeto tem os valores das
propriedades independentes dos outros objetos do projeto. Assim, dois botões têm o mesmo conjunto
de propriedades, mas o valor contido nas propriedades é exclusivo de cada um deles.

As propriedades são slots (espaços) de memória para armazenar informações sobre os objetos.

Objetos visíveis, por exemplo, têm grandezas, como altura e largura, ou características, como cor e
alinhamento, que em conjunto definem como eles aparecem na tela. Veja a figura.

Figura 57 – Tela de Propriedades de um objeto visível

51
Unidade I

Cada uma das propriedades pode ser alterada no editor de blocos durante a execução do aplicativo.
Portanto, as propriedades são apenas as condições iniciais do aplicativo.

2.2 Criação do app para a demonstração de componentes

Vamos mostrar detalhadamente a construção de uma tela semelhante a uma tela que já fizemos.

Um novo projeto deve ser criado no App Inventor. Na tela Meus Projetos, clique no botão Iniciar
novo projeto e batize o projeto como Exercicio01 (ou use um nome alternativo). Veja a figura.

Figura 58 – Iniciando um novo projeto

Na tela do Designer, do grupo Organização da Paleta, arraste o componente OrganizaçãoVertical


para Screen1. Veja a figura.

Figura 59 – Inserindo uma OrganizaçãoVertical na tela

52
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Na janela Propriedades, altere a largura da organização para 100%. Os dispositivos móveis não têm
tamanho de tela padronizada; vão desde pequenos celulares até grandes tablets. Assim, a formatação
deve ser flexível (dada por um percentual do tamanho da tela). Colocar um botão ou um componente
fixo em um ponto da tela de um dispositivo não significa que isso ficará esteticamente melhor. Dessa
forma, o importante é trabalhar com proporções. Veja a figura.

100%

Figura 60 – Mudança da propriedade Largura da organização para 100%

Para entender o funcionamento das dimensões relativas, temos nas Propriedades o seguinte:
Automático, Preencher principal, pontos e percentagem. Veja o quadro.

Quadro 12 – Ajustes das propriedades dimensionais

Referência Finalidade
Automático Ajusta ao conteúdo
Ajusta ao espaço livre em relação
Preencher principal ao componente imediatamente pai
pontos Tamanho fixo em pixels
Percentual em relação ao tamanho
percentagem da tela do dispositivo

A altura também precisa ser alterada para 100%. Assim, a OrganizaçãoVertical ocupará todo o
fundo da tela do dispositivo, conforme se vê na figura.

53
Unidade I

100%

Figura 61 – OrganizaçãoVertical ocupando 100% da altura e 100% da largura

A partir do grupo Organização da Paleta, arraste duas OrganizaçõesHorizontais para dentro da


OrganizaçãoVertical. Observe duas coisas. As OrganizaçõesHorizontais ficaram dispostas verticalmente
no Visualizador. Na janela Componentes, as duas OrganizaçõesHorizontais aparecem em um nível
hierárquico abaixo da OrganizaçãoVertical. Veja a figura.

Figura 62 – Inclusão de duas OrganizaçõesHorizontais

54
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Nos dois organizadores horizontais, faça a alteração das dimensões. Veja o quadro.

Quadro 13 – Propriedades das OrganizaçõesHorizontais

Objeto Propriedade Valor


OrganizaçãoHorizontal1 Largura Preencher principal
OrganizaçãoHorizontal1 Altura 50%
OrganizaçãoHorizontal2 Largura Preencher principal
OrganizaçãoHorizontal2 Altura Preencher principal

Para alterar as propriedades dos componentes, basta clicar no objeto na janela Componentes,
conforme mostra a figura a seguir.

Figura 63 – Alteração das propriedades das OrganizaçõesHorizontais

Na OrganizaçãoHorizontal1, arraste uma imagem da paleta Interface de Usuário. Observe que a


imagem está abaixo da OrganizaçãoVertical1 e da OrganizaçãoHorizontal1. Veja a figura.

Figura 64 – Inserindo uma imagem na OrganizaçãoHorizontal

55
Unidade I

Na metade superior, queremos ter uma foto do lado esquerdo e duas fotos dispostas verticalmente
do lado direito. Já temos a imagem do lado esquerdo. Para colocarmos as duas fotos na vertical, é
necessário colocar um organizador vertical do lado direito. Assim, arraste uma OrganizaçãoVertical para
o lado direito da Imagem1. Altere as propriedades da dimensão. Veja as figuras e o quadro a seguir.

Figura 65 – Inserindo uma OrganizaçãoVertical depois da Imagem1

Quadro 14 – Propriedades alteradas da OrganizaçãoVertical2

Objeto Propriedade Valor


OrganizaçãoVertical2 Largura 50%
OrganizaçãoVertical2 Altura Preencher principal

Figura 66 – Inserção de duas imagens na OrganizaçãoVertical2

Insira uma legenda na OrganizaçãoHorizontal2, conforme as indicações do quadro a seguir.

56
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Quadro 15 – Alteração de propriedades dos objetos

Objeto Propriedade Valor


Imagem1 Altura Preencher principal
Imagem1 Largura Preencher principal
Imagem1 Imagem pdm0001.jpg
Imagem2 Altura Preencher principal
Imagem2 Largura Preencher principal
Imagem2 Imagem pdm0002.jpg
Imagem3 Altura Preencher principal
Imagem3 Largura Preencher principal
Imagem3 Imagem pdm0003.jpg
OrganizaçãoHorizontal2 Imagem pdm0004.jpg
OrganizaçãoHorizontal2 AlinhamentoHorizontal Centro
Legenda1 FonteNegrito Marcar
Legenda1 FonteItálico Marcar
Legenda1 TamanhoDaFonte 60
Legenda1 Texto PDM
Legenda1 CorDeTexto Amarelo
Screen1 Título Projeto Exercício

Feitas as configurações apontadas, o projeto estará pronto. Na figura a seguir, vê-se a situação
do projeto. Observe a janela Componentes e a árvore da hierarquia das organizações e das imagens.

Figura 67 – Situação final do projeto

57
Unidade I

A figura a seguir mostra a visualização do projeto na tela de um dispositivo móvel.

Figura 68 – Screenshot do projeto pronto

3 BLOCOS

É no editor de blocos que são programados a lógica dos aplicativos e seu comportamento. Nesse
editor, estão presentes todos os componentes que foram adicionados no Designer.

Assim como o Designer, o editor de blocos oferece uma interface de arrastar e soltar. Nesse caso, para
programar o comportamento do aplicativo, juntam-se blocos, de maneira semelhante ao que fazemos
em um quebra-cabeça.

Saiba mais

Antes de começar este módulo, é recomendável jogar o labirinto do site


indicado a seguir.

Jogos do Blockly. Disponível em: http://bit.ly/3qQwexY. Acesso em:


19 mar. 2021.

58
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Em ambientes de programação tradicionais, você precisa digitar o código de programação para


desenvolver o aplicativo em uma linguagem computacional, como Python, C ou Java. O App Inventor
permite que os desenvolvedores iniciantes criem aplicativos de forma relativamente rápida, arrastando
e soltando blocos de código na tela, em vez de digitando o programa.

Os blocos do App Inventor incorporam a mesma lógica de programação que seria usada na escrita do
código em ambientes baseados em texto. Isso significa que os conceitos de programação aqui utilizados
serão úteis futuramente na codificação nas linguagens tradicionais.

A programação por blocos segue uma sequência linear de comandos de cima para baixo, e cada
bloco executa uma ação. Veja a figura.

Comando 1

Comando 2

Comando 3

Comando 4

Figura 69 – Na programação tradicional, os comandos seguem uma sequência linear.


O mesmo conceito corresponde à sequência dos blocos

Assim, os blocos são a linguagem de programação do App Inventor. Os encaixes horizontais são
feitos para a passagem de valores. O resultado do bloco da direita é passado para o bloco da esquerda
pelo encaixe. Veja a figura.

Bloco que recebe uma informação Ponto de


encaixe Bloco que retorna um resultado

Ponto de Clique para


encaixe opções adicionais

Figura 70 – Montagem dos blocos de programação

A maioria dos blocos tem formato estático, ou seja, sua forma não pode ser alterada. Mas existem
alguns blocos que são mutantes, isto é, sua forma pode variar sem perder o seu conceito básico.
Conforme mostrado na figura a seguir, os blocos mutantes têm um ícone azul.

59
Unidade I

Ícone do
comutador

Clicar no Arrastar o bloco


comutador para o local a
para abrir a ser alterado
ferramenta

Figura 71 – Alteração do formato básico do bloco

O comutador pode mudar também a quantidade de parâmetros de um bloco. Veja a figura.

Figura 72 – O comutador pode ser utilizado para aumentar o número de parâmetros

O estilo de programação do App Inventor é, muitas vezes, chamado de programação dirigida por
eventos (WOLBER et al., 2011). Isso significa que a execução dos aplicativos e das funções é baseada em
reações a eventos.

Observação

Vejamos definições de termos pertinentes aos assuntos aqui tratados.

• Evento: algo que acontece em um aplicativo por meio da ação do


usuário (por exemplo, clicar em um botão, tocar na tela ou mover
o telefone) ou por meio de alguma outra ação do mundo real (por
exemplo, receber uma mensagem de texto ou chamada telefônica).
60
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

• Manipulador de eventos: elemento de software que responde a um


evento, como o bloco Botão.

• Programação orientada a eventos ou dirigida por eventos:


refere-se à escrita de aplicativos em que o controle depende de como
o programa responde a vários eventos.

• Loop de eventos: indica que os dispositivos móveis são projetados


para escutar constantemente a ocorrência de eventos e, em seguida,
responder a esses eventos.

• Interface gráfica de usuário (GUI): contém janelas, botões


e outros componentes que o usuário pode usar para interagir
com um aplicativo.

• Sistemas operacionais: softwares, como os sistemas operacionais


Android ou iOS, que intermedeiam a interação entre os aplicativos
móveis e o hardware subjacente.

Conforme os eventos ocorrem, o aplicativo reage, chamando uma sequência de funções. Vale notar
que funções são ações que você pode executar com um ou mais componentes. Podem ser operações do
tipo enviar um texto SMS ou operações do tipo alterar uma propriedade (como alterar o texto em um
rótulo da interface do usuário). Um conjunto de funções é executado em resposta ao manipulador de
eventos. Veja a figura.

Figura 73 – Laço (loop) do evento

61
Unidade I

Os eventos não são iniciados necessariamente pela ação do usuário final. Um aplicativo pode:

• reagir a eventos que acontecem dentro do dispositivo, como alterações em seu sensor de
orientação e no relógio (ou seja, temporizadores);

• responder a eventos com origem externa ao dispositivo, como uma mensagem de texto, uma
chamada recebida de outro telefone ou a chegada de dados da web.

Nesse sentido, observe a figura.

Satélite
GPS

Sensores

Web

Usuário
Relógio

Outros
dispositivos

Figura 74 – O aplicativo pode responder tanto a eventos internos quanto a eventos externos

3.1 Conceito de programação: comportamento

O comportamento define como o aplicativo deve responder a eventos.

Conforme vimos, a programação segue, sequencialmente, de cima para baixo. Vamos usar esse
conceito de programação como comportamento. No caso do App Inventor, todo comportamento sempre
é iniciado por um evento. Veja a figura.

Evento

Comando 1

Comando 2

Comando 3

Comando 4

Figura 75 – Um comportamento é disparado por um evento

62
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Um aplicativo, então, é uma coleção de comportamentos que são acionados por eventos. Veja a figura.

Evento 2

Evento 1 Comando 1

Comando 1 Comando 2
Evento 3
Comando 2 Comando 3
Comando 1
Comando 3
Comando 2
Comando 4
Comando 3

Comando 4
Evento 61 Evento 14
Evento 1
Comando 1 Comando 1
Comando 1
Comando 2
Comando 2
Evento 14
Comando 3
Comando 1
Comando 4
Comando 2

Figura 76 – Aplicativo é um conjunto de comportamentos

3.2 Tipos de evento

O App inventor tem cinco tipos de evento. Como dito anteriormente, não é somente o usuário que
inicia um evento. Antes de começar a colocar os blocos, é interessante saber mais sobre esses eventos.
Uma maneira fácil de procedermos a esse entendimento é pensando em termos de exemplos, como
mostrado no quadro a seguir.

Quadro 16 – Eventos e exemplos

Tipo de evento Exemplo


Evento iniciado pelo usuário Quando o usuário clicar no Botão1, faça…
Evento de inicialização Quando o aplicativo for iniciado, faça…
Evento de timer Após 20 milissegundos, faça…
Evento de animação Quando dois objetos colidirem, faça…
Evento externo Quando o telefone receber uma mensagem de texto, faça…

63
Unidade I

Formalmente, vamos ver cada um dos tipos de evento.

Evento iniciado pelo usuário

Eventos iniciados pelo usuário são os tipos mais comuns. Veja a figura.

Figura 77 – Evento iniciado pelo usuário: clique no botão

O conjunto de blocos da figura, ao receber o evento acionado pelo usuário (clique no botão), executa
sequencialmente os dois blocos internos.

Evento de inicialização

Às vezes, o aplicativo precisa executar determinadas funções automaticamente quando o aplicativo


começa. Para isso, utilizam-se os eventos de inicialização. Veja a figura.

Figura 78 – Quando a Screen1 é aberta, o evento de inicialização é disparado

Situações como a leitura de senha e a verificação de dados do usuário cadastrados necessitam ser
conferidas sempre que o aplicativo for acionado.

Na figura, temos o bloco que captura o evento disparado quando a Screen1 é aberta.

Evento de timer

No evento de timer, alguma atividade em um aplicativo é acionada pela passagem do tempo.


Veja a figura.

Figura 79 – Evento acionado por temporizador

64
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

O relógio interno do dispositivo, o temporizador, dispara gatilhos, pulsos e eventos de tempos em


tempos, conforme determinado pela propriedade. No bloco da figura, ao receber o evento do relógio,
chama-se a rotina de encerrar o jogo.

Evento de animação

Os eventos de animação correspondem a atividades que envolvem objetos gráficos (sprites) dentro
de telas para acioná-los. Veja a figura.

Figura 80 – Tratamento de evento gráfico

Na figura, temos um dos blocos de eventos gráficos. Choques, interação entre cores e posicionamentos
dentro da tela de pintura geram eventos de animação.

Evento externo

Os eventos externos são atividades iniciadas por uma mensagem, uma ligação, uma resposta da
internet etc. Veja a figura.

Figura 81 – Evento disparado exteriormente

Na figura anterior, o bloco somente será executado se uma mensagem de texto for recebida.

3.3 Componentes dos blocos

Como vimos em item anterior, o acesso à tela do editor de blocos é feito ao darmos um clique no
botão Blocos no canto superior direito da tela. A tela é composta por três janelas, indicadas a seguir.

• Mídia. Lista os arquivos de mídia carregados.

• Blocos. Disponibiliza os blocos internos e os blocos das ações e respostas dos componentes
utilizados no Designer.

65
Unidade I

• Visualizador. É a área de trabalho em que os blocos são montados. Nele, destacam-se a lata de
lixo, em que são descartados os blocos desnecessários, e a mochila, em que são armazenados
blocos para o compartilhamento entre projetos.

Observe a figura.

Figura 82 – Janelas do editor de blocos

Blocos internos

Os blocos internos são adicionados para alterar os comportamentos gerais do seu aplicativo. Para
isso, arraste-os para o visualizador de blocos e responda ao seu evento correspondente. Veja a figura.

Figura 83 – Blocos internos

Os blocos internos estão divididos em grupos segundo suas características, como na Paleta
do Designer.

No grupo Controle estão os blocos que alteram o fluxo do programa, conforme o quadro a seguir.

66
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Quadro 17 – Grupo Controle

Bloco Comando Comportamento


Testa determinada condição. Se a condição
for verdadeira, executa as ações em certa
se/então sequência de blocos; caso contrário, os
blocos são ignorados

Testa determinada condição. Se a condição


for verdadeira, executa as ações na sequência
se/então/senão de blocos do então; caso contrário, executa
as ações na outra sequência de blocos

Testa determinada condição. Se o resultado


for verdadeiro, executa as ações na sequência
de blocos do primeiro então; caso contrário,
testa a instrução na seção “senão, se”. Se o
se/então/senão, se/então/senão resultado for verdadeiro, executa as ações na
sequência de blocos do segundo então; caso
contrário, executa as ações na sequência de
blocos do senão

Executa repetidas vezes os blocos do


fazer, contando o número para cada valor
numérico no intervalo, começando desde o
valor informado e terminando até o valor
para cada número desde informado, realizando incrementos pelo
passo definido. Use o nome de variável
fornecido, número, para se referir ao valor
atual. Você pode alterar o nome número para
outro nome
Executa repetidamente os blocos na seção
fazer para cada item da lista. Use o nome de
variável fornecido, item, para se referir ao
para cada item na lista item da lista encaixada. Você pode alterar o
nome item para outro nome conforme
a necessidade
Executa os blocos na seção fazer para cada
entrada de valor key (chave) no dicionário.
for each key with value in Use as variáveis fornecidas, key e value, para
dictionary (para cada chave com o se referir à chave e ao valor da entrada do
valor no dicionário) dicionário atual. Você pode alterar os nomes
key e value
Testa a condição lógica testar. Se verdadeiro,
executa a ação fornecida em fazer e testa
enquanto novamente. Quando o teste é falso, o bloco
termina e a ação fornecida em fazer não é
mais executada
Testa determinada condição lógica. Se for
verdadeira, executa as ações da sequência
de blocos de então e devolve o valor do
se/então/senão resultado; caso contrário, executa as ações
na sequência do senão e devolve o valor
do resultado

67
Unidade I

Bloco Comando Comportamento


Às vezes, em um procedimento, o resultado
de vários blocos de códigos precisa ser
fazer/resultado retornado por um conector. Nesse caso,
utiliza-se este bloco. Ele pode ser alternativa
à criação de um novo procedimento
Fornece um “soquete fictício” para encaixar
um bloco que tem um plugue à esquerda
e que retorna um valor, o qual não será
considerado. O bloco que você encaixa
avaliar, mas ignorar resultado será executado, mas o resultado retornado
será ignorado. O uso típico é a execução
de funções que são necessárias, mas que
retornam valores
Abre a tela com o nome fornecido.
O nomeDaTela, que deve ser de uma das telas
criadas com o Designer, deve ser inserido em
um componente Texto e digitado exatamente
como nomeado no Designer.
As maiúsculas e minúsculas são importantes.
abrir outra tela Os desenvolvedores de aplicativos nunca
devem fechar a Screen1 ou usar este bloco
para retornar à Screen1. Se você abrir outra
tela, deverá fechá-la ao retornar à tela
principal para liberar memória do sistema.
Deixar aberta a outra tela ao sair pode causar
problemas de memória

abrir outra tela com valor inicial Abre outra tela e passa um valor para ela

Retorna o texto simples que foi passado


para esta tela quando foi iniciado por outro
aplicativo. Se nenhum valor for passado, ele
obter texto puro inicial retorna o texto vazio. Para aplicativos de tela
múltipla, use obter valor inicial em vez de
obter texto puro inicial
Retorna o valor inicial fornecido para a tela
atual. Esse valor é fornecido usando-se abrir
obter valor inicial outra tela com valor inicial ou fechar tela
com valor

fechar tela Fecha a tela atual

Fecha a tela atual e passa o texto para o


aplicativo que a abriu. Este comando é para
retornar texto para atividades que não sejam
fechar tela com texto puro do App Inventor, não para telas do App
Inventor. Para telas do App Inventor, como
em vários aplicativos de tela, use fechar tela
com valor
Fecha a tela atual e retorna um valor para a
fechar tela com valor tela que a abriu

fechar aplicação Fecha o aplicativo

Utilizado para interromper repetições como


break para, para cada, enquanto e sair
sem terminar

Por uma questão de organização, veremos o grupo Variáveis antes dos outros.

68
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Define-se uma variável quando seu aplicativo precisa lembrar algo que não está sendo
armazenado dentro de uma propriedade de componente.

Considere o quadro a seguir.

Quadro 18 – Grupo Variáveis

Bloco Comando Comportamento


É usado para criar variáveis globais. A variável aceita
qualquer tipo de valor como argumento. O bloco é
independente porque as variáveis globais são usadas
inicializar global para em todos os procedimentos ou eventos. As variáveis
podem ser renomeadas neste bloco, e quaisquer
blocos associados terão a referência ao nome antigo
atualizada automaticamente
obter Devolve o valor armazenado na variável

ajustar para Atribui um valor para a variável

É um modificador que permite criar novas variáveis,


as quais são usadas apenas no procedimento que
inicializar local para você executa dentro do bloco. Dessa forma, todas as
variáveis neste procedimento começarão com o mesmo
valor cada vez que o procedimento for executado

No próximo exemplo, duas variáveis (pontos e incremento) são criadas e inicializadas com os
seus valores. Depois, o conteúdo dessas variáveis é somado, e o resultado é armazenado na variável
pontos. Veja a figura.

Figura 84 – Criação e operação com variáveis

Em comparações lógicas, podem ser feitas operações. Os blocos do grupo interno Lógica fazem
comparações e geram como resultado verdadeiro ou falso. Veja o quadro.

Quadro 19 – Grupo Lógica

Bloco Comando Comportamento

verdadeiro Representa o valor constante verdadeiro

falso Representa o valor constante falso

Executa a negação lógica, retornando falso se a


não entrada for verdadeira e verdadeiro se a entrada
for falsa

69
Unidade I

Bloco Comando Comportamento


Testa se seus argumentos são iguais:

– Dois números são iguais se forem


numericamente iguais; por exemplo, 1 é igual
a 1,0

– Dois blocos de texto são iguais se tiverem


os mesmos caracteres na mesma ordem, e
maiúsculas e minúsculas iguais; por exemplo,
banana não é igual a Banana
=
– Números e texto são iguais se o número for
numericamente igual a um número que seria
impresso com aquele texto; por exemplo, 12,0 é
igual ao resultado de juntar o primeiro caractere
de 1A ao último caractere de dia2

– Duas listas são iguais se tiverem o mesmo


número de elementos e os elementos
correspondentes forem iguais

≠ Testa para verificar se dois argumentos não


são iguais

Testa se todas as condições lógicas de um


e conjunto são verdadeiras

Testa se alguma das condições de um conjunto


ou de condições lógicas é verdadeira

As operações lógicas obedecem a regras comuns. Essas regras são chamadas de tabela-verdade.

A operação negação utiliza o bloco “não” e inverte o valor dos resultados lógicos. Como vemos
na figura a seguir, caso a condição seja não falsa (isto é, verdadeira), será executada a ação do
então, apresentando, na Legenda1, Verdadeiro. Caso a condição seja não verdadeira (isto é, falsa),
será executará a ação do senão, apresentando, na Legenda1, Falso.

Figura 85 – Tabela-verdade da negação

O operador “e” resulta em verdadeiro apenas quando todos os seus operandos forem verdadeiros.
Veja a figura.

70
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 86 – Tabela-verdade da operação “e”

O operador “ou” resulta em verdadeiro quando qualquer um dos operadores for verdadeiro.
Veja a figura.

Figura 87 – Tabela-verdade da operação “ou”

Vamos montar um simples teste para verificar as operações lógicas. Analisaremos algumas condições
de sobrevivência entre um super-herói e um ser humano normal. Para montar esse simples exemplo,
siga os passos mostrados no quadro a seguir.

71
Unidade I

Quadro 20 – Sequência de operações do Exemplo2

Passo Paleta Componente Operação


1 Interface de Usuário Legenda Arrastar para Screen1
2 Interface de Usuário Botão Arrastar para Screen1

Na figura a seguir, temos o resultado dos passos do quadro.

Figura 88 – Tela do Exemplo2

Na tela do editor de blocos, efetue a montagem dos blocos, conforme o que se vê no quadro.

Quadro 21 – Montagem dos blocos

Passo Paleta Componente Operação


1 Variáveis inicializar global Colocar o nome Tiro
2 Lógica verdadeiro Encaixar em inicializar Tiro
3 Variáveis inicializar global Colocar o nome Facada
4 Lógica verdadeiro Encaixar em inicializar Facada
5 Botão1 .Clique
6 Controle se/então/senão fazer de Botão1.Clique
7 Lógica e Encaixar em se de se/então/senão
8 Variáveis obter Preencher o 1º operador de “e” Tiro
9 Variáveis obter Preencher o 2º operador de “e” Facada
10 Legenda1 ajustar.Texto Encaixar em então de se/então/senão
11 Texto “ ” Encaixar em Legenda1 “Morreu”
12 Legenda1 ajustar.Texto Encaixar em senão de se/então/senão
13 Texto “ ” Encaixar em Legenda1 “Vivo”

Uma vez editados os blocos, o visualizador se apresenta como mostrado na figura a seguir.

72
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 89 – Blocos montados

Para fazermos o teste, podemos utilizar tanto o emulador quanto o AI2 Companion.

Na atual configuração, ao darmos um clique no botão da tela, o resultado é Morreu. Isso significa
que a pessoa que levou um tiro (verdadeiro) e uma facada morreu. Veja a figura.

Figura 90 – Tela ao clicar no Botão1

Dessa forma, alterando a inicialização das variáveis, podemos montar este quadro.

Quadro 22 – Resultado do exemplo utilizando “e”

Tomando tiro e facada, morre

Só tomando tiro, sobrevive

Só tomando facada, sobrevive

Sem tomar tiro e facada, sobrevive

73
Unidade I

Repetindo as alterações da inicialização das variáveis, porém mudando a operação para “ou”,
obtemos o quadro a seguir.

Quadro 23 – Resultado do exemplo utilizando “ou”

Tomando tiro e facada, morre

Só tomando tiro, morre

Só tomando facada, morre

Sem tomar tiro e facada, sobrevive

No nosso exemplo, no caso do “e”, a condicional pode ser utilizada para super-heróis que, para
morrer, precisam que ambas as condições aconteçam, ou seja, tomar facada e tomar tiro.

No exemplo, o “ou” se aplica ao caso de um personagem comum. Basta tomar ou uma facada
ou um tiro que ele é abatido.

As funções matemáticas são blocos para montar expressões. Como há muitas funções, somente
as principais e alguns blocos matemáticos são menus suspensos e podem ser convertidos em
diferentes blocos. Veja o quadro.

Quadro 24 – Grupo Matemática

Bloco Comando Comportamento

Valor Insere um valor numérico

Operações +-×÷
aritméticas

74
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Bloco Comando Comportamento

Potenciação ab

bitwise Toma dois números e compara cada par de bits

Retorna um valor inteiro aleatório entre os valores


inteiro aleatório fornecidos, inclusive os extremos do intervalo

fração Retorna um valor aleatório entre 0 e 1

Gera uma semente, que é uma sequência repetível


de números aleatórios. Assim, sempre gera a mesma
sequência de números aleatórios a partir da primeira
ajusta semente do conjunto aleatório com o mesmo valor.
É útil para testar programas que envolvem
valores aleatórios

Retorna o maior ou o menor valor e um conjunto


mín/máx de valores

Funções matemáticas

Retorna o módulo, o resto ou o quociente da divisão


Divisões de um número por outro

Funções
trigonométricas

Determina o número de casas decimais de


formatar decimal um número

O número será “traduzido” em outra base numérica,


Converte que pode ser decimal (também conhecido como
base 10), binária, octal ou hexadecimal

Conversão Conversão angular


trigonométrica

75
Unidade I

Bloco Comando Comportamento

Conversão
computacional

Retorna verdadeiro ou falso, conforme o tipo do


é número de entrada

Comparação de Retorna verdadeiro ou falso, conforme o resultado


grandezas da expressão avaliada

Os blocos de texto servem para manipular elementos textuais, ou seja, cadeias de caracteres
(letras, números ou símbolos). No App Inventor, os textos são considerados objetos. Veja o quadro.

Quadro 25 – Grupo Texto

Bloco Comando Comportamento

“ ” Contém uma cadeia de texto

Acrescenta todas as entradas para fazer um único texto.


juntar Se não houver entradas, retorna um texto vazio

Retorna o número de caracteres, incluindo espaços, no


comprimento texto. Esse é o comprimento do texto
Retorna se o texto contém ou não caracteres (incluindo
é vazio? espaços). Quando o comprimento do texto é 0, retorna
verdadeiro; caso contrário, retorna falso
Retorna se o primeiro texto é lexicograficamente
<, >, = ou ≠ em relação ao segundo texto, dependendo
de qual lista suspensa está selecionada. Um texto é
comparar textos considerado caractere a caractere maior que outro
se for alfabeticamente maior que o outro texto.
Essencialmente, viria depois no dicionário. Todas as letras
maiúsculas são consideradas menores que as minúsculas
Retorna removendo todos os espaços à esquerda ou à
aparar espaços direita do texto de entrada

maiúsculas/ Retorna uma cópia de seu argumento de texto


minúsculas convertido em maiúsculas/minúsculas

Retorna a posição do caractere em que o primeiro trecho


da parte aparece pela primeira vez no texto ou 0 se não
começa em estiver presente. Por exemplo, a localização de “ete” em
“Sorvete derrete” é 5

76
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Bloco Comando Comportamento


Retorna verdadeiro se algum dos trechos na lista de
partes aparecer no texto; caso contrário, retorna falso.
contém Este bloco pode ser obtido alterando-se a lista suspensa
no bloco contém. As opções são todos ou qualquer

Divide o texto fornecido em partes usando a localização


repartir ocorrência de uma cadeia especificada, retornando uma
lista de itens

Divide o texto dado em qualquer ocorrência de um


repartir espaço, produzindo uma lista das palavras

Extrai parte do texto começando na posição inicial e


segmento continuando para caracteres de comprimento

Retorna um novo texto obtido pela substituição de


substituir todos todas as ocorrências do segmento trocadas pelo texto
dado em substituição

Produz texto como um bloco de texto. A diferença é


que o texto não é facilmente detectável examinando o
conteúdo do aplicativo. Isso é criado em aplicativos para
Texto Ofuscado distribuir que incluem informações confidenciais – por
exemplo, chaves de API. (Aviso: isso fornece apenas uma
segurança muito baixa contra adversários experientes)
Retorna verdadeiro se thing for um objeto de texto; caso
é texto? contrário, retorna falso

reverso Inverte o texto fornecido

Dado um dicionário de mapeamentos como entrada,


substituir todos os substitui as entradas principais no texto pelos valores
mapeamentos correspondentes no dicionário. Retorna o texto com os
mapeamentos aplicados

Listas são um tipo de estrutura de dados usado em todas as linguagens de programação, não
apenas no App Inventor. Elas são empregadas para criar e manipular diferentes conjuntos de valores
e seus elementos. Por exemplo, um jogo pode manter uma lista de pontuações mais altas, e seu
aplicativo do Facebook mantém uma lista de seus amigos. Para facilitar o acesso a um elemento
da lista, utilizamos o índice. No App Inventor, o primeiro elemento em uma lista é o índice 1. Na
figura a seguir, a tem o índice 1, b tem o índice 2 e c tem o índice 3. Isso significa que podemos
fazer referência a um elemento específico dentro de nossa lista se soubermos qual índice ele possui
e qual é o nome da lista.

a
Lista 1

b
c

Figura 91 – Exemplo de lista

77
Unidade I

Para a criação e a manipulação das listas, temos as referências dos blocos mostradas no quadro
a seguir.

Quadro 26 – Grupo Listas

Bloco Comando Comportamento


Cria uma lista vazia sem elementos em
criar lista vazia uma variável

criar lista Cria uma lista dos blocos fornecidos

Adiciona os itens fornecidos ao final da lista.


A diferença de anexar à lista é que este leva os
adicionar itens à lista itens a serem anexados como uma única lista,
enquanto adicionar itens à lista leva os itens
como argumentos individuais

Se item for um dos elementos da lista, retorna


está na lista? verdadeiro; caso contrário, retorna falso

comprimento da lista Retorna o número de itens da lista


Se a lista não tiver itens, retorna verdadeiro; caso
é lista vazia? contrário, retorna falso
escolher um item Escolhe um item aleatoriamente da lista
aleatoriamente

Retorna a posição do item na lista. Se não estiver


índice na lista na lista, retorna 0

selecionar item Seleciona o item no índice fornecido, na lista


da lista fornecida. O primeiro item da lista está no índice 1

inserir item na lista Insere um item na lista na posição fornecida

Insere substituição na lista fornecida no índice de


substituir item da posição. O item anterior naquela posição
lista é removido

remover item da lista Remove o item na posição fornecida

Adiciona os itens da segunda lista ao final da


acrescentar à lista primeira lista

copiar lista Faz cópia de uma lista, incluindo todas as sublistas

Se coisa for uma lista, retorna verdadeiro; caso


é lista? contrário, retorna falso

78
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Bloco Comando Comportamento


Faz uma cópia da lista com itens na ordem
lista reversa inversa. Por exemplo, reverse list [1,2,3]
retorna [3,2,1]
Interpreta a lista como uma linha de uma tabela e
retorna um texto CSV (valor separado por vírgula)
de lista para que representa a linha. Cada item na lista de
linha csv linhas é considerado um campo e é citado com
aspas duplas no texto CSV resultante. Os itens são
separados por vírgulas
Interpreta a lista como uma tabela no formato
de linha principal e retorna um texto CSV
(valor separado por vírgula) que representa a
de lista para tabela. Cada item da lista deve ser uma lista que
tabela csv representa uma linha da tabela CSV. Cada item na
lista de linhas é considerado um campo e é citado
com aspas duplas no texto CSV resultante
Analisa um texto como uma linha formatada em
de linha csv CSV (valor separado por vírgula) para produzir
para lista uma lista de campos
Analisa um texto como uma tabela formatada
de tabela csv em CSV (valor separado por vírgula) para produzir
para lista uma lista de linhas, cada uma delas sendo uma
lista de campos
Pesquisa informações em uma estrutura
semelhante a um dicionário representada como
uma lista. Esta operação usa três entradas,
uma chave, uma lista de pares e um resultado
nãoEncontrado, que por padrão é definido como
busca nos pares not found. Aqui, os pares devem ser uma lista de
pares, ou seja, uma lista em que cada elemento
é uma lista de dois elementos. Busca nos pares
encontra o primeiro par na lista cujo primeiro
elemento é a chave e retorna o segundo elemento
Une todos os elementos na lista especificada
juntar itens pelo separador especificado, produzindo texto
usando separador como resultado

Dicionários, chamados de termos em outras linguagens, como mapas, matrizes associativas ou


listas, são estruturas de dados que associam um valor, geralmente chamado de chave, a outro valor.
Um exemplo disso está nas agendas telefônicas, pois podemos associar uma chave nome com uma
série de números. Os blocos para trabalhar com dicionários estão no quadro a seguir.

Quadro 27 – Grupo Dicionários

Bloco Comando Comportamento


Cria um dicionário vazio. As entradas podem ser adicionadas
ao dicionário vazio usando set value for key. Também pode
criar dicionário vazio ser transformado em make a dictionary usando o botão
modificador azul para adicionar pairs de entradas
Cria um dicionário com um conjunto de pairs conhecidos de
fazer um dicionário antemão. Entradas adicionais podem ser adicionadas usando
set value for key

79
Unidade I

Bloco Comando Comportamento

chave/valor Bloco de propósito especial usado para construir dicionários

Verifica se o dicionário contém um valor correspondente para


obter valor para a chave fornecida. Em caso afirmativo, o valor é retornado;
a chave caso contrário, o valor not found é retornado

Define o valor correspondente para uma key (chave)


em dictionary (nome do dicionário) para value (valor).
definir valor para Se nenhum mapeamento existir para key, uma nova chave
a chave será criada; caso contrário, o valor existente será substituído
pelo novo valor

deletar entrada Remove o mapeamento de valor-chave no dicionário para a


para chave chave fornecida

É uma versão mais avançada do get value for key. Ao


obter valor no contrário de obter o valor de uma chave específica, ele obtém
caminho da chave uma lista de chaves e números válidos que representam um
caminho por meio de uma estrutura de dados

definir valor para o Atualiza o valor em um key path específico em uma estrutura
caminho da chave de dados

Retorna uma lista de chaves no dicionário. Modificar


pegar as chaves o conteúdo de um valor na lista também o modificará
no dicionário

a chave está Testa se a chave existe no dicionário


no dicionário?

tamanho do Retorna o número de pares de valores-chave presentes


dicionário no dicionário
Converte uma lista associativa do formulário (key1 value1,
lista de pares key2 value2 etc.) em um dicionário que mapeia as chaves para
para dicionário seus valores
dicionário para Converte um dicionário em uma lista associativa. Este bloco
lista de pares reverte a conversão realizada pelo list of pairs to dictionary
Faz uma cópia detalhada do dicionário fornecido. Isso
copiar dicionário significa que todos os valores são copiados recursivamente e
que alterar um valor na cópia não o alterará no original

Copia os pares de valores-chave de um dicionário para outro,


fundir no dicionário sobrescrevendo quaisquer chaves no dicionário de destino

listar pelo percurso Atua de forma semelhante ao get value at key path, mas
do caminho da chave cria uma lista de valores em vez de retornar um único valor.
do dicionário ou Funciona começando no dicionário fornecido e descendo a
da lista árvore de objetos, seguindo o caminho fornecido
É um bloco especializado que pode ser usado no caminho da
andar por todo chave de list by walking key path. Quando encontrado durante
o nível uma caminhada, ele faz com que todos os itens daquele nível
sejam explorados

é um dicionário? Testa se o bloco conectado a ele é um dicionário ou não

80
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

O App Inventor faz a manipulação de cores armazenando cada cor como um único número. Esse
número é formado pela combinação das cores vermelho, verde e azul em termos de intensidade
entre 0 e 255. Para simplificar, o App Inventor oferece uma série de blocos com as cores básicas. Os
blocos relativos a cores estão no quadro.

Quadro 28 – Grupo Cores

Bloco Comando Comportamento

Representa a cor armazenada internamente no


bloco. Se você clicar na cor do meio, um pop-up
Cor básica aparecerá na tela com uma tabela de setenta cores à
sua escolha. Ao clicar em uma nova cor, a cor do seu
bloco de cores básico será atualizada

Recebe uma lista de três números. Esses números


criar cor na lista representam valores em um código RGB. Os
códigos RGB são usados para fazer cores na internet
Recebe uma cor – bloco de cor, variável que contém
uma cor ou propriedade de um dos componentes
repartir cor que representam uma cor – e retorna uma lista dos
valores RGB no código RGB dessa cor

O procedimento é um subprograma, uma sequência de blocos ou um código armazenado sob


um nome. Ele evita a repetição de código. A comunicação com o procedimento é feita por meio de
parâmetros. Para a construção dos procedimentos, a referência está no quadro a seguir.

Quadro 29 – Grupo Procedimentos

Bloco Comando Comportamento


Executa a sequência de blocos em fazer e, se
para procedimento/fazer tiver argumentos, eles serão criados usando o
botão modificador do bloco
Executa a sequência de blocos em fazer e, se
tiver argumentos, eles serão criados usando o
Função botão modificador do bloco, retornando um
valor ao final da execução
O App Inventor gera automaticamente um
bloco de chamada e o coloca no grupo
chamar procedimento de procedimentos. Esse bloco executa o
procedimento e retoma a execução no retorno
do procedimento
O App Inventor gera automaticamente um
bloco de chamada e o coloca no grupo de
= chamar função procedimentos. Esse bloco executa a função e
retoma a execução recebendo o valor devolvido
pela função

81
Unidade I

3.4 Criação do app para a demonstração de componentes

Vamos criar uma calculadora simples que faça as quatro operações básicas da aritmética.

Inicie um novo projeto e chame-o de QuatroOperacoes.

Vamos alterar a imagem de fundo e o título do aplicativo seguindo os passos que aparecem na tela.
Veja o quadro e a figura a seguir.

Quadro 30 – Tela de fundo

Passo Objeto Propriedade Valor


1 Screen1 ImagemDeFundo pdm0004.jpg
2 Screen1 Título As 4 operações

Figura 92 – Imagem de fundo e título do aplicativo alterados

A inserção de novos componentes ocorrerá sempre na parte superior esquerda da área de visualização.

Para evitar a sobreposição de componentes, necessita-se de um componente para organizar a


visualização da mensagem.

Os componentes da guia Organização têm esta finalidade. Veja o quadro a seguir.

82
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Quadro 31 – Montagem do cabeçalho

Passo Janela Componente Propriedade Operação


1 Paleta Organização OrganizaçãoHorizontal1 Arrastar para o Visualizador
2 Propriedades OrganizaçãoHorizontal1 AlinhamentoHorizontal Centro
3 Propriedades OrganizaçãoHorizontal1 AlinhamentoVertical Base
Nenhum (altera a cor de
4 Propriedades OrganizaçãoHorizontal1 CorDeFundo fundo para transparente)
5 Propriedades OrganizaçãoHorizontal1 Altura 80 pontos
6 Propriedades OrganizaçãoHorizontal1 Largura Preencher principal
Arrastar para a
7 Paleta Interface de Usuário Legenda1 OrganizaçãoHorizontal
8 Propriedades Legenda1 FonteNegrito Marcar
9 Propriedades Legenda1 TamanhoDaFonte 25
10 Propriedades Legenda1 Largura Preencher principal
11 Propriedades Legenda1 Texto AS 4 OPERAÇÕES
12 Propriedades Legenda1 AlinhamentoDoTexto Centro
13 Propriedades Legenda1 CorDeTexto Branco

Uma vez montada a primeira OrganizaçãoHorizontal, temos o layout mostrado na figura a seguir.

Figura 93 – Primeira OrganizaçãoHorizontal montada

Abaixo do cabeçalho será colocado o campo para a leitura do primeiro número. Veja o quadro
a seguir.
83
Unidade I

Quadro 32 – Organização da entrada do primeiro número

Passo Janela Componente Propriedade Operação


1 Paleta Organização OrganizaçãoHorizontal2 Arrastar para o Visualizador
2 Propriedades OrganizaçãoHorizontal2 AlinhamentoHorizontal Centro
3 Propriedades OrganizaçãoHorizontal2 AlinhamentoVertical Centro
Nenhum (altera a cor de fundo
4 Propriedades OrganizaçãoHorizontal2 CorDeFundo para transparente)
5 Propriedades OrganizaçãoHorizontal2 Largura Preencher principal
6 Paleta Interface de Usuário Legenda2 Arrastar para a OrganizaçãoHorizontal2
7 Propriedades Legenda2 FonteNegrito Marcar
8 Propriedades Legenda2 TamanhoDaFonte 16
9 Propriedades Legenda2 Largura Preencher principal
10 Propriedades Legenda2 Texto Número
11 Propriedades Legenda2 CorDeTexto Branco
Arrastar para a OrganizaçãoHorizontal2,
12 Paleta Interface de Usuário CaixaDeTexto1 à direita de Legenda2
13 Propriedades CaixaDeTexto1 Dica Apagar o texto
14 Propriedades CaixaDeTexto1 SomenteNúmeros Marcar
15 Propriedades CaixaDeTexto1 Texto Número
16 Componentes Renomear CaixaDeTexto1 Txt_n1

Realizados os passos mostrados no quadro, observe que a OrganizaçãoHorizontal da segunda


altura, por estar em automático, ajustou-se à altura da caixa de texto. Na janela Componentes,
verifique a hierarquia dos componentes e a caixa de texto renomeado. Veja a figura.

Figura 94 – Tela com o primeiro número

84
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Repita o procedimento para a criação de outra legenda para a entrada de outro número. Renomeie
a segunda CaixaDeTexto de Txt_n2. Veja o quadro.

Quadro 33 – Inserção de uma nova entrada de número

Passo Janela Componente Propriedade Operação


1 Paleta Organização OrganizaçãoHorizontal3 Arrastar para o Visualizador
2 Propriedades OrganizaçãoHorizontal3 AlinhamentoHorizontal Centro
3 Propriedades OrganizaçãoHorizontal3 AlinhamentoVertical Centro
Nenhum (altera a cor de
4 Propriedades OrganizaçãoHorizontal3 CorDeFundo fundo para transparente)
5 Propriedades OrganizaçãoHorizontal3 Largura Preencher principal
Arrastar para a
6 Paleta Interface de Usuário Legenda3 OrganizaçãoHorizontal3
7 Propriedades Legenda3 FonteNegrito Marcar
8 Propriedades Legenda3 TamanhoDaFonte 16
9 Propriedades Legenda3 Largura Preencher principal
10 Propriedades Legenda3 Texto Número 2
11 Propriedades Legenda3 CorDeTexto Branco
Arrastar para a
12 Paleta Interface de Usuário CaixaDeTexto2 OrganizaçãoHorizontal3, à
direita de Legenda3
13 Propriedades CaixaDeTexto2 Dica Apagar o texto
14 Propriedades CaixaDeTexto2 SomenteNúmeros Marcar
15 Propriedades CaixaDeTexto2 Texto Número 2
16 Componentes Renomear CaixaDeTexto2 Txt_n2

Feitas as operações acima, teremos um layout semelhante ao apresentado na figura.

Figura 95 – As duas entradas numéricas criadas

85
Unidade I

Adicionalmente, vamos implementar um separador (OrganizaçãoHorizontal) entre a entrada dos


números e os botões das operações. Veja o quadro e a figura a seguir.

Quadro 34 – Inserção do separador e dos botões das operações

Passo Janela Componente Propriedade Operação


1 Paleta Organização OrganizaçãoHorizontal4 Arrastar para o Visualizador
2 Propriedades OrganizaçãoHorizontal4 Altura Preencher principal
3 Propriedades OrganizaçãoHorizontal4 Largura Centro
4 Paleta Organização OrganizaçãoHorizontal5 Arrastar para o Visualizador
5 Propriedades OrganizaçãoHorizontal5 AlinhamentoHorizontal Centro
6 Propriedades OrganizaçãoHorizontal5 Largura Preencher principal
Arrastar para a
7 Paleta Interface de Usuário Botão1 OrganizaçãoHorizontal5
8 Propriedades Botão1 TamanhoDaFonte 30
9 Propriedades Botão1 Altura 50
10 Propriedades Botão1 Largura 40
11 Propriedades Botão1 Texto +
12 Componentes Renomear Botão1 Btn_Soma
Arrastar para a
13 Paleta Interface de Usuário Botão1 OrganizaçãoHorizontal5, à
direita de Btn_Soma
14 Propriedades Botão1 TamanhoDaFonte 30
15 Propriedades Botão1 Altura 50
16 Propriedades Botão1 Largura 40
17 Propriedades Botão1 Texto –
18 Componentes Renomear Botão1 Btn_Sub
Arrastar para a
19 Paleta Interface de Usuário Botão1 OrganizaçãoHorizontal5, à
direita de Btn_Sub
20 Propriedades Botão1 TamanhoDaFonte 30
21 Propriedades Botão1 Altura 50
22 Propriedades Botão1 Largura 40
23 Propriedades Botão1 Texto X
24 Componentes Renomear Botão1 Btn_Mult
Arrastar para a
25 Paleta Interface de Usuário Botão1 OrganizaçãoHorizontal5, à
direita de Btn_Mult
26 Propriedades Botão1 TamanhoDaFonte 30
27 Propriedades Botão1 Altura 50
28 Propriedades Botão1 Largura 40
29 Propriedades Botão1 Texto /
30 Componentes Renomear Botão1 Btn_Div

86
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 96 – Botões das operações

No quadro a seguir estão os passos para apresentar o resultado.

Quadro 35 – Montagem da seção do resultado

Passo Janela Componente Propriedade Operação


Arrastar para o
1 Paleta Organização OrganizaçãoHorizontal6 Visualizador
2 Propriedades OrganizaçãoHorizontal6 AlinhamentoHorizontal Centro
3 Propriedades OrganizaçãoHorizontal6 AlinhamentoVertical Centro
4 Propriedades OrganizaçãoHorizontal6 Altura 50
5 Propriedades OrganizaçãoHorizontal6 Largura Preencher principal
Arrastar para a
6 Paleta Interface de Usuário Legenda4 OrganizaçãoHorizontal6
7 Propriedades Legenda4 TamanhoDaFonte 20
8 Propriedades Legenda4 Texto Resultado
Arrastar para a
9 Paleta Interface de Usuário Legenda5 OrganizaçãoHorizontal6,
à direita de Legenda4
10 Propriedades Legenda5 TamanhoDaFonte 20
11 Propriedades Legenda5 Texto Resultado
12 Componentes Renomear CaixaDeTexo1 Lbl_Resultado

87
Unidade I

Observe a figura.

Figura 97 – Tela do design pronto

Na figura, temos a tela do design pronto. Observe a janela Componentes e a sua disposição.
A importância de renomear os componentes pode ser vista no caso dos botões das operações. Caso não
tivessem sido renomeados, eles seriam Botão1, Botão2, Botão3 e Botão4, o que dificultaria identificar
as funcionalidades deles na programação.

Vamos agora acessar o editor de blocos. Utilizaremos duas variáveis, cada uma para receber o valor
(conteúdo) de cada número que será digitado na caixa de texto. Elas serão inicializadas com o valor zero.

Observação

Vale observar o que segue.

• As variáveis são entidades para o armazenamento de conteúdos na


memória do computador.

• As variáveis são constituídas por um identificador, um tipo de


conteúdo e um endereço de memória.
88
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Veja o quadro e a figura a seguir.

Quadro 36 – Inicialização das variáveis

Passo Paleta Componente Operação


1 Variáveis inicializar global Colocar o nome numero1
2 Matemática Valor 0 Encaixar em inicializar numero1
3 Variáveis inicializar global Colocar o nome numero2
4 Matemática Valor 0 Encaixar em inicializar numero2

Figura 98 – Blocos da inicialização montados

Uma vez montadas as variáveis, chegamos ao coração do programa, que é a resposta do aplicativo
ao clique nos botões das operações.

Na janela de blocos, abaixo dos internos, está uma reprodução exata da árvore da janela Componentes.
Nela estarão os botões e, como estão renomeados, é muito fácil localizar o botão desejado. Vamos
editar o botão de soma (Btn_Soma). Ao clicarmos sobre ele, irão aparecer todos os blocos pertinentes a
eventos sobre esse botão.

Arrastamos para o Visualizador a operação relacionada ao evento de clicar sobre o botão. Veja a figura.

Figura 99 – Localização do botão Btn_Soma e o evento Clique associado a ele

O tratamento do comportamento ao evento Clique no Btn_Soma acontecerá no espaço fazer, que


é ajustável.

89
Unidade I

Nesse espaço, os valores digitados nas caixas de texto Txt_n1 e Txt_n2 serão armazenados
nas variáveis numero1 e numero2 respectivamente. Depois, a legenda Lbl_resultado receberá o
resultado da operação aritmética entre numero1 e numero2, exibindo imediatamente o resultado.
Veja o quadro.

Quadro 37 – Montagem do bloco de tratamento do evento Clique no botão soma

Passo Paleta Componente Operação


1 Btn_Soma Btn_Soma.Clique Arrastar para o Visualizador
fazer de
2 Variáveis ajustar para numero1 Btn_Soma.Clique
3 Txt_n1 Txt_n1.Texto Encaixar em ajustar numero1
Encaixar abaixo de
4 Variáveis ajustar para numero2 ajustar numero1
5 Txt_n2 Txt_n2.Texto Encaixar em ajustar numero2

6 lbl_Resultado lbl_Resultado.Texto Encaixar abaixo de ajustar numero2


7 Matemática + Encaixar em lbl_Resultado.Texto

Preencher o 1º
8 Variáveis obter numero1
operador de +
Preencher o 2º
9 Variáveis obter numero2
operador de +

O editor permite alguns atalhos na edição. No bloco montado, ao darmos um clique com o
botão direito do mouse, abre-se uma aba com opções. Veja a figura a seguir.

90
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Figura 100 – Clique no bloco com o botão direito do mouse

Ao duplicarmos, todo o bloco será copiado e será apresentado um erro, pois um botão está tratando
o mesmo evento. Para corrigir, basta alterarmos o nome do objeto para Btn_Sub. Veja a figura.

Figura 101 – Trocando o objeto fonte

No novo bloco, deve ser corrigida a operação aritmética. O bloco excedente pode ser descartado.
Veja a figura.

Figura 102 – Trocando a operação

A mesma estratégia pode ser feita para os botões Btn_Mult e Btn_Div. Veja a figura a seguir.

91
Unidade I

Figura 103 – Situação final dos blocos do app As 4 operações

4 TESTE DE APP

Para testar o aplicativo, conectaremos o AI2 Companion via Wi-Fi. Assim que o dispositivo sincronizar,
veremos a tela inicial com os campos em branco e o valor do resultado em branco. No topo da tela, a
identificação “As 4 operações”, não o tradicional Screen1, é a consequência da alteração da propriedade
Título do componente Screen1.

Lembrete

Para executar, utilize a opção Assistente AI para ler o QR code no


dispositivo móvel e executar no MIT AI2 Companion do seu dispositivo
móvel, ou a opção Emulador para aiStarter do computador do menu
superior Conectar.

92
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Veja as figuras.

Figura 104 – Tela de abertura

Figura 105 – Resultado da soma

93
Unidade I

Resumo

Nesta unidade, começamos a estudar o App Inventor. Tivemos um breve


contato com a história do desenvolvimento do produto e focalizamos a
popularização da programação para dispositivos móveis.

Inicialmente, vimos a grande divisão do ambiente de desenvolvimento,


o exterior, o design, a interface com o usuário e o editor de blocos, em que o
comportamento do aplicativo é definido.

Um tópico foi dedicado ao Designer e ao uso dos organizadores,


elementos flexíveis de layout que modelam a disposição dos objetos na tela
do aplicativo. Seu uso é aconselhável para evitar problemas da diversidade
de dimensões das telas dos dispositivos. Todos os componentes da Paleta
foram referenciados. Por meio do módulo Designer, é possível editar e
visualizar todos os componentes do aplicativo em desenvolvimento.
Deve-se ressaltar novamente a importância de dar nomes intuitivos aos
componentes, uma boa prática de programação que facilita a revisão do
código pelo próprio criador e por outros colaboradores.

Outro tópico foi dedicado ao editor de blocos e à compreensão


do funcionamento do App Inventor e do seu paradigma, a orientação
a evento. Os blocos internos e os seus principais mecanismos foram
apresentados. Os blocos são unidades de programação que possibilitam ao
usuário criar variáveis, fazer operações matemáticas, editar textos, listas e
cores, elaborar dicionários, configurar eventos e realizar operações lógicas.

Finalmente, fizemos um exercício de aplicação de programação


com a criação de uma calculadora que realizar as quatro operações
fundamentais da aritmética.

94
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

Exercícios

Questão 1. Existem diversas formas de utilizarmos o MIT App Inventor para o desenvolvimento de
aplicativos para celulares. Nesse contexto, avalie as afirmativas a seguir.

I – Em todas as possibilidades de desenvolvimento, são necessárias a instalação e a utilização de um


emulador Android executado no celular.

II – A criação de projetos e de programas para celulares é feita por meio de um aplicativo que executa
na nuvem, acessado diretamente dos navegadores de internet, como o Google Chrome ou o Firefox.

III – Caso se disponha de um celular com o sistema operacional Android, é possível instalar nele o
aplicativo MIT AI2 Companion. Se esse dispositivo estiver conectado a uma rede sem fio, e se ela for
a mesma rede na qual o computador utilizado para o desenvolvimento estiver conectado, é possível
conectar o computador diretamente ao celular e testar o programa em desenvolvimento por meio da
opção Assistente AI.

É correto o que se afirma em:

A) I, apenas.

B) II, apenas.

C) III, apenas.

D) I e III, apenas.

E) II e III, apenas.

Resposta correta: alternativa E.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: a instalação do emulador não é sempre necessária, uma vez que podemos executar o
programa diretamente no celular por meio do aplicativo MIT AI2 Companion.

II – Afirmativa correta.

Justificativa: uma das grandes vantagens do MIT App Inventor é que a sua interface de desenvolvimento
é acessada diretamente pelo navegador, não sendo necessária a realização de uma instalação local.
Com isso, amplia-se a gama de dispositivos que podem ser utilizados para o desenvolvimento de
aplicativos e jogos.

95
Unidade I

III – Afirmativa correta.

Justificativa: uma das vantagens em se utilizar o MIT AI2 Companion é que é possível testar o
programa diretamente no celular durante o seu desenvolvimento. Isso facilita a programação e possibilita
o desenvolvimento em máquinas mais antigas e limitadas, que poderiam não ser capazes de executar
um emulador com o Android.

Questão 2. Considere o programa feito no MIT App Inventor mostrado na figura a seguir.

Figura 106
Com base no programa e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas.

I – Quando o usuário clicar no Botão1, a propriedade Texto da CaixaDeTexto1 será modificada para
o valor contido na propriedade Texto do componente Legenda4.

II – Quando o usuário clicar no Botão1, a propriedade Texto da CaixaDeTexto2 será modificada para
o valor contido na propriedade Texto do componente Legenda4.

III – Quando o usuário clicar no Botão1, a propriedade Texto do componente Legenda4 será
modificada para a soma dos valores obtidos das propriedades Texto dos componentes CaixaDeTexto1 e
CaixaDeTexto2.

É correto o que se afirma em:

A) I, apenas.

B) II, apenas.

C) III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: a propriedade Texto da CaixaDeTexto1 não será modificada, apenas terá o seu valor lido
para a realização do cálculo.

96
PROGRAMAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS

II – Afirmativa incorreta.

Justificativa: a propriedade Texto da CaixaDeTexto2 não será modificada, apenas terá o seu valor lido
para a realização do cálculo.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: os objetivos do pequeno programa são:

• ler os dois números que entram nas duas caixas de diálogo;

• fazer a soma desses dois números;

• colocar o resultado da soma na propriedade Texto do componente Legenda4.

97

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