Código Sanitário de Ribeirão Preto
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Sumário
Processo: 02.2019.015996.7
Assunto(s): Desafeta.
Observações:
Ementa e Conteúdo
Faço saber que a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei Complementar nº 85/2018,
de autoria do Executivo Municipal eu promulgo a seguinte lei:
LIVRO I
TÍTULO I
PRINCÍPIOS, PRECEITOS E DIRETRIZES GERAIS
Art. 1º. Fica instituído o Código Sanitário do Município de Ribeirão Preto, fundamentado
nos princípios expressos na Constituição Federal, na Constituição do Estado de São
Paulo, nas Leis Orgânicas da Saúde (Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e
Lei Federal nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990), no Código de Defesa do Consumidor
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a) conferências de saúde;
b) conselhos de saúde;
c) representações sindicais;
d) movimentos e organizações não governamentais;
TÍTULO II
OBJETIVO, CAMPO DE AÇÃO E METODOLOGIA
Art. 3º. Para os efeitos deste código, entende-se por Vigilância em Saúde as ações de
Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância em Saúde Ambiental e Vigilância
em Saúde do Trabalhador que visam promover e proteger a saúde pública, prevenir e
controlar doenças e agravos e identificar, prevenir, eliminar, controlar ou minimizar
riscos associados à exposição a agentes e substâncias nocivas à saúde. Essas ações
compõem um campo integrado e indissociável de práticas, fundado no conhecimento
interdisciplinar e na ação intersetorial, desenvolvidos por meio de equipes
multiprofissionais, com a participação ampla e solidária da sociedade, representada por
organizações, entidades e movimentos.
Art. 4º. Os princípios expressos neste código dispõem sobre precaução, bioética,
proteção, promoção e preservação da saúde, com relação às atividades de interesse da
saúde e do meio ambiente, inclusive as do trabalho, e têm os seguintes objetivos:
Art. 5º. Entende-se por Princípio da Precaução a garantia de proteção contra os riscos
potenciais que, de acordo com o estágio atual do conhecimento científico, não podem
ser ainda identificados com segurança, mas que podem ensejar a ocorrência de danos
sérios ou irreversíveis à saúde individual ou coletiva.
§ 1º. A ausência de certeza científica não deverá ser utilizada como motivo para
postergar a adoção de medidas eficazes que visem prevenir o comprometimento da
saúde individual ou coletiva.
Art. 6º. Entende-se por Bioética o estudo sistemático das dimensões morais, inclusive
decisões, condutas e políticas das ciências da vida e cuidados da saúde, com o emprego
de uma variedade de metodologias em ambiente multidisciplinar, que surgiu em razão
da necessidade de discutir os efeitos morais resultantes do avanço tecnológico das
ciências do campo da saúde, como também os aspectos tradicionais da relação de
profissionais da saúde com pacientes e voluntários de pesquisas clínicas.
Parágrafo único. A Direção Municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) zelará para que,
nos estabelecimentos com atividades de prestação de serviços de saúde, seja observada
a legislação aplicável à pesquisa clínica com seres humanos e animais.
§ 2º. Para os efeitos deste código, no que for pertinente, serão aplicadas as legislações
estadual e federal aos produtos que possam conter organismos geneticamente
modificados (OGMs), bem como à pesquisa com esses organismos.
Art. 8º. A Vigilância em Saúde lançará mão de um conjunto de ações e serviços para
detectar, analisar, conhecer, monitorar e intervir sobre os fatores do processo saúde-
doença incidentes sobre os indivíduos ou sobre a coletividade decorrentes do meio
ambiente, da produção e/ou circulação de produtos ou, ainda, da prestação de serviços
de interesse da saúde, com a finalidade de prevenir agravos e promover a saúde da
população.
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Art. 11. Caberá à Direção Municipal do SUS, em articulação com a Vigilância em Saúde, a
elaboração de normas supralegais, observadas as normas gerais de competência da
União, Estados e Municípios, no que diz respeito às questões das Vigilâncias Sanitária,
Epidemiológica, Ambiental e em Saúde do Trabalhador, conforme o disposto nos incisos
I e II do Artigo 30 da Constituição Federal.
Art. 12. Caberá à Direção Municipal do SUS formular políticas de recursos humanos para
a área da saúde, devendo ser mantido serviço de capacitação permanente dos
profissionais, de acordo com os objetivos e campo de atuação.
Art. 14. A Direção Municipal do SUS deverá manter serviço de captação de reclamações e
denúncias, divulgando periodicamente as estatísticas e preservando o sigilo quanto à
identificação do denunciante.
Art. 15. A Direção Municipal do SUS deverá coletar, analisar e divulgar dados estatísticos
de interesse para as atividades de saúde pública por meio dos órgãos de Vigilância em
Saúde, de informação e de auditoria e avaliação da Secretaria Municipal da Saúde
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(SMS).
Parágrafo único. O disposto no caput deverá respeitar os parâmetros trazidos pela Lei nº
13.079/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados) e suas eventuais atualizações.
Art. 18. A Direção Municipal do SUS, em articulação com a Vigilância em Saúde, deverá
manter fluxo adequado de informações com os órgãos estadual e federal competentes,
de acordo com a legislação em vigor.
TÍTULO III
SAÚDE E MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 20. São fatores ambientais de risco à saúde humana aqueles decorrentes de
situações ou atividades no meio ambiente, principalmente os relacionados à
organização territorial, ao ambiente construído, ao saneamento ambiental, às fontes de
poluição, à proliferação de artrópodes nocivos, vetores e hospedeiros, às atividades
produtivas e de consumo, às substâncias perigosas, tóxicas, explosivas, inflamáveis,
corrosivas e radioativas, além de outros fatores que ocasionem ou possam ocasionar
risco ou danos à saúde individual ou coletiva.
§ 2º. A Vigilância em Saúde deverá manter sistema de informação atualizado com dados
acerca da qualidade da água para consumo humano, das áreas contaminadas e de
outros dados de interesse da saúde, além das informações dos órgãos ambientais
competentes.
CAPÍTULO II
ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL, ASSENTAMENTOS HUMANOS E SANEAMENTO AMBIENTAL
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Art. 22. A Direção Municipal do SUS deverá participar, em conjunto com os demais
órgãos relacionados ao meio ambiente, do planejamento urbano, saneamento básico,
avaliações de impacto à saúde humana decorrente de projetos de organização
territorial, assentamentos humanos e de infraestrutura que, por sua magnitude,
representem risco à saúde pública.
§ 1º. Caberá aos órgãos responsáveis pelo saneamento básico e pela infraestrutura da
Administração Municipal a execução de ações que impeçam a proliferação de vetores e
animais sinantrópicos em poços artesianos públicos, reservatórios de detenção
(piscinões), caixas públicas receptoras, sarjetas, valas e outras passagens de águas
pluviais.
§ 2º. As galerias de águas pluviais deverão ser mantidas limpas e em bom estado de
funcionamento, sendo vedado o escoamento de águas pluviais pelos condutos de
esgoto sanitário e o escoamento do esgoto sanitário pelas galerias de águas pluviais.
Art. 23. Toda e qualquer edificação, urbana ou rural, deve ser construída e mantida
observando-se:
Art. 24. Toda e qualquer instalação utilizada para a criação, manutenção ou reprodução
de animais, em zona urbana ou rural, deverá ser construída, mantida e operada em
condições sanitárias adequadas e sem causar incômodo e transtorno à população.
esse fim.
Seção I
Responsabilidade Dos Proprietários De Imóveis
Art. 26. Caberá à Administração Municipal manter as áreas públicas sob sua
responsabilidade, com edificação ou não, em condições sanitárias que dificultem a
presença de vetores e animais sinantrópicos que possam comprometer a preservação
da saúde pública.
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Seção II
Abastecimento De Água Para Consumo Humano
Seção III
Esgotamento Sanitário
Art. 31. Será obrigatória a existência de instalações sanitárias de coleta de esgotos nas
edificações e de sua ligação à rede pública coletora.
§ 1º. As instalações de tratamento próprio de esgotos em locais onde não existir rede
pública coletora deverão seguir normas técnicas.
§ 2º. Será vedado o lançamento de efluentes fora dos padrões sanitários na rede de
esgotos.
Art. 34. Será vedado o lançamento de esgotos in natura a céu aberto ou na rede coletora
de águas pluviais.
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Art. 35. Será vedado o uso de fossa negra no município, tanto na área urbana como na
zona rural.
Seção IV
Resíduos Sólidos
Art. 38. Todo e qualquer sistema, individual ou coletivo, público ou privado, de geração,
armazenamento, coleta, transporte, reciclagem, reutilização, tratamento e disposição
final de resíduos sólidos de qualquer natureza, gerados ou introduzidos no município,
estará sujeito à fiscalização da autoridade sanitária competente em todos os aspectos
que possam afetar a saúde pública.
Parágrafo único. Os geradores e gestores dos resíduos sólidos deverão basear suas
ações na legislação que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, no Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e nas demais legislações pertinentes.
Art. 40. Ficará proibida a reciclagem de resíduos sólidos infectantes gerados por
estabelecimentos de interesse da saúde, e o tratamento e a disposição final deverão
seguir as normas técnicas vigentes.
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Art. 41. As instalações para o manuseio de resíduos destinados à reciclagem deverão ser
projetadas, operadas e mantidas de forma tecnicamente adequada, a fim de não
comprometer a saúde humana e o meio ambiente.
Art. 43. Toda edificação, exceto as habitações unifamiliares, deverá ser dotada de abrigo
destinado ao armazenamento temporário de resíduos sólidos, localizado no interior do
lote e em local desimpedido e de fácil acesso, com capacidade apropriada de
armazenamento do volume gerado entre os intervalos das coletas.
CAPÍTULO III
RESPONSABILIDADE DOS PROPRIETÁRIOS DE ANIMAIS
Art. 44. Os atos danosos cometidos por animal serão de inteira responsabilidade de seu
proprietário, salvo se decorrentes de violação de propriedade.
Art. 46. No caso de o animal ser portador de zoonose que coloque em risco a saúde da
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Parágrafo único. Quando ocorrer o óbito do animal, o órgão responsável da SMS deverá
ser comunicado imediatamente para que determine as medidas cabíveis.
TÍTULO IV
SAÚDE E TRABALHO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 47. A saúde do trabalhador deverá ser resguardada tanto nas relações sociais entre
o capital e o trabalho quanto no processo de produção.
prioridades:
CAPÍTULO II
ESTRUTURAÇÃO DAS ATIVIDADES E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Seção I
Riscos No Processo De Produção
diretamente por meio dos fatores que a caracterizam, quer pela potencialização dos
riscos de natureza física, química, biológica e psicossocial presentes no processo de
produção.
TÍTULO V
PRODUTOS E SUBSTÂNCIAS DE INTERESSE DA SAÚDE
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 54. Entende-se por produto e substância de interesse da saúde o bem de consumo
que, direta ou indiretamente, relacione-se com a saúde:
Art. 56. Todas as pessoas físicas e jurídicas que exercerem atividades relacionadas a
produtos e substâncias de interesse da saúde serão responsáveis pela manutenção dos
padrões de identidade, qualidade e segurança, definidos em normas técnicas,
aprovadas pelo órgão competente, como também pelo cumprimento de normas de
boas práticas de fabricação e de prestação de serviços.
CAPÍTULO II
EVENTOS ADVERSOS À SAÚDE
Art. 58. Para os efeitos deste código, todos os estabelecimentos com atividades
relacionadas com produtos e substâncias de interesse da saúde serão obrigados a
notificar aos órgãos de vigilância em saúde a ocorrência de eventos adversos à saúde
decorrentes do uso ou emprego de:
Art. 60. A Vigilância em Saúde estabelecerá o fluxo das notificações previstas no art. 58 e
tornará públicos os instrumentos utilizados para a comunicação de eventos adversos à
saúde às autoridades sanitárias.
TÍTULO VI
ESTABELECIMENTOS DE INTERESSE DA SAÚDE
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 61. Para os efeitos deste código e das normas técnicas pertinentes, serão
consideradas de interesse da saúde todas as ações que, direta ou indiretamente,
estiverem relacionadas com a promoção, proteção e preservação da saúde dirigidas à
população e realizadas por órgãos públicos, empresas públicas, empresas privadas,
instituições filantrópicas, outras pessoas jurídicas de direito público ou direito privado,
além de pessoas físicas.
CAPÍTULO II
ESTABELECIMENTOS COM ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
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Art. 66. Para os efeitos deste código, serão consideradas atividades de prestação de
serviços de saúde a atenção à saúde humana prestada nos estabelecimentos definidos e
regulamentados em norma técnica e destinados precipuamente à promoção, proteção,
recuperação e reabilitação da saúde e prevenção das doenças, como hospitais, clínicas e
consultórios de qualquer natureza, ambulatórios, laboratórios, entre outros.
saúde.
Art. 74. Caberá aos responsáveis legal e técnico pelo estabelecimento e/ou serviço
garantir o funcionamento adequado dos equipamentos utilizados nos procedimentos
diagnósticos e terapêuticos, durante sua vida útil, instalados e/ou utilizados pelos
estabelecimentos com atividades de prestação de serviços de saúde.
Parágrafo único. Os documentos previstos no caput deverão ser guardados pelo tempo
previsto em legislação específica.
CAPÍTULO III
ESTABELECIMENTOS COM ATIVIDADES RELACIONADAS COM PRODUTOS E SUBSTÂNCIAS
DE INTERESSE DA SAÚDE
Art. 77. Para os efeitos deste código, estabelecimentos com atividades relacionadas com
produtos e substâncias de interesse da saúde são aqueles definidos e regulamentados
em norma técnica, como estabelecimentos industriais, distribuidores, importadores,
comerciais, armazenadores, transportadores, serviços de esterilização de produtos e
substâncias de interesse da saúde, entre outros.
Art. 80. As farmácias e drogarias poderão realizar serviços farmacêuticos, desde que
autorizadas pela autoridade sanitária competente, conforme estabelecido na legislação
sanitária vigente.
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CAPÍTULO IV
DEMAIS ATIVIDADES DE INTERESSE DA SAÚDE
Art. 82. Para os efeitos deste código, as demais atividades de interesse da saúde são
aquelas definidas e regulamentadas em norma técnica em estabelecimentos como
creches, funerárias, salões de beleza, serviços de tatuagem e colocação de piercings,
podologia, Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs), atividades de
condicionamento físico, etapas de gerenciamento de resíduos perigosos e não
perigosos, entre outros.
CAPÍTULO V
ESTABELECIMENTOS DE INTERESSE INDIRETO DA SAÚDE
Art. 84. Para os efeitos deste código, estabelecimentos de interesse indireto da saúde
são aqueles não relacionados no Anexo I da Portaria CVS-SP 1/2018 e suas atualizações,
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TÍTULO VII
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Art. 86. Entende-se por Vigilância Epidemiológica o conjunto de ações que proporcionam
o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
adotar ou recomendar medidas de prevenção e controle das doenças e agravos à saúde.
CAPÍTULO I
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DAS DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS RELACIONADOS
COM A SAÚDE
I - médicos chamados para prestar cuidados ao doente, mesmo que não assumam a
direção do tratamento;
II - responsáveis por estabelecimentos com atividades de prestação de serviços de saúde
e instituições médico-sociais de qualquer natureza;
III - responsáveis por laboratórios que executarem exames microbiológicos, sorológicos,
anatomopatológicos, toxicológicos ou radiológicos;
IV - farmacêuticos, bioquímicos, veterinários, dentistas, enfermeiros e pessoas com
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profissões afins;
V - responsáveis por estabelecimentos prisionais, de ensino, creches, locais de trabalho
ou habitações coletivas em que se encontre o doente;
VI - responsáveis por Serviço de Verificação de Óbito (SVO) e Instituto Médico Legal
(IML);
VII - responsáveis por empresas de transporte coletivo em que se encontre o doente;
VIII – os organizadores e responsáveis por eventos de massa.
Art. 89. Todo cidadão deverá comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência,
comprovada ou presumível, de doenças, agravos e eventos de notificação compulsória
relacionados com a saúde nos termos do art. 88.
Art. 91. A Direção Municipal do SUS deverá manter fluxo adequado de informações com
o órgão estadual competente de acordo com a legislação em vigor.
CAPÍTULO II
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E MEDIDAS DE CONTROLE
§ 2º. Quando houver indicação, a autoridade sanitária poderá exigir a coleta de material
para exames complementares.
Art. 95. Em decorrência dos resultados parciais ou finais das investigações, inquéritos ou
levantamentos epidemiológicos de que trata o artigo anterior e seus parágrafos, a
autoridade sanitária ficará obrigada a adotar e determinar as medidas indicadas e/ou
normatizadas para o controle da doença no que concerne a indivíduos, grupos
populacionais e ambiente.
CAPÍTULO III
VACINAÇÃO DE INTERESSE DA SAÚDE PÚBLICA
Parágrafo único. A relação das vacinas preconizadas no âmbito municipal deverá ser
regulamentada por norma técnica em consonância com as legislações federal, estadual
e municipal.
Art. 99. Toda pessoa terá por obrigação submeter os menores sob sua guarda ou
responsabilidade à vacinação recomendada pelas autoridades sanitárias.
Art. 100. Toda pessoa deverá se submeter à vacinação recomendada pelas autoridades
sanitárias.
Art. 101. Será dispensada da vacinação recomendada a pessoa que apresentar atestado
médico e/ou contraindicação explícita de aplicação da vacina.
Art. 103. Os documentos de vacinação não poderão ser retidos por qualquer pessoa
física ou jurídica.
Art. 104. Todo estabelecimento de saúde público ou privado que aplicar vacinas deverá
ser licenciado pela autoridade sanitária competente.
Art. 105. As vacinas fornecidas pelo SUS serão gratuitas, mesmo quando aplicadas por
estabelecimentos de saúde privados, assim como os documentos que comprovem sua
aplicação.
CAPÍTULO IV
ATESTADO DE ÓBITO
Art. 109. Quando o óbito for decorrente de causas não naturais, causas suspeitas ou
causas externas representadas por acidente ou violência, segundo determinação legal, o
atestado será fornecido por perito legista depois de necrópsia no IML. O corpo deverá
ser encaminhado com a Guia de Encaminhamento de Cadáver (GEC) preenchida
conforme determinação da SMS.
Art. 110. Quando o óbito for decorrente de causa natural mal definida ou ocorrer sem
assistência médica, o corpo deverá ser encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito
- SVO para necrópsia, conforme disposto na legislação vigente, acompanhado da Guia
de Encaminhamento de Cadáver (GEC) preenchida conforme determinação da SMS.
Art. 111. Existindo indícios de que o óbito tenha ocorrido por doença transmissível, a
autoridade sanitária determinará a realização de necrópsia.
Art. 112. Com o objetivo de qualificar os registros das causas básicas de óbito, ficará
facultado à Vigilância em Saúde, quando houver declaração de óbito por causas mal
definidas ou informações incompletas no preenchimento do atestado de óbito, solicitar
ao profissional emissor a revisão de seu conteúdo.
CAPÍTULO V
SERVIÇOS DE NECROTÉRIO, NECRÓPSIA, SOMATOCONSERVAÇÃO DE CADÁVERES,
VELÓRIO, CEMITÉRIOS E ATIVIDADES DE EXUMAÇÃO, CREMAÇÃO E TRANSLADAÇÃO
LIVRO II
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
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TÍTULO I
FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA E DE INTERESSE DA SAÚDE
§ 4º. A Licença de Funcionamento emitida pela Vigilância Sanitária terá sua validade
fixada em regulamentação específica.
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TÍTULO II
COMPETÊNCIAS
Art. 118. Os profissionais das equipes de Vigilância em Saúde investidos nas suas
funções fiscalizadoras e designados como autoridades sanitárias por ato do Secretário
Municipal da Saúde serão competentes para fazer cumprir as leis e regulamentos
sanitários, expedindo termos, autos de infração e de imposição de penalidades
referentes à prevenção e controle de tudo que comprometer a saúde pública, nela
incluída a saúde do trabalhador.
Art. 119. Sempre que a autoridade sanitária concluir pela existência de infração, deverá
proceder, sob pena de responsabilidade administrativa, à lavratura de auto de infração.
Art. 120. As penalidades sanitárias previstas neste código deverão ser aplicadas sem
prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis.
Art. 122. Nenhuma autoridade sanitária poderá exercer as atribuições de seu cargo sem
exibir a credencial de identificação fiscal devidamente autenticada e fornecida pela
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autoridade competente.
§ 1º. Fica proibida a outorga de credencial de identificação fiscal a quem não estiver
autorizado, em razão de cargo ou função, a exercer ou praticar atos de fiscalização
conforme a legislação sanitária.
§ 2º. A credencial a que se refere este artigo deverá ser devolvida para inutilização, sob
pena da lei, em casos de provimento em outro cargo público, exoneração, demissão,
aposentadoria, como também nos de licenciamento por prazo superior a 90 (noventa)
dias e de suspensão do exercício do cargo.
§ 3º. A relação das autoridades sanitárias deverá ser publicada semestralmente por ato
do Secretário Municipal da Saúde para fins de divulgação e conhecimento pelos
interessados, ou em menor prazo, a critério da autoridade sanitária competente e por
ocasião de exclusão e inclusão dos membros da equipe de Vigilância em Saúde.
TÍTULO III
ANÁLISE FISCAL
Art. 124. A colheita de amostra para fins de análise fiscal deverá ser realizada mediante a
lavratura do termo de colheita de amostra e do termo de interdição, quando for o caso,
dividida em três invólucros invioláveis, conservados adequadamente, de forma a
assegurar sua autenticidade e características originais.
§ 1º. Das amostras colhidas, uma será enviada ao laboratório oficial para análise fiscal,
outra ficará em poder do detentor ou responsável pelo produto, e a terceira
permanecerá no laboratório oficial, servindo as duas últimas para eventual perícia de
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contraprova.
Art. 125. Quando a análise fiscal concluir pela condenação dos insumos, aditivos,
matérias-primas, coadjuvantes, recipientes, equipamentos, utensílios, embalagens,
substâncias e produtos de interesse da saúde, a autoridade sanitária deverá notificar o
responsável para apresentar defesa escrita ou requerer perícia de contraprova.
Art. 126. O laudo analítico condenatório deverá ser considerado definitivo quando da
não apresentação da defesa ou da solicitação de perícia de contraprova pelo detentor
ou responsável pelo produto no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 127. Não caberá recurso na hipótese de condenação definitiva do produto em razão
de laudo laboratorial confirmado em perícia de contraprova ou nos casos de fraude,
falsificação ou adulteração.
CAPÍTULO I
INTERDIÇÃO, APREENSÃO E INUTILIZAÇÃO DE PRODUTOS, EQUIPAMENTOS E
UTENSÍLIOS DE INTERESSE DA SAÚDE
Art. 128. Quando o resultado da análise fiscal indicar que o produto, equipamento ou
utensílio constitui risco à saúde, será obrigatória sua interdição ou do estabelecimento.
§ 2º. A desobediência por parte da empresa acarretará a aplicação das penas cabíveis
por responsabilização civil ou criminal nos termos da legislação em vigor.
Art. 130. Nos casos de condenação definitiva, a autoridade sanitária deverá determinar a
apreensão ou inutilização do produto, equipamento ou utensílio.
Art. 132. Quando o produto, equipamento ou utensílio for considerado inadequado para
uso ou consumo humano, mas passível de utilização para outros fins, a autoridade
sanitária deverá lavrar laudo técnico circunstanciado definindo sua destinação.
TÍTULO IV
INFRAÇÕES SANITÁRIAS E PENALIDADES
Art. 137. Responderá pela infração quem, por ação ou omissão, lhe der causa, concorrer
para sua prática ou dela se beneficiar.
Parágrafo único. Não será considerada infração a causa decorrente de força maior ou
proveniente de eventos naturais ou circunstâncias imprevisíveis que vierem a
determinar avaria, deterioração ou alteração de locais, produtos ou bens de interesse da
saúde pública.
Art. 138. As infrações sanitárias, sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal,
serão punidas, alternativa ou cumulativamente, com penalidades de:
I - advertência;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - multa de 10 (dez) a 10.000 (dez mil) vezes o valor nominal da Unidade Fiscal do
Estado de São Paulo (UFESP) vigente;
IV - apreensão de produtos, equipamentos, utensílios e recipientes;
V - interdição de produtos, equipamentos, utensílios e recipientes;
VI - inutilização de produtos, equipamentos, utensílios e recipientes;
VII - suspensão de venda de produtos, equipamentos, utensílios e recipientes;
VIII - suspensão de fabricação ou manipulação de produtos, equipamentos, utensílios e
recipientes;
IX - suspensão de atividade;
X - interdição parcial ou total do estabelecimento, seções, dependências e veículos;
XI - proibição de propaganda;
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§ 2º. A duração da intervenção deverá ser aquela julgada necessária pela autoridade
sanitária para que cesse o risco aludido no caput deste artigo, sem exceder o período de
180 (cento e oitenta) dias.
§ 1º. Os prazos para a eventual remoção de pessoas deverão ser previstos pela
autoridade sanitária.
Art. 143. A pena de multa será aplicada de acordo com a classificação da infração e as
faixas especificadas a seguir:
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto neste artigo, nos casos de aplicação da
penalidade de multa, a autoridade sanitária competente deverá levar em consideração
as faixas de multas de acordo com a classificação da infração e a capacidade econômica
do autuado.
§ 2º. Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, não será considerada a sanção
anterior se houver decorrido, entre a data da decisão administrativa definitiva e a da
infração posterior, período de tempo superior a 5 (cinco) anos.
Art. 149. A autoridade sanitária deverá comunicar aos conselhos profissionais sempre
que ocorrer infração com indícios de violação ética.
serviços de saúde:
Penalidade - interdição, cancelamento da licença e/ou multa;
XXVII - descumprir atos emanados das autoridades sanitárias que visem aplicar a
legislação referente à promoção e proteção da saúde:
Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, interdição, apreensão,
inutilização, suspensão de venda ou fabricação, cancelamento da licença, proibição de
propaganda, intervenção no estabelecimento de prestação de serviços de saúde e/ou
multa;
e produtos para a saúde cuja venda e uso dependam de prescrição médica, sem
observância dessa exigência e contrariando a legislação em vigor:
Penalidade: advertência, suspensão de vendas, interdição, cancelamento da licença e/ou
multa;
TÍTULO V
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DAS INFRAÇÕES DE NATUREZA SANITÁRIA
CAPÍTULO I
AUTO DE INFRAÇÃO
§ 1º. O auto de infração será lavrado no local da infração ou na sede da repartição pela
autoridade sanitária que a constatar.
Art. 152. O auto de infração será lavrado em 3 (três) vias no mínimo, destinando-se a
primeira ao autuado, e conterá:
CAPÍTULO II
DEFESA
Art. 154. O infrator poderá oferecer defesa ou impugnação do auto de infração no prazo
de 10 (dez) dias, contados da data da ciência.
Art. 155. A defesa ou impugnação será julgada pelo superior imediato do servidor
autuante, ouvido preliminarmente, o qual terá o prazo de 10 (dez) dias para se
pronunciar, seguindo-se a lavratura do auto de imposição de penalidade no caso de
indeferimento.
CAPÍTULO III
AUTO DE IMPOSIÇÃO DE PENALIDADE
Art. 156. O auto de imposição de penalidade deverá ser lavrado pela autoridade
competente depois do prazo estipulado no inciso V do art. 152 ou imediatamente após a
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23/09/2022 10:56 Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto
§ 1º. Nos casos em que a infração exigir pronta ação da autoridade sanitária para
proteção da saúde pública, as penalidades de apreensão, interdição e inutilização
deverão ser aplicadas de imediato sem prejuízo de outras eventualmente cabíveis.
Art. 157. O auto de imposição de penalidade será lavrado em 4 (quatro) vias no mínimo,
destinando-se a primeira ao autuado, e conterá:
CAPÍTULO IV
Art. 158. As multas impostas sofrerão redução de 20% (vinte por cento), caso o infrator
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23/09/2022 10:56 Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto
Art. 159. Transcorrido o prazo fixado no inciso VI do art. 157, sem interposição ou
desistência do recurso, o infrator será notificado para recolher a multa no prazo de 30
(trinta) dias sob pena de cobrança judicial.
CAPÍTULO V
RECURSOS
Art. 162. Mantida a decisão condenatória, caberá recurso no prazo de 10 (dez) dias ao:
Art. 163. Os recursos serão decididos depois de ouvida a autoridade autuante, que
poderá reconsiderar a decisão anterior.
Art. 164. Os recursos terão efeito suspensivo somente nos casos de imposição de
multa.
Art. 165. O infrator tomará ciência das decisões das autoridades sanitárias:
pela imprensa oficial, considerando-se efetivada após 5 (cinco) dias, contados da data da
publicação.
LIVRO III
DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 1º. Se o vencimento cair em dia sem expediente ou se este for encerrado antes do
horário normal, o prazo será prorrogado até o primeiro dia útil seguinte.
§ 2º. Salvo motivo de força maior, devidamente comprovado, os prazos processuais não
serão suspensos.
Art. 168. Quando o autuado for analfabeto ou fisicamente incapacitado, o auto poderá
ser assinado a rogo, em presença de duas testemunhas, ou, na falta destas, a
autoridade autuante deverá fazer a devida ressalva.
Art. 169. Depois de decisão definitiva na esfera administrativa, serão publicadas todas as
penalidades aplicadas aos infratores da legislação sanitária.
Art. 170. O disposto neste código deverá, em sua aplicação, ser compatibilizado com a
legislação sanitária correlata, prevalecendo sempre os parâmetros legais e técnico-
científicos de proteção, promoção e preservação da saúde.
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23/09/2022 10:56 Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto
Art. 171. Na ausência de norma legal especifica prevista neste código e nos demais
diplomas federais e estaduais vigentes, a autoridade sanitária, fundamentada em
documentos técnicos reconhecidos pela comunidade cientifica, poderá fazer exigências
que assegurem o cumprimento do art. 3º deste código.
Art. 173. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogados a Lei Municipal nº
3.568, de 20 de dezembro de 1978, o Decreto Municipal nº 21, de 5 de fevereiro de 1998,
e as demais disposições em contrário.
DUARTE NOGUEIRA
Prefeito Municipal
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