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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA (UNIPÊ)

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA (PROAC)


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

LUCAS PARENTE DE SÁ BARRETO ALENCAR

INFLUÊNCIA DA RELOCAÇÃO DO PAINEL DE HIDRÔMETROS NO CUSTO


TOTAL DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA HIDRÁULICO PREDIAL

JOÃO PESSOA
2018
LUCAS PARENTE DE SÁ BARRETO ALENCAR

INFLUÊNCIA DA RELOCAÇÃO DO PAINEL DE HIDRÔMETROS NO CUSTO


TOTAL DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA HIDRÁULICO PREDIAL

Projeto de Pesquisa apresentado a Disciplina


TCC II no curso de Graduação em Engenharia
Civil do Centro Universitário de João Pessoa,
como requisito para conclusão da mesma.

((
Orientador: Prof. Dr. Laudelino de Araújo
Pedrosa Filho.

JOÃO PESSOA
2018
2
A368i ALENCAR, Lucas Parente de Sá Barreto.
Influência da relocação do painel de hidrômetros no custo total
de implantação de um sistema hidráulico predial /
Lucas Parente de Sá Barreto Alencar. - João Pessoa, 2018.
50f.

Orientador: Dr. Laudelino de Araújo Pedrosa Filho.


Trabalho de Conclusão de Curso – TCC (Curso de
Engenharia Civíl) – Centro Universitário de João Pessoa –
UNIPÊ.

Dimensionamento. Projeto hidráulico. Custo. I. Título.

UNIPÊ / BC CDU - 628

3
LUCAS PARENTE DE SÁ BARRETO ALENCAR

INFLUÊNCIA DA RELOCAÇÃO DO PAINEL DE HIDRÔMETROS NO CUSTO


TOTAL DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA HIDRÁULICO PREDIAL

Projeto de Pesquisa apresentado a Disciplina


TCC II no curso de Graduação em Engenharia
Civil do Centro Universitário de João Pessoa,
como requisito para conclusão da mesma.

Aprovado em ............../.............../2018

BANCA EXAMINADORA
((

_______________________________________
Prof.Dr.Laudelino de Araújo Pedrosa Filho
Orientador - UNIPÊ

_______________________________________
Prof. Me. Lucivânia Rangel de Araújo Medeiros
Examinadora – UNIPÊ

_______________________________________
Prof. Dr. Antonio da Silva Sobrinho Júnior
Examinador - UNIPÊ

4
A toda minha família e amigos.
Dedico!

5
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos aqueles que fizeram parte desse sonho, gostaria
de agradecer a Deus por ter me dado força coragem e determinação para que eu
vencesse todas as adversidades.
A todos meus familiares que sempre acreditaram em mim, ao meu pai e minha
mãe que sempre batalharam muito para que eu estivesse aqui neste momento.
A todos meus amigos e colegas que contribuíram de alguma forma para que
esse sonho se realizasse.
A meus professores, a meu orientador e todos aqueles que me ajudaram
durante esses cinco anos que se passaram até chegar neste momento, meu muito
obrigado, guardarei sempre em minha memoria e em meu coração todos os amigos
que fiz durante todo esse período.

6
“Consagre ao senhor tudo o que você faz,
e os seus planos
serão bem-sucedidos.”

7
PROVÉRBIOS 16:3
ALENCAR, Lucas Parente de Sá Barreto Alencar. INFLUÊNCIA DA RELOCAÇÃO DO
PAINEL DE HIDRÔMETROS NO CUSTO TOTAL DE IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA HIDRÁULICO PREDIAL. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação). Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, João Pessoa, PB

RESUMO

Diante das novas exigências propostas pelos órgãos administradores, o estado da


Paraíba passou a ter a obrigatoriedade que nas edificações da cidade o painel de
hidrômetros seja colocado na parte externa da edificação afim de facilitar a leitura dos
funcionários da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba. É importante entender o
que essa nova exigência irá acarretar financeiramente no custo de sua
implementação. O objetivo geral deste trabalho é dimensionar um sistema hidráulico,
e comparar o quanto mudou um projeto hidráulico predial depois das novas
recomendações. Todo o estudo projetual foi feito como base em um projeto
arquitetônico de um prédio, os cálculos foram feitos com ajuda de softwares para
facilitar na organização dos valores encontrados. Para a realização deste trabalho
bibliograficamente foram utilizados livros de instalações prediais e de abastecimento,
monografias, trabalhos técnicos, catálogos técnicos e normas da ABNT relacionados
ao tema.

8
ALENCAR, Lucas Parente by Sá Barreto Alencar. INFLUENCE OF THE
RELOCATION OF THE HYDROMETER PANEL AT THE TOTAL COST OF
IMPLEMENTATION OF A PREDIAL HYDRAULIC SYSTEM. 2018. Course
Completion Work (Graduation). University Center of João Pessoa - UNIPÊ, João
Pessoa, PB
ABSTRACT

In view of the new requirements proposed by the administrative bodies, the state of
Paraíba now has the obligation that in the buildings of the city the hydrometer panel be
placed on the outside of the building in order to facilitate the reading of the employees
of the Water and Sewage Company of Paraíba. It is important to understand what this
new requirement will entail financially in the cost of its implementation. The overall
objective of this work is to size a hydraulic system, and compare how much a hydraulic
project changed after the new recommendations. The entire design study was based
on an architectural design of a building, calculations were made with the help of
software to facilitate the organization of the values found. In order to carry out this work
bibliographically, books of building and supply facilities, monographs, technical works,
technical catalogs and ABNT standards related to the topic were used.

9
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de habitantes por apartamento................................................21


Tabela 2 – Consumo diário (litros/habitantes/dia) ........................................................21
Tabela 3 – Ramais prediais - hidrômetros e abrigos.....................................................23
Tabela 4 – Vazão nos pontos de utilização em função do aparelho sanitário...............27
Tabela 5 – Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do
aparelho sanitário e da peça de utilização.....................................................................28
Tabela 6 – Vazões e diâmetros em função dos pesos..................................................29
Tabela 7 – Comprimentos equivalentes........................................................................31
Tabela 8 – Coeficientes de majoração da potência da bomba......................................34
Tabela 9 – Determinação da população........................................................................37
Tabela 10 – Demanda...................................................................................................37
Tabela 11 – Pesos dos apartamentos...........................................................................40
Tabela 12 – Pesos dos banheiros.................................................................................41
Tabela 13 – Pesos dos apartamentos...........................................................................42
Tabela 14 – Valores por trecho.....................................................................................42
Tabela 15 – Valores por trecho.....................................................................................43
Tabela 16 – Valores por trecho.....................................................................................43
Tabela 17 – Valores por trecho.....................................................................................44
Tabela 18 – Valores por trecho.....................................................................................44
Tabela 19 – Valores por trecho.....................................................................................45
Tabela 20 – Valores por trecho.....................................................................................45
Tabela 21 – Valores por trecho.....................................................................................46
Tabela 22 – Valores por trecho.....................................................................................46
Tabela 23 – Valores por trecho.....................................................................................47
Tabela 24 – Levantamento............................................................................................48

10
LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 - Consumo Predial......................................................................................21


Equação 2 – Cálculo da vazão......................................................................................22
Equação 3 – Cálculo do diâmetro.................................................................................22
Equação 4 – Equação de FORCHHEIMER..................................................................23
Equação 5 – Cálculo do Reservatório Inferior...............................................................24
Equação 6 – Cálculo do Reservatório Superior............................................................25
Equação 7 – Dimensionamento dos Reservatórios......................................................26
Equação 8 – Calcular a vazão de uma tubulação.........................................................28
Equação 9- Parede interna rugosa...............................................................................30
Equação 10- Parede interna lisa...................................................................................30
Equação 11- Perda de carga em hidrômetros..............................................................31
Equação 12- Equação de BERNOULLI........................................................................32
Equação 13- Altura manométrica.................................................................................33
Equação 14- Calculo da potência da bomba................................................................33
Equação 15– Vazão de alimentação predial.................................................................38
Equação 16– Diâmetro do alimentador.........................................................................38

11
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Sistema de distribuição direta........................................................................18


Figura 2 - Sistema de distribuição indireto sem bombeamento....................................19
Figura 3 - Sistema de distribuição indireto com bombeamento....................................19
Figura 4 - Sistema de distribuição misto.......................................................................20
Figura 5 – Reservatório de polietileno..........................................................................26
Figura 6 – Normograma de pesos, vazões e diâmetros...............................................29

12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


NBR Norma Brasileira Regulamentadora
CV Cavalo Vapor
CAGEPA Companhia de Água e Esgotos da Paraíba
SINAPI Sistema Nacional de Preços e Índices para a Construção Civil

13
Sumário
1- INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16

1.1 OBJETIVOS..................................................................................................... 17

1.1.1 - Objetivo Geral........................................................................................ 17

1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 17

2 - REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 18

2.1 FONTES DE ABASTECIMENTO ..................................................................... 18

2.2 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ...................................................................... 18

2.3 CONSUMO DIÁRIO DE ÁGUA ........................................................................ 21

2.4 DIMENSIONAMENTO DO ALIMENTADOR PREDIAL E SISTEMA


ELEVATÓRIO ........................................................................................................ 23

2.6 DIMENSIONAMENTOS DAS TUBULAÇÕES INTERNAS .............................. 28

2.7 PERDA DE CARGA NAS CANALIZAÇÕES .................................................... 31

2.8 PRESSÕES DE SERVIÇO NA TUBULAÇÃO ................................................. 33

2.9 DIMENSIONAMENTO DA BOMBA ................................................................. 34

3 - PERCURSO METODOLÓGICO .......................................................................... 36

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA............................................................... 36

3.2 CAMPO DE PESQUISA .................................................................................. 36

3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS .............................................. 37

3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ........................................... 37

4 – RESULTADOS .................................................................................................... 38

4.1 MEMORIAL DE CÁLCULO PROJETO 1 ......................................................... 38

4.2 DIMENSIONAMENTO DO ALIMENTADOR PREDIAL (RAMAL EXTERNO) .. 39

4.3 DIMENSIONAMENTO DOS RESERVATÓRIOS ............................................. 39

4.4 DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO DE RECALQUE E SUCÇÃO .......... 40

4.5 DIMENSIONAMENTO DO BARRILETE E COLUNA DE ÁGUA ...................... 41

4.6 MEMORIAL DE CÁLCULO PROJETO 2 ......................................................... 45

14
4.7 DIMENSIONAMENTO DO BARRILETE E COLUNA DE ÁGUA DO PROJETO 2
............................................................................................................................... 45

4.8 DIMENSIONAMENTO DA BOMBA ................................................................. 48

4.9 CUSTO ............................................................................................................ 48

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 50

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51

15
1- INTRODUÇÃO

É inegável que houve um grande avanço na construção civil, proporcionando cada


vez mais a construção de prédios mais altos e em menor espaço de tempo. É
importante ressaltar as dificuldades e custos elevados para projetar uma edificação
desse porte.
A partir desta nova realidade, o mercado requer cada vez mais, mão de obra
qualificada, para que possam desenvolver e executar uma obra de grande porte, afim
de atender a todas as normas vigentes.
Porém, quando se trata de obras de médio a pequeno porte, os construtores
consideram, muitas vezes, irrelevantes a análise e desenvolvimento dos projetos
hidráulicos necessários em edificações, em algumas ocasiões, são executados por
profissionais sem qualificação necessária.
É de extrema importância um profissional capacitado e atualizado das novas
normas e recomendações vigentes na legislação, para que a edificação esteja de fato
atendendo a todos os requisitos necessários.
A Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) impões uma mudança
na posição dos hidrômetros individuais, que devem ficar no muro frontal com os
medidores voltados para a rua. Com essa nova recomendação se faz necessário uma
nova rede de distribuição com os hidrômetros na posição adequada, o que pode ou
não acarretar, um custo maior de implantação, pois os valores de pressão e perda de
cargas serão alterados devido a maior quantidade de tubulações e provavelmente um
aumento na caixa d’água. Antes dessa exigência o painel de hidrômetros poderia ser
locado em qualquer área interna do pavimento térreo.
É importante salientar que em alguns estados brasileiros já possuem essa
exigência, e através de uma resolução interna da Companhia de Água e Esgotos da
Paraíba (CAGEPA) o estado da paraíba deve se adequar aos novos critérios impostos
pela convencionaria responsável.
A justificativa do estudo do tema é entender o quanto as novas recomendações
de posicionamento do painel de hidrômetros irá afetar nos custos de implementação
do sistema hidráulico predial.

16
1.1 OBJETIVOS

1.1.1 - Objetivo Geral

Tendo em conta os argumentos expostos anteriormente, o presente


trabalho tem como objetivo dimensionar um sistema hidráulico, e comparar o quanto
mudou um projeto hidráulico predial depois das novas recomendações.
Todos os cálculos de dimensionamento e parâmetros foram feitos
manualmente e com auxílio do programa Excel, baseados na NBR 5626 (ABNT,
1998). Para detalhamento do projeto, foi usado o Software AUTOCAD1, da
AUTODESK2.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Procurar melhor local para locar o painel de hidrômetros


• Estudar uma nova concepção de traçado de ramais que alimentem os
apartamentos.
• Fazer um levantamento dos custos e compará-los.

1 https://www.autodesk.com.br/products/autocad/overview
2 https://www.autodesk.com.br
17
2 - REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 FONTES DE ABASTECIMENTO

O abastecimento público de água fria para as edificações provém de


mananciais, dos quais são captadas as águas que, são conduzidas até reservatórios
onde, posteriormente serão levadas às linhas alimentadoras dos bairros, chegando
até os ramais prediais das edificações.
Segundo a NBR 5626 (ABNT, 1998), o abastecimento das instalações prediais
de água fria deve ser proveniente da rede pública de água da concessionária.
De acordo com (BOTELHO; JUNIOR, 2014, p. 18) utilização da rede pública é
sempre preferencial em função da água ser potável, o que pode não ocorrer em
relação a outras fontes, como poços ou mesmo rede privada de água. O padrão
de potabilidade é estabelecido pela Portaria n. 2914 de 12/12/2001 do Ministério da
Saúde.
Caso à água não seja potável, o sistema de abastecimento deve ser de uso
secundário. Ela será destinada a outras finalidades como limpeza, irrigação, combate
a incêndio e para outros usos onde o requisito de potabilidade não se faça necessário.

2.2 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

Para Júnior (2013), existem três tipos de sistemas de distribuição: Direto,


Indireto, Misto.
a) Direto: O abastecimento desse sistema é feito diretamente da rede pública
como ilustra a Figura 1, portanto, sem reservatórios, o que o torna mais
econômico. Porém ele só deverá ser utilizado quando houver garantias de sua
regularidade e atendimento de vazão e pressão, pois esse sistema apresenta
variações de pressão que afeta diretamente os ramais prediais.

18
Figura 1- Sistema de distribuição direta

Fonte: JÚNIOR, (2013, p.33)

b) Indireto: Este sistema pode ser feito com bombeamento ou sem bombeamento.
Sem bombeamento como ilustra a Figura 2 é adotado quando a pressão da
rede pública é suficiente para alimentar diretamente o reservatório. A partir
disso a água é distribuída por gravidade. Já o sistema indireto, com a
necessidade de bombeamento, ocorre quando a pressão não é suficiente para
alimentar o reservatório superior, esse sistema é adotado para edificações com
mais de 3 pavimentos como representa a Figura 3. Nesse caso, adota-se um
reservatório inferior, de onde a água é bombeada até o reservatório elevado,
por meio de um sistema de recalque.

19
Figura 2 - Sistema de distribuição indireto sem bombeamento

Fonte: JÚNIOR, (2013, p.34)

Figura 3 - Sistema de distribuição indireto com bombeamento

Fonte: JÚNIOR, (2013, p.35)

20
c) Misto: Neste sistema parte da alimentação é feita diretamente da rede pública
e outra parte feita pelo reservatório superior como mostra a Figura 4. Esse
sistema apresenta como solução mais usual e vantajosa pois algumas peças
podem ser alimentadas de forma direta como tanques e torneiras.

Figura 4 - Sistema de distribuição misto

Fonte: JÚNIOR, (2013, p.38)

2.3 CONSUMO DIÁRIO DE ÁGUA

Os fatores para dimensionamento do consumo diário dependem da


finalidade da edificação, ou seja, se o empreendimento será para uso industrial,
comercial, hospitalar ou residencial.
Para o cálculo do consumo do empreendimento é necessário fazer uma coleta
de informações: população da edificação e consumo diário de cada habitante da
edificação. Porém alguns critérios devem ser adotados: Para determinar a quantidade
de habitantes em cada apartamento foi utilizado o seguinte critério exposto na Tabela
1.

21
Tabela 1 – Quantidade de habitantes por apartamento
Apartamentos C/1 quarto P = 2 hab
Apartamentos C/2 quarto P = 4 hab
Apartamentos C/3 quarto P = 5 hab
Apartamentos C/4 quarto P = 6 hab

Para determinar a população da edificação deve-se multiplicar a quantidade


de apartamentos, pela quantidade de habitantes de acordo com os valores
mostrados na Tabela 1.
Para a estimativa do consumo diário, é bastante usual classificar a edificação
em, Padrão Popular, Padrão Médio, Padrão Alto. Após classificá-lo é adotado um valor
para taxa de ocupação e consumo per capto como mostra a Tabela 2:

Tabela 2 – Consumo diário (litros/habitantes/dia)


Padrão Popular 130
Padrão Médio 180
Padrão Alto 200

Após determinar os valores, o consumo predial será calculado da seguinte


maneira:

Equação 1 - Consumo Predial

𝐶𝑑 = 𝑃 𝑥 𝑞
Fonte: CREDER (2006)

Onde:
Cd = Consumo Predial (l/dia);
P = População estimada;
q = Consumo diário (l/(habitantes/dia).

22
2.4 DIMENSIONAMENTO DO ALIMENTADOR PREDIAL E SISTEMA ELEVATÓRIO

Sendo a tubulação que sai ao encontro da concessionária com o


hidrômetro, o alimentador predial deve ser dimensionado através da estimativa do
consumo diário e da vazão, num período de 24 horas.
Outro passo importante é verificar-se a velocidade da água que se
encontra na tubulação da concessionária. A NBR 12218 (ABNT, 1994)
estabelece a velocidade mínima de 0,6 m/s e a máxima de 3,5 m/s. É bastante usual
adotar-se uma velocidade de um intervalo entre 0,6 a 1 m/s. Para estimativa da
velocidade a ser adotada, faz-se uma média aritmética, na concessionária.
Para calcular a vazão num período de 24 horas usaremos a seguinte fórmula.

Equação 2 – Cálculo da vazão

𝑄 = 𝐶𝑑/86400
Fonte: CREDER (2006)

Onde:
Q = vazão média num período de 24 horas (m³/s);
Cd = Estimativa do consumo diário (m³);
86400 = Quantidades de segundos num período de 24 horas (s).

Com o valor da vazão determinada pela equação anterior, fazendo uma média
aritmética, consideramos a velocidade de 0,8 m/s, valor escolhido em relação ao
intervalo de 0,6 a 1 m/s, é preciso dimensionar o diâmetro do ramal de alimentação
predial que vai ao encontro com o hidrômetro.

Equação 3 – Cálculo do diâmetro

𝐷 = √4𝑥𝑄/𝜋𝑥0,8
Fonte: CREDER (2006)

23
Onde:
D = Diâmetro do ramal de alimentação predial (m);
Q = Vazão média de um período de 24 horas (m³/s).
Após achar o valor do diâmetro é necessário consultar os catálogos técnicos
para que seja adotado um valor de diâmetro comercial. Segue na Tabela 3 abaixo a
relação entre diâmetro e vazão na qual o valor do diâmetro será escolhido de acordo
com a vazão e sempre escolhido um diâmetro comercial.

Tabela 3 – Ramais prediais - hidrômetros e abrigos

Fonte: JÚNIOR, (2013, p.28)

Para dimensionamento do sistema elevatório, recomenda-se a utilização da


equação de FORCHHEIMER (Equação 4). A NBR 5626 (ABNT, 1998) recomenda que
o total de horas de funcionamento do sistema de recalque não ultrapasse 5 horas.

Equação 4 – Equação de FORCHHEIMER


4
𝐷𝑟 = 1,3 𝑥 √𝑄 𝑥 √𝑇/24
Fonte: MACINTYRE (1997)

Onde:
Dr = Diâmetro da tubulação de recalque (m);
Q = Vazão média de um período de 5 horas (m³/s);
T = Número de horas de funcionamento da motobomba (horas/dia).

24
2.5 RESERVATÓRIOS

Para edificações a partir de térreo mais dois, usa-se reservatórios inferior e


superior. É comum fazer uma reserva de água para um pouco mais de um dia de
consumo. Um valor muito comum empregado em projeto é considerar um adicional
de 50% acima do consumo diário. Este valor será adicionado no reservatório inferior.
Logo podemos calcular o volume de cada reservatório.
A literatura técnica dos livros de instalações recomenda a distribuição da
reserva calculada com base no consumo diário entre os reservatórios
superiores e inferiores, da seguinte forma:
60% no reservatório inferior.
40% no reservatório superior
Para os reservatórios inferiores o calculo é feito da seguinte forma:

Equação 5 – Cálculo do Reservatório Inferior

𝑅𝑒𝑠 𝑖𝑛𝑓 = (0,6 𝑥 𝐶𝑑) + (0,5 𝑥 𝐶𝑑)


Fonte: JÚNIOR, (2013, p.45)

Onde:
Cd = Estimativa do consumo diário (m³);
0,6 = Corresponde a 60% do Cd;
0,5 = Corresponde adicional de 50% no Cd.

O projeto do reservatório, em nenhum momento de vida útil do sistema,


deve transmitir gosto, cor, toxicidade e nem estimular o crescimento de
microrganismos.
Nos casos dos reservatórios inferiores, quando estiverem instalados sob
o solo, a NBR 5626 (ABNT, 1998) preconiza o seu dimensionamento com o
afastamento de 60 cm de todos os lados das suas paredes externas para
qualquer elemento estrutural do prédio.
No reservatório superior existem uma série de elementos que devem ser
dimensionados de acordo com a NBR 5626 (ABNT, 1998):

25
a) Extravasor: Tubulação conhecida popularmente como ladrão, onde seu
principal foco é escoar eventuais excessos de água nos reservatórios evitando o seu
transbordamento e isso ocorre devido a uma falha no sistema de abastecimento
geralmente a torneira de boia está com defeito.
b) Torneira de bóia: Dispositivo que controla o nível da água dos reservatórios
prediais, com seu ciclo de abertura e fechamento automático. É necessária a instalação
deste aparelho quando o reservatório atingir a altura mínima que ao mesmo tempo
aciona a bomba que abastece até atingir o nível de água máximo.
c) Tubulação de limpeza: Tubulação para escoar toda sujeira quando é feito a
limpeza do reservatório, ideal que esta tubulação contenha um registro de gaveta para
fechar o escoamento da água quando não é feito a manutenção da caixa d’água. O
período de limpeza no ideal é ser feito a cada 2 anos.
d) Tubulação de entrada: Conhecida popularmente como tubulação de recalque,
de falto as pressões que vão ocorrer neste conduto vai influenciar na seleção do tipo
de material empregado. Ela se próprio se torna o alimentador primário do sistema de
instalações hidráulicas, qualquer falha que ocorrer no projeto ou na execução pode
trazer prejuízos para empresa executante do empreendimento.
e) Tubulação de saída: Conhecida popularmente como barrilete, teoricamente
toda tubulação que fica entre a laje do fundo reservatório e a face superior da laje da
cobertura. Que a partir do barrilete vai surgir coluna d’água, ramais e sub-ramais.
Para dimensionamento do reservatório superior foi utilizado a seguinte
equação:

Equação 6 – Cálculo do Reservatório Superior

𝑅𝑒𝑠 𝑆𝑢𝑝 = 0,4 𝑥 𝐶𝑑


Fonte: JÚNIOR, (2013, p.45)

Onde:
Cd = Estimativa do consumo diário (m³);
0,4 = Corresponde a 40% do Cd.

Conhecido o volume a ser comportado pelos reservatórios, é possível


dimensiona-los. Para isso pode ser adotado duas formas de reservatórios, ele pode
ser de concreto armado ou de polietileno.
Para um reservatório de concreto primeiramente será adotado uma lâmina de
água de um metro e meio e uma altura até a tampa do reservatório de vinte
26
centímetros. Posteriormente, ao adotar esses valores podemos encontrar as
dimensões do reservatório.

Equação 7 – Dimensionamento dos Reservatórios

𝑉 =𝐴𝑥ℎ
Fonte: JÚNIOR, (2013, p.47)

Onde:
V = Volume (m³);
A = Área (m²);
h = Lâmina de água (m).

Outra forma é com reservatório de polietileno, que será escolhido a partir do


volume calculado. Varias empresar trabalham com a sua fabricação, após determinar
a quantidade de água a ser comportado deve-se por meio de catálogos específicos,
selecionar o produto adequado.

Figura 5 – Reservatório de polietileno

Fonte: https://bit.ly/2Q9vQxe

27
2.6 DIMENSIONAMENTOS DAS TUBULAÇÕES INTERNAS

Segundo a NBR 5626 (ABNT, 1998) a rede predial de distribuição deve ser
dimensionada de tal forma que, no uso simultâneo provável de dois ou mais pontos
de utilização, a vazão de projeto, estabelecida na Tabela 4, seja plenamente
disponível. No caso de funcionamento simultâneo não previsto pelo cálculo de
dimensionamento da tubulação, a redução temporária da vazão, em qualquer um dos
pontos de utilização, não deve comprometer significativamente a satisfação do
usuário.

Tabela 4 – Vazão nos pontos de utilização em função do aparelho sanitário

Fonte: ABNT, NBR 5626 (1998)

Para determinar o valor da vazão estimada na seção escolhida, é bastante


usual usar o método dos pesos relativos. Segundo a NBR 5626 (ABNT, 1998) os

28
pesos relativos são estabelecidos empiricamente em função da vazão de projeto
(Tabela 5).
A quantidade de cada tipo de peça de utilização alimentada pela tubulação, que
está sendo dimensionada, é multiplicada pelos correspondentes pesos relativos e a
soma dos valores obtidos nas multiplicações de todos os tipos de peças de utilização
constitui a somatória total dos pesos (ΣP) de acordo com a Equação 8.

Tabela 5 – Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do


aparelho sanitário e da peça de utilização

Fonte: ABNT, NBR 5626 (1998)

Equação 8 – Calcular a vazão de uma tubulação

𝑄 = 0,3 𝑥 √ΣP
Fonte: ABNT, NBR 5626 (1998)

29
Onde:
Q = Vazão de uma determinada seção da tubulação (l/s);
ΣP = Soma dos pesos relativos até certo ponto.

No dimensionamento dos diâmetros das tubulações internas, serão feitas


relações com a vazão encontrada por meio dos pesos. A Tabela 6 ilustra essa relação
entre vazão e diâmetro.

Tabela 6 – Vazões e diâmetros em função dos pesos

Fonte: JÚNIOR, (2013, p.69)

Segundo Júnior para somatórios acima de 100, deve ser consultado ábaco para
cálculo de tubulações (normograma de pesos, vazões e diâmetros) como mostra a
Figura 5.

Figura 6 – Normograma de pesos, vazões e diâmetros

Fonte: JÚNIOR, (2013, p.70)


30
2.7 PERDA DE CARGA NAS CANALIZAÇÕES

Para Júnior (2013) dois fatores são determinantes para que ocorra uma maior
ou menor perda de carga: a viscosidade e a turbulência. Portanto, maior comprimento
de tubos, maior número de conexões, tubos mais rugosos e menores diâmetros geram
maiores atritos e choques e, consequentemente, maiores perdas de carga e menor
pressão nas peças de utilização. As perdas de carga poderão ser: distribuídas ou
localizadas
Para o cálculo das perdas de cargas distribuídas, existem várias formas,
destacando-se a equação de FAIR – WHIPPLE – HSIO que são usadas para
diâmetros menores que 100 mm, dentre elas as Equações 9 e 10 como exemplos:

1. Para tubos com parede interna rugosa (aço carbono, galvanizado)

Equação 9- Parede interna rugosa

𝐽 = 20,2 𝑥 106 𝑥 𝑄1,88 𝑥 𝑑−4,88


Fonte: ABNT, NBR 5626 (1998)

2. Para tubos com parede interna lisa (tubos de plástico, cobre)

Equação 10- Parede interna lisa

𝐽 = 8,69 𝑥 106 𝑥 𝑄1,75 𝑥 𝑑−4,75


Fonte: ABNT, NBR 5626 (1998)

Onde:
J = Perda de carga unitária (KPa/m);
Q = Vazão média da tubulação (l/s);
D = Diâmetro interno da tubulação (mm).

O calculo dos comprimentos equivalentes são obtidas através da Tabela de


comprimentos equivalentes NBR 5626 (Tabela 7).

31
Tabela 7 – Comprimentos equivalentes

Fonte: JÚNIOR, (2013, p.88)

Outra perda de carga que também devemos considerar é a perda de carga em


hidrômetros. Segundo a NBR 5626 (ABNT, 1998) a perda de carga em hidrômetro
pode ser estimada empregando-se a seguinte equação:

Equação 11- Perda de carga em hidrômetros

∆ℎ = (36 𝑥 𝑄)2 𝑥 (𝑄𝑚𝑎𝑥)−2


Fonte: ABNT, NBR 5626 (1998)

32
Onde:
∆ℎ = é a perda de carga no hidrômetro;
Q = é a vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo;
Q máx. = é a vazão máxima especificada para o hidrômetro.

2.8 PRESSÕES DE SERVIÇO NA TUBULAÇÃO

Segundo a NBR 5626 (ABNT, 1998) Em qualquer caso, a pressão não deve
ser inferior a 10 kPa, com exceção do ponto da caixa de descarga onde a pressão
pode ser menor que este valor, até um mínimo de 5 kPa, e do ponto da válvula de
descarga para bacia sanitária onde a pressão não deve ser inferior a 15 kPa.
Com relação à pressão máxima hidráulica da água em qualquer ponto de
utilização da rede predial de distribuição não deve ser superior a 400 kPa.
Já encontrado os valores das perdas de carga aplica-se a equação de
BERNOULLI com a somatória das energias de perdas, descrita na Equação 12:

Equação 12- Equação de BERNOULLI

𝑃1 𝑣12 𝑃2 𝑣22
𝑍1 + + = 𝑍2 + + + ℎ𝑝
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
Fonte: MACINTYRE (1997)

Onde:
Z1 = Energia potencial da seção 1 (m)
(V1)²/2 x g = Energia cinética da seção 1 (m)
P1/Y = Energia de pressão da seção 1 (m)
Z2 = Energia potencial da seção 2 (m)
(V2)²/2 x g = Energia cinética da seção 2 (m)
P2/Ү = Energia de pressão da seção 2 (m)
Hp = Perda de carga ao longo da tubulação (m)

33
2.9 DIMENSIONAMENTO DA BOMBA

Para dimensionamento da bomba é necessário definir alguns parâmetros. Para


efeito de calculo devemos calcular a altura manométrica através da Equação 13:

Equação 13- Altura manométrica

𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝐻𝑚𝑎𝑛(𝑟𝑒𝑐 ) + 𝐻𝑚𝑎𝑛(𝑠𝑢𝑐)


Fonte: MACINTYRE (1997)

Onde:
Hman = Altura manométrica
Hman (rec) = Altura manométrica recalque
Hman (suc) = Altura manométrica sucção

Outro dado necessário é a vazão média num período de 5 horas, determinada


no cálculo da tubulação de recalque pela equação de FORCHHEIMER.
Com todos esses valores para calcular a potência da bomba os manuais
hidráulicos recomendam a Equação 14 como exemplificação:

Equação 14- Calculo da potência da bomba


𝑌 𝑥 𝑄 𝑥 𝐻𝑚
𝑃=
𝑛
Fonte: MACINTYRE (1997)

Onde:
P = Potência da bomba calculada (cv)
Y = Peso específico da água (kgf/m³)
Q = Vazão média num período de 5 horas (m³/s)
Hm = Altura manométrica da água até atingir o reservatório (m)
ɳ = Rendimento global do conjunto elevatório (ɳbombax ɳmotor)

Segundo Macintyre na escolha dos motores elétricos, eles devem ser previstos
com uma margem de segurança, que normalmente está computada nas curvas e
34
tabelas elaboradas pelos fabricantes. Recomenda-se o seguinte acréscimo (Tabela
8).

Tabela 8 – Coeficientes de majoração da potência da bomba

Fonte: MACINTYRE (1997)

35
3 - PERCURSO METODOLÓGICO

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA


Segundo Gil (2007) a pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de
várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos
resultados. Portanto nesta pesquisa será explanado o conceito, a importância e a
necessidade do dimensionamento correto de um sistema de abastecimento na
construção civil.
Neste estudo será utilizado o método dedutivo já que “Parte de princípios
reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de
maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica.” (GIL, 2008,
p. 9).
Em relação ao objeto de estudo classificamos está pesquisa como exploratória
pois será realizado um estudo bibliográfico acerca do tema proposto com o “objetivo
de proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito” (Gil, 2002).
Já o procedimento técnico utilizado será uma pesquisa bibliográfica pois será
“elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros,
revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins,
monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de
colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto
da pesquisa. ” (FREITAS, PRODANOV, 2013)
A abordagem utilizada será quantitativa porque será “considera que tudo pode
ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para
classificá-las e analisá-las.” (FREITAS, PRODANOV, 2013)

3.2 CAMPO DE PESQUISA


A pesquisa teve como campo, a edificação constituída de três pavimentos tipos
e um térreo, com 16 apartamentos. Cada apartamento é constituído por uma suíte,
um quarto, área de serviço, cozinha, sala e banheiro.
Foram dimensionadas duas situações, na qual para primeira situação temos os
hidrômetros locados na parte interna da edificação (Apêndice A). E para segunda

36
situação temos os hidrômetros relocados na parte externa da edificação (Apêndice B).
Segue o detalhe dos hidrômetros no Apêndice C.

3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS


O instrumento principal, utilizou-se o projeto arquitetônico de um edifício
residencial, localizado na cidade de João Pessoa além de Softwares para
armazenamento de dados, e documentos bibliográficos: Livros, Revistas, Artigos, etc.

3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS


Utiliza-se as informações registradas no projeto arquitetônico do
empreendimento residencial, na cidade de João Pessoa. Com auxilio em catálogos e
livros do referencial teórico.

37
4 – RESULTADOS

4.1 MEMORIAL DE CÁLCULO PROJETO 1


Após estudo do projeto, primeiramente foram calculados a população estimada
da edificação. Partindo do conceito da Tabela 1, estimou-se que a população predial
seria de 64 habitantes como indica a Tabela 9.

Tabela 9 – Determinação da população

Fonte: Próprio Autor (2018)

Com o valor da população estimada foi determinado o consumo diário da


edificação. Adotando o prédio como padrão popular, foi considerado uma um consumo
diário para cada habitante no valor de 130 l/hab.dia. O valor da demanda diária foi
encontrado pela multiplicação da população total e o consumo diário de cada
habitante.

Tabela 10 – Demanda
DEMANDA
População x Consumo Diário
8320 l/s 8,32 m³
Fonte: Próprio Autor (2018)

Deve-se dimensionar a tubulação de alimentação predial de acordo com os


valores encontrados anteriormente. Como visto o diâmetro é encontrado em função
da vazão em um período de 24 horas, logo a vazão será igual a:

38
Equação 15– Vazão de alimentação predial
8320
𝑄=
86400
Fonte: Próprio Autor

Com essa equação encontramos o valor da vazão de alimentação igual a 0,1


l/s.

4.2 DIMENSIONAMENTO DO ALIMENTADOR PREDIAL (RAMAL EXTERNO)


Com todos os valores encontrados é possível determinar o valor do diâmetro
do ramal de entrada através da equação da continuidade.

Equação 16– Diâmetro do alimentador

𝑄=𝑉𝑥𝐴
Fonte: Porto (2006)

Com o valor da vazão encontrado anteriormente e adotando um valor de 0,8


m/s para velocidade como visto no referencial teórico, determinamos o valor do
diâmetro desenvolvendo a equação.

0,0001 = 0,8 𝑥 𝜋𝐷2 /4


D = 12,61 mm
Diâmetro adotado = 25 mm

4.3 DIMENSIONAMENTO DOS RESERVATÓRIOS


Os reservatórios tiveram seus volumes calculados a parir de um método
prático. O inferior irá comportar um maior volume de água, pois ele vai receber 60%
do volume total e mais a reserva de água.

𝑅𝑒𝑠 𝐼𝑛𝑓 = (0,6 𝑥 8320) + (0,5 𝑥 8320)


𝑅𝑒𝑠 𝐼𝑛𝑓 = 9152 𝑙
39
Já o reservatório superior foi determinado da seguinte forma:

𝑅𝑒𝑠 𝑆𝑢𝑝 = 0,4 𝑥 8320


𝑅𝑒𝑠 𝑆𝑢𝑝 = 3328 𝑙

4.4 DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO DE RECALQUE E SUCÇÃO


Para o dimensionamento da tubulação de recalque utilizaremos a formula de
FORCHHEIMER (Equação 4)

4
𝐷𝑟 = 1,3 𝑥 √𝑄 𝑥 √𝑇/24

Para determinar o valor de Q (Vazão) calculou-se seu valor num período de 5


horas, transformando-se o valor do consumo diário em vazão no período de 5 horas.

𝑄 = 𝐶𝑑/18000
𝑄 = 0,46 𝑙/𝑠

O valor de T será a relação do tempo de funcionamento da bomba, num


período de 24 horas, que no caso, vai ser utilizado 5 horas.

5
𝑇=
24
𝑇 = 0,20833

Com esses valores encontrados podemos calcular o valor do diâmetro de


recalque.
4
𝐷𝑟 = 1,3 𝑥 √0,46𝑥10^ − 3 𝑥 √5/24
𝐷𝑟 = 0,019 𝑚
𝐷𝑟 𝐴𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 32 𝑚𝑚
40
Para o diâmetro de sucção foi adotado o diâmetro posterior ao encontrado no
diâmetro de recalque. Assim o diâmetro de sucção foi adotado:

𝐷𝑠 = 40 𝑚𝑚
4.5 DIMENSIONAMENTO DO BARRILETE E COLUNA DE ÁGUA
Para o barrilete foi adotado diâmetro de 75 mm de acordo com a quantidade de
aparelhos sanitários de toda a edificação multifamiliar. Já os sub-ramais foram
encontrados também pelos levantamentos de cada localidade correspondente.

Tabela 11 – Pesos dos apartamentos


APARTAMENTO 16x
APARELHOS PEÇA DE UTILIZAÇÃO PESO RELATIVO
SANITÁRIOS
BACIA SANITÁRIA CAIXA DE DESCARGA 0,6
BIDÊ MISTURADOR DE 0,2
(ÁGUA FRIA)
CHUVEIRO OU DUCHA MISTURADOR DE 0,8
(ÁGUA FRIA)
LAVADOURA DE REGISTRO DE 1,0
PRATOS OU DE PRESSÃO
ROUPAS
PIA TORNEIRA OU 1,4
MISTURADOR (ÁGUA
FRIA)
TANQUE TORNEIRA 0,7
Fonte: Próprio Autor (2018)

Com a somatória dos pesos e utilizando a tabela 6 encontramos o valor do


diâmetro. Para o apartamento 1 temos:
Valores:
Soma dos pesos = 4,7
Diâmetro adotado 32 mm

41
Como todos os apartamentos são simétricos, ou seja, eles possuem a mesma
quantidade de aparelhos sanitários, o diâmetro de 32 mm será adotado para todas as
tubulações que alimentam os apartamentos.
Para as demais tubulações internas foram feitos levantamentos dos aparelhos
sanitários de cada cômodo, e de acordo com a somatória dos pesos, adotaremos o
diâmetro correspondente.
A tubulação que abastece o banheiro foi dimensionada da seguinte forma:

Tabela 12 – Pesos dos banheiros


BANHEIROS 32x
APARELHOS PEÇA DE UTILIZAÇÃO PESO RELATIVO
SANITÁRIOS
BACIA SANITÁRIA CAIXA DE DESCARGA 0,6
BIDÊ MISTURADOR DE 0,2
(ÁGUA FRIA)
CHUVEIRO OU DUCHA MISTURADOR DE 0,8
(ÁGUA FRIA)
PIA TORNEIRA OU 1,4
MISTURADOR (ÁGUA
FRIA)
Fonte: Próprio Autor (2018)

Valores:
Soma dos pesos = 3,0
Diâmetro adotado 25 mm

O ultimo cômodo com aparelhos sanitários é a área de serviço que possui os


seguintes aparelhos:

42
Tabela 13 – Pesos dos apartamentos
APARTAMENTO 16x
APARELHOS PEÇA DE UTILIZAÇÃO PESO RELATIVO
SANITÁRIOS
LAVADOURA DE REGISTRO DE 1,0
PRATOS OU DE PRESSÃO
ROUPAS
PIA TORNEIRA OU 1,4
MISTURADOR (ÁGUA
FRIA)
TANQUE TORNEIRA 0,7
Fonte: Próprio Autor (2018)

Valores:
Soma dos pesos = 3,1
Diâmetro adotado 25 mm

Dessa forma todos os diâmetros foram dimensionados. Próxima etapa serão


calculadas as pressões no ponto mais desfavorável. Para isso se faz necessário o
calculo das vazões, perdas de carga e determinar as cotas de cada ponto.

Tabela 14 – Valores por trecho


Trecho D(mm) Q(l/s) Z1 (m) Z2 (m)
1-2 75 2,574 14 0,5
2-3 32 0,643 0,5 10,6
3-4 25 0,3146 10,6 9,8
4-5 25 0,1897 9,8 10,65
Fonte: Próprio Autor (2018)

Foram determinados os trechos que vão do reservatório, passando pelo painel


de hidrômetros, até o ponto mais desfavorável. Com os diâmetros calculados
anteriormente, a vazão foi determinada através da equação 8 como especificado no
referencial. Com isso as cotas (Z1 e Z2) foram encontradas a partir dos projetos.
43
Em seguida foram calculados o comprimento real (L), comprimento equivalente
(LEqui), perda de carga unitária (J), perda de carga total (Hp) e as pressões
disponíveis (P1 e P2)

Tabela 15 – Valores por trecho


L(m) LEqui (m) J(m/m) HP (m) P1 P2
(mca) (mca)
19,42 10,1 0,0101 0,29824 0 13,2
24,45 3,6 0,05664 1,58875 13,2 1,51
7,5 5,55 0,0537 0,70079 1,51 1,61
1,5 15 0,02216 0,35567 1,61 0,39
Fonte: Próprio Autor (2018)

O comprimento real foi definido a partir da soma do comprimento


correspondente a cada trecho. Já o comprimento equivalente foi encontrado a partir
da soma das peças de cada trecho, logo, elas são somadas e multiplicadas pelo valor
da perda de carga unitária encontrada pela formula de FAIR – WHIPPLE – HSIO.
Com todos os valores encontrados, por meio da formula de BERNOULLI, foram
determinadas as pressões e calculada a pressão no ponto mais desfavorável no valor
de 0,39 m/m. Tal valor não se mostra como uma pressão adequada, logo deve-se
procurar soluções em busca de melhorar o valor de sua pressão de acordo com a
norma. Para isso, a primeira solução proposta foi o aumento do diâmetro do trecho 2-
3 que passou de 32 mm para 40 mm, logo com essa alteração temos os seguintes
valores:

Tabela 16 – Valores por trecho


Trecho D(mm) Q(l/s) Z1 (m) Z2 (m)
1-2 75 2,574 14 0,5
2-3 40 0,643 0,5 10,6
3-4 25 0,3146 10,6 9,8
4-5 25 0,1897 9,8 10,65
Fonte: Próprio Autor (2018)
44
Tabela 17 – Valores por trecho
L(m) LEqui (m) J(m/m) HP (m) P1 P2
(mca) (mca)
19,42 10,1 0,0101 0,29824 0 13,2
24,45 4,2 0,01844 0,52833 13,2 2,57
7,5 5,55 0,0537 0,70079 2,57 2,67
1,5 15 0,02216 0,35567 2,67 1,45
Fonte: Próprio Autor (2018)

Com a mudança no trecho 2-3 a nova pressão se apresenta de forma adequada


no valor de 1,45 metros de coluna d’água para uma altura do reservatório de dois
metros e oitenta centímetros (2,8 m).

4.6 MEMORIAL DE CÁLCULO PROJETO 2


Para o projeto dois, tanto os diâmetros de recalque e sucção, reservatórios e
alimentador predial, foram adotados os mesmos valores do projeto 1 em função das
semelhanças do projeto.

4.7 DIMENSIONAMENTO DO BARRILETE E COLUNA DE ÁGUA DO PROJETO 2


Para o projeto dois, os cálculos seguiram a mesma sequência e mesma forma
de se calcular, tendo os seguintes resultados:

Tabela 18 – Valores por trecho


Trecho D(mm) Q(l/s) Z1 (m) Z2 (m)
1-2 75 2,574 14 0,5
2-3 32 0,643 0,5 10,6
3-4 25 0,3146 10,6 9,8
4-5 25 0,1897 9,8 10,65
Fonte: Próprio Autor (2018)

45
Tabela 19 – Valores por trecho
L(m) LEqui (m) J(m/m) HP (m) P1 P2
(mca) (mca)
38,55 12,1 0,0101 0,51172 0 12,98
29,93 4,8 0,05664 1,96711 12,98 0,91
7,5 5,55 0,05370 0,70079 0,91 1,01
1,5 15 0,02216 0,36567 1,01 -0,2
Fonte: Próprio Autor (2018)

A pressão no ponto mais desfavorável teve como valor -0,2 metros de coluna
d’água, o que mostra que a pressão não será suficiente para atender ao aparelho
sanitário a ser utilizado neste local.
Para solucionar o problema, primeiramente foi adotada a mesma medida
utilizada no projeto 1. O trecho 2-3 passou a ter um diâmetro de 40 mm, logo com
essa alteração os valores passaram a ser os seguintes:

Tabela 20 – Valores por trecho


Trecho D(mm) Q(l/s) Z1 (m) Z2 (m)
1-2 75 2,574 14 0,5
2-3 40 0,643 0,5 10,6
3-4 25 0,3146 10,6 9,8
4-5 25 0,1897 9,8 10,65
Fonte: Próprio Autor (2018)

46
Tabela 21 – Valores por trecho
L(m) LEqui (m) J(m/m) HP (m) P1 P2
(mca) (mca)
38,55 12,1 0,0101 0,51172 0 12,98
29,93 5,6 0,01844 0,65521 12,98 2,22
7,5 5,55 0,05370 0,70079 2,22 2,31
1,5 15 0,02216 0,36567 2,31 1,094
Fonte: Próprio Autor (2018)

Com a mudança, a pressão no ponto mais desfavorável passou a ter um valor


de 1,094 metros de coluna d’água. Porém, apesar do valor está de acordo com os
padrões da norma, será feita uma nova alteração para que a pressão fique bem
próxima da pressão encontrada no projeto 1 afim de comparar efetivamente a
diferença de um projeto para o outro enquanto eles possuem o mesmo valor de
pressão.
A alteração seguinte se da no aumento na altura da caixa d’água no valor de
40 cm. Com essa nova alteração os valores passaram a ser os seguintes:

Tabela 22 – Valores por trecho


Trecho D(mm) Q(l/s) Z1 (m) Z2 (m)
1-2 75 2,574 14,4 0,5
2-3 40 0,643 0,5 10,6
3-4 25 0,3146 10,6 9,8
4-5 25 0,1897 9,8 10,65
Fonte: Próprio Autor (2018)

47
Tabela 23 – Valores por trecho
L(m) LEqui (m) J(m/m) HP (m) P1 P2
(mca) (mca)
38,55 12,1 0,0101 0,51172 0 13,38
29,93 5,6 0,01844 0,65521 13,38 2,62
7,5 5,55 0,05370 0,70079 2,62 2,72
1,5 15 0,02216 0,36567 2,72 1,5
Fonte: Próprio Autor (2018)

Com a mudança no trecho 2-3 a nova pressão se apresenta muito próxima da


pressão encontrada no projeto 1, para uma altura do reservatório de três metros e
vinte centímetros (3,2 m).

4.8 DIMENSIONAMENTO DA BOMBA


Para o cálculo da potência da bomba foram adotados os seguintes valores:

Y = 1000 kgf/m³
Q = 0,00046 m³
Hm = 34,6 m
P = 0,53 CV

Com o valor da potência encontrado, deve-se consultar os catálogos de


fabricantes de bombas para que sua escolha seja feita. O valor encontrado é um valor
teórico, para isso devemos escolher um valor de potência para bombas comerciais.
No segundo projeto os valores permanecem o mesmo, a altura manométrica e
a vazão não se altera. Logo a potência será a mesma.

4.9 CUSTO
Foi feito um pequeno levantamento nos locais específicos onde surgiram
mudanças no projeto. Os principais pontos foram, as tubulações que saiam do painel

48
de hidrômetros até a sua chegada nos respectivos apartamentos e a altura do
reservatório.
O levantamento foi feito com auxilio da tabela do Sistema Nacional de Preços
e Índices para a Construção Civil (SINAPI) e foi dividido da seguinte forma: Instalação
Hidráulica e Reservatório. Como já era esperado o projeto dois, que possui a mudança
no painel de hidrômetros apresentou um valor de custo maior em relação a concepção
anterior. Os valores seguem a seguir e em Apêndice D.

Tabela 24 – Levantamento
LEVANTAMENTO
Projeto 1 Custo (Reais) Projeto 2 Custo (Reais)
Instalação Hidráulica 1.814,56 Instalação Hidráulica 7.243,41
Reservatório 9.186,21 Reservatório 9.884,54
Total 11.000,77 17.127,95
Fonte: Próprio Autor (2018)

49
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para entender as mudanças que viriam a acontecer em decorrência da nova


exigência da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA), foi utilizado um
projeto base para que através dele fosse elaborado dois projetos hidráulicos afim de
comparar as duas situações e analisar se ouve grandes ou pequenas mudanças.
Futuramente, serão necessários o estudo em uma quantidade maior de
edificações, pois para dados estatísticos requer uma quantidade maior de amostras.
Por tanto é importante comparar os resultados em mais edificações.
Para a edificação escolhida como modelo, procuramos deixar as pressões a
mais próxima possível afim de comparar a diferença entre os dois projetos. Com os
valores de pressão igual a 1,45 mca e 1,5 mca vimos que as diferenças foram
basicamente na altura do reservatório que passou de 2,8 metros para 3,2 metros (um
aumento de 40 centímetros) e nos comprimentos das tubulações que vão em direção
ao painel de hidrômetros.
Por meio das tabelas da sinapi, foram levantados os custos, apenas dos locais
que tiveram alterações como altura do reservatório e comprimentos de tubulações.
Após quantificar todos os dados vimos que a diferença financeira foi de R$ 6.127,18
valor que representa um aumento de aproximadamente 35%.
Esse valor obtido através do levantamento é um valor variável, ou seja, cada
edificação terá seu custo. Para edificação usada como modelo, as mudanças tiveram
um peso financeiro que afetara as futuras edificações pois elas terão que se adequar
a nova exigência.

50
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5626:


instalação predial de água fria. Rio de Janeiro, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12218:


Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público. Rio de Janeiro,
1994.

CREDER, H. Instalações hidráulicas e sanitárias. 6ª Ed. Rio de Janeiro:


LTC, 2006.

JUNIOR, G. de. A. R.; BOTELHO, M. H. C. Instalações hidráulicas prediais:


utilizando tubos plásticos. 4ªEd. São Paulo: Blücher, 2014.

JÚNIOR, R. C. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura: princípios


básicos para elaboração de projetos. São Paulo: Blücher, 2013.

MACINTYRE, A. J. Bombas e instalações de bombeamento. 2ª Ed. Rio de


Janeiro: LTC, 1997.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho


científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2ª Ed.
Novo Hamburgo: Universidade FEEVALE, 2013.

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