Instrumentação e Controle de Processos Industriais: Empresa Nacional
Instrumentação e Controle de Processos Industriais: Empresa Nacional
Instrumentação e Controle de Processos Industriais: Empresa Nacional
Empresa Nacional
Tecnologia 100% Brasileira
Instrumentação e Controle
de Processos Industriais
Índice
Capítulo 8 – Field-Bus
CONTROLADOR DE
TEMPERATURA
CAPILAR
VAPOR
BULBO
VÁLVULA
SOLENOIDE
80oC LÍQUIDO
CONDENSADO
1-1
1-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Todo sistema de controle normalmente tem uma variável controlada (que deve ser
medida através de um sensor/transmissor), uma variável manipulada (sobre a qual se deve
atuar através do elemento final de controle), além do controlador (vide figura 1.1).
Química e Petroquímica
Papel e Celulose
Alimentícia e Farmacêutica
Siderúrgica e Metalúrgica
Naval (propulsão)
Mineração e Cimento
Têxtil
Nuclear
1.1.2 Manufatura
Montadoras de automóveis
Embarcações superfície/submersíveis
Automação de supermercados
Automação hospitalar
1.2.1 Processo
Matéria-prima Produto
PROCESSO
Energia Sub-produtos
São indústrias que trabalham com fluidos (ou sólidos fluidizados). Nessas indústrias,
as principais variáveis de processo utilizadas são: pressão, vazão, temperatura, nível,
densidade, pH, condutividade, peso, variáveis analíticas (composição), etc.
Saber quando, como e quanto mudar o valor de uma variável para obter uma melhor
resposta do sistema, constitui o problema central da criação de uma estratégia de controle.
possível daquilo que foi estipulado como ideal. Visto que a atuação humana é sujeita a erros
ou distrações, conclui-se que o controle automático, o qual continuamente procura manter a
variável próxima ao valor desejado, é a melhor solução para a manutenção dos mais rígidos
padrões de qualidade.
Por outro lado, os servomecanismos são projetados para fazer com que a saída do
sistema acompanhe fielmente as mudanças no valor de referência (“set point” ou entrada).
Nos servomecanismos, a saída do sistema ou variável controlada é normalmente uma
posição mecânica, ou então suas derivadas no tempo, tais como velocidade ou aceleração.
Tendo-se, por exemplo, uma caixa d´água, na qual se deseje manter o nível
constante, independente da quantidade de água que saia, tem-se um típico sistema de
controle de processo, ao passo que o sistema de comando do leme de um navio é um
exemplo clássico de um servomecanismo, pois as variações de direção impostas ao timão
são amplificadas de tal maneira, a permitir o posicionamento correto do leme com um
mínimo de esforço do piloto.
- processos batelada (batch): refere-se a processos contínuos mas que funcionam apenas
1-6 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
por algum tempo, suficiente para completar a operação que se deseja sobre o produto,
como ocorre em misturadores, reatores químicos, etc. Um exemplo é a vulcanização da
borracha, a qual não é feita continuamente, mas em lotes; e
- processos discretos: envolve a produção de peças contáveis, como a que ocorre, por
exemplo, na indústria de manufatura. A montagem de um carro, por exemplo, é um
processo desse tipo.
+
R C
G G
C P
-
GC
+
R C
G
P
+
1.2.9 Controlador
e arquitetura dividida, onde a indicação era realizada no frontal dos painéis de controle e o
controle propriamente dito era executado em um armário (rack) auxiliar.
Operador
Ajuste dos Ponto de
parâmetros ajuste
Transmissor Controlador
Operador
Conversor A/D
Ajuste dos Ponto de
parâmetros ajuste
Transmissor Controlador
Uma outra aplicação de controle por computador, em que há comunicação direta entre
o computador e o processo, é chamada de Controle Supervisório ou Controle do Ponto
de Ajuste (Set Point Control - SPC). Neste tipo de sistema, o computador recebe os sinais
dos instrumentos de medição, calcula as melhores condições de operação e,
automaticamente, ajusta o ponto de referência dos controladores, conforme figura 1.7.
Computador supervisório
Impressora Operador
Outra aplicação de controle por computador é o Controle Digital Direto (DDC - Direct
Digital Control), na qual o computador substitui os controladores locais, recebendo
diretamente os sinais do campo, executando os algoritmos de controle e enviando os sinais
de atuação diretamente aos elementos finais de controle. Embora na figura 1.8 se mostre
apenas uma malha, o computador é compartilhado no tempo entre muitas malhas de
controle, em um ciclo contínuo de varredura das diversas malhas a ele acopladas.
Introdução e definições gerais 1-11
Computador DDC
Impressora Operador
Transmissor
Esse conceito de controle distribuído tornou-se viável a partir da década de 70, com o
advento dos microprocessadores. No início dessa década, surgiram os circuitos integrados
LSI, com a compactação de milhares de circuitos em uma única pastilha (chip). Em seguida,
apareceram os microprocessadores (o 8080 é de 1974), barateando ainda mais os sistemas
digitais.
A seção 1.3 se concentrou nos sistemas existentes para controle de processos. Nesta
seção se enfocam as estratégias utilizadas no controle de processos. Para tanto,
considera-se a classificação das estratégias de controle proposta por Seborg [1994]. Nessa
classificação as estratégias de controle foram arranjadas de acordo com seu grau de
utilização na indústria (vide tabela 1.1).
1-14 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Tab. 1.1 Classificação das estratégias de controle de processos de acordo com seu grau de
uso na indústria [SEBORG, 1994]
Ao se analisar a tabela 1.1, verifica-se que das cinco categorias propostas, quatro são
ditas avançadas. Deve-se, no entanto, ressaltar que a grande maioria das malhas de
controle industriais (90%) ainda empregam algoritmo de controle PID. Isto porque muitos
problemas industriais de controle são simples e conseqüentemente um controlador PI ou
PID é uma solução satisfatória. As estratégias de controle avançado devem então ser
usadas em problemas mais difíceis, onde elas podem prover um desempenho
significativamente melhor que as técnicas de controle convencionais. Muito embora o
número de problemas difíceis seja usualmente pequeno quando comparado ao número total
de malhas de controle, eles tipicamente envolvem variáveis críticas de processo que afetam
fortemente objetivos importantes do controle, tais como qualidade do produto, consumo de
energia, conformidade com normas ambientais, etc [SEBORG, 1994].
- descrição do processo
- descrição do controle
- diagrama P&I
- diagramas de interligação
- lista de instrumentos/cabos/tubulações
Como cada uma dessas variáveis pode ser medida, indicada, registrada, controlada
ou, conforme o caso, totalizada (como a vazão, por exemplo), estabeleceu-se uma
nomenclatura, utilizada internacionalmente, para identificar qual a variável de processo e,
qual a função do instrumento, normalizada pela norma ISA S5.1. Resumidamente, esta
norma estabelece que:
a)_ Cada instrumento deve ser identificado por um conjunto de letras que permitam
reconhecer a sua função.
Introdução e definições gerais 1-17
Tab. 1.2 Classificação das letras utilizadas para se identificar os itens de instrumentação
Exemplo: TIC-037
nn - V F1 F2 ... Fi - mmm
Onde:
1-18 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Outro aspecto estabelecido pela norma ISA S-51 diz respeito à simbologia utilizada.
Assim nos diagramas de processo e instrumentação (P&I), devem ser utilizadas as
seguintes representações:
Instrumentos discretos
Instrumentos
compartilhados
Computador de
processo
Controlador lógico
programável
S
Válvula solenóide
TR FR
01 01
TSH TAH
01 01
TE TT TIC
01 01 01
Condensado
Vapor
de TV
Água 01
FE FT FY FQ
01 01 01 01
TR FR
01 01
TSH TAH
01 01
TW
01
TE TT TIC
01 01 01
Condensado
I
P
TY
01
Vapor
de TV
Água 01
FE FT FY FQ
01 01 01 01
TR FR
01 01
TSH TAH
01 01
TW
01
TE TT TIC
01 01 01
Condensado
I
P
TY
01
Vapor
de TV
Água 01
FE FT FQ
01 01 01
Atuador: Instrumento com potência própria, cuja função é operar elementos finais de
um sistema de controle de processos industriais.
1-22 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Elemento Primário: Instrumento cuja função é ser elemento sensor e/ou transdutor
de uma grandeza física ou química de um processo industrial.
Relé Seletor: Instrumento cuja função é fornecer um sinal de saída igual ao maior ou
menor dos sinais de entrada.
Relé Temporizador: Instrumento cuja função é fornecer um sinal de saída que aciona
ou não um dispositivo, após um intervalo de tempo pré-determinado.
Faixa de Medição (“Range”): É a região entre os limites, dentro dos quais uma
quantidade é medida, recebida ou transmitida; é expressa pela definição dos valores
máximo e mínimo da faixa.
b) Em percentagem do “Span”;
a) Boa linearidade
100
instrumento (%)
Indicação do
50
0 50 100 variável de
processo (%)
Assim, por exemplo, um instrumento que apresentasse esta curva de linearidade não
teria boa precisão.
b) Baixa Histerese
100
instrumento (%)
Indicação do
50
0 50 100 variável de
processo (%)
A zona morta é a menor variação que a variável de processo pode sofrer, sem que o
instrumento responda (vide figura 1.12). A existência da zona morta está relacionada com
folgas entre os acoplamentos de partes móveis do instrumento (engrenagens, por exemplo)
e/ ou desgastes de componentes mecânicos.
100
instrumento (%)
Indicação do
50
0 50 100 variável de
processo (%)
Neste caso existe uma variação de processo sem que a indicação do instrumento se
altere.
Introdução e definições gerais 1-27
d) Boa repetibilidade
100
instrumento (%)
Indicação do
50
0 50 100 variável de
processo (%)
Neste caso, cada curva de “subida” é diferente da outra (o mesmo vale para as
curvas de “descida”).
- projeto do processo
- determinação do controle
- aprovação do investimento
- produção
Instalação
|----------------------------------------------------|
Suprimento
|---------------------|
Calibração de instrumentos
|-------------------------------------|
Ajuste de
controladores
|----------------------------|
Manutenção
|--------------------
Introdução e definições gerais 1-29
MARLIN, T. E. Process control: designing processes and control systems for dynamic
performance. New York, McGraw-Hill, 1995.
OGUNNAIKE, B. A.; RAY, W. H. Process dynamics, modeling and control. New York,
Oxford University Press, 1994.
SHINSKEY, F. G. Process control systems. New York, McGraw Hill, 1988, 3rd edition.
CAPÍTULO 2
MEDIÇÃO DE PRESSÃO
A pressão pode ser definida como o quociente entre uma força e a área sobre a qual ele
é aplicada. Na maioria dos processos que nós iremos estudar, essa força é exercida por um
fluido.
Por pressão absoluta deve-se entender a pressão medida a partir do vácuo absoluto
(isto é, a partir da ausência completa de pressão).
Pressão manométrica
Pressão atmosférica
Vácuo
Pressão
absoluta
Vácuo absoluto
Assim, se a coluna for preenchida com água, a altura da coluna indicará diretamente a
pressão em unidades de coluna de água. Caso se utilize mercúrio para enchimento, a
indicação será em unidades de coluna de mercúrio.
Para se evitar a inconveniência de ter que se efetuar a leitura dos dois ramos do
manômetro em “U”, pode-se utilizar uma variante do mesmo, que é o manômetro de tubo reto
com reservatório. Neste tipo de manômetro (vide fig. 2.3), um dos ramos é substituído por um
reservatório de diâmetro bem maior do que o do outro ramo, de forma que a diferença de
pressão a ser medida é indicada apenas pela altura da coluna de fluido manométrico neste.
A relação entre os diâmetros do reservatório e do ramo deve ser tão grande quanto
possível para reduzir os erros resultantes da variação de nível do fluido manométrico no
reservatório.
P1 P2
Escala
Mercúrio
Diferença
em altura
P1
Pressão
Diferencial
Referência
Mercúrio
O tubo de Bourdon utiliza praticamente toda a força gerada no seu interior para alterar
as suas dimensões. Ele sofre deslocamentos praticamente idênticos com ou sem o seu trem
de engrenagens. Devido ao fato de que quase toda a variação de pressão fornecida aos
medidores ser utilizada na deformação do respectivo transdutor (elemento elástico), todos os
trens de engrenagens e/ou outros elementos de indicação devem apresentar atrito
desprezível. O atrito, em qualquer parte do sistema, irá acarretar uma indicação incorreta.
A espiral e a helicóide são duas variações do tubo de Bourdon em formato “C”, como
pode ser visto nas fig. 2.5 e 2.6 respectivamente. Ambas são fabricadas a partir de um tubing
com seção transversal achatada. Elas foram projetadas para fornecer um maior deslocamento
da extremidade selada, essencialmente para a(s) pena(s) dos registradores de pressão.
Quando a pressão a ser medida for menor do que 12 psig, a rigidez do elemento de
Bourdon não permite que este responda suficientemente bem à pequenas variações de
pressão. Para se medir pressões menores, os elementos sensores mais comumente
utilizados são o diafragma metálico ou o fole.
sensor (transdutor) - faz com que este sofra uma distenção, em relação direta com a mesma.
Este deslocamento depende das características elásticas do diafragma metálico, sendo
normalmente utilizado para acionar um ponteiro de indicação.
2.4 FOLE
Os foles são usualmente utilizados para medir baixas pressões. Devido ao fato do
diâmetro dos foles variar entre 1/4” e 1/2”, eles podem ser fabricados para serem bastante
sensíveis, ainda que bastante resistentes. Eles são geralmente utilizados para se medir
pressões na faixa de 0 a 1”Hg até 0,5 a 30 psig e vácuos menores do que 30”Hg.
2.5 EXTENSÔMETRO
R ρ (2.1)
A
onde:
= resistividade do material;
l = comprimento do condutor; e
Caso seja variado o comprimento, ou a área, ou ambos, ao mesmo tempo, teremos uma
variação da resistência elétrica. O extensômetro é construído com base neste princípio. A fig.
Medição de Pressão 2-9
L L
d) a semicondutor.
Nos medidores de fios metálicos não colados, estes são esticados ao redor de um
terminal fixo e de um terminal móvel. Eles fornecem uma alta sensibilidade, mas são bastante
sensíveis à vibração.
R R +R
R R -R
R
B
R +R
R -R
Fig. 2.10 Arranjo típico de uma ponte de Wheatstone, comumente utilizada junto com
extensômetros.
Este tipo de sensor utiliza a pressão a ser medida para mover um núcleo magnético no
interior de uma bobina, aumentando, assim, a sua indutância de maneira praticamente
proporcional à porção metálica do núcleo contida dentro da bobina. A fig. 2.11 mostra um
sensor do tipo indutância variável típico.
O transdutor pode ser excitado com corrente alternada ou contínua, sendo o casamento
de impedâncias dispensado. As outras vantagens incluem: capacidade de medir “ranges”
elevados e robustez. Algumas desvantagens são: resolução finita, tempo de vida limitado,
dimensões grandes, só responde a baixas freqüências e tem a tendência a desenvolver ruído
à medida que o contato deslizante sofre desgaste. Suas características típicas são: 0,2% de
resolução; 1,0% de linearidade; 0,4% de repetibilidade; 05% de histerese (maior em faixas
de medição de pressão extremamente elevadas e medidas com tubo de Bourdon); e erro
devido a variação de temperatura de 0.8%. Instrumentos de melhor qualidade são
disponíveis, oferecendo uma precisão de 0,25% do fundo da escala.
Medição de Pressão 2-13
Certos cristais geram uma carga eletrostática ou uma tensão quando submetidos a
algum tipo de esforço mecânico. O efeito contrário se verifica quando uma carga eletrostática
de certa voltagem é aplicada a um cristal, ou seja, ocorre a deformação mecânica do cristal.
Muitos projetos de transdutores utilizam um diafragma que se deforma com a pressão, como
pode ser visto na fig. 2.15.
operar numa faixa de temperaturas muito mais estreita (geralmente compreendida entre -
65F e + 200F). O sinal de saída de um elemento piezoelétrico pode ser afetado pelo -
relativamente pouco conhecido - efeito piroelétrico, o qual causa alterações no sinal de saída
proporcionais à taxa de variação da temperatura detectada pelo cristal.
consiste na igualdade entre a força (ou momento) exercida pela pressão de saída
sobre um fole ou diafragma de realimentação e a força (ou momento) exercida pelo
elemento de medição.
Bico E
Restrição
Ar de
Palheta
suprimento
P2
P2
Contrapressão do
bico (bar)
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0
e
0 1 2 3 4 5 6
Distância bico-palheta
(centésimos de mm)
O ganho deste dispositivo é extremamente elevado, fazendo, por exemplo, que uma
variação da posição relativa da palheta de 0,01mm em relação ao bocal, corresponde a uma
variação de pressão de 0,3 bar. Entretanto, esta pressão P2 não pode ser diretamente
aproveitada para efeito de transmissão, pois, a vazão de ar comprimido que escoa através da
restrição é pequena, não permitindo preencher rapidamente volumes superiores a alguns cm3;
volumes maiores provocariam atrasos nas variações de pressão por problema de capacitância
pneumática.
Para resolver este problema, torna-se necessário utilizar o relê pneumático. Os relês
pneumáticos foram criados para amplificar a pressão existente no interior do bocal e, também,
para aumentar a capacidade de vazão do ar comprimido, evitando que a linha de transmissão
de sinal provoque atrasos na medição.
Este tipo de transmissor é ainda hoje utilizado na indústria. Ele representa uma
significativa evolução tecnológica em relação aos transmissores por equilíbrio de movimentos,
pois apresenta um bloco de medição independente do bloco de transmissão (devemos nos
lembrar que nos instrumentos descritos no item anterior o fluido de processo “entrava” dentro
do instrumento). A fig. 2.19 ilustra um diagrama de blocos típico deste instrumento.
BLOCO DE TRANSMISSÃO
Pressão Contra
diferencial Bloco de Força + Pressão Pressão de
Bico-Palheta Relê
p medição do bico P2 saída P3
-
O bloco de medição tem como finalidade transformar a pressão do processo numa força
aplicada a uma barra, provocando um pequeno movimento desta. A pressão do processo é
aplicada a um sistema elástico, geralmente um diafragma ou um fole metálico, como pode ser
visto na figura 2.20. A força transmitida à parte inferior da barra é igual à pressão do processo
vezes a área útil do sistema elástico.
F1 p A1 (2.2)
O bloco de transmissão tem como finalidade transformar a força recebida pelo bloco
anterior na pressão de saída (P3), aproveitando o pequeno movimento da barra para atuar
num sistema bocal-palheta. A contrapressão (P2) do bocal, devidamente amplificada pelo relê
passa a ser a pressão de saída do transmissor, que é também aplicada ao fole de
realimentação FR, de área útil a2
2-18 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
P2
ALIMENTAÇÃ
R O
F2 F3
BLOCO DE TRANSMISSÃO L3
SAÍDA
P3
L2 FR (fole de realimentação
L4
de área a2)
F4
L0
F0
Mz
BLOCO DE MEDIÇÃO
L1
F1
Diafragma
de área A1
F1 p A1 e F4 P3 a 2
L1
F1 L1 F2 L2 F2 F1 (2.3)
L2
F3 L3 F4 L4 F0 L4 L0
F4 L4 F0 L4 L0
F3 (2.4)
L3
L1 L L L0
p A1 P3 a 2 4 F0 4 (2.5)
L2 L3 L3
Onde F0 é a força exercida pela mola de zero(Mz). Esta mola destina-se a permitir que o
transmissor gere uma pressão de saída de 0,2 bar quando não houver pressão diferencial
aplicada ao bloco de medição.
Amplificador
BLOCO DE TRANSMISSÃO
Oscilador
Regulador de
Tensão
Motor de
Força 4 a 20 mA
Ajuste de zero
BLOCO DE MEDIÇÃO
Diafragma
Como em nível de sensores pouca coisa pode ser feita, uma vez que o estágio atual dos
mesmos é avançado e as limitações são grandes, a melhoria na precisão dos transmissores
deve ser obtida através de suas unidades eletrônicas.
SPAN MÍNIMO
SPAN MÁXIMO
diferença entra a resposta real e a ideal para níveis toleráveis. Fora dela, apesar do sensor
responder à variável, o transmissor não pode ser utilizado pois seu circuito não consegue
compensar satisfatoriamente a não linearidade na medição.
cut-off ajustável;
extração de raiz;
logaritmo;
amortecimento ajustável;
saída fixa;
TAG do instrumento
serviço
n.º de série
faixa útil
faixa calibrada
diagnóstico de falhas
Medição de Pressão 2-23
Transmissores de Temperatura
Transmissor de pH
SAÍDA
CH
DEMODULADOR
OSCILADOR
CL
CONTROLE P
REGULADOR DE +
TENSÃO E
I 24V
CONTROLADOR DE
CORRENTE
-
TE AMPLIFICADOR
MEMÓRIA
EPROM
O transmissor inteligente torna possível a opção por um dos seguintes tipos de sinal de
saída:
Melhor precisão, pois o sinal digital possui maior resolução do que o sinal
analógico.
O recurso da transmissão digital ainda não pode ser explorado, pois para que o mesmo
seja vantajoso, é necessário criar uma padronização para a comunicação digital de campo
(Field Bus).
Técnicas).
Este tópico é bastante abrangente, por isso vamos proceder nossa análise abordando
todos os aspectos que devem ser considerados na implantação de um sistema de
instrumentação.
Alem do preço dos instrumentos, o projetista deve considerar também o preço dos
sobressalentes necessários. Enquanto um transmissor de pressão/ pressão diferencial
analógico possui tipicamente duas placas de circuito, os mais recentes lançamentos de
transmissores inteligentes incorporando componentes de montagem em superfície, chegam a
ter apenas uma placa de circuito. Na parte referente à célula capacitiva enquanto os
transmissores analógicos normalmente precisam de sete células diferentes para cobrir toda a
gama de utilização deste tipo de instrumento (de alguns mmH2O até centenas de Kg/cm2), os
transmissores inteligentes que possuem maior rangeabilidade devido à unidade eletrônica
microprocessada, conseguem abranger a mesma faixa com apenas cinco células em
Transmissores inteligentes, significa redução no número de itens de sobressalentes, cujos
custos fazem parte do preço total do pacote.
2.11.8 Manutenção
A calibração de bancada com simulação de pressão, também é muito facilitada pelo uso
de programador, pois ao contrário da calibração através de ajustes em potenciômetros como
2-26 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Comparando estes dados com a periodicidade de inspeção exigida para cada TAG (já
armazenada em seu banco de dados), o computador central pode executar listagens de
programação de aferição, num processo totalmente automatizado.
2.11.9 Confiabilidade
MEDIÇÃO DE NÍVEL
À primeira vista, conceituar o que vem a ser NÍVEL parece ser algo bastante simples e
direto. Poderíamos dizer que o nível é a altura de um líquido ou de um sólido, contidos num
recipiente, sendo a medição feita a partir de uma linha de referência. Utilizando, porém, de
maior rigor, define-se nível de um líquido ou de um sólido como sendo a interface entre este
material e o gás ou o vapor que está presente naquele recipiente.
A determinação do nível e o seu controle são muito utilizados nas indústrias pela
tendência atual a se trabalhar com capacidades de estocagem cada vez menores. Com
medidas apropriadas do nível do material armazenado e com controles corretamente
aplicados, as dimensões dos recipientes podem ser reduzidas e a eficiência do processo
aumentada.
Basicamente, a medição de nível pode ser feita por métodos diretos, que incluem a
observação visual direta através de bastões graduados, ou visores de vidro; o uso de bóias na
superfície do líquido; o contato com eletrodos; a interrupção de fachos de luz e conseqüente
detecção por células fotoelétricas; a reflexão ou absorção de radiações, etc.
Por outro lado, constituem métodos indiretos aqueles em que o nível é determinado
através de outra grandeza relacionada com o mesmo, como, por exemplo, a pressão
hidrostática exercida pelo líquido, e a força (empuxo) exercida pelo líquido sobre um flutuador
parcialmente imerso.
V Ah (3.1)
onde:
V = volume (m3)
A = área (m2)
h = nível (m)
A massa (ou o peso) poderá ser determinada somente se a densidade for conhecida:
m V A h (3.2)
onde:
m = massa (kg)
= densidade (kg/m3)
V = volume (m3)
A = área (m2)
h = nível (m)
O tipo mais elementar de visor de vidro, utilizado para medição de nível em tanques
abertos, emprega um tubo de vidro ligado simplesmente ao fundo do tanque (fig. 3.1). Pelo
princípio dos vasos comunicantes, o nível será igual ao do tanque. Uma escala graduada ao
lado do tubo permite a determinação precisa do nível.
3.2 BÓIAS
Bóias podem ser utilizadas para a medição de nível; para tanto, o movimento das
mesmas é transmitido por cabos ou fitas de metal (fig. 3.3), ou através de eixos que
atravessam a parede do tanque. Incluem-se também nessa categoria as “válvulas de bóia”
utilizadas em caixas d’água.
3.3 MANÔMETROS
A unidade mais apropriada para esse tipo de medição é o cm (ou polegada) de coluna
d’água. Se o líquido contido no tanque for água, à temperatura ambiente, a indicação do
instrumento é igual ao nível do tanque. Se tratar-se de água a uma temperatura diferente da
ambiente, ou de um outro líquido, a pressão hidrostática é dada por:
p r h (3.3)
em que:
Exemplo:
Deseja-se medir o nível de um tanque contendo álcool etílico puro, a 35ºC. O nível
máximo é de 2 m. Qual deve ser a faixa de medição do instrumento, o qual será calibrado com
uma coluna d’água a 20ºC?
Cálculo rigoroso:
Cálculo aproximado:
h'
Fig. 3.5 - Medição de Nível através da pressão hidrostática com o manômetro instalado
abaixo do fundo do tanque
p
Coluna
externa
Dens. '
h'
h
Baixa pressão
Dens.
Alta pressão
Caso haja vapores condensáveis, a coluna externa, ligada ao lado da “baixa pressão”
do medidor, é em geral preenchida com um líquido, antes de se colocar o instrumento em
operação.
Uma câmara de selagem pode ser usada para o preenchimento, servindo também para
absorver eventuais flutuações na altura da coluna. Se a coluna , com altura h’, estiver cheia de
3-6 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
um líquido com densidade ’, e sendo p a pressão do gás ou vapor existente no topo do
tanque, teremos:
A faixa de medição se estende de - r’ · h’ a (r · h - r’ · h’). Diz-se que o manômetro
tem uma elevação igual a r’ · h’.
Manômetro
maior que a máxima pressão exercida pelo líquido. O borbulhador inclui uma válvula de
agulha, um recipiente com água, pelo qual deverá passar o ar ou gás, e um tubo que é
mergulho no tanque. Ajusta-se a vazão do ar ou gás até que se observe a formação de bolhas
em pequena quantidade no borbulhador. Nessas condições o ar ou gás escapa lentamente
pelo líquido cujo nível se quer medir. A pressão no manômetro é igual à pressão da coluna
líquida.
É importante salientar que o manômetro pode ser instalado num ponto distante do vaso
de processo cujo nível se deseja determinar.
Notas:
Manômetro
Rotâmetro
Água
A purga pode também ser feita com um líquido (água, por exemplo) (fig. 3.8). A vazão é
medida com um rotâmetro. A fim de manter todo sistema livre de impurezas, pode-se fazer
com que o líquido passe por dentro da câmara de medição do instrumento.
3.5 DESLOCADORES
No sistema eletrônico por condução (fig. 3.10) são colocados um ou mais eletrodos no
interior de um tanque com um líquido condutor de eletricidade; o circuito se fecha através da
parede do tanque, ou por intermédio de outro eletrodo. Utiliza-se um amplificador eletrônico
para amplificar a corrente resultante, e acionar lâmpadas de indicação, sistemas de alarme ou
controle. Uma das variantes deste sistema é utilizada para medir o nível de vidro fluido.
O sistema eletrônico capacitivo pode ser utilizado tanto com líquidos dielétricos como
com os líquidos condutores. No caso de líquidos dielétricos, (fig. 3.11) o capacitor é composto
de uma haste colocada no interior de um tubo cilíndrico de metal; a capacitância varia de
acordo com o nível do líquido.
Para os líquidos condutores, usa-se uma só haste recoberta de material isolante, que
constitui um dos eletrodos; o segundo eletrodo é constituído pelo próprio líquido.
Nos sistemas de radiação, uma fonte radioativa de raios gama é fixada à parede do
tanque, e um detetor é fixado à parede oposta (fig. 3.12). A intensidade da radiação detectada
é afetada quando um líquido (ou sólido) é interposto entre a fonte e o detector. Assim pode-se
obter um sinal elétrico quando o nível ultrapassar um valor pré-fixado. Caso se deseje
indicação contínua do nível, a fonte e o detetor podem ser movidos em conjunto por um
servo-motor, subindo e descendo em correspondência com as variações do nível.
Fonte Detetor
Diafragma
Contactos
Lâmpada
Rede
de A.C.
Sólido granulado
Silo
MEDIÇÃO DE DENSIDADE
20/15
20
Ex. d ou d é a densidade relativa de um líquido a 20ºC em relação á água a
15
15ºC.
A densidade absoluta pode ser medida em qualquer unidade de massa, dividida por
qualquer unidade de volume.
As unidades mais comuns são g/m3, g/litro, kg/m3, libras/pé cúbico e libras/galão.
4-1
4-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
145,5
A PI 131 ,5 (4.3)
d 60 60
Q 1000 ( d 60 60 1 ) (4.4)
4.1 HIDRÔMETROS
Escala
Pesos
A haste pode ser graduada em qualquer unidade, entre as citadas acima. Pelo
princípio de Arquimedes, o peso do volume de líquido deslocado pelo flutuador é igual ao
peso do próprio flutuador. Quanto maior a densidade do líquido, menor o volume deslocado,
e portanto mais alto estará o flutuador. A leitura é feita no ponto onde a haste atravessa a
Medição de Densidade 4-3
superfície do líquido.
Ladrão
Hidrômetro
Saída
Entrada
Termômetro
Saída
Escala em
Suporte Transparente
Flutuador
submerso
Corrente
TI
Entrada
A pressão exercida por uma coluna líquida com altura fixa é proporcional à densidade
do líquido.
A fig. 4.4 mostra um arranjo simples que pode ser utilizado quando houver
possibilidade de passar o líquido por um tanque aberto para a atmosfera. O nível é mantido
constante, deixando-se para tanto o líquido escapar por um extravasor.
Saída
H
Medidor
de pressão
Entrada
Exemplo:
Então, H = 100”
Saída
Medidor de
pressão diferencial
Entrada
Outra possibilidade é a de se usar duas linhas de purga de ar, como mostra a fig. 4.6.
Rotâmetro 1
Medidor de
pressão
diferencial
Ar
Rotâmetro 2
H
Esse método pode ser usado tanto com líquidos à pressão atmosférica, como a uma
pressão diferente.
Caso não seja disponível um instrumento com supressão necessária, pode-se recorrer
ao esquema ilustrado na fig. 4.7.
Medidor de
pressão diferencial
Rotâmetro 1 Rotâmetro 2
Ar Saída Ar
H Href
Entrada
Fig. 4.7 Medidor de densidade por pressão de coluna de líquido com purga
Métodos de purga de água (ou outro líquido) podem também ser utilizados, quando
houver possibilidade de entupimento das tubulações pelo líquido do processo (fig.4.8).
Medição de Densidade 4-7
Saída
H
Medidor de
pressão diferencial
Rotâmetros
Água
Fig. 4.8 Medidor de densidade por pressão de coluna de líquido com purga
Quando raios gama atravessam um fluido, eles são tanto mais absorvidos quanto
maior a densidade.
. . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . .. . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . .. . .. .. .. .. . . . .. . . .. .. . . . ... . . . .
.. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . .. .
. . . . . . . . . .. ... .. .. .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . .
............................ ... .......
..................... . .. ........... . Indicador
........................................
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Amplificador Registradora
. . . ........ . . .... .... ...... . .... Controlador
. . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . .. . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . .. . .. .. .. .. . . . .. . . .. .. . . . ... . . . .
.. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . .. .
. . . . . . . . . .. ... .. .. .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . .
.............................. .. .. . ..
Fonte ...... ........... . . ...............
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . Câmara de medição
radioativa .............. . . . ........ . . .... ...
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . .
. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. .. .. .. . . . .. .
. .. .. . . . ... . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . .
. .. . . . . .. . .. . . . . . . . . .
Visto que a densidade é igual a massa (ou peso), dividida pelo volume, a densidade
pode ser medida preenchendo-se totalmente um volume conhecido com o líquido cuja
densidade se quer determinar. Uma das formas usuais é a do tubo “U”, conforme pode ser
visto na fig. 4.10.
O tubo em “U” é ligado ao processo por conexões flexíveis. A medição de peso é feita,
geralmente, por equilíbrio de forças.
Um dos dispositivos que podem ser utilizados encontra-se ilustrado na fig. 4.11.
Escala
Medidores de densidade por vibração são constituídos de uma lâmina, que vibra no
interior de um fluido (líquido ou gás). A freqüência de vibração é relacionada com a
densidade por uma equação do seguinte tipo:
A B
Densidade = C (4.6)
f2 f
ou At 2 Bt C (4.7)
f é a freqüência (Hertz)
t é o período (segundos).
MEDIÇÃO DE VAZÃO
V
Q v A (5.1)
t
onde:
Q = vazão, em volume
Assim como definimos vazão em volume, podemos, também, definir vazão em massa
que escoa através de um conduto.
m
Qm (5.2)
t
onde:
Q = vazão, em volume
5-1
5-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Qm
m .V
t
t
Q
Qm Q (5.3)
A quantidade total de fluido deslocado pode ser medida em unidades de volume (litros,
mm3, cm3, m3, galões, pés cúbicos) ou em unidades de massa (g, kg, toneladas, libras). A
vazão é expressa em uma das unidades acima referidas, divididas por uma unidade de tempo
(litros/minuto, m3/hora, galões/hora, etc.). No caso de gases e vapores, a vazão pode ser
expressa, por exemplo, em kg/h (usual para vapor), ou em m3/h (usual para gases). Quando
se mede a vazão em unidades de volume, devem ser especificadas as “condições base”
consideradas. Assim, no caso de líquidos, é importante indicar que a vazão se considera “nas
condições de operação”, ou a 0ºC, a 20ºC, ou a outra temperatura qualquer. Na medição de
gases, é comum indicar a vazão em Nm3/h (metros cúbicos “normais” por hora, ou seja, à
temperatura de 0ºC e à pressão de 760 mm de mercúrio), ou em scfm (pés cúbicos “standard”
por minuto - à temperatura de 60ºF e 14,696 psia de pressão atmosférica.
1 pé cúbico = 0,0283168 m3
1 m3 = 264,18 galões
1 libra = 0,4536 kg
1 kg = 2,2046 libras
Quando um fluido escoa por uma tubulação contendo uma restrição à passagem do
mesmo, ocorre uma perda de carga (ou diminuição de pressão), que é relacionada com a
vazão.
f) Bem adiante da restrição a pressão se estabiliza num novo valor, menor que o valor
original.
Para a medição de vazão, pode-se medir a diferença de pressão entre dois pontos
próximos da restrição, um a montante e outro a jusante. Aproveita-se desse modo
praticamente toda a queda de pressão introduzida pela restrição.
v K P (5.4)
Q K A P (5.5)
Qm K A P (5.6)
onde:
v = velocidade
A = área de tubulação
P = pressão diferencial
= densidade
As equações (5.5) e (5.6) podem ser simplificadas, se considerarmos uma dada área e
uma dada densidade:
Q K 1 P (5.7)
Qm K 2 P (5.8)
Medição de Vazã0 5-5
p Q
100 10
90
9
80
70
8
60
50
7
40
6
30
5
20
4
10 3
2
1
0 0
Suponhamos, por exemplo, que numa determinada instalação, a vazão máxima seja de
10 m3/min, à máxima pressão diferencial de 100”H2O e que, portanto, na equação (5.7), K1 =
1. Se a vazão for reduzida à metade, ou seja, 5m3/min, a pressão diferencial passa a ser de
25”H2O, ou seja, ¼ da anterior. A escala de um medidor de vazão do tipo de pressão
diferencial será, por conseguinte, “quadrática”, não linear, e só permite leitura precisa para
vazões superiores a cerca de 30% da vazão máxima (fig.. 5.2).
P P
QK a (5.9)
T
a
Exemplo
P P
Q K a1 (5.10)
1 T
a1
Nas condições reais, para a mesma pressão diferencial P, a vazão indicada continua
sendo Q1. Entretanto, a vazão real vale
P .P
Q K a2 (5.11)
2 T
a2
Q P T
F 2 a2 a1 (5.12)
Q P T
1 a1 a2
Nas equações (5.4), (5.5) e (5.6), válidas para o caso de líquidos, a densidade se supõe
constante antes e depois da restrição. Quando se trata de vapor ou de gases, há uma variação
de densidade, quando o fluido passa pela restrição. As fórmulas de cálculo incluem um fator
de correção, para levar em conta essa diferença. Para reduzir a influência da variação de
densidade, convém que a relação entre a pressão diferencial medida e a pressão estática
absoluta seja menor que 0,04 (ou, em outras palavras, que a pressão diferencial, seja menor
do que a pressão estática).
diferencial desenvolvida por um elemento primário com o máximo diâmetro recomendado seja
maior que 100”H2O. Pode-se, então, utilizar uma faixa de medição mais alta.
Embora possam ser encontrados medidores com faixas de medição desde 1 até
2000”H2O, obtém-se os melhores resultados mantendo a faixa entre 20 e 250”H2O.
A placa de orifício é o tipo de elemento primário mais comum para a medição de vazão
pelo método de pressão diferencial. É um dispositivo simples, que pode ser fabricado com boa
precisão dimensional. Seu desempenho tem sido estudado em todos seus pormenores,
podendo-se predizer com facilidade a relação entre vazão e a pressão diferencial
correspondente. Por esse motivo, não há, em geral, necessidade de proceder-se à calibração
nas condições reais de vazão.
A forma mais comum é a de um disco de metal resistente à corrosão (em geral aço
inoxidável, podendo também ser usados outros metais), com um furo concêntrico, e uma
haste lateral, que serve, por um lado, para a retirada da placa, e, por outro lado, para a
inscrição de dados de identificação (fig. 5.3). O diâmetro externo depende do diâmetro da
tubulação, e o diâmetro do orifício é calculado de conformidade com as condições de processo
e com a pressão diferencial desejada. A espessura é, em geral, de 1/8” para tubulações até
14” de diâmetro, e de ¼” para tubulações maiores.
Por outro lado, líquidos podem conter, às vezes, pequenas quantidades de gás ou de
vapor, que tendem a se juntar na parte superior da linha, junto à placa, causando também
erros de medição. Pode-se, então, fazer um pequeno furo tangente ao diâmetro interno da
tubulação, na parte superior, para dar livre passagem ao gás ou vapor.
Fig. 5.5 Corte da seção transversal de uma placa de orifício concêntrica típica
O perfil do furo de uma placa de orifício pode ser visto na fig. 5.5. O chanfro deve ser
feito a 45º de tal maneira que a distância “T” seja 1/32” para diâmetros de tubulação até 3”;
1/16” para diâmetros de 4 a 6”, 1/8” para diâmetros de 8 a 14”, e 1/4” para diâmetros maiores.
O canto vivo entre a face da placa e o furo não deve ter rebarbas, e não deve refletir luz
quando observado a olho nu. A face da placa deve ser plana (com tolerância de 0,010” por
polegada). O diâmetro deve ter precisão de cerca de 0,05 mm.
1. Tomadas nos flanges. A placa é montada entre “flanges de orifício”, de espessura maior
que os flanges comuns, com furos para a conexão do medidor de pressão diferencial
situados a 1” da face anterior da placa (tomada de alta pressão) e a 1” da face posterior da
placa (tomada de baixa pressão) (fig. 5.6).
a) Podem ser facilmente inspecionadas, dada sua localização próxima à face do flange;
c) As tomadas são simétricas, podendo ser utilizadas para fluxo nos dois sentidos;
d) Tem sido assunto de grande número de pesquisas, conhecendo-se hoje em dia todos
os dados necessários para uma medição com boa precisão.
Medição de Vazã0 5-9
3. Tomadas “vena contracta”. Esse tipo de tomada é feito na própria tubulação (fig.. 5.7). A
tomada de alta pressão é feita a uma distância da placa igual ao diâmetro interno da
tubulação. A tomada de baixa pressão se faz no ponto em que a pressão é mínima (“vena
contracta”).
d1=D d2
Essa distância depende da relação d/D (fig. 5.8). Alternativamente, para relações
d/D menores que 0,72, a tomada de baixa pressão pode ser feita a uma distância D/2 da
face posterior da placa (tomada radial), com erro desprezível. Quando o diâmetro da
tubulação é menor que 6”, a tomada de baixa pressão deverá ser feita no flange, o que
pode ser um inconveniente. As fórmulas e fatores para cálculo são bem conhecidos.
5-10 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
0,8
/D
Relação de Diâmetros, d
0,6
0,4
0,2
0,2 0,4 0,6 0,8
2/D
Relação de Distâncias, d
4. Tomadas a 2 ½ e 8D. Como o próprio nome indica, as tomadas são feitas à distância de 2
½D antes da placa e 8D depois da placa (fig. 5.9). Mede-se dessa maneira a queda de
pressão permanente. São bastante utilizadas na medição de vazão de gases,
particularmente para diâmetros pequenos de tubulação (4” ou menos), em que as tomadas
“vena contracta” são inconvenientes. A rugosidade da parede a jusante pode criar, uma
perda de carga adicional e ocasionar erros na medição. Não são necessários flanges
especiais, podendo adaptar-se a tubulações já existentes. Não podem ser utilizadas para
fluxo bidirecional. São difíceis de inspecionar.
2 1/2D 8D
a) Conjuntos compostos de flanges, placa e tubos, com face interna usinada e retificada
com grande precisão;
Para se obter boa precisão nas medições com placas de orifício, deve-se existir um
comprimento reto de tubulação antes e depois da placa. O comprimento reto mínimo
recomendado pode ser obtido na norma ISO R541 - Measurement of Fluid Flow, by Means of
Medição de Vazã0 5-11
vazão máxima
Temperatura
Material da placa
Caso se deseje uma precisão alta, os seguintes dados adicionais devem ser obtidos,
para líquidos:
Viscosidade
Nos conjuntos de “orifício integral”, as placas são fornecidas com uma série de orifícios
“standard”, devendo ser calculada a pressão diferencial.
Notas:
v D
RD (5.14)
onde:
RD = número de Reynolds
v = velocidade de escoamento
D = diâmetro da tubulação e;
5-12 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
= peso específico
= viscosidade
Nos cálculos de placa de orifício entra uma fator relacionado com o número de
Reynolds, calculado para a vazão usual.
Caso o número de Reynolds seja baixo, as variações desse fator ao longo da faixa
de medição podem causar imprecisão na medida.
Convém, então, utilizar uma placa de orifício com borda a montante arredondada -
“quadrant-edged orifice”, para a qual a influência do número de Reynolds é mínima
(STOLL ).
c) Recomenda-se que a relação d/D para placas de orifício concêntricas não exceda
0,75. Caso o cálculo, para uma dada pressão diferencial escolhida, ultrapassar esse
valor, sugere-se adotar uma pressão diferencial mais alta.
O tubo venturi não tem mudanças bruscas de seção, ou cantos em que possa haver
acúmulo de sedimentos. Por esse motivo, ele é freqüentemente utilizado na medição da vazão
de líquidos com sólidos em suspensão.
O “venturi curto”, com um cone de saída de dimensões mais reduzidas, produz uma
perda de carga permanente, ligeiramente mais alta que o tipo convencional. O seu custo é
menor.
Medição de Vazã0 5-13
5.2.3 Bocais
O bocal (“Flow nozzle”) consiste em uma restrição com um perfil elíptico, terminando em
uma seção cilíndrica (Fig.. 5.11). A perda de carga permanente, quando comparada com
aquela produzida por uma placa de orifício com a mesma relação d/D, é ligeiramente menor.
Entretanto, para uma dada vazão e uma dada pressão diferencial, essa relação é menor que
na placa de orifício. Como resultado, a perda de carga permanente é praticamente igual à de
uma placa de orifício usada nas mesmas condições de vazão. Bocais são usados
principalmente na medição de vazão de vapor e outros fluidos com alta velocidade, dada sua
maior resistência à abrasão. A relação d/D pode ser aumentada até 0,80, sem grandes
problemas. Bocais são geralmente fornecidos com dimensões padronizadas, calculando-se a
partir daí a pressão diferencial.
O tubo de Pitot é pouco utilizado na industria. Sua principal aplicação tem sido em
pesquisas. A fig. 5.12 mostra um tipo industrial.
A velocidade de um fluido em uma tubulação é maior no centro do que nas bordas. Visto
que o tubo de Pitot só mede a velocidade no ponto de impacto, o resultado da medição
depende da localização desse ponto. Um resultado razoável se obtém localizando o orifício de
impacto a cerca de 1/3 do raio da tubulação, a partir da face interna.
A pressão diferencial é de cerca de ¼ daquela obtida com uma placa de orifício com
relação d/D = 0,75.
Não convém utilizar o tubo de Pitot com líquidos viscosos ou com sólidos em
suspensão, devido à possibilidade de entupimento.
½”, não devem apresentar qualquer vazamento. Devem ser mantidos limpos e livres de
obstruções. Seu comprimento não deve ultrapassar 15 metros.
No caso de gases, convém que o medidor seja instalado acima das tomadas de
pressão, evitando-se dessa forma que haja qualquer líquido nas linhas.
A medição da vazão de líquidos corrosivos ou viscosos pode ser feita utilizando-se uma
purga contínua de ar, gás ou líquido. Pode-se também utilizar líquidos de selagem
convenientes.
5.3.1 Rotâmetros
c) Pressão na parte de baixo do flutuador, multiplicada pela área do flutuador (p1 . a);
d) Pressão na parte de cima do flutuador, multiplicada pela área do flutuador (p2 . a).
Vale a expressão:
P E P1 a P 2 a E P 1 P 2 .a E p a (5.15)
Para um dado flutuador e um dado fluido, as forças P e E são constantes. Portanto, para
qualquer posição do flutuador, p . a é constante. Visto que a área do flutuador é constante, p
deverá ser constante, para qualquer condição de vazão.
Q K A (5.16)
5-16 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
onde:
K = fator de proporcionalidade;
Acabamos de verificar que P é constante, para qualquer vazão. Segue-se que a área
por onde passa o fluido é diretamente proporcional à vazão. Essa área aumenta de maneira
praticamente linear, à medida que o flutuador se move para cima.
Pode-se, portanto, gravar uma escala no tubo (ou montá-la ao lado do mesmo),
indicando diretamente a vazão. A escala é sensivelmente linear, desde cerca de 10 a 100% da
vazão máxima.
Nos casos em que o tubo de vidro não pode ser utilizado, devido à pressão, temperatura
ou corrosividade do fluido, pode-se usar um tubo metálico. A transmissão do movimento do
flutuador para o exterior é feita por intermédio de um imã permanente, que movimenta um
“seguidor” externo. Dessa maneira, podem também ser acoplados indicadores, registradores,
totalizadores, transmissores e contatos de alarme.
O medidor de foles é usado para totalizar a vazão de gases. Consiste de dois foles que
são alternadamente enchidos e esvaziados através de passagens controladas por válvulas
corrediças. Um contador é impulsionado pelo movimento das válvulas.
Vertedores constituem um dos dispositivos mais simples utilizados para esse fim. Um
vertedor consiste essencialmente em uma barragem introduzida no canal, com uma abertura
na parte superior. A vazão é medida através da medição do nível do líquido num ponto a
montante do vertedor. A medição é usualmente feita por um sistema de purga de ar, ou por
uma bóia, podendo a vazão ser indicada, registrada e totalizada por um instrumento
adequado. Freqüentemente usa-se uma câmara para medição do nível, ligada por um tubo ao
canal, para evitar oscilações devidas à turbulência natural do líquido.
A fig. 5.15a mostra um detalhe típico de instalação de vertedor e a fig. 5.15b apresenta
as formas usuais de vertedores usados em aplicações práticas
O vertedor triangular, ou em “V” consiste em uma abertura em forma de “V”, com ângulo
entre 30 e 90º. Podem ser medidas vazões desde 5 até 7000 litros / minuto, com níveis de 3 a
45 cm. A relação entre vazão e nível é dada pela expressão
1
Q 2,48 tg H 5/2 (5.17)
2
onde:
= ângulo, em graus; e
O vertedor retangular tem, como o próprio nome indica, uma seção retangular, que
pode, em alguns casos, se estender até as bordas do canal. É o tipo mais comum, dada sua
simplicidade. A expressão que relaciona vazão com nível é a seguinte:
Q 3 ,33 L 0 ,2 H H 3 / 2 (5.18)
Medição de Vazã0 5-19
onde:
O vertedor trapezoidal “Cipoletti” tem uma seção trapezoidal, com lados inclinados na
proporção de 1 para 4 (horizontal para vertical). A expressão é:
A calha Parshall (fig. 5.16) tem um perfil especial, podendo ser adquirida pré-moldada
de diversos fabricantes. Visto não necessitar de uma “cascata”, como no caso dos vertedores,
a perda de carga é de cerca de ¼ daquela de um vertedor com a mesma capacidade.
A expressão que relaciona vazão com nível é dada por uma expressão do tipo
Q K H n (5.20)
onde
É o princípio utilizado nos geradores de tensão contínua e alternada. Para utilizar esse
princípio na medição de vazão, um tubo metálico revestido com um isolante (borracha natural,
borracha sintética, teflon, etc.) é montado entre duas bobinas, pelas quais passa corrente
alternada obtida da rede (fig. 5.17). Dois eletrodos, um de cada lado, captam a f.e.m. gerada
pelo líquido em movimento. Essa f.e.m. é amplificada, para acionar um indicador, registrador
ou totalizador.
Para que o medidor magnético funcione a contento, o líquido deve ter uma
condutividade elétrica mínima. Ele serve portanto para medir a vazão de água, soluções
aquosas, ácidos, etc. Não pode, entretanto, ser utilizado com hidrocarbonetos, que são
isolantes elétricos.
Pode ser utilizado para fluidos “sanitários” (alimentícios e farmacêuticos), visto que não
há concavidades que possam estimular a formação de colônias de bactérias.
Medição de Vazã0 5-21
Quando o fluido a ser medido contem materiais magnéticos (certos minérios, p. ex.), o
campo magnético é afetado, introduzindo um erro na medição. Existem medidores em que
essa influência é compensada.
A principal limitação deste tipo de elemento sensor de vazão é o fato de só poder operar
com fluidos limpos.
A fig. 5.19 ilustra um medidor térmico que utiliza o fenômeno de transferência de calor
por condução, para medir a vazão em massa de líquidos e gases. Ele é composto por dois
termopares ou termômetros de resistência que medem as temperaturas do fluido antes (T1) e
depois (T2) do aquecedor elétrico. Todos os três colocados dentro da tubulação.
5-22 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
AQUECEDOR
T1 T2
FLUXO
WATTÍMETRO
Q W C p (T 2 T1 ) (5.21)
Onde:
Q
W (5.22)
C P (T 2 T 1 )
Para resolver este problema foi criado o sistema visto na fig. 5.20, onde os sensores e o
aquecedor são instalados externamente a tubulação. Esta deve ser feita de material bom
condutor de calor.
em massa com o calor transferido ao fluido são não-lineares e por isso, serão omitidas.
FLUXO
FILME
O SENSOR DE
TEMPERATURA À
MONTANTE MEDE
Tf O AQUECEDOR
FORNECE Q
O SENSOR DE TEMPERATURA
A JUSANTE MEDE TW
Uma concepção desse instrumento é vista na fig. 5.21, onde quatro transdutores
acústicos, de cristal piezoelétrico, são usados para enviar e captar sinais ultra-sônicos através
do tubo e que são amplificados, por um transmissor (não visto), cuja saída é em pulsos por
segundo ou 4 a 20 mA proporcional a vazão.
RECEPTOR B RECEPTOR A
FLUXO
VELOCIDADE DO
FLUXO = V
TRANSMISSOR TRANSMISSOR
A B
y v cos
m (5.24)
s
x
T s (5.25)
y v cos
y v cos
fA Hz (5.26)
x
y v cos m / s (5.27)
y v cos
fB Hz (5.28)
x
2 v cos
f fA fB Hz (5.29)
x
Notando que “x” e “” são constantes, a velocidade do escoamento do fluido (v) pode
ser obtida medindo-se f.
A vazão (Q) é obtida, a seguir, multiplicando-se “v” pela área (A) da seção transversal
da tubulação (m2):
Q v A m3 / s (5.30)
Para facilitar a compreensão do seu funcionamento, vejamos o que ocorre com o fluido
ao passar pelo medidor de vórtice que não possui partes móveis (fig. 5.22).
Medição de Vazã0 5-25
O fluido entra no medidor (pela esquerda) e passa por uma hélice fixa que provoca um
redemoinho no fluido. Em seguida, esse redemoinho, cujo vórtice (centro do mesmo) está
alinhado com a linha central do medidor, passa por uma seção cilíndrica e aí expande-se ao
entrar numa região mais ampla. Então o redemoinho é desfeito ao passar pelas pás, também
fixas, antes de sair do aparelho (a direita).
A totalização da vazão medida com medidores de vazão instantânea pode ser feita com
totalizadores ou integradores que, em geral, fazem uma amostragem periódica do valor da
vazão. fazendo com que o motor de um contador gire, em cada período, um tempo
proporcional à porcentagem da vazão medida.
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA
Dois corpos distintos estarão em equilíbrio térmico quando não houver passagem de
calor entre eles. Ambos estarão, nessas condições, à mesma temperatura.
Alterações mecânicas, tais como volume, pressão, etc., que incluem os termômetros
de haste de vidro, de sistemas termais, bimetálicos e outros;
Embora a escala centigrada (ou celsius) seja oficial e mais utilizada no Brasil, algumas
outras escalas são também comumente encontradas.
A escala Farenheit tem para os pontos fixos acima os valores 32ºF, correspondente
ao ponto de fusão do gelo, e o de 212ºF, correspondente ao ponto de ebulição da água nas
condições especificadas.
A temperatura pode ser expressa também em graus Kelvin (K), somando-se 273,15 à
temperatura em ºC. Desse modo, a temperatura do “zero absoluto” é de 0K.
Finalmente, a escala Réamur (ºRé) tem, para o ponto de fusão do gelo e o ponto de
ebulição da água respectivamente os valores 0 e 80ºRé.
ºF = 9/5ºC + 32
ºK = ºC + 273,15
ºR = ºF + 459,67
ºRé = 4/5 . ºC
O álcool, bem como outros líquidos orgânicos, é utilizado em temperaturas baixas, até
-200ºC, aproximadamente.
Termômetros bimetálicos podem ser utilizados para medir temperaturas entre -40 e
500ºC.
A haste pode ser fornecida com comprimentos até de cerca de 60 cm; o dial pode ter
diâmetro de 3 a 12 cm.
6-4 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Os Sistemas termais de gás são preenchidos com um gás, com volume praticamente
constante. A variação de pressão obedece, aproximadamente, à lei dos gases perfeitos:
P1/T1 = P2/T2. A variação de pressão é proporcional à variação de temperatura, sendo
portanto a escala linear. Os limites de utilização se estendem de -100 a 400ºC. A largura
mínima da faixa de medição é da ordem de 50ºC. Os bulbos são em geral maiores que os de
preenchimento líquido.
Os Sistemas termais de vapor são preenchidos com um líquido (em geral orgânico)
em equilíbrio com o seu vapor. O sistema é construído de tal forma que a superfície livre do
líquido se encontre no bulbo, e não no capilar ou na espiral. A relação entre a pressão
máxima de vapor e a temperatura não é linear (fig. 6.4).
220
200
Propano
180
Pressão de vapor, psig
160 Tolueno
Éter
140
etílico
120
100
80
60
40
20
0
-20
-100 0 100 200 300 400 500
Temperatura ºF
Diversos efeitos contribuem para afetar a precisão das medições feitas com sistemas
termais de preenchimento:
6-6 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Outro método para obter uma compensação completa com sistema de mercúrio
emprega um fio de invar, que é colocado dentro do capilar. Os diâmetros do fio e do
capilar são calculados para que o aumento de volume interno do capilar seja
exatamente igual ao aumento de volume do mercúrio.
c) Efeito barométrico - Visto que o movimento do Bourdon está relacionado com a diferença
entre a pressão interna e a externa (atmosférica), pode haver uma alteração na indicação
se o instrumento for instalado num local com pressão atmosférica diferente.
6.5 TERMOPARES
Seebeck descobriu em 1821 que num circuito fechado composto de dois metais
distintos “A” e “B”, com as junções a duas temperaturas diferentes T1 e T2, aparece uma
força eletromotriz, da ordem de alguns milivolts. (fig.6.5).
Medição de Temperatura 6-7
A A
mV
T1 T2
B
Seebeck observou ainda que a força eletromotriz depende da natureza dos metais “A”
e “B”, sendo tanto maior quanto maior a diferença entre as temperaturas.
O efeito Peltier diz que a junção de dois metais diferentes quaisquer apresenta uma
força eletromotriz. Note-se a dificuldade de realizar a medição dessa força eletromotriz por
meios elétricos, visto que é necessário “fechar o circuito”, o que implica necessariamente em
outras junções, com outras forças eletromotrizes. A medição só poderá ser feita por meios
indiretos, por exemplo, fazendo-se passar uma corrente pela junção e medindo-se a
potência desenvolvida ou dissipada na junção.
O efeito Thomson é uma relação entre a força eletromotriz gerada em um único fio
homogêneo, e a diferença de temperatura existente entre seus terminais.
A A
mV
E1 + + E2
- -
B
T1 T2
Lei do circuito homogêneo: “Não é possível criar uma corrente elétrica em um circuito
composto de um único metal homogêneo, mesmo que seja de secção variável, pela
aplicação de calor”.
Lei dos metais intermediários: “A soma algébrica das forças eletromotrizes termais em
um circuito composto de um número qualquer de metais diferentes é zero, se todo o circuito
estiver à mesma temperatura”.
No caso da fig. 6.7, uma parte do circuito, composta de vários metais diferentes,
encontra-se à temperatura T3.
T3
C D
A A A
mV A mV
A
T1 T2 = T1 T2
B B
A força eletromotriz medida é igual à do circuito da fig. 6.8. Combinando essa lei com
a anterior, conclui-se que, para que a força eletromotriz não se altere, não é necessário que
toda parte do circuito dentro da linha interrompida se encontre à mesma temperatura T3.
Basta que as junções entre “A” e “C”, “C” e “D” e “D” e “A”, estejam à mesma temperatura.
Em particular, o instrumento utilizado para medir a força eletromotriz pode ter a sua fiação
interna constituída de metais diferentes daqueles do termopar; se todas as junções
estiverem à mesma temperatura, a medição não se altera.
B E1
B E2
A
E3
B
T1 T2 T3
E1 = E 2 + E 3
e então:
Medição de Temperatura 6-9
ou ainda:
Se tivermos então, um circuito termoelétrico com uma junta quente a 500ºC, e uma
junta fria à temperatura ambiente de 30ºC, a força eletromotriz desse circuito poderá ser
obtida pela subtração da força eletromotriz desse circuito com as junções a 500 e a 0ºC e da
força eletromotriz desse circuito com as junções a 30 e a 0ºC. Não há necessidade de se
conhecer a força eletromotriz da junção a 500ºC, ou a força eletromotriz da junção a 0ºC
(esta última certamente diferente de 0). Basta que se conheça a força eletromotriz de um
circuito com as junções a essas duas temperaturas.
Existem tabelas que dão, para cada tipo de termopar, as forças eletromotrizes
geradas quando a junta fria se encontra a 0ºC (tabelas essas referidas a 0ºC). Damos a
seguir uma pequena porção de uma dessas tabelas, referente ao termopar tipo “J”, em que
os fios são de ferro e constantan. No caso citado em que as junções se encontram a 500 e a
30ºC, a força eletromotriz do circuito seria 27,39 - 1,54 = 25,85 mV, A força eletromotriz do
circuito depende portanto de ambas as temperaturas - da junta quente ou de medição e da
junta fria ou de referência. Normalmente, os instrumentos destinados à medição de
temperatura com termopares, possuem algum dispositivo destinado a compensar as
variações da temperatura da junta fria, havendo portanto uma relação biunívoca entre a
temperatura da junta quente e a medição. Nessas condições os citados instrumentos
poderão ter uma escala graduada diretamente em graus de temperatura.
* Pouco usados
A ligação do termopar com o instrumento é via de regra feita por meio de “fios de
extensão” ou “fios de compensação” revestidos de borracha, plástico, fibra de vidro, amianto,
etc. Esses fios serão normalmente constituídos dos mesmos metais que o termopar, para
não introduzir erros na medição. Razões de economia, entretanto, fazem com que, para
certos termopares, os fios de extensão não sejam do mesmo metal que o termopar. É o
caso, por exemplo, do chromel-alumel, para qual às vezes se usam fios de “ferro-cupronel” e
do termopar de platina em que o fio de extensão é em geral de “cobre - cuproníquel”. As
propriedades termoelétricas dos fios de extensão devem ser iguais às do termopar, somente
naquela faixa de temperatura à qual estará sujeito o fio de extensão (em geral essa
temperatura não passa de 200ºC).
C A A C A
A mV
A
T1 = + +
T2 T1 T3 T3 T4 T4 T2
B B
C B C B
T3 T4
Fig. 6.11 Circuito termoelétrico utilizando fios de cobre para interligação entre o
instrumento e o termopar
No circuito da fig. 6.11, os fios de termopar foram designados pelas letras “A” e “B”, e
o fio de ligação de cobre pela letra “C”. O circuito termoelétrico assim formado foi
decomposto em três. O primeiro circuito apresentará uma tensão igual a EAB1 - EAB3. O
segundo circuito, por ser constituído de fios de um mesmo material, não apresenta tensão
alguma. O terceiro circuito apresentará uma tensão igual a EAB4 - EAB2. A tensão total será:
“Perdemos”, portanto, uma tensão igual à diferença das tensões da junta de conexão
no cabeçote e da junta nos terminais de entrada. O instrumento indicará a menos que a
realidade.
Note-se que, no caso acima, se as juntas dos fios de cobre estiverem à mesma
temperatura, não haverá erro na indicação.
compensação, etc.
medida com pirômetros de radiação; o limite mínimo situa-se em torno de 100ºC. Para o
estudo dos pirômetros de radiação é importante o conceito de “corpo negro”. Trata-se de um
corpo que absorve toda radiação que incide sobre ele, sem transmitir ou refletir qualquer
parte dessa radiação. Se esse corpo estiver em equilíbrio térmico, a radiação emitida é igual
à absorvida.
T = temperatura, K
10
8
Intensidade de radiação
1800ºC
6
visível
4
1500ºC
2
1200ºC
0
0 2 4 6 8 10
Comprimento de onda (microns)
Note-se que:
Consistem de uma lâmpada cuja corrente pode ser variada através de um reostato.
Um sistema de lente permite que o observador possa ver, ao mesmo tempo, o filamento da
lâmpada e o meio cuja temperatura se deseja medir. Age-se sobre o reostato, até que não
se possa mais ver o filamento. A temperatura é lida num dial acoplado ao reostato (fig. 6.15).
TRANSMISSÃO DE SINAIS E
TRASMISSORES
- transmissão digital.
1 a 5 mACC
4 a 20 mACC
10 a 50 mACC
0 a 20 mACC
0 a 10 VCC
-10 a 10 VCC
0 a 5 VCC
1 a 5 VCC
Ra
R1
RTD
Rx
Rb
1 G 4
R2 R3
Fig. 7.1 Detetor de sensor tipo RTD usando ponte de Wheatstone com ligação a 2 fios
a) A bateria gera uma tensão E, aplicada entre os pontos 1 e 4, a qual gera correntes
elétricas através dos ramos, que são proporcionais à resistência através de cada
ramo. No centro há um galvanômetro G que pode medir correntes muito pequenas.
R3 Rx
R1 R 3 R 2 R x
R x R3
Rt Ra R b R x
Dessa forma, o sistema de medição mostrado na figura 7.1 somente terá boa
precisão de leitura se Ra e Rb forem muito menores que Rx e forem constantes. Caso
contrário será necessário compensar os efeitos da resistência dos fios de conexão. Para
tanto, emprega-se o circuito de conexão de 3 fios mostrado na figura 7.2.
Ra
R1
Rb RTD
Rx
Rc
1 G 4
R2 R3
Fig. 7.2 Detetor de sensor tipo RTD usando ponte de Wheatstone com ligação a 3 fios
7.3 TRANSMISSORES
de operação:
A cápsula é constituída por um bloco central, que contém uma das extremidades da
barra de força no seu interior e, lateralmente, por duas membranas metálicas corrugadas
(par de diafragmas) soldadas em lados opostos do bloco central. Os dois diafragmas de
medição são interligados entre si através de uma haste que é soldada na parte inferior da
barra de força. O espaço entre os diafragmas e o bloco central é preenchido com líquido
(óleo). A função do óleo é permitir o amortecimento do sinal para eliminação de ruídos de
medição. O amortecimento é variado através de válvula de ajuste de “damping” situada na
parte inferior do bloco central, que permite variar a restrição à passagem do óleo entre os
diafragmas.
Fig. 7.3 Figura mostrando cápsula típica usada em transmissor de pressão diferencial
operando segundo princípio do balanço de forças
Nos flanges do instrumento que são fixos à cápsula por meio de parafusos,
encontram-se as tomadas para aplicação da pressão do processo e as válvulas de dreno
ou “vent”. Este corpo possui ainda normalmente uma proteção contra sobrecargas
constituída pela superfície das paredes do bloco central que apresenta a mesma
ondulação da corrugação dos diafragmas de medição. Assim sendo, se houver excesso
de pressão em uma das câmaras, o diafragma se ajusta perfeitamente à parede do bloco
central, evitando assim que se deforme além do limite permitido e deixando de comprimir
o óleo, o que impede danos à membrana oposta.
7-10 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
De acordo com a figura 7.6, as pressões alta e baixa do processo, sendo aplicadas
às câmaras correspondentes, são sentidas pelos diafragmas em direções opostas. Assim,
os diafragmas, sentindo a pressão diferencial, a convertem em uma força, que é aplicada
à extremidade inferior da barra de força. Isso cria um torque de entrada, que tende a girar
a barra de força sobre o seu fulcro no sentido horário. A extremidade superior da barra de
força irá liberar a palheta, que se aproximará do bico, fazendo aumentar sua pressão
interna, que por sua vez irá determinar o aumento da pressão de saída do relê
amplificador para um instrumento receptor, ao mesmo tempo que essa pressão será
aplicada ao fole de realimentação negativa. Isso irá aplicar uma força na barra de força,
criando um torque em sentido contrário ao da entrada, fazendo com que a distância entre
o bico e a palheta volte aproximadamente à sua posição original, quando é restabelecido
o equilíbrio entre o momento da força criada pelo elemento de medição em relação ao
fulcro da barra e o momento da força criada pelo fole de realimentação negativa
submetido à pressão de saída. Em vista disso, a pressão de saída é proporcional à
pressão diferencial, segundo o ajuste da faixa de medição (span), que é determinado pela
mudança do ponto de apoio da alavanca de “span”.
7-12 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
O elemento de pressão, quando fletido, exerce uma força sobre o braço através de
uma mola. Este braço, com um pedaço de ferrite na ponta, varia a indutância do solenóide
do oscilador ligado a ele que, por sua vez age como um potenciômetro, variando a
corrente de saída proporcionalmente. Essa corrente realimenta a bobina que produz uma
força igual e contrária sobre o braço para equilibrar a força produzida pela pressão do
processo.
7-14 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Neste caso a variável sendo medida produz um movimento contra uma mola de
calibração, resultando em uma mudança de posição correspondente a uma mudança da
variável de processo. Essa posição é detectada por um transdutor. A saída do transdutor
é amplificada e um sinal de realimentação elétrico é usado para estabilizar o amplificador.
Um transdutor tipicamente empregado é o transformador diferencial.
Há dois elementos nas figuras 7.5 e 7.6 que aparecem em quase todos os
instrumentos pneumáticos: o conjunto bico (ou ejetor ou “baffle” em inglês) e palheta
(nozzle), que se comporta como um detetor e o relê pneumático que se comporta como
um amplificador. A unidade bico/palheta converte um pequeno movimento (posição) ou
força em um sinal pneumático proporcional equivalente. Movimentos da palheta de
apenas 0,0015 cm mudam a pressão do bico de 0,75 psi ou 5,2 kPa. Essa pequena
mudança de pressão aplicada ao amplificador pneumático ou relê é amplificada e se
converte em uma variação de 3 a 15 psi ou 20 a 100 kPA em sua saída.
Carga
Transmissor
eletrônico
Fonte de
alimentação
1800
1600
Res is tê nc ia ex terna da c arga (O hm s )
1400
1200
1000
800
600
400
200
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tens ã o de alim entaç ã o (V CC)
Transmissão de sinais e transmissores 7-21
Fig. 7.15 Exemplo de relação entre tensão de alimentação e carga externa máxima
suportada por um transmissor de 4 a 20 mACC
Para ocorrer uma combustão ou uma explosão são necessários basicamente três
elementos: o combustível, o comburente e a energia para provocar a ignição. O
comburente (oxigênio) está normalmente presente na atmosfera. O combustível, em
áreas perigosas, pode estar presente em condições normais ou anormais de operação do
processo. O ar contendo esse tipo de material inflamável pode sofrer ignição pela
liberação de energia elétrica ou pela presença de temperaturas superficiais elevadas.
Caso se opte pelo emprego de instrumentação pneumática, a energia para provocar a
ignição não é disponível e não se corre nenhum tipo de risco. No entanto, ao usar
instrumentação eletrônica, essa energia pode estar presente. Serão abordados
inicialmente os tipos de produtos combustíveis normalmente empregados nas indústrias
e, posteriormente, serão estudadas as formas de evitar que o emprego da instrumentação
eletrônica provoque qualquer tipo der risco nas plantas industriais que operem com
produtos inflamáveis.
Grupo A: acetileno
Caso se empregue a purga com gás inerte, deve se colocar o instrumento elétrico
em uma caixa que será mantida com uma pressão levemente superior à pressão
ambiente através da injeção de gás inerte. Desse modo, a atmosfera contaminada com
substâncias perigosas não entra em contato com o instrumento, evitando o surgimento de
ignições. Esta opção tem como inconveniente o fato de que uma eventual falha no
suprimento de gás inerte elimine a proteção promovida pelo gás inerte.
O uso de caixas à prova de explosão não evita que a atmosfera perigosa entre em
contato com o instrumento elétrico que está acondicionado dentro da caixa. Caso ocorra a
explosão, a idéia é que a caixa seja suficientemente forte para não ser afetada pela
explosão (incluindo eventuais mostradores de vidro existentes na caixa), nem deixe gases
inflamados ou línguas de fogo saírem da caixa através de pontos de entrada/saída de
cabos, o que é evitado através do uso de massas nesses pontos. Além disso, a
temperatura na superfície da caixa não deve exceder 80% da temperatura de ignição da
mistura presente na atmosfera. Ao se efetuar manutenção e abrir-se a caixa à prova de
explosão, deve-se lembrar de desligar o instrumento elétrico no campo pois, caso
contrário, poderá haver uma ignição e a proteção não estará funcionando.
É normal que a sala de controle esteja em uma área Divisão 2 e esteja submetida a
uma pressão levemente superior à pressão atmosférica, de modo a evitar que o ar
presente externamente penetre nela.
7-24 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
FIELD-BUS
8.1 COMUNICAÇÃO
8-1
8-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
COMPUTADOR COMPUTADOR
CORPORATIVO CORPORATIVO
TOP
GATEWAY
ADIMINISTRAÇÃO / PLANEJAMENTO
COMPUTADOR
CORPORATIVO FILESERVER
MAP
COMPUTADOR
PARA CONTROLE
INDUSTRIAL
FABRICA
COMPUTADOR
DE CELULA FILESERVER
MAP/EPA
GATEWAY
COORDENAÇÃO
CONTROLADORES
CONTROLADORES AQUISIÇÃO
DE DADOS
FIELD-BUS
SENSORES ATUADORES
CONTROLE
transmitir grandes volumes de dados em altas velocidades como MAP e mini-MAP (EPA),
podem ser utilizadas para interconectar os CLPs e os controladores multi-loop da sala de
controle com o nível de controle imediatamente superior. Se um CLP de grande porte ou
controlador multi-loop for instalado no campo, a rede local pode ser estendida até o
equipamento.
O Field-Bus define duas áreas de aplicação, H1 e H2, sendo que o tipo H1 tem por
objetivo a substituição direta do padrão 4 a 20 mA e o tipo H2 deve estender o Field-Bus
para aplicações de mais alta performance e velocidade. Deve ser observado que o tipo
H1 não será limitado a transmitir grandezas analógicas. Mesmo um simples controlador
single-loop possui saídas de alarme que precisam ser consideradas no Field-Bus.
COMPUTADOR
FIELD-BUS H1
CONTROLADOR
TRANSDUTOR
REGISTRADOR
COMPUTADOR
TRANSDUTOR
FIELD-BUS H1
CONTROLADOR
REGISTRADOR
ATUADOR
FIELD-BUS H2
CONTROLADOR
CAIXA DE
PASSAGEM
Dois tipos de conexão ao bus estão sendo cogitados: um é a conexão tipo T (as
conexões no centro da figura 8.4) e outro, a conexão em estrela usando caixas de
passagem (lado esquerdo da figura 8.4). A conexão com caixas de passagem parece ser
a opção mais prática no campo. O Field-Bus do tipo H2 pode se estender em até 750
metros com velocidade na faixa de 50 kbits/seg a 500 kbits/seg.
FIELD-BUS H1
CAIXA DE
PASSAGEM FIELD-BUS H2
CONTROLADOR
ATIVA
8.4 ALIMENTAÇÃO
Os níveis de enlace e aplicação são comuns aos Field-Bus H1 e H2, sendo que
somente o nível físico será especifico. Isto facilita a implementação de caixas de
passagem ativas (figura 8.5).
8.7 EQUIPAMENTOS
8.8 VANTAGENS
Embora ainda seja muito cedo para avaliar o Field-Bus, as seguintes vantagens
podem ser antecipadas:
Custos de fiação: pode ser antecipada uma redução da fiação pelo fator 2 no Field-Bus
H1 e pelo fator 20 no H2. Reduções ainda maiores podem ser obtidas com a utilização
do Field-Bus em configurações híbridas.
algoritmos de controle.
A norma Field-Bus está sendo elaborada a nível internacional pelo IEC e está em
fase de aprovação da especificação funcional. Diversos países como os Estados Unidos
(através da ISA) e a França (través do Clube FIP) estão elaborando alternativas para
implementação do Field-Bus e apresentando-as ao IEC.
MODELAMENTO APROXIMADO DE
PROCESSOS INDUSTRIAIS
Seja uma caixa d’água fechada. Seu modelo físico é apresentado na figura 9.1.
Qe
Q : vazão de entrada
e
H H: altura (nível) do fluido no tanque
dH Qe
(equação diferencial ordinária linear de 1ª ordem)
dt A
H(s) 1
G(s)
Qe (s) A s
Q (t)
e
U
t
H(t)
U
H tg =
0 A
t
Seja uma caixa d´água com fluxo de saída e com medição de temperatura, cujo
modelo físico é mostrado na figura 9.3.
Q
e
T
1 TE T
t
C
T H T
2 V 2
Q
T s
R 3
A
Fig. 9.3 Modelo físico de uma caixa d’água com fluxo de saída e com medição de
temperatura
dH Qe Cv g H
dt A
H(s) 1 KH
GH (s) (sistema de 1ª ordem)
Qe (s) A s Cv g 1 s
H
1 A
onde: KH e H
Cv g Cv g
O comportamento dinâmico do sistema para uma entrada em degrau em Qe de
amplitude U é dado por:
t H
H(t) K H U 1 e H0
4.5
4
3.5
3
2.5
H(m)
2
1.5
1
0.5
0
0 2 4 6 8 10 12 14
t(s)
dT2 Q
(T1 T2 ) (supondo Qe Qs Q )
dt V
Q
T (s) V 1
GT (s) 2 (sistema de 1ª ordem)
T1 (s)
s
Q 1 s T
V
V
onde T
Q
^
T1
t
^
T2
OBS.: Deve-se observar que tanto T1 quanto T2 foram tomadas como variáveis
incrementais, sendo que as variações ocorreram em torno de seus valores nominais de
operação.
T2 ( t ) T20 A 1 e t T (para t0)
onde:
T20 T2 ( 0 ) = valor inicial de T1 e T2 e
T
2
T +A
20
T +0,632A
20
T
20
t
T
T2 T T20 A 1 e 1 T20 0 ,632 A
= resistência*capacitância = RC
Neste caso tem-se que:
Modelamento aproximado de processos industriais 9-7
Resulta:
P V
R e C
Q P
Resulta:
E P q V
resistência R e capacitância C
i Q E P
Portanto:
V
T R C
Q
Por isso, este atraso pode também ser chamado de atraso RC, atraso capacitivo
ou "lag".
Wv Vapor
Saída de líquido
T W
Trocador
Entrada de líquido
Te W de calor
Wc Condensado
V c
dT
dt
W c Te T Wv v U A T Tamb
A resposta em malha aberta da temperatura de saída T do líquido a uma
perturbação em degrau na vazão de entrada de vapor Wv é mostrada na figura 9.8.
T(oC) 50
45
40
35
30
25
20
Entrada v
. .
d
WT
Saída
Verifica-se que o transdutor de peso repete o que acontece na saída do silo, mas
com um atraso =d/v, o qual é inerente ao sistema.
T3 ( t ) T2 ( t )
T3 ( t ) T30 A 1 e ( t ) / T (para t)
T (s )
G32 ( s ) 3 e s
T2 ( s )
T3 ( s ) e s
G31 ( s )
T1 ( s ) 1 s T
T
1
A
T
10
t
T
2
A
T
20
t
T
3
A
T
30
t
y=0, t<
ATRASO DE exp(-s) A
TRANSPORTE y=x, t
dy x y
ATRASO DE dt 1
TRANSFE-RÊ
1 s
Para entrada em degrau: A
NCIA
y A 1 et
dy x
1 tg = A/
INTEGRADOR dt
s
Para entrada em degrau: y=(A/)t
dx y - x
AVANÇO DE dt
TRANSFE-RÊ Para entrada em degrau: 1+s
NCIA
y=A[1+(t)] (para t0) A
(onde (t)=delta de Dirac)
dx y
dt
DERIVADOR s
Para entrada em degrau: y=A(t)
categorias distintas:
- atraso de transporte, tempo morto, atraso puro, “dead time” ou “pure time delay”.
- sistemas sub-amortecidos.
Q
1
H Q
1 2
H
2
Q
3
G1 G2
Q2 (s) H 2 (s) H 2 ( s ) 1 K H2
GH (s) GH1 GH2
Q1 (s) Q2 (s) Q1 ( s ) 1 s H1 1 s H2
H 1 e H2 (m)
4.5
4
H1
3.5
3
H2
2.5
1.5
0.5
0 2 4 6 8 10 12 14 16
t(s)
Q
1
h
1
Q
2
h
2
Q
3
C1 C2
G1 G2
Q
1
h h
1 2
Q Q
2 3
C1 C2
G=?
Q
e
LC
v
2
c
h
LT
v
1
Q
Qs
2
dv 2
Q2
dt
9-16 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Mas:
v 2 A2 c
dc
A2 Q2
dt
onde:
Portanto:
P12 g h c
Resulta:
Q2 k g h c
Daí:
dc k g
(h c)
dt A2
C(s) 1 1
H(s) A 1 2 s
1 s
k g
onde:
A
2
k g
dv1
Q e Q 2 Qs
dt
onde:
dh Qe Cv g h
dt A1
H( s ) K1
Qe ( s ) 1 s 1
onde:
1 A
K1 e 1
Cv g Cv g
Resulta finalmente:
1 t/ 1 t/ 2
c(t) K1 A 1 1 e 2 e (para t 0)
2 1
y(t)
m
b k
roda u(t)
9-18 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Y(s) bs k
G(s) (sistema de 2ª ordem)
U(s) m s 2 b s k
Sua resposta ao degrau para vários valores de b é mostrada nas figuras 9.19 a
9.22.
y(cm) 9
0
0 10 20 30 40 50 60
t(s)
.
y(cm) 8
0 10 20 30 40 50 60
t(s)
Fig. 9.20 Resposta ao degrau do amortecedor de automóvel para b médio
y(cm) 6
0 10 20 30 40 50 60
t(s)
Fig. 9.21 Resposta ao degrau do amortecedor de automóvel para b grande
y(cm) 5
4.5
4
3.5
3
2.5
2
1.5
1
0.5
0
0 10 20 30 40 50 60
t(s)
Fig. 9.22 Resposta ao degrau do amortecedor de automóvel para b muito grande
9-20 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
R Processo de C
ordem elevada
1.25
0.75
Resposta
0.5
0.25
0
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25
t/n
Fig. 9.24 Resposta ao degrau unitário para n=2, n=10 e n atrasos de transferência
em série com as capacitâncias isoladas
Modelamento aproximado de processos industriais 9-21
Na figura 9.24, quando n=2 a resposta do sistema é rápida; quando n=10 ela se
torna bem mais lenta e com um formato acentuado em "S" e, por fim, quando n a
resposta do sistema assume apenas dois valores (0 ou 1), assemelhando-se a um
sistema do tipo tudo ou nada (on/off). Observe ainda que conforme o número das
capacitâncias isoladas cresce, a resposta do sistema se aproxima cada vez mais da
resposta do tempo morto.
A figura 9.25 mostra a resposta ao degrau unitário de um sistema com n=2 e n=3
capacitâncias interativas, sendo que as constantes de tempo são todas unitárias.
0.75
Resposta 0.5
0.25
0
0 0.2 0.5 0.7 1 1.2 1.5 1.7 2 2.2
5 5 5 5 5
t/(n.n+n)/2
Fig. 9.25 Resposta ao degrau unitário para n=2 e n=3 atrasos de transferência em série
com as capacitâncias interativas
Resposta
máxima inclinação
ao degrau
0 t
K K e s
G(s)
(1 s 1 )...(1 s n ) (1 s 1 ) (1 s 2 )
n
onde i
i 3
A dominância relativa dos pólos de malha fechada é determinada pela relação das
partes reais dos pólos de malha fechada. Se a relação das partes reais excede 5 e não há
zeros na vizinhança, então os pólos de malha fechada mais perto do eixo jw dominarão a
resposta transitória, porque estes pólos correspondem a termos da resposta transitória
que decaem lentamente. Os pólos de malha fechada que têm efeito dominante sobre o
comportamento da resposta transitória são chamados pólos dominantes.
Freqüentemente, os pólos de malha fechada dominantes ocorrem na forma de pares
complexos conjugados. Os pólos de malha fechada dominantes são os mais importantes
entre os pólos de malha fechada.
- atraso de 1ª ordem;
- atraso de 2ª ordem; e
Y(s) K
U(s) 1 s
onde:
K = ganho do processo
= constante de tempo (determina a velocidade da resposta)
KA
Y(s) =
s (1 + s )
y(t) = K A (1 - e - t/ )
KA K A 2 K A K A
Y(s )
s 2 1 s 1 s s s2
9-24 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
No domínio do tempo:
y ( t ) K A e t 1 K A t
u( t ) A sen( w t ) e
Aw
U( s )
2
s w2
Daí:
K Aw KA w 2 s w w
1 s s 2
Y(s )
w2 1 w 2 2 1 s s 2 w 2 s 2 w 2
y( t )
1w
KA
2
2
w e t
w cos( w t ) sen( w t )
u(t)
U
1
u( t ) U1 U 2 sen( w .t ) U1 U 2
y ( t ) Y1 Y2 sen( w t ) Y1 Y2
super-amortecido.
Y(s) K
(sistema de 2ª ordem super-amortecido)
U(s) (1 s 1 )(1 s 2 )
onde: K K1 K 2
Y(s) w n2
K (sistema de 2ª ordem super-amortecido)
U(s) s 2 + 2 w n s w n2
onde:
1
wn =freqüência natural não-amortecida (oscilação observada se =0)
K=ganho
=coeficiente de amortecimento
1 2 e
2 1 2
K A
Y(s)
s
2 2
2 s 1 s
9-26 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
a) >1
t / 1 t / 2
1 e 2 e
y(t) K A 1
1 2
b) =1
t t /
y(t) K A 1 1 e
c) 0<<1
t/
y(t) K A 1 e cos(w d t) sen(w d t)
1 2
12
onde: w d
y ( t ) B sen( w t )
K A
onde: B
1 w
2 2
2 w 2
Seja:
B
BN
K A
1 2 2 2
wR para 0
2
Modelamento aproximado de processos industriais 9-27
Vale:
1
BNmáx 2 1 2
Transdutor
9-28 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Por exemplo, para um transmissor de temperatura calibrado para medir uma faixa
de 20 a 100C, tem-se que o zero da faixa corresponde a 20C e a largura da faixa a
80C. Se esse transmissor for eletrônico e tiver uma saída de 4-20 mA, a relação entre
sua saída b e sua entrada c é dada por:
(20 mA 4 mA) mA
b (mA) (c 20 C) 4 mA0,20 c ( C) 4 mA
(100 C 20 C) C
B̂( s ) KM
GM (s) (o símbolo "^" indica variável incremental)
Ĉ( s ) 1 M s
significando que para uma mudança na entrada, o valor medido rapidamente segue o
valor real da variável. Nesse caso, uma aproximação possível é fazer M =0.
No entanto, o método mais simples e mais usado para manipular fluidos nas
indústrias de processo é empregar uma válvula de controle. Tais válvulas tipicamente
utilizam algum tipo de acionador mecânico para mover o obturador da válvula em sua
sede, abrindo ou fechando a área para a passagem do fluido. O acionador mecânico pode
ser um motor de corrente contínua, um motor de passo, um atuador eletro-hidráulico ou
ainda um atuador pneumático constituído por um diafragma operado pneumaticamente e
que move a haste da válvula contra a força oposta de uma mola fixa, sendo este último o
mais comum e o mais barato.
onde:
V = faixa de variação do sinal de saída do conversor I/P (3-15 psig)
M = faixa de variação do sinal de entrada do conversor I/P (4-20 mA),
9-30 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
X(s) K AT
G AT (s)
V(s) 1 AT s
(9.1)
onde:
X(s) = sinal que sai do atuador para agir sobre a haste da válvula
V(s) = sinal que chega ao atuador
X 1 p . u .
K AT
V 12 psig
onde:
X = faixa de variação do sinal de saída do atuador (0 a 1 p.u.)
V = faixa de variação do sinal que chega ao atuador (3 a 15 psig)
P (psi)
Q(gpm) Cv f(X) (para válvulas de acionamento translacional)
G (adim)
P (psi)
Q(gpm) Cv f(Y) (para válvulas de acionamento rotacional)
G (adim)
onde:
- igual porcentagem: f ( X ) R X 1
1
- hiperbólica: f(X)
R (R 1) X
9-32 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
- parabólica: f ( X ) X 2
KV
GV (s)
1 TV s
df
f(x) f(x 0 ) (x x 0 )
dx x0
15 3 12 psig
K IP
20 4 16 mA
T (s ) Kt
Gt 3 ( s ) t
T3 ( s ) 1 s t
16 mA
Kt
Tf T i C
T (s ) K t e s
Gt1 ( s ) t
T1 ( s ) 1 s T 1 s t
T
1
A
T
10
t
T
2
A
T
20
t
T
3
A
T
30
t
T
t
K .A
T
t0
t
Fig. 9.29 Resposta das temperaturas em diversos pontos do sistema da figura 9.3 a uma
perturbação em degrau em T1
Assuma que se tenha um trocador de calor que aqueça água através de vapor.
Suponha que no instante t=0 se provoque manualmente um degrau em uma válvula de
controle, aumentando o valor da vazão fluido de aquecimento (vapor) que passa através
dela de 1 para 2 l/min. A faixa de vazão possível por essa linha é de 0 a 4 l/min. Essa
vazão entra no processo e provoca um aumento de temperatura no fluido sendo aquecido
como mostrado na figura 9.30. Suponha que o sensor de temperatura usado seja uma
termo-resistência de platina (assumida como linear) e que a mesma, esteja a uma
distância de 4 m do trocador de calor. A velocidade média do fluido aquecido na tubulação
de saída é de 2 m/s.
50
45
40
Saí da do processo (graus C)
35
30
25
20
15
10
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (s)
variação na saída
K
variação na entrada
10 C C
K (unidades de engenharia ) 10
1 l min l min
ou
10
K (adimensio nal) 40 1
1
4
e 4 s
G( s ) 10
15 s
ou equivalentemente:
e 4s
G( s )
15 s
4m
t 2s
2ms
Gt ( s ) e 2 s
Gs r 1
Por fim, todos os demais efeitos (ganho, atraso puro restante e atraso de
transferência) devem ser atribuídos ao trocador de calor, cuja função de transferência
resultante é:
e 2s
Gtc 10
15 s
ou
e 2s
Gtc
15 s
G( s ) Gt ( s ) Gs r ( s ) Gtc ( s )
SHINSKEY, F. G. Process Control Systems. 3.ed. New York, McGraw Hill, 1988.
CAPÍTULO 10
COMPARAÇÃO E
COMPUTAÇÃO
- pensar no que se deve fazer para que a temperatura seja a que se deseja: computação;
e
10-1
10-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
l
r Controle por m c
realimentação Processo
- a realimentação deve ser negativa, para que a ação corretiva tomada pelo controlador
leve a variável controlada em direção ao valor desejado. Este assunto é de fundamental
importância para o controle de uma malha e será discutido no item 10.1.3.
vantagem é que a ação corretiva surge tão logo a variável controlada tenha se afastado
do valor desejado, independentemente da fonte e do tipo da perturbação. A habilidade em
manipular perturbações não medidas é a principal razão porque controladores por
realimentação têm sido tão amplamente empregados em controle de processos.
Há dois tipos de enfoque para representar uma malha de controle típica de controle
de processos por realimentação, incluindo a instrumentação responsável pela medição e
pela atuação:
H
Sensor+transmissor
Entrada de Saída de
material Variável Variável material
ou energia manipulada controlada ou energia
PROCESSO
m c
Elemento
Atuador
primário +
+ EFC
transmissor
Atuação Medição
CONTROLADOR
(saída do controlador)
Valor de referência ou "set point"
OBS.: neste livro utilizam-se letras minúsculas para representar variáveis e blocos
do sistema como funções do tempo t, ao passo que as letras maiúsculas são usadas para
designar quantidades como função da variável complexa s (s=jw).
Perturbações
^
L
G
L
Controlador
^
X
+ 1
^ ^ ^ ^ ^ ^ ^
R R´ + E M P X C
K G G G 2
M C V P
+
- Elemento Processo
final de
controle
^
B
G
M
Sensor+transmissor (transdutor)
A figura 10.5 é uma réplica da figura 10.3, exceto que aqui se usa a notação “^”
A malha de controle por realimentação 10-5
sobre as variáveis, para denotar variáveis incrementais, conforme será explicado a seguir.
OBSERVAÇÃO:
x( t ) x( t ) x
onde:
x (t)=flutuações do valor da variável x em torno do valor de operação nominal
x(t)=valor da variável x no instante t
x =valor nominal da variável x em regime estacionário de operação
f(x)=x+1
f k x k x 1 k f x k x 1 e
f x1 x 2 x1 x 2 1 f x1 f x 2 x1 1 x 2 1
dy
y ( t ) K x( t ) 1
dt
Caso se deseje encontrar a solução analítica desta equação, uma das formas
possível é linearizar a equação diferencial, procedendo da seguinte maneira:
y ( t ) y ( t ) y
x( t ) x( t ) x
ŷ ( t ) y K x̂( t ) x 1
dŷ
(1)
dt
y ( t ) x ( t ) 0 (2)
y K.x 1 (3)
dŷ
ŷ ( t ) K x̂( t ) (4)
dt
K X̂ ( s )
Ŷ ( s )
1 s
y ( t ) ŷ ( t ) y ŷ ( t ) K x 1
Perturbações
^
L
G
L
Controlador
^
X
+ 1
^ ^ ^ ^ ^ ^ ^
R R´ + E M P X C
K G G 2 G
M C V P
+
- Elemento Processo
final de
controle
^
B
G
M
Sensor+transmissor
Fig. 10.6 Alternativa para diagrama de blocos de sistema de controle de processos por
realimentação incluindo a instrumentação
A figura 10.7 mostra ainda uma terceira representação possível para uma malha
fechada de controle de processos.
A malha de controle por realimentação 10-7
Perturbações
Controlador
^
L
+
^ ^ ^ ^ ^ ^
R R´ + E M P C
K G G G G
M C V P1 P2
+
- Elemento Processo
final de
controle
^
B
G
M
Sensor+transmissor
Fig. 10.7 Outra alternativa para diagrama de blocos de sistema de controle de processos
por realimentação incluindo a instrumentação
E S
1 1
E S2
2
Var. manipulada (m) PROCESSO Var. controlada (c)
En Sm
CONTROLADOR
- grandezas de entrada: E1 , E 2 , E n
são as entradas do processo, em termos de material ou energia
- grandezas de saída: S1 , S 2 , S m
10-8 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
- variável controlada: c
é uma das grandezas de saída que deve ser mantida em um valor desejado (r)
- variável manipulada: m
é uma das grandezas de entrada sobre a qual atua o controlador para tentar manter c=r
Valor de
TIC
referência
Água quente
Condensado
TE
Grandezas de entrada:
- vapor: vazão (=m, variável manipulada), temperatura e pressão
Grandezas de saída:
- condensado: vazão e temperatura
- água: vazão e temperatura (=c, variável controlada)
- perdas de calor para o meio ambiente
A figura 10.10 mostra o diagrama de blocos típico de uma malha de controle com
realimentação (malha fechada).
l Perturbação
Elementos
Sinal realimentado
de retroação
h
Fig. 10.10 Diagrama de blocos típico de uma malha de controle com realimentação
- sensor+transmissor;
- controlador;
- processo.
- o sensor de temperatura (TE) tem ação direta, como costuma acontecer com a grande
maioria dos medidores. Uma exceção é quando o usuário especifica ação reversa no
transmissor de sinal;
10-10 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
- com relação á válvula de controle, o que ocorre é que ele deve normalmente ser
projetada para prover segurança ao processo em caso de alguma falha no suprimento
de energia. No caso da figura 10.9, trata-se de uma válvula pneumática. Portanto, caso
haja algum problema no suprimento de ar comprimido, seria conveniente que a mesma
permanecesse fechada na ausência de ar pois, nesse caso, se estaria cortando o
fornecimento de fluido de aquecimento (vapor) para o processo, o que evitaria
eventuais sobre-aquecimentos. Portanto, a válvula deve receber ar para abrir, sendo,
portanto, de ação direta;
- o processo tem como entrada a vazão de vapor e como saída a temperatura de saída
do fluido sendo aquecido. Caso se aumente a vazão de vapor (entrada), aumenta a
temperatura do fluido sendo aquecido (saída). Trata-se, portanto, de um processo de
ação direta;
- como os três elementos anteriores são todos de ação direta, resulta que o controlador
deve ter ação reversa para que a realimentação seja negativa.
Caso se adotasse, por engano, a ação direta para o controlador, ocorreria que com
o processo tendo uma tendência a aumentar sua temperatura, o controlador mandaria
aumentar ainda mais a injeção de vapor, o que levaria a temperatura na saída a subir
ainda mais, caracterizando o efeito da realimentação positiva.
Ĉ(s) K M GC GV GP
R̂(s) 1 GC GV GP GM
Assume-se, neste caso, que não há variação no valor desejado ( R̂ =0), de forma
que, partindo-se do primeiro diagrama de blocos mostrado acima, resulta:
Ĉ(s) GL
L̂(s) 1 GC GV GP GM
Uma comparação das equações de Ĉ( s ) R̂( s ) e de Ĉ( s ) L̂( s ) indica que ambas
as funções de transferência possuem o mesmo denominador (equação característica),
onde GC GV GP GM é conhecido como função de transferência de malha aberta.
Nas deduções feitas acima, supôs-se ora L̂ =0 ou R̂ =0, isto é, que uma das duas
entradas era constante. Mas suponha que L̂ 0 e R̂ 0, como seria o caso se uma
perturbação ocorresse durante uma mudança no valor desejado. Para analisar essa
situação, tem-se:
K M GC GV GP GL
Ĉ(s) R̂(s) + L̂(s)
1 GC GV GP GM 1 GC GV GP GM
CALOR
I/P
M
TX
T T 4-20mA
t,mA m,mV
B TT TE
V
4-20mA
T W T X
C,e C,e
m Entrada do fluido
T W de aquecimento
T,s T,s
Saída de líquido (lado do casco)
aquecido Trocador
T W
T,e T,e de calor
Entrada de líquido
frio (lado dos tubos)
WC,s T
C,s
Saída do fluido
de aquecimento
- Variáveis de entrada:
OBS.: Neste caso, como se considera o sistema adiabático, não há perda de energia
para o meio ambiente e, portanto, Tamb não influencia no sistema.
- Variáveis de saída:
A malha de controle por realimentação 10-13
- caso se escolha TT,e ou TC,e é necessário empregar algum sistema que as faça variar de
forma a manter TT,s=TT,ref. Para tanto seria necessário algum trocador de calor para
efetuar essa tarefa, o que, certamente, complica em demasia e encarece o sistema
existente;
- caso se escolha WT,e significa que esta variável deverá ser manipulada. Mas, na prática,
o que normalmente ocorre é que o trocador de calor deve aquecer a quantidade de
fluido frio que chegar, dentro, é claro, dos limites do projeto do equipamento. Fica assim
descartada a opção por WT,e;
- a alternativa mais lógica e mais comum é selecionar WC,e como variável manipulada.
Assim, as demais variáveis de entrada passam a constituir variáveis de perturbação
de entrada ou variáveis de carga.
dmT d VT . T
WT ,e WT ,s
dt dt
Como o volume dos tubos VT é constante, caso se considere que a massa específica do
fluido T também não varie e que não haja vazamentos, tem-se que mT é constante.
Dessa forma WT,e=WT,s. Como normalmente não se controla WT,e, não se deve, por
conseguinte, controlar WT,s.
OBS.: foram citadas aqui apenas as variáveis de perturbação que afetam o trocador
de calor. Poder-se-ia, no entanto, considerar possíveis alterações nas características do
próprio trocador, como, por exemplo, incrustação nas paredes do tubo do trocador.
WT,e
l TT,e
TC,e
T + TT,ref - TT,s,medido Sistema de WC,e Processo TT,s
T,ref
controle controlado
r e gc m gp c
-
Sensor+transmissor
TT,s,medido de temperatura
b h
- a realimentação deve ser negativa. Para tanto, WC,e deve ser diminuído quando TT,s
apresentar uma tendência para crescer acima do valor de referência. Caso se aumente
WC,e quando TT,s está crescendo acima de TT,ref, ter-se-ia um caso típico de
realimentação positiva. Neste caso, quanto mais TT,s crescesse, mais WC,e também
cresceria, de forma que a tendência seria levar TT,s à saturação, isto é, ao maior valor
possível que TT,s poderia atingir dada a vazão máxima de WC,e.
A figura 11.1 mostra o esquema típico de uma malha fechada de controle por
realimentação, onde quatro funções básicas (medição, comparação, computação e
atuação) são implementadas.
n(t)
controlador variável
perturbações
manipul.
r(t) comparação e(t) computação m(t) atuação p(t) processo c(t)
valor de
referência
b(t) variável medida medição variável controlada
O algoritmo PID tem sido utilizado desde o final da década de 30. Conforme será
visto mais adiante, este algoritmo apresenta uma tripla forma de atuação do controlador
em relação ao desvio e(t), a saber:
- seu desempenho pode não ser satisfatório para processos com constantes de tempo
grandes e/ou atrasos puros longos; e
A figura 11.2 mostra uma malha típica de controle por realimentação com as
principais variáveis envolvidas destacadas.
r + e m c
KC GP
-
b
H
Fig. 11.2 Malha de controle por realimentação com as principais variáveis destacadas
m m0 K C ( b r ) (ação direta)
OU
m m0 K C ( r b ) (ação reversa)
onde:
S
KC
E
onde: S m m0 e E b r ou r b
100%
BP
KC
Var. manipulada
BP=50% BP=100%
(m) 100%
BP=200%
m0 50%
0%
0% 50% 100% Var. medida
(b)
r
Fig. 11.3 Atuação do controlador proporcional em malha aberta com m0=50% e r=50%
- o valor desejado (r) foi ajustado em 50% da largura da faixa da variável medida
(entrada) e o valor da saída correspondente ao erro nulo (m0) é também 50% da largura
da faixa da variável manipulada (saída);
- a BP está relacionada com a variação que deve ter a entrada para se ter uma saída
variando de 100%. Assim, para BP=50%, se a variável medida variar 50% a saída
variará 100% e para BP=200% seria necessário que a variável medida variasse 200%
para a saída variar 100%. Portanto, para BP superior a 100%, o elemento final de
controle não chega a abrir e/ou fechar completamente.
Var. manipulada
BP=50%
(m) 100%
25%
0%
0% 25% 50% 75% 100% Var. medida
(b)
r
Fig. 11.4 Atuação do controlador proporcional em malha aberta com m0=50% e r=75%
11-6 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Var. manipulada
BP=50% BP=100%
(m) 100% BP=200%
m0 75% m0=75%
r=50%
50% ação direta
25%
0%
0% 25% 50% 75% 100% Var. medida
(b)
r
Fig. 11.5 Atuação do controlador proporcional em malha aberta com m0=75% e r=50%
Var. manipulada
(m) 100%
m =25%
BP=50% 75% 0
r=25%
BP=100%
50% ação reversa
BP=200%
25% m0
0%
0% 25% 50% 75% 100% Var. medida
(b)
r
Fig. 11.6 Atuação do controlador proporcional em malha aberta com m0=25% e r=25%
Nos gráficos das figuras 11.4, 11.5 e 11.6 foram mostrados três ganhos diferentes
(0,5; 1 e 2), porém os controladores analógicos comerciais têm normalmente um ganho
continuamente ajustável entre 0,02 a 50 (BP 500% a 2%).
Considere um tanque onde entram água quente e fria. A temperatura da água que
sai é controlada, manipulando a vazão de entrada de água fria, conforme indicado na
figura 11.7.
O controlador PID analógico 11-7
TT
Água morna
Fig. 11.7 Exemplo de controle de temperatura pela mistura de fluido quente e frio
80x100 20x100
50 oC
100 100
a) Perturbação transitória
Ajusta-se inicialmente o controlador com um ganho alto, de forma que para cada 1°C
de diferença na temperatura desejada, a válvula de controle da água fria recebe um
sinal do controlador que faz mudar sua vazão de 10 l/h, sendo que se ajusta o
controlador para ação direta.
S 10 l h
KC e m K C b r m0
E 1C
Como o valor de referência é 50°C, resulta que o controlador vai comandar a válvula
para reduzir a vazão de água fria de 20 l/h. A nova temperatura para esse caso é:
80x100 20x80
53,3 oC
100 80
Repetindo-se mais uma vez os cálculos acima, resulta: vazão de água fria=58 l/h e
temperatura de regime=58°C. O gráfico da figura 11.8 registra essas temperaturas.
11-8 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Temperatura
(o C) 60 58
55 53,3
Valor desejado
50
48
45 45,8
40 t
OBS.: o gráfico real da resposta não é o mostrado na figura 11.8, pois é claro que o
controlador começa a reagir tão logo a temperatura comece a se afastar do valor
desejado. O gráfico da figura 11.8 corresponde à situação em que se tenha um certo
valor na entrada (por exemplo, 48°C) e, esse valor é congelado para o controlador, o
qual altera sua saída em função desse valor fixo. O controlador só muda seu valor de
entrada quando a temperatura real atinge um novo valor estacionário.
A análise da tabela 11.1 indica que com a redução à metade do ganho proporcional do
controlador, a malha passou de instável para estável e, após algumas oscilações, a
temperatura retornou para o valor de referência.
O controlador PID analógico 11-9
b) Perturbação permanente
Imagine agora que a temperatura da água quente passe de 80°C para 90°C. Avaliando
a nova temperatura resultante da mistura, caso se suponha partir do regime
estacionário, onde a temperatura do processo é 50°C e as vazões de entrada são
100 l/min, resulta:
90x100 20x100
55 oC
100 100
Supondo que o ganho do controlador KC esteja ajustado em 5 l/h para cada 1°C de
desvio, resulta o perfil de temperaturas/vazões mostrado na tabela 11.2.
T 52,90 52,63 52,84 52,68 52,80 52,71 52,78 52,73 52,76 52,74 52,75
Q 114,5 113,15 114,2 113,4 114 113,55 113,9 113,65 113,8 113,7 113,75
Saída m
situação após perturbação permanente
100%
K =1
nova posição da válvula C
situação
m
0 50%
inicial
Observa-se, pela figura 11.9, que surge uma diferença entre o valor de referência r e a
variável medida b, que constitui o desvio permanente.
Saída m
K =2
C
100%
K =1
nova posição da válvula C
m
0 50%
O aumento do ganho diminui o desvio permanente, conforme foi visto na figura 11.10.
Deve-se, no entanto, considerar que um acréscimo no ganho acarretará um aumento
no tempo de estabilização da variável controlada e, se o aumento for excessivo, o
processo ficará instável, isto é, a variável controlada oscilará continuamente ou de
forma crescente até que algum sistema de proteção pare o processo. O exemplo
apresentado a seguir demonstra o que acontece com a resposta da malha fechada
conforme se varia o ganho do controlador proporcional.
O controlador PID analógico 11-11
O exemplo de controle da temperatura do tanque da figura 11.7 pode ainda ser usado
para mostrar um outro fato importante: a realimentação negativa. No caso do exemplo
de controle de temperatura, ocorre que o transmissor, o controlador e a válvula têm
ação direta e o processo ação reversa, pois um aumento na variável de entrada (vazão
de água fria) acarreta em uma diminuição da variável de saída (temperatura da
mistura). Caso se mudasse a variável manipulada para vazão de água quente, o
processo passaria a ter ação direta e a realimentação negativa deveria ser
implementada através da ação reversa em algum dos outros elementos da malha.
Portanto, caso se tivesse como variável manipulada a vazão de água quente,
caracterizando um processo de ação direta, o recomendável seria mudar a ação do
controlador para reversa.
Wv Vapor
Saída de líquido T W
Entrada de líquido Te W
Wc Condensado
50
45
40
T 35
30
25
20
0 50 100 150 200 250 300 350 400
t (s)
SP VM I/P
TIC TX
TV
VC
TE Wv Vapor
Saída de líquido T W
Entrada de líquido Te W
Wc Condensado
30
28
26
T
24
22
20
0 50 100 150 200 250 300 350 400
t (s)
Fig. 11.14 Mudança no valor de referência (SP) do controlador de 20 para 30°C com ação
de controle correta
50
45
40
T 35
30
25
20
0 50 100 150 200 250 300 350 400
t (s)
Fig. 11.15 Mudança no valor de referência (SP) do controlador de 20 para 30°C com ação
de controle incorreta
As figuras 11.16 e 11.17 mostram o que ocorre com a resposta do sistema quando
11-14 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
30
28
26
T
24
22
20
0 50 100 150 200 250 300 350 400
t (s)
30
28
26
T
24
22
20
0 50 100 150 200 250 300 350 400
t (s)
30
28
26
T 24
22
20
18
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
t (s)
32
30
28
26
T
24
22
20
18
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
t (s)
32
30
28
26
T
24
22
20
18
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
t (s)
para Kc alto
Fig. 11.20 Resposta do sistema para degrau simultâneo no valor de referência e em Te
para Kc muito alto
A análise das figuras 11.18 a 11.20 nos permite observar que, conforme o valor do
ganho Kc do controlador cresce, o sistema fica mais oscilatório e a tendência do erro de
regime permanente ess é ir diminuindo. Na figura 11.20 percebe-se que ocorre o
fenômeno das oscilações contínuas não-amortecidas, situação em que o valor do ganho
Kc chegou a seu valor derradeiro Kcu.
perturbação
^
L GL
controlador
^
+ X1 ^
^ ^ + ^ ^ ^ ^
R R´ E M P X2 C
ponto de KM GC GV GP
ajuste +
- válvula processo
^
B
GM
sensor+transmissor
Fig. 11.21 Diagrama de blocos típico de uma malha de controle por realimentação
valor desejado. No entanto, uma mudança na variável manipulada não pode ocorrer sem
haver uma variação no desvio Ê . Não existe Ê se não houver uma diferença entre o
sinal de medição B̂ e o valor desejado R̂ . Resulta que uma variação mantida em L̂ ou
R̂ ocasiona um desvio permanente ess. Para o cálculo desse desvio em condições
estacionárias, irá se partir das seguintes equações, extraídas do diagrama de blocos da
figura 11.21.
R̂ K M R̂ Ê R̂ B̂ M̂ KC Ê Ĉ GV GP M̂ GL L̂ B̂ GM Ĉ
K M GC GV GP R̂ GL L̂ K M R̂ - GL GM L̂
Ĉ Ê
1 GC GV GP GM 1 GC GV GP GM
K L K M I 0
e ss
1 K C KV K P K M
ou
K L K M I 0
ess
- 1 K C KV K P K M
K M r0
ess
1 K C KV K P K M
ou
K M r0
ess
- 1 K C KV K P K M
Elemento
de medição
Processo
Variável
controlada
c
I/P
b e=b-r
Transmissor T + m
r -
V.R. Ajuste de ganho
(regula o quanto de
realimentação negativa é
injetado no amplificador)
Tem-se que:
r=160C=13,6 mA=60%
O controlador PID analógico 11-19
b=150C=12 mA=50%
m0=12 mA=50%
BP=50% KC=2
Resulta:
m K C ( r b ) m0 (ação reversa)
m=70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 minutos
VM
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 minutos
VC
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 minutos
VM
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 minutos
r + e m
K
C
-
b
Suponha que o valor desejado r seja passado de 50% para 74%. Calcule o valor do
desvio permanente ess.
11.1.3:
KM=KV=KP=1 e L̂ =0
K M r0 24%
ess 8% 8% 74% b b 66%
1 K C KV K P K M 1 2
Nota-se que:
- o desvio permanente é tanto maior quanto a variação de carga que o provocou para um
mesmo ganho proporcional; e
- o desvio permanente é tanto maior quanto menor o ganho do controlador, para uma
mesma variação de carga.
M̂ ( s ) B̂( s ) KC 2
R̂( s ) R̂( s ) 1 KC 3
Para:
24%
R̂( s )
s
Resulta:
2 24%
B̂( s ) b̂( t ) 16% (para t>0)
3 s
Como:
Resulta:
^
L
-
^ + ^ ^ ^
R E M C
K G
C P
- +
GP K P e s
Resulta: d 360 180
n
Portanto: n 2
Dessa forma, um processo com tempo morto de 1 minuto oscilará com um período
n de 2 minutos sob controle proporcional.
b) Deve-se agora estimar o ganho KC necessário para suster as oscilações. Como o
tempo morto não apresenta contribuição para o ganho, se o ganho em malha aberta
deve ser unitário, o ganho KCU deve ser:
KCUKP=1 KCU=1/KP
Cumpre aqui fazer uma breve explanação a respeito do decaimento de 1/4. Durante
oscilações uniformes, um sinal passando através da malha retorna a seu ponto inicial com
exatamente a mesma amplitude um ciclo completo após. Se o sinal é atenuado, o sinal
gradualmente diminui e a oscilação é amortecida. Para as oscilações não-amortecidas
persistirem, o produto do módulo do ganho de todos os elementos na malha deve ser
unitário na freqüência de oscilação.
O controlador PID analógico 11-23
d m m0
K I (b r)
dt
Para não deixar a correção sob forma de velocidade e sim sob forma de amplitude,
integra-se a equação acima:
t
m m0 K I (b r)dt
0
t
m m0 K C (b - r) + K I (b r)dt
0
e(t)
E
t
m(t)
ação P+I
m
ação I
K .E
C
ação P
K .E
m C
0
t
0 1 2 3 4
T
I
Observa-se o seguinte:
- a curva I é a componente integral da saída. De acordo com a definição, ela tem uma
velocidade constante, já que o desvio é constante. Neste caso, o ajuste do modo
integral foi de 0,5 repetições por minuto, o que significa que depois de 2 minutos, a
amplitude do modo integral é a mesma do modo proporcional. A velocidade de
integração VI é o número de vezes por minuto que o modo integral "repete" a
amplitude que o modo proporcional atingiu instantaneamente;
- costuma-se também definir o tempo de integração através do tempo integral (ou reset
time TI), normalmente fornecido em "minutos por repetição", significando o tempo
necessário para a ação integral repetir o que a ação proporcional realizou
instantaneamente, após o controlador PI ter sido submetido a um desvio em degrau em
malha aberta. Tem-se que TI=1/VI;
- a resultante P+I é a soma gráfica das duas componentes, a partir do ponto de equilíbrio
m0;
1 t
m m0 K C b r (b r)dt
TI 0
Aumentar o tempo integral TI normalmente faz com que o controle PI fique menos
ativo. Teoricamente, o desvio permanente será eliminado para todos os valores de TI
entre 0 e . Mas, para valores muito grandes de TI, a variável controlada retornará ao
valor desejado muito lentamente após a ocorrência de uma mudança no valor de
referência ou uma perturbação na carga.
O controlador PID analógico 11-25
32
30
28
26
T
24
22
20
18
0 100 200 300 400 500
t (s)
Fig. 11.28 Resposta do trocador de calor controlado por um algoritmo PI com ganho Kc
baixo e TI médio
36
34
32
30
T 28
26
24
22
20
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
t (s)
Fig. 11.29 Resposta do trocador de calor controlado por um algoritmo PI com ganho Kc
baixo e TI baixo
A vantagem principal da ação integral é que ela elimina o desvio permanente. Seu
principal inconveniente é que ela introduz um atraso suplementar na malha que, somado
com os demais leva a uma tendência à instabilidade. Por exemplo, um processo
bicapacitivo que não tem condição de oscilar apenas com o modo proporcional, pode
fazê-lo com um controlador PI.
O modo integral de um controlador faz com que sua saída continue mudando
enquanto houver um desvio, ocasionando a saturação do modo integral. No caso de
controladores digitais, mesmo com a saída saturada, a tendência será continuar
aumentando internamente o valor da integral. Quando o sinal de erro inverter o seu sinal,
todo esse acúmulo na integral deverá ser descontado, o que levará um tempo excessivo.
Há casos em que esse desvio persistente não pode ser eliminado, pelas seguintes
razões:
Caso ocorra saturação, a ação de controle não retorna até que o sinal de desvio se
reverta. Assim, a saturação sempre resulta em sobressinal antes do controle ser
restaurado, pois ao ocorrer o sobressinal, se reverte o sinal de desvio quando a variável
controlada ultrapassa o valor desejado. Para evitar a saturação do modo integral, pode-se
impedir acúmulos adicionais no valor da integral, enquanto persistir a saturação da saída.
Isto é feito temporariamente parando a ação integral enquanto a saída estiver saturada. A
ação integral retorna assim que a saída não estiver mais saturada. Neste caso, assim que
ocorrer a inversão no sinal de erro, a componente integral começará a diminuir, tirando
imediatamente a saída do controlador da situação de saturação.
Existem ainda outras providências que podem ser tomadas para evitar a saturação
do modo integral:
r+ +
e m
KP
- c b + -
f A
I < >
mq mh+
unidade de batelada
Fig. 11.30 Unidade de batelada usada para resolver o problema do “reset wind up”
A unidade de batelada mostrada na figura 11.30 foi projetada para limitação alta.
Quando a saída do controlador m atinge o limite ajustado de alta (mh), o amplificador
operacional de alto ganho conduz para baixo o sinal f de realimentação; evita-se assim
11-28 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
que m ultrapasse mh. Durante a operação normal, m está abaixo de mh, situação em
que o amplificador opera normalmente e amplifica a diferença (mh-m). Para evitar que
sinais amplificados de grande magnitude adentrem o atraso de transferência I, há uma
chave seletora de baixa (<) que seleciona o menor valor entre m e (mh-m)A,
produzindo uma ação integradora normal.
c) em uma malha em cascata, caso não se disponha da opção "SP tracking", pode-se
evitar saturação no controlador primário, empregando-se o esquema mostrado na
figura 11.31 (SHINSKEY, 1988).
+ +
r1 e1 PI m1=r2 e2 m2
PI
- -
c2
c c c
1 2 2
Realimentação externa
para o modo integral
Fig. 11.31 Sistema de controle PI com realimentação externa para o modo integral
m1 r 2 K C1 e1 c 2
e2 K C1 e1
Elem. medição
Processo
Variável
controlada
c
I/P
Transmissor T b e=b-r m
+ Capacitor do
r - modo integral
V.R.
Ajuste do tempo
Ajuste de BP integral (T )
I
- a ação do controlador;
S
KC
E
O cálculo de KC deve ser feito de forma a torná-lo adimensional. Para tanto, uma
alternativa viável é converter os sinais de entrada em saída em valores percentuais, de
modo que sua relação se torna adimensional.
(10 8 ) mA 2
S 100% 100% 12 ,5%
( 20 4 ) mA 16
( 21 20 ) kgf cm 2 1
E 100% 100% 2 ,5%
( 40 0 ) kgf cm 2 40
Resulta:
12 ,5%
KC 5
2 ,5%
100% 100%
BP 20%
KC 5
Neste caso, a forma mais fácil de calcular o valor do tempo integral TI é aplicando
diretamente a definição mencionada no item 11.2.1. Para uma variação em degrau na
entrada (desvio) do controlador, a saída apresentou inicialmente um degrau, gerado pela
ação proporcional e após uma rampa, gerada pela ação integral. A ação proporcional
causou uma variação instantânea na saída de 2 mA. A rampa subindo a uma taxa de
1 mA/min leva 2 minutos para repetir o que a ação proporcional fez instantaneamente.
Portanto:
TI=2 min/rep
1
VI 0 ,5 rep
TI min
KC 1
m
TI 0e( t ) dt m0
Neste caso, considera-se, por exemplo, que a ação integral agiu por 1 minuto. No
início desse intervalo tem-se que m=m0=10 mA=37,5%. No final a saída m vale 11 mA.
Convertendo esse valor de corrente para um valor percentual resulta:
(11 4 ) mA 7
m 100% 100% 43 ,75%
( 20 4 ) mA 16
1 kgf cm 2
e( t ) E 100% 2 ,5%
40 kgf cm 2
Portanto:
5 1
43 ,75%
TI 0
2 ,5% dt 37 ,5%
5
6 ,25% 2 ,5% TI 2 min
TI rep
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 minutos
VM
100%
90%
80% P
70%
I
60%
P+I
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 minutos
e(t)
=de/dt
m(t) t
m ação P+D
2 ação P
ação D
m0
0 1 2 3 4 t
TD
Observa-se o seguinte:
- a curva D é a componente do modo derivativo. De acordo com a definição, ela tem uma
amplitude proporcional à velocidade do desvio. A amplitude de D é constante, já que a
velocidade do desvio o é;
- neste caso, o ajuste do modo derivativo está em 2 minutos, o que significa que,
instantaneamente, a componente D tem uma amplitude que a componente P terá 2
minutos depois;
d( b r )
m m0 KC ( b r ) TD
dt
Portanto:
d e( t )
m( t ) KC e( t ) TD m0
dt
d b( t )
m( t ) KC e( t ) TD m0
dt
O primeiro caso tem como conseqüência indesejável o fato que variações bruscas
no valor desejado r acarretam derivadas de altíssimo valor, provocando alterações
rápidas e de grande magnitude na saída do controlador, o que não ocorre no segundo
caso.
Como a ação D isolada não é aplicada, pois não resulta em um sistema estável,
efetuam-se as seguintes observações ao se operar com um controlador PD:
- o modo derivativo é o primeiro a atuar com a finalidade principal de fazer voltar mais
11-34 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
- o modo derivativo apresenta mais efeito em processos não auto-regulados do que nos
auto-regulados.
O modo derivativo deve ser empregado em processos que são caracterizados por
várias capacitâncias e tempos mortos. Nesses processos será sempre conseguido um
ajuste mais preciso da variável em regime permanente (menor desvio permanente) e a
freqüência de recuperação sendo maior, a variável levará menos tempo para estabilizar.
O modo derivativo não deve ser empregado em processos que tenham ruídos, pois
ele responderá às altas freqüências com amplitudes de correção que poderão ser
prejudiciais ao processo.
Elemento
de medição
Processo
Variável
controlada
c
I/P
Transmissor T b e=b-r m
+ Ajuste do tempo
r - derivativo (T )
D
V.R.
Capacitor do
Ajuste de BP modo derivativo
O controlador PID analógico 11-35
VC
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 minutos
VM
100%
90%
80%
70%
P
D
60%
P+D
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 minutos
1 t d(b r)
TI 0
m m0 K C (b - r) + (b r) dt T D
dt
ou, equivalentemente:
1 t de
m(t) m K C e(t)
T I
0
e(t)dt TD
dt
(11.1)
onde:
m =m0=valor de m(0)
TI=tempo integral
TD=tempo derivativo
Seja:
1 t de
m̂(t) K C e(t)
TI 0
e(t) dt TD
dt
M̂(s) 1
K C 1 TD s
E(s) TI s
M̂(s) 1 + TI s 1 + T D s
KC .
E(s) I T s 1 + T D s
onde é um número pequeno, tipicamente entre 0,05 e 0,17 [LUYBEN, 1990]. Um valor
muito usado é =0,1.
db
1 t
m(t) m K C e(t) e(t) dt - TD
T I 0 dt
Esse artifício para eliminar o salto derivativo tornou-se um padrão na maioria dos
controladores comerciais. A implementação do controlador PID com eliminação de saltos
derivativos é mostrada na figura 11.37.
Fig. 11.37 Diagrama de blocos do controlador PID com eliminação do salto derivativo
s TD
D(s)
1 s TD
A figura 11.38 mostra a curva de resposta de uma malha fechada sob controle PI e
PID submetida a uma perturbação na carga. Verifica-se que a adição do modo D torna a
resposta mais rápida. Na figura 11.38 tem-se a resposta de um controlador PID a degrau
no valor de referência e na temperatura de entrada Te.
11-38 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
32
30
28
T 26
24
22
20
18
0 100 200 300 400 500 600
t (s)
Fig. 11.38 Curva de resposta de uma malha fechada sob controle PI e PID submetida a
uma perturbação na carga
A figura 11.39 mostra a resposta com controle PID a degrau no valor de referência
SP e na temperatura de entrada Te. Neste caso, o valor de TD utilizado é superior ao da
figura 11.38.
37
35
33
31
29
T
27
25
23
21
19
0 100 200 300 400 500 600
t (s)
Fig. 11.39 Resposta com controle PID a degrau no valor de referência SP e na
temperatura de entrada Te
Uma análise da figura 11.39 indica que o modo D em excesso leva à instabilidade.
O controlador PID analógico 11-39
Processo
T1 Válvula
T2 T6 Atuador da
Elemento válvula
de medição
m
T3 I/P
Transmissor
Controlador PID
b e Modo
+ + derivativo
r - T4 Modo
T5
V.R. integral
Ajuste de BP
- o modo P é muito útil para processos de ordem n mas com um único pólo dominante,
conforme indicado abaixo:
KP
GP (s) onde T1>>T2; T1>>T3 ...
1 T1 s . 1 T2 s . 1 T3 s ...
O controlador proporcional responde rapidamente tanto a mudanças no valor desejado
quanto a perturbações na carga;
- o controlador PID tem como principal dificuldade a seleção dos parâmetros apropriados
de sintonia (KC, TI e TD). Ele é usado na indústria de processos para controlar variáveis
lentas como temperatura ou algumas variáveis analíticas.
O controlador PID analógico 11-41
Em termos práticos, o que se deve ter em conta é que o uso apenas do modo P
normalmente gera erro de regime permanente (offset). Portanto, para processos em que
não se aceita conviver com esse tipo de problema deve-se considerar o emprego do
controlador PI. A aplicação do modo D tende a acelerar a resposta do processo. No
entanto, para processos que tendem a ter variações rápidas ou então para variáveis
controladas cujos sinais sejam muito ruidosos, o emprego da ação derivativa pode ser
indesejável, pois como ele deriva o sinal de entrada, a derivada de um sinal que varia
bruscamente tende a ser um impulso, o que pode provocar grandes choques no elemento
final de controle. Portanto, nesse tipo de processo, não se recomenda a aplicação de
controladores com ação derivativa.
Para que a transferência A/M seja "bumpless", deve-se igualar a saída manual com
a automática antes de efetuar a transferência. Para que a transferência M/A seja
"bumpless", deve-se igualar o SP com a variável controlada, efetuar a transferência e,
após isso, o SP pode retornar lentamente a seu valor original.
- a mais comum é uma saída analógica que varia continuamente dentro de uma
determinada faixa. Por exemplo, se o controlador é eletrônico, a faixa de variação da
saída é normalmente de 4 a 20 mA, ao passo que se o controlador é pneumático a faixa
de variação da saída é comumente de 3 a 15 psig; e
em que a saída do controlador irá efetuar um ciclo completo. Nesse ciclo, a saída
permanecerá um determinado intervalo de tempo ligado e o restante do tempo do ciclo
ficará desligado. Se a saída do controlador se alterar, os tempos em que ele
permanecerá ligado e desligado se alterarão.
SHINSKEY, F. G. Process Control Systems. 3.ed. New York, McGraw Hill, 1988.
CAPÍTULO 12
1 t de(t)
m(t) K C e(t) e( ) d TD + m0
0
TI dt
12-1
12-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
xk
xk-1
∆t k TD
m(k) K C e(k)
TI
e(i) ∆t e(k) e(k 1) + m0
i 1
ou, equivalentemente:
1 k e(k) e(k 1)
m(k) m K C e(k)
TI i 0
[e(i) ∆t] TD
∆t
(12.1)
M ( z ) K C 1
t 1
TD
1 z 1 E ( z )
TI 1 z 1 t
Este algoritmo calcula todas as vezes o valor pleno da saída m(k), sendo chamado
PID "posicional", pois a saída do controlador corresponde à posição do elemento final de
controle. Normalmente se utiliza o algoritmo denominado "variacional", "incremental" ou
"de velocidade", que calcula o valor do incremento m(k) em cada amostragem, conforme
mostrado a seguir.
1 k -1 e(k - 1) e(k 2 )
m(k - 1) m K C e(k - 1)
T I i 0
[e(i) ∆t] TD
∆t
Resulta então:
∆t T
∆m(k) K C e(k) e(k 1) e(k) D e(k) 2 e(k 1) e(k 2)
TI ∆t
M ( z ) K C 1 z 1 t
TI
T
D 1 2 z 1 z 2 E ( z )
t
x(k) x(k 1)
l(k) l(k 1) ∆t
2
xk
xk-1
xk-2
k
t
e( ) d
e(i) e(i 1) ∆t
0
i 1 2
t e(k) e(k 1) TD
m(k) K C e(k) e(k 1) e(k) 2 e(k 1) e(k 2)
TI 2 t
M ( z ) K C 1 z 1
t
2TI
1 z 1 TDt 1 2 z 1 z 2 E( z )
Além das opções vistas anteriormente para o cálculo do modo integral, existem
também opções para o cálculo do modo derivativo, como a mostrada a seguir:
- a saída m(k) está em uma forma para utilização direta por elementos finais de controle
que requeiram uma entrada incremental, como ocorre em válvulas acionadas por motor
de passo;
- ao invés de derivar o desvio e(k), deve-se derivar a variável medida. Assim, ao invés
de usar e(k)=r(k)-b(k), deve-se derivar -b(k), resultando:
∆t k T
m(k) K C e(k) e(i) D b(k) b(k 1) + m0 (forma
TI
i 1
∆t
posicional)
∆t T
∆m(k) K C e(k) e(k 1) e(k) - D b(k) 2 b(k 1) b(k 2) (forma
TI ∆t
incremental)
Se ruído na medição combinado com uma razão grande de tempo derivativo sobre
período de amostragem (TD/t) está causando um modo derivativo por demais ativo,
filtre o sinal de medição antes de calcular a ação derivativa.
Uma das dificuldades que surge ao se usar a forma posicional do algoritmo de controle
é que uma pequena alteração no desvio e pode levar a saída do controlador a saturar,
para alguns valores de seu ajuste. Assim, suponha que KCTD/t=100 devido a um
pequeno período de amostragem e que e(k) e m(k) estejam previstos para variar de 0
a 100%. Uma pequena alteração em e(k)=e(k)-e(k-1) de 1% produzirá uma alteração
de 100% em m(k), excedendo seu limite superior. Portanto, deve-se ser cuidadoso ao
selecionar os ajustes do controlador e o valor de t, que não cause problemas de
saturação.
- a forma posicional do algoritmo PID requer o valor m0, enquanto a forma incremental
não requer explicitamente um valor em estado estacionário para a saída do
controlador. No entanto, a inicialização de ambos os algoritmos é igualmente
simples, visto que a operação manual do sistema de controle usualmente precede a
transferência para o modo automático. Presumivelmente, o elemento final de
controle foi colocado na posição apropriada durante o procedimento de partida em
manual, de forma que m0 (ou m(k-1) para o algoritmo de velocidade) é simplesmente
igualado ao sinal para o elemento final de controle no instante da transferência;
- a forma incremental evita a saturação do modo integral (reset wind up), pois a soma
dos erros não é explicitamente calculada;
- a saída m(k) está em uma forma pronta para ser usada diretamente por elementos
finais de controle, que requerem uma entrada especificando mudança na posição, tal
como ocorre em válvulas acionadas por um motor de passo pulsado.
m(k)=m(k-1)+ m(k)
Uma desvantagem da forma incremental é que o modo integral DEVE ser incluído.
Note que o "set point" se cancela tanto no modo proporcional quanto derivativo na
forma incremental, exceto momentaneamente após uma mudança no "set point".
Assim, a aplicação da forma de velocidade sem incluir o modo integral poderia levar
a variável controlada a se afastar do "set point".
PROJETO E SINTONIA DE
CONTROLADORES PID
- o sistema de controle deve ser robusto, isto é, ser insensível a mudanças nas
condições de processo e a erros no modelo assumido do processo.
13-1
13-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Se uma seleção entre várias configurações de controle deve ser feita, alguma base
deve ser estabelecida para sua comparação. Por exemplo, um dado processo pode ser
controlado de diferentes maneiras, com diferentes índices de desempenho,
correspondendo à maneira como ele responde a variações no valor desejado ou na carga.
As curvas das figuras 13.1 a 13.3 apresentam o desempenho de um controlador PI,
sintonizado através de três diferentes métodos, atuando sobre o mesmo processo. Os
ensaios foram realizados aplicando-se um degrau no valor de referência do controlador.
a) Método de Cohen-Coon
32
30
28
T 26
24
22
20
0 50 100 150 200 250
t (s)
32
30
28
T 26
24
22
20
0 50 100 150 200 250 300 350
t (s)
30
28
26
T
24
22
20
0 20 40 60 80 100 120
t (s)
Os três métodos de sintonia citados nas figuras 13.1 a 13.3 serão explicados nos
itens seguintes deste capítulo.
Sejam dadas as curvas das figuras 13.1 a 13.3. Como selecionar a melhor? Há
vários critérios para avaliar o desempenho da curva de resposta, conforme mostrado a
13-4 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
seguir.
Visto que o erro pode ser positivo ou negativo, um erro integrado de zero seria obtido
em uma malha continuamente oscilante, o que desqualifica este critério como uma
medida de estabilidade.
d) Erro quadrático integrado (ISE - Integrated Square Error) 0 e 2 (t)dt :
A elevação ao quadrado evita o cancelamento de um erro positivo por um negativo e
também penaliza mais fortemente os grandes erros.
e) Integral do erro absoluto multiplicado pelo tempo (ITAE - Integral of Time multiplied
Absolute Error) 0 t | e(t) | dt :
Um erro inicial grande é ponderado com pequeno peso e erros que ocorrem mais tarde
são bastante penalizados.
f) Integral do erro quadrático multiplicado pelo tempo (ITSE - Integral of Time multiplied
Square Error) 0 t e 2 (t)dt :
Um erro inicial grande é ponderado com peso baixo enquanto que erros que ocorrem
mais tarde são bastante penalizados. Além disso, os grandes erros são mais
fortemente penalizados.
2
g) Desvio quadrático médio (RMS - root-mean-square error) 0 e (t)dt :
É o desvio padrão do erro. Se o erro se reduz a zero com o tempo, o mesmo ocorre
com o erro RMS. Esse critério é então somente aplicável a sistemas sem um estado
estacionário.
Projeto e sintonia de controladores PID 13-5
Uma boa estimativa inicial pode advir da experiência com malhas de controle
similares. Como alternativa, se um modelo aproximado do processo é disponível, os
métodos apresentados nesta seção podem ser empregados para calcular os ajustes do
controlador. No entanto, um ajuste em campo pode ainda ser requerido para a sintonia
fina do controlador, especialmente se as informações disponíveis do processo são
incompletas ou imprecisas.
- Cohen-Coon
- 3C
- Síntese Direta
Uma variante do método proposto acima e que visa obter decaimento de 1/4 é
descrita abaixo:
- passos 1 a 4: idênticos;
desvantagens:
- a geração das oscilações contínuas poderia causar situações indesejáveis, uma vez
que o processo é levado ao limite da estabilidade e, nessa condição, se perturbações
externas ou uma mudança no processo ocorrer, poderá resultar em operação instável e
até mesmo perigosa do processo;
- alguns processos simples não têm um ganho derradeiro (por exemplo, processos que
são modelados com precisão por atrasos de transferência de 1ª ou 2ª ordem e que não
possuem tempo morto).
Controlador KC TI TD
P 0,5KCU ------ ------
PI 0,45KCU PU/1,2 ------
PD 0,6KCU ------ PU/8
PID 0,6KCU PU/2 PU/8
Tab. 13.1 Ajustes propostos para o método das Oscilações Contínuas de Ziegler-Nichols
O valor dos parâmetros sugeridos com este método é baseado na experiência com
processos típicos e devem ser encarados como estimativas preliminares. As relações de
sintonia de Ziegler-Nichols foram empiricamente desenvolvidas para prover decaimento
de 1/4. Apesar dessas relações terem sido amplamente usadas na indústria, sabe-se
13-8 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Tab. 13.2 Ajustes propostos para o método das Oscilações Contínuas de Ziegler-Nichols
b(t) b(t)
t t
a)Processo não auto-regulado b)Processo auto-regulado
Projeto e sintonia de controladores PID 13-9
b(t)
1
0.8
0.7
Resposta a degrau
0.6
0.5
Ponto de inflexão KA
0.4
0.3
S
0.2
Fig. 13.5 Coleta dos parâmetros de sintonia para método da Curva de Reação do
Processo
As relações de sintonia para este método são mostradas na tabela 13.3, onde S*
denota a inclinação normalizada da tangente [S*=S/m, onde m é a magnitude da
mudança em degrau que foi introduzida na saída do controlador (m)].
Tipo de controlador KC TI TD
1
P --- ---
S*
0 ,9 10 ---
PI
S *
3
1,2
PID 2
S * 2
13-10 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Tab. 13.3 Tabela de ajuste dos parâmetros de sintonia para método da Curva de Reação
do Processo
1.6
1.4
1.2
A
B
1
0.8
0.6
0.4
0.2
Resposta do sistema
Valor de referência
0
0 500 1000 1500 2000 2500
B 0 ,501 1
0 ,25
A 0 ,126 4
B( s ) K e s
GV GP GM
M( s ) 1 s
Tipo de controlador KC
P
K
0 ,9
PI
K
1,2
PID
K
Tab. 13.4 Tabela modificada de ajuste dos parâmetros de sintonia para método da Curva
de Reação do Processo
- pode ser difícil determinar com precisão a inclinação da tangente da curva no ponto de
inflexão; e
- a resposta tende a ser oscilatória, pois o controlador foi ajustado para gerar decaimento
de ¼.
Versões em malha fechada deste método foram propostas como um paliativo para
a primeira desvantagem. Nesse caso, uma curva de reação do processo é criada,
gerando uma mudança em degrau no valor desejado, enquanto o controlador só tem ação
proporcional. Os parâmetros do modelo (K, e ) são então calculados de uma outra
13-12 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
forma, a partir da resposta em malha fechada. Uma dificuldade desse enfoque em malha
fechada é que o cálculo dos parâmetros do modelo são mais complicados que em malha
aberta.
K e- s
G(s)
1 s
Controlador KC TI TD
1 1
P --- ---
K 3
1 0 ,9 10
1 3
PI
9 20
---
K 12
1 1,25 1 3
PD --- 2
K 6 22 3
1 4 1 32 6 4
11 2
PID
K 3 4 13 8
13.2.5 Método 3C
Tipo de controlador KC TI TD
1,208
0 ,956
P --- ---
K
0 ,928
0 ,946 0 ,583
PI 0 ,928 ---
K
0 ,950 0 ,950
1,370
0 ,738
PID 0 ,740 0 ,365
K
- o critério considera apenas dois pontos da resposta em malha fechada c(t), a saber, os
dois primeiros picos da curva de resposta.
Os ajustes dos parâmetros do controlador PID com base nos critérios de erro
integrado, são mostrados abaixo, considerando as seguintes hipóteses:
B
D
TD
F
K KC A C E
TI
Técnica Modo A B C D E F
IAE P 0,9023 -0,985 ------ ------ ------ ------
ISE P 1,411 -0,917 ------ ------ ------ ------
ITAE P 0,4897 -1,085 ------ ------ ------ ------
IAE PI 0,984 -0,986 0,608 -0,707 ------ ------
ISE PI 1,305 -0,960 0,492 -0,739 ------ ------
ITAE PI 0,859 -0,977 0,674 -0,680 ------ ------
IAE PID 1,435 -0,921 0,878 -0,749 0,482 1,137
ISE PID 1,495 -0,945 1,101 -0,771 0,560 1,006
ITAE PID 1,357 -0,947 0,842 -0,738 0,381 0,995
Tab. 13.7 Constantes a serem utilizadas nos métodos de minimização do erro integrado
para variações na carga
B
D
TD
F
K KC A C D E
TI
Técnica Modo A B C D E F
IAE PI 0,758 -0,861 1,02 -0,323 ------ ------
ITAE PI 0,586 -0,916 1,03 -0,165 ------ ------
IAE PID 1,086 -0,869 0,74 -0,13 0,348 0,914
ITAE PID 0,965 -0,85 0,796 -0,1465 0,308 0,929
Tab. 13.8 Constantes a serem utilizadas nos métodos de minimização do erro integrado
para variações no valor desejado
a) Sistemas de 1ª ordem
K
G(s) (sem tempo morto) (13.1)
1 s
K e- s
G(s) (com tempo morto) (13.2)
1 s
b) Sistemas de 2ª ordem
- super-amortecidos
K
G(s) (sem tempo morto) (13.3)
1 s 1 1 s 2
K e- s
G(s) (com tempo morto) (13.4)
1 s 1 1 s 2
- sub-amortecidos
K
G(s) (sem tempo morto) (13.5)
2
s
2
2 s 1
K e- s
G(s) (com tempo morto) (13.6)
2
s
2
2 s 1
L GL X1
R´ + +
R E M P X2 C
KM GC GV GP
- +
B
GM
onde:
R = valor de referência
E = erro dinâmico
M = saída do controlador
P = variável manipulada (saída do elemento final de controle)
C = variável controlada
L = perturbação ou carga
B = variável medida
GC = função de transferência do controlador
GV = função de transferência do atuador+válvula
GP = função de transferência do processo
GL = função de transferência da carga
GM = função de transferência do sensor+transmissor
C(s) K M GC GV GP
R(s) 1 GC GV GP GM
Definindo-se G GV GP K M , resulta:
C(s) GC G
R(s) 1 GC G
Esta equação indica que a representação da malha de controle é feita com apenas
duas entidades: o processo G (que abrange, além do processo, a válvula+atuador e o
sensor+transmissor) e o controlador GC. Daí:
Projeto e sintonia de controladores PID 13-17
1
C
GC R
G 1 C
R
Como, em geral, não se conhece G nem C/R (pois não se tem GC), então:
~ ~ ~ ~ ~
- usa-se o modelo aproximado G de G, definido como G GV GP K M ; e
Então:
1
CR
GC ~ d
(13.7)
G 1 C
Rd
C R d 1 s1
C
- s
C
e C
R d 1 s
C
13-18 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
onde C e C são os parâmetros de projeto. O tempo morto C deve ser maior ou igual ao
tempo morto do processo , porque a variável controlada não pode responder a uma
mudança no valor de referência em um tempo inferior a , devido ao atraso puro no
processo. Com relação a C , quanto maior o seu valor, mais conservativo será o ajuste
gerado. Perceba que o ganho da malha em regime estacionário é unitário, assegurando a
ausência de erro de regime permanente.
1 e s
GC ~
G 1 s C e s
Este controlador não possui a forma padrão do PID. Para tanto, é necessário fazer
uma aproximação. Seja então a seguinte aproximação, baseada em expansão da série de
Taylor de 1ª ordem:
e s 1 s
1 e s
GC ~
G C s
Note que não é necessário aproximar o termo de atraso do numerador porque ele é
~
cancelado pelo mesmo termo de G .
K e- s
K C
G(s) 0
1 s
G(s)
K 1 2 1 2
1 s 1 1 s 2 1 2 1 2
K C
Projeto e sintonia de controladores PID 13-19
K e- s 1 2 1 2
G(s) 1 2
1 s 1 1 s 2 K C 1 2
Tab. 13.9 Parâmetros de controladores PID gerados através do método da Síntese Direta
Segundo (SMITH et al., 1975), para se obter uma resposta em malha fechada com
5% de sobressinal usando controlador PI, deve-se ter aproximadamente C=.
EXEMPLOS
C R d 1 s1
C
Esta escolha significa que a resposta desejada em malha fechada a uma mudança
em degrau no valor desejado responde como um processo de primeira ordem, a qual
apresenta desvio permanente nulo, pois o ganho em regime permanente é unitário. Esta
escolha para (C/R)d será usada em todos os casos de síntese direta a serem estudados
daqui para a frente. Seja:
~ K
G(s)
1 s
Resulta:
1 s 1
GC (s) 1
s K C K C s
KC e TI
K C
~ K
G(s)
1 s 1 1 s 2
13-20 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Nesse caso:
1 s 1 1 s 2 1 2 1 s
GC ( s ) 1 1 2
K C s K C 1 2 s 1 2
Resulta um controlador PID com:
2 1 2
KC 1 TI 1 2 TD
K C 1 2
~ K e- s
G(s)
1 s
Resulta:
1 s 1
GC (s) 1
K C s K C s
Trata-se de um controlador PI com:
KC TI
K C
e
Compare com o exemplo 1 e veja que KC deve ser reduzido quando o processo
contém um tempo morto , o qual impõe também um limite superior para KC, mesmo para
o caso onde C 0, o que não ocorria no exemplo 1, onde KC quando C 0.
~ K e- s
G(s)
1 s 1 1 s 2
Esta é uma outra aproximação muito utilizada para processos industriais. Nesse
caso:
1 s 1 1 s 2 1 2 1 s
GC ( s ) 1 1 2
K C s K C 1 2 s 1 2
Projeto e sintonia de controladores PID 13-21
1 2 1 2
KC TI 1 2 TD
K C 1 2
Compare com o exemplo 2 para constatar que o tempo morto reduz KC mas não
altera TI ou TD.
L +
R+ E M C
GC G
+
-
+ L
R + E GC* M G + C
- +
~
C
~
G -
~ ~
onde G é a função de transferência real e G o modelo. Em geral, C C , devido a erros
~
no modelamento ( G G ) e perturbações desconhecidas (L0), desconsideradas no
modelo.
GC *
GC ~ pois:
1 GC * G
13-22 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
+ L
R + E GC* M G + C
+
- ~
C ~
G
GC *
~
1 GC * G
~
GC * G 1 GC * G
C ~ R L
~
1 GC * (G G) 1 GC (G G)
*
~
No caso especial em que o modelo é perfeito, tem-se G G e:
C GC * G R + (1 - GC * G) L
~
onde G possui ganho de regime unitário e contém os atrasos puros e os zeros
situados no semiplano direito.
f
GC * ~
G
~ ~
onde G é a parte inversível de G (não possui pólos no semi-plano direito nem
termos da forma e s ) e f é um filtro passa-baixa com ganho estacionário unitário,
usado para melhorar a robustez do controlador e para assegurar a realizabilidade
física de GC * . Tipicamente f é da forma:
1
f
(1 s C )r
Projeto e sintonia de controladores PID 13-23
~ ~
Note que o controlador IMC inclui G e não G , pois senão ele teria que conter um
termo preditivo e s (se G contiver um atraso puro ) ou um polo instável (se G
~ ~
contiver um zero no semi-plano direito). Com esta escolha, garante-se que GC * seja
realizável e estável.
~
No caso ideal ( G G ), tem-se:
~ ~
C G f R + (1 - f G ) L
C ~
G f
R
Não necessariamente o controle IMC conduz a um PID, tanto para GC quanto para
*
GC . Entretanto, para r=1, os modelos apresentados na tabela 13.10 fazem com que GC
seja um controlador com estrutura PID (SEBORG et al., 1989).
~ KC TI TD
Modelo G
K
K C
__
1 s
K 1 2 1 2
1 2
1 s 1 1 s 2 K C 1 2
K 2
2
s 2 s 1
2
K C 2
K 1 s 2
>0 2
s 2 2 s 1 K C 2
K 1
__ __
s K C
13-24 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
K 1
K C
__
s 1 s
Os dois primeiros controladores IMC da tabela 13.10 são idênticos aos dos
exemplos anteriores dados para controladores desenvolvidos pelo método da síntese
direta, porque ambos os métodos de projeto usam a mesma função de transferência
desejada de malha fechada [1/(1+sC)].
A tabela 13.10 indica que o método IMC pode ser usado para derivar ajustes de
controladores PID para uma grande variedade de modelos de processos, incluindo
aqueles que contêm zeros no semi-plano direito ou elementos integradores. Embora os
modelos de processos na tabela não contenham explicitamente atrasos puros, tais
modelos podem ser acomodados introduzindo aproximações de Padé ou expansão em
série de potência para os termos com atraso puro.
~ K e- s
G(s)
1 s
Aproximando:
1 s
e s 2
1 s
2
~
G( s )
K 1 s
2
1 s 2 1 s
Então:
~ s ~ K
G ( s ) 1 G ( s )
1 s 2 1 s
e
2
Escolhendo:
1
f
1 s C
Vem:
*
1 s 2 1 s
GC
K 1 s C
Projeto e sintonia de controladores PID 13-25
GC *
GC ~
1 GC * G
Portanto:
1 s 2 1 s
GC
K C s
2
2 1
1
KC TI TD
K 2 C 1 2 2 1
Note que os métodos da Síntese Direta e IMC são aplicáveis a uma ampla classe
de modelos de processo, ao passo que os métodos de Cohen-Coon, 3C e os métodos
baseados na minimização do erro integrado são baseados em um modelo específico, a
saber, tempo morto mais um atraso de primeira ordem G( s ) K e s / 1 s .
Lembre-se que os três parâmetros desse modelo (K, e ) podem ser facilmente
determinados a partir de dados obtidos experimentalmente, conforme proposto no
capítulo 9.
CONTROLADORES PID
Q T
C,e C,e Legenda:
Q T Q=vazão
T,e T,e
T=temperatura
Trocador Q T
T,s T,s Sufixo T=tubos
de calor
Sufixo C=casco
Q T Sufixo e=entrada
C,s C,s
Sufixo s=saída
Fig. 13.10 Esquema do trocador de calor usado para testar os algoritmos de controle
~ 0,127 e 17,3 s
G1 (s)
1 s 10,6
Para a aproximação por um modelo de 2ª ordem mais tempo morto foi empregado
o método proposto em (SMITH, 1972), correspondendo a um sistema sub-amortecido.
Obteve-se =8,5 s e =0,95. O modelo obtido neste caso foi (GARCIA; FERNANDES,
1995):
~ 0,127 e 12,2 s
G2 (s)
72,25 s 2 16,15 s 1
~ ~
Comparou-se a resposta ao degrau dos modelos aproximados G1 e G2 com a
curva de reação do processo e verificou-se que ambos geram boas aproximações, sendo
~ ~
que a resposta fornecida por G2 foi levemente melhor que a fornecida por G1 .
Projeto e sintonia de controladores PID 13-27
Conforme já visto neste capítulo, o método da Síntese Direta não gera uma
estrutura PID para processos modelados como sistemas de 2ª ordem sub-amortecidos.
Portanto, utilizar-se-á, neste caso, apenas o modelo de 1ª ordem. Já no caso do método
IMC, pode-se empregá-lo para gerar estruturas PID para os dois modelos usados para
aproximar o comportamento do processo.
- no método IMC:14 s
Método PI PID
Empregado KC (adim) TI (s) KC (adim) TI (s) TD (s)
Síntese Direta (SD) 2,4 10,6 ---- ---- ----
IMC (1ª ordem) ---- ---- 6,7 19,3 4,8
IMC (2ª ordem) ---- ---- 4,1 16,2 4,5
Cohen-Coon (CC) 5,0 14,5 8,4 27,7 4,9
ITAE (carga) 4,2 21,9 6,7 18,1 6,6
3C 4,6 13,1 6,8 11,3 6,2
Curva de reação (CR) 4,3 57,6 5,8 34,6 8,7
Oscilações contínuas (OC) 10,4 39,0 13,8 23,4 5,9
Outros critérios possíveis de serem utilizados ou estão incluídos nos três anteriores
ou são de menor importância.
13-28 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
1 TI s 1 TD s
Gc K c . onde =0,1
TI s 1 T D s
- QT,e, TT,e, e TC,e juntos (3P): degraus de 3 e 6% das faixas de variação possíveis
- QT,e, TT,e, e TC,e juntos: ruído aleatório com amplitude pico-a-pico de 2% das faixas de
variação possíveis
OBS.: das três variáveis de carga que afetam o processo, escolheu-se QT,e para
perturbar o processo individualmente, pois após a realização de testes em malha aberta,
provocando perturbações no processo de 3% e 6% com as três variáveis de carga,
verificou-se que aquela que mais afeta a saída do processo é justamente QT,e.
tf
ITSE 0 t e 2 ( t ) dt onde tf=300 s
Este método foi escolhido por ser rigoroso, penalizando erros que demoram a
diminuir e erros de maior magnitude. Além do valor de ITSE, verificou-se também a
estabilidade do sistema.
Apresentam-se nas tabelas 13.12 e 13.13 os valores de ITSE obtidos nos testes,
sendo que no caso de instabilidade coloca-se a letra I ao lado do valor de ITSE.
Projeto e sintonia de controladores PID 13-29
Tab. 13.12 Valores de ITSE obtidos nos testes com modelo do processo perfeito
Tab. 13.13 Valores de ITSE obtidos nos testes com modelo do processo modificado
13-30 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Dos doze testes efetuados (seis com modelo perfeito e seis com modelo
modificado), resultou o seguinte:
Como resultado global verifica-se que, neste processo e para os testes realizados,
o controlador PID-IMC de 2ª ordem foi o melhor em desempenho regulatório e como
servomecanismo e ficou em 2° lugar como robustez, ao passo que o controlador PI-CR foi
o mais robusto e, em termos de desempenho regulatório/ servomecanismo foi o 2°
melhor. No entanto, não se pode generalizar estas conclusões, pois para outros ensaios
ou outros processos os resultados certamente seriam outros.
Projeto e sintonia de controladores PID 13-31
PID
As seguintes conclusões gerais podem ser tiradas a respeito das relações de ajuste
dos controladores:
-‘KC deve diminuir conforme a relação entre o atraso puro e a constante de tempo
dominante (/) cresça. Em geral, a qualidade do controle decresce conforme /
cresce, porque tempos de acomodação mais longos e desvios máximos maiores
ocorrem;
- os tempos integral TI e derivativo TD devem crescer conforme / cresce. A razão TD/TI
deve tipicamente estar entre 0,1 e 0,3. Como regra geral, deve-se usar TD/TI=0,25;
- visto que sintonias que buscam o decaimento de 1/4 produzem respostas oscilatórias
em malha fechada, recomenda-se que para reduzir as oscilações deve-se diminuir KC e
aumentar TI.
GARCIA, C. E.; MORARI, M. Internal Model Control. 1. A unifying review and some new
results. Ind. Eng. Chem. Process. Des. Dev., v.21, n.2, p.308-23, Abr. 1982.
SMITH, C. L.; CORRIPIO, A. B.; MARTIN Jr., J. Controller tuning from simple process
models. Instrumentation Technology, v.22, n.12, p.39-44, Dez. 1975.
CONTROLADOR SINGLE-LOOP
ENTRADA
CIRCUITO
CONDICIONADOR
CIRCUITO CIRCUITO
SET CONDICIONADOR SUBTRATOR
POINT
ERRO
CIRCUITO ALGORITMO
DERIVATIVO PID
CIRCUITO BP
+
INTEGRAL
SAÍDA
1 ENTRADAS n
CIRCUITO CIRCUITO
CONDICIONADOR CONDICIONADOR
DE SINAL DE SINAL
CIRCUITO
CONVERSOR
A/D
TECLADO E
EPROM
DISPLAY
BARRAMENTO DE DADOS
INTERFACE DE
ROM RAM CPU
COMUNICAÇÃO
WATCH DOG
TIMER
VIA DE CIRCUITO
COMUNICAÇÃO CONVERSOR
D/A
AMPLIFICADOR
DE SAÍDA
SAÍDA
14.2 ENTRADAS
Como regra geral, os fabricantes não oferecem flexibilidade na combinação dos tipos
de entradas. Geralmente, apenas uma das entradas pode ser especial, do tipo termopar,
Controlador Single-Loop 14-5
Há muitas variações possíveis para este circuito de acordo com os diferentes tipos de
multiplexadores, amplificadores e conversores A/D. A seleção de uma configuração é
baseada em considerações de custo e de desempenho.
No conversor A/D tipo rampa, a tensão de entrada e uma rampa linear de tensão
V=kt, onde k é a inclinação, são comparadas usando um amplificador comparador. Como a
inclinação da rampa é conhecida, a duração do tempo para o valor da rampa sair de zero e
atingir o valor igual à entrada é medida por um contador de pulsos de freqüência constante.
Uma multiplicação binária da constante k pela duração do tempo medida é a representação
binária do valor convertido.
de tempo (T1), a partir do qual, o sinal integral resultante é integrado por um período de
tempo variável (T2) até a saída do integrador anular, usando um sinal de referência de
polaridade inversa (-Vr). Como a integral do sinal de entrada é proporcional ao sinal de
entrada, a duração da segunda integração, é também proporcional ao sinal de entrada
(considerando o sinal de entrada amostrado constante). O período da segunda integração é
medido por um contador de pulso de freqüência fornecendo a apresentação digital do sinal
de entrada (vide figura 14.3).
Vedt
Vrdt
T1 T2
Vr
Ve . T 2
T
conversor digital-analógico aumenta o sinal de referência de um valor fixo e inicia uma nova
comparação. No outro caso, o conversor diminui o sinal de referência. Repetindo
continuamente este procedimento, o valor do conversor digital-analógico converge para o
sinal de entrada. O número de comparação para igualar o sinal de referência ao sinal de
entrada é a representação digital do sinal de entrada.
No caso de detectada uma falha existem quatro técnicas que podem ser adotadas.
saída em manual no caso de falha. Esta unidade exige uma redundância completa dos
circuitos de entrada e saída e do circuito da fonte.
Na última técnica, o controlador leva a saída para uma condição segura pré-
configurada. Esta é a técnica mais vulnerável do ponto de vista das possibilidades de falha.
14.6 CONFIGURAÇÃO
14.7 SAÍDAS
As saídas discretas podem ser transistores de coletor aberto ou por contato seco
(relês). Normalmente, são usadas na estratégia de controle ou como sinalizador a outro
instrumento, devendo evitar sua utilização como acionador para intertravamento.
14.8 CONCLUSÃO
e, outras.
- Filtros
- Freqüência de corte
- Atenuação (ordem)
- Conversor A/D
- Tipo
14-10 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
- Palavra de saída
- Display / Bar-Graph
- Teclas de controle
- Hard Manual
- Modos e meios
- Tempo de processamento
Comunicação - Tipo
Alimentação requerida
CAPÍTULO 15
VÁLVULAS INDUSTRIAIS
15.2 DE CONTROLE
14-1
15-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
15.3 AUTO-OPERADAS
15.4 COMBINADAS
Este é um dos dois tipos mais antigos. Possuem este nome, devido ‘a
configuração e movimenta do seu obturador. O principio de funcionamento
Válvulas Industriais 15-5
Este tipo de válvula tem a origem de seu nome ligada diretamente com o
elemento da válvula que realiza sua vedação: o diafragma. Trata-se de uma
peça moldada e prensada, confeccionada normalmente em borracha ou
plástico.
15-6 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Estas válvulas oferecem uma vantagem sobre o tipo globo, qual seja, a
diminuição do número de conexões na rede de tubulação do processo.
Proporciona também perda de carga menor.
Quanto às aplicações, podemos dizer que são ideais para operar com
fluidos incomuns, tais como: líquidos abrasivos ou corrosivos, lamas, polpas,
minérios, etc.
1 2
+
V V
1 carga 2
elétrica
dW 21
dW 21 dq V21 OU V21
dq
dW 21 dq dW 21
P i V21
dt dt dq
Resulta: P=Vi
A-1
A-2 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
t t
E 0 P ( t ) dt 0 V ( t ) i ( t ) dt W
A unidade de engenharia no SI (Sistema Internacional) de cada uma dessas
grandezas é:
Grandeza Unidade
Voltagem ou tensão (V ou e) V (volt)
Corrente (i) A (ampère)
Potência (P) W (watt)
Energia (E) J (joule) (=Ws)
EXEMPLO
Suponha que sua conta de luz no final do mês veio com um valor de R$ 24,00. Se o
custo do kWh (unidade de energia correspondente a 1000 Wh) for de R$0,40, isto
significa que você consumiu em sua casa o equivalente a 60 kWh. Suponha que você
tenha ido viajar e desligou tudo em sua casa, mas esqueceu acesa uma lâmpada de
100 W. Pergunta-se: quanto tempo essa lâmpada ficou acesa, antes que alguém a
apagasse?
Noções básicas de eletricidade A-3
Como foi gasta uma energia equivalente a 60 kWh, correspondente a 60.000 Wh, e
como a lâmpada consome uma potência de 100 W, isto significa que a lâmpada ficou
acesa por 600 horas (25 dias).
a) Capacitor
q C VC
dq dV 1 tf
i
dt
C C
dt
ou VC ( t )
C 0 i ( t ) dt VC ( 0 )
tf tf dVC 1 1 q2
E 0 VC ( t ) i ( t ) dt 0 VC ( t ) C
dt
dt C VC 2
2 2 C
b) Indutor
d di
Li e VL L
dt dt
1 tf
i( t )
L 0
VL ( t ) dt i ( 0 )
tf tfdi 1
E 0 VL ( t ) i ( t ) dt L 0 dt
i ( t ) dt L i 2
2
c) Resistor
VR R i
V 2
P VR i R i 2 R
R
Grandeza Unidade
Capacitância (C) F (farad)
Indutância (L) H (henry)
Resistência (R) (ohm)
EXEMPLO
Antes de falar sobre transformadores elétricos ideais, será feita uma breve
introdução a circuitos magnéticos.
i Linhas de fluxo
magnético
Comprimento médio
do núcleo (L )
c
Bobina, N
espiras Permeabilidade do
núcleo magnético ()
Área da seção transversal
ao núcleo (A )
c
Note que a direção da tensão induzida "e" é tal que, se os terminais da bobina
fossem curto-circuitados, uma corrente fluiria na direção que se oporia a mudanças no
A-6 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Para um circuito magnético que tem uma relação linear entre B e H, devido ao
material de permeabilidade magnética constante ou devido a um intervalo (gap) de ar
dominante, pode-se definir a relação entre e i pela indutância L como:
λ N φ
L (henry ou Wb-espira/ampère)
i i
ia
. a b
. ib
Va na n
b Vb carga
i i
V
.
+
a
.. b
Z
+
V
a
.
-
n
a
n
b
b
-
b
d d
Va E a n a a onde a n a
dt dt
O fluxo magnético no núcleo também passa pelo secundário e produz uma força
eletromotriz induzida Eb e uma tensão idêntica nos terminais do secundário, de forma que:
Noções básicas de eletricidade A-7
d d
Vb E b n b b onde b n b
dt dt
V n
a a (pois as tensões se opõem)
Vb nb
na i a n b i b
i n
a b
ib na
Va i n
b a
Vb ia nb
Va i a Vb i b
I EM
I M e E
2 2
e i R
E I Z
Visto que qualquer variação da corrente que circula em um circuito indutivo gera
uma força contra-eletromotriz (f.c.e.m.) de auto-indução que se opõe a essa variação, a
passagem de uma corrente alternada por um circuito indutivo ocasionará a produção
ininterrupta de tais f.c.e.m.
Suponha que se alimente uma bobina de indutância pura L henrys através de uma
tensão senoidal e. A corrente gerada i também é senoidal, sendo dada por:
i I M sen 2 f t
di
eL
dt
d I M sen( 2 f t
e L 2 f L I M cos 2 f t
dt
2 f L I M sen 2 f t
2
Esta expressão mostra que a senóide da corrente i está em atraso de 90° com
relação à senóide da tensão aplicada e.
EM 2 f L IM
E 2 f L I
O fator (2··f·L) é tão comum ao se trabalhar com corrente alternada que recebeu
um nome específico: reatância indutiva, cuja símbolo é XL.
Resulta então:
E I XL onde X L 2 f L
EXEMPLO
Uma f.e.m. alternada de 60 ciclos por segundo (hertz) e 110 V (valor eficaz) origina
uma corrente de 2 A (valor eficaz) através de uma bobina indutiva de resistência
desprezível. Calcular a reatância e a indutância para 60 hertz. Qual seria a corrente se a
freqüência fosse de 30 hertz?
E 110
Reatância XL 55 ohms
I 2
XL 55
Indutância L 0 ,1459 henrys
2 f 2 60
E 110
I 4A
X L 27 ,5
P ei
250
Te n s ã o
200 C o rre n t e
P o t ê n c ia
Tens ã o (V ), c orrente (A ) e potê nc ia (W )
150
100
50
-5 0
-1 0 0
-1 5 0
-2 0 0
-2 5 0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0.045 0.05
Te m p o (s )
e i R
Se:
e E M sen 2 f t
Então:
i i M sen 2 f t
Noções básicas de eletricidade A-11
EM
Sendo: IM
R
E
I
R
Portanto:
E
R
I
E
Z
I
Portanto: ZR
500
Tens ã o
C orrente
400 P otê nc ia
Tens ã o (V ), c orrente (A ) e potê nc ia (W )
300
200
100
-100
-200
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0.045 0.05
Tem po (s )
Fig. A.5 - Voltagem, corrente e potência em um circuito puramente resistivo
A-12 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
EM IM E I
pMÉD M M E I I2 R
2 2 2
e eR eL
EL E
ER I
E ER 2 EL 2
Mas:
ER I R e EL I X L
Noções básicas de eletricidade A-13
Portanto:
E I R 2 XL2 I Z
Sendo:
Z R 2 XL2
EL I XL X
arctan arctan arctan L
ER I R R
300
Te n s ã o
250 C o rre n t e
P o t ê n c ia
Tens ã o (V ), c orrente (A ) e potê nc ia (W )
200
150
100
50
-5 0
-1 0 0
-1 5 0
-2 0 0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0.045 0.05
Te m p o (s )
Como as curvas da figura A.7 foram traçadas tomando como abscissa o tempo, a
área compreendida entre a curva de potência P e o eixo do tempo t representa a energia
fornecida ao sistema. Durante o intervalo de tempo em que a potência é positiva, o
gerador está fornecendo energia ao circuito, que é absorvida pela resistência R, se
A-14 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Preat V I sen
Supondo que a potência ativa ou real seja fixa, como ela é dada por EIcos, então
a corrente requerida é inversamente proporcional ao fator de potência, de modo que um
Noções básicas de eletricidade A-15
fator de 50% necessita de uma corrente que é o dobro daquela fornecida a uma carga
cujo fator de potência seja 100%. O investimento nos condutores aumenta, o mesmo
ocorrendo com a perda nos condutores dada por I2R. Visto que custa mais às
companhias fornecedoras de energia elétrica transportar até a carga 1 kW com fator de
potência baixo do que com fator alto, é razoável que essas companhias fixem um preço
extra para o kW quando o fator de potência é baixo. Este preço extra normalmente se
intitula multa por fator de potência baixo, tratando-se de uma denominação imprópria,
porque conduz à idéia de penalidade, quando, na verdade, se refere ao custo de um
transporte de energia efetivamente realizado.
EXEMPLO
e E M sen 2 f t
q Ce
dq de d E M sen( 2 f t )
i C C 2 f C E M cos 2 f t
dt dt dt
Esta equação mostra que a corrente está em avanço de 90° em relação à curva de
voltagem, visto que a cossenóide corresponde a uma senóide avançada de 90. Como o
valor máximo da cossenóide é a unidade, resulta que:
A-16 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
IM 2 f C EM
1
XC reatância capacitiva
2 f C
E I XC
EXEMPLO
E 110
Reatância XC 55 ohms
I 2
1 1
Capacitância C 4 ,82 10 5 farad 48 ,2 F
2 f X C 2 60 55
P ei
250
Tens ã o
200
Tens ã o (V ), c orrente (A ), potê nc ia(W ), c arga (C)
Corrente
P otê nc ia
150 Carga
100
50
-50
-100
-150
-200
-250
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0.045 0.05
Tem po (s )
IL I
A-18 INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
IC C
R a
E C r
L g
a
Fig. A.8 – Capacitor usado para corrigir o fator de potência de uma carga
O capacitor absorve uma corrente IC que está em avanço de 90 sobre a voltagem
E. Se o fator de potência da carga está em atraso, de modo que a corrente da carga I fica
em atraso de um ângulo sobre a voltagem, então a corrente de linha IL, que é a soma
vetorial de I e IC, fica em avanço de fase com relação a I, devido à adição da componente
IC e o fator de potência aumenta. Dependendo do valor de IC, o fator de potência pode se
tornar igual a 100%. A potência continua a mesma, visto que EIcos= EILcos, onde
corresponde ao fator de potência corrigido da carga. O diagrama vetorial mostrando essa
correção no fator de potência é mostrado na figura A.9.
IC
C
o E
b
IL
a
I
EXEMPLO
Uma certa carga absorve 10 kW com um fator de potência igual a 75%. No contrato
de fornecimento de energia só não se aplica multa quando o fator de potência for inferior
a 85%. Que capacitância deverá ter o capacitor que se deverá utilizar para evitar a multa?
A voltagem é 550 V e a freqüência 60 Hz.
IL é a corrente de linha e para evitar a multa, cos deverá ser maior ou igual a 0,85.
Portanto =3147’.
E I cos 10.000 W
10000
I 24 ,2 A
550 0 ,75
IC ab ac bc
Mas:
Portanto:
IC ab ac bc 16 ,0 11,25 4 ,75 A
Mas:
E
IC 2 f C E
XC
Portanto:
IC 4 ,75
C 2 ,29 10 5 farad 22 ,9 F
2 f E 2 60 550