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Vida Adulta Tardia

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PAGINA 3 – REVER DOIS ULTIMOS PARAGRAFOS

1. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NA VIDA ADULTA TARDIA

1.1 Teoria e pesquisa sobre o desenvolvimento da personalidade


Os teóricos costumam ver a vida adulta tardia como um estágio com questões
próprias e tarefas especiais. Vamos ver nesse capítulo o que as teorias dizem a respeito
da personalidade nessa fase final do ciclo de vida.

1.1.1 Teoria de Erik Erikson


De acordo com o Erikson (1985) durante a oitava e última etapa do
desenvolvimento psicossocial as pessoas adquirem um censo de integridade do Ego e
passam a aceitar a vida que tiveram, assim sendo, elas podem tomar dois caminhos, ou
aceitam a morte ou se entregam ao desespero pela impossibilidade de reviver suas vidas.
A esse processo, Erikson chamou de “integridade do Ego versus desespero”.
Nessa etapa a virtude que o adulto tardio pode desenvolver é a sabedoria. A
sabedoria segundo Erikson (1985) significa a aceitação da vida que se viveu, sem
arrependimentos, sem estar preso ao que poderia ter vivido. Isso significa aceitar as
imperfeições de si próprio, das pessoas e da vida.
Ele afirma ainda que sentir desespero é inevitável, as pessoas têm necessidade de
se lamentar não só pelas desventuras e oportunidades perdidas, mas pela vulnerabilidade
da condição humana. (ERIKSON, 1985)

1.1.2 Modelo de cinco fatores: traços de personalidade na velhice

Medindo estabilidade e mudança na vida tardia: Em geral, a estabilidade da


personalidade segue uma curva em formato de U invertido, ou seja, a estabilidade é
menor na adolescência, atinge seu auge na vida adulta média e declina na vida tardia.
Geralmente as mudanças de personalidade da vida adulta seguem numa direção de
maior estabilidade, adaptabilidade e ajuste.
Costa e McCrea (2010) observou que na vida adulta as pessoas extrovertidas
tendem a continuar mais extrovertidas do que os seus pares.
Os estudos apontam ainda a continuidade da mudança na vida adulta tardia, o
aumento da amabilidade, autoconfiança, afetividade, estabilidade emocional e
conscienciosidade e declínios no neuroticismo, vitalidade social e abertura a
experiência.
Ao contrário dos estereótipos de que os idosos são pessoas rígidas e
acomodadas, parece não haver nenhuma tendência relacionada à idade no que diz
respeito à inflexibilidade, na verdade as pesquisas mais recentes dizem que, os adultos
tardios da atualidade, tendem a ser mais flexíveis que os anteriores. (Schaie, 2005)
Algumas análises mais recentes sugerem que a mudança de personalidade tem
tanto relação com a estabilidade quanto com a mudança e diferentes padrões de
mudança em diferentes indivíduos, por isso existe uma diversidade de teorias por trás da
mudança de personalidade.
A personalidade é um traço bastante estável durante a vida, mas existe apoio
parcial para uma tendência em U invertido na estabilidade, com maior instabilidade nas
últimas décadas de vida. Alguns traços como extroversão, são mais estáveis que outros,
ja a amabilidade tem maior probabilidade de mudar em resposta a eventos transitórios.

A influência da personalidade e da mudança de personalidade na saúde e no


bem-estar: A personalidade é um fator importante da saúde e do bem-estar.
Em uma análise feita com 500 mil participantes foi examinado a influência dos
Cinco Grandes traços na saúde mental e física e em comportamentos relacionados à
saúde. No geral havia uma relação forte entre personalidade e saúde mental uma relação
moderada entre personalidade e comportamento relacionado à saúde e uma relação fraca
entre personalidade e saúde física. Quando os traços de personalidade são examinados
de forma independente, a amabilidade, a conscienciosidade e o neuroticismo, são mais
fortes do que a extroversão e a abertura à experiência (Strickhouser, Zell e Krizan,
2017).
A personalidade pode afetar a saúde mental por meio de vários mecanismos, por
exemplo, baixa extroversão, alto neuroticismo e a baixa conscienciosidade podem
desencadear a depressão (Papalia, 2022).
Existe um outro modelo que defende que a personalidade é um fator de risco
pode contribuir para a depressão; já outro afirma que a personalidade não causa
depressão, porém uma vez que a depressão ocorre a personalidade pode influenciar na
gravidade ou no curso que ela pode tomar. (Hakulinen et al., 2015)
Falando sobre a personalidade e a saúde física, os traços de personalidade
influenciam o comportamento, que por sua vez influencia a saúde. Por exemplo, pessoas
altamente neuróticas apresentam baixa taxas de sobrevivência, possivelmente porque
fumam ou usam álcool para ajudar a tranquilizar suas emoções e porque não conseguem
administrar o estresse. (Mroczek e Spiro, 2007)
Ao tratar da personalidade do bem-estar as pessoas que permanecem estáveis em
termos de abertura e experiência e neuroticismo tem habilidade de raciocínio melhores e
tempo de reação mais rápido dos que os indivíduos cujos níveis se alteram. (Graham e
Lachman, 2012)
Algumas mudanças na personalidade são benéficas por exemplo o aumento da
amabilidade da consciência conscienciosidade e da extroversão são associados a melhor
saúde física e mental e melhor bem-estar social.

1.2 O bem-estar na vida adulta tardia


Os adultos mais velhos têm menos transtornos mentais estão mais felizes e
satisfeitos com a vida do que os adultos mais jovens (Yang, 2008). Quando as pessoas
chegam a vida adulta tardia, os transtornos psiquiátricos diminuem nas últimas décadas
de vida, enquanto as diferenças de gênero tendem a se equilibrar. (REYNOLDS, et al.,
2015)
O aumento da Felicidade observado entre os idosos pode refletir o valor de uma
perspectiva madura e pode refletir também a sobrevivência seletiva dos mais felizes.
Outra explicação vem da teoria da seletividade socioemocional: a medida que as
pessoas envelhecem tendem a procurar atividades e pessoas que proporcionam
gratificação emocional. Os idosos sabem regular melhor Suas Emoções por isso tendem
a ser mais felizes e mais alegres do que os mais jovens e a experimentar emoções
negativas com menor frequência. Existe também uma tendência dos adultos mais velhos
em prestar atenção e lembrar mais de eventos positivos do que negativos isso é
conhecido pelo nome de efeito da positividade.
É comum em alguns adultos um declínio rápido e forte no bem-estar cerca de 3 a
5 anos antes da morte chamado de declínio terminal eventos comuns como a perda de
um companheiro limitações de mobilidade declínio na saúde ou simplesmente por saber
que o fim da vida se aproxima pode levar a esses declínios (gerstorf et al., 2010).

Enfrentamento
Enfrentamento ou coping é o pensamento ou comportamento adaptativo que
Visa reduzir ou aliviar o estresse de condições prejudiciais ameaçadoras ou difíceis, é
um importante aspecto da saúde mental.

Modelo de avaliação cognitiva


No modelo de avaliação cognitiva as pessoas respondem as situações
estressantes com base em dois tipos de análise na avaliação primária elas analisam a
situação e decidem se ela representa ou não uma ameaça ao seu bem-estar na avaliação
secundária elas determinam o que pode ser feito para prevenir os danos e escolhe uma
estratégia de enfrentamento para lidar com a situação. O enfrentamento pode incluir
qualquer coisa que a pessoa pense ou faça para se adaptar ao estresse. A escolha da
Estratégia adequada e adaptação aos estressores exigem uma reavaliação contínua da
relação entre a pessoa e o ambiente.

Estratégias de enfrentamento focalizado no problema versus focalizado na


emoção
O enfrentamento focalizado no problema são orientadas para a ação com o
objetivo de eliminar ou administrar uma condição estressante. Ao trabalhar a fonte do
estresse as pessoas que usam enfrentamento focalizado no problema tentam reduzir os
danos a si mesmos.
Já o enfrentamento focalizado na emoção tenta administrar a resposta emocional
a uma situação de estresse para aliviar seu Impacto físico ou psicológico. Geralmente se
usa essa estratégia quando as pessoas chegam à conclusão de que nada pode ser feito no
que diz respeito àquelas situações específicas assim elas usam a sua energia na direção
do se sentir melhor em relação àquela situação. Existem dois tipos de enfrentamento
focalizados na emoção o proativo onde você confronta ou expressa as emoções ou
procura uma prova social e o passivo onde você usa a estratégia da evitação negação
supressão das emoções ou aceitação da situação como ela é.

Diferenças de idade na escolha de estilos de enfrentamento


os adultos mais velhos tendem a usar mais o enfrentamento focalizado na
emoção do que os mais jovens.
Em geral o enfrentamento focalizado no problema tende a ser mais adaptativo
porém quando não há solução disponível Talvez seja mais adaptativa ou controlar as
emoções negativas ou desagradáveis. O ideal é que ambos os enfrentamentos estejam
disponíveis para serem usados.
Os estilos de enfrentamento estão relacionados ao bem-estar físico.
O manejo dos níveis de hormônios do estresse é importante porque o cortisol
mais alto pode levar a declínio na saúde com o tempo

O efeito da religião e da espiritualidade na saúde e no bem-estar


No geral os idosos de hoje são mais religiosos do que os adultos jovens porém
43% dos millennials mais jovens dizem que a religião é importante entretanto 59% dos
baby boomers dizem o mesmo e para indivíduos com mais de 70 anos o número sobe
para 67%. É possível observar portanto que a geração mais atual também considera a
religião importante.
A religião pode ser benéfica para os idosos pela presença do apoio social ido
encorajamento a estilo de vida saudáveis, isso se relaciona a um menor risco de
depressão.
Falando em minorias étnicas raciais a religião tem papel relevanta no
enfrentamento das injustiças raciais.
Ainda em relação a espiritualidade e saúde podemos afirmar que as pessoas que
pertencem a uma igreja tem a tendência de ter comportamentos mais saudáveis como o
consumo de frutas redução no consumo de álcool e aumento das atividades físicas.

Modelos de envelhecimento bem sucedido ou ideal


Não existe concordância sobre o que constitui um envelhecimento bem-sucedido
porém vários estudos identificam três componentes principais do envelhecimento bem
sucedido
1 anulação da doença ou de incapacidade relacionada à doença
2 manutenção elevada das funções psicológicas e cognitivas
3 engajamento constante e ativo em atividades sociais e produtivas
Os idosos bem sucedidos tendem a ter apoio social emocional e material e é isso
que contribui para a sua saúde mental e enquanto permanecem ativos e produtivos não
se consideram velhos.

Teoria do desengajamento versus teoria da atividade


A teoria dos desengajamento sugere que uma parte normal de envelhecer inclui
uma redução gradual no envolvimento social e maior preocupação consigo mesmo a
consciência sobre a chegada da Morte e os declínios da função física resultava em um
afastamento gradual inevitável dos papéis sociais essa abordagem pode ter refletido as
crenças sobre o envelhecimento quando foi desenvolvida mas não descreveu um
processo de desenvolvimento normativo e saudável.
Já de acordo com a teoria da atividade quanto mais ativos permanecem os idosos
melhor eles envelhecem. De acordo com essa teoria Nós somos o que fazemos Moody
2009. Com isso as pessoas que permanecem ativas têm maior probabilidade de manter
relações sociais de alta qualidade.

Teoria da continuidade
Segundo a teoria da continuidade aquilo que você prefere antes dos últimos
estágios de vida pode influenciar o que você prefere quando os ativos por exemplo se
está feliz em ser ativo agora provavelmente ficará feliz em ser ativo mais tarde essa é a
premissa fundamental dessa teoria. A necessidade das pessoas de manter uma conexão
entre o passado e o presente enfatizada não em si mas por representar a continuidade de
um estilo de vida anterior.
Alguns idosos podem não conseguir dar continuidade nas atividades devido à
diminuição da capacidade cognitiva motora ou visual porém os idosos tendem a ser
mais felizes se conseguem preservar suas atividades favoritas de alguma maneira. Por
exemplo adultos que foram forçados a se aposentar, se conseguem encontrar um
emprego ponte, apresentam menos declínios no bem-estar.

O papel da produtividade
Alguns autores sugerem que a chave para o envelhecer bem está na atividade
produtiva seja remunerada ou não.
Participar de voluntariado por exemplo pode manter os idosos fisicamente
cognitivamente e socialmente ativos e isso afeta os seus indicadores de saúde
positivamente. Em geral enquanto mais atividades os adultos estão envolvidos e quanto
mais tempos dedicam a elas maiores os efeitos positivos.

Otimização seletiva
A otimização seletiva com compensação é o fortalecimento das funções
cognitivas com o uso de habilidades mais desenvolvidas para compensar aquelas que se
tornaram mais fracas.
De acordo com com a osc os idosos conservam seus recursos pela seleção de
atividades ou metas menos numerosas e mais significativas otimização dos recursos que
tem para atingir suas metas e compensação das perdas pelo uso de recursos de formas
alternativas para atingir suas metas.
O uso da osc está associado a um desenvolvimento positivo incluindo o maior
bem-estar ao ajustar os padrões pessoais a mudanças no que for possível realizar é
possível se manter uma perspectiva de vida mais positiva.

Relacionamentos com filhos adultos


A maioria dos idosos tem filhos vivos, mas a tedencia de familia menores vem
aumentando a cada dia, as pessoas tem menos filhos, do que as gerações anteriores.
Muitos pais idosos cuidam de seus filhos adultos e ajudam financeiramente se
podem, em alguns aspectos a falta de filhos nao parece ser uma desvantagem importante
na velhice.

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