Este documento fornece um resumo da anatomia dental. Explica a estrutura interna e externa dos dentes, incluindo a coroa, raiz, polpa, alvéolos e arcadas dentárias. Também descreve as funções dos diferentes tipos de dentes na mastigação e fala.
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Curso Técnico em Prótese Dentária – Colégio Indyu
ANATOMIA DENTAL PARTE I
Disciplina: Anatomia Dental
Professora: Luciana S. Fagundes INTRODUÇÃO • A Anatomia é matéria fundamental, “a primeira na história dos estudos médicos, a sempre essencial e insubstituível”. • A anatomia dental ou odontológica (do grego – odonto = dente; e logos = estudo, descrição), constitui um vasto e importante capítulo da Anatomia Humana. • Os dentes, mais que os ossos, são formados por tecido duro e mineralizado (o mais duro do organismo) e podem representar os únicos vestígios de espécies animais extintas. Através do estudo dos dentes e dos ossos que a paleontologia pode tornar-se ciência e estabelecer quais animais viveram em épocas passadas. • Na fisiologia os dentes representam os órgãos intermediários entre o meio exterior e o sistema de nutrição. • Profissionais da odontologia precisam de informações sobre o campo anatômico onde vão agir, a fim de se guiarem de forma segura e consciente. • Devem dominar a anatomia dental e qualquer que seja sua especialidade, necessitando conhecer o sistema mastigatório de que o dente é parte fundamental. • O fundamento imprescindível para um eficaz exercício profissional é o conhecimento da configuração interna e externados dentes, da sua estrutura, da sua arquitetura, da sua inervação e vascularização, do seu modo de implantação e fixação e da maneira de se desenvolver. • A Anatomia Dental fornece aos profissionais de qualquer ramo da odontologia, detalhes maiores ou menores, porém, todos fundamentados na verdadeira base de uma ciência essencial e imprescindível para os que têm consciência da sua responsabilidade profissional e social. ANATOMIA E FISIOLOGIA DENTÁRIA • Os dentes são elementos altamente mineralizados. • Os dentes se alojam na boca, primeira porção do tubo digestivo. • A parte do dente que fica exposta na cavidade bucal é chamada coroa e a que fica contida nos ossos (maxilar e mandibular) é chamada raiz. • A porção entre a coroa e a raiz, onde o dente está circulado pela gengiva é chamado colo. • Os dentes se fixam em cavidades denominadas alvéolos dentais, por meio de uma verdadeira articulação entre: osso, dente (cemento) e ligamento periodontal (se interpõe entre o osso e o cemento). • Esses três elementos formam o periodonto. Perio= em volta de/Odonto=dente. • O compartimento ósseo que contém a raiz chama-se alvéolo, cuja forma corresponde à raiz. • O corpo de um dente é constituído pela dentina, uma substância calcária semelhante ao osso, mas estruturalmente diferente, mais pesada e mais forte. • A coroa do dente é a parte da dentina revestida por uma cobertura de esmalte (tecido biologicamente mais forte que se conhece). • A raiz de um dente é a parte da dentina situada dentro de uma cavidade nos ossos maxila e mandíbula. É coberta pelo cemento, tecido quase idêntico ao osso. • A polpa dentária é a estrutura interna do dente, formada por tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e inervado. Ela segue os contornos externos da dentina. • Os dentes desempenham importante papel na mastigação, na fonética e na estética facial. • Com relação à mastigação, os dentes apresentam quatro tipos de funções: Apreensão: ação conjunta entre os lábios e os dentes anteriores. Incisão: ação de cortar o alimento em pedaços menores. Dilaceração: ação de rasgar o alimento. Trituração: ação de moer o alimento, reduzindo-o a partículas menores, capazes de serem deglutidas. • Para exercerem estas funções os dentes são divididos em grupos:
Dentição permanente: incisivos, caninos, pré-molares e molares.
Dentição decídua: incisivos, caninos e molares. • Os dentes possuem tamanhos e formas variadas, de acordo com sua localização nas arcadas dentárias. • A forma do dente também relaciona-se diretamente com a função mastigatória. • Todos eles desempenham papel importante na mastigação dos alimentos (corte e trituração), além de contribuírem para a estética facial, para o processamento de articulação das palavras e para a sustentação dos lábios e bochechas. • Os dentes permanentes são divididos em quatro grupos, de acordo com suas características: incisivos, caninos, pré-molares e molares. • Eles estão dispostos ordenadamente nas arcadas dentárias: arco superior, que corresponde ao osso maxilar e arco inferior, que corresponde ao osso mandibular. Cada arco dentário é dividido ao meio e cada metade do arco é denominada hemi-arco. • No homem há duas dentições: a primeira é decídua ou temporária (dentes de leite), com dez dentes em cada arco dentário, no total vinte dentes; a segunda é permanente, com dezesseis dentes em cada arco e o total é de trinta e dois dentes.
• Os dentes decíduos são divididos em apenas três grupos de acordo com
suas características: incisivos, caninos e molares. • A dentição decídua ou temporária é gradualmente substituída por uma dentição permanente. • Este mecanismo é o que ajusta o tamanho dos dentes ao crescimento da face e da mandíbula. • Todos os dentes permanentes são maiores que os da dentição temporária, exceto os pré-molares. P = permanente L = decíduo • Os dentes podem ser divididos também em grupos ou baterias (bateria anterior e posterior). • A anterior é formada pelos incisivos e caninos. Suas coroas têm forma de cunha. • A posterior é formada pelos pré-molares e molares. Suas coroas têm forma cuboide. COROAS DENTÁRIAS • A coroa de cada dente possui cinco faces ou superfícies que são denominadas: Face incisal ou bordo incisal ou face oclusal (O): está em contato com os dentes opostos quando a boca está fechada. Face vestibular (V): é a face que está voltada para o vestíbulo da boca. Face palatina (P) ou lingual (L): é a face voltada para a cavidade bucal propriamente dita, nos superiores e inferiores respectivamente. Face mesial (M) e distal (D): são as faces proximais dos dentes. Quando estão voltadas para linha média é a mesial e quando estão afastadas da linha média é distal. Linha Média Faces dos Dentes Faces dos Dentes ELEMENTOS DAS COROAS DENTÁRIAS • Cúspides: são elevações em forma de pirâmide quadrangular, característica da face oclusal dos pré-molares e molares, apresenta um ápice ou ponta, uma base e quatro facetas ou vertente. As cúspides apresentam sulcos e saliências. • Sulcos: são depressões lineares de pouca profundidade. Podem ser: Principais: separam as cúspides umas das outras. Secundários: percorrem as cúspides, cristas e outros elementos da coroa. Muitas vezes os sulcos ultrapassam os limites de sua face, atingindo outras faces. Os sulcos podem terminar em depressões chamadas fossetas. • Fossa central: depressões na porção central da superfície oclusal de um molar. • Fóssulas: depressões rasas e de formato piramidal presentes nas superfícies oclusais dos dentes posteriores localizadas nas porções mesial e distal. • Fossetas: depressões localizadas nas faces vestibulares e linguais dos molares. Podem ser principais ou secundárias de acordo com os sulcos que estão relacionadas. • Cristas: são elevações lineares relativamente salientes. Merecem destaque as cristas que percorrem mesial e distalmente as faces oclusais dos dentes posteriores (cristas marginais) que unem as cúspides vestibulares às linguais, e as cristas presentes nas faces linguais dos dentes anteriores. • Tubérculo ou cíngulo: são saliências semelhantes às cúspides, mas não possuem forma e situação tão definida, além de serem geralmente menores. Às vezes fazem parte da própria cúspide. No incisivo e canino no terço cervical da face lingual (cíngulo), na face lingual do primeiro molar superior (tubérculo). RAIZ DENTÁRIA • Fixa o dente no osso alveolar, suporta a coroa e transmite ao osso os esforços que incidem sobre ela. • Tem a forma cônica, mas seu eixo sofre curvaturas e seu corpo apresenta-se mais ou menos achatada, seguindo uma direção. • O dente pode apresentar uma, duas ou três raízes e são classificados em uni, bi ou tri radicular. • As raízes de um dente multirradiculado podem se apresentar fusionadas (unidas). • Normalmente os dentes humanos apresentam o seguinte número de raízes:
molares superiores. Birradiculares: primeiros pré-molares superiores e molares inferiores. Trirradiculares: molares superiores. CAVIDADE PULPAR • Internamente os dentes possuem um espaço que é ocupado pela polpa dentária. • Este espaço, denominado cavidade pulpar é dividido em duas porções: Câmara pulpar: localizada na porção coronária do dente. Seu formato se assemelha ao da coroa. Canal radicular: possui forma semelhante à raiz e vai afinando-se progressivamente até o seu ápice. O orifício de abertura do canal radicular é denominado forame apical, por onde entram na cavidade pulpar os vasos e nervos que vão irrigar e inervar a polpa. • Nos dentes unirradiculares o limite entre a câmara pulpar e o canal radicular não são bem evidentes, pois a câmara pulpar se transforma gradualmente no canal radicular.
• Nos dentes bi e trirradiculares, o teto e o soalho da câmara são bem
caracterizados. A – Assoalho C – Cornos Pulpares P – Paredes T – Teto ARCOS DENTÁRIOS • Os dentes superiores e inferiores dispõem-se regularmente uns em seguida dos outros, nos arcos dentários superior (nos ossos maxilares superiores) e inferior (no osso mandibular). • Os arcos ou arcadas dentárias não são retos, mas possuem uma curva contínua, simétrica, em forma de ferradura. • Os arcos dentários oferecem um verdadeiro esqueleto de suporte e manutenção para a forma normal da cavidade bucal, ao mesmo tempo em que proporciona à língua um espaço de repouso e proteção. • Cada um dos arcos dentários apresenta três faces: vestibulares, lingual e oclusal/incisal e duas extremidades posteriores ou distais uma de cada lado (direito e esquerdo). • A arcada superior possui maior diâmetro do que a arcada inferior. Face vestibular do arco • Formada pelo conjunto das faces vestibulares dos dentes. É bastante convexa devido a convexidade das superfícies vestibulares dos dentes. Face lingual ou palatina do arco • Formada pelo conjunto das faces linguais dos dentes. Possui uma concavidade voltada para a garganta. Face oclusal do arco • Formada pelo conjunto de todas as faces oclusais dos pré-molares e dos bordos incisais dos incisivos e caninos. A face oclusal do arco superior apoia-se na face oclusal do arco inferior. PONTO DE CONTATO • Os dentes entram em relação uns com os outros através de pontos em suas faces proximais (mesial e distal). São pontos de contato por meio dos quais os dentes oferecem apoio uns aos outros. • Isto acontece principalmente quando uma pressão mastigatória é realizada, a força exercida sobre um dente é transmitida ao outro através de ponto de contato, o que impede que forças excessivas desloquem ou fraturem um dente. • Quando há falta de um dente este equilíbrio se desfaz, provocando distúrbios no funcionamento da boca. • Os pontos de contato estão localizados no ponto mais alto da convexidade das faces proximais.
• Os pontos de contato se dão da seguinte forma: face mesial de um
dente com a face distal do dente anterior. • Somente os incisivos centrais se tocam pelas suas faces mesiais na linha mediana, e a face distal do ultimo dente de cada arco não está em contato com nenhum outro dente. • Os espaços abaixo do ponto de contato são chamados ameias ou espaços interproximais vestibular e lingual/palatina. • Em alguns casos não há ponto de contato fisiológico entre os dentes, esta situação é denominada diastema. • Os dentes possuem uma leve movimentação dentro dos alvéolos, é a aticulação alvéolo-dentária. Essa movimentação conduz a uma atrição dos pontos de contato, provocando um desgaste entre eles e transformando-os, aos poucos, em superfícies de contato. • Assim, os dentes diminuem sua largura mésio-distal e o arco diminui seu tamanho. • Este processo ocorre à medida que a pessoa envelhece. Espaços interproximais • Abaixo do ponto de contato, as faces proximais divergem em dois sentidos, formando espaços denominados espaços interproximais ou ameias. Ele vai do ponto de contato aos colos dos dentes que formam. • Ele tem a forma de uma pirâmide quadrangular, cujo vértice é o ponto de contato. • O espaço interdentário é preenchido por um prolongamento da gengiva, a papila interdentária, que tem a forma do espaço que a contém. MORFOLOGIA DA DENTIÇÃO PERMANENTE Grupo de incisivos • É formado por um dente central e outro lateral em cada hemiarco dental e para cada dentição. • Sua substituição ocorre entre 7 e 8 anos. • Sua coroa é uniforme e a raiz é única. • A forma da raiz acompanha a da coroa. • São os primeiros dentes que entram em contato com o alimento. Grupo dos caninos • É representado por um dente em cada hemiarco de cada dentição. • A margem incisal é formada por duas vertentes que lhe conferem aspecto de V com hastes muito abertas. • A substituição do canino decíduo pelo permanente é um tanto irregular, ocorrendo entre 10 e 13 anos. Grupo dos pré-molares • Só existe na dentição permanente. • Destinam-se a substituir os molares decíduos entre 10 e 12 anos. • Há dois pré-molares em cada hemiarco dental, situados entre os caninos e os molares. • Possui face oclusal e nela se encontram sulcos, cúspides e fossas. • São unirradiculares, com exceção do primeiro pré-molar superior que quando apresenta duas raízes, tem uma vestibular e outra lingual. Grupo dos molares • São bem maiores que os dentes que os precedem. • Na dentição decídua, o grupo molar é constituído por dois dentes em cada hemiarco dental, que são substituídos pelos pré-molares entre 10 e 12 anos de idade. • Na dentição permanente, os molares são três em cada hemiarco dental e sua erupção se dá na parte do osso alveolar em que não existe dentição decídua. • Sua face oclusal é muito complexa, com número maior de cúspides. • A raiz é múltipla. • Os molares inferiores possuem duas raízes: uma mesial e outra distal, que ocupam toda a largura das faces de contato. • Desse modo, as duas raízes são vistas quando se observa o dente por suas faces livres (vestibular e lingual). • Quando é observado pelas faces de contato, distingue-se apenas uma das raízes. • Como a raiz mesial é maior que a distal, ao se examinar o dente por essa face, é comum observar-se por trás da raiz correspondente, o contorno da raiz mesial. • Os molares superiores têm três raízes: duas vestibulares (uma na face mesial outra na face distal) e outra na parte lingual (palatina) da coroa. • Desta forma ao se examinar o dente por sua face vestibular distinguem-se as duas raízes: mesiovestibular e distovestibular e entre elas, atrás, está a raiz palatina. MORFOLOGIA DA DENTIÇÃO DECÍDUA Grupo dos incisivos superiores decíduos • Estes dentes apresentam dimensões mésio-distal e cérvico-incisal praticamente equivalentes. Portanto, a coroa assume forma semelhante a um quadrado. • A superfície incisal pode apresentar lobulações logo após a erupção, porém sofre rápido desgaste e mostra-se como superfície lisa. • As faces proximais apresentam forma triangular, com ângulos e lados arredondados. • Apresentam uma única raiz. Grupo dos incisivos inferiores decíduos • Voltamos a ter coroa em forma semelhante a um retângulo, ou seja, a distancia cérvico-incisal é maior que a mésio-distal. • Têm uma única raiz. Caninos superiores decíduos • Assim como os incisivos superiores apresentam equivalência entre altura e largura (forma quadrada). • São dentes monocuspídeos. • A forma incisal é dividida e forma duas arestas de inclinação, sendo a distal menor e a mesial maior. • Começam a apresentar características palatinas, com cristas marginais e cíngulo pouco pronunciado. • Também são dentes mono-radiculares Caninos inferiores decíduos • Como os incisivos inferiores, voltam a apresentar coroa em forma semelhante a um retângulo, ou seja, a distancia cervico-incisal é maior que a mésio-distal. • As demais características são as mesmas dos caninos superiores. Grupo dos molares superiores decíduos • Apresentam ordem crescente, ou seja, o primeiro molar é sempre menor que o segundo. • A superfície oclusal do primeiro molar apresenta quatro cúspides na maioria dos casos, mas também poderá ter três cúspides, assemelhando-se à pré-molares. • Os segundos molares possuem sempre quatro cúspides oclusais e uma ponte de esmalte ligando a cúspide mésio-palatina à disto- vestibular. • São os dentes decíduos que mais se assemelham aos permanentes da mesma denominação. • São dentes trirradiculares, com duas raízes vestibulares e uma palatina que apresenta o maior canal radicular. Grupo dos molares inferiores decíduos • Também apresentam ordem crescente de tamanho. • São mais achatados no sentido vestíbulo-ligual. • O primeiro molar inferior tem quatro cúspides, sendo que as mesiais são as maiores, e três fossas oclusais, as proximais e a central, que também é maior. • Os segundos molares inferiores assemelham-se muito aos primeiros molares inferiores permanente, embora sejam menores. Apesentam cinco cúspides, duas linguais e três vestibulares, sendo maior a mésio- lingual, seguida pela mésio-vestibular. Possuem igualmente tres fossas oclusais, sendo que a central é a maior. • Os molares inferiores são dentes com duas raízes e três canais radiculares, o canal distal é o maior e os demais se localizam na raiz mesial.