Calculo de Adubacao para Soja 20211004113125
Calculo de Adubacao para Soja 20211004113125
Calculo de Adubacao para Soja 20211004113125
Em solos tropicais, como os do Brasil, é fundamental que se faça uso de fertilizantes para que
sejam alcançadas altas produtividades no cultivo de soja.
Por isso, um bom manejo da adubação, além de aumentar a produtividade, pode promover a
economia deste insumo. Os fertilizantes consomem uma grande porção dos recursos investidos
na lavoura!
Por isso, não é necessário fazer a adubação com N para a cultura da soja.
Alguns autores recomendam que caso seja aplicado N, a dose não deve exceder 20 kg/ha.
Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo, José Pereira da Silva Junior, o uso do inoculante pode
aportar mais de 300 kg/ha de N.
Além disso, a forma de aplicação, se em área total (adubação corretiva) ou no sulco de plantio
(adubação de manutenção) é muito importante na definição da dosagem.
Recomendação para solos do Cerrado
Para P, a interpretação dos teores é feita com base no teor de argila como na tabela abaixo.
Quando a disponibilidade de P nos solos for classificada como baixa e muito baixa, deve ser
feita a correção do grau de fertilidade do solo.
Essa correção pode ser feita aplicando fontes de P em área total ou de forma gradual, ou seja,
no sulco de semeadura.
A adubação potássica corretiva é feita quando o teor de argila é maior que 20%.
A tabela abaixo indica as dosagens de K que devem ser aplicadas com base nos teores de K
disponíveis no solo.
Indicação de adubação corretiva de potássio para solos de Cerrados com teores de argila
maiores que 200 g kg-1, de acordo com a classe de disponibilidade de K
(Fonte: Embrapa (2007))
E no momento da semeadura da soja, deve-se aplicar 20 kg de K2O por tonelada de soja que se
espera produzir.
Se este for o caso da sua lavoura, ? da dose deve ser aplicado na semeadura e ? da dose em
cobertura (de 30 a 40 dias após a semeadura).
No Rio Grande do Sul, a recomendação de adubação com P e K para soja é feita com base no
Manual de Adubação e de Calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Neste caso, vamos interpretar uma análise de solo e fazer recomendação de adubação para a
soja.
Para P, a classificação é feita conforme o teor de argila como pode ser visto na tabela a seguir.
Interpretação do teor de fósforo no solo extraído pelo método Mehlich-1, conforme o teor
de argila e para solos alagados
(Fonte: Manual de adubação)
Este mesmo solo possui um teor de 2,0 mg/dm3 de P, considerado um teor de P muito baixo.
Já para K, a interpretação do teor no solo é feita com base no resultado da CTC do solo a pH 7,0.
Portanto, este solo se encaixa na classe com CTCpH7,0 entre 5,1 e 15,0 cmolc/dm3.
Agora que já sabemos como interpretar os teores de P e K em uma análise de solo, vamos
aprender qual quantidade recomendada por ha.
Usaremos então esta produtividade média para fazer a recomendação para uma lavoura de soja
no primeiro cultivo.
Neste caso, geralmente a rotação é feita com milho ou trigo no segundo cultivo.
Como a soja é o primeiro cultivo e o teor foi classificado como muito baixo, a recomendação é
de 110 kg/ha de P2O5.
É importante lembrar que este valor é para uma produtividade de 2 t/ha de soja.
Para uma produtividade maior que 2 t/ha, deve ser acrescido 15 kg de P2O5 por tonelada.
O teor no solo foi classificado como alto e portanto a recomendação é de que seja aplicado 45
kg/ha de K2O mais 25 kg/ha por tonelada extra.
Lembramos que a aplicação de K no momento do plantio não deve exceder 50 kg/ha de K2O.
Você deve dividir a dose recomendada pelo nutriente em menor quantidade para determinar a
proporção entre eles.
Dessa maneira, uma formulação adequada deve obedecer esta relação de 2,5/1,0.
Pela legislação brasileira, o somatório do teor dos nutrientes nas formulações deve ficar no
intervalo de 24 a 54%:
Neste caso 25 + 10 = 35.
Devem ser aplicados 500 kg/ha da formulação para atender a exportação de P e K pela cultura da
soja.
>> Leia mais: “Cuidados que você deve ter para evitar deficiência de potássio na Soja”
Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, elencaram seis fatores como
sendo os mais importantes na definição da produtividade de soja:
Clima;
Fertilidade do solo;
Genótipo/variedade;
Proteção foliar (aplicação de fungicidas e inseticidas);
Tratamento de sementes;
Espaçamento de plantio.
Assim, para obter uma boa produtividade, todos esses fatores devem ser otimizados.
Para isso, o produtor deve fazer um bom planejamento antes do plantio da soja. Tudo isso passa
pela correção do solo, escolha do espaçamento e da cultivar adequada, entre outros fatores.
Um bom manejo da adubação é muito importante não só para alcançar altas produtividades como
para reduzir custos de produção.
O gráfico abaixo mostra a participação percentual média dos principais itens que compõem os
custos operacionais de soja, entre os anos-safra 2007/08 e 2015/16.
(Fonte: Conab)
É importante também realizar uma boa correção do solo para melhorar o aproveitamento dos
fertilizantes aplicados.
A gessagem é uma opção interessante em áreas em que os efeitos da calagem são limitados às
camadas mais superficiais, em especial solos argilosos.
Apesar de não corrigir o pH, o gesso agrícola fornece Ca e S e reduz o Al3+ em profundidade,
aumentando o crescimento radicular.
Conclusão
Os custos com a aplicação de fertilizantes na lavoura são muito elevados. Por isso, um bom
manejo da adubação pode promover grande economia de recursos.
A adubação com P e K pode ser facilmente calculada após a interpretação do teor dos nutrientes
no solo.
Vimos neste artigo que o P deve ser preferencialmente aplicado na semeadura.
Com estas informações, espero que você possa fazer o melhor manejo de adubação na sua
lavoura de soja.
Restou alguma dúvida sobre o cálculo de adubação para soja? Adoraria ler seu comentário!
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