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INOVAÇÕES EM SERVIÇOS CIRURGICOS

Sumário
Sumário ............................................................................................... 1

NOSSA HISTÓRIA .............................................................................. 2

INTRODUÇÃO ................................................................................. 3
CONCEITO DE CENTRO CIRÚRGICO ......................................... 10
CONCEITOS E PRINCÍPIOS IMPORTANTES SOBRE A
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ......................................... 13
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE NO BRASIL .......... 16
REFLEXÕES SOBRE A APLICAÇÃO DE AVALIAÇÃO DE
TECNOLOGIAS EM SAÚDE EM CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO
PÓS-ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO ..... 18
MARCO TEÓRICO......................................................................... 21
CONCLUSÃO ................................................................................ 24
REFERÊNCIAS .............................................................................. 25

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criada a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas


de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de
comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de


forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
INTRODUÇÃO

O Centro Cirúrgico (CC) é uma unidade hospitalar na qual são


realizados procedimentos anestésicos, cirúrgicos, diagnósticos e
terapêuticos, tanto em caráter eletivo quanto emergencial. É um ambiente
marcado por intervenções invasivas e presença de recursos materiais de alta
precisão e eficácia, demanda profissionais habilitados para atender diferentes
necessidades do usuário diante da elevada densidade tecnológica e à
variedade de situações que lhe conferem uma dinâmica peculiar de
assistência em saúde.

O Centro Cirúrgico é tido como cenário de alto risco, no qual os


processos de trabalho compreendem práticas complexas, interdisciplinares,
com forte dependência da atuação individual e da equipe em condições
ambientais caracterizadas por pressão e estresse.

Um estudo recente realizado por SANTOS, SILVA, GOMES (2014)


buscou reconhecer as diversas formas de assistência do enfermeiro no Centro
Cirúrgico, bem como sua relação com o contexto institucional onde ele exerce
suas práticas, destacando que este profissional desenvolve uma série de
estratégias para superar as dificuldades interacionais, frente à demanda de
coordenação do fluxo de pacientes, dos insumos e da equipe de saúde no
Centro Cirúrgico, durante a realização do cuidado, influenciando e sendo
influenciado por ele.

No que diz respeito as questões que rodeiam a gestão do enfermeiro


sobre a equipe de enfermagem no Centro Cirúrgico (CC), esta pesquisa teve
como objetivo a análise da distribuição da carga de trabalho dos profissionais,
referente às intervenções e atividades durante o período transoperatório, o
que indicou que a utilização da Classificação das Intervenções de
Enfermagem seria a ferramenta mais precisa indicada para identificar tal

3
condição, contribuindo para a atribuição de profissionais adequada as
necessidades dos pacientes no CC.

No que diz respeito a atividade gerencial do enfermeiro, a busca pela


segurança no período transoperatório é crucial. Porém, CARVALHO (2015)
leciona que ao analisar a percepção dos profissionais de saúde sobre a cultura
de segurança no Centro Cirúrgico de um hospital público, pesquisa recente
observou o distanciamento entre os gestores e os demais profissionais, com
condições precárias de trabalho e fragilidade na cultura de segurança,
sugerindo estratégias como a comunicação entre as equipes e a introdução
de novas ferramentas gerenciais.

No Brasil, alguns estudos a respeito da utilização de instrumentos para


a promoção de segurança e prevenção de eventos adversos no Centro
Cirúrgico, constataram que a equipe de enfermagem colabora com a
realização de registros imprescindíveis para se desenvolver ações com
segurança, cabendo ao enfermeiro, na qualidade de líder, adotar e estimular
esta iniciativa.

Frente a esse assunto, os enfermeiros se deparam com desafios ao


organizar as diferentes conexões que constituem o seu processo de trabalho,
implicando no gerenciamento do cuidado de enfermagem no período
transoperatório. Esta condição engloba a conexão entre o âmbito gerencial e
assistencial do trabalho do enfermeiro, assim sendo a gerência configurada
como uma atividade meio da atividade fim, que é o cuidado.

As atividades gerenciais do enfermeiro são ações que possuem como


intuito assegurar a qualidade da assistência de enfermagem, assim como o
bom funcionamento da instituição de saúde. Acerca das ações realizadas em
sua prática profissional sobressaem: dimensionamento da equipe de
enfermagem; exercício da liderança no ambiente de trabalho; planejamento
da assistência de enfermagem; capacitação da equipe de enfermagem;

4
gerenciamento dos recursos materiais; coordenação do processo de
realização do cuidado; realização de cuidado e/ou procedimentos mais
complexos e avaliação do resultado das ações de enfermagem.

As atividades exercidas pelo enfermeiro junto às instituições de saúde


conferem a condição de profissional essencial para a articulação dos serviços,
primordial para promoção do prosseguimento no trabalho ininterrupto da
enfermagem. Além disto, percebe-se que essas atividades podem assumir
características específicas conforme o local de trabalho, tal como ocorre no
Centro Cirúrgico.

Figura 1: Gerenciamento de materiais no centro cirúrgico: limitações,


desafios e estratégias. Porto Alegre, 2013

Fonte: Dados da Pesquisa. 2013

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Algumas publicações salientam que profissionais do CC necessitam
dialogar, executar e analisar suas práticas na enfermagem perioperatória
(período do cuidado de enfermagem durante o posicionamento cirúrgico do
paciente, aliado as necessidades de qualificação e de segurança dos
sistemas de saúde, não proporcionando que os avanços tecnológicos se
encontrem à frente de suas características essenciais, isto é, a assistência.

O enfermeiro, como responsabilizado pela coordenação do período


transoperatório do paciente, possui consciência de que as intercorrências com
instrumentais e outros equipamentos incidem de modo direto na qualidade e
na segurança da assistência, bem como gerando impacto na rotina de todos
os profissionais envolvidos. Incorporados no contexto institucional, os
profissionais do CC tornam-se dependentes da efetiva provisão e
disponibilidade de insumos necessários para a realização de uma assistência
livre de danos aos pacientes.

A função das atividades gerenciais do enfermeiro no Centro Cirúrgico


demanda de forma de veras específico: ser ágil na tomada de decisões,
possuir conhecimento técnico-científico, organizar e planejar as atividades,
habilidade com trabalho em equipe, ter flexibilidade e comunicação eficiente
com os outros profissionais.

As estratégias especificadas pelos enfermeiros confluíram para o


aperfeiçoamento da capacidade gerencial ao argumentar a sua atuação no
Centro Cirúrgico. Ao analisar o conhecimento científico como uma tática
gerencial, ressalta que a formação e a educação permanente em enfermagem
requerem o acompanhamento das modificações, singularidades e
pluralidades dos locais onde o enfermeiro atua, demandando planos capazes
de atender às constantes tensões e evoluções no campo da saúde, e,
particularmente, no Centro Cirúrgico.

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Vale ressaltar que a enfermagem no Centro Cirúrgico, além do trabalho
com instrumentos e equipamentos, trabalha de modo direto com o paciente,
a começar da sua admissão até a transferência de Unidade, lhe conferindo a
formação de vínculos de satisfação, comprometimento e identificação do seu
trabalho, o que requer constante elaboração de ações educativas sobre a
assistência prestada.

Figura 2: Gerenciamento da equipe de enfermagem do centro cirúrgico:


limitações/desafios e estratégias. Porto Alegre, 2013

Fonte: Dados da Pesquisa. 2013

No que diz respeito à comunicação, há identificação da importância


desta nas tomadas de decisões, sobretudo para viabilização da necessária
articulação de ações que possibilitem qualidade no trabalho prestado em CC.

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Estudos apontam que a comunicação é uma ferramenta de gestão que,
quando efetiva, opera para a condução segura dos procedimentos anestésico-
cirúrgicos. Todavia, quando insatisfatória, seja oral ou escrita, pode conduzir
a erros e afluir em resultados adversos tanto para o paciente quanto para os
profissionais.

Desta forma, o método de comunicação necessita de discussão e


reflexão de todos os profissionais frente a um cenário de contínua
reestruturação e reorganização das práticas características do Centro
Cirúrgico

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VÍDEOS DE APOIO

Antes de iniciar a leitura do conteúdo da apostila assista os vídeos


sugeridos abaixo sobre o tema desta apostila, que visam ajudar no
aprofundamento da área de conhecimento.

 Vídeo 1: Centro Cirúrgico | Profª Lorena Raizama | 16/01 às 19h


Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=EHQeWs7Kd_I>

Sinopse: o vídeo é voltado para concurso, mas traz de forma bem clara tudo
sobre Centro Cirúrgico.

 Vídeo 2: O que são as Tecnologias em Saúde? Saiba mais sobre as


tecnologias leve, leve-dura e dura!

Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=EZom_4bx0nE>

Sinopse: o vídeo traz o cotidiano de trabalho, onde é preciso compreender


sobre as tecnologias utilizadas no processo de cuidado em saúde,
independentemente do nível de atenção no qual o profissional da enfermagem
atua.

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CONCEITO DE CENTRO CIRÚRGICO

O centro cirúrgico (CC), refere-se a um espaço dentro da unidade


hospitalar reservado a cirurgias de baixa, média e alta complexidade. No
entanto, apesar desse grau, o CC é um ambiente enigmático, no qual se faz
necessário a presença de profissionais qualificados e treinados, sendo estes
especialistas nas suas funções.

Este caracteriza-se como uma unidade hospitalar com uso intenso de


tecnologias em saúde e destacada vocação para o pioneirismo na adoção de
novas técnicas, equipamentos e produtos para a saúde. Também consiste em
uma das áreas de maior custo e faturamento hospitalar, recebendo grande
pressão para a incorporação de novas tecnologias, esta exercida por
fabricantes, por profissionais de saúde e inclusive pelos próprios pacientes
que desejam ter acesso aos procedimentos inovadores em sua assistência.

Figura 3: Centro Cirúrgico

Fonte: SOBECC (2017)

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O CC vive em constante evolução tecnológica, na qual são utilizados
inúmeros equipamentos para suprir o atendimento em diferentes
especialidades médicas. Dessa forma, a atuação do enfermeiro deve ser
fundamentada em um processo de trabalho planejado, com ações integradas,
que visem gerar uma assistência de qualidade ao paciente, bem como a
equipe multidisciplinar.

Partindo desse pressuposto, Kurcgant et al. (1991), enfatizam que o


Centro Cirúrgico deve estar sempre preparado para a cirurgia, e é de suma
importância que todos os materiais e equipamentos estejam em seus devidos
lugares, evitando atropelos, que podem expor o cliente a risco. Destarte, para
quem está participando do ato cirúrgico, é desagradável e estressante a falta
de materiais, a qual denota desqualificação e falta de profissionalismo dos
indivíduos atuantes no local. A enfermagem é responsável por gerenciar e
coordenar os profissionais que realizam esse trabalho.

O centro cirúrgico é um local de desconhecimento para o paciente, no


qual conta procedimentos cirúrgicos que, em sua maioria, acabam por invadir
sua privacidade, o que acaba gerando medo e ansiedade, o transformando
em dependente da ação de familiares ou terceiros. Por esse motivo, o
planejamento desse setor se torna tão relevante., o qual deve anteceder todas
as funções administrativas e assistenciais.

O planejamento de risco diz respeito a um processo proativo e


deliberativo que visa a redução de riscos. Ao ser realizado de forma eficiente,
o gerente tem a possibilidade de identificar metas a curto, médio e longo
prazo, dessa forma, assegurando mudanças primordiais que a organização
carece para o alcance dos objetivos elaborados previamente.

Outro ponto significativo é o papel de líder na enfermagem, no qual se


caracteriza como um processo que possui como objetivo a administração de
pessoal na organização, compreendendo basicamente gerência ou

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coordenação de equipes. Na formação do enfermeiro, ressalta-se o
cumprimento de ordens e regras, a responsabilidade incontestável a ele
estabelecida e o conhecimento direcionado ao cumprimento da assistência ao
paciente.

Galvão et al. (2000), leciona que para o enfermeiro desempenhar uma


gerência inovadora na busca pela melhoria na qualidade da assistência de
enfermagem, com maior satisfação para a equipe e organização às quais
presta serviço, a liderança e a comunicação são estratégias fundamentais.
Além disso, o embasamento teórico consiste em um norteador nesse
processo. Dar ênfase na comunicação é extremamente essencial, pois a
mesma aproxima o líder de seus liderados.

E quanto a relação a gerência de enfermagem pode-se destacar que é


especificamente a desenvolvida no âmbito hospitalar, tem assumido uma
relevância significativa na articulação entre os vários profissionais da equipe,
organizando o processo de trabalho da enfermagem para a concretização de
ações junto aos clientes, na busca por melhoria nos serviços prestados,
atendendo, assim, as necessidades das pessoas em processo de doença
saúde SPAGNOL (2005)

Spagnol (2005) destaca ainda que na enfermagem o enfermeiro é o


profissional legalmente responsável por assumir as atividades gerenciais, a
quem compete à coordenação de auxiliares e técnicos em enfermagem.

Desta maneira, Svaldi e Siqueira (2010) destacam que na prática, a


enfermagem constrói um processo expressivo na área de saúde hospitalar,
tomando decisões coerentes e rápidas conjuntamente com outros
profissionais, ou, até mesmo, de forma independente, contribuindo de maneira
significativa para manutenção e recuperação da vida. Os
profissionais de enfermagem conhecem todos os espaços que constituem o
ambiente hospitalar.

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Os autores creem que o enfermeiro possui um potencial transformador,
devido sua capacidade de pensar, elaborar respostas aos problemas
consequentes e agir criativamente na busca do equilíbrio, para si e para as
categorias restantes da organização, este adquirido no decorrer da sua
atividade realizada como coordenador e gerente de sua equipe.

CONCEITOS E PRINCÍPIOS IMPORTANTES SOBRE A AVALIAÇÃO DE


TECNOLOGIAS EM SAÚDE

De acordo com o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2003) as tecnologias em


saúde englobam medicamentos, equipamentos e procedimentos técnicos,
sistemas organizacionais, informacionais, educacionais e de suporte,
programas e protocolos assistenciais, por meio dos quais a atenção e os
cuidados com a saúde são prestados à população.

A ágil inovação das tecnologias em saúde e seu impacto nos custos


assistenciais são motivo de preocupação entre os gestores de sistemas
públicos e privados de saúde, devido o cenário mundial da área ter apontado
uma oferta quase ilimitada de opções tecnológicas, em contraposição a
recursos cada vez menores e limitados. Além de que, nota-se grande gama
de interesses econômicos envolvidos na expectativa de incorporação das
tecnologias.

Apesar de boa parte desses interesses serem legítimos e pautados nas


boas e éticas práticas de mercado na área da saúde, diversas denúncias têm
sido realizadas acerca de ações criminosas para a inclusão de medicamentos
e procedimentos de alto custo que geram ou não algum benefício aos
pacientes.

A equipe de enfermagem tem contato intenso com as tecnologias em


saúde, mesmo com aquelas em que a definição da assistência adotada ao
paciente não parte do enfermeiro, como por exemplo os respiradores

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mecânicos, que são de função dos profissionais de fisioterapia. Desta forma,
a enfermagem consegue verificar as dificuldades no uso, os problemas em
sua aplicação que possam oferecer risco aos pacientes e à equipe, a reação
do paciente diante da tecnologia aplicada e as necessidades não atendidas
por estas. Além disto, muitas vezes o enfermeiro pode atuar como gestor,
tomador de decisões e formador de opinião quanto à incorporação
tecnológica.

Figura 4: Respirador mecânico

Fonte: Respiradores vitais- Revista Pesquisa FAPESP

Todos os gestores em saúde possuem necessidade de informações


corretas e especificadas que lhes possibilite tomar decisões racionais,
coerentes e transparentes no momento de estabelecer prioridades na
incorporação de tecnologias, possuindo como intuito obter o máximo benefício
com o orçamento disponível.

A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é considerada a principal


ferramenta metodológica para o processo de decisão quanto a incorporação
de novas tecnologias, pois analisa os impactos clínicos, sociais e econômicos
da incorporação destas, visando melhorar a qualidade de atendimento e a
saúde da população.

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A ATS promove a mensuração da eficácia (se resultados favoráveis
para a condição de saúde a que se destina), da efetividade (confirmação de
que os resultados favoráveis identificados nas pesquisas de eficácia são
mantidos na prática assistencial) e da eficiência (análise dos benefícios em
relação aos custos) das tecnologias, em todas as fases do seu ciclo de vida.

A ATS também pode gerar estudos de monitoramento de horizonte


tecnológico para as tecnologias inovadoras, estudos de custo–efetividade e
efetividade comparativa para as tecnologias em difusão e estudos de
obsolescência e desincorporação para as que já estão em fase de descarte.

Para a realização da ATS, alguns princípios metodológicos são


fundamentais:

 Pergunta da análise explícita e baseada na ferramenta


PICO, que defne a população (P) a que se destina, a intervenção (I),
ou seja, a tecnologia analisada, o comparador (C) e os desfechos
relevantes (O, de outcomes) a serem adotados.
 Busca ampla, sistemática e reprodutível da literatura,
nas principais bases eletrônicas, agências de ATS e literatura cinzenta,
preferencialmente sem restrição de idioma de publicação; análise dos
estudos por no mínimo dois revisores independentes e sem conflitos
de interesses com a tecnologia avaliada;
 Seleção dos estudos pela melhor evidência disponível, priorizando
aqueles com desenho de menor risco de viés;
 Avaliação da qualidade metodológica dos estudos por
instrumentos validados;
 Análise da qualidade do corpo de evidências para cada desfecho
defnido no PICO;
 Análise crítica dos resultados perante a realidade de saúde local e
seus impactos clínicos e econômicos;

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 Avaliação econômica e estudos de impacto orçamentário pelas
metodologias da economia da saúde;
 Elaboração do relatório da ATS na linguagem e perspectiva do gestor
demandante.

AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE NO BRASIL

Apesar de os princípios de avaliação de tecnologias em saúde já


estarem firmados em muitos países, no Brasil esse tema ainda
é novo. O Ministério da Saúde tem investido na estruturação
de Núcleos de Avaliação de Tecnologia em Saúde (NATS) nos
hospitais de ensino, secretarias de saúde, instituições de pesquisa e grandes
hospitais do país.

Tais núcleos auxiliam na capacitação de profissionais da área,


assessoram os gestores da instituição nas decisões sobre incorporação
tecnológica e atendem a demandas do Ministério da Saúde e das secretarias
com estudos de Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS) para análise de
incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os Núcleos de Avaliação de Tecnologia em Saúde (NATS) agregam-


se à Rede Brasileira de ATS (REBRATS), também vinculada ao Ministério da
Saúde, que propicia interação, cursos de capacitação, organização de grupos
de trabalho e elaboração de diretrizes metodológicas que balizam e
uniformizam os documentos de ATS produzidos no país.

Apesar de sua evolução, os princípios de ATS são pouco praticados


pelos gestores dos serviços de saúde locais, em grande parte em razão da
falta de informações sobre o recurso para tomada de decisão e pela carência
de profissionais capacitados a elaborar avaliações para as suas demandas
institucionais. Diante da essa realidade, o Ministério da Saúde tem apoiado

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diversos cursos sobre ATS para gestores e estimulado a ampliação do número
de NATS pelo país.

PSALTIKIDIS (2016) corrobora com tema, quando discorre que o


principal marco legal para a institucionalização da ATS no Brasil deu-se pela
Lei n.º 12.401, de 2011, que alterou a Lei n.º 8.080, de 1990, que rege o SUS,
especificamente no artigo 1911. A nova redação desse artigo delimita a
assistência terapêutica integral garantida pelo SUS, que passa a ser a
estabelecida por diretrizes terapêuticas e protocolos clínicos nacionais ou
mediante evidências científicas de eficácia, segurança, efetividade e custo–
efetividade para as diferentes fases evolutivas da
doença ou do agravo à saúde. Ou seja, qualquer procedimento, medicamento
ou produto para saúde fará parte da assistência integral do SUS, desde que
haja avaliação de tecnologia que justifique sua incorporação, mediante seus
benefícios, em âmbito nacional. Essa lei também instituiu a Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) para
assessorar o Ministério da Saúde na incorporação, exclusão ou alteração das
tecnologias em saúde no sistema público, além de elaborar e atualizar os
protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas nacionais

A CONITEC desde a sua fundação desde sua já avaliou 492


demandas, sendo 56% delas encaminhadas pelo próprio Ministério da Saúde
visando à atualização do arsenal terapêutico e diagnóstico no Sistema Único
de Saúde (SUS). Desse total de demandas, a maioria foi relacionada a
medicamentos (65%), seguida de procedimentos (21%) e de produtos para
saúde (14%).

Além do SUS a operação da CONITEC possui impacto no sistema de


saúde privado, pois, com a inclusão da tecnologia no SUS, as operadoras de
planos de saúde se veem coagidas ter sua cobertura ampliada.

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REFLEXÕES SOBRE A APLICAÇÃO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS
EM SAÚDE EM CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO PÓS-
ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO

São variados questionamentos em relação ao uso excessivo de


tecnologias na área cirúrgica, bem como seus impactos nos custos da
assistência à saúde, sem os correspondentes benefícios ao paciente.

E PSALTIKIDIS (2016) destaca que trazendo que a revista Época, em


maio de 2015, ao publicar ampla reportagem acerca dos custos da saúde,
citou que os médicos do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, SP,
reavaliaram a condição de quase 1.500 clientes da seguradora Bradesco
Saúde que estavam prestes a fazer uma cirurgia de coluna. Como conclusão,
verificaram que dois terços deles não precisariam do procedimento e que
teriam melhor indicação para tratamento conservador.

Tal realidade não é exclusiva do Brasil, como pode ser visto em agosto
de 2016, em que o The New York Times, em reportagem intitulada “Why
‘useless’ surgery is still popular”, questionou a realização rotineira de cirurgias
ortopédicas que estudos com alta qualidade de evidência já demonstraram
que não apresentam benefício em relação ao tratamento conservador.

Essas questões precisam permear toda a sociedade para que os


profissionais e usuários do sistema de saúde se tornem mais críticos quanto
às práticas da assistência à saúde. Determinadas técnicas cirúrgicas bem
valorizadas e recomendadas, ao serem avaliadas pela sistemática da
Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS), apresentam-se sustentadas em
pesquisas de baixa qualidade metodológica, isto, carente de evidências dos
seus reais benefícios.

Como exemplo, pode-se citar o esfíncter urinário artifcial, que, apesar


de ser considerado padrão ouro para tratamento de incontinência urinária
moderada ou grave pós-prostatectomia radial, é sustentado somente em um

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estudo controlado randomizado, este possuindo um pequeno número
amostral e baixa qualidade metodológica. Outro exemplo é a cirurgia robótica,
que possui muita repercussão nos eventos científicos e na mídia, que ainda
não tem, porém, evidência sólida sobre benefícios que justifiquem sua
incorporação na prática assistencial.

Outra tecnologia que tem sido bastante divulgada é o sistema de


desinfecção de superfícies no-touch com vaporização de peróxido de
hidrogênio ou radiação ultravioleta. Esses aparelhos são indicados para
limpeza terminal de áreas críticas, especialmente nas quais há risco de
contaminação com bactérias multirresistentes e Clostridium difficile.

Embora os estudos apresentem eficácia de tais sistemas na inativação


de vasto espectro de microrganismos e algum resultado na redução de
infecções relacionadas, especialmente em situações de surto, a
operacionalização desse método é o grande fator limitante. Ou seja, a
efetividade deixa a desejar, pois há necessidade de limpeza prévia de todas
as superfícies da área, vedação de entrada e saída de ar, bloqueio da área
durante o tempo de aplicação e de exaustão (que pode levar mais de 1 hora),
treinamento da equipe, além dos custos do equipamento e insumos.

Em relação a Central de Material de Esterilização (CME), é notável


carência de estudos de ATS, apesar da vasta gama de novos produtos para
a área. Uma agência de ATS da província de Quebec, no Canadá, fez uma
avaliação comparativa das pasteurizadoras e das lavadoras
termodesinfetadoras para material de assistência respiratória, comprovando
o custo–efetividade de ambas, com pequena vantagem às lavadoras, por
possibilitarem limpeza em diferentes ciclos.

No Hospital de Clínicas da UNICAMP, em decorrência dos


questionamentos perante a substituição do glutaraldeído por ácido peracético
na desinfecção de endoscópios, foi realizada ATS sobre os desinfetantes de

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alto nível. A análise sumarizou as evidências sobre o tema no tocante à
eficácia, à compatibilidade e a limitações de cada germicida, bem como
demonstrou a carência mundial de estudos a respeito de danos aos
equipamentos relacionados aos diferentes desinfetantes.

Na atualidade, nota-se, no cotidiano da CME, um aumento expressivo


de complexidade tecnológica, científica e de relações humanas, causando,
dessa maneira, um perfil diferente para a gerência dessa unidade. É
importante que o enfermeiro de centro cirúrgico compreenda que a tecnologia
pode contribuir no fortalecimento da capacidade de inovar a assistência ao
paciente no perioperatório.

Desse modo, se faz necessário a atualização dos enfermeiros de


centro cirúrgico a fim de que se tornem profissionais eficazes e afinados com
as novas exigências do mercado de trabalho. Analisando o valor das novas
tecnologias na assistência hospitalar, é preciso que os profissionais de saúde
tenham o entendimento que esta assistência deve ser marcada pelo respeito
à vida humana, e pela obediência dos princípios ético-morais na convivência
entre profissionais e pacientes.

Figura 5: Metodologia Ativa

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O nível de adequação ao domínio das novas tecnologias satisfatório
(NADNTS) deve ser compreendido como o conhecimento
e habilidade dos enfermeiros em realizar sua assistência por meio
dos recursos tecnológicos (equipamentos e materiais) de
máxima efetividade em tratamento dispensado ao paciente,
com eficácia e segurança, a fim de contribuir na assistência de
enfermagem com qualidade.

MARCO TEÓRICO

No trabalho do profissional de Enfermagem em CC deve-se procurar


alcançar a qualidade através das novas tendências do mundo
contemporâneo, de modo a alcanças o equilíbrio entre eficácia e eficiência.
Considera-se que o centro cirúrgico é uma das unidades mais
complexas do hospital, devido sua especificidade, pelo estresse e a grande

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probabilidade de expor o paciente a riscos da saúde, e estes geralmente
serem submetidos a intervenções cirúrgicas.

Assim OLIVEIRA (2004) destaca que é responsabilidade dos


enfermeiros dos centros cirúrgicos proporcionarem estrutura física, recursos
humanos e materiais para que o ato anestésico-cirúrgico se realize em
condições ideais, visando assistência integral, o ensino e a pesquisa. Enfim,
é da responsabilidade dos enfermeiros perioperatórios, gerenciar a unidade
com responsabilidade e competência, estabelecer condutas éticas a toda a
equipe do centro cirúrgico, manter um ambiente seguro e educar o paciente a
respeito de sua doença, tratamento, promoção a saúde e autocuidado, assim
promover o cuidado ao paciente cirúrgico com qualidade. Sendo, a considerar,
que “o trabalho da enfermagem compreende quatro processos: cuidar/assistir,
administrar/ gerenciar, ensinar/educar e investigar/pesquisar”.

As rápidas mudanças tecnológicas impõem a necessidade de


transformar o aprendizado em uma prática constante. Desse modo, o bom
desempenho em Centro Cirúrgico está diretamente ligado ao bom
gerenciamento e coordenação realizados pelo enfermeiro, somados ao bom
estado de conservação dos materiais, instalações físicas, equipe
especializada e recursos tecnológicos.

O termo tecnologia deriva de técnica que, de acordo com o vocabulário


latino, significa arte ou habilidade, então, conclui-se que a tecnologia é uma
atividade que está ligada à prática. Desse modo, aplicar o conhecimento da
tecnologia no cotidiano dos enfermeiros significa levá-los a entender melhor o
seu papel como administrador da assistência ao paciente no perioperatório,
utilizando os novos recursos tecnológicos.

Considera-se que essa tecnologia poderá ser rudimentar ou


sofisticada, no entanto, todas as organizações dependem de um tipo de
tecnologia para conseguirem funcionar e alcançar seus objetivos. Nota-se que

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a introdução progressivamente maior de elementos tecnológicos e científicos
nos mais variados campos da ação humana, incluindo os serviços públicos e
privados, exige a atualização de procedimentos de trabalho em velocidade
que o ensino formal não consegue acompanhar. Desse modo na área de
saúde, o crescimento tecnológico está conectado ao processo de trabalho e
promove uma melhor qualidade de vida, diminuindo o sofrimento físico do
paciente.

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CONCLUSÃO

A inevitável escassez de recursos na área da saúde e a pressão por


incorporação tecnológica têm levado à disseminação dos princípios de
Avaliação em tecnologias de saúde (ATS) entre os gestores, em todos os
níveis do sistema de saúde.

Há muito que expandir na avaliação de tecnologias em saúde adotadas


em Centro Cirúrgico, sala de Recuperação Pós Anestésica e Central de
Material de Esterilização, o que abre grande espaço para os profissionais de
enfermagem se capacitarem nas ferramentas metodológicas de ATS.

A tomada de decisão para investimentos nessas áreas envolve, muitas


vezes, relevante aporte financeiro e exige análises pautadas na melhor
evidência disponível, visando garantir que a razão entre custo e efetividade
seja favorável.

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REFERÊNCIAS

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Regina Furtado. Administração do tempo nas atividades de enfermagem de
uma UTI. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 57, p. 417-420, 2004.
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Mundo saúde (Impr.), p. 225-233, 2002.
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I. Revista SOBECC, v. 2, n. 7, p. 8-10, 2002.
BARTOLOMEI, Silvia Ricci Tonelli; LACERDA, Rúbia Aparecida. Trabalho do
enfermeiro no Centro de Material e seu lugar no processo de cuidar pela
enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 40, p. 412-417,
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2005.
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