Implementacao Do ISPC em Mocambique
Implementacao Do ISPC em Mocambique
Implementacao Do ISPC em Mocambique
CONTRIBUINTES (ISPC)
TEMA:
Discentes: Docente:
Edson Marcolino Manuel Muhabe
Jusuina Rumbane
Leila Tubias
Milude Zunguze
1. Introdução............................................................................................................................2
2. Conceitualização..................................................................................................................3
3.1. Contextualização..........................................................................................................5
4.1. Vantagens.....................................................................................................................7
4.2. Desvantagens................................................................................................................8
5. Conclusões...........................................................................................................................9
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................10
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1. Introdução
Tendo em conta que o sector informal é um dos sectores que gera rendimentos elevados
e contém um grande número de operadores económicos informais que não se encontram
registados formalmente, e através da sua actividade existe matéria colectável que escapa
ao fisco o que implica, ao Estado a perda de muita receita comprometendo assim, a sua
função e fim. Por isso, a implementação de um imposto, ou a inserção dos informais
como sujeitos passivos do imposto para os pequenos operadores, traria um benefício
para o Estado, pelo menos em matéria de colecta de um volume de receitas ajudando
também no alargamento da base tributária. Para os operadores deste sector a curto
prazo, tem a possibilidade de obter créditos bancários, ajudando-lhes a ampliar os seus
negócios e a longo prazo tem como benefícios a construção de escolas, hospitais,
melhoramento das condições sanitárias e outras infra-estruturas.
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2. Conceitualização
A definição de Vito Tanzi, citada por Abreu (1996:3) o sector informal é o produto
nacional bruto que por causa da sua não declaração ou declaração abaixo da realidade,
não é medido pelas estatísticas oficiais. Os dois importantes grupos de factores que
criam uma economia subterrânea são os impostos (carga fiscal e contribuições para
segurança social) e as restrições (leis, regulamentações, licenças e barreiras). Por um
lado, os operadores deste sector incorrem com custos altos para aquisição das
mercadorias e por ausência de informação sentem que pagando os impostos são mais
custos a incorrer, e por outro lado a falta de honestidade dos operadores ao declarar os
seus rendimentos para serem tributados concorre para uma medição nas estatísticas
oficiais incorrecta a realidade.
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2.2. Diferenças entre o Sector Formal e Sector Informal
O Sector Informal difere do Sector Formal em alguns aspectos, alguns dos quais são
citados por 2 autores abaixo mencionados.
Segundo Navalha (2000:17), uma actividade que não é proibida por lei, a entidade que
pratica pode estar no Sector Formal se:
Enquanto uma actividade não proibida por lei a entidade que a pratica pode estar no
Sector Informal se:
O sector informal tem servido como tábua de salvação para muitos moçambicanos, pois
serve como forma de sobrevivência as dificuldades que eles encontram no dia-a-dia.
Neste contexto, o sector informal em Moçambique é hoje um conjunto de operadores
dinâmicos e economicamente agressivos que buscando a sua sobrevivência, tem
ocupado e proporcionado rendimentos alternativos à muitas famílias moçambicanas.
Pela sua importância e dinâmica, vale a pena referir algumas das suas características
(CHICHAVA 1998:18):
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É um mercado competitivo mas irregular, e sem exclusividade no exercício de
actividades;
Emprega mão-de-obra barata, jovem, e com predominância do sexo feminino em
certas actividades como venda de produtos hortícolas, vegetais e outros produtos
agrícolas, confecção de comida, comes e bebes, cabeleireiro, etc.;
A formação profissional é reduzida ou inexistente, privilegiando-se as práticas
de aprendizagem no processo de trabalho;
Não existe qualificação académica alguma, bastando às vezes, o grau de
argumentação e malandrice perante as autoridades e os colegas;
Normalmente, pratica preços mais competitivos que o do sector formal mas, às
vezes, é o seu sistema flexível de venda ao retalho (consoante a procura) que o
torna preferido pelas famílias mais carentes;
3.1. Contextualização
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Havendo necessidade de introduzir no sistema tributário um imposto simplificado para
pequenos contribuintes, com o objectivo de reduzir os custos de cumprimento das
obrigações tributárias e os encargos de fiscalização e controlo através da simplificação
dos procedimentos, propiciando, assim, o alargamento da base tributária, a Assembleia
da República, ao abrigo do disposto no nº2 do artigo 127, conjugado com a alínea o) do
nº2 do artigo 179, ambos da Constituição, determinou a criação do Imposto
Simplificado para Pequenos Contribuintes que passou a fazer parte do sistema tributário
nacional.
Para os sujeitos passivos que optem pela tributação em ISPC, sobre as transmissões de
bens e prestações de serviços que realizem não há lugar ao Imposto sobre Valor
Acrescentado e, sobre os rendimentos obtidos, não incide Imposto sobre Rendimentos
das Pessoas Singulares ou Imposto sobre Rendimento da Pessoas Colectivas, todos
previstos na Lei nº15/2002, de 26 de Junho.
Os sujeitos passivos do ISPC que aufiram outros rendimentos, para além de redimentos
classificados como da Segunda Categoria tais como rendimentos prediais, rendimentos
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de capitais do IRPS, são tributados em ISPC apenas relativamente aos rendimentos
desta categoria, devendo os restantes rendimentos serem declarados para efeitos de
tributação em IRPS.
Este imposto foi criado há sensivelmente 3 anos como forma de tornar o sector informal
contribuinte das receitas do Estado, evitando deste modo a fuga ao fisco e a evasão
fiscal. De notar porém que, para algumas pequenas empresas, até o ISPC poderá ser um
imposto pesado porque esta taxa de 3% aplica-se ao volume de vendas, e não aos
rendimentos ou lucros. O risco que se coloca é que muitas empresas informais, em
especial as que têm rendimentos variáveis de um ano para o outro continuarão a ter
incentivos para evitar o registo no ISPC.
Constatou se que com a aplicação do ISPC em 2009 migraram para este sistema 486
contribuintes e no ano seguinte migraram 425 contribuintes. Entretanto, para o ano 2009
foram registados 9.040 contribuintes e cobrada uma receita no valor 2,1 milhões de
meticais. No ano de 2010 foram registados 33.130 contribuintes e cobrada a receita de
23,6 milhões de meticais. E no ano de 2011 foram registados 46.341 contribuintes e
cobrada a receita de 48,1 milhões de meticais. O número de contribuintes e o valor
cobrado é o total de todas as regiões do país, e nota-se que a maioria dos contribuintes
prefere o modelo de pagamento de 3% em relação ao pagamento de 75.000 Mt.19
Nem todo o sector informal e as pequenas empresas se encontram dentro deste regime
fiscal, porém o seu crescimento tem ido de encontro com as expectativas da Autoridade
Tributária. E este imposto tem as seguintes vantagens e desvantagens:
4.1. Vantagens
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No 1º ano do seu pagamento, o contribuinte tem redução de 50% no valor a
pagar;
Os procedimentos são simples para tornar se contribuinte deste imposto;
Possibilidade de adquirir o recibo para melhor controle de suas vendas;
Serve de caminho para que os operadores do sector informal façam parte de um
regime tributário.
4.2. Desvantagens
Dos 89 inquiridos 57% não tem informação dos benefícios deste imposto;
A taxa é aplicada ao volume de vendas do operador informal;
Falta de honestidade por parte dos operadores económicos informais ao declarar
os seus rendimentos nas finanças.
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5. Conclusões
O Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes vem para tornar o sector informal
pagante de um imposto contribuindo de forma significativa para as Receitas Fiscais. A
aplicação deste imposto tem tido algumas dificuldades, particularmente na insuficiência
recursos humanos por parte da AT para o registo dos contribuintes em diversas regiões
ainda não abrangidas, o que torna moroso o processo de arrecadação de contribuintes.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEGISLAÇÃO
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