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CIPA

Comissão
Interna de
Prevenção de
Acidentes

2000
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

© SENAI-SP
2000

Trabalho desenvolvido pela Unidade de Desenvolvimento de Negócios e Marketing e


Unidade de Conhecimento Educacional
Unidade de Gestão Corporativa do SENAI - SP

Coordenação da elaboração Mário Nelson Tomazini Lucas de Freitas

Coordenação da editoração Célio Torrecilha

Conteúdo Técnico Luiza Vieira


João Batista de Lima
Vera regina Pratek de Oliveira

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Regional de São Paulo
Praça Alberto Lion, 100 – Cambuci – São Paulo – SP
CEP 01515 000

Telefone (0XX11) 3273 5000


Telefax (0XX11) 3273 5086
SENAI on-line 0800 55 1000

E-mail [email protected]

Home page http://www.sp.senai.br


Sumário

A segurança e a saúde do trabalhador ..................... 5


Acidentes e doenças do trabalho .............................. 6
• Conceito legal ............................................................ 6
• Caracterização do acidente do trabalho .................. 6
• Doenças profissionais e do trabalho ....................... 7
• Conceito prevencionista ........................................... 8

Saúde e higiene do trabalho ...................................... 11


• Medidas de controle e proteção dos riscos ............ 11

Riscos ambientais ....................................................... 13


• Riscos físicos ............................................................. 14
• Riscos químicos ......................................................... 16
• Riscos biológicos ....................................................... 17
• Riscos ergonômicos .................................................. 17
• Riscos de acidentes ................................................... 18

Verificação de segurança ........................................... 19


• Objetivo ...................................................................... 19
• Verificações que podem ser realizadas ................... 19
• Passos a serem seguidos na verificação
de segurança ............................................................. 20
• Mapeamento de riscos ............................................. 21

Processo de trabalho .................................................. 24


• Análise do processo .................................................. 24

Metodologia da investigação e
análise dos acidentes .................................................. 27
• Identificação das causas ........................................... 27
• A análise do acidente ................................................ 27
• Passos a serem seguidos ......................................... 28
• Modelo da CAT Comunicação de
Acidente do Trabalho ................................................ 28

Organização da CIPA .................................................. 31


• Norma regulamentadora NR 5 (Anexo da
Portaria nº 08 de 23 de fevereiro de 1999) .............. 31
• Plano de Trabalho ..................................................... 43

Benefícios previdenciários para o acidentado .......... 46

…Sobre a Aids ............................................................. 50


• Como o vírus é transmitido ...................................... 50
• Como o vírus não é transmitido .............................. 51
• Prevenção .................................................................. 51

Bibliografia ................................................................... 55
4
A segurança e a saúde
do trabalhador

" O direito de viver e trabalhar em um meio Diante desses dados, uma série de medi-
ambiente sadio deve ser considerado como um das foram tomadas para tentar reverter a situa-
dos direitos fundamentais do homem"… ção. Dentre elas, ressaltamos:
(Carta de Brasília, 25/08/71, VII Reunião do Conselho da União 1 – Obrigatoriedade da existência de Serviços
Internacional dos Magistrados) de Medicina do Trabalho e Engenharia de
Segurança nas Empresas (1972).
Não se sabe ao certo quando o homem co- 2 – Alterações do capítulo V da CLT modifican-
meçou a se preocupar com os acidentes e do- do a Legislação Prevencionista (1977) e Re-
enças relacionadas com o trabalho. Já no séc. gulamentação das 29 Normas de Seguran-
IV a. C., faziam-se referências à existência de ça e Medicina do Trabalho, favorecendo
moléstias entre mineiros e metálurgicos. uma atuação mais efetiva da CIPA (Comis-
Mas foi com a Revolução Industrial ocorri- são Interna de Prevenção de Acidentes) nas
da na Inglaterra, no final do séc. XVIII e com o empresas.
aparecimento das máquinas de tecelagem, mo- 3 – Amplo programa de formação de profissio-
vidas a vapor, que a ocorrência de acidentes au- nais nas áreas de Segurança e Medicina do
mentou. Trabalho.
A produção, que antes era artesanal e do- 4 – Desenvolvimento de programas de orienta-
méstica, passa a ser realizada em fábricas mal ção à prevenção de acidentes e de forma-
ventiladas, com ruídos altíssimos e em máqui- ção de cipeiros (obrigatório a partir de 1978).
nas sem proteção. Mulheres, homens e princi- E, mais recentemente, o aparecimento de
palmente crianças foram as grandes vítimas. um empresariado progressista, com uma vi-
A primeira legislação no campo da prote- são prevencionista que associa a qualidade de
ção ao trabalhador, "Lei das Fábricas", surgiu na produtos e serviços à qualidade de vida do tra-
Inglaterra em 1833, determinando limites de ida- balhador.
de mínima e jornada de trabalho. Estas medidas têm colaborado para a redu-
No Brasil, onde a industrialização tomou im- ção do número de acidentes e doenças do traba-
pulso a partir da 2ª Guerra Mundial, a situação lho oficialmente divulgados. Porém, a complexi-
dos trabalhadores não foi diferente: nossas con- dade das questões, relativas ao registro de aci-
dições de trabalho mataram e mutilaram mais dentes e doenças profissionais, torna difícil pre-
pessoas que a maioria dos países industrializa- cisar o índice dessa redução, pois uma quantida-
dos do mundo. de muito grande de trabalhadores não é regis-
Com o objetivo de melhorar as condições trada e, portanto, seus acidentes e doenças não
de saúde e trabalho no Brasil, a partir da década são comunicados ao INSS e à unidade descen-
de 30, várias leis sociais foram criadas; dentre tralizada do Ministério do Trabalho e Emprego.
elas, ressalta-se a obrigatoriedade da formação Diante da persistência de elevados índices
da Comissão Interna de Prevenção de Aciden- de acidentes de trabalho, com grandes perdas
tes – CIPA. humanas e econômicas, surgem o Mapa de Ris-
A partir daí, a CIPA sofre várias regulamen- cos Ambientais, o PPRA (Programa de Preven-
tações, mas a preocupação com a Segurança e ção de Riscos Ambientais, o PCMSO (Programa
Saúde do trabalhador ainda é pequena. de Controle Médico e Saúde Ocupacional) e, em
Quando da divulgação das primeiras esta- fevereiro de 1999, a Portaria 8, modificando a
tísticas de Acidentes do Trabalho pelo então Ins- redação NR - 5 – Comissão Interna de Preven-
tituto Nacional de Previdência Social – INPS, ção de Acidentes.
tem-se conhecimento da gravidade da situação Estes instrumentos representam a busca do
da Segurança do Trabalho no Brasil – 16,75% comprometimento e envolvimento doe empre-
de trabalhadores acidentados no ano de 1970. sários e dos trabalhadores na solução de um pro-
blema que interessa a todos superar.

5
Acidentes e doenças
do trabalho

Conceito legal Caracterização do acidente


do trabalho
O artigo 131 do Decreto Lei 2171 de 05/03/
97 estabelece: O acidente típico do trabalho ocorre no lo-
“Acidente do trabalho é o que ocorre pelo cal e durante o trabalho e é considerado como
exercício do trabalho a serviço da empresa ou um acontecimento súbito, violento e ocasional
pelo exercício do trabalho dos segurados referi- que provoca no trabalhador uma incapacidade
dos no inciso VII do artigo 11 desta Lei (exem- para a prestação de serviço.
plo: autônomos em geral), provocando lesão A legislação (art.131 da Lei 2171/97) enqua-
corporal ou perturbação funcional que cause a dra como acidentes aqueles que ocorrem nas
morte ou perda ou redução, permanente ou tem- seguintes situações:
porária, da capacidade para o trabalho”.
Acidente de trajeto
Quando um trabalhador sai de casa para
prestar serviço é justo que ele fique protegido pela
Exercício do trabalho a serviço da empresa
legislação de acidente. Assim, no percurso da
residência para o trabalho ou deste para aquela,
Para que uma lesão ou moléstia seja con-
está o trabalhador protegido pela legislação
siderada acidente do trabalho é necessário que
acidentária. Fica caracterizado como acidente do
haja entre o resultado e o trabalho uma liga-
trabalho também aquele que ocorre na ida ou na
ção, ou seja, que o resultado danoso tenha ori-
volta do trabalho, ou o ocorrido no mesmo traje-
gem no trabalho desempenhado e em função
to quando o trabalhador efetua as refeições em
do serviço.
sua casa. Deixa de caracterizar-se o acidente
Assim, por exemplo se um empregado for
quando o empregado tenha, por interesse pró-
assistir a um jogo de futebol e cair a arquiban-
prio, interrompido ou alterado o percurso nor-
cada onde sentou, não se tratará de acidente
mal. Entende-se por percurso normal o caminho
do trabalho. Todavia, se com ele cai o empre-
ordinariamente seguido, locomovendo-se a pé ou
gado do clube que estava a efetuar a limpeza
usando transporte fornecido pela empresa, con-
da arquibancada, a legislação referida protege-
dução própria ou transporte coletivo urbano.
rá o funcionário do clube.
Assim, quando ocorrer variação de trajeto,
por vontade do trabalhador, ou quando houver
interrupção, também por interesse próprio, dei-
Lesão corporal xa de caracterizar-se o acidente do trabalho.
Por lesão corporal deve ser entendido qual- Nos períodos destinados a refeições ou
quer dano anatômico. Por exemplo: uma fratu- descansos bem como em intervalos destinados
ra, um machucado, a perda de um membro. à satisfação de necessidades fisiológicas, no lo-
cal de trabalho ou durante este, o empregado é
Perturbação funcional considerado a serviço da empresa para fins de
Por perturbação funcional deve ser enten- acidente do trabalho.
dido o prejuízo ao funcionamento de qualquer
órgão ou sentido, como uma perturbação men- Ato do terceiro
tal devida a uma pancada, o prejuízo ao funcio- Quando se fala em acidente do trabalho,
namento de um órgão como o pulmão, por nunca nos ocorre a possibilidade de que um ato
exemplo. de outra pessoa possa caracterizar-se como aci-
dente.

6
Esse ato de terceiro pode ser culposo ou porária, da capacidade para o trabalho, ocorri-
doloso. Será considerado culposo quando a pes- do nas condições anteriormente enunciadas.
soa que deu ensejo ao mesmo não tinha a in- Pode acontecer que o empregado já tives-
tenção de que o fato acontecesse. Foi um ato se condições pessoais que facilitassem o acon-
de imprudência, negligência, imperícia que re- tecimento ou resultado. Se um indivíduo tem
sultou num dano a outrem. Já o ato doloso é uma certa fraqueza óssea e sofre uma pancada
consciente, e a pessoa que o pratica age de má que para outro traria com conseqüência ape-
fé com a vontade dirigida para a obtenção de nas uma zona dolorida, mas para ele resulta em
um resultado criminoso. fratura, suas condições pessoais não afastam a
Assim, o legislador (pessoa que elabora as aplicação da legislação acidentária pela totali-
leis) estendeu o conceito de acidente aos atos dade do acontecimento. Se uma lesão com
dolosos que atingem o trabalhador proveniente ferimento atinge um diabético, que em face de
da relação de emprego, tais como os casos de suas condições de saúde vem a sofrer a ampu-
sabotagem, ofensa física levada a cabo por com- tação de uma perna ou de um braço, a legisla-
panheiro de serviço ou terceiro, resultante de ção acidentária cobre a conseqüência total.
disputa originada na prestação de serviço. Por isso, a Lei (art. 131, inciso I, da Lei 2171/
Como vemos, a exclusão que se manifesta 97) também considera como acidente do tra-
é a referente a ato doloso contra o empregado, balho:
oriundo de terceiro ou de companheiro de servi- “O acidente ligado ao trabalho que, embo-
ço, não originado de disputa relativa ao trabalho. ra não tenha sido a causa única, haja contribuí-
Assim, o ferimento sofrido por um empre- do diretamente para a morte do segurado, para
gado no local e horário de trabalho, por parte de a redução ou perda de sua capacidade para o
outro colega de serviço, com origem em questão trabalho ou produzido lesão que exija atenção
de ciúme ou mesmo de discussão sobre futebol, médica para a sua recuperação”.
não se caracteriza como acidente do trabalho.

Força maior Doenças profissionais


A caracterização de acidente do trabalho e do trabalho
vai tão longe que atinge as lesões oriundas de
inundações, incêndios ou qualquer outro moti- O legislador equiparou ao acidente do tra-
vo de força maior, desde que ocorrido em ho- balho as doenças que, oriundas do trabalho,
rário de trabalho. acarretem incapacidade laboral. Para tanto, vem
estabelecido no artigo 131 da Lei 2171/97:
Acidente fora do local e horário de trabalho
Além do acidente do trabalho caracterizado Doença profissional
pelas causas acima enunciadas e além do aciden- É a produzida ou desencadeada pelo exercí-
te em caminho, sobre o qual já tecemos consi- cio do trabalho peculiar a determinada atividade
derações, o legislador considera como acidente e constante da respectiva relação elaborada pelo
do trabalho o sofrido pelo trabalhador mesmo Ministério do Trabalho e Emprego.
fora do local e horário de trabalho, quando ocor- Assim, o saturnismo (intoxicação provoca-
ra no cumprimento de ordem ou na realização da em quem trabalha com chumbo), e a silicose
de serviços sob a autoridade da empresa. Ou, (pneumoconiose provocada em quem trabalha
ainda, quando seja espontaneamente prestado com sílica) são doenças tipicamente profissionais.
o serviço para evitar prejuízo à empresa .
Quando o empregado acidentar-se realizan- Doença do trabalho
do uma viagem a serviço da empresa, estare- É a adquirida ou desencadeada em função
mos diante de um acidente de trabalho, qual- de condições especiais em que o trabalho é rea-
quer que seja o meio de condução utilizado ain- lizado e com ele se relacione diretamente, cons-
da que seja de propriedade do empregado. tante da relação mencionada no inciso I.
Como exemplo, poderia ser citada a surdez
Causas de incapacidade “associadas” como doença do trabalho tendo em conta o ser-
ao acidente do trabalho viço executado em local extremamente ruidoso.
O acidente do trabalho, portanto, em senti- De outra parte, não são consideradas como
do amplo, é aquele que causa lesão corporal, doença profissional ou do trabalho as doenças
perturbação funcional ou doença que provoque degenerativas, as inerentes a grupo etário e as
morte, perda ou redução, permanente ou tem- que não acarretem incapacidade para o trabalho.

7
Conceito prevencionista

O acidente do trabalho no conceito legal só é caracterizado quando


dele decorre uma lesão física, perturbação funcional ou doença, levando à
morte, perda total ou parcial, permanente ou temporária da capacidade
para o trabalho.
Os prevencionistas, em especial o cipeiro, não devem se ater somen-
te ao conceito legal, mas procurar conhecer o acidente do trabalho em
toda a sua extensão e principalmente em suas possibilidades de preven-
ção.
Os acidentes que não causam ferimentos pessoais devem ser consi-
derados acidentes do trabalho do ponto de vista técnico - prevencionista,
visando evitar os danos físicos que possam por eles serem provocados.
Assim, o conceito prevencionista caracteriza o acidente de trabalho como
“toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do tra-
balho, da qual possa resultar danos físicos e/ou funcionais, ou morte do
trabalhador e/ou danos materiais e econômicos à empresa”.
Nessa definição, o acidente não fica condicionado à lesão física. Sob
o aspecto prevencionista, todo acidente deve ser considerado importante,
pois não é possível prever se ele provocará ou não lesões no trabalhador.
Esta conceituação ampla leva ao registro de todos os acidentes do
trabalho ocorridos, permitindo a exploração de suas causas e conseqüente
prevenção, que caracteriza a verdadeira atuação da CIPA.
Um exemplo seria o caso de uma ferramenta que cai do alto de um
andaime. Fica caracterizado o acidente sob o enfoque prevencionista,
mesmo que esta não atinja ninguém.

8
Com base nos conceitos apresentados, liste
os acidentes ocorridos na empresa nos últimos
anos, classificando os que se enquadram no con-
ceito legal e os que se enquadram no conceito
prevencionista.

9
10
Saúde e higiene do trabalho

De acordo com a OMS (Organização Mun- Medidas de controle e proteção


dial de Saúde), o conceito de saúde está associa- dos riscos
do ao completo bem-estar físico, mental e social
e não apenas a ausência de doenças, ou seja, a Cabe também à CIPA identificar os riscos e
saúde ocupacional seria a ausência de desvios propor medidas de controle para situações peri-
de saúde causados pelas condições de vida no gosas ou insalubres da empresa. Há uma série
ambiente de trabalho. Quanto mais sólidos fo- de medidas de controle, utilizadas no meio am-
rem os processos de medicina e higiene do tra- biente e/ou no homem. A prioridade deve ser
balho relativos a uma determinada atividade dada às medidas de proteção coletiva.
laboral, mais completa será a saúde ocupacional.
Higiene do trabalho é definida como: Medidas de proteção coletiva
“A ciência e a arte devotada à antecipação, Neste sentido, três alternativas podem ser
ao reconhecimento, à avaliação e ao controle dos adotadas:
fatores ambientais e agentes ‘tensores’ origina- Eliminação do risco – Do ponto de vista da
dos no ou do local de trabalho, os quais podem segurança, esta deve ser a atitude prioritária
causar enfermidades, prejuízos à saúde e bem- da empresa diante da situação de risco.
estar, ou significante desconforto e ineficiência A eliminação do risco pode ocorrer em vá-
entre os trabalhadores ou entre cidadãos da co- rios níveis da produção:
munidade”. • Na substituição de uma matéria-prima tóxica
O termo antecipação mostra a necessidade por uma inócua, que ofereça menos riscos à
de buscarmos sempre identificar os potenciais saúde do trabalhador.
riscos à saúde antes que um determinado pro- • Na alteração nos processos produtivos;
cesso industrial seja implementado ou modifica- • Realizando modificações na construção e ins-
do, ou que novos agentes sejam introduzidos no talações físicas de empresa.
ambiente de trabalho. • Produzindo alterações no arranjo físico.
O termo reconhecimento refere-se a toda Neutralização do risco – Na impossibilida-
análise e observação do ambiente de trabalho a de temporária ou definitiva da eliminação de um
fim de identificarmos os agentes existentes, os risco, por motivo de ordem técnica, busca-se a
potenciais de risco a eles associados e qual prio- neutralização do risco, que pode ser feita de três
ridade de avaliação ou controle existe nesse am- maneiras:
biente de trabalho. • Proteção do risco.
Os termos avaliação e controle designam Ex.: Grade para proteção de polias.
principalmente as monitorações que serão • Isolamento do risco no tempo e no espaço.
conduzidas no ambiente de trabalho. Ex.: Instalação do compressor de ar fora das
Estes termos expressam, resumidamente, o linhas de produção (desta maneira, o ruído não
método de trabalho da higiene ocupacional: an- atingirá os trabalhadores).
tecipação, reconhecimento, avaliação e controle. • Enclausuramento do risco.
De modo mais amplo, a higiene não se re- Ex.: Fechar completamente um forno com pa-
fere apenas ao ambiente industrial, mas a qual- redes isolantes térmicas (esta medida protege-
quer tipo de atividade laboral, sendo mais apro- rá os trabalhadores do calor excessivo).
priado, na língua portuguesa, o termo higiene Sinalização de risco – A sinalização do ris-
ocupacional. co é recurso que se usa quando não há alterna-
tivas que se apliquem às duas medidas anterio-
res: eliminação e neutralização do risco pela pro-
teção coletiva.

11
A sinalização deve ser usada como alerta de determinados perigos e
riscos ou em caráter temporário, enquanto tomam-se medidas definitivas.

Medidas de proteção individual


Esgotadas as possibilidades de adoção de medidas de proteção coleti-
vas, ou como forma de complementação destas medidas, a empresa adota-
rá as medidas de proteção individual (EPIs).
De acordo com o artigo 166 da CLT, a empresa é obrigada a fornecer
aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual ade-
quado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
A seguir alguns itens da NR 6 - Equipamento de Proteção Individual:
6.1 – Para fins de aplicação desta Norma Reguladora – NR, considera-
se Equipamento de Proteção Individual – EPI todo dispositivo de uso indi-
vidual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saú-
de e a integridade física do trabalhador.
6.2 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamen-
te, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funciona-
mento, nas seguintes circunstâncias:
a) Sempre que as medidas de proteção coletivas forem tecnicamente
inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de aci-
dentes de trabalho e/ ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implanta-
das;
c) Para atender situações de emergência.
6.5 – O EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser colo-
cado à venda, comercializado ou utilizado, quando possuir o Certificado
de Aprovação – CA, expedido pelo Ministério do Trabalho e da Adminis-
tração – MTA, atendido o disposto no subitem 6.9.3.
6.6 – Obrigações do empregador.
6.6.1 – Obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:
a) Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;
b) Fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo MTA e de empresa
cadastrada no DNSST/MTA;
c) Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado;
d) Tornar obrigatório o seu uso;
e) Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;
g) Comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no EPI.
6.7 – Obrigações do empregado
6.7.1 – Obriga-se o empregado, quanto ao EPI, a:
a) Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
b) Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para o uso;
6.9.3 – Todo EPI deverá apresentar, em caracteres indeléveis e bem
visíveis, o nome comercial da empresa fabricante ou importador, e o nú-
mero de CA.

Além das medidas técnicas citadas, existem outras formas de contro-


le dos acidentes e das doenças. As Medidas Médicas, por exemplo, se
constituem em exames admissionais, periódicos, alteração de função, para
mudança de setor (ambiente) e demissionais e que indicam o estado de
saúde dos trabalhadores.

12
Riscos ambientais

Para que a CIPA atinja seus objetivos de prevenção de acidentes e


doenças do trabalho, ela precisa conhecer e controlar os riscos presentes
no ambiente de trabalho. Para isso, iniciamos, neste capítulo, uma análise
dos riscos ambientais.

Tabela I – anexo IV – da Portaria 25 SSST, de 29.12.94.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul

Riscos

Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes

Arranjo físico
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso inadequado

Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual equipamentos sem
de peso proteção

Máquinas e
Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de equipamentos sem
postura inadequada proteção

Radiações não Controle rígido de Iluminação


Neblinas Fungos
ionizantes produtividade inadequada

Imposição de ritmos
Frio Gases Parasitas Eletricidade
excessivos

Trabalho em turno Probalidade de


Calor Vapores Bacilos
e noturno incêndio ou explosão

Substâncias, compostos
Jornadas de trabalho Armazenamento
Pressões anormais ou produtos químicos —
prolongadas inadequado
em geral

Monotonia e
Umidade — — Animais peçonhentos
repetitividade

Outras situações de
Outras situações
risco que poderão
— — — causadoras de “stress”
contribuir para a
físico e/ou psíquico
ocorrência de acidentes

13
Riscos físicos Conseqüências – O ruído age diretamente
sobre o sistema nervoso, ocasionando:
São considerados riscos físicos: • fadiga nervosa;
• ruídos; • alterações mentais: perda de memória,
• calor e frio; irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias;
• vibrações; • hipertensão;
• pressões anormais; • modificação do ritmo cardíaco;
• radiações; • modificação do calibre dos vasos sangüíneos;
• umidade. • modificação do ritmo respiratório;
• perturbações gastrointestinais;
Ruídos • diminuição da visão noturna;
As máquinas e equipamentos utilizados • dificuldade na percepção de cores.
pelas empresas produzem ruídos que podem Além destas conseqüências, o ruído atinge
atingir níveis excessivos, podendo a curto, mé- também o aparelho auditivo causando a perda
dio e longo prazos provocar sérios prejuízos à temporária ou definitiva da audição.
saúde. Medidas de controle – Para evitar ou dimi-
Dependendo do tempo de exposição, nível nuir os danos provocados pelo ruído nos locais
sonoro e da sensibilidade individual, as altera- de trabalho, podem ser adotadas as seguintes
ções danosas poderão manifestar-se imediata- medidas:
mente ou gradualmente. • Medidas de proteção coletiva: enclausuramen-
Quanto maior o nível de ruído, menor de- to da máquina produtora do ruído; isolamento
verá ser o tempo de exposição ocupacional. do ruído.
• Medida de proteção individual: fornecimento
Tabela – Limites de tolerância para ruído contí- de Equipamento de Proteção Individual (EPI)
nuo ou intermitente. (no caso, protetor auricular).
O EPI deve ser fornecido na impossibilidade
Máxima exposição diária
Nível de ruídos dB (A) de eliminar o ruído ou como medida comple-
permissível
mentar.
85 8 horas • Medidas médicas: exames audiométricos pe-
86 7 horas riódicos; afastamento do local do trabalho;
87 6 horas revezamento.
88 5 horas
• Medidas educacionais: orientação para o uso
correto do EPI; campanha de conscientização.
89 4 horas e 30 minutos
• Medidas administrativas: tornar obrigatório o
90 4 horas uso do EPI: controlar o seu uso.
91 3 horas e 30 minutos Observação: Medidas médicas, educacio-
92 3 horas nais e administrativas devem ser adotadas em
todas as situações de risco.
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 40 minutos Vibrações
95 2 horas Na indústria é comum o uso de máquinas
96 1 hora e 45 minutos e equipamentos que produzem vibrações, as
quais podem ser nocivas ao trabalhador.
98 1 hora e 15 minutos
As vibrações podem ser:
100 1 hora
Localizadas – (em certas partes do corpo)
102 45 minutos São as provocadas por ferramentas manuais,
104 35 minutos elétricas e pneumáticas.
105 30 minutos
Conseqüências – alterações neurovascula-
res nas mãos; problemas nas articulações das
106 25 minutos
mãos e braços; osteoporose (perda da substân-
108 20 minutos cia óssea).
110 15 minutos Generalizadas – (ou do corpo inteiro)
112 10 minutos As lesões ocorrem com os operadores de
grandes máquinas, como os motoristas de ca-
114 8 minutos
minhões, ônibus e tratores.
115 7 minutos

14
Conseqüências – lesões na coluna vertebral; • agravamento de doenças reumáticas;
dores lombares. • predisposição para acidentes;
Medidas de controle – Para evitar ou dimi- • predisposição para doenças das vias respira-
nuir as conseqüências das vibrações é recomen- tórias.
dado o revezamento dos trabalhadores expos- Medidas de controle:
tos aos riscos (menor tempo de exposição). • Medidas de proteção coletiva: ventilação local
exaustora com a função de retirar calor e ga-
Radiações ses dos ambientes; isolamento das fontes de
São formas de energia que se transmitem calor/frio.
por ondas eletromagnéticas. A absorção das • Medidas de proteção individual: fornecimento
radiações pelo organismo é responsável pelo de EPI (Ex.: avental, bota, capuz, luvas especi-
aparecimento de diversas lesões. Podem ser ais para trabalhar no frio – avental e luvas de
classificadas em dois grupos: amianto para trabalhar no calor).
Radiações ionizantes – Os operadores de RX
e de Radioterapia estão, freqüentemente, expos- Pressões anormais
tos a este tipo de radiação, que pode afetar o or- Há uma série de atividades em que os tra-
ganismo ou se manifestar nos descendentes das balhadores ficam sujeitos a pressões ambien-
pessoas expostas. tais acima ou abaixo das pressões normais, isto
Radiações não ionizantes – São radiações é, da pressão atmosférica a que normalmente
não ionizantes a radiação infravermelha, prove- estamos expostos.
niente de operações em fornos, ou de solda Baixas pressões – São as que se situam
oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a ge- abaixo da pressão atmosférica normal e ocor-
rada por operações em solda elétrica, ou ainda rem com trabalhadores que realizam tarefas em
raios laser, microondas, etc. grandes altitudes. No Brasil, são raros os traba-
Seus efeitos são perturbações visuais lhadores expostos a este risco.
(conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões Altas pressões – São as que se situam aci-
na pele, etc. ma da pressão atmosférica normal. Ocorrem em
Medidas de controle: trabalhos realizados em tubulações de ar com-
• Medidas de proteção coletiva: isolamento da primido, máquinas de perfuração (SHIELD), cai-
fonte de radiação. (Ex.: biombo protetor para xões pneumáticos e trabalhos executados por
operação de solda); enclausuramento da fon- mergulhadores. Exemplos: Caixões pneumáti-
te de radiação (Ex.: pisos e paredes revestidas cos, compartimentos estanques instalados no
de chumbo em salas de RX). fundo de mares, rios e represas onde é injetado
• Medidas de proteção individual: fornecimento ar comprimido que expulsa a água do interior
de EPI adequado ao risco (Ex.: avental, luva, do caixão, possibilitando o trabalho. São usa-
perneira e mangote de raspa para soldador; dos na construção de pontes e barragens.
óculos para operadores de forno). Conseqüências:
• Medida administrativa: (Ex.: dosímetro de bol- • ruptura do tímpano quando o aumento da pres-
so para técnico de RX. são for brusco,
• Medida médica: exames periódicos. • liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos
sangüíneos, causando dores abdominais, obs-
Calor trução dos vasos sangüíneos e morte.
Altas temperaturas podem provocar: Medidas de controle – Por ser uma ativida-
• desidratação; de de alto risco, existe legislação específica (NR-
• erupção da pele; 15) a ser obedecida.
• câimbras;
• fadiga física; Umidade
• distúrbios psiconeuróticos; As atividades ou operações executadas em
• problemas cardiocirculatórios; locais alagados ou encharcados, com umidade
• insolação. excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos
trabalhadores, são situações insalubres e devem
Frio ter a atenção dos prevencionistas por meio de
Baixas temperaturas podem provocar: verificações realizadas nesses locais para estu-
• feridas; dar a implantação de medida de controle.
• rachaduras e necrose da pele;
• enregelamento: ficar congelado;

15
Conseqüências: tiva, febre de fumos metálicos, intoxicação es-
• doenças do aparelho respiratório; pecífica de acordo com o metal.
• quedas; Os metais que oferecem maior risco nos
• doenças de pele; processos industriais são: chumbo, mercúrio,
• doenças circulatórias. arsênico, estanho, cobre, níquel, cromo, zinco
Medidas de controle: e ferro.
• Medidas de proteção coletiva: estudo de modi-
ficações no processo do trabalho; colocação de Névoas
estrados de madeira; ralos para escoamento. Partículas líquidas resultantes da conden-
• Medidas de Proteção individual: fornecimento sação de vapores ou da dispersão mecânica de
do EPI (Ex.: botas, avental e luvas de borracha líquidos. Ex.: névoa resultante do processo de
para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, pintura a revólver; monóxido de carbono libera-
limpeza, etc). do pelos escapamentos dos carros.

Gases
Riscos químicos Estado natural das substâncias nas condi-
ções usuais de temperatura e pressão. Ex.: GLP
Os riscos químicos presentes nos locais de (gás liqüefeito de petróleo), hidrogênio, ácido
trabalho são encontrados na forma sólida, líqui- nítrico, butano, ozona, etc.
da ou gasosa e classificam-se em: poeiras; fumos;
névoas; gases; vapores, neblinas e substâncias, Vapores
compostos ou produtos químicos em geral. São dispersões de moléculas no ar que
Poeiras, fumos, névoas, gases e vapores podem condensar-se para formar líquidos ou
estão dispersos no ar (aerodispersóides). sólidos em condições normais de temperatura
e pressão. Ex.: nafta, gasolina, naftalina, etc.
Poeiras Névoas, Gases e Vapores podem ser clas-
São partículas sólidas geradas mecanica- sificados em:
mente por ruptura de partículas maiores. As • Irritantes: irritação das vias aéreas superiores.
poeiras são classificadas em: Ex.: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda
• Poeiras minerais caústica, cloro etc.
Ex.: sílica, asbesto, carvão mineral • Asfixiantes: dor de cabeça, naúseas, sonolên-
Conseqüências: cia, convulsões, coma e morte. Ex.: hidrogê-
Silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneu- nio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno,
moconiose dos minérios de carvão (mineral). dióxido de carbono, monóxido de carbono etc.
• Poeiras vegetais • Anestésicos: (a maioria dos solventes orgâni-
Ex.: algodão, bagaço de cana-de-açúcar cos). Ação depressiva sobre o sistema nervo-
Conseqüências: so, danos aos diversos órgãos, ao sistema for-
Bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açú- mador de sangue (benzeno) etc. Ex.: butano,
car) etc. propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbo-
• Poeiras alcalinas no, tricloroetileno, benzeno, tolueno, álcoois,
Ex.: calcário perclorotileno, xileno, etc.
Conseqüências:
Doenças pulmonares obstrutivas crônicas, Vias de penetração dos agentes químicos
enfizema pulmonar Os agentes químicos podem penetrar no
• Poeiras incômodas organismo de 3 maneiras:
Conseqüência: • Via cutânea (pele)
Interação com outros agentes nocivos presen- • Via digestiva (boca)
tes no ambiente de trabalho, potencializando • Via respiratória (nariz)
sua nocividade. A penetração dos agentes químicos no or-
ganismo depende de sua forma de utilização.
Fumos
Partículas sólidas produzidas por conden- Fatores que influenciam a toxicidade dos
sação de vapores metálicos: Ex.: fumos de óxi- contaminantes ambientais
do de zinco nas operações de soldagem com Para avaliar o potencial tóxico das substân-
ferro. cias químicas, alguns fatores devem ser leva-
Conseqüências: Doença pulmonar obstru- dos em consideração:

16
• Concentração: quanto maior a concentração, exposição do funcionário a estes microorganis-
mais rapidamente seus efeitos nocivos mani- mos.
festar-se-ão no organismo: São necessárias medidas preventivas para
• Índice respiratório: representa a quantidade que as condições de higiene e segurança nos
de ar inalado pelo trabalhador durante a jor- diversos setores de trabalho sejam adequadas.
nada de trabalho: Medidas de controle – As mais comuns são:
• Sensibilidade individual: o nível de resistência saneamento básico (água e esgoto); controle
varia de indivíduo para indivíduo: médico permanente; uso de EPI; higiene rigoro-
• Toxicidade: é o potencial tóxico da substância sa nos locais de trabalho; hábitos de higiene
no organismo; pessoal; uso de roupas adequadas; vacinação;
• Tempo de exposição: é o tempo que o orga- treinamento; sistema de ventilação/exaustão.
nismo fica exposto ao contaminante. Para que uma substância seja nociva ao
Medidas de controle – As medidas sugeri- homem, é necessário que ela entre em contato
das abaixo pretendem dar apenas uma idéia do com seu corpo. Existem diferentes vias de pe-
que pode ser adotado, pois existe uma grande netração no organismo humano com relação à
quantidade de produtos químicos em uso e as ação dos riscos biológicos:
medidas de proteção devem ser adaptadas a • cutânea: Ex.: a leptospirose é adquirida pelo
cada tipo: contato com águas contaminadas pela urina
• Medidas de proteção coletiva: Ventilação e do rato.
exaustão do local; ventilação e exaustão do • digestiva: Ex.: ingestão de alimentos deterio-
ponto de operação; armazenamento adequa- rados.
do; substituição do produto químico utilizado • respiratória: Ex.: a pneumonia é transmitida
por outro menos tóxico; redução do tempo de pela aspiração de ar contaminado.
exposição; estudo de alteração de processo de
trabalho; conscientização dos riscos no ambi-
ente. Riscos ergonômicos
• Medidas de proteção individual: Fornecimen-
to do EPI como medida complementar (Ex.: São considerados riscos ergonômicos: es-
máscara de proteção respiratória para poeira, forço físico; levantamento de peso; postura ina-
para gases e fumos; luvas de borracha, dequada; controle rígido de produtividade; situ-
neoprene para trabalhos com produtos quími- ação de estresse; trabalhos em período notur-
cos em geral, aventais e botas). no; jornada de trabalho prolongada; monotonia
• Medidas médicas: Exames médicos periódicos e repetitividade; imposição de rotina intensa.
para controle da exposição do trabalhador aos A ergonomia ou engenharia humana é
riscos químicos; afastamento do local ou do uma ciência relativamente recente que estuda
trabalho. as relações entre o homem e seu ambiente de
trabalho.
A Organização Internacional do Trabalho
Riscos biológicos (OIT) define a ergonomia como a “aplicação das
ciências biológicas humanas em conjunto com
São considerados riscos biológicos: vírus, os recursos e técnicas da engenharia para al-
bactérias, protozoários, fungos, parasitas e cançar o ajustamento mútuo, ideal entre o ho-
bacilos. mem e seu trabalho, e cujos resultados se me-
Os riscos biológicos ocorrem por meio de dem em termos de eficiência humana e bem-
microorganismos que, em contato com o ho- estar no trabalho”.
mem, podem provocar inúmeras doenças. Mui- Conseqüências – Os riscos ergonômicos po-
tas atividades profissionais favorecem o contato dem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos
com tais riscos. É o caso das indústrias de ali- e provocar sérios danos à saúde do trabalhador
mentação, hospitais, limpeza pública (coleta de porque produzem alterações no organismo e no
lixo), laboratórios etc. estado emocional, comprometendo sua produ-
Entre as inúmeras doenças profissionais tividade, saúde e segurança, tais como: cansa-
provocadas por microorganismos incluem-se: ço físico, dores musculares, hipertensão arteri-
tuberculose, brucelose, malária, febre amarela. al, alteração do sono, diabetes, doenças nervo-
Para que estas doenças possam ser consi- sas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo
deradas doenças profissionais é preciso que haja (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas
de coluna, etc.

17
Medidas de controle – Para evitar que estes riscos comprometam as
atividades e a saúde do trabalhador, é necessário um ajuste entre as con-
dições de trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto
físico e psíquico por meio de: melhoria no processo de trabalho, melhores
condições no local de trabalho, modernização de máquinas e equipamen-
tos, melhoria no relacionamento entre as pessoas, alteração no ritmo de
trabalho, ferramentas adequadas, postura adequadas etc.

Riscos de acidentes

São considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico


deficiente; máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas inade-
quadas ou defeituosas; eletricidade; incêndio ou explosão; animais
peçonhentos; armazenamento inadequado.

Arranjo físico deficiente


É resultante de: prédios com área insuficiente; localização imprópria
de máquinas e equipamentos; má arrumação e limpeza; sinalização incor-
reta ou inexistente; pisos fracos e/ou irregulares.

Máquinas e equipamentos sem proteção


Máquinas obsoletas; máquinas sem proteção em pontos de trans-
missão e de operação; comandos de liga/desliga fora do alcance do opera-
dor; máquinas e equipamentos com defeitos ou inadequados; EPI inade-
quado ou não fornecido.

Ferramentas inadequadas ou defeituosas


Ferramentas usadas de forma incorreta; falta de fornecimento de fer-
ramentas adequadas; falta de manutenção.

Eletricidade
Instalação elétrica imprópria, com defeito ou exposta; fios
desencapados; falta de aterramento elétrico; falta de manutenção.

Incêndio ou explosão
Armazenamento inadequado de inflamáveis e/ou gases; manipula-
ção e transporte inadequado de produtos inflamáveis e perigosos; sobre-
carga em rede elétrica; falta de sinalização; falta de equipamentos de com-
bate ou equipamentos defeituosos.

18
Verificação de segurança

Objetivo blemas relativos à Segurança e à Medicina do


Trabalho. Dessas verificações podem participar
A verificação de segurança tem por objeti- engenheiros, técnicos de segurança, médicos,
vo detectar as possíveis causas que propiciem a assistentes sociais e membros da CIPA. Essas
ocorrência de acidentes, visando tomar ou pro- verificações devem ser repetidas a intervalos
por medidas que eliminem ou neutralizem os regulares e, onde não existirem Serviços Espe-
riscos de acidentes do trabalho. Desta forma, ins- cializados em Segurança e Medicina do Traba-
peção de segurança é uma prática contínua em lho, a tarefa caberá à CIPA da Empresa.
busca de:
• Métodos de trabalhos inadequados Verificações parciais
• Riscos ambientais Elas podem limitar-se em relação a áreas
• Verificação da eficácia das medidas preventi- específicas, sendo verificados apenas determina-
vas rotineiras e especiais em funcionamento. dos setores da empresa, e podem limitar-se em
A verificação de segurança está prevista relação às atividades, sendo verificados certos
como atribuição da CIPA no item 5.16, alínea “d”, tipos de trabalho, certas máquinas ou certos equi-
da NR 5 (Portaria 8/99). pamentos.
O cipeiro deve realizar verificações nos
ambientes e condições de trabalho. Verificações de rotina
A base de toda inspeção de segurança e Cabem aos encarregados dos setores de
análise dos riscos sob os aspectos já citados segurança, aos membros da CIPA, ao pessoal
deve envolver indivíduos, grupos, operações e que cuida da manutenção de máquinas, equi-
processos. Dentro do objetivo de análise dos pamentos e condutores de energia. É muito im-
vários fatores de risco e acidentes, as propos- portante que os próprios trabalhadores façam
tas metodológicas mais aceitas envolvem a verificações em suas ferramentas, nas máqui-
identificação do agente do acidente. O agente nas que operam e nos equipamentos que utili-
do acidente é todo fator humano, físico ou zam. Naturalmente, em verificações de rotina,
ambiental que provoca perdas. Controlar ou são mais procurados os riscos que se manifes-
neutralizar o agente é muito mais importante tam com mais frequência e que constituem as
do que simplesmente atribuir a culpa a este ou causas mais comuns dos acidentes.
àquele fato ou pessoa.
Verificações periódicas
Como é natural que ocorram desgastes dos
Verificações que podem meios materiais utilizados na produção, de tem-
ser realizadas pos em tempos devem ser marcadas, com re-
gularidade, verificações destinadas a descobrir
As verificações de segurança não são feitas riscos que o uso de ferramentas, de máquinas,
somente, pela CIPA, mas também pelos profissi- de equipamentos e de instalações energéticas
onais dos Serviços Especializados. Podem ser fei- podem provocar. Os setores de manutenção e
tas por diversos motivos, com objetivos diferen- de produção normalmente se ocupam dessas
tes e programadas em épocas e em intervalos inspeções periódicas. Algumas dessas verifica-
variáveis. Podem ser: gerais, parciais, de rotina, ções são determinadas em lei, principalmente
periódicas, eventuais, oficiais e especiais. as de equipamentos perigosos, como caldeiras
e elevadores e mesmo as de equipamentos de
Verificações gerais segurança como extintores, mangueiras e ou-
São aquelas feitas em todos os setores da tros. Materiais móveis de maior uso e desgaste
empresa e que se preocupam com todos os pro- devem merecer verificações periódicas.

19
Verificações eventuais Registro
Não têm datas ou períodos determinados. O registro dos riscos observados sobre saú-
Podem ser feitas por técnicos vários, incluindo de e segurança do trabalho deve ser feiro em
médicos e engenheiros, e se destinam a con- formulários que favoreçam a análise dos pro-
troles especiais de problemas importantes dos blemas apontados.
diversos setores da empresa. O médico pode,
por exemplo, realizar verificações em ambien- Análise de riscos
tes ligados à saúde do trabalhador, como refei- Da verificação de segurança resulta a ne-
tórios, cozinhas, instalações sanitárias, vestiá- cessidade de um estudo mais aprofundado de
rios e outros. determinada operação. Trata-se da análise de
riscos. Para realizá-la, o interessado deve decom-
Verificações oficiais por e separar as fases da operação, para verifi-
São realizadas por agentes dos órgãos ofi- cação cuidadosa dos riscos que estão presentes
ciais e das empresas de seguro. em cada fase. O quadro abaixo orienta a decom-
posição de uma operação para este fim.
Verificações especiais
Destinam-se a fazer controles técnicos que Quadro – Decomposição de uma operação.
exigem profissionais especializados, aparelhos de
teste e de medição. Pode-se dar o exemplo de
Dados Análise dos riscos
medição do ruído ambiental, da quantidade de
partículas tóxicas em suspensão no ar, da pes-
quisa de germes que podem provocar doenças.
A presença de representantes da CIPA nas Deve ser feito isso que está sendo
O que é feito? observado ou existe algum risco
verificações de segurança é sempre recomen- que sugere alteração?
dável, pois a assimilação de conhecimentos cada
vez mais amplos sobre as questões de Seguran- A técnica desenvolvida é correta?
ça e Medicina no Trabalho vai tornar mais com- Como é feito?
Contém riscos que podem ser
pleto o trabalho educativo que a comissão de- eliminados com pequenas
alterações?
senvolve.
Além disso, a renovação dos membros da
O objetivo da atividade será
CIPA faz com que um número sempre maior de Por que é feito? alcançado corretamente em
empregados passe a aprofundar os conhecimen- segurança?
tos exigidos para a solução dos problemas rela-
tivos a acidentes e doenças do trabalho.
Priorização
A partir da análise de riscos, priorizar os
Passos a serem seguidos na problemas de forma a atender àqueles mais gra-
verificação de segurança ves e/ou iminentes.

Existem alguns passos que devem ser se- Implantação


guidos para o desenvolvimento dessa atividade. Nesta fase, os relatórios com as medidas
São eles: observação, registro, análise de riscos, corretivas definidas deverão ser encaminhados
priorização, implantação e acompanhamento. ao departamento responsável para sua
efetivação. A operacionalização das medidas
Observação deverá ser negociada no próprio setor respon-
Neste primeiro passo, os elementos da sável, em prazos determinados com prioridade.
CIPA devem observar criteriosamente as condi-
ções de trabalho e de atuação das pessoas. Essa Acompanhamento
observação deve ser complementada com da- Consiste na verificação e cobrança das
dos obtidos por meio de entrevistas e preenchi- medidas preventivas propostas. Devem ser rea-
mento de questionários junto aos encarregados lizados, junto à unidade responsável, setores
e trabalhadores. afins e com o SESMT.

20
Toda verificação de segurança possui um minar os riscos existentes.
ciclo de procedimentos básicos: A partir da Portaria nº 25, de 29/12/94, da
SSST, a realização do Mapeamento de riscos
tornou-se uma atribuição da CIPA.
Observações A nova NR 5 (Portaria 8, de 23/02/99), ratifi-
cou essa atribuição no item 5.16, alínea “a”:

Acompanhamento Registro “identificar os riscos no processo de


Verificação trabalho e elaborar o Mapa de Riscos, com
de a participação do maior número de traba-
segurança
lhadores, com assessoria do SESMT, quan-
Implantação Análise de risco do houver”;

O Mapa de Riscos deve, então, ser execu-


Definição tado pela CIPA, por seus membros, observadas
de prioridades
as seguintes etapas:
• conhecimento do processo de trabalho no lo-
Para que a CIPA tenha uma atuação mais cal analisado;
efetiva, sugerimos que mensalmente sejam re- • identificação dos riscos existentes (Tabela I –
alizadas verificações de segurança. Cada setor anexo IV – da Portaria 25 SSST, de 29.12.94);
da empresa seria verificado por subcomissão da • identificação das medidas preventivas existen-
CIPA, com o objetivo de controlar as condições tes e verificação de sua eficácia;
ambientais sanando riscos imediatos com a aju- • identificação dos indicadores de saúde;
da das Chefias e do SESMT. Dessas comissões • conhecimento dos levantamentos ambientais
participam o cipeiro titular, o suplente de área e já realizados no local;
o supervisor de segurança. • elaboração do Mapa de Riscos, sobre layout
da empresa.
O Mapa é a representação gráfica do reco-
Mapeamento de riscos nhecimento dos riscos existentes nos locais de
trabalho, por meio de círculos de diferentes ta-
É uma metodologia de verificação nos lo- manhos e cores.
cais de trabalho, tornada obrigatória a partir da
publicação da Portaria nº 25, de 29/12/94, da Simbologia utilizada:
SSST, e que consiste numa análise do processo Círculos com diâmetros diferentes
de produção e das condições de trabalho.
O seu objetivo é reunir informações neces- risco grave risco médio risco pequeno
sárias para que seja estabelecido o diagnóstico
da situação de segurança e saúde no trabalho
da empresa, além de possibilitar, durante a sua
elaboração, a troca e a divulgação de informa-
ções entre os trabalhadores, estimulando a sua
participação nas atividades de prevenção e con- O tamanho do círculo expressa a gravida-
tribuindo para a conscientização a respeito dos de do risco, que é representado por uma cor:
riscos no ambiente de trabalho. É um instrumen-
to que pode ajudar a diminuir a ocorrência de
acidentes do trabalho e a incidência de doenças Riscos ambientais Cores
ocupacionais, que interessa sobremaneira aos
Agentes físicos verde
empresários e trabalhadores.
Para a realização do Mapa de Riscos, deve- Agentes químicos vermelho
se contar com a participação dos cipeiros e dos Agentes biológicos marrom
trabalhadores além dos profissionais de segu- Agentes ergonômicos amarelo
rança e medicina do trabalho (SESMT). É uma
Agentes de acidentes azul
metodologia que busca a participação dos en-
volvidos no processo produtivo para deter-

21
Ficha de verificação de segurança

Área ou Seção: ______________________________________________________________________________


Data: __________________ Hora: ___________________
Responsáveis pela verificação: _______________________________________________________________

Local (especificar) Medida corretiva sugerida


1 Piso
a) escorregadio ___________________________________________________________________________________
b) sujo ____________________________________________________________________________________________
c) irregular ________________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

2 Escadas, rampas e parapeitos


a) inclinação perigosa _____________________________________________________________________________
b) em mau estado _________________________________________________________________________________
c) inadequada _____________________________________________________________________________________
d) fora de uso _____________________________________________________________________________________
e) s/ proteção lateral _______________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

3 Iluminação
a) excessiva _______________________________________________________________________________________
b) gases __________________________________________________________________________________________
c) deficiente ______________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

4 Ventilação
a) excessiva _______________________________________________________________________________________
b) gases __________________________________________________________________________________________
c) correntes de ar _________________________________________________________________________________
d) insuficiente _____________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

5 Edifícios
a) janelas _________________________________________________________________________________________
b) portas __________________________________________________________________________________________
c) saídas de emergência ___________________________________________________________________________
d) cond. de construção _____________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

6 Instalação elétrica
a) Inadequada _____________________________________________________________________________________
b) sem isolação ___________________________________________________________________________________
c) em mau estado _________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

7 Maquinaria
a) mal instalada ___________________________________________________________________________________
b) com defeito perigoso ____________________________________________________________________________
c) sem proteção ___________________________________________________________________________________
d) sem dispositivo de segurança ____________________________________________________________________
e) mal operada ____________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

22
Local (especificar) Medida corretiva sugerida

8 Ferramentas
a) em mau estado _________________________________________________________________________________
b) com funcionamento deficiente ___________________________________________________________________
c) desgastadas ____________________________________________________________________________________
d) Inadequadas ____________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

9 Inflamáveis
a) fora de lugar ____________________________________________________________________________________
b) armazenamento inadequado _____________________________________________________________________
c) recipientes inadequados _________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

10 Equipamento contra incêndio _______________________________________________________________________


a) mal localizado __________________________________________________________________________________
b) obstruído _______________________________________________________________________________________
c) válvulas, alimentação, hidrantes _________________________________________________________________
d) falta de extintor em lugar demarcado _____________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

11 Ordem e limpeza
a) materiais inflamáveis ___________________________________________________________________________
b) refugos espalhados _____________________________________________________________________________
c) materiais em desordem _________________________________________________________________________
d) ferramentas espalhadas _________________________________________________________________________
e) corredores _____________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

12 Sinalização:
a) falta de sinalização ______________________________________________________________________________
b) falta de faixas ___________________________________________________________________________________
c) falta de cartazes ________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

13 Equipamento proteção individual


a) não é fornecido _________________________________________________________________________________
b) não é usado ____________________________________________________________________________________
c) uso inadequado ________________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

14 Práticas inseguras
a) roupa inadequada ______________________________________________________________________________
b) brincadeiras ____________________________________________________________________________________
c) normas de segurança ___________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

15 Empilhamento
a) mal feito _______________________________________________________________________________________
b) muito alto ______________________________________________________________________________________
c) estrados quebrados _____________________________________________________________________________
d) em local impróprio ______________________________________________________________________________
Observações: ______________________________________________________________________________________

Assinatura dos responsáveis pela verificação: ___________________________________________________________

Encaminhar cópias ao chefe imediato, ao técnico de segurança e à CIPA.

Podemos concluir que as verificações de segurança são de fundamental importância para a


prevenção de acidentes na empresa. Quando repetidas, alcançarão resultados que favorecem a for-
mação e o fortalecimento do espírito prevencionista que os empregados precisam ter e servem de
exemplo para que os próprios trabalhadores exerçam, em seus serviços, controles de segurança.
Proporcionam uma cooperação mais aprofundada entre os serviços especializados, CIPAs e os di-
versos setores da empresa.

23
Processo de trabalho

Análise do processo Um processo de trabalho se divide em fa-


ses. Exemplo:
Para facilitar o levantamento de riscos faz- • 1ª fase - corte
se necessário o conhecimento dos processos de • 2ª fase - prensagem
trabalho e sua análise, ou seja, o seu desdobra- • 3ª fase - furação
mento em partes. • 4ª fase - cromeação
“Processo é o conjunto de atividades pre- • 5ª fase - embalagem
determinadas feitas para gerar produtos/servi- As fases se subdividem em operações. Con-
ços que atendam as necessidades dos clientes”. siderando a fase de corte das chapas, temos:
• 1ª operação
colocar a chapa na guilhotina;
Exemplo de uma das fases do Processo de • 2ª operação
Fabricação de Dobradiças para Portas acionar o comando da guilhotina.
A análise do processo de trabalho é execu-
tada fase por fase.
Todas as fases do processo deverão ser
As chapas saem do almoxarifado analisadas cuidadosamente com o objetivo de
detectar os riscos presentes. Ex: Na fase de cor-
B te das chapas podem estar presentes os seguin-
tes riscos:
• Corte de mãos e dedos no ponto de operação
As chapas são cortadas em guilhotinas (quando não há proteção);
• Cortes nas mãos e braços (se não houver o uso
B de luvas na manipulação das chapas);
• Problemas de levantamento de peso (ao se co-
locar as chapas na guilhotina).Metodologia da
As chapas são estampadas em prensas investigação

B
As chapas são furadas simultaneamente

B
As chapas são cromadas

B
As chapas são embaladas

24
Com base nas informações sobre Riscos
Ambientais, Verificação de Segurança e Proces-
so de Trabalho, escolha um trabalho de seu se-
tor, identifique os riscos existentes e sugira, nas
páginas seguintes, algumas medidas de preven-
ção ou controle.

25
26
Metodologia da investigação
e análise dos acidentes

A prevenção de acidentes deve obedecer a cisão, acompanhamento inadequado e/ou mau


um processo dinâmico e constante que se ca- comportamento das pessoas que observaram ou
racterize por ações efetivamente prevencionistas não o desenvolvimento das situações de risco
que devem ser tomadas no sentido de evitar, daqueles que estão exercendo ou vão exercer
eliminar, controlar ou impedir a evolução e con- atividades. Portanto, as condições inseguras são,
solidação dos riscos no ambiente de trabalho. freqüentemente, geradas pelo comportamento
Assim, a ação prevencionista correta e ideal do homem.
é aquela que procura eliminar ou minimizar as Deve-se evitar o uso dos termos condição
causas dos acidentes antes que os mesmos acon- insegura e/ou ato inseguro em uma investiga-
teçam, proporcionando aos trabalhadores con- ção e análise de acidentes. O objetivo é identifi-
dições eficazes de sobrevivência no exercício do car as falhas no processo que levaram ao ato e/
trabalho. No entanto, mesmo dentro deste siste- ou condição insegura.
ma, os acidentes poderão ocorrer e caberá à Coletadas as informações, incluindo fato-
“CIPA” estudar suas causas, circunstâncias e con- res que precederam e sucederam o acidente, po-
seqüências. deremos comparar os depoimentos, apurar as
causas reais e propor esforços para a elimina-
ção das mesmas. Em resumo, as investigações
Identificação das causas de acidente visam apurar:
• o que aconteceu;
Basicamente, existem duas causas de aci- • como aconteceu;
dentes difundidas pelos “especialistas” e • por que aconteceu;
cipeiros, que são: • o que deve ser feito ou providenciado para evi-
tar casos semelhantes.
Ato inseguro Desse último item deve resultar a recomen-
É todo o ato do trabalhador que contraria dação das medidas que deverão ser tomadas
normas e procedimentos que visam a preven- para prevenir novas ocorrências semelhantes.
ção de acidentes e doenças ocupacionais. A Por- A anatomia dos acidentes nem sempre é
taria 3214 – NR 1, item 1.7 – subitem I, define a fácil de ser estudada, pois não se resume nos
responsabilidade com relação ao ato inseguro; fatos aparentes ou visíveis, exigindo o levanta-
Cabe ao empregador prevenir atos inseguros no mento de todos os fatores que o precederam,
desempenho do trabalho. Deve ficar claro que o até o último que resultou no acidente.
importante não é eliminar a ação ou ato e sim A situação é muitas vezes complexa, envol-
modificar a atitude. ve diversos itens ligados às instalações, maqui-
narias, ferramentas, horário de trabalho etc., li-
gados às ações negligentes dos trabalhadores
Atitude – decisão mental de fazer ou não algo. ou a problemas pessoais de ordem emocional,
de saúde ou econômica. Há necessidade de ten-
tar revelar todas essas causas, suas relações e
Condição insegura interdependências.
É outro termo técnico usado na prevenção
de acidentes que tem como definição as circuns-
tâncias externas de que dependem os trabalha- A análise do acidente
dores para executarem suas atividades e que
sejam contrárias às normas e procedimentos de A cuidadosa investigação de um acidente
segurança. Deve ser lembrado que essas condi- oferece elementos valiosos para a análise que
ções estão presentes no ambiente de trabalho deve ser feita, concluindo-se sobre suas causas
pelo simples fato que foram instaladas por de- e suas conseqüências.

27
Tal trabalho provoca a adoção de uma sé- Priorizar e acompanhar a implantação das
rie de medidas ou providências administrativas, medidas.
técnicas, psicológicas ou educativas dentro da Ter sempre como requisito básico – rigor,
empresa. lógica, objetividade e eficácia.
A CIPA deve participar dos vários aspectos
relacionados com o estudo dos acidentes, preo-
cupando-se em analisá-los e elaborando relató- Modelo da CAT Comunicação de
rios, registros, comunicações e sugestões entre Acidente do Trabalho
outras providências.
O estudo dos acidentes não deve limitar-se Deve ser emitida sempre que ocorra aciden-
àqueles considerados graves. Pequenos aciden- te do trabalho e doença ocupacional.
tes podem revelar riscos grandes; acidentes sem A CAT pode ter como emitente responsá-
lesão podem transformar-se em ocorrências com vel:
vítimas. A CIPA deve investir na identificação de • o empregador;
perigos que parecem sem gravidade mas que • o sindicato da categoria profissional;
poderão tornar-se fontes de acidentes graves. • o médico assistente;
A análise dos acidentes fornece dados que • o segurado ou seus dependentes;
se acumulam e possibilitam uma visão mais • a autoridade pública.
correta sobre as condições de trabalho da em- Para o correto preenchimento da CAT, deve
presa, com indicações sobre os tipos de aciden- ser observado o Manual de Orientação editado
tes mais comuns, sobre as causas mais atuan- pelo INSS.
tes, medindo a gravidade das conseqüências e
revelando os setores que necessitam de maior
atenção da CIPA e do SESMT.
Considerando-se dimensão das conseqü-
ências do acidente (físicas, econômicas, psico-
lógicas, sociais etc.) para o trabalhador e anali-
sando de forma real os benefícios devidos, os
efetivados pela legislação, e a real perspectiva
de reabilitação profissional, reintegração soci-
al e familiar, revela-se a necessidade de reali-
zar com seriedade e competência a investiga-
ção e análise dos acidentes, como trabalho pre-
vencionista.

Passos a serem seguidos

Levantar os fatos:
• fazer pesquisa no local de trabalho;
• fazer entrevistas com pessoas envolvidas com
o objetivo de levantar os fatos reais e não fazer
prejulgamentos ou interpretações pessoais.
Ordenar os fatos:
• identificar o último fato, ou seja, o acidente;
• identificar as causas, perguntando:
- O que causou este fato?;
- Esse “causador” foi necessário?
- Esse mesmo causador foi suficente para que
o acidente ocorresse, ou há outras causas?
Procurar medidas preventivas que:
• estejam de conformidade com a lei;
• apresentem relação custo/benefício positiva;
• providenciem a eliminação do risco.

28
Identifique um acidente ocorrido na em-
presa nos últimos anos e proceda à sua análi-
se, nas páginas seguintes, conforme os passos
apresentados.

29
30
Organização da CIPA

Norma regulamentadora NR 5 plinadas em atos normativos para setores eco-


(Anexo da Portaria nº 08 de 23 de nômicos específicos.
fevereiro de 1999) 5.6.1 Os representantes dos empregadores,
titulares e suplentes serão por eles desig-
Do objetivo nados.
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de 5.6.2 Os representantes dos empregados,
Acidentes – CIPA – tem como objetivo a preven- titulares e suplentes, serão eleitos em es-
ção de acidentes e doenças decorrentes do tra- crutínio secreto, do qual participem, inde-
balho, de modo a tornar compatível permanen- pendentemente de filiação sindical, exclu-
temente o trabalho com a preservação da vida e sivamente os empregados interessados.
a promoção da saúde do trabalhador. 5.6.3 O número de membros titulares e su-
plentes da CIPA, considerando a ordem de-
Da constituição crescente de votos recebidos, observará o
5.2 Devem constituir CIPA, por estabeleci- dimensionamento previsto no Quadro I des-
mento, e mantê-la em regular funcionamento as ta NR, ressalvadas as alterações disciplina-
empresas privadas, públicas, sociedades de eco- das em atos normativos de setores econô-
nomia mista, órgãos da administração direta e micos específicos.
indireta, instituições beneficentes, associações 5.6.4 Quando o estabelecimento não se en-
recreativas, cooperativas, bem como outras ins- quadrar no Quadro I, a empresa designará
tituições que admitam trabalhadores como em- um responsável pelo cumprimento dos ob-
pregados. jetivos desta NR, podendo ser adotados
5.3 As disposições contidas nesta NR apli- mecanismos de participação dos emprega-
cam-se, no que couber, aos trabalhadores avul- dos, através de negociação coletiva.
sos e às entidades que lhes tomem serviços, 5.7 O mandato dos membros eleitos da
observadas as disposições estabelecidas em CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
Normas Regulamentadoras de setores econômi- reeleição.
cos específicos. 5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem
5.4 A empresa que possuir em um mesmo justa causa do empregado eleito para cargo de
município dois ou mais estabelecimentos, de- direção de Comissões Internas de Prevenção de
verá garantir a integração das CIPA e dos desig- Acidentes desde o registro de sua candidatura
nados, conforme o caso, com o objetivo de har- até um ano após o final de seu mandato.
monizar as políticas de segurança e saúde no 5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA
trabalho. condições que não descaracterizem suas ativi-
5.5 As empresas instaladas em centro co- dades normais na empresa, sendo vedada a
mercial ou industrial estabelecerão, através de transferência para outro estabelecimento sem a
membros de CIPA ou designados, mecanismos sua anuência, ressalvado o disposto nos pará-
de integração com objetivo de promover o de- grafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.
senvolvimento de ações de prevenção de aci- 5.10 O empregador deverá garantir que
dentes e doenças do ambiente e instalações de seus indicados tenham a representação neces-
uso coletivo, podendo contar com a participa- sária para a discussão e encaminhamento das
ção da administração do mesmo. soluções de questões de segurança e saúde no
trabalho analisadas na CIPA.
Da organização 5.11 O empregador designará entre seus
5.6 A CIPA será composta de representan- representantes o Presidente da CIPA, e os re-
tes do empregador e dos empregados, de acor- presentantes dos empregados escolherão entre
do com o dimensionamento previsto no Qua- os titulares o vice-presidente.
dro I desta NR, ressalvadas as alterações disci-

31
5.12 Os membros da CIPA, eleitos e desig- setor onde considere haver risco grave e
nados, serão empossados no primeiro dia útil iminente à segurança e saúde dos trabalha-
após o término do mandato anterior. dores;
5.13 Será indicado, de comum acordo com i) colaborar no desenvolvimento e implemen-
os membros da CIPA, um secretário e seu subs- tação do PCMSO e PPRA e de outros pro-
tituto, entre os componentes ou não da comis- gramas relacionados à segurança e saúde no
são, sendo neste caso necessária a concordân- trabalho;
cia do empregador. j) divulgar e promover o cumprimento das
5.14 Empossados os membros da CIPA, a Normas Regulamentadoras, bem como cláu-
empresa deverá protocolizar, em até dez dias, sulas de acordos e convenções coletivas de
na unidade descentralizada do Ministério do Tra- trabalho, relativas à segurança e saúde no
balho, cópias das atas de eleição e de posse e o trabalho;
calendário anual de reuniões ordinárias. l) participar, em conjunto com o SESMT, onde
5.15 Protocolizada na unidade descentrali- houver, ou com o empregador, da análise
zada do Ministério de Trabalho e Emprego, a das causas das doenças e acidentes de tra-
CIPA não poderá ter seu número de represen- balho e propor medidas de solução dos pro-
tantes reduzido, bem como não poderá ser blemas identificados;
desativada pelo empregador, antes do término m) requisitar ao empregador e analisar as in-
do mandato de seus membros, ainda que haja formações sobre questões que tenham in-
redução do número de empregados da empre- terferido na segurança e saúde dos trabalha-
sa, exceto no caso de encerramento das ativida- dores;
des do estabelecimento. n) requisitar à empresa as cópias das CAT emi-
tidas;
Das atribuições o) promover, anualmente, em conjunto com o
5.16 A CIPA terá por atribuição: SESMT, onde houver, a Semana Interna de
a) identificar os riscos do processo de trabalho, Prevenção de Acidentes – SIPAT;
e elaborar o mapa de riscos, com a participa- p) participar, anualmente, em conjunto com a
ção do maior número de trabalhadores, com empresa, de Campanhas de Prevenção da
assessoria do SESMT, onde houver; AIDS.
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a 5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos
ação preventiva na solução de problemas de membros da CIPA os meios necessários ao de-
segurança e saúde no trabalho; sempenho de suas atribuições, garantindo tem-
c) participar da implementação e do controle po suficiente para a realização das tarefas cons-
da qualidade das medidas de prevenção ne- tantes no plano de trabalho.
cessárias, bem como da avaliação das prio- 5.18 Cabe aos empregados:
ridades de ação nos locais de trabalho; a) participar da eleição de seus representantes;
d) realizar, periodicamente, verificações nos b) colaborar com a gestão da CIPA;
ambientes e condições de trabalho visando c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador
a identificação de situações que venham a situações de riscos e apresentar sugestões
trazer riscos para a segurança e saúde dos para melhoria das condições de trabalho;
trabalhadores; d) observar e aplicar no ambiente de trabalho
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cum- as recomendações quanto a prevenção de aci-
primento das metas fixadas em seu plano dentes e doenças decorrentes do trabalho.
de trabalho e discutir as situações de risco 5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:
que forem identificadas; a) convocar os membros para as reuniões da
f) divulgar aos trabalhadores informações re- CIPA;
lativas à segurança e saúde no trabalho; b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhan-
g) participar, com o SESMT, onde houver, das do ao empregador e ao SESMT, quando hou-
discussões promovidas pelo empregador, ver, as decisões da comissão;
para avaliar os impactos de alterações no c) manter o empregador informado sobre os tra-
ambiente e processo de trabalho relaciona- balhos da CIPA;
dos à segurança e saúde dos trabalhadores; d) coordenar e supervisionar as atividades da
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao secretaria;
empregador, a paralisação de máquina ou e) delegar atribuições ao Vice-Presidente.

32
5.20 Cabe ao Vice-Presidente: tação, registrando-se a ocorrência na ata da
a) executar atribuições que lhe forem delegadas; reunião.
b) substituir o Presidente nos seus impedimen- 5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido
tos eventuais e nos seus afastamentos tem- de reconsideração, mediante requerimento jus-
porários. tificado.
5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da 5.29.1 O pedido de reconsideração será
CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribui- apresentado à CIPA até a próxima reunião
ções: ordinária, quando será analisado, devendo
a) cuidar para que a CIPA disponha de condições o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os
necessárias para o desenvolvimento de seus encaminhamentos necessários.
trabalhos; 5.30 O membro titular perderá o mandato,
b) coordenar e supervisionar as atividades da sendo substituído por suplente, quando faltar a
CIPA, zelando para que os objetivos propos- mais de quatro reuniões sem justificativa.
tos sejam alcançados; 5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorri-
c) delegar atribuições aos membros da CIPA; da durante o mandato, será suprida por suplen-
d) promover o relacionamento da CIPA com o te, obedecida a ordem de colocação decrescen-
SESMT, quando houver; te registrada na ata de eleição, devendo o em-
e) divulgar as decisões da CIPA para todos os pregador comunicar à unidade descentralizada
trabalhadores do estabelecimento; do Ministério do Trabalho e Emprego as altera-
f) encaminhar os pedidos de reconsideração das ções e justificar os motivos.
decisões da CIPA; 5.31.1 No caso de afastamento definitivo do
g) constituir a comissão eleitoral. Presidente, o empregador indicará o subs-
5.22 O Secretário da CIPA terá por atribui- tituto, em dois dias úteis, preferencialmen-
ções: te entre os membros da CIPA.
a) acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as 5.31.2 No caso de afastamento definitivo do
atas apresentando-as para aprovação e assi- Vice-Presidente, os membros titulares da
natura dos membros presente; representação dos empregados, escolherão
b) preparar a correspondência; o substituto, entre seus titulares, em dois
c) outras que lhe forem conferidas. dias úteis.
Do treinamento
Do funcionamento 5.32 A empresa deverá promover treina-
5.23 A CIPA terá reuniões mensais, de acor- mento para os membros da CIPA, titulares e
do com calendário preestabelecido. suplentes, antes da posse.
5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão 5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro
realizadas durante o expediente normal da em- mandato será realizado no prazo máximo
presa e em local apropriado. de trinta dias, contados a partir da data da
5.25 As reuniões da CIPA terão atas assina- posse.
das pelos presentes com encaminhamento de 5.32.2 As empresas que não se enquadrem
cópias para todos os membros. no Quadro I, promoverão anualmente, trei-
5.26 As atas ficarão no estabelecimento à namento para o designado responsável
disposição dos Agentes da Inspeção do Traba- pelo cumprimento do objetivo desta NR.
lho – AIT. 5.33 O treinamento para a CIPA deverá con-
5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser templar, no mínimo, os seguintes itens:
realizadas quando: a) estudo do ambiente, das condições de traba-
a) houver denúncia de risco grave ou iminente lho, bem como dos riscos originados do pro-
que determine aplicação de medidas correti- cesso produtivo;
vas de emergência; b) metodologia de investigação e análise de aci-
b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; dentes e doenças do trabalho;
c) houver solicitação expressa de uma das re- c) noções sobre acidentes e doenças do traba-
presentações. lho decorrentes de exposição aos riscos exis-
5.28 As decisões da CIPA serão preferenci- tentes na empresa;
almente por consenso. d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiên-
5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas cia Adquirida - AIDS, e medidas de prevenção;
as tentativas de negociação direta ou com e) noções de legislações trabalhista e previden-
mediação, será instalado processo de vo- ciária relativas à segurança e saúde no tra-
balho;

33
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de c) liberdade de inscrição para todos os empre-
medidas de controle dos riscos; gados do estabelecimento, independente de
g) organização da CIPA e outros assuntos neces- setores ou locais de trabalho, com forneci-
sários ao exercício das atribuições da Comis- mento de comprovante;
são. d) garantia de emprego para todos os inscritos
5.34 O treinamento terá carga horária de até a eleição;
vinte horas, distribuídas em no máximo oito e) realização da eleição no prazo mínimo de trin-
horas diárias e será realizado durante o expedi- ta dias antes do término do mandato da CIPA,
ente normal da empresa. quando houver;
5.35 O treinamento poderá ser ministrado f) realização de eleição em dia normal de traba-
pelo SESMT da empresa, entidade patronal, lho, respeitando os horários de turnos e em
entidade de trabalhadores ou por profissional horário que possibilite a participação da maio-
que possua conhecimentos sobre os temas mi- ria dos empregados;
nistrados. g) voto secreto;
5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamen- h) apuração dos votos, em horário normal de tra-
to a ser realizado, inclusive quanto à entidade balho, com acompanhamento de representan-
ou profissional que o ministrará, constando sua te do empregador e dos empregados, em nú-
manifestação em ata, cabendo à empresa esco- mero a ser definido pela comissão eleitoral;
lher a entidade ou profissional que ministrará o i) faculdade de eleição por meios eletrônicos;
treinamento. j) guarda, pelo empregador, de todos os docu-
5.37 Quando comprovada a não observân- mentos relativos à eleição, por um período
cia ao disposto nos itens relacionados ao trei- mínimo de cinco anos.
namento, a unidade descentralizada do Minis- 5.41 Havendo a participação inferior a cin-
tério do Trabalho e Emprego, determinará a qüenta por cento dos empregados na votação,
complementação ou a realização de outro, que não haverá a apuração dos votos e a comissão
será efetuado no prazo máximo de trinta dias, eleitoral deverá organizar outra votação que
contados da data da ciência da empresa sobre a ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
decisão. 5.42 As denúncias sobre o processo eleito-
ral deverão ser protocolizadas na unidade des-
Do processo eleitoral centralizada do MTE, até trinta dias após a data
5.38 Compete ao empregador convocar da posse dos novos membros da CIPA.
eleições para escolha dos representantes dos 5.42.1 Compete a unidade descentralizada
empregados da CIPA, no prazo mínimo de ses- do Ministério do Trabalho e Emprego, con-
senta dias antes do término do mandato em firmadas irregularidades no processo elei-
curso. toral, determinar a sua correção ou proce-
5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos der a anulação quando for o caso.
para comunicar o início do processo eleito- 5.42.2 Em caso de anulação a empresa con-
ral ao sindicato da categoria profissional. vocará nova eleição no prazo máximo de
5.39 O Presidente e o Vice-Presidente da cinco dias, a contar da data de ciência, ga-
CIPA constituirão dentre seus membros, no pra- rantidas as inscrições anteriores.
zo mínimo de 55 dias antes do término do man- 5.42.3 Quando a anulação se der antes da
dato em curso, a Comissão Eleitoral - CE, que posse dos membros da CIPA, ficará asse-
será a responsável pela organização e acompa- gurada a prorrogação do mandato anteri-
nhamento do processo eleitoral. or, quando houver, até a complementação
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não hou- do processo eleitoral.
ver CIPA, a Comissão Eleitoral será consti- 5.43 Assumirão a condição de membros ti-
tuída pela empresa. tulares e suplentes, os candidatos mais votados.
5.40 O processo eleitoral observará as se- 5.44 Em caso de empate, assumirá aquele
guintes condições: que tiver maior tempo de serviço no estabeleci-
a) publicação e divulgação de edital, em locais mento.
de fácil acesso e visualização, no prazo míni- 5.45 Os candidatos votados e não eleitos
mo de 45 dias antes do término do mandato serão relacionados na ata de eleição e apura-
em curso; ção, em ordem decrescente de votos, possibili-
b) inscrição e eleição individual, sendo que o tando nomeação posterior, em caso de vacân-
período mínimo para inscrição será de quin- cia de suplentes.
ze dias;

34
Das contratantes e contratadas
5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de
serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o
local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá,
em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir meca-
nismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em rela-
ção às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.
5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabe-
lecimento, deverão implementar, de forma integrada, medidas de preven-
ção de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de
forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e
saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento.
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as
empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhado-
res lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os
riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas
de proteção adequadas.
5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no
seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.

Disposições finais
5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos
termos de portaria específica.

35
36
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA

Efetivo — 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C1
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2

Efetivo — 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C1a
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2

Efetivo — 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2
C2
Suplente — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1

Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2
C3
Suplente — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2

Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C3a
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

Efetivo — 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1
C4
Suplente — 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1

Efetivo — 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2
C5
Suplente — 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2

Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1
C5a
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

Efetivo — 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2
C6
Suplente — 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2

continua
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA

Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C7
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1

Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2
C7a
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2

Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1
C8
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1

Efetivo — 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1
C9
Suplente — 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1

Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2
C10
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2

Efetivo — 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2
C11
Suplente — 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2

Efetivo — 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2
C12
Suplente — 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2

Efetivo — 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2
C13
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2

Efetivo — 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2
C14
Suplente — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2

37
continua
38
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA

Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C14a
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1

Efetivo — 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2
C15
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2

Efetivo — 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2
C16
Suplente — 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2

Efetivo — 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C17
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2

Efetivo — 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C18
Suplente — 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2

Efetivo — 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C18a
Suplente — 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2

Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C19
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1

Efetivo — 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2
C20
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1

Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C21
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

continua
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA

Efetivo — 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2
C22
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2

Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C23
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

Efetivo — 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C24
Suplente — 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2

Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C24a
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1

Efetivo — 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C24b
Suplente — 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2

Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C25
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

Efetivo — 1 2 3 4 5 1
C26
Suplente — 1 2 3 3 4 1

Efetivo — 1 1 2 3 4 5 6 6 1
C27
Suplente — 1 1 2 3 3 4 5 5 1

Efetivo — 1 1 2 3 4 5 6 6 1
C28
Suplente — 1 1 2 3 4 5 5 5 1

39
continua
40
Quadro I – Dimensionamento da CIPA.
Número de empregados no estabelecimento
Acima de 10000
Membros
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 empregados para
Grupos da
a19 a 29 a 50 a 80 a 100 a 120 a 140 a 300 a 500 a 1000 a 2500 a 5000 a 10000 cada grupo de 2500
CIPA
acrescentar
Número de membros da CIPA

Efetivo — 1 2 3 4 5 1
C29
Suplente — 1 2 3 3 4 1

Efetivo — 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2
C30
Suplente — 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1

Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C31
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

Efetivo — 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C32
Suplente — 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

Efetivo — 1 1 1 1 2 3 4 5 1
C33
Suplente — 1 1 1 1 2 3 3 4 1

Efetivo — 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C34
Suplente — 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2

Efetivo — 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C35
Suplente — 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

conclusão
Observações:
• Os membros efetivos e suplentes terão representantes dos empregadores e empregados.
• As atividades econômicas integrantes dos grupos estão especificadas por CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econômicas) no quadro II
• Nos grupos C18 e C18a constituir CIPA por estabelecimento a partir de 70 trabalhadores e quando o estabelecimento possuir menos de 70 trabalhadores,
observar o dimensionamento descrito na NR 18 e subitem 18.33.1.
Quadro II – Atividade Econômica – CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econômicas), para
dimensionamento de CIPA

1 Minerais 15 Explosivos e Armas


1000.6 – 1410.9 2971.8

2 Alimentos 16 Veículos
1523.7 – 1571.7 3441.0

3 Têxteis 17 Água e Energia


1732.9 4010.0

3a Têxteis 18 Construção
1771.0 4543.8

6 Madeira 18a Construção


2022.2 4521.7

7 Papel 19 Intermediários do Comércio


2141.5 5114.4

8 Gráficos 20 Comércio Atacadista


2221.7 5144.6

9 Som e Imagem 21 Comércio Varejista


2234.9 5244.2 - 5269.8
Grupo C

Grupo C

10 Químicos 22 Comércio de Produtos Perigosos


2454.6 - 2471.6 - 2481.3 5151.9

11 Borracha 23 Alojamento e Alimentação


2519.4 5521.2

12 Não Metálicos 24 Transporte


2630.1 6023.2

13 Metálicos 24a Transporte


2811.8 6340.1

14 Equipamentos/ Máquinas e 30 Locação de Mão de-obra e Limpeza


Ferramentas 7230.3
2913.0 - 2940.8
31 Ensino
24b Transporte 8022.5
6111.5
32 Pesquisas
25 Comércio e Telecomunicações 7430.6
6420.3
33 Administração Pública
26 Seguro 7511.6
6630.3
34 Saúde
27 Administração de Mercados 8511.1
Financeiros
6712.1 35 Outros Serviços
9500.1
28 Bancos
6535.8

29 Serviços
7020.3

41
Portaria Nº 09
de 23 de fevereiro de 1999
Dispõe sobre recepção de propostas
de alteração de itens da NR 5 - CIPA.

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso


das atribuições que lhe confere o artigo 10, inciso II, da Estrutura Regi-
mental do Ministério do Trabalho, aprovada pelo Decreto nº 1.643, de 25
de setembro de 1995, resolve:
Art. 1º Estabelecer critérios para recepção de propostas formuladas
por instâncias bipartites permanentes de negociação em segurança e saú-
de no trabalho, de âmbito nacional, para alteração de dispositivos da NR
5, da Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, que trata da Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes - CIPA, objetivando adequá-las às característi-
cas peculiares dos diversos setores econômicos.
Parágrafo único. As propostas deverão ser compatíveis com as dis-
posições da CLT.
Art. 2º Entende-se por instância bipartite permanente de negociação
aquela composta por representantes dos trabalhadores e dos empregado-
res, que visam promover a melhoria das condições de segurança e saúde
nos ambientes de trabalho.
Parágrafo único. Os critérios de instalação e funcionamento das ins-
tâncias serão definidos pelas partes constituintes.
Art. 3º As alterações propostas pelas instâncias bipartites permanen-
tes de negociação, relacionadas ao disposto nos itens da NR 5 - CIPA -
consignados no quadro anexo a esta Portaria, serão submetidas à Secre-
taria de Segurança e Saúde no Trabalho para negociação tripartite.
Art. 4º A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho submeterá as
propostas de alteração de que trata o artigo anterior à apreciação da Co-
missão Tripartite Paritária Permanente - CTPP, na forma estabelecida pela
Portaria MTb nº 393, de 09 de abril de 1996.
Art. 5º As alterações decorrentes de negociação desenvolvidas com a
participação de instâncias regionais, quanto aos itens não especificados no
quadro, deverão ser consignadas em Convenções Coletivas de Trabalho.
Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Quadro (anexo da Portaria nº 9) – Itens de negociação nacional.

5.1 5.12 5.19 5.28 5.31.1 5.39 5.41 5.48

5.6 5.13 5.20 5.28.1 5.31.2 5.39.1 5.42 5.49

5.6.3 5.14 5.21 5.29 5.32 5.40"a" 5.42.2 5.50

5.6.4 5.15 5.23 5.29.1 5.32.2 5.40"b" 5.42.3 5.51

5.9 5.16 5.25 5.30 5.37 5.40"c" 5.45 —

5.10 5.18 5.27 5.31 5.38 5.40"e" 5.46 —

42
Plano de Trabalho fotografia da situação real da empresa em ter-
mos de segurança.
A NR-5 refere-se, em vários momentos, ao O passo seguinte será o estabelecimento
Plano de Trabalho da CIPA e à sua importância dos objetivos e das metas, respondendo a se-
para o adequado funcionamento da Comissão. gunda questão: “O que pretendemos?” Consi-
Um plano tem, com objetivo, prever e orga- derando-se que o objetivo da CIPA é a preven-
nizar as ações de um grupo. ção de acidentes e doenças decorrentes do tra-
Para que este plano seja válido, ele precisa balho, de modo a tornar compatível permanen-
responder a três questões básicas: temente o trabalho com a preservação da vida e
• Como estamos? a promoção da saúde do trabalhador, a Comis-
• O que pretendemos? são estabelece metas intermediárias e define
• Como chegar lá? prioridades a serem atingidas, durante o seu
No caso específico da CIPA, a primeira mandato.
questão “Como estamos?” será respondida a A terceira questão: “Como chegar lá?” Será
partir de um prévio levantamento de dados ob- respondida pela programação de atividades que
tidos pelo estudo das: deverão ser realizadas, sempre acompanhadas
a) Atividades realizadas e das pendências do Pla- de previsões e responsáveis por suas execuções.
no de Trabalho da CIPA anterior. A avaliação deve ser feita a cada reunião
b) Conclusões levantadas no último Mapa de da CIPA. O Plano de Trabalho não é fixo. Ele sofre
Riscos e das propostas sugeridas (as realiza- alterações a medida que surgem novas situa-
das ou não). ções ou forem solucionados os problemas. A fim
c) Análises dos últimos acidentes e doenças de facilitar o trabalho das CIPAs, sugerimos um
ocorridos e das medidas sugeridas. modelo de Plano de Trabalho.
Com base neste material, a CIPA terá uma

Plano de trabalho – CIPA

Gestão:____________________ de 19___ a __________________ de 19___.


(mês) (mês)

Objetivos:
Reduzir em 30% o número de acidentes do trabalho ocorridos no ano anterior.

Metas:
Adotar medidas de proteção nos equipamentos; Conscientizar chefias; Realizar campanhas educativas; Outros.

Data:__________________ Presidente:________________________________

Objetivo Atividades Básicas Responsáveis Previsão

Adoção de proteção nas


Chefe de manutenção
máquinas (seção de 60 dias
Chefe de estamparia
estamparia)

Redução do número de
acidentes em 30% Treinamentos de chefias Chefe do SESMT
intermediárias (cursos para Presidente da CIPA 90 dias
chefias) Gerente Geral

Outros — 120 dias

43
Anotações

44
45
Benefícios previdenciários
para o acidentado

A prevenção de acidentes é o objetivo fun- O Decreto n.º 9.032, de 29/04/95, regula-


damental da CIPA. Analisando-se resultados dos menta a Lei de Acidentes do Trabalho. A partir
acidentes de trabalho, podemos concluir que do seu artigo, trata das prestações devidas ao
eles podem provocar muitos prejuízos ao traba- acidentado, pela instituição previdenciária que
lhador, à empresa e à comunidade. hoje tem o monopólio do seguro de acidentes
A extensão e gravidade dessas conseqüên- do trabalho.
cias justifica todo o empenho da prevenção de Para que o trabalhador tenha direito a pres-
acidentes dentro das organizações. tações da Previdência Social, é necessário que
Vamos começar nossa análise com a víti- ele preencha determinadas condições, entre
ma do acidente: o trabalhador. A real dimensão elas, a de ter contribuído, durante certo perío-
do acidente de trabalho determina que a violên- do, para o Instituto. Embora seja a Instituição
cia das conseqüências não se limita ao momen- Previdenciária que assegura prestações ao aci-
to do acidente, mas prolonga-se, marcando pro- dentado, na hipótese de acidente de trabalho tais
fundamente o trabalhador. prestações impedem do dito período de carên-
A primeira conseqüência é o sofrimento fí- cia do Decreto 9.032, de 29/04/95.
sico que pode levar à incapacidade temporária O Decreto mencionado assegura ao aciden-
ou permanente para o trabalho. A partir daí, co- tado as seguintes prestações e serviços:
meça um caminho para a desagregação social e I – auxílio – doença
profissional que atinge a família, deixando-a II – aposentadoria por invalidez
desamparada economicamente e abalada soci- III – auxílio – acidente
al e psicologicamente. O acidente de trabalho IV – pensão por morte
pode representar para o trabalhador e sua famí- V – assistência médica
lia a suspensão de seus direitos à integridade VI – reabilitação profissional
física, à saúde, ao trabalho, à sobrevivência dig- VII – abono anual (13º salário)
na, ou mesmo à própria vida. Os acidentados que estejam em gozo dos
Para a empresa, o acidente de trabalho gera benefícios previstos nos itens I a IV terão direito
problemas com o desempenho dos emprega- ao abono anual (13º salário). De notar que não
dos, comprometimento na produção, atraso na se admite a acumulação dos benefícios assegu-
entrega dos produtos, gastos com o acidenta- rados ao acidentado, referidos nos três primei-
do, tensão nas relações interpessoais, danos ros itens, ou benefícios assemelhados que sejam
materiais, comprometimento com a imagem assegurados pela Previdência Social, isto é, o
pública da empresa, etc. empregado que, por via de acidente do trabalho,
Para a comunidade, o acidente de trabalho adquira direito à aposentadoria por invalidez não
ocasiona aumento do custo de vida e dos im- terá, simultaneamente, direito a auxílio doença
postos, desperdício ou perdas irreversíveis da ou aposentadoria assegurada pela Previdência.
produtividade das pessoas. Esses problemas Esse é, evidentemente, apenas um dos muitos
representam prejuízos graves para a sociedade. exemplos possíveis de vedação de acumulação.
Podemos concluir que os acidentes de tra- Muitos aposentados pela Previdência So-
balho são nocivos sob todos os aspectos. O lado cial voltam ao trabalho e podem ser vítimas de
humano deve ser evidenciado por atingir o ele- acidentes. A norma assegura aos que tenham
mento mais importante de todos os que o aci- sido aposentados por tempo de serviço, especi-
dente pode prejudicar o trabalhador. al ou por idade, que permaneçam ou voltem a
O acidente de trabalho, portanto, apresen- exercer a atividade abrangida pelo Regime Ge-
ta múltiplas conseqüências que, muitas vezes, ral de Previdência Social, o direito, em caso de
tornam-se invisíveis ao trabalhador, à empresa acidente do trabalho, à reabilitação profissional,
e a sociedade. É necessário conceber o acidente ao auxílio –acidente, não fazendo jus a outras
como uma grave forma de violência, exigindo prestações, salvo as decorrentes de sua condi-
de todos uma intensa participação na sua pre- ção de aposentado.
venção.

46
Quadro – Benefícios para o trabalhador urbano vítima de acidente do trabalho
(Com as alterações da Lei nº 9.032, de 29/04/95)

K Auxílio-doença
Importância devida ao acidentado incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias, cabendo ao empregador
o pagamento do salário do dia do acidente e dos 15 dias seguintes.
K Renda mensal
91% (noventa e um por cento) do salário-de-benefício ou do salário-de-contribuição vigente.
K Início do pagamento pela Previdência Social
A partir do 16º dia seguinte ao afastamento do trabalho. Tratando-se de trabalhador avulso, será devido pela
Previdência Social e a partir do dia seguinte ao do acidente.
K Cessação do pagamento:
• Pela concessão do auxílio-acidente ou aposentadoria por invalidez.
• Pela recuperação da capacidade, comprovada por perícia médica.

K Aposentadoria por invalidez


Importância devida ao acidentado que, estando em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o
trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício da atividade que lhe garanta a subsistência.
K Renda mensal
Valor igual ao do salário-de-benefício vigente no dia do acidente, podendo ser acrescido de 25% quando o
aposentado, em consequência do acidente, necesssitar de assistência permanente de outra pessoa.
K Início do pagamento pela Previdência Social
No dia imediato ao da cessação do benefício em cujo gozo se encontrava o acidentado, ou a contar da data em
que deveria iniciar o auxílio-doença.
K Cessação do pagamento
Pela recuperação da capacidade comprovada por perícia médica.

K Auxílio-acidente
Importância devida ao acidente que, após a consolidação das lesões resultantes do acidente, permanecer
incapacitado para a atividade que exercia na época do acidente, mas não para outra.
K Renda mensal
O auxílio-acidente mensal é vitalício corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do salário-de-benefício do
acidentado.
K Início do pagamento pela Previdência Social
A contar do dia seguinte aos da cessação do auxílio-doença
K Cessação do pagamento
Benefícios vitalício.

K Pensão por morte


Importância devida aos dependentes do segurado falecido em decorrência de acidente do trabalho. Havendo
mais de um pensionista, a importância é rateada entre todos, em partes iguais.
K Renda mensal
Igual ao do salário-de-benefício vigente no dia do acidente.
K Início do pagamento pela Previdência Social
Dentro de 30 dias a contar da data do óbito do segurado
Após 30 dias conta o dia do pedido feito.
K Cessação do pagamento
Quando todos os dependentes perderem o direito ao recebimento das respectivas cotas. A cota do dependente
que perder o direito reverte em favor dos demais.

K Abono anual (13º salário)


Importância devida ao segurado e ao dependente que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-aciden-
te, aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão. (Só até R$ 360,00). A previdência só paga se a empre-
sa não arcar com salário mensal.
Observação: É pedida uma declaração da empresa, como comprovante.
K Renda mensal
Pagamento anual a ser calculado no que couber, da mesma forma que a gratificação de Natal dos trabalhado-
res, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano.
K Início do pagamento pela Previdência Social
O abono anual é pago até o dia 15 de janeiro de cada ano.
K Cessação do pagamento
Quando cessar o pagamento dos respectivos benefícios.

Relação das situações em que o aposentado tem direito à majoração de 25%: Cegueira total;
Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; Paralisia dos dois membros superiores ou inferio-
res; Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível; Perda de uma das
mãos e de dois dos pés, ainda que a prótese seja possível; Perda de um membro superior e outro
inferior, quando a prótese for impossível; Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da
vida orgânica e social; Doença que exija a permanente para as atividades da vida diária.

47
Anotações

48
49
…Sobre a Aids

A AIDS é uma doença contagiosa causada transmissão. Deve-se, porém, evitar o contato
por um vírus chamado – Vírus da Imunodefici- com o esperma.
ência Humana – HIV. Também chamado vírus • Muitas pessoas contraem o vírus da AIDS ao
da AIDS, ele penetra no corpo humano por vias fazerem uso da mesma seringa e agulha. Isso
bem definidas e ataca as células importantes que acontece quando o sangue de uma pessoa
fazem parte do sistema de defesa do nosso or- infectada está na agulha ou seringa e entra no
ganismo. sangue de outra pessoa. É necessário não com-
Enfraquecido o organismo, a pessoa fica partilhar seringas.
sujeita à doenças graves, as chamadas doenças • Recebimento de transfusão de sangue con-
oportunistas que têm esse nome exatamente taminado com o vírus da AIDS. É obrigatório
porque se aproveitam desse enfraquecimento. que tanto o sangue quanto os seus derivados
Mas, nem todas as pessoas infectadas com – hemoderivados – sejam rigorosamente tes-
o vírus desenvolvem a doença. Mesmo assim, tados.
podem transmití-lo para outras. A pessoa por- • A mãe contaminada pode transmitir o vírus para
tadora do vírus é também conhecida por a criança durante a gestação, no parto e possi-
soropositivo. velmente na amamentação.
A transmissão vertical, decorrente da exposi-
ção da criança durante a gestação, parto ou alei-
A AIDS só pode ser constatada por um tamento materno, vem aumentando devido à
médico e com um exame laboratorial. Os sin- maior transmissão heterossexual. Na África, são
tomas dessa doença podem aparecer tam- encontradas as maiores taxas desta forma de
bém em muitas outras. Por isso, não devem infecção pelo HIV, da ordem de 30 a 40%; entre-
ser identificados como sendo sintomas ex- tanto, em outras partes do mundo, como na
clusivos da AIDS. América do Norte e Europa, situam-se em tor-
no de 15 a 29%. Os principais motivos dessa
diferença devem-se ao fato de que, na África, a
transmissão heterossexual é mais intensa, e que
Como o vírus é transmitido neste continente, o aleitamento materno é mais
freqüente do que nos países industrializados.
Somente no sangue, esperma, secreção A transmissão intra-uterina é possível em qual-
vaginal e leite materno o vírus da AIDS aparece quer fase da gravidez; porém é menos freqüen-
em quantidade suficiente para causar uma in- te no primeiro trimestre. As infecções ocorri-
fecção. das nesse período não têm sido associadas a
Para haver a transmissão, o líquido conta- malformações fetais. O risco de transmissão do
minado de uma pessoa tem que penetrar no or- HIV da mãe para o filho pode ser reduzido em
ganismo de outra. Isso pode acontecer das se- até 67% com o uso de AZT durante a gravidez e
guintes formas: no momento do parto, associado à administra-
• O vírus da AIDS pode ser transmitido através ção da mesma droga ao recém-nascido por seis
de relações sexuais com parceiros contamina- semanas. Um estudo realizado nos Estados Uni-
dos, se não for usado o preservativo (camisi- dos (Aids Clinical Trial Group 076) demonstrou
nha) durante a penetração. redução na transmissão vertical de 25,6% para
• A transmissão pode ser do homem para a mu- 8,3% com o uso de AZT durante a gravidez. A
lher, do homem para o homem e mulher para transmissão pelo leite materno é evitada com o
homem. Em todos os casos de penetração há uso de leite artificial ou de leite humano pro-
riscos para os dois parceiros. Para quem pe- cessado em bancos de leite, que fazem aconse-
netra e para quem é penetrado. lhamento e triagem das doadoras.
• Já o sexo oral oferece pouquíssimo risco de • A transmissão ocupacional ocorre quando

50
profissionais da área da saúde sofrem Prevenção
ferimentos com instrumentos pérfuro-cortan-
tes contaminados com sangue de pacientes Mais vale prevenir do que remediar
portadores do HIV. A maioria das Doenças Sexualmente
• Outras possíveis formas de transmissão. Transmissíveis – DST tem cura, ou podem ser
controladas, como é o caso de quem tem o ví-
Embora o vírus tenha sido isolado de vári- rus da AIDS. Mas qualquer doença enfraquece
os fluidos corporais, como saliva, urina, lágri- a pessoa, diminui sua vontade de trabalhar, de
mas, somente o contato com sangue, sêmen, se distrair. Logo, prevenir é o melhor que se pode
secreções genitais e leite materno têm sido im- fazer. Por outro lado, uma pessoa com DST, que
plicados como fontes de infecção. se trata logo e fica curada, além de quebrar a
O risco da transmissão do HIV por saliva cadeia de transmissão da doença, também es-
foi avaliado em vários estudos laboratoriais e tará se prevenindo do HIV.
epidemiológicos. Esses estudos demonstraram
que a concentração e a infectividade dos vírus
da saliva de indivíduos portadores do HIV é ex- A melhor forma de prevenção é fazer
tremamente baixa. sexo seguro, para não pegar DST. Use cor-
Até o momento, não foi possível evidenci- retamente a camisinha.
ar, com segurança, nenhum caso de infecção por
HIV adquirido por qualquer das seguintes vias
teóricas de transmissão: contato interpessoal É preciso que todas as pessoas da comuni-
não-sexual e não-percutâneo (contato casual), dade, que tenham vida sexual, sejam orienta-
vetores artrópodes (picadas de insetos), fontes das sobre o uso da camisinha em todas as rela-
ambientais (aerossóis, por exemplo) e objetos ções sexuais em que um parceiro penetra no
inanimados (fômites), além de instalações sani- outro. Essa penetração tanto pode ser na vagi-
tárias. Há raros relatos anedóticos de hipotética na, quanto no ânus ou na boca. Na relação se-
transmissão horizontal do HIV; porém, estes não xual com penetração, essa é a única maneira de
resistem a uma análise mais cuidadosa, e as evitar as DST e o HIV, inclusive porque muitas
evidências são insuficientes para caracterizar pessoas podem estar com uma DST e não apre-
formas não-tradicionais de transmissão. sentarem sintomas.
Conclui-se que formas alternativas de trans- O encaminhamento de pessoas com algum
missão são altamente improváveis, e que a ex- sinal ou sintoma de DST, também é uma ação
periência cumulativa é suficientemente ampla de prevenção, porque quando a pessoa com DST
para se assegurar enfaticamente que não há qual- se trata e fica logo curada, evita passar a doen-
quer justificativa para restringir a participação de ça para seu parceiro sexual. Por outro lado, uma
indivíduos infectados nos seus ambientes domés- DST facilita pegar outra DST, inclusive o HIV.
ticos, escolares, sociais ou profissionais. Já vimos que algumas DST não apresen-
tam sintomas, e, na mulher, por ter seus órgãos
genitais mais internos (dentro do corpo), pode-
Como o vírus não é transmitido rá ser mais difícil visualizar os sinais de uma DST.

O vírus HIV não é transmitido das seguin- Ações de prevenção


tes formas: São ações de prevenção:
• beijando ou abraçando; • A gestante fazer o pré-natal , para que sejam
• compartilhando copo e talheres; feitos exames.
• utilizando mesmas roupas, lençóis ou tolhas; • Mulher fazer exame ginecológico pelo menos
• usando o mesmo banheiro; uma vez ao ano, e o exame preventivo de cân-
• banhando-se em piscinas; cer de colo do útero, mantendo-o em dia, con-
• convivendo no mesmo trabalho; forme indicação de seu médico.
• através de espirros ou tosse; Os profissionais de saúde já identificaram
• através do suor ou lágrimas; algumas situações que aumentam o risco da
• através de picadas de insetos; pessoa pegar uma DST. Estas situações são:
• através de práticas sexuais com preservativos • pessoas que têm vários parceiros sexuais e não
(Camisinha). usam a camisinha na relação;

51
• pessoas cujo parceiro ou parceira tem outros poníveis, nas condições de uso corrente, não
contatos sexuais sem usar camisinha; estão bem estabelecidas, e mais estudos clíni-
• pessoas que usam drogas injetáveis, compar- cos controlados são necessários para esta de-
tilhando agulhas e seringas; a AIDS e as hepa- terminação.
tites B e C são doenças que podem se pegar Prevenção em usuários de drogas injetáveis
desta maneira. (UDI) – Desde 1986, ficou claro que os UDI re-
Pessoas que estão ou estiveram nessas si- presentavam um grupo focal particularmente
tuações devem ser orientadas a procurar o ser- importante, devido ao risco específico de ocor-
viço de saúde, para verificar se não estão com rência de epidemias de HIV nesta população, e
alguma DST. ao potencial de representarem a interface atra-
Outra situação que pode trazer risco é a vés da qual a infecção por HIV se difundiria para
transfusão de sangue e seus derivados, quando a população heterossexual não usuária de dro-
esses não são testados. Os derivados do san- gas e consequentemente para as crianças.
gue podem ser, por exemplo, plaquetas ou A disseminação da infecção pelo HIV entre
hemácias. Sendo assim, as pessoas que neces- UDI em muitos países com características dife-
sitarem de sangue e seus derivados, devem ser rentes, levantou importantes questões sobre a
orientadas a verificar se eles foram testados, ou natureza do comportamento dos dependentes,
recomendar a alguém de sua família que faça e da possibilidade de modificá-lo mediante in-
essa verificação. tervenções preventivas, de modo a reduzir a
É importante notar que: não há risco em transmissão do HIV.
doar sangue, e sim em receber sangue que não Houve ceticismo inicial acerca da eficácia
foi testado. de ações educativas nessa população. O temor
Exigir que o sangue e seus derivados se- de que a estratégia de redução de danos, base-
jam testados e denunciar às autoridades de saú- adas na facilitação do acesso a equipamento
de de seu município ou de seu estado se não o estéril de injeções pudesse levar ao aumento da
são, é prevenção de saúde para toda a comuni- população de usuários de drogas injetáveis, não
dade. Não é uma tarefa fácil informar sobre DST se concretizou.
e AIDS. Mas precisamos fazer isso. A cada dia Contudo, demonstrou-se que os UDI podem
mais pessoas pegam essas doenças e a maioria ser sensíveis às ações preventivas e capazes de
delas, por falta de informação. reduzir a freqüência das situações de risco. Po-
Preservativos – Os preservativos masculi- rém, se todos os estudos demonstram redução
nos e femininos são a única barreira comprova- de risco, evidenciam, infelizmente, a persistên-
damente efetiva contra o HIV, e o uso correto e cia de níveis importantes do comportamento de
consistente deste método pode reduzir substan- risco, mesmo nas cidades onde se obteve razoá-
cialmente o risco de transmissão do HIV e das vel impacto com as ações preventivas.
outras DST. (Textos extraídos da home-page do GAPA – Grupo de
O uso regular de preservativos pode levar Apoio e Prevenção à AIDS no Norte de Minas)
ao aperfeiçoamento na sua técnica de utilização,
reduzindo a freqüência de ruptura e escape e,
consequentemente, aumentando sua eficácia.
Estudos recentes demonstraram que o uso cor-
reto e sistemático do preservativo masculino
reduz o risco de aquisição do HIV e outras DST
em até 95%.
Espermicidas – Os produtos espermicidas
à base de nonoxinol-9 são capazes de inativar o
HIV e agentes de outras DST “in vitro”, e pode-
riam ter um papel importante na redução da
transmissão sexual do HIV, se usados em asso-
ciação com os preservativos. Estudos recentes
sugerem que a concentração de nonoxinol-9,
normalmente preconizada nos preservativos,
seria insuficiente para inativar o HIV, sendo que
o uso de concentrações mais elevadas poderi-
am apresentar toxicidade. Entretanto, a seguran-
ça e eficácia dos espermicidas atualmente dis-

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Anotações

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Bibliografia

COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES Apostila SENAI –


Roberto Simonsen FIESP/CIESP/SESI/SENAI/IRS 1994
COMISSÃO PERMANENTE AIDS – CIEEESP Educando para a Vida
Editora Posigraf S A 2ª Edição 1992
FIESP/CIESP/SESI/SENAI/IRS Manual da CIPA 28ª EDIÇÃO 1996
FIESP/CIESP/SESI/SENAI/IRS Metodologia para Implantação e
Desenvolvimento do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –
PPRA 1996 Portaria nº 08/99 alterando a NR – 05 da Portaria nº 3.214
HOME-PAGE DO GAPA – Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS no Norte de
Minas

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46.60.53.914.7-01

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