Apostila Técnicas de Apresentação

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UNIVERS. DO EST. SANTA.

CATARINA - UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT
DEPTO. DE ENGENHARIA MECÂNICA – DEM

TÉCNICAS DE

APRESENTAÇÃO

ANDRÉ OLAH NETO


Revisão Agosto 2010
UDESC – CCT – DEM 2
TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO
ANDRÉ OLAH NETO

ÍNDICE

RESUMO: 04

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO: 05
01) Definição de apresentação
02) Componentes da apresentação
03) Objetivos da apresentação
04) Tipos de apresentação
05) Contexto da apresentação
06) Ingredientes da apresentação
07) Sucesso da apresentação

CAPÍTULO II - PROCESSO DE APRENDIZAGEM: 09

01) Dinâmica envolvida


02) Processo mental de aprendizagem

CAPÍTULO III - PREPARAÇÃO DA APRESENTAÇÃO: 13


01) Introdução
02) Objetivo
03) Estratégia
04) Habilidades necessárias do emissor
05) A fala
06) Recursos visuais e de apoio
07) Conteúdo
08) Receptor ou público-alvo
09) Ambiente
10) Tempo de apresentação
11) Ensaio da apresentação

CAPÍTULO IV – O EMISSOR: 17
01) Quem é o emissor
02) A aparência
03) Habilidades necessárias

CAPITULO V – A FALA: 19
01) Tipos de falas
02) Formas de falas
03) Utilização da linguagem verbal
04) Utilização da linguagem corporal

CAPÍTULO VI – OS RECURSOS: 22
01) Introdução
02) Tipos de recursos
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03) Escolha do recurso


04) Requisitos de um recurso visual
05) Tipos de recursos visuais multimídia
06) Criação dos recursos audiovisuais
07) Utilização do projetor multimídia
08) Situações de emergência

CAPÍTULO VII – O CONTEÚDO: 31


01) Tema
02) Mensagens-chave
03) Argumentos
04) Estrutura
05) Roteiro e organização
06) Redação

CAPÍTULO VIII - O RECEPTOR: 33


01) Definição
02) Características
03) Preparação

CAPÍTULO IX – O AMBIENTE: 35
01) Tipos de ambientes
02) Circunstâncias e contextos envolvidos
03) Acomodação e número de envolvidos

CAPÍTULO X - DINÂMICA DA APRESENTAÇÃO: 37


01) Preparação - vencer o medo
02) Começar a apresentação
03) Ganhar a confiança da platéia
04) Estimular o interesse da platéia
05) Prender a atenção do público
06) Obter retorno da apresentação
07) Responder perguntas
08) Concluir a apresentação
09) Ruídos de comunicação
10) Recomendações finais

BIBLIOGRAFIA: 44
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RESUMO

O objetivo deste material é fornecer subsídios para permitir ao leitor aprimorar suas
apresentações em público. Deve-se inicialmente considerar que saber se comunicar em
público é uma necessidade atual para qualquer profissional, desde estudantes recém formados
até elevados executivos de empresas ou organizações. Isto é fundamental tanto para aumentar
sua capacidade de comunicação e conseguir os resultados esperados, como para melhorar a
imagem e agregar um diferencial nas qualificações profissionais.
O Trabalho tem início discutindo-se os componentes, os objetivos, os tipos, os
contextos e os ingredientes envolvidos, bem como todo processo mental de aprendizado
envolvida numa sistemática de apresentação.
Também tem-se como propósito ajudar as pessoas a planejar e a preparar uma
apresentação, produzindo o material com um visual adequado para transmitir o máximo
possível de informações e melhor a efetividade do processo de comunicação. Também orienta
o orador a se preparar para a apresentação, saber falar sem medo e inibição, bem como
considerar, avaliar e adequar todos os componentes envolvidos no processo, incluindo o
próprio emissor, a fala, o ambiente, o público, e o conteúdo, de acordo com os aspectos e os
contextos envolvidos. Ajuda o orador a utilizar adequadamente os recursos e as técnicas
disponíveis para melhorar o processo de transmissão, concentração e memorização do
receptor.
Finalmente é abordada toda a dinâmica envolvida na apresentação, orientando o
orador a respeito de como se preparar, controlar a ansiedade e o nervosismo, iniciar a
apresentação, dominar a atenção do público, se posicionar, promover a sinergia e a interação
necessária, estimular, observar as reações, se preparar para o questionamento e responder as
perguntas e encerrar a apresentação. O objetivo principal é permitir a elaboração de um
material de qualidade, bem como a realização de um processo de comunicação eficiente,
garantindo com isto o sucesso esperado.
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

01) DEFINIÇÃO DE APRESENTAÇÃO:

Apresentação é um ato onde alguém,


por meio da fala,
utilizando os recursos disponíveis,
apresenta um tema,
a um público,
em algum lugar ou ambiente..

02) COMPONENTES DA APRESENTAÇÃO:

Diante disto, conforme mostrado na figura 1, podem ser definidos os seguintes


componentes envolvidos num processo ou numa sistemática de apresentação:

• ALGUÉM = é aquele que utiliza o processo, o emissor;


• A FALA = é a forma de fazer;
• O RECURSO = são os meios, os veículos, as ferramentas utilizadas para
transmitir:
• O TEMA = é o assunto, o motivo o objetivo o conteúdo;
• O RECEPTOR = é aquele interessado em receber, o público, o alvo;
• LUGAR = é o ambiente onde é feita a apresentação ou o meio entre o emissor e o
receptor.
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A fala O ambiente
O tema

O recurso

O emissor O receptor

Figura 1 – Processo e componentes de uma apresentação.

03) OBJETIVOS DA APRESENTAÇÃO:

As apresentações podem ser dos seguintes objetivos:

COMUNICAÇÃO, que objetiva:

• COMUNICAR = transmitir uma informação importante, um acontecimento, uma


novidade, uma situação, apresentar decisões, políticas, planos, estratégias, tarefas
ou relatórios de projetos, vendas, pesquisa, etc;
• DEMONSTRAR = divulgar características e aplicações de produtos e serviços;
• LECIONAR = dar aulas e apresentar trabalhos

CONVENCIMENTO, que objetiva:

• INDUZIR À AÇÃO = apresentar fatos, razões, motivos ou argumentos que visam


convencer as pessoas a agir em determinada direção. Motivar as pessoas a fazer,
aderir, votar, comprar, aprovar;
• VENDER = mostrar características, aspectos e benefícios de produtos ou serviços,
visando persuadir as pessoas a escolher e comprá-los;
• DEFENDER = apresentar projetos visando apoio ou aprovação.

ENTRETENIMENTO, que objetiva:

• DISTRAIR;
• DESCONTRAIR;
• ALEGRAR.

Embora uma determinada apresentação pode incorporar ou misturar dois ou mais tipos,
sempre haverá uma forma predominante.
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04) TIPOS DE APRESENTAÇÃO:

Uma apresentação pode ser feita com os seguintes objetivos ou propósitos:

• Comunicar ou informar fatos;


• Promover eventos;
• Apresentar projetos, relatórios, planos, seus resultados e obter aprovação;
• Levar pessoas a se engajarem em uma ação, projeto ou movimento;
• Promover comprometimento ou responsabilidade a um grupo de pessoas;
• Apresentar trabalhos técnicos e científicos ou expor temas em congressos,
simpósios ou seminários;
• Ministrar aulas em escolas, universidades ou em cursos de treinamento;
• Apresentar e defender teses, dissertações, trabalhos de conclusões de curso ou
relatórios de estágio;
• Apresentar trabalhos escolares;
• Entreter um público;
• Propor temas, argumentos e informações para subsidiar um debate (brainstorn);
• Participar de um comício;
• Realizar uma preleção ou culto religioso, etc.

05) CONTEXTO DA APRESENTAÇÃO:

Dependendo do tema e do local, a apresentação pode assumir diversos contextos, quais


sejam:

• Formal;
• Informal;
• Trabalho;
• Entretenimento;
• Hierárquica;

06) INGREDIENTES DA APRESENTAÇÃO:

Os ingredientes envolvidos em uma apresentação são:

• RAZÃO = diz respeito ao conhecimento que o orador tem a respeito do tema que
está apresentando, bem como a sua preparação. O orador só deve falar sobre
aquilo que conheça profundamente e esteja suficientemente preparado;
• CREDIBILIDADE = diz respeito ao grau de confiança que a platéia tem sobre a
capacidade do orador de falar sobre o tema. A platéia necessita acreditar que o
orador está preparado e habilitado para falar sobre o assunto. A credibilidade
começa a ser definida pelas suas credenciais, pela sua experiência, vivência e
conhecimento a respeito, que devem ser previamente informadas ou apresentadas;
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• RESPEITO = se refere a forma com que o orador se relaciona com a platéia.


Deve-se considerar que as pessoas presentes podem ser mais ou menos leigas
sobre o assunto, pois estão lá justamente para aprender, receber ou serem
informados, devendo ser tratadas com simplicidade, respeito e humildade. O
orador deve utilizar uma linguagem compatível com as pessoas e com o tipo de
ambiente, e não deve imitar o comportamento ou linguagem da platéia. Também
não deve mostrar que é melhor do que a platéia, devendo transmitir e compartilhar
conhecimentos;
• AUTOCONFIANÇA = diz respeito ao controle sobre a timidez, sobre a
ansiedade e principalmente sobre o nervosismo. A forma para controlá-la é
preparando melhor a apresentação e se condicionando pessoalmente, trabalhando
melhor a auto-estima, criando um clima de confiança;
• EMOÇÃO = diz respeito ao entusiasmo ao grau de crença do orador em relação
ao tema. É necessário acreditar que irá transmitir as idéias com total convicção. A
emoção, quando em doses adequadas, dependendo do ambiente, funciona como
um tempero, dando gosto e paladar a apresentação, atraindo e cativando a platéia.

07) SUCESSO DA APRESENTAÇÃO:

O sucesso de uma apresentação pode ser medido pela relação de tudo aquilo que o
emissor tem interesse ou deseja emitir por aquilo que o receptor de fato aproveitou e registrou.
O sucesso não é medido por aquilo que o emissor transmitiu, pois só o fato de tentar
transmitir e conseguir transmitir já se constitui uma efetividade em sí.

SUCESSO DO Tudo aquilo que emissor deseja


PROCESSO transmitir
DE = Tudo aquilo que o receptor
APRESENTAÇÃO conseguiu registrar

Para garantir o sucesso de uma apresentação é importante:

• Preparar a apresentação;
• Preparar-se para a apresentação.
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CAPÍTULO II
PROCESSO DE APRENDIZAGEM:

01) DINÂMICA ENVOLVIDA:

A apresentação constitui-se, necessariamente, de um processo de aprendizado,


portanto envolve as seguintes dinâmicas, que podem ser mais bem observadas na figura 2:

• O que se emite - conteúdo;


• O que se transmite - forma;
• O que se recebe;
• O que se armazena;
• O que retorna.

EMISSÃO

TRANSMISSÃO

RECEPÇÃO

APRENDIZAGEM

RETORNO

EMISSOR MEIO RECEPTOR

Figura 2 – Dinâmica do processo de apresentação.

EMISSÃO = é tudo aquilo que se emite e depende de:

• CONTEÚDO = ordem, programa, preparação, coerência, pertinência;


• FORMA = técnica, didática, sistemática;
• EMISSOR = experiência, domínio, autoconfiança;
• FALA = emoção, tom, volume;
• RECURSOS UTILIZADOS;

TRANSMISSÃO = é tudo aquilo que se transmite e depende de:

• RECURSOS UTILIZADOS;
• AMBIENTE = são os ruídos ou os filtros;
• RELAÇÃO E SINERGIA ENTRE EMISSOR E RECEPTOR;
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RECEPÇÃO = é tudo aquilo que se recebe e se aprende e depende de:

• Estímulos, motivação recebida;


• Ambiente = ruídos;
• Tempo da apresentação.
• Emissor = experiência credibilidade, respeito;
• É aquilo que foi ouvido, visto ou sentido.

APRENDIZAGEM = é tudo aquilo que se aprende e depende de:

• Interesse = prioridade e importância dada ao tema;


• Percepção
• É aquilo que foi entendido, aprendido, assimilado de forma eficaz.

RETORNO = é tudo aquilo que retorna para o emissor e depende de:

• Questionamento;
• Grau de aprendizado;
• Forma de avaliar a efetividade da comunicação e o grau de aprendizagem;

02) PROCESSO MENTAL DE APRENDIZAGEM:

Deve-se ser considerado que o público é composto por um conjunto de pessoas e,


embora existam interações e comportamentos coletivos entre elas, o aprendizado é um
processo preponderantemente individual, obedecendo a um certo mecanismo ou sistemática.
Outro conceito que deve ser considerado é que a apresentação é um processo de
aprendizado onde o emissor, que pertence ao mundo exterior, emite um sinal, como outro
qualquer, que é recebido captado pelo receptor, com um acerta intensidade, o qual tenta
decifrá-lo e entendê-lo.
O próprio mundo onde vivemos, nosso ambiente natural, é um processo de
aprendizagem constante, absolutamente espontâneo, onde também existem emissões múltiplas
e contínuas de sinais e a recepção dos mesmos pelo receptor através de seus sentidos. Ao
recebê-los, percebê-los, avaliá-los e armazená-los em seu célebro, de acordo com seus
interesses ou necessidades, completando o um processo de aprendizado.
O importante num processo de comunicação, como no caso da apresentação, é que
tanto o emissor como o recepto conheçam os estímulos tanto da sensação como da percepção,
para que possam utilizá-los de forma adequada no sentido de ativar o receptor, melhorando
com isto o processo de aprendizado.
A sensação pode ser melhorada estimulando-se os aspectos interoceptivos,
proprioceptivos, extereoceptivos, ou seja, os sentidos. A percepção pode ser estimulada de
acordo com a intensidade, dimensões, mobilidade, cor, freqüência e forma, como mostrado na
Figura 3 a seguir.
Numa apresentação estes aspectos podem ser criados, intensificados ou estimulados
através do posicionamento e gesticulação do emissor, como da fala, dos recursos utilizados
como do ambiente, através de:

• EMISSÃO = é tudo aquilo que é emitido pelo mundo exterior;


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• RECEPÇÃO = é tudo aquilo que é recebido pela pessoa. Nem tudo aquilo que é
emitido é recebido, pois depende da intensidade da emissão, das condições
envolvidas e dos ruídos ou filtros existentes no caminho, no meio ou no ambiente;
• SENSAÇÃO = é tudo aquilo que é sentido. Nem tudo o que é recebido é sentido,
pois depende de quanto os sentidos estão realmente ligados ou em alerta;
• PERCEPÇÃO = é tudo aquilo que é percebido. É quando se toma a consciência
do fato ou da emissão. Nem tudo aquilo que é sentido é necessariamente percebido,
pois as pessoas podem estar “desligadas”;
• MEMORIZAÇÃO = a tudo aquilo que é efetivamente gravado, registrado na
mente. É tudo aquilo que é importante e efetivamente aproveitado. Nem tudo
aquilo que é percebido é memorizado. Normalmente só é gravado aquilo que a
pessoa julga ser útil, interessante, aproveitável e importante;

MUNDO MUNDO
EXTERIOR INTERIOR
EMISSÃO

RECEPÇÃO MEMORIZAÇÃO

SENSAÇÃO PERCEPÇÃO

ESTÍMULOS ESTÍMULOS

INTEROCEPTIVOS INTENSIDADE
(Fome, calor, frio, sede, sono, DIMENSÕES
desconforto) MOBILIDADE
COR
PROPRIOCEPTIVOS FREQUENCIA
(posição e movimento relativo do FORMA
corpo no espaço)

EXTEROECEPTIVOS
(visão, paladar, tato,
olfato, audição)

Figura 3 – Estímulos envolvidos num processo de comunicação e aprendizagem.

Deve ser também considerado que, embora estes fatores funcione como um estímulo
ao processo de comunicação, da mesma forma, em sentido inverso, pode funcionar como um
desestímulo, pois, como exemplo:
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• Pessoas com fome ou com sede não estão mais pensando no assunto, mas somente
em como saciar a sua necessidade;
• Pessoas com sono estão cansadas, dispersas, e não prestam mais atenção na
apresentação;
• Pessoas com frio ou com calor de desconcentram;
• Palestra muito parada, sem movimento, sem cor, sem intensidade, repetitivas,
padronizadas demais, sem diferenciais, são muito monótonas e dão sono;
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CAPÍTULO III
PREPARAÇÃO DA APRESENTAÇÃO:

01) INTRODUÇÃO:

O planejamento ou a preparação da apresentação sempre deve ser efetuado


antecipadamente, de forma a permitir alcançar o objetivo e o sucesso esperado. Apesar disto
pode eventualmente receber melhorias e adaptações de última hora, conforme as necessidades,
os recursos existente, o ambiente e as expectativas envolvidas. O planejamento adequado de
uma apresentação envolve a avaliação ou definição dos seguintes pontos:

• Tipo de apresentação;
• Objetivo;
• Estratégia;
• Habilidades necessárias;
• Público alvo;
• Conteúdo;
• Recursos visuais e de apoio;
• Tempo de apresentação;
• Ambiente.

02) OBJETIVO:

O objetivo define com exatidão e clareza o que será dito e para isto é necessário
primeiro definir onde se quer chegar, ou seja, a intenção da apresentação. O objetivo deve ser
definido de forma resumida e explícita, levando-se em consideração os seguintes
questionamentos:

• Porque fazer esta apresentação?


• O que se deseja transmitir, dizer?
• O propósito é informar, persuadir ou entreter?
• Que resultado se deseja obter no final da apresentação?
• Como a platéia deve reagir, pensar ou mudar?
• Quem é a platéia.

Deve-se lembrar que uma mesma apresentação, com o mesmo conteúdo, dependendo
do público-alvo e do contexto podem ser apresentadas de formas completamente diferente,
adaptadas as condições envolvidas.
03) ESTRATÉGIA:

A estratégia deve definir a melhor forma de transmitir ao publico o objetivo proposto,


a forma de se comunicar, que vai depender do tipo de apresentação, do tipo de público-alvo e
do ambiente, ou seja:
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• SE O OBJETIVO É COMUNICAR = o assunto deve ser abordado de forma


estruturada, coerente e lógica;
• SE O PROPÓSITO É ENGAJAR OU VENDER = é conveniente utilizar um
discurso afirmativo e tom emocional a fim de convencer a platéia;
• SE A INTENÇÃO FOR ENTRETER = é indicado usar piadas e histórias
engraçadas.

Em função do tema, do público-alvo e do ambiente o orador deve definir se irá utilizar


uma linguagem:

• Técnica;
• Acadêmica;
• Popular;
• Uma mistura de todas.

04) HABILIDADES NECESSÁRIAS DO EMISSOR:

Ver Capítulo IV.

05) A FALA:

Ver Capítulo V.

06) RECURSOS VISUAIS E DE APOIO:

Ver Capítulo VI.

07) CONTEÚDO:

Ver Capítulo VII.

08) RECEPTOR OU PÚBLICO-ALVO:

Ver Capítulo VIII.

09) AMBIENTE:

Ver item IX.

10) TEMPO DE APRESENTAÇÃO:


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Normalmente o tempo disponível para uma apresentação é previamente definido ou


estipulado pela própria condição do ambiente (uma aula tem um tempo estipulado) ou pela
organização do evento. Neste caso o conteúdo a ser apresentado deve necessariamente se
adequar a este tempo.
Existem casos onde orador tem a propriedade ou a liberdade de definir o tempo. Neste
caso o tempo de uma apresentação depende dos objetivos, do contexto, do público-alvo, do
horário e de outras características. A melhor regra para definir o tempo é o bom senso e se
seguir as seguintes regras:

• A apresentação jamais deve extrapolar o tempo previsto, pois além de cansar a


palestra mostra a desorganização do orador;
• O tempo alocado deve ser suficiente para apresentar todo o conteúdo, sem deixar
assuntos “pela metade” e sem a necessidade de se “sair correndo” no final da
apresentação para poder concluí-la, o que comprometeria o entendimento;
• Não se deve sobrar muito tempo ou terminar a apresentação muito antes do previsto, o
que deixa no ar um vazio e o sentido de uma tarefa mal cumprida;
• Definir alguns pontos extras que podem ser eventualmente retirados ou mesmo
inseridos, caso haja falta ou sobra de tempo;
• Não espere que a platéia canse. A apresentação deve parar quando a platéia espera que
orador continue. Não se empolgue, tenha senso de observação e haja sempre com bom
senso.

11) ENSAIO DA APRESENTAÇÃO:

O ENSAIO ANTES DA APRESENTAÇÃO AJUDA:

• Memorizar;
• Cronometrar;
• Revisar o conteúdo;
• Testar todos os recursos disponíveis;
IMPORTANTE:

• Não decorar o conteúdo, procure memorizar;


• Não leia o conteúdo quando da apresentação;
• Recupere e discuta as informações conceituais e não as literais;

VOZ:

• Planeje o volume, o ritmo, a entonação, a ênfase das palavras-chave;


• Seje espontâneo;
• As palavras devem soar de forma suave e em um tom informal;

RESPIRAÇÃO:

• Respire de forma profunda e vagarosa para manter um fluxo de oxigênio para o


célebro, permitindo que funcione melhor, coordenando melhor os pensamentos;
• A respiração correta também ajuda a tornar a voz mais clara;
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EXPRESSÃO CORPORAL:

• Avalie a expressão corporal como um todo;


• Use as mãos, gesticule, indique;
• Use a cabeça;
• Use o olhar;
• Cuide da posição da perna;
• Se movimente pela sala.

CONJUNTO:

• Sinta-se leve e seguro;


• Seje o mais natural e espontâneo possível;
• Não se atenha a anotações, atrapalham mais que ajudam. Recorra a elas somente em
caso de emergência, quando esquecer algo ou “perder o fio da meada”
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CAPÍTULO IV
O EMISSOR

01) QUEM É O EMISSOR:

O emissor é aquele que emite, que gera a informação, podendo ser:

• Orador;
• Palestrante;
• Comunicador;
• Aluno ou acadêmico;
• Professor;
• Conferencista;
• Político;
• Pregador religioso;
• Advogado;
• Profissional;
• Vendedor;
• Gerente, diretor, executivo, administrador, gestor;
• Líder.
• Treinador;
• Técnico;
• Vendedor;
• Prestador de assistência técnica;
• Cientista;
• Sindicalistas, etc.

O objetivo do emissor pode ser:

• Apresentar idéias;
• Divulgar ou informações;
• Ensinar;
• Informar ou transmitir;
• Convencer ou conseguir aprovação;
• Unir ou agregar ao redor de uma causa;
• Motivar, envolver e comprometer.
Os oradores têm em comum:

• Desejo de transmitir um conteúdo, alguma coisa, um objetivo;


• Público alvo, um grupo de pessoas específicas.

02) A APARÊNCIA:
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Para não chocar o público o orador deve estar vestido adequadamente, sendo útil
seguir as seguintes orientações:

• Usar sempre o bom senso e se vestir de acordo com o ambiente, a platéia, o


conteúdo e principalmente pelo contexto da apresentação;
• Apesar disto a aparência normalmente tem menos a haver com a platéia ou o
conteúdo a ser apresentado, mas sim mais com o ambiente ou o contexto;
• Se a apresentação for para executivos preferencialmente deve-se usar um terno;
• Se for uma apresentação de trabalho, a aparência pode ser menos informal,
adequado ao ambiente;
• Nem sempre é necessário estar mais bem vestido que a platéia;
• Usar sempre roupas limpas, bem passadas e não muito gastas;
• Usar sempre roupas confortáveis para não atrapalhar a concentração e o
rendimento;
• Vestir-se de acordo com estilo próprio, pois a platéia será mais tolerante mesmo se
não estiver adequadamente vestido;
• Ser discreto, não usar acessórios que possam chocar, distrair ou prender a atenção
do público;
• Manter a higiene, utilizar desodorante ou perfume de forma adequada;
• Tomar cuidado com a aparência do cabelo, da barba, das mãos, das unhas, da
maquiagem, etc. Não devem ser exagerados.

03) HABILIDADES NECESSÁRIAS:

O orador deve avaliar se:

• Possui habilidades necessárias para a apresentação;


• Existe necessidade e condição de desenvolver alguma habilidade específica.

Para garantir o seu objetivo um orador deve ter:

• COMPETÊNCIA = deve ter uma fluência natural da comunicação, o dom da


palavra, o domínio da fala, a capacidade de influenciar e dominar o público;
• TÉCNICA = aprender a se comunicar através de procedimentos, das técnicas, das
ferramentas e dos recursos disponíveis;
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CAPÍTULO V
A FALA

01) TIPOS DE FALAS:

A fala é a linguagem a forma com que o orador se interage com a platéia, com o
ouvinte, e transmite o conteúdo de sua apresentação. As falas podem ser dos seguintes tipos:

• Discurso;
• Preleção;
• Palestra;
• Apresentação;
• Comunicação;
• Explanação;

02) FORMAS DE FALAS:

As falas podem ser das seguintes formas:

• Oral ou verbal;
• Visual ou corporal;

03) UTILIZAÇÃO DA LINGUAGEM VERBAL:

FALAR DE FORMA EFICAZ:

• Falar de forma natural;


• Não leia slides ou transparência, explique e as utilize como forma de apoio, para a
platéia entender melhor;
• Evite consultar anotações;
• Evite usar termos muito técnicos ou expressões regionais;
• Não use gírias;
• Cuidado com as bengalas como “bom... éééé.... então.... bem”;

VARIAR O TOM E A VELOCIDADE DA VOZ:

• Fazer pequenas pausas entre os tópicos principais para que a platéia possa
absorver a informação;
• Destacar passagens mais importantes, fazendo uma pausa ou falando devagar de
forma mais enfática, para destacar a palavra, frase ou o conceito;
• Falar num tom de voz que todos possam ouvir;
• Se posicionar na platéia de forma que todos possam ouvir sem precisar gritar;
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• Avalie a acústica do ambiente. Se usar o microfone teste-o antes para regular o


volume;
• Não utilizar o tom de voz muito monótono;
• Não falar sem parar;

CUIDAR DAS PALAVRAS E DOS VERBOS:

• Evitar a palavra “não”, principalmente no início de uma expressão ou frase, pois é


inócua;
• Substituir “mas” por “e”, pois invalida tudo o que foi dito antes;
• Utilizar “mas” somente para argumentar contra uma objeção;
• Substituir “se” por “quando”, pois “se” indica uma condicional ou uma
dependência e “quando” indica decisão ou determinação;
• Utilizar “sei” no lugar de “acho” pois “acho”, “espero” e “acredito” denotam
insegurança e dúvida;
• Cuidar com a palavra “tentar”, pois também denota insegurança e é usada para
“enrolar”;
• Utilizar palavras que demonstrem controle e capacidade. Os verbos “precisar”,
“ter” e “dever” indicam dependência. Usar verbos que indicam que a ação está sob
controle como “querer” e “decidir”;
• Evitar usar expressões que indiquem impotência e incapacidade como “não
consigo” ou “não posso”. Se tiver que falar algo negativo de sí mesmo use
expressões que indique controle;
• Evitar o tempo futuro para indicar objetivos (vou conseguir, vou escrever). Use o
gerúndio (estou conseguindo, estou escrevendo) para indicar desejos e objetivos
futuros. Indica tanto a idéia que tem e a intenção de fazer algo como já está
fazendo;
• Cuidar com o futuro do pretérito, só o use quando realmente existir um
impedimento que impeça a ação. Não dizer “Eu gostaria de agradecer a presença
de todos”; é preferível dizer “Eu agradeço a presença de todos”.

PALAVRAS E EXPRESSÕES EM OUTROS IDIOMAS:

• Seu uso pode ser comum e até fazem parte do dia-a dia, mas deve ser aplicada
adequadamente, sem muito exagero;
• Escrever e pronunciar corretamente. No caso de dúvida consulte a forma correta
ou absolutamente não as utilize;
• Se existir a mesma expressão adequada em português, use-a de forma preferencial;
• Se o termo do outro idioma já for de domínio do público não existe necessidade de
traduzi-lo. Ex: “software”, “download”, etc;
• Na linguagem escrita, as palavras em outros idiomas devem ser gravadas com
destaque em itálico ou entre aspas;

04) UTILIZAÇÃO DA LINGUAGEM CORPORAL:

O CORPO:
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• As expressões do rosto e dos olhos devem revelar o interesse do orador pelo assunto e
pela platéia;
• Não se apoiar em objetos como a mesa, cadeira, tribuna, quadro ou parede;
• Permanecer na posição ereta, com o peso do corpo bem dividido entre as duas pernas,
ligeiramente afastados. Não se apóie em somente uma perna;
• Ficar de frente para a platéia, a fim de manter bom contato visual;
• Movimentar-se com segurança. Andar pelo meio da platéia, se for possível. Manter
contato com as pessoas;
• Certificar-se que a linguagem corporal reflita o que está sendo dito;
• Prestar atenção na linguagem corporal da platéia para obter “feedback”. Avaliar
constantemente o desempenho durante a apresentação;
• Procurar não manter os braços soltos ao longo do corpo, pois isto indica uma postura
de neutralidade e desleixo;
• Curvar-se ligeiramente para frente indica desejo de ser amigo e de envolver e
encorajar a platéia;
• Curva-se para trás pode indicar tanto estado de defesa quanto agressividade,
hostilidade, negativismo ou arrogância;
• Manter-se em posição firme indica segurança e equilíbrio;
• Cruzar os braços é uma posição de defesa e pode criar resistência da platéia;
• Sorrir é uma atitude simpática quando é de forma espontânea.

OS OLHOS:

• Olhar é uma forma fantástica de comunicação, devendo se olhar nos olhos quando se
fala, pois cria intimidade e estabelece um canal de comunicação;
• Deve-se sempre manter um contato visual com a platéia;
• Olhar para a platéia como um todo, fazendo varreduras, tanto de um lado para o outro
como da frente para trás;
• Não esquecer de olhar os pontos cegos, a parte de trás da platéia, que fica mais
distante ou as laterais, na linha dos ombros;
• Olhar para todos, sem privilegiar ninguém;
• Olhar tanto para aqueles que estão mais interessados quanto para aqueles que estão
mais distraídos ou se mostram hostis. Isto é uma forma de chamar sua atenção e atraí-
los novamente para a apresentação.

OS GESTOS:

• Os gestos devem adequar-se ao tamanho e às características da platéia;


• Usar gestos largos e até exagerados, erguendo os braços e utilizando até os ombros,
para platéias grandes e ambientes mais informais;
• Usar gestos mais moderados, limitando-se as mãos, com os cotovelos próximos ao
corpo, para platéias pequenas e formais;
• Utilizar gestos curtos se estiver sentado, e mais largo quando estiver em pé;
• Gestos mais comedidos são indicados para platéias com maior nível cultural, enquanto
que classes populares são mais receptivas a gestos largos e exagerados.
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CAPÍTULO VI
OS RECURSOS

01) INTRODUÇÃO:

Recursos são ferramentas importantes utilizadas pelo “emissor” para ajudá-lo ou


apoiá-lo no processo de comunicação, pois em uma apresentação o aprendizado das pessoas
se preferencialmente através dos seguintes sentidos (1):

• Pela visão – 70%;


• Pela audição – 15%;
• Pelo olfato, tato e paladar - 15%

Se a mensagem for apresentada apenas verbalmente depois de três dias o ouvinte irá se
lembrar apenas de 10% do que lhe foi transmitido. Se esta mesma mensagem for apresentada
através de um recurso visual se lembrarão de 65%. Se durante a própria apresentação, junto
com a fala, for utilizado um recurso visual, é possível aumentar esta retenção a níveis maiores
que 90% (2). Diante disto constata-se que as pessoas assimilam melhor as mensagens se estas
forem acompanhadas de imagens, sendo, portanto importante a utilização de recursos visuais,
pois ajudam a:

• Melhorar a concentração;
• Aumentar e o interesse pelo assunto;
• Melhorar o processo de memorização;
• Melhorar a compreensão das idéias;
• Fazer analogias e criar mapas mentais;
• Melhorar a percepção e a conexão lógica entre as informações;
• Realçar um determinado ponto.

Os recursos visuais têm os seguintes objetivos:

• Fazer comparações numéricas;


• Apresentar dados estatísticos;
• Destacar informações essenciais;
• Expor dados técnicos e científicos;
• Informar o lançamento de um novo produto ou serviço;
• Ampliar a retenção de informações dos ouvintes durante a fala;
• Esclarecer conceitos, procedimentos ou idéias;
• Orientar o raciocínio;
• Possibilitar a visualização de objetos;
• Estabelecer relacionamentos;
• Mostrar organogramas e fluxogramas;

Apesar disto quando da definição dos recursos é importante questionar:

• Se a utilização do recurso é absolutamente necessária;


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• Quais os tipos de recursos necessários ou disponíveis;


• Como produzir um bom recurso;
• Quando utilizar o recurso;
• Como utilizar adequadamente o recurso.

Apesar de todas estas vantagens inquestionáveis, deve-se sempre considerar que o


recurso visual nunca pode substituir ou suplantar a importância do palestrante. Deve servir
como um reforço da mensagem, ressaltando as informações mais relevantes, esclarecendo e
complementando as partes mais significativas da apresentação. Também se deve considerar
que a utilização muito intensa do recurso visual tira a oportunidade de interação com o
público, por isto o orador não deve ficar tão preso aos visuais apresentados.

02) TIPOS DE RECURSOS:

Os recursos utilizados pelo “emissor” podem ser dos seguintes tipos:

VISUAIS:

• Retroprojetor com o uso de transparência;


• Projetor de slide convencional – 35 mm;
• Recurso multimídia para projeção de slide digital – “data show” e “PowerPoint”;
• Projetor multimídia para projeção de imagens de fita cassete, videoteipe e DVD;
• “Flip charts”;
• Cartazes;
• Quadro de giz;
• Quadro branco com uso de pincéis;
• Apostilas ou material didático;
• Impressos, catálogos ou folhetos;
• Modelos, amostras, peças e objetos;
• Projetor de originais;
• Projetor de filmes;
• Tela de computador
• “Laser pointer”, vara, antena ou indicador qualquer;
• Televisão, etc;

AUDITIVOS:

• Microfone e alto-falante;
• Megafone;
• Filmes, videoteipe com som, TV, etc.

OLFATIVOS:

• Amostras (perfumes, comida, etc);

TATO:
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• Modelos, amostras, peças e objetos;

Deve-se observar que apesar de existem grande número de recursos disponíveis,


principalmente os visuais, alguns caíram em desuso e são considerados ultrapassados para o
momento atual, como o “flip charts”, o projetor de slides, por exemplo. Apesar disto, deve-se
considerar que, dependendo do local ou até das circunstâncias envolvidas, o palestrante
precisará lançar mão de um destes recursos e deve saber utilizá-lo com habilidade, para não
prejudicar sua apresentação.

03) ESCOLHA DO RECURSO:

A escolha ou o uso de um determinado recurso normalmente é feita com base nos


seguintes critérios:

• Custo;
• Disponibilidade ou acessibilidade;
• Facilidade de uso;
• Adequação ao ambiente;
• Flexibilidade ou limitação em função do tipo de ambiente;
• Facilidade de criação;
• Versatilidade em função da necessidade de ser alterado;
• Facilidade de transporte;

As vantagens e desvantagens de alguns destes recursos estão apresentadas na Tabela I


a seguir.

04) REQUISITOS DE UM RECURSO VISUAL:

Para atender a qualidade necessária, os recursos visuais devem atender os seguintes


requisitos:

• SER APROPRIADO PARA A CIRCUNSTÂNCIA = exemplo projeções do


currículo em uma conferência;
• SER VIÁVEL PARA TODOS OS OUVINTES = depende do tamanho da
platéia;
• SER ESCLARECEDOR SOBRE O ASSUNTO = não pode ser redundante e
não acrescentar nada sobre a mensagem que está sendo transmitida oralmente;
• SER CLARO, LIMPO E AREJADO = ouvinte deve olhar para o visual e ver
com rapidez e sem esforços a informação que está sendo projetada, ou seja, não
deve conter informações desnecessárias. Da mesma forma, excesso de cores, de
tamanhos, de tipos de letras de marcadores, de sentenças polui o visual e prejudica
a visualização;
• SER PRECISO E EFICIENTE = deve conter informações na quantidade
adequada, perceba os dados e acompanhe o raciocínio exposto.
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Tabela I – Vantagens e desvantagens dos recursos visuais:


RECURSO VANTAGEM DESVANTAGEM
Quadro de giz e -Espontaneidade; -Consumo de tempo;
quadro branco -Flexibilidade; -Intensifica o nervosismo;
-Praticidade; -Não permite a recuperação de dados;
-Economia; -Limitado a pequenos ambientes;
-Sujeira, brilho e imperfeição;
Cartaz -Durabilidade; -Limitação a pequenos ambientes.
-Economia;
-Facilidade de transporte.
“Flip charts” -Economia; -Limitação a pequenos auditórios;
-Espontaneidade e durabilidade; -Espaço limitado;
-Redução de tempo na preparação; -Difícil legibilidade.
-Flexibilidade.
Retroprojetor -Possibilidade de uso em sala -Custo elevado;
iluminada; -Dificuldade de modificação da
-Adaptação a qualquer ambiente; transparência;
-Projeções de qualidade;
-Facilidade de comunicação visual;
-Facilidade de transporte;
-Possibilidade de uso sem tela;
-Possibilidade de substituição
imediata da lâmpada;
-Facilidade de ligar e desligar sem
provocar distrações.
Projetor de slides -Adaptação a qualquer ambiente; -Custo elevado;
-Capacidade de ampliação; -Necessidade de ambiente escuro
-Facilidade de transporte; para projeção;
-Apresentação de qualquer imagem; -Manuseio delicado;
-Uso prolongado;
-Facilidade de produção;
-Permite sonorização.
Videoteipe e DVD -Uso generalizado; -Custo de produção;
-Realidade de imagens e sons; -Necessidade de equipamentos;
-Permite fácil duplicação. -Produção demorada.
Projetor de -Apresentação de informações -Funcionamento apenas com
originais reais; ambiente escurecido;
-Economia de tempo e dinheiro; -Projeção de informações
-Adaptação a qualquer ambiente. desnecessárias;

05) TIPOS DE RECURSOS VISUAIS MULTIMÍDIA:

Um visual pode ser elaborado de diversas formas, dependendo das características da


informação a ser transmitida, tais como:

• TABELA = deve-se limitar ao máximo o número de palavras e não conter excesso


de números, e estes deve ser arredondado ao máximo para facilitar sua
visualização e entendimento. O título deve ser simples e concisos. Usar cores para
acentuar os dados;
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• GRÁFICAS DE BARRAS = relacionam duas ou mais variáveis, sendo que


normalmente uma delas o tempo. As barras podem ser representadas tanto no
sentido vertical como horizontal, isoladas ou agrupadas. Recomenda-se limitar o
número de barras a seis;
• GRÁFICO SETORIAL = também conhecido como gráfico de “pizza”. A
utilização mais recomendada é quando se deseja comparar as diversas partes de
um todo. Visualização fica facilitada quando limitada a seis partes;
• GRÁFICO DE LINHAS = utilizado quando se deseja mostrar as variações ou as
tendências de uma informação dentro de um tempo
• MAPA = serve para a localização e o confronto de tamanhos ou distâncias entre
regiões
• FLUXOGRAMA = usado para demonstração de uma ordem seqüencial ou
operacional ou de métodos e processos alternativos;
• DESENHO = usado para mostrar detalhes geométricos, de forma, dimensão,
precisão ou mesmo, de uma forma mais criativa, as caricaturas. As figuras são
muito utilizadas para dar harmonia, sincronismo e muitas vezes o humor as
palavras;
• RELAÇÃO DE ITENS = serve para mostrar uma seqüência de tópicos, palavras,
frases ou expressões, no sentido de ajudar a estabelecer relações.

06) CRIAÇÃO DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS:

Os componentes de um recurso visual são:

TÍTULO:

• Deve ajudar o público a identificar rapidamente o assunto;


• Devem ser esclarecedores, simples e de poucas palavras;
• Devem ser localizados na parte superior.

LEGENDAS:

• Devem identificar as diversas partes de um visual;


• Devem identificar as tabelas, figuras, gráficos, etc;
• Devem ser concisas e feitas de forma a possibilitar a leitura de todas as pessoas.

CONTEÚDO:

• Apresentar os conceitos de forma simples e clara;


• Apresentar apenas um conceito ou uma idéia de cada vez, utilizando no máximo
seis linhas, o que facilita o raciocínio, a não ser que duas ou mais idéias sejam
interdependentes ou complementares;
• Usar de preferência apenas palavras e termos-chave, evitando sentenças inteiras;
• Quando possível destacar os conceitos através de gráficos, imagens e mapas
conceituais;

FRASES:
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• Criar frases curtas;


• O visual não deve reproduzir tudo aquilo que estiver sendo comunicado
verbalmente. Deve representar apenas a essência da mensagem;
• Usar poucas linhas. Se o visual for elaborado no sentido horizontal limitar a seis
ou sete linhas no máximo. Se for no sentido vertical limitar a oito ou nove;
• As palavras devem ser escritas sempre na horizontal, com raras exceções.

TIPO DE LETRAS E FONTES:

• Escrever com letras ou números legíveis, evitar fontes exóticas ou muito


desenhadas que dificultam a leitura;
• Dar preferência aos tipos com traços mais bem definidos, como o “Arial” ou
“Times New Roman”;
• Evitar letreiros na posição vertical;
• Usar no máximo três tipos ou tamanhos de fontes por página, para que tenha mais
uniformidade e permita uma leitura rápida;
• Utilizar sempre o mesmo formato e estrutura em todos os slides – procurar a
padronização, principalmente em apresentações mais formais;
• Em apresentações do tipo entretenimento não é absolutamente necessário seguir
um padrão, podendo-se abusar da criatividade.

TAMANHO DE LETRAS E FONTES:

• Utilizar letras de tamanho adequado, de preferência grande, para poder ser bem
visualizada, principalmente pelas pessoas sentadas mais distantes. Por isto o local
da apresentação tem muito a haver com a preparação;
• Para listas preferir letras menores em vez de números;
• Não utilizar somente letras maiúsculas, com exceção das siglas utilize sempre as
maiúsculas e minúsculas;
• Teste rápido do tamanho da letra para slide: segure o slide com o braço estendido,
se conseguir ler o que está escrito será também legível quando for projetado;
• Teste rápido para transparência: coloque no chão, junto aos pés, se conseguir ler o
que está escrito será legível quando for apresentado;
• Teste rápido de visual de computador: se afaste do monitor de vídeo
aproximadamente dois metros, se for lido com facilidade quando for projetado;
• A visualização do material preparado em computador normalmente é melhor
quando utilizada letra com tamanho acima de 20.

NOMENCLATURA:

• Fazer o arredondamento dos números ou das cifras sempre que possível, para
facilitar a compreensão;
CORES:

• Visuais coloridos ajudam a destacar os dados mais importantes e criam contraste


que facilitam as comparações;
• Evitar o uso excessivo de cores ou o uso exagerado de cores muito fortes, que
poderá prejudicar a estética visual e comprometer a compreensão, funcionando até
UDESC – CCT – DEM 28
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como um ruído que dispersa a atenção. Se ater ao uso de três ou quatro cores por
visual;
• Usar sempre cores vivas. Os tons pastel são inadequados para apresentações;
• Utilizar contrastes entre cores escuras e claras, para fundo e texto, no sentido de
facilitar a visualização;
• A própria cor transmite uma informação, por exemplo, cores vermelhas
transmitem perigo ou indicam tendência ou resultado ruim, ao passo que cor azul
demonstra o contrário;

ILUSTRAÇÃO:


Utilize apenas uma ilustração em cada visual, o que facilitará a compreensão;

Facilite a compreensão do visual com flechas indicativas ou qualquer outro
recurso que mostre a direção correta para a leitura;
• Retire tudo aquilo que for dispensável ou incompatível com a mensagem.
QUANTIDADE PÁGINAS:

• Definir a quantidade de transparências em função do tempo disponível de


apresentação;
• Existe um tempo adequado para cada quadro apresentado, se isto não for bem
equacionado a apresentação extrapolará o tempo previsto ou terá que ser
apresentada de forma apressada, comprometendo a qualidade;

ANIMAÇÃO:

• Os sons e a animação podem ser utilizados com moderação para não ofuscar a
mensagem;
• Os sons não são indicados para apresentações formais;
• Em apresentações informais os sons e animação são especialmente indicados;

TESTE:

• Fazer um teste do material preparado antes da apresentação;


• Evitar surpresas desagradáveis, pois algumas vezes o material preparado no
computador tem uma visão na tela muito diferente do que no monitor de vídeo;
• Seria recomendado que o apresentador treinasse antes de realizar a apresentação,
para avaliar tanto o tempo como o conteúdo da apresentação.

07) UTILIZAÇÃO DO PROJETOR MULTIMÍDIA:

PRODUÇÃO:

A multimídia é o recurso visual mais técnico e moderno que vem sendo atualmente
utilizado nas apresentações, devido a sua grande versatilidade e qualidade de imagem. Apesar
disto, deve-se lembrar mais uma vez que numa apresentação nada deve suplantar a
importância do palestrante e o recurso visual precisa cumprir o papel de dar apoio e não ser o
foco.
UDESC – CCT – DEM 29
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Com o recurso multimídia é possível utilizar, de forma isolada ou até mesmo


sincronizada, uma série de recursos ao mesmo tempo, conectados em um só, como o
computador, o vídeo, o DVD e a Internet. O processo multimídia envolve a utilização de:

• Um computador dotado de programas necessários, como o “PowerPoint” ou outro


similar, para produção da imagem;
• Um projetor multimídia, acoplado ao computador, para projeção da imagem;
• Uma tela para a recepção da imagem. Na falta desta pode ser utilizada uma parede
clara ou mesmo o próprio monitor de vídeo.

ARRANJO E POSICIONAMENTO:

• O projetor multimídia e a tela devem ser colocados numa posição de forma a


permitir a mobilidade do palestrante sem prejudicar a visualização da platéia e sem
que o palestrante passe entre o equipamento e a tela;
• A situação ideal é que o equipamento seja fixado no teto, com o inconveniente de
se perder a flexibilidade e a mobilidade;
• A tela de projeção deve ser instalada numa posição em que as informações possam
ser vistas completamente por todos as pessoas presentes;
• O recomendado é que o equipamento seja instalado no centro e a tela seja
posicionada a esquerda do auditório.

MANIPULAÇÃO OU UTILIZAÇÃO:

• As figuras podem ser manipuladas tanto pelo orador como por um assistente;
• Quando utilizar um assistente ter certeza de que este conhece o equipamento e
treine antes. Combinar sinais discretos para evitar expressões inadequadas como
“passa, o próximo, avança, toca, volta, etc”, que tiram a concentração e irrita quem
está assistindo;
• Quando as figuras forem manipuladas pessoalmente, posicionar-se de forma a
facilitar o acesso, para não precisar correr ou passar entre o projetor e a tela;
• Planejar com antecedência a movimentação na sala, criar espaço para a
movimentação e facilidade de acesso ao projetor;
• Para avançar ou recuar as imagens usar preferencialmente o teclado ao invés do
mause, pois é mais rápido e menos entediante, além de não desconcentrar o
público;
• Pode-se também usar o controle remoto, que permite total liberdade de ação, sem
necessidade de se posicionar em pontos específicos da sala ou próximo do projetor.
Apesar disto este recurso costuma gerar confusões na sua manipulação, que
acabam desconcentrando o público. É necessário treinar antes de usar ou não o
use;
• Nunca ficar parado, movimentar-se, mas manter-se próximo do projetor ao
terminar a exposição de um item e passar para outro slide, afim de não criar um
“vazio”, que também desconcentra o público;
• Se for feita apresentação de grupos criar um mesmo arquivo para todas as
apresentações, para evitar ficar abrindo e fechando arquivos;
• Fazer sempre uma pequena pausa quando pedir para o público observar uma
imagem, quadro, uma tabela ou mesmo uma citação muito longa, no sentido de
que exista tempo suficiente para assimilação do conteúdo;
UDESC – CCT – DEM 30
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• Em projeções muito prolongadas sugere-se retirar a imagem da tela após certo


tempo, pois estas podem tomar o foco da atenção, levando a platéia perder a
concentração. Quando isto ocorrer acenda as luzes, para tornar a apresentação
mais movimentada e envolvente;
• Usar sempre o “Laser Pointer” para dirigir e concentrar a atenção no público em
um determinado ponto;
• De vez em quando substituir o uso do “Laser Pointer” pela anteninha, ou outro
indicador qualquer, para que o público fique ainda mais concentrado na
mensagem;
• É indicado que durante a projeção a sala fique escura para melhorar a qualidade da
imagem. Apesar disto é recomendado que sempre permaneça uma pequena
iluminação, no fundo do ambiente, pois escuridão excessiva provoca sonolência e
perda da atenção;
• Escuridão excessiva também faz com que o apresentador perca a comunicação
visual com a platéia;
• Se durante a apresentação se sentir que as imagens projetadas estão distraindo a
platéia devem ser retiradas antes de envolver a nova parte da mensagem

08) SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA:

Deve-se estar sempre preparado para situações adversas, para as quais não se tenha
controle, como interrupção de fornecimento de energia, quebra do equipamento, etc, que
impossibilitará a utilização do recurso previsto. O evento não pode deixar de ser realizado por
falta de planejamento do orador. Neste caso é importante seguir as seguintes orientações:

• Em palestras importantes ter cópia de todo o material em mais de uma mídia


alternativa, que pode ser facilmente utilizada em casos emergências;
• No caso de recursos multimídia terem sempre mais uma cópia da apresentação em
disquete ou mesmo CD;
• Levar sempre algumas cópias impressas do trabalho, que eventualmente podem ser
reproduzidas no local;
• Levar transparências dos pontos mais importantes, que podem ser eventualmente
utilizadas em equipamento alternativo;
• Considerar a possibilidade de levar “flip charts” prontos;
• Verificar a possibilidade de utilização de um quadro, usando giz ou pincéis;
• Se for para escrever no quadro não fazê-lo enquanto estiver explicando. Escreva
primeiro, dê um tempo para as pessoas copiarem, se for necessário, e somente
após explique.
• É importante ser criativo e sempre ter a capacidade de improvisar em casos de
emergência para que o público, o cliente, não seja prejudicado, mesmo que a culpa
não seja do apresentador;
UDESC – CCT – DEM 31
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CAPÍTULO VII
CONTEÚDO

A elaboração do conteúdo de uma apresentação envolve os seguintes pontos:

01) TEMA:

Definir o que e do que se vai falar, de forma:

• Clara;
• Objetiva;
• Organizada.

02) MENSAGENS-CHAVE:

Devem ser listadas as principais idéias que se deseja transmitir a platéia, devendo ser
limitada a:

• Capacidade de a platéia assimilar e memorizar;


• Tempo disponível;

03) ARGUMENTOS:

Devem ser elaborados argumentos que possam ser utilizados de forma que:

• Reforcem a mensagem principal;


• Sejam preferivelmente acompanhados de fatos e dados;
• Faça sentido para a platéia;

04) ESTRUTURA:

Diz respeito à forma com que deseja transmitir a mensagem e como deseja que a
platéia participe, podendo ser feito através de:

• ISOLAMENTO = os itens são apresentados separadamente, de acordo com uma


determinada ordem adequada ao assunto, como cronológica ou pela sua
importância. É indicado para apresentações mais formais, como relatórios e aulas
inaugurais;
• ÊNFASE = neste caso o item de maior impacto é apresentado primeiro, seguido
dos demais, que podem reforçá-lo ou complementá-lo. Indicado para platéias bem
informadas, ou em situações em que se pretenda ampliar o espaço de discussão de
determinado assunto. Também é indicada para apresentações do tipo persuasão,
UDESC – CCT – DEM 32
TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO
ANDRÉ OLAH NETO

onde uma seqüência de argumentações culmina com uma argumentação mais forte
e decisiva;
• DEBATE = é uma junção dos dois tipos anteriores. É mais adequada para
apresentações informais, como reuniões de trabalho, com poucas pessoas. Facilita
e estimula debates à medida que novas idéias são apresentadas.

05) ROTEIRO E ORGANIZAÇÃO:

Devem ser enumerados os principais conceitos, os títulos e os subtítulos, na ordem em


que serão apresentados. Deve ser feita em três partes:

INTRODUÇÃO = é utilizada para:


• Atrair a aceitação;
• Conquistar a confiança;
• Comunicar o objetivo;
• Demonstrar a importância do tema;

CORPO = é a principal parte da apresentação e serve para:


• Expor o tema;
• Apresentar fatos, argumentos e exemplos de maneira organizada;
• Estimular a participação;
• Obter retorno da platéia.

CONCLUSÃO = deve reforçar o objetivo, devendo:


• Reiterar e resumir as mensagens-chave;
• Recomendar uma ação;
• Obter adesão ou comprometimento;
• Terminar, agradecer e se despedir.

06) REDAÇÃO:

Deve ser escrita a apresentação, procurando-se utilizar uma forma oral e não escrita,
que é mais leve e solta, ou seja, deve ser elaborada como se estivesse falando e não como se
estivesse escrevendo.
UDESC – CCT – DEM 33
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CAPÍTULO VIII
O RECEPTOR

01) DEFINIÇÃO:

O receptor é aquele que recebe a informação emitida pelo emissor, é o público-alvo o


foco da apresentação e do emissor, podendo ser:

• Platéia;
• Membros de um grupo de pessoas;
• Alunos, etc.

02) CARACTERÍSTICAS:

Deve-se considerar que durante uma apresentação ocorre uma sinergia, uma
comunicação, uma interação, um diálogo entre o apresentador e a platéia. Diante disto, para
que exista uma comunicação eficaz, se faz necessário que o apresentador conheça as
características do público-alvo, a fim de adaptar a linguagem e a mensagem às suas
expectativas. As características ou as informações a respeito do público-alvo podem ser
obtidas através das seguintes maneiras:

• Organizadores do evento, com antecedência. Isto seria o ideal;


• No início da própria apresentação, através de questionamentos;

Dependendo do tipo de apresentação e do tema que será abordado, poder-se-ia


questionar ou simplesmente observar o público, através dos seguintes pontos:

• Quantidade de pessoas;
• Faixa etária, classe social, nível de instrução ou sexo;
• Histórico, vivência, conhecimento ou experiência a respeito do tema;
• Origem, entidade, empresa ou organização que representa e ramo de atividade;
• Nível hierárquico ou poder de decisão dentro da organização;
• Idéias, opiniões, necessidades, tendências, expectativas;
• Perfil e valores étnico, religioso, político, social, moral e cultural;
• Se estão vindo por iniciativa própria, foram convidadas ou obrigadas;
• Se são conhecidos, amigos ou é o primeiro contato;
• Conhecimento a respeito do orador;
• Conhecimento a respeito do tema, etc.

03) PREPARAÇÃO:
UDESC – CCT – DEM 34
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O “receptor” deve ser e estar preparado para receber aquilo que o receptor irá
transmitir, caso contrário a apresentação não fará o menor sentido para ele ou será pouco
aproveitada. Para isto deve criar expectativas, através do:

• TEMA = deve conhecer previamente os objetivos, a abrangência e a abordagem a


respeito do tema ou do assunto que irá ser apresentado;
• APRESENTADOR = deve conhecer com antecedência o orador, suas credencias,
experiências, vivência e conhecimento a respeito da área e do tema;
• RAZÃO = deve saber porque está presente, porque veio, o motivo, qual o retorno
que deseja obter, o que irá ganhar. Deve dar importância ao tema.

O sucesso da apresentação dependerá da preparação do emissor em:

• Saber quais as expectativas da platéia ou do público alvo;


• Saber preencher ou atender estas expectativas;

Em relação às expectativas o apresentador deve:

• Conhecê-la previamente, através do questionamento;


• Moldá-la de acordo com os objetivos da apresentação, realizando uma explanação
inicial do que será apresentado, ou;
• Atendê-la mudando o foco ou o conteúdo do trabalho que irá ser apresentado.

Deve-se sempre estar preparado para a apresentação. A platéia percebe quando o


orador não está suficientemente preparado, mostrando grande desinteresse, falta de motivação
e até certa hostilidade. Para isto é importante e necessário lembrar que:

• Falar para leigos é diferente do que falar para técnicos ou especialistas;


• Falar para gerentes ou diretores é diferente do que falar para trabalhadores;
• Falar para crianças é diferente do que falar para jovens, adolescentes, adultos ou
idosos;
• Falar para estudantes é diferente do que falar para professores;
• Falar para poucos é diferente do que falar para uma multidão;
• Falar numa sala de aula é diferente do que falar num auditório ou num comício a
céu aberto;
• Falar para os chefes é diferente do que falar para os subordinados;
• Falar para quem veio obrigado é diferente do que quem veio espontaneamente,
com vontade.
UDESC – CCT – DEM 35
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CAPÍTULO IX
O AMBIENTE

01) TIPOS DE AMBIENTES:

Os ambientes envolvidos em uma apresentação podem ser dos seguintes tipos:

• Grupo de pessoas em uma reunião informal no chão da fábrica ou outro ambiente


qualquer;
• Sala de reuniões em empresas, organizações, associações e entidades de classe;
• Sala de aula de escolas, universidades e cursos de treinamento;
• Reuniões em empresas, organizações, instituições, condomínios;
• Auditórios em apresentação em congressos, simpósios ou seminários;
• Cerimônias em igrejas, atos públicos, inaugurações, palestras, eventos;
• Estádios, ginásios, arenas ou locais públicos em eventos esportivos, políticos ou
religiosos;

02) CIRCUNSTÂNCIAS E CONTEXTOS ENVOLVIDOS:

A apresentação deve ser adaptada de acordo com o ambiente envolvido, como por
exemplo:

• O tipo de platéia;
• As circunstâncias internas e externas ao evento;
• O ambiente físico;
• A hora e dia;
• O contexto;
• Os ruídos;
• Outros acontecimentos;

No ambiente deve ser verificado:

• O tamanho ou a capacidade;
• A lotação, ou seja, se estará cheio ou vazio;
• A posição da platéia em relação ao orador;
• As condições dos assentos e o conforto;
• O horário de apresentação;
• A posição do sol (se for o caso)
• O clima (se inverno ou verão);
• As condições de aquecimento ou resfriamento;
• As condições de iluminação;
• As condições acústicas;
• O funcionamento, posicionamento, instalação e uso dos recursos audiovisuais;
• Os locais de acesso.
UDESC – CCT – DEM 36
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Deve ser também avaliada o contexto em que a apresentação será feita, tais como:

• Se será formal ou informal;


• Se se trata apenas de uma apresentação ou se envolverá a tomada de alguma
decisão;
• O dia do mês, o dia da semana e a hora;
• Em que momento será feita, ou seja, se após a refeição, após uma atividade
dinâmica, após uma atividade reflexiva;
• Qual a disposição ou o ânimo da platéia;
• Será o primeiro ou o último apresentador do dia.

03) ACOMODAÇÃO E NÚMERO DE ENVOLVIDOS:

Antes de se iniciar a apresentação, em relação ao ambiente deve-se avaliar se:

• A platéia está acomodada de forma confortável para que possa se concentrar na


mensagem do orador. Se eventualmente não existem pessoas em pé, em situação
de desconforto;
• Se a platéia não está acomodada de forma confortável demais, no sentido que
possa provocar sonolência e perda de concentração durante a apresentação. Se isto
ocorrer deve-se promover uma dinâmica diferente;
• Se existem pessoas sentadas muito longe. Se possível deve-se reagrupá-las
fazendo que sentassem mais próximas do orador;
• Se as carteiras tenham apoio ou condições para que as pessoas possam fazer
anotações, se for o caso;
• Se as carteiras estão adequadamente posicionadas - o ideal é que as carteiras
estejam em posição de meia-lua para permitir uma maior interação entre o
apresentador e a platéia;
• Se as pessoas não estão sentadas ou posicionadas imediatamente uma atrás da
outra, para que possam ter uma melhor visão;
• Se as carteiras não geram ruídos ou barulhos desconfortáveis que possam distrair o
público;

Deve-se considerar que é diferente:

• Apresentar um relatório, um trabalho ou um projeto a um grupo, composto por


algumas poucas pessoas;
• Ministrar uma aula ou fazer um treinamento em uma sala de aula, composta por
dezenas de pessoas;
• Apresentar um trabalho cientifico ou uma palestra em um auditório, composto por
centenas de pessoas;
• Explanar uma política no chão da fabrica, composto por milhares de pessoas;
• Realizar um ato religioso ou um comício num campo aberto ou em um estágio,
composto por dezenas de milhares de pessoas.
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CAPÍTULO X
DINÂMICA DA APRESENTAÇÃO

A dinâmica de apresentação consiste em se utilizar todos os componentes e


ingredientes envolvidos, de forma eficaz possível, no sentido de conseguir emitir e fazer o
público alvo receber a maior quantidade possível de informações. Para isto é importante
definir os seguintes passos:

01) PREPARAÇÃO - VENCER O MEDO:

A preparação para a apresentação deve envolver os seguintes cuidados:

• Para a apresentação o orador deve se preparar tanto física, como emocional, como
psicologicamente;
• Primeiro deve-se preparar a apresentação com bastante antecedência, organizando
o tema, colhendo informações, verificando a data, local, hora, recursos necessários
e disponíveis, etc. Correria de última hora só ajuda a aumentar o nervosismo;
• Deve-se considerar que o fato de se ficar nervoso quando de falar em público é
algo absolutamente natural, mesmo para os oradores mais experientes;
• O nervosismo está associado ao medo de falar em público, o medo de que algo de
errado, o medo do desconhecido. Para lidar com isto deve-se fazer uma preparação
mental e psicológica, dominando principalmente a ansiedade e a insegurança;
• Elimine o desconforto ou o medo, enfrente e considerem-se igual a todos as
demais pessoas presentes na platéia;
• Transformar a tensão em energia para tornar-se mais motivado, enfático e
convincente;
• Antes da apresentação procurar um local mais calmo, relaxar mentalmente por
alguns instantes e organizar as idéias;
• Criar imagens mentais favoráveis, com pensamentos positivos e encorajadores,
visualizando uma apresentação com sucesso;
• Acreditar em sí próprio, no potencial, no sucesso, com entusiasmo e convicção;
• Se necessário fazer relaxamentos respiratórios e corporais, para eliminar as tensões
musculares, melhorar a coordenação motora e controlar os batimentos cardíacos, a
concentração e postura vocal;
• Não comer antes da apresentação, o que reduz a capacidade de raciocínio e a
concentração e não beber gelado para não afetar as cordas vocais.

02) COMEÇAR A APRESENTAÇÃO:

A introdução é uma parte importante, pois definirá grande parte do sucesso da


apresentação. É nesta etapa que as pessoas irão julgar o apresentador sobre a sua competência
e até mesmo sobre o que ele tem a dizer. Para tal é necessário tomar os seguintes cuidados:
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• Se apresentar corretamente ao público, mencionando suas credencias. Isto


melhorará a credibilidade do apresentador, bem como as expectativas a respeito da
apresentação;
• Começar a apresentação falando com segurança, em um ritmo natural e firme, com
entonação, de forma moderada;
• Utilizar a linguagem corporal como forma de reforço das palavras e idéias;
• Ressaltar as palavras-chave e fazer pausas para reforçar conceitos importantes;
• Apresentar as primeiras idéias sem consultar as anotações;
• Olhar nos olhos das pessoas por alguns segundos. Ajuda na concentração, o fazem
sentir importantes e estimulados. Não se deve exagerar para não provocar
constrangimentos;

As técnicas de introdução são:

• Usar algumas frases de impacto, previamente preparadas;


• Apresentar uma citação ou referência;
• Apresentar um fato real, uma parábola ou uma história;
• Fazer perguntas para fazer as pessoas pensarem e atrair atenção para o assunto. As
pessoas aprendem mais quando pensam e expressam sua opinião do que quando
somente recebem informações prontas;
• Esperar que a platéia se concentre e se manifeste, respondendo as perguntas;
• Iniciar a exposição respondendo os questionamentos anteriores;
• Fazer perguntas que envolvam respostas coletivas ou de votação;
• Fazer comentários autênticos sobre a cidade, a instituição ou a platéia;
• Fazer apreciação a autoridades ou membros da organização presentes;
• Mostrar alguma coisa, um objeto, uma amostra;
• Apresentar uma situação, uma circunstância ou um problema;

03) GANHAR CONFIANÇA DA PLATÉIA:

Ganhar a confiança da platéia é fundamental, pois garante o respeito e o interesse. Para


isto é importante seguir as seguintes dicas:

• Utilizar os pontos fortes particulares como simpatia, bom humor, conhecimento e


segurança;
• Falar pausadamente, de forma que as palavras possam ser elaboradas com mais
segurança;
• Manter uma atitude de confiança;
• Falar a linguagem da platéia;
• Evitar expressões que reforcem contradição como “mas... porém...”. Substitua por
“e” quando possível;
• Tente não expressar opinião pessoal sobre determinado assunto, principalmente se
for polêmico;
• Se for mesmo necessária uma opinião, contrária a da platéia, valorizar também a
opinião da platéia, ressaltando pontos de vista comum;
• Colocar a posição pessoal de forma clara e precisa e expor as razões porque pensa
diferente;
UDESC – CCT – DEM 39
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• Conquistar e manter a atenção da platéia através de sua experiência;


• Responder eventuais perguntas feitas pela platéia, de forma clara e objetiva,
preferencialmente com base no seu próprio conhecimento e experiência;
• Quando não souber responder não enrole, diga simplesmente que não sabe.

04) ESTIMULAR O INTERESSE DA PLATÉIA:

ESTIMULAR A PARTICIPAÇÃO:

• Falar com a platéia e não para a platéia;


• Estimular a curiosidade, deixando brechas;
• Questionar a platéia;
• Utilizar a platéia como um recurso, envolvendo-a.

USAR RECURSOS ADICIONAIS:

• Faça citações de pessoas famosas;


• Utilize figuras, imagens e dados estatísticos;
• Mencione experiências próprias ou de outras pessoas;
• Utilize as experiências da própria platéia;
• Utilize a linguagem corporal e visual.

ENTUSIASMAR A PLATÉIA:

• Utilizar frases surpreendentes tiradas de humor, fatos ou imagens que chame a


atenção;
• Manter permanentemente o contato com a platéia, andando entre ela, ao redor dela,
melhorando o envolvimento;
• Usar gestos de forma descontraída e espontânea;

05) PRENDER A ATENÇÃO DO PÚBLICO:

• Promover concentração;
• Evitar distração;
• Não perder a atenção com coisas pequenas;
• Cuidar ou eliminar os ruídos presentes no ambiente.

06) OBTER RETORNO DA APRESENTAÇÃO:

• Avalie a linguagem corporal da platéia, o movimento da cabeça, o olhar e a


inclinação do corpo, sinalizando atenção e interesse;
• Verifique se as pessoas estão anotando;
• Verifique o nível de entusiasmo.
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07) RESPONDER PERGUNTAS:

COMO SE PREPARAR PARA AS PERGUNTAS:

• Imaginar ou prever, com antecedência, objeções ou perguntas que podem ser feitas
tendo em vista interesses específicos ou o tipo de público-alvo envolvido;
• Se preparar para respondê-las tendo mais de uma resposta, para ser utilizada de
forma estratégica e adequada de acordo com as circunstâncias no momento;

COMO RESPONDER AS PERGUNTAS:

• Manter sempre a calma, independente do tom ou da intenção da pergunta;


• Valorizar a pergunta e o perguntador utilizando “boa pergunta” ou “foi bom você
perguntar isso”;
• Ao responder dirija-se a toda a platéia e não somente a quem fez a pergunta;
• Aproveitar as perguntas para conquistar a platéia com habilidade;
• Não subestimar ou nem superestimar e a platéia ou especificamente alguém da
platéia;
• Responder de forma clara, objetiva e sucinta;
• Manter o mesmo tom de voz utilizada na apresentação;
• Se possível responda as perguntas em pé;
• Evitar expressões corporais que denotem insegurança como: cruzar os braços, as
pernas, torcer os dedos das mãos, colocar as mãos nos bolsos, fazer giros de 350º
com o corpo;
• Não perder o controle permitindo que várias pessoas falem ao mesmo tempo;
• Ouvir atentamente toda a pergunta e só começar a responder somente quando a
questão estiver concluída. Só interromper o ouvinte para ajudá-lo, se este tiver
dificuldade de se expressar;
• Manter o foco, não deixando o debate trilhar por caminhos não relacionados ao
assunto ou por detalhes irrelevantes;
• Se a pergunta parecer mais uma opinião do que uma dúvida, reforce-a, se for
interessante ou positiva; caso contrário apenas agradeça a contribuição e vá para a
próxima pergunta;
• Informar e justificar a platéia, ainda na apresentação, quando será feita a sessão de
perguntas.

COMO RESPONDER PERGUNTAS ESPECIAIS:

Perguntas especiais podem ser consideradas perguntas difíceis ou mesmo maldosas ou


maliciosas, muitas vezes feitas até para prejudicar a credibilidade do trabalho ou o orador.
Neste caso devem-se tomar os seguintes cuidados:

• Ficar atento e preparado para este tipo de questionamento, recebendo-a com


calma;
• Perceber se o questionador não está simplesmente querendo se exibir, perguntando
sobre algo já devidamente esclarecido ou que não tem nada a haver sobre o
assunto;
UDESC – CCT – DEM 41
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• Sentir-se seguro, manter a calma e pensar com muito cuidado antes de responder.
Se possível tomar um gole de água ou consultar anotações, para ganhar tempo e
não passar a impressão de que esteja perdido em buscar as palavras;
• Ter sempre algumas respostas prontas para este tipo de situação, tais como “Este é
um assunto que não teremos tempo para tratar hoje”, podendo acrescentar “Mas se
você desejar poderemos conversar sobre isto no final do evento”;

COMO RESPONDER SE NÃO SOUBER A RESPOSTA:

• Ser sincero e honesto e de forma firme, direta e imediata admita que não sabe a
resposta, ao invés de ficar enrolando, provocando hostilidade da platéia, podendo
colocar toda apresentação a perder;
• Indicar uma provável fonte de conhecimento onde o questionador possa obter a
resposta;
• Oferecer-se para fazer uma pesquisa a respeito do assunto;
• Perguntar a alguém na platéia tem alguma experiência a respeito e pode responder;
• Avalie a natureza da questão para descobrir se o ouvinte quer uma resposta técnica,
científica ou apenas uma opinião;
• Se não souber a resposta, mas puder expressar uma opinião baseada na experiência,
não perca a oportunidade de fazê-lo, deixando claro que se trata apenas de uma
opinião pessoal;

QUANDO FAZER A SESSÃO DE PERGUNTAS:

• Pode ser feita durante ou no final da apresentação;


• As perguntas feitas no final de apresentação serão mais vantajosas, pois já terá se
exposto todo o assunto, diminuindo possíveis dúvidas;
• Perguntas no final da apresentação são mais indicadas para platéias grandes
enquanto durante a apresentação para platéias menores, como um treinamento ou
uma aula;
• Perguntas feitas durante a apresentação permite que o avaliador avalie a platéia,
devendo ter o cuidado de não perder a seqüência ou o raciocínio;
• Deve-se informar no início da apresentação quando será feita a sessão de
perguntas, bem como informar quando for se passar para a sessão de perguntas;
• Se a sessão for grande repetir a pergunta para que todos tomem conhecimento;
• Responder a pergunta para toda a platéia e não somente para quem perguntou;
• Considerar a possibilidade da pergunta ser feita por escrito quando se tratar de
platéia numerosa;
• Nunca se recusar a responder, não usar paliativos e muito menos responder
incorretamente;
• Se as perguntas estiverem interrompendo o andamento da apresentação ou o
controle do raciocínio, anotá-la e respondê-la posteriormente.

08) CONCLUIR A APRESENTAÇÃO:

SINALIZAR O ENCERRAMENTO:
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• Preparar a platéia para o encerramento, utilizando termos ou frases do tipo “o


último tópico que vou abordar è.....” ou “...agora, vou apresentar um resumo...”;
• Recapitular rapidamente tudo o que foi abordado para que as pessoas gravem os
principais conceitos apresentados.

DEIXAR BOAS IMPRESSÕES:

• As frases finais são as mais importantes, pois são as que ficam mais tempo na
mente das pessoas, por isto devem ser preparadas com antecedência;
• Utilizar truques verbais como pausas, entonação e repetição de palavras, que
facilitam a memorização;
• Evitar emitir opiniões pessoais ou o uso de tom dogmático (ponto fundamental e
indiscutível de qualquer doutrina religiosa) especialmente se o assunto for
polêmico;
• Basear a conclusão em fatos apresentados durante a apresentação;
• Se houver perguntas faça a conclusão após, isto se puder contar com a presença de
todas as pessoas;
• Fazer uma pequena pausa antes da sessão de perguntas;
• O encerramento deve ser seguro, forte e deixar impressões boas e inesquecíveis;
• As pessoas devem sair sentindo-se bem informadas, daí a importância do resumo
final que deve ser feita em poucas e curtas frases, que sejam significativas e
possam ser facilmente memorizadas;
• Fazer uma pequena pausa antes das palavras mais significativas e enfatizá-las ao
pronunciá-las;
• Utilizar frases positivas e no tempo presente;

COMO DEIXAR O LOCAL:

• Sair do palco, da tribuna ou do ambiente de forma segura;


• Recolher o material, sair do auditório ou sentar-se, se for o caso;
• Não correr, mas também não demorar mais do que o suficiente;
• Cuidar para não atrapalhar a entrada do próximo orador, quando for o caso.

09) RUÍDOS DE COMUNICAÇÃO:

Ruído é considerado qualquer fato, acontecimento, objeto ou clima que pode ocorrer
que, com certeza, irá prejudicar a qualidade ou o rendimento da apresentação, por irritar,
desviar a atenção e a concentração da platéia. Deve-se reconhecer que a platéia está atenta, é
sensível, nota e se incomoda com qualquer anormalidade presente no ambiente. Justamente
por isto, dentro do possível, estes ruídos devem ser previamente detectados e eliminados. Os
ruídos mais comuns presentes na apresentação estão associados a:

APRESENTADOR = deve evitar coisas que chamem a atenção, tais como:

• LINGUAGEM = cacuetes, uso de palavras repetitivas ou bengalas como “bom...


éééé.... então.... bem”;
UDESC – CCT – DEM 43
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• MOVIMENTOS = colocar a mão no bolso, coçar alguma coisa, cruzar as pernas


ou os braços, sentar sobre a mesa, se encostar ou qualquer movimento muito
repetitivo ou freqüente, etc;
• POSTURA = sentar sobre a mesa, se apoiar em alguma coisa, pigarrear, fumar, rir
a toa, contar piada sem graça na hora errada, etc.
• VESTIMENTA = estar mal vestido, usar roupas escandalosas, sujas, brincos,
cabelo despenteado, excesso de perfume, etc.

APRESENTAÇÃO:

• Trocar a transparência com o “mause” ao invés do teclado;


• Não dar tempo suficiente para o público assimilar o conteúdo;
• Cruzar na frente da imagem projetada.

AMBIENTE:

• Muito frio ou muito quente;


• Barulho da chuva ou vento;
• Som do ar condicionado;
• Barulhos provocados por outros participantes (conversas paralelas);
• Ruídos provocados pelos assentos, cadeiras, carteiras ou mesmo por pessoas
andando sobre o piso;
• Sons ou barulhos externos ao ambiente da apresentação;
• Pessoas entrando ou saindo durante a apresentação;
• Campainhas de telefones celulares;

10) RECOMENDAÇÕES FINAIS:

Evitar usar as seguintes ações:

• Piadas;
• Desculpas ou explicações por algo que deu errado;
• Fazer apresentações muito longas para não cansar a platéia;
• Promover um relacionamento harmonioso, um clima favorável;
• Estabelecer uma forma de comunicação adequada, uma postura correta e uma
linguagem educada entre emissor e receptor;
• A forma de comunicação pode funcionar como uma importante sinergia entre o
emissor e o receptor ou mesmo como uma enorme barreira;
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BIBLIOGRAFIA

01) VENSON, NÉRIO – Apresentações – Florianópolis: Visual Books Editora, 2004.

02) POLITO, REINALDO – Recursos Audiovisuais nas apresentações de sucesso – São


Paulo: Editora Saraiva, 2003.

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