Antecedentes Do Nazismo

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NAZISMO

O nazismo foi um movimento político e social de extrema-direita marcado por ideais nacionalistas e
extremistas que surgiu na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial e alcançou grande notoriedade
nesse país. Assumiu o poder em 1933, quando Adolf Hitler se torna chanceler da Alemanha.
Antecedentes do nazismo:
A Alemanha encontrava-se no lado dos perdedores da guerra, numa profunda crise económica marcada
pela inflação, falências e desemprego decorrentes da assinatura, em 1919 do Tratado de Versalhes em
conjunto com a Grande Depressão (crise de 1929). Tal Tratado foi assinado com os países vencedores da
Primeira Grande Guerra e oficializava a derrota alemã, bem como impunha sanções ao país, como a perda
de territórios ocupados, das colónias, a proibição de produzir armas pesadas e o pagamento de
elevadíssimas indemnizações de guerra aos países vencedores. Depois de assinada a rendição alemã,
provocando o colapso tanto da economia como do orgulho alemão começaram-se a formar “nuvens” anti-
democráticas que culminaram com a chegada de Hitler ao poder em 1933.
Este cenário pós-primeira guerra criou nos alemães um sentimento de revanchismo em relação a outros
países, o que fortaleceu o extremismo nacionalista no país.
Ideais nazistas:
Durante os meses em que esteve preso, Hitler escreveu a obra Mein Kampf (minha luta), onde expôs os
princípios fundamentais do nazismo. O regime nazi caracteriza-se então por rejeitar o individualismo, pois
em primeiro lugar estava os interesses do Estado; a igualdade, pois impõem a ideia de que existem raças
superiores e raças inferiores; o liberalismo económico, pois privilegia os interesses individuais; a
democracia e o parlamentarismo, uma vez que este sistema governativo assenta no respeito pelas
vontades individuais e, por fim, o socialismo, por conduzir a divisões na sociedade que prejudicam a
afirmação internacional do estado. Por outro lado, defendia a supremacia do estado, uma vez que este
estava acima de tudo e todos; o militarismo e a violência pois era com ela que o homem desenvolvia as
suas qualidades. Assim, esta foi utilizada pelos nazis para chegar ao poder e para se manterem nele. Esta
violência consolidou-se através do estabelecimento de organizações:
- Milícias armadas (SS-Secções de Segurança e SA- Secções de Assalto): grupos armados que aterrorizavam
qualquer forma de oposição política;
- Polícias políticas (Gestapo): que asseguravam não haver qualquer tipo de repressão ao regime;
- Campos de concentração: eram locais onde as vítimas do regime eram sujeitas a trabalhos forçados, a
tortura e ao assassínio em câmaras de gás. Defendiam ainda o nacionalismo, pois consideravam a Nação
como um bem supremo; o corporativismo (constituição de corpos profissionais (corporações), que
conciliam interesses de forma a obter o bem-estar geral), pois era fundamental para ultrapassar as
dificuldades socioeconómicas; a autarcia, ao defenderem que o Estado deve ser auto-suficiente, o culto do
chefe da Nação e o racismo.
A violência racista foi uma das principais características do regime nazi. Hitler colocou a raça ariana como
superior às restantes e obteve grande recetividade por nazis, o que levou ao maior desrespeito pelos
direitos humanos. Obcecado pelo aperfeiçoamento da “raça ariana”, promoveu uma “seleção” de arianos
(altos, louros, olhos azuis). Para tal, deveriam ser eliminados “os imperfeitos”, para além dos judeus,
deficientes, velhos, doentes incuráveis e homossexuais, para se melhorar a raça (eugenismo). Os judeus
tornaram-se o alvo preferido da perseguição nazi pois eram considerados culpados pela derrota alemã na
guerra e pelos problemas económicos sofridos. Estes sofreram na pele uma das maiores humilhações e
torturas na História. Anti-semitismo é o termo que designa o ódio aos judeus. As leis de Nuremberga, que
proibiram os casamentos entre judeus e arianos e privaram os judeus nascidos na Alemanha da sua
nacionalidade e a Noite de Cristal em 1938, ataque que mobilizou um grande número de pessoas a atacar
sinagogas, lojas e residências de judeus, são exemplos de movimentos anti-semitas. Para além disto, os
judeus passaram a não poder exercer nenhuma profissão, nem frequentar lugares públicos, foram
obrigados a viver em guetos e a usar uma estrela amarela para serem identificados. Durante os anos da
Segunda Guerra Mundial, os nazis causaram a morte de cerca de 6 milhões de judeus através da sua
política de genocídio (extermínio em massa). Pela dimensão das crueldades cometidas nos campos de
concentração, este genocídio ficou conhecido como Holocausto.
Elites e enquadramento de massas
As Elites eram compostas por membros considerados superiores que deviam ser respeitados pelas massas.
Os chefes foram promovidos à categorização de heróis. Simbolizavam o Estado totalitário, encarnavam a
Nação e guiavam os seus destinos. Deviam ser seguidos sem hesitação. Mas as elites não incluíam apenas
os chefes, delas faziam parte a raça dominante, soldados e forças militares, homens de forma geral.
Consideradas cidadãs inferiores, as mulheres nazis, estavam destinadas à vida de lar e subordinação ao
marido. A obediência cega das massas obedeceu à prática nazi, avessa a qualquer manifestação de
vontade individual. Começava logo nos primeiros anos com a integração das crianças em organizações. Os
jovens integravam, a partir dos 18 anos, Juventudes Hitlerianas. Era dada uma forte inculcação de valores
nacionalistas e anticomunistas. A arregimentação de alemães prosseguia na idade adulta, esperando a
total adesão e identificação com o nazismo. Contava-se, para isso, com diversas organizações de
enquadramento de massas:
- O Partido Único ( Nacional Socialista) que contribuia para o desempenho das funções publicas e militares
e de cargos de responsabilidade;
- A Frente do Trabalho Nacional-Socialista, que fornecia aos trabalhadores condições favoráveis na
obtenção de emprego
- A Kraft durch Freud, que consistiaem em associações destinadas a ocupar os tempos livres dos
trabalhadores.
O Estado totalitário nazi investiu no controlo das mentes e vontades. A propaganda mostrou-se como um
forte auxílio, promovia o culto ao chefe, publicava as realizações do regime e submetia a cultura a critérios
nacionalistas e racistas.
A nível económico
De forma a tornar a Alemanha independente de empréstimos estrangeiros e resolver o problema do
desemprego, Hitler levou a cabo uma política de grandes obras públicas, como a construção de
autoestradas e outras vias de comunicação e o desenvolvimento dos setores automóvel, aeronáutico,
químico, siderúrgico e da energia elétrica. Houve ainda um relançamento da indústria militar e
reconstituição do exército e força aérea, contrariando as imposições de Versalhes. Nos finais da década, a
Alemanha estava plenamente remilitarizada e preparada para se lançar na conquista da Europa.
Nazismo e a Segunda Guerra Mundial
O nazismo é considerado o grande fator que levou ao início da Segunda Guerra Mundial, especialmente no
que se refere ao expansionismo. Ao longo da década de 1930, a Alemanha anexou a Áustria;
posteriormente, os Sudetos (região da Checoslováquia); e, por fim, toda a Checoslováquia. Quando a
retórica de Hitler se voltou contra a Polônia, franceses e britânicos anunciaram que declarariam guerra se
os germânicos atacassem os poloneses. A Alemanha invadiu a Polônia em 1º de setembro de 1939 e, dias
depois, França e Reino Unido declararam guerra contra a Alemanha. Isso marcou o início da Segunda
Guerra Mundial, conflito que se estendeu até 1945, somente finalizado quando os alemães anunciaram
sua rendição, em maio de 1945. Antes disso acontecer, Hitler cometeu suicídio

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