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Comissão
Interna de
Prevenção de
Acidentes
2000
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
© SENAI-SP
2000
E-mail [email protected]
Metodologia da investigação e
análise dos acidentes .................................................. 27
• Identificação das causas ........................................... 27
• A análise do acidente ................................................ 27
• Passos a serem seguidos ......................................... 28
• Modelo da CAT Comunicação de
Acidente do Trabalho ................................................ 28
Bibliografia ................................................................... 55
4
A segurança e a saúde
do trabalhador
" O direito de viver e trabalhar em um meio Diante desses dados, uma série de medi-
ambiente sadio deve ser considerado como um das foram tomadas para tentar reverter a situa-
dos direitos fundamentais do homem"… ção. Dentre elas, ressaltamos:
(Carta de Brasília, 25/08/71, VII Reunião do Conselho da União 1 – Obrigatoriedade da existência de Serviços
Internacional dos Magistrados) de Medicina do Trabalho e Engenharia de
Segurança nas Empresas (1972).
Não se sabe ao certo quando o homem co- 2 – Alterações do capítulo V da CLT modifican-
meçou a se preocupar com os acidentes e do- do a Legislação Prevencionista (1977) e Re-
enças relacionadas com o trabalho. Já no séc. gulamentação das 29 Normas de Seguran-
IV a. C., faziam-se referências à existência de ça e Medicina do Trabalho, favorecendo
moléstias entre mineiros e metálurgicos. uma atuação mais efetiva da CIPA (Comis-
Mas foi com a Revolução Industrial ocorri- são Interna de Prevenção de Acidentes) nas
da na Inglaterra, no final do séc. XVIII e com o empresas.
aparecimento das máquinas de tecelagem, mo- 3 – Amplo programa de formação de profissio-
vidas a vapor, que a ocorrência de acidentes au- nais nas áreas de Segurança e Medicina do
mentou. Trabalho.
A produção, que antes era artesanal e do- 4 – Desenvolvimento de programas de orienta-
méstica, passa a ser realizada em fábricas mal ção à prevenção de acidentes e de forma-
ventiladas, com ruídos altíssimos e em máqui- ção de cipeiros (obrigatório a partir de 1978).
nas sem proteção. Mulheres, homens e princi- E, mais recentemente, o aparecimento de
palmente crianças foram as grandes vítimas. um empresariado progressista, com uma vi-
A primeira legislação no campo da prote- são prevencionista que associa a qualidade de
ção ao trabalhador, "Lei das Fábricas", surgiu na produtos e serviços à qualidade de vida do tra-
Inglaterra em 1833, determinando limites de ida- balhador.
de mínima e jornada de trabalho. Estas medidas têm colaborado para a redu-
No Brasil, onde a industrialização tomou im- ção do número de acidentes e doenças do traba-
pulso a partir da 2ª Guerra Mundial, a situação lho oficialmente divulgados. Porém, a complexi-
dos trabalhadores não foi diferente: nossas con- dade das questões, relativas ao registro de aci-
dições de trabalho mataram e mutilaram mais dentes e doenças profissionais, torna difícil pre-
pessoas que a maioria dos países industrializa- cisar o índice dessa redução, pois uma quantida-
dos do mundo. de muito grande de trabalhadores não é regis-
Com o objetivo de melhorar as condições trada e, portanto, seus acidentes e doenças não
de saúde e trabalho no Brasil, a partir da década são comunicados ao INSS e à unidade descen-
de 30, várias leis sociais foram criadas; dentre tralizada do Ministério do Trabalho e Emprego.
elas, ressalta-se a obrigatoriedade da formação Diante da persistência de elevados índices
da Comissão Interna de Prevenção de Aciden- de acidentes de trabalho, com grandes perdas
tes – CIPA. humanas e econômicas, surgem o Mapa de Ris-
A partir daí, a CIPA sofre várias regulamen- cos Ambientais, o PPRA (Programa de Preven-
tações, mas a preocupação com a Segurança e ção de Riscos Ambientais, o PCMSO (Programa
Saúde do trabalhador ainda é pequena. de Controle Médico e Saúde Ocupacional) e, em
Quando da divulgação das primeiras esta- fevereiro de 1999, a Portaria 8, modificando a
tísticas de Acidentes do Trabalho pelo então Ins- redação NR - 5 – Comissão Interna de Preven-
tituto Nacional de Previdência Social – INPS, ção de Acidentes.
tem-se conhecimento da gravidade da situação Estes instrumentos representam a busca do
da Segurança do Trabalho no Brasil – 16,75% comprometimento e envolvimento doe empre-
de trabalhadores acidentados no ano de 1970. sários e dos trabalhadores na solução de um pro-
blema que interessa a todos superar.
5
Acidentes e doenças
do trabalho
6
Esse ato de terceiro pode ser culposo ou porária, da capacidade para o trabalho, ocorri-
doloso. Será considerado culposo quando a pes- do nas condições anteriormente enunciadas.
soa que deu ensejo ao mesmo não tinha a in- Pode acontecer que o empregado já tives-
tenção de que o fato acontecesse. Foi um ato se condições pessoais que facilitassem o acon-
de imprudência, negligência, imperícia que re- tecimento ou resultado. Se um indivíduo tem
sultou num dano a outrem. Já o ato doloso é uma certa fraqueza óssea e sofre uma pancada
consciente, e a pessoa que o pratica age de má que para outro traria com conseqüência ape-
fé com a vontade dirigida para a obtenção de nas uma zona dolorida, mas para ele resulta em
um resultado criminoso. fratura, suas condições pessoais não afastam a
Assim, o legislador (pessoa que elabora as aplicação da legislação acidentária pela totali-
leis) estendeu o conceito de acidente aos atos dade do acontecimento. Se uma lesão com
dolosos que atingem o trabalhador proveniente ferimento atinge um diabético, que em face de
da relação de emprego, tais como os casos de suas condições de saúde vem a sofrer a ampu-
sabotagem, ofensa física levada a cabo por com- tação de uma perna ou de um braço, a legisla-
panheiro de serviço ou terceiro, resultante de ção acidentária cobre a conseqüência total.
disputa originada na prestação de serviço. Por isso, a Lei (art. 131, inciso I, da Lei 2171/
Como vemos, a exclusão que se manifesta 97) também considera como acidente do tra-
é a referente a ato doloso contra o empregado, balho:
oriundo de terceiro ou de companheiro de servi- “O acidente ligado ao trabalho que, embo-
ço, não originado de disputa relativa ao trabalho. ra não tenha sido a causa única, haja contribuí-
Assim, o ferimento sofrido por um empre- do diretamente para a morte do segurado, para
gado no local e horário de trabalho, por parte de a redução ou perda de sua capacidade para o
outro colega de serviço, com origem em questão trabalho ou produzido lesão que exija atenção
de ciúme ou mesmo de discussão sobre futebol, médica para a sua recuperação”.
não se caracteriza como acidente do trabalho.
7
Conceito prevencionista
8
Com base nos conceitos apresentados, liste
os acidentes ocorridos na empresa nos últimos
anos, classificando os que se enquadram no con-
ceito legal e os que se enquadram no conceito
prevencionista.
9
10
Saúde e higiene do trabalho
11
A sinalização deve ser usada como alerta de determinados perigos e
riscos ou em caráter temporário, enquanto tomam-se medidas definitivas.
12
Riscos ambientais
Riscos
Arranjo físico
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso inadequado
Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual equipamentos sem
de peso proteção
Máquinas e
Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de equipamentos sem
postura inadequada proteção
Imposição de ritmos
Frio Gases Parasitas Eletricidade
excessivos
Substâncias, compostos
Jornadas de trabalho Armazenamento
Pressões anormais ou produtos químicos —
prolongadas inadequado
em geral
Monotonia e
Umidade — — Animais peçonhentos
repetitividade
Outras situações de
Outras situações
risco que poderão
— — — causadoras de “stress”
contribuir para a
físico e/ou psíquico
ocorrência de acidentes
13
Riscos físicos Conseqüências – O ruído age diretamente
sobre o sistema nervoso, ocasionando:
São considerados riscos físicos: • fadiga nervosa;
• ruídos; • alterações mentais: perda de memória,
• calor e frio; irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias;
• vibrações; • hipertensão;
• pressões anormais; • modificação do ritmo cardíaco;
• radiações; • modificação do calibre dos vasos sangüíneos;
• umidade. • modificação do ritmo respiratório;
• perturbações gastrointestinais;
Ruídos • diminuição da visão noturna;
As máquinas e equipamentos utilizados • dificuldade na percepção de cores.
pelas empresas produzem ruídos que podem Além destas conseqüências, o ruído atinge
atingir níveis excessivos, podendo a curto, mé- também o aparelho auditivo causando a perda
dio e longo prazos provocar sérios prejuízos à temporária ou definitiva da audição.
saúde. Medidas de controle – Para evitar ou dimi-
Dependendo do tempo de exposição, nível nuir os danos provocados pelo ruído nos locais
sonoro e da sensibilidade individual, as altera- de trabalho, podem ser adotadas as seguintes
ções danosas poderão manifestar-se imediata- medidas:
mente ou gradualmente. • Medidas de proteção coletiva: enclausuramen-
Quanto maior o nível de ruído, menor de- to da máquina produtora do ruído; isolamento
verá ser o tempo de exposição ocupacional. do ruído.
• Medida de proteção individual: fornecimento
Tabela – Limites de tolerância para ruído contí- de Equipamento de Proteção Individual (EPI)
nuo ou intermitente. (no caso, protetor auricular).
O EPI deve ser fornecido na impossibilidade
Máxima exposição diária
Nível de ruídos dB (A) de eliminar o ruído ou como medida comple-
permissível
mentar.
85 8 horas • Medidas médicas: exames audiométricos pe-
86 7 horas riódicos; afastamento do local do trabalho;
87 6 horas revezamento.
88 5 horas
• Medidas educacionais: orientação para o uso
correto do EPI; campanha de conscientização.
89 4 horas e 30 minutos
• Medidas administrativas: tornar obrigatório o
90 4 horas uso do EPI: controlar o seu uso.
91 3 horas e 30 minutos Observação: Medidas médicas, educacio-
92 3 horas nais e administrativas devem ser adotadas em
todas as situações de risco.
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 40 minutos Vibrações
95 2 horas Na indústria é comum o uso de máquinas
96 1 hora e 45 minutos e equipamentos que produzem vibrações, as
quais podem ser nocivas ao trabalhador.
98 1 hora e 15 minutos
As vibrações podem ser:
100 1 hora
Localizadas – (em certas partes do corpo)
102 45 minutos São as provocadas por ferramentas manuais,
104 35 minutos elétricas e pneumáticas.
105 30 minutos
Conseqüências – alterações neurovascula-
res nas mãos; problemas nas articulações das
106 25 minutos
mãos e braços; osteoporose (perda da substân-
108 20 minutos cia óssea).
110 15 minutos Generalizadas – (ou do corpo inteiro)
112 10 minutos As lesões ocorrem com os operadores de
grandes máquinas, como os motoristas de ca-
114 8 minutos
minhões, ônibus e tratores.
115 7 minutos
14
Conseqüências – lesões na coluna vertebral; • agravamento de doenças reumáticas;
dores lombares. • predisposição para acidentes;
Medidas de controle – Para evitar ou dimi- • predisposição para doenças das vias respira-
nuir as conseqüências das vibrações é recomen- tórias.
dado o revezamento dos trabalhadores expos- Medidas de controle:
tos aos riscos (menor tempo de exposição). • Medidas de proteção coletiva: ventilação local
exaustora com a função de retirar calor e ga-
Radiações ses dos ambientes; isolamento das fontes de
São formas de energia que se transmitem calor/frio.
por ondas eletromagnéticas. A absorção das • Medidas de proteção individual: fornecimento
radiações pelo organismo é responsável pelo de EPI (Ex.: avental, bota, capuz, luvas especi-
aparecimento de diversas lesões. Podem ser ais para trabalhar no frio – avental e luvas de
classificadas em dois grupos: amianto para trabalhar no calor).
Radiações ionizantes – Os operadores de RX
e de Radioterapia estão, freqüentemente, expos- Pressões anormais
tos a este tipo de radiação, que pode afetar o or- Há uma série de atividades em que os tra-
ganismo ou se manifestar nos descendentes das balhadores ficam sujeitos a pressões ambien-
pessoas expostas. tais acima ou abaixo das pressões normais, isto
Radiações não ionizantes – São radiações é, da pressão atmosférica a que normalmente
não ionizantes a radiação infravermelha, prove- estamos expostos.
niente de operações em fornos, ou de solda Baixas pressões – São as que se situam
oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a ge- abaixo da pressão atmosférica normal e ocor-
rada por operações em solda elétrica, ou ainda rem com trabalhadores que realizam tarefas em
raios laser, microondas, etc. grandes altitudes. No Brasil, são raros os traba-
Seus efeitos são perturbações visuais lhadores expostos a este risco.
(conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões Altas pressões – São as que se situam aci-
na pele, etc. ma da pressão atmosférica normal. Ocorrem em
Medidas de controle: trabalhos realizados em tubulações de ar com-
• Medidas de proteção coletiva: isolamento da primido, máquinas de perfuração (SHIELD), cai-
fonte de radiação. (Ex.: biombo protetor para xões pneumáticos e trabalhos executados por
operação de solda); enclausuramento da fon- mergulhadores. Exemplos: Caixões pneumáti-
te de radiação (Ex.: pisos e paredes revestidas cos, compartimentos estanques instalados no
de chumbo em salas de RX). fundo de mares, rios e represas onde é injetado
• Medidas de proteção individual: fornecimento ar comprimido que expulsa a água do interior
de EPI adequado ao risco (Ex.: avental, luva, do caixão, possibilitando o trabalho. São usa-
perneira e mangote de raspa para soldador; dos na construção de pontes e barragens.
óculos para operadores de forno). Conseqüências:
• Medida administrativa: (Ex.: dosímetro de bol- • ruptura do tímpano quando o aumento da pres-
so para técnico de RX. são for brusco,
• Medida médica: exames periódicos. • liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos
sangüíneos, causando dores abdominais, obs-
Calor trução dos vasos sangüíneos e morte.
Altas temperaturas podem provocar: Medidas de controle – Por ser uma ativida-
• desidratação; de de alto risco, existe legislação específica (NR-
• erupção da pele; 15) a ser obedecida.
• câimbras;
• fadiga física; Umidade
• distúrbios psiconeuróticos; As atividades ou operações executadas em
• problemas cardiocirculatórios; locais alagados ou encharcados, com umidade
• insolação. excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos
trabalhadores, são situações insalubres e devem
Frio ter a atenção dos prevencionistas por meio de
Baixas temperaturas podem provocar: verificações realizadas nesses locais para estu-
• feridas; dar a implantação de medida de controle.
• rachaduras e necrose da pele;
• enregelamento: ficar congelado;
15
Conseqüências: tiva, febre de fumos metálicos, intoxicação es-
• doenças do aparelho respiratório; pecífica de acordo com o metal.
• quedas; Os metais que oferecem maior risco nos
• doenças de pele; processos industriais são: chumbo, mercúrio,
• doenças circulatórias. arsênico, estanho, cobre, níquel, cromo, zinco
Medidas de controle: e ferro.
• Medidas de proteção coletiva: estudo de modi-
ficações no processo do trabalho; colocação de Névoas
estrados de madeira; ralos para escoamento. Partículas líquidas resultantes da conden-
• Medidas de Proteção individual: fornecimento sação de vapores ou da dispersão mecânica de
do EPI (Ex.: botas, avental e luvas de borracha líquidos. Ex.: névoa resultante do processo de
para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, pintura a revólver; monóxido de carbono libera-
limpeza, etc). do pelos escapamentos dos carros.
Gases
Riscos químicos Estado natural das substâncias nas condi-
ções usuais de temperatura e pressão. Ex.: GLP
Os riscos químicos presentes nos locais de (gás liqüefeito de petróleo), hidrogênio, ácido
trabalho são encontrados na forma sólida, líqui- nítrico, butano, ozona, etc.
da ou gasosa e classificam-se em: poeiras; fumos;
névoas; gases; vapores, neblinas e substâncias, Vapores
compostos ou produtos químicos em geral. São dispersões de moléculas no ar que
Poeiras, fumos, névoas, gases e vapores podem condensar-se para formar líquidos ou
estão dispersos no ar (aerodispersóides). sólidos em condições normais de temperatura
e pressão. Ex.: nafta, gasolina, naftalina, etc.
Poeiras Névoas, Gases e Vapores podem ser clas-
São partículas sólidas geradas mecanica- sificados em:
mente por ruptura de partículas maiores. As • Irritantes: irritação das vias aéreas superiores.
poeiras são classificadas em: Ex.: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda
• Poeiras minerais caústica, cloro etc.
Ex.: sílica, asbesto, carvão mineral • Asfixiantes: dor de cabeça, naúseas, sonolên-
Conseqüências: cia, convulsões, coma e morte. Ex.: hidrogê-
Silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneu- nio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno,
moconiose dos minérios de carvão (mineral). dióxido de carbono, monóxido de carbono etc.
• Poeiras vegetais • Anestésicos: (a maioria dos solventes orgâni-
Ex.: algodão, bagaço de cana-de-açúcar cos). Ação depressiva sobre o sistema nervo-
Conseqüências: so, danos aos diversos órgãos, ao sistema for-
Bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açú- mador de sangue (benzeno) etc. Ex.: butano,
car) etc. propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbo-
• Poeiras alcalinas no, tricloroetileno, benzeno, tolueno, álcoois,
Ex.: calcário perclorotileno, xileno, etc.
Conseqüências:
Doenças pulmonares obstrutivas crônicas, Vias de penetração dos agentes químicos
enfizema pulmonar Os agentes químicos podem penetrar no
• Poeiras incômodas organismo de 3 maneiras:
Conseqüência: • Via cutânea (pele)
Interação com outros agentes nocivos presen- • Via digestiva (boca)
tes no ambiente de trabalho, potencializando • Via respiratória (nariz)
sua nocividade. A penetração dos agentes químicos no or-
ganismo depende de sua forma de utilização.
Fumos
Partículas sólidas produzidas por conden- Fatores que influenciam a toxicidade dos
sação de vapores metálicos: Ex.: fumos de óxi- contaminantes ambientais
do de zinco nas operações de soldagem com Para avaliar o potencial tóxico das substân-
ferro. cias químicas, alguns fatores devem ser leva-
Conseqüências: Doença pulmonar obstru- dos em consideração:
16
• Concentração: quanto maior a concentração, exposição do funcionário a estes microorganis-
mais rapidamente seus efeitos nocivos mani- mos.
festar-se-ão no organismo: São necessárias medidas preventivas para
• Índice respiratório: representa a quantidade que as condições de higiene e segurança nos
de ar inalado pelo trabalhador durante a jor- diversos setores de trabalho sejam adequadas.
nada de trabalho: Medidas de controle – As mais comuns são:
• Sensibilidade individual: o nível de resistência saneamento básico (água e esgoto); controle
varia de indivíduo para indivíduo: médico permanente; uso de EPI; higiene rigoro-
• Toxicidade: é o potencial tóxico da substância sa nos locais de trabalho; hábitos de higiene
no organismo; pessoal; uso de roupas adequadas; vacinação;
• Tempo de exposição: é o tempo que o orga- treinamento; sistema de ventilação/exaustão.
nismo fica exposto ao contaminante. Para que uma substância seja nociva ao
Medidas de controle – As medidas sugeri- homem, é necessário que ela entre em contato
das abaixo pretendem dar apenas uma idéia do com seu corpo. Existem diferentes vias de pe-
que pode ser adotado, pois existe uma grande netração no organismo humano com relação à
quantidade de produtos químicos em uso e as ação dos riscos biológicos:
medidas de proteção devem ser adaptadas a • cutânea: Ex.: a leptospirose é adquirida pelo
cada tipo: contato com águas contaminadas pela urina
• Medidas de proteção coletiva: Ventilação e do rato.
exaustão do local; ventilação e exaustão do • digestiva: Ex.: ingestão de alimentos deterio-
ponto de operação; armazenamento adequa- rados.
do; substituição do produto químico utilizado • respiratória: Ex.: a pneumonia é transmitida
por outro menos tóxico; redução do tempo de pela aspiração de ar contaminado.
exposição; estudo de alteração de processo de
trabalho; conscientização dos riscos no ambi-
ente. Riscos ergonômicos
• Medidas de proteção individual: Fornecimen-
to do EPI como medida complementar (Ex.: São considerados riscos ergonômicos: es-
máscara de proteção respiratória para poeira, forço físico; levantamento de peso; postura ina-
para gases e fumos; luvas de borracha, dequada; controle rígido de produtividade; situ-
neoprene para trabalhos com produtos quími- ação de estresse; trabalhos em período notur-
cos em geral, aventais e botas). no; jornada de trabalho prolongada; monotonia
• Medidas médicas: Exames médicos periódicos e repetitividade; imposição de rotina intensa.
para controle da exposição do trabalhador aos A ergonomia ou engenharia humana é
riscos químicos; afastamento do local ou do uma ciência relativamente recente que estuda
trabalho. as relações entre o homem e seu ambiente de
trabalho.
A Organização Internacional do Trabalho
Riscos biológicos (OIT) define a ergonomia como a “aplicação das
ciências biológicas humanas em conjunto com
São considerados riscos biológicos: vírus, os recursos e técnicas da engenharia para al-
bactérias, protozoários, fungos, parasitas e cançar o ajustamento mútuo, ideal entre o ho-
bacilos. mem e seu trabalho, e cujos resultados se me-
Os riscos biológicos ocorrem por meio de dem em termos de eficiência humana e bem-
microorganismos que, em contato com o ho- estar no trabalho”.
mem, podem provocar inúmeras doenças. Mui- Conseqüências – Os riscos ergonômicos po-
tas atividades profissionais favorecem o contato dem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos
com tais riscos. É o caso das indústrias de ali- e provocar sérios danos à saúde do trabalhador
mentação, hospitais, limpeza pública (coleta de porque produzem alterações no organismo e no
lixo), laboratórios etc. estado emocional, comprometendo sua produ-
Entre as inúmeras doenças profissionais tividade, saúde e segurança, tais como: cansa-
provocadas por microorganismos incluem-se: ço físico, dores musculares, hipertensão arteri-
tuberculose, brucelose, malária, febre amarela. al, alteração do sono, diabetes, doenças nervo-
Para que estas doenças possam ser consi- sas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo
deradas doenças profissionais é preciso que haja (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas
de coluna, etc.
17
Medidas de controle – Para evitar que estes riscos comprometam as
atividades e a saúde do trabalhador, é necessário um ajuste entre as con-
dições de trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto
físico e psíquico por meio de: melhoria no processo de trabalho, melhores
condições no local de trabalho, modernização de máquinas e equipamen-
tos, melhoria no relacionamento entre as pessoas, alteração no ritmo de
trabalho, ferramentas adequadas, postura adequadas etc.
Riscos de acidentes
Eletricidade
Instalação elétrica imprópria, com defeito ou exposta; fios
desencapados; falta de aterramento elétrico; falta de manutenção.
Incêndio ou explosão
Armazenamento inadequado de inflamáveis e/ou gases; manipula-
ção e transporte inadequado de produtos inflamáveis e perigosos; sobre-
carga em rede elétrica; falta de sinalização; falta de equipamentos de com-
bate ou equipamentos defeituosos.
18
Verificação de segurança
19
Verificações eventuais Registro
Não têm datas ou períodos determinados. O registro dos riscos observados sobre saú-
Podem ser feitas por técnicos vários, incluindo de e segurança do trabalho deve ser feiro em
médicos e engenheiros, e se destinam a con- formulários que favoreçam a análise dos pro-
troles especiais de problemas importantes dos blemas apontados.
diversos setores da empresa. O médico pode,
por exemplo, realizar verificações em ambien- Análise de riscos
tes ligados à saúde do trabalhador, como refei- Da verificação de segurança resulta a ne-
tórios, cozinhas, instalações sanitárias, vestiá- cessidade de um estudo mais aprofundado de
rios e outros. determinada operação. Trata-se da análise de
riscos. Para realizá-la, o interessado deve decom-
Verificações oficiais por e separar as fases da operação, para verifi-
São realizadas por agentes dos órgãos ofi- cação cuidadosa dos riscos que estão presentes
ciais e das empresas de seguro. em cada fase. O quadro abaixo orienta a decom-
posição de uma operação para este fim.
Verificações especiais
Destinam-se a fazer controles técnicos que Quadro – Decomposição de uma operação.
exigem profissionais especializados, aparelhos de
teste e de medição. Pode-se dar o exemplo de
Dados Análise dos riscos
medição do ruído ambiental, da quantidade de
partículas tóxicas em suspensão no ar, da pes-
quisa de germes que podem provocar doenças.
A presença de representantes da CIPA nas Deve ser feito isso que está sendo
O que é feito? observado ou existe algum risco
verificações de segurança é sempre recomen- que sugere alteração?
dável, pois a assimilação de conhecimentos cada
vez mais amplos sobre as questões de Seguran- A técnica desenvolvida é correta?
ça e Medicina no Trabalho vai tornar mais com- Como é feito?
Contém riscos que podem ser
pleto o trabalho educativo que a comissão de- eliminados com pequenas
alterações?
senvolve.
Além disso, a renovação dos membros da
O objetivo da atividade será
CIPA faz com que um número sempre maior de Por que é feito? alcançado corretamente em
empregados passe a aprofundar os conhecimen- segurança?
tos exigidos para a solução dos problemas rela-
tivos a acidentes e doenças do trabalho.
Priorização
A partir da análise de riscos, priorizar os
Passos a serem seguidos na problemas de forma a atender àqueles mais gra-
verificação de segurança ves e/ou iminentes.
20
Toda verificação de segurança possui um minar os riscos existentes.
ciclo de procedimentos básicos: A partir da Portaria nº 25, de 29/12/94, da
SSST, a realização do Mapeamento de riscos
tornou-se uma atribuição da CIPA.
Observações A nova NR 5 (Portaria 8, de 23/02/99), ratifi-
cou essa atribuição no item 5.16, alínea “a”:
21
Ficha de verificação de segurança
3 Iluminação
a) excessiva _______________________________________________________________________________________
b) gases __________________________________________________________________________________________
c) deficiente ______________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
4 Ventilação
a) excessiva _______________________________________________________________________________________
b) gases __________________________________________________________________________________________
c) correntes de ar _________________________________________________________________________________
d) insuficiente _____________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
5 Edifícios
a) janelas _________________________________________________________________________________________
b) portas __________________________________________________________________________________________
c) saídas de emergência ___________________________________________________________________________
d) cond. de construção _____________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
6 Instalação elétrica
a) Inadequada _____________________________________________________________________________________
b) sem isolação ___________________________________________________________________________________
c) em mau estado _________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
7 Maquinaria
a) mal instalada ___________________________________________________________________________________
b) com defeito perigoso ____________________________________________________________________________
c) sem proteção ___________________________________________________________________________________
d) sem dispositivo de segurança ____________________________________________________________________
e) mal operada ____________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
22
Local (especificar) Medida corretiva sugerida
8 Ferramentas
a) em mau estado _________________________________________________________________________________
b) com funcionamento deficiente ___________________________________________________________________
c) desgastadas ____________________________________________________________________________________
d) Inadequadas ____________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
9 Inflamáveis
a) fora de lugar ____________________________________________________________________________________
b) armazenamento inadequado _____________________________________________________________________
c) recipientes inadequados _________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
11 Ordem e limpeza
a) materiais inflamáveis ___________________________________________________________________________
b) refugos espalhados _____________________________________________________________________________
c) materiais em desordem _________________________________________________________________________
d) ferramentas espalhadas _________________________________________________________________________
e) corredores _____________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
12 Sinalização:
a) falta de sinalização ______________________________________________________________________________
b) falta de faixas ___________________________________________________________________________________
c) falta de cartazes ________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
14 Práticas inseguras
a) roupa inadequada ______________________________________________________________________________
b) brincadeiras ____________________________________________________________________________________
c) normas de segurança ___________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
15 Empilhamento
a) mal feito _______________________________________________________________________________________
b) muito alto ______________________________________________________________________________________
c) estrados quebrados _____________________________________________________________________________
d) em local impróprio ______________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________
23
Processo de trabalho
B
As chapas são furadas simultaneamente
B
As chapas são cromadas
B
As chapas são embaladas
24
Com base nas informações sobre Riscos
Ambientais, Verificação de Segurança e Proces-
so de Trabalho, escolha um trabalho de seu se-
tor, identifique os riscos existentes e sugira, nas
páginas seguintes, algumas medidas de preven-
ção ou controle.
25
26
Metodologia da investigação
e análise dos acidentes
27
Tal trabalho provoca a adoção de uma sé- Priorizar e acompanhar a implantação das
rie de medidas ou providências administrativas, medidas.
técnicas, psicológicas ou educativas dentro da Ter sempre como requisito básico – rigor,
empresa. lógica, objetividade e eficácia.
A CIPA deve participar dos vários aspectos
relacionados com o estudo dos acidentes, preo-
cupando-se em analisá-los e elaborando relató- Modelo da CAT Comunicação de
rios, registros, comunicações e sugestões entre Acidente do Trabalho
outras providências.
O estudo dos acidentes não deve limitar-se Deve ser emitida sempre que ocorra aciden-
àqueles considerados graves. Pequenos aciden- te do trabalho e doença ocupacional.
tes podem revelar riscos grandes; acidentes sem A CAT pode ter como emitente responsá-
lesão podem transformar-se em ocorrências com vel:
vítimas. A CIPA deve investir na identificação de • o empregador;
perigos que parecem sem gravidade mas que • o sindicato da categoria profissional;
poderão tornar-se fontes de acidentes graves. • o médico assistente;
A análise dos acidentes fornece dados que • o segurado ou seus dependentes;
se acumulam e possibilitam uma visão mais • a autoridade pública.
correta sobre as condições de trabalho da em- Para o correto preenchimento da CAT, deve
presa, com indicações sobre os tipos de aciden- ser observado o Manual de Orientação editado
tes mais comuns, sobre as causas mais atuan- pelo INSS.
tes, medindo a gravidade das conseqüências e
revelando os setores que necessitam de maior
atenção da CIPA e do SESMT.
Considerando-se dimensão das conseqü-
ências do acidente (físicas, econômicas, psico-
lógicas, sociais etc.) para o trabalhador e anali-
sando de forma real os benefícios devidos, os
efetivados pela legislação, e a real perspectiva
de reabilitação profissional, reintegração soci-
al e familiar, revela-se a necessidade de reali-
zar com seriedade e competência a investiga-
ção e análise dos acidentes, como trabalho pre-
vencionista.
Levantar os fatos:
• fazer pesquisa no local de trabalho;
• fazer entrevistas com pessoas envolvidas com
o objetivo de levantar os fatos reais e não fazer
prejulgamentos ou interpretações pessoais.
Ordenar os fatos:
• identificar o último fato, ou seja, o acidente;
• identificar as causas, perguntando:
- O que causou este fato?;
- Esse “causador” foi necessário?
- Esse mesmo causador foi suficente para que
o acidente ocorresse, ou há outras causas?
Procurar medidas preventivas que:
• estejam de conformidade com a lei;
• apresentem relação custo/benefício positiva;
• providenciem a eliminação do risco.
28
Identifique um acidente ocorrido na em-
presa nos últimos anos e proceda à sua análi-
se, nas páginas seguintes, conforme os passos
apresentados.
29
30
Organização da CIPA
31
5.12 Os membros da CIPA, eleitos e desig- setor onde considere haver risco grave e
nados, serão empossados no primeiro dia útil iminente à segurança e saúde dos trabalha-
após o término do mandato anterior. dores;
5.13 Será indicado, de comum acordo com i) colaborar no desenvolvimento e implemen-
os membros da CIPA, um secretário e seu subs- tação do PCMSO e PPRA e de outros pro-
tituto, entre os componentes ou não da comis- gramas relacionados à segurança e saúde no
são, sendo neste caso necessária a concordân- trabalho;
cia do empregador. j) divulgar e promover o cumprimento das
5.14 Empossados os membros da CIPA, a Normas Regulamentadoras, bem como cláu-
empresa deverá protocolizar, em até dez dias, sulas de acordos e convenções coletivas de
na unidade descentralizada do Ministério do Tra- trabalho, relativas à segurança e saúde no
balho, cópias das atas de eleição e de posse e o trabalho;
calendário anual de reuniões ordinárias. l) participar, em conjunto com o SESMT, onde
5.15 Protocolizada na unidade descentrali- houver, ou com o empregador, da análise
zada do Ministério de Trabalho e Emprego, a das causas das doenças e acidentes de tra-
CIPA não poderá ter seu número de represen- balho e propor medidas de solução dos pro-
tantes reduzido, bem como não poderá ser blemas identificados;
desativada pelo empregador, antes do término m) requisitar ao empregador e analisar as in-
do mandato de seus membros, ainda que haja formações sobre questões que tenham in-
redução do número de empregados da empre- terferido na segurança e saúde dos trabalha-
sa, exceto no caso de encerramento das ativida- dores;
des do estabelecimento. n) requisitar à empresa as cópias das CAT emi-
tidas;
Das atribuições o) promover, anualmente, em conjunto com o
5.16 A CIPA terá por atribuição: SESMT, onde houver, a Semana Interna de
a) identificar os riscos do processo de trabalho, Prevenção de Acidentes – SIPAT;
e elaborar o mapa de riscos, com a participa- p) participar, anualmente, em conjunto com a
ção do maior número de trabalhadores, com empresa, de Campanhas de Prevenção da
assessoria do SESMT, onde houver; AIDS.
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a 5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos
ação preventiva na solução de problemas de membros da CIPA os meios necessários ao de-
segurança e saúde no trabalho; sempenho de suas atribuições, garantindo tem-
c) participar da implementação e do controle po suficiente para a realização das tarefas cons-
da qualidade das medidas de prevenção ne- tantes no plano de trabalho.
cessárias, bem como da avaliação das prio- 5.18 Cabe aos empregados:
ridades de ação nos locais de trabalho; a) participar da eleição de seus representantes;
d) realizar, periodicamente, verificações nos b) colaborar com a gestão da CIPA;
ambientes e condições de trabalho visando c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador
a identificação de situações que venham a situações de riscos e apresentar sugestões
trazer riscos para a segurança e saúde dos para melhoria das condições de trabalho;
trabalhadores; d) observar e aplicar no ambiente de trabalho
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cum- as recomendações quanto a prevenção de aci-
primento das metas fixadas em seu plano dentes e doenças decorrentes do trabalho.
de trabalho e discutir as situações de risco 5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:
que forem identificadas; a) convocar os membros para as reuniões da
f) divulgar aos trabalhadores informações re- CIPA;
lativas à segurança e saúde no trabalho; b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhan-
g) participar, com o SESMT, onde houver, das do ao empregador e ao SESMT, quando hou-
discussões promovidas pelo empregador, ver, as decisões da comissão;
para avaliar os impactos de alterações no c) manter o empregador informado sobre os tra-
ambiente e processo de trabalho relaciona- balhos da CIPA;
dos à segurança e saúde dos trabalhadores; d) coordenar e supervisionar as atividades da
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao secretaria;
empregador, a paralisação de máquina ou e) delegar atribuições ao Vice-Presidente.
32
5.20 Cabe ao Vice-Presidente: tação, registrando-se a ocorrência na ata da
a) executar atribuições que lhe forem delegadas; reunião.
b) substituir o Presidente nos seus impedimen- 5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido
tos eventuais e nos seus afastamentos tem- de reconsideração, mediante requerimento jus-
porários. tificado.
5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da 5.29.1 O pedido de reconsideração será
CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribui- apresentado à CIPA até a próxima reunião
ções: ordinária, quando será analisado, devendo
a) cuidar para que a CIPA disponha de condições o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os
necessárias para o desenvolvimento de seus encaminhamentos necessários.
trabalhos; 5.30 O membro titular perderá o mandato,
b) coordenar e supervisionar as atividades da sendo substituído por suplente, quando faltar a
CIPA, zelando para que os objetivos propos- mais de quatro reuniões sem justificativa.
tos sejam alcançados; 5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorri-
c) delegar atribuições aos membros da CIPA; da durante o mandato, será suprida por suplen-
d) promover o relacionamento da CIPA com o te, obedecida a ordem de colocação decrescen-
SESMT, quando houver; te registrada na ata de eleição, devendo o em-
e) divulgar as decisões da CIPA para todos os pregador comunicar à unidade descentralizada
trabalhadores do estabelecimento; do Ministério do Trabalho e Emprego as altera-
f) encaminhar os pedidos de reconsideração das ções e justificar os motivos.
decisões da CIPA; 5.31.1 No caso de afastamento definitivo do
g) constituir a comissão eleitoral. Presidente, o empregador indicará o subs-
5.22 O Secretário da CIPA terá por atribui- tituto, em dois dias úteis, preferencialmen-
ções: te entre os membros da CIPA.
a) acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as 5.31.2 No caso de afastamento definitivo do
atas apresentando-as para aprovação e assi- Vice-Presidente, os membros titulares da
natura dos membros presente; representação dos empregados, escolherão
b) preparar a correspondência; o substituto, entre seus titulares, em dois
c) outras que lhe forem conferidas. dias úteis.
Do treinamento
Do funcionamento 5.32 A empresa deverá promover treina-
5.23 A CIPA terá reuniões mensais, de acor- mento para os membros da CIPA, titulares e
do com calendário preestabelecido. suplentes, antes da posse.
5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão 5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro
realizadas durante o expediente normal da em- mandato será realizado no prazo máximo
presa e em local apropriado. de trinta dias, contados a partir da data da
5.25 As reuniões da CIPA terão atas assina- posse.
das pelos presentes com encaminhamento de 5.32.2 As empresas que não se enquadrem
cópias para todos os membros. no Quadro I, promoverão anualmente, trei-
5.26 As atas ficarão no estabelecimento à namento para o designado responsável
disposição dos Agentes da Inspeção do Traba- pelo cumprimento do objetivo desta NR.
lho – AIT. 5.33 O treinamento para a CIPA deverá con-
5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser templar, no mínimo, os seguintes itens:
realizadas quando: a) estudo do ambiente, das condições de traba-
a) houver denúncia de risco grave ou iminente lho, bem como dos riscos originados do pro-
que determine aplicação de medidas correti- cesso produtivo;
vas de emergência; b) metodologia de investigação e análise de aci-
b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; dentes e doenças do trabalho;
c) houver solicitação expressa de uma das re- c) noções sobre acidentes e doenças do traba-
presentações. lho decorrentes de exposição aos riscos exis-
5.28 As decisões da CIPA serão preferenci- tentes na empresa;
almente por consenso. d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiên-
5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas cia Adquirida - AIDS, e medidas de prevenção;
as tentativas de negociação direta ou com e) noções de legislações trabalhista e previden-
mediação, será instalado processo de vo- ciária relativas à segurança e saúde no tra-
balho;
33
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de c) liberdade de inscrição para todos os empre-
medidas de controle dos riscos; gados do estabelecimento, independente de
g) organização da CIPA e outros assuntos neces- setores ou locais de trabalho, com forneci-
sários ao exercício das atribuições da Comis- mento de comprovante;
são. d) garantia de emprego para todos os inscritos
5.34 O treinamento terá carga horária de até a eleição;
vinte horas, distribuídas em no máximo oito e) realização da eleição no prazo mínimo de trin-
horas diárias e será realizado durante o expedi- ta dias antes do término do mandato da CIPA,
ente normal da empresa. quando houver;
5.35 O treinamento poderá ser ministrado f) realização de eleição em dia normal de traba-
pelo SESMT da empresa, entidade patronal, lho, respeitando os horários de turnos e em
entidade de trabalhadores ou por profissional horário que possibilite a participação da maio-
que possua conhecimentos sobre os temas mi- ria dos empregados;
nistrados. g) voto secreto;
5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamen- h) apuração dos votos, em horário normal de tra-
to a ser realizado, inclusive quanto à entidade balho, com acompanhamento de representan-
ou profissional que o ministrará, constando sua te do empregador e dos empregados, em nú-
manifestação em ata, cabendo à empresa esco- mero a ser definido pela comissão eleitoral;
lher a entidade ou profissional que ministrará o i) faculdade de eleição por meios eletrônicos;
treinamento. j) guarda, pelo empregador, de todos os docu-
5.37 Quando comprovada a não observân- mentos relativos à eleição, por um período
cia ao disposto nos itens relacionados ao trei- mínimo de cinco anos.
namento, a unidade descentralizada do Minis- 5.41 Havendo a participação inferior a cin-
tério do Trabalho e Emprego, determinará a qüenta por cento dos empregados na votação,
complementação ou a realização de outro, que não haverá a apuração dos votos e a comissão
será efetuado no prazo máximo de trinta dias, eleitoral deverá organizar outra votação que
contados da data da ciência da empresa sobre a ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
decisão. 5.42 As denúncias sobre o processo eleito-
ral deverão ser protocolizadas na unidade des-
Do processo eleitoral centralizada do MTE, até trinta dias após a data
5.38 Compete ao empregador convocar da posse dos novos membros da CIPA.
eleições para escolha dos representantes dos 5.42.1 Compete a unidade descentralizada
empregados da CIPA, no prazo mínimo de ses- do Ministério do Trabalho e Emprego, con-
senta dias antes do término do mandato em firmadas irregularidades no processo elei-
curso. toral, determinar a sua correção ou proce-
5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos der a anulação quando for o caso.
para comunicar o início do processo eleito- 5.42.2 Em caso de anulação a empresa con-
ral ao sindicato da categoria profissional. vocará nova eleição no prazo máximo de
5.39 O Presidente e o Vice-Presidente da cinco dias, a contar da data de ciência, ga-
CIPA constituirão dentre seus membros, no pra- rantidas as inscrições anteriores.
zo mínimo de 55 dias antes do término do man- 5.42.3 Quando a anulação se der antes da
dato em curso, a Comissão Eleitoral - CE, que posse dos membros da CIPA, ficará asse-
será a responsável pela organização e acompa- gurada a prorrogação do mandato anteri-
nhamento do processo eleitoral. or, quando houver, até a complementação
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não hou- do processo eleitoral.
ver CIPA, a Comissão Eleitoral será consti- 5.43 Assumirão a condição de membros ti-
tuída pela empresa. tulares e suplentes, os candidatos mais votados.
5.40 O processo eleitoral observará as se- 5.44 Em caso de empate, assumirá aquele
guintes condições: que tiver maior tempo de serviço no estabeleci-
a) publicação e divulgação de edital, em locais mento.
de fácil acesso e visualização, no prazo míni- 5.45 Os candidatos votados e não eleitos
mo de 45 dias antes do término do mandato serão relacionados na ata de eleição e apura-
em curso; ção, em ordem decrescente de votos, possibili-
b) inscrição e eleição individual, sendo que o tando nomeação posterior, em caso de vacân-
período mínimo para inscrição será de quin- cia de suplentes.
ze dias;
34
Das contratantes e contratadas
5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de
serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o
local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá,
em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir meca-
nismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em rela-
ção às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.
5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabe-
lecimento, deverão implementar, de forma integrada, medidas de preven-
ção de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de
forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e
saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento.
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as
empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhado-
res lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os
riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas
de proteção adequadas.
5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no
seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.
Disposições finais
5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos
termos de portaria específica.
35
36
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA
Efetivo — 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C1
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
Efetivo — 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C1a
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2
Efetivo — 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2
C2
Suplente — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1
Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2
C3
Suplente — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2
Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C3a
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Efetivo — 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1
C4
Suplente — 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1
Efetivo — 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2
C5
Suplente — 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2
Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1
C5a
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Efetivo — 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2
C6
Suplente — 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2
continua
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA
Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C7
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2
C7a
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2
Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1
C8
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1
Efetivo — 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1
C9
Suplente — 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1
Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2
C10
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2
Efetivo — 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2
C11
Suplente — 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2
Efetivo — 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2
C12
Suplente — 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2
Efetivo — 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2
C13
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2
Efetivo — 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2
C14
Suplente — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2
37
continua
38
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA
Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C14a
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
Efetivo — 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2
C15
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2
Efetivo — 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2
C16
Suplente — 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2
Efetivo — 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C17
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
Efetivo — 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C18
Suplente — 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
Efetivo — 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C18a
Suplente — 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2
Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C19
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
Efetivo — 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2
C20
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1
Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C21
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
continua
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA
Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2
C22
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2
Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C23
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
Efetivo — 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C24
Suplente — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2
Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C24a
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
Efetivo — 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C24b
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C25
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
Efetivo — 1 2 3 4 5 1
C26
Suplente — 1 2 3 3 4 1
Efetivo — 1 1 2 3 4 5 6 6 1
C27
Suplente — 1 1 2 3 3 4 5 5 1
Efetivo — 1 1 2 3 4 5 6 6 1
C28
Suplente — 1 1 2 3 4 5 5 5 1
39
continua
40
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA
Efetivo — 1 2 3 4 5 1
C29
Suplente — 1 2 3 3 4 1
Efetivo — 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2
C30
Suplente — 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1
Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C31
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C32
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Efetivo — 1 1 1 1 2 3 4 5 1
C33
Suplente — 1 1 1 1 2 3 3 4 1
Efetivo — 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C34
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2
Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C35
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
conclusão
Observações:
• Os membros efetivos e suplentes terão representantes dos empregadores e empregados.
• As atividades econômicas integrantes dos grupos estão especificadas por CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econômicas) no quadro II
• Nos grupos C18 e C18a constituir CIPA por estabelecimento a partir de 70 trabalhadores e quando o estabelecimento possuir menos de 70 trabalhadores,
observar o dimensionamento descrito na NR 18 e subitem 18.33.1.
Quadro II – Atividade Econômica – CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econômicas), para
dimensionamento de CIPA
2 Alimentos 16 Veículos
1523.7 – 1571.7 3441.0
3a Têxteis 18 Construção
1771.0 4543.8
Grupo C
29 Serviços
7020.3
41
Portaria Nº 09
de 23 de fevereiro de 1999
Dispõe sobre recepção de propostas
de alteração de itens da NR 5 - CIPA.
42
Plano de Trabalho fotografia da situação real da empresa em ter-
mos de segurança.
A NR-5 refere-se, em vários momentos, ao O passo seguinte será o estabelecimento
Plano de Trabalho da CIPA e à sua importância dos objetivos e das metas, respondendo a se-
para o adequado funcionamento da Comissão. gunda questão: “O que pretendemos?” Consi-
Um plano tem, com objetivo, prever e orga- derando-se que o objetivo da CIPA é a preven-
nizar as ações de um grupo. ção de acidentes e doenças decorrentes do tra-
Para que este plano seja válido, ele precisa balho, de modo a tornar compatível permanen-
responder a três questões básicas: temente o trabalho com a preservação da vida e
• Como estamos? a promoção da saúde do trabalhador, a Comis-
• O que pretendemos? são estabelece metas intermediárias e define
• Como chegar lá? prioridades a serem atingidas, durante o seu
No caso específico da CIPA, a primeira mandato.
questão “Como estamos?” será respondida a A terceira questão: “Como chegar lá?” Será
partir de um prévio levantamento de dados ob- respondida pela programação de atividades que
tidos pelo estudo das: deverão ser realizadas, sempre acompanhadas
a) Atividades realizadas e das pendências do Pla- de previsões e responsáveis por suas execuções.
no de Trabalho da CIPA anterior. A avaliação deve ser feita a cada reunião
b) Conclusões levantadas no último Mapa de da CIPA. O Plano de Trabalho não é fixo. Ele sofre
Riscos e das propostas sugeridas (as realiza- alterações a medida que surgem novas situa-
das ou não). ções ou forem solucionados os problemas. A fim
c) Análises dos últimos acidentes e doenças de facilitar o trabalho das CIPAs, sugerimos um
ocorridos e das medidas sugeridas. modelo de Plano de Trabalho.
Com base neste material, a CIPA terá uma
Objetivos:
Reduzir em 30% o número de acidentes do trabalho ocorridos no ano anterior.
Metas:
Adotar medidas de proteção nos equipamentos; Conscientizar chefias; Realizar campanhas educativas; Outros.
Data:__________________ Presidente:________________________________
Redução do número de
acidentes em 30% Treinamentos de chefias Chefe do SESMT
intermediárias (cursos para Presidente da CIPA 90 dias
chefias) Gerente Geral
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Anotações
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45
Benefícios previdenciários
para o acidentado
46
Quadro – Benefícios para o trabalhador urbano vítima de acidente do trabalho
(Com as alterações da Lei nº 9.032, de 29/04/95)
K Auxílio-doença
Importância devida ao acidentado incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias, cabendo ao empregador
o pagamento do salário do dia do acidente e dos 15 dias seguintes.
K Renda mensal
91% (noventa e um por cento) do salário-de-benefício ou do salário-de-contribuição vigente.
K Início do pagamento pela Previdência Social
A partir do 16º dia seguinte ao afastamento do trabalho. Tratando-se de trabalhador avulso, será devido pela
Previdência Social e a partir do dia seguinte ao do acidente.
K Cessação do pagamento:
• Pela concessão do auxílio-acidente ou aposentadoria por invalidez.
• Pela recuperação da capacidade, comprovada por perícia médica.
K Auxílio-acidente
Importância devida ao acidente que, após a consolidação das lesões resultantes do acidente, permanecer
incapacitado para a atividade que exercia na época do acidente, mas não para outra.
K Renda mensal
O auxílio-acidente mensal é vitalício corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do salário-de-benefício do
acidentado.
K Início do pagamento pela Previdência Social
A contar do dia seguinte aos da cessação do auxílio-doença
K Cessação do pagamento
Benefícios vitalício.
Relação das situações em que o aposentado tem direito à majoração de 25%: Cegueira total;
Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; Paralisia dos dois membros superiores ou inferio-
res; Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível; Perda de uma das
mãos e de dois dos pés, ainda que a prótese seja possível; Perda de um membro superior e outro
inferior, quando a prótese for impossível; Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da
vida orgânica e social; Doença que exija a permanente para as atividades da vida diária.
47
Anotações
48
49
…Sobre a Aids
A AIDS é uma doença contagiosa causada transmissão. Deve-se, porém, evitar o contato
por um vírus chamado – Vírus da Imunodefici- com o esperma.
ência Humana – HIV. Também chamado vírus • Muitas pessoas contraem o vírus da AIDS ao
da AIDS, ele penetra no corpo humano por vias fazerem uso da mesma seringa e agulha. Isso
bem definidas e ataca as células importantes que acontece quando o sangue de uma pessoa
fazem parte do sistema de defesa do nosso or- infectada está na agulha ou seringa e entra no
ganismo. sangue de outra pessoa. É necessário não com-
Enfraquecido o organismo, a pessoa fica partilhar seringas.
sujeita à doenças graves, as chamadas doenças • Recebimento de transfusão de sangue con-
oportunistas que têm esse nome exatamente taminado com o vírus da AIDS. É obrigatório
porque se aproveitam desse enfraquecimento. que tanto o sangue quanto os seus derivados
Mas, nem todas as pessoas infectadas com – hemoderivados – sejam rigorosamente tes-
o vírus desenvolvem a doença. Mesmo assim, tados.
podem transmití-lo para outras. A pessoa por- • A mãe contaminada pode transmitir o vírus para
tadora do vírus é também conhecida por a criança durante a gestação, no parto e possi-
soropositivo. velmente na amamentação.
A transmissão vertical, decorrente da exposi-
ção da criança durante a gestação, parto ou alei-
A AIDS só pode ser constatada por um tamento materno, vem aumentando devido à
médico e com um exame laboratorial. Os sin- maior transmissão heterossexual. Na África, são
tomas dessa doença podem aparecer tam- encontradas as maiores taxas desta forma de
bém em muitas outras. Por isso, não devem infecção pelo HIV, da ordem de 30 a 40%; entre-
ser identificados como sendo sintomas ex- tanto, em outras partes do mundo, como na
clusivos da AIDS. América do Norte e Europa, situam-se em tor-
no de 15 a 29%. Os principais motivos dessa
diferença devem-se ao fato de que, na África, a
transmissão heterossexual é mais intensa, e que
Como o vírus é transmitido neste continente, o aleitamento materno é mais
freqüente do que nos países industrializados.
Somente no sangue, esperma, secreção A transmissão intra-uterina é possível em qual-
vaginal e leite materno o vírus da AIDS aparece quer fase da gravidez; porém é menos freqüen-
em quantidade suficiente para causar uma in- te no primeiro trimestre. As infecções ocorri-
fecção. das nesse período não têm sido associadas a
Para haver a transmissão, o líquido conta- malformações fetais. O risco de transmissão do
minado de uma pessoa tem que penetrar no or- HIV da mãe para o filho pode ser reduzido em
ganismo de outra. Isso pode acontecer das se- até 67% com o uso de AZT durante a gravidez e
guintes formas: no momento do parto, associado à administra-
• O vírus da AIDS pode ser transmitido através ção da mesma droga ao recém-nascido por seis
de relações sexuais com parceiros contamina- semanas. Um estudo realizado nos Estados Uni-
dos, se não for usado o preservativo (camisi- dos (Aids Clinical Trial Group 076) demonstrou
nha) durante a penetração. redução na transmissão vertical de 25,6% para
• A transmissão pode ser do homem para a mu- 8,3% com o uso de AZT durante a gravidez. A
lher, do homem para o homem e mulher para transmissão pelo leite materno é evitada com o
homem. Em todos os casos de penetração há uso de leite artificial ou de leite humano pro-
riscos para os dois parceiros. Para quem pe- cessado em bancos de leite, que fazem aconse-
netra e para quem é penetrado. lhamento e triagem das doadoras.
• Já o sexo oral oferece pouquíssimo risco de • A transmissão ocupacional ocorre quando
50
profissionais da área da saúde sofrem Prevenção
ferimentos com instrumentos pérfuro-cortan-
tes contaminados com sangue de pacientes Mais vale prevenir do que remediar
portadores do HIV. A maioria das Doenças Sexualmente
• Outras possíveis formas de transmissão. Transmissíveis – DST tem cura, ou podem ser
controladas, como é o caso de quem tem o ví-
Embora o vírus tenha sido isolado de vári- rus da AIDS. Mas qualquer doença enfraquece
os fluidos corporais, como saliva, urina, lágri- a pessoa, diminui sua vontade de trabalhar, de
mas, somente o contato com sangue, sêmen, se distrair. Logo, prevenir é o melhor que se pode
secreções genitais e leite materno têm sido im- fazer. Por outro lado, uma pessoa com DST, que
plicados como fontes de infecção. se trata logo e fica curada, além de quebrar a
O risco da transmissão do HIV por saliva cadeia de transmissão da doença, também es-
foi avaliado em vários estudos laboratoriais e tará se prevenindo do HIV.
epidemiológicos. Esses estudos demonstraram
que a concentração e a infectividade dos vírus
da saliva de indivíduos portadores do HIV é ex- A melhor forma de prevenção é fazer
tremamente baixa. sexo seguro, para não pegar DST. Use cor-
Até o momento, não foi possível evidenci- retamente a camisinha.
ar, com segurança, nenhum caso de infecção por
HIV adquirido por qualquer das seguintes vias
teóricas de transmissão: contato interpessoal É preciso que todas as pessoas da comuni-
não-sexual e não-percutâneo (contato casual), dade, que tenham vida sexual, sejam orienta-
vetores artrópodes (picadas de insetos), fontes das sobre o uso da camisinha em todas as rela-
ambientais (aerossóis, por exemplo) e objetos ções sexuais em que um parceiro penetra no
inanimados (fômites), além de instalações sani- outro. Essa penetração tanto pode ser na vagi-
tárias. Há raros relatos anedóticos de hipotética na, quanto no ânus ou na boca. Na relação se-
transmissão horizontal do HIV; porém, estes não xual com penetração, essa é a única maneira de
resistem a uma análise mais cuidadosa, e as evitar as DST e o HIV, inclusive porque muitas
evidências são insuficientes para caracterizar pessoas podem estar com uma DST e não apre-
formas não-tradicionais de transmissão. sentarem sintomas.
Conclui-se que formas alternativas de trans- O encaminhamento de pessoas com algum
missão são altamente improváveis, e que a ex- sinal ou sintoma de DST, também é uma ação
periência cumulativa é suficientemente ampla de prevenção, porque quando a pessoa com DST
para se assegurar enfaticamente que não há qual- se trata e fica logo curada, evita passar a doen-
quer justificativa para restringir a participação de ça para seu parceiro sexual. Por outro lado, uma
indivíduos infectados nos seus ambientes domés- DST facilita pegar outra DST, inclusive o HIV.
ticos, escolares, sociais ou profissionais. Já vimos que algumas DST não apresen-
tam sintomas, e, na mulher, por ter seus órgãos
genitais mais internos (dentro do corpo), pode-
Como o vírus não é transmitido rá ser mais difícil visualizar os sinais de uma DST.
51
• pessoas cujo parceiro ou parceira tem outros poníveis, nas condições de uso corrente, não
contatos sexuais sem usar camisinha; estão bem estabelecidas, e mais estudos clíni-
• pessoas que usam drogas injetáveis, compar- cos controlados são necessários para esta de-
tilhando agulhas e seringas; a AIDS e as hepa- terminação.
tites B e C são doenças que podem se pegar Prevenção em usuários de drogas injetáveis
desta maneira. (UDI) – Desde 1986, ficou claro que os UDI re-
Pessoas que estão ou estiveram nessas si- presentavam um grupo focal particularmente
tuações devem ser orientadas a procurar o ser- importante, devido ao risco específico de ocor-
viço de saúde, para verificar se não estão com rência de epidemias de HIV nesta população, e
alguma DST. ao potencial de representarem a interface atra-
Outra situação que pode trazer risco é a vés da qual a infecção por HIV se difundiria para
transfusão de sangue e seus derivados, quando a população heterossexual não usuária de dro-
esses não são testados. Os derivados do san- gas e consequentemente para as crianças.
gue podem ser, por exemplo, plaquetas ou A disseminação da infecção pelo HIV entre
hemácias. Sendo assim, as pessoas que neces- UDI em muitos países com características dife-
sitarem de sangue e seus derivados, devem ser rentes, levantou importantes questões sobre a
orientadas a verificar se eles foram testados, ou natureza do comportamento dos dependentes,
recomendar a alguém de sua família que faça e da possibilidade de modificá-lo mediante in-
essa verificação. tervenções preventivas, de modo a reduzir a
É importante notar que: não há risco em transmissão do HIV.
doar sangue, e sim em receber sangue que não Houve ceticismo inicial acerca da eficácia
foi testado. de ações educativas nessa população. O temor
Exigir que o sangue e seus derivados se- de que a estratégia de redução de danos, base-
jam testados e denunciar às autoridades de saú- adas na facilitação do acesso a equipamento
de de seu município ou de seu estado se não o estéril de injeções pudesse levar ao aumento da
são, é prevenção de saúde para toda a comuni- população de usuários de drogas injetáveis, não
dade. Não é uma tarefa fácil informar sobre DST se concretizou.
e AIDS. Mas precisamos fazer isso. A cada dia Contudo, demonstrou-se que os UDI podem
mais pessoas pegam essas doenças e a maioria ser sensíveis às ações preventivas e capazes de
delas, por falta de informação. reduzir a freqüência das situações de risco. Po-
Preservativos – Os preservativos masculi- rém, se todos os estudos demonstram redução
nos e femininos são a única barreira comprova- de risco, evidenciam, infelizmente, a persistên-
damente efetiva contra o HIV, e o uso correto e cia de níveis importantes do comportamento de
consistente deste método pode reduzir substan- risco, mesmo nas cidades onde se obteve razoá-
cialmente o risco de transmissão do HIV e das vel impacto com as ações preventivas.
outras DST. (Textos extraídos da home-page do GAPA – Grupo de
O uso regular de preservativos pode levar Apoio e Prevenção à AIDS no Norte de Minas)
ao aperfeiçoamento na sua técnica de utilização,
reduzindo a freqüência de ruptura e escape e,
consequentemente, aumentando sua eficácia.
Estudos recentes demonstraram que o uso cor-
reto e sistemático do preservativo masculino
reduz o risco de aquisição do HIV e outras DST
em até 95%.
Espermicidas – Os produtos espermicidas
à base de nonoxinol-9 são capazes de inativar o
HIV e agentes de outras DST “in vitro”, e pode-
riam ter um papel importante na redução da
transmissão sexual do HIV, se usados em asso-
ciação com os preservativos. Estudos recentes
sugerem que a concentração de nonoxinol-9,
normalmente preconizada nos preservativos,
seria insuficiente para inativar o HIV, sendo que
o uso de concentrações mais elevadas poderi-
am apresentar toxicidade. Entretanto, a seguran-
ça e eficácia dos espermicidas atualmente dis-
52
Anotações
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Bibliografia
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46.60.53.914.7-01
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