Uma Abordagem Sobre A Sexualidade Na Terceira Idade
Uma Abordagem Sobre A Sexualidade Na Terceira Idade
Uma Abordagem Sobre A Sexualidade Na Terceira Idade
Nº 16753
Porto, 2010
Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Nº 16753
Porto, 2010
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Nº 16753
A Aluna
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Sumário
Este trabalho pretende descrever a actualidade dos factores que influenciam a sexualidade na
terceira idade, tentando contribuir para alterar a visão de que a vida sexual activa é uma
prerrogativa dos jovens.
A educação sexual para os mais velhos é uma proposta e uma necessidade. Falta de
informação, pressão social, são alguns dos factores que justificam atitudes tão conservadoras
face à sexualidade em geral.
Para a realização deste documento foi utilizado o método descritivo-narrativo, com recurso a
uma vasta pesquisa bibliográfica, diversificando ao máximo as referências usadas. Estudo do
tipo bibliográfico, exploratório com abordagem qualitativa através de dados obtidos nos
livros, revistas cientificas e ainda em pesquisa cibernética. A revisão inicial da literatura
permitiu familiarizar-me com a pesquisa de documentos, enquanto que a revisão sistemática
da literatura permitiu ir mais longe na análise, na ordenação e na redacção da informação.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Através do estudo realizado constatou-se que o tema da sexualidade nem sempre é tratado
com abertura, pois remete-nos a vivências pessoais extremamente intimas, especialmente
quando falamos sobre sexo na velhice. Factores sociais, culturais e religiosos, além da
estrutura física, do funcionamento e da aparência estão entre os factores que influenciam a
sexualidade na terceira idade.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Abstract
This work aims to describe the timeliness of factors that influence the sexuality in the third
age, an attempt to contribute to amend the vision that the active sexual life is the prerogative
of young people.
Aging is a natural experience, not a pathological process. It is a natural process common to all
living organisms. The aging process varies not only between individuals, but also between the
different systems of the same person.
Perceive the elderly and the aging process inherent to our humanity is the first step. The older
person amah and precise live their lives and their sexuality freely and with dignity.
The sexuality includes the love, heat, the affection and sharing between people, in addition to
the identification of a sexual role. Sexuality is a theme marked by taboos and myths. Even
today living in a modern society, when discussing this matter in the third age is even more
evident the bias.
Sexual education for older is a proposal and a necessity. Lack of information, social pressure,
are some of the factors that justify so conservative attitudes toward sexuality in general.
For the implementation of this document was used the descriptive method-narrative, with
recourse to a wide bibliographical research, diversifying the most of the references used.
Study type bibliographic, exploratory qualitative approach through data obtained in books,
magazines and still sounder scientific research cybernetics. The initial review of the literature
led familiarise-me with the search for documents, while the systematic review of the literature
led go further in the analysis, in order and the drafting of the information.
To delineate the objectives for this research work, wanted-understand the physiological
changes in the elderly as natural process to aging and as these amendments interferiam
sexuality of gerry.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Through the study found-that the theme of sexuality is not always treated with openness,
because it refers-us personal experiences extremely intimate, especially when we talk about
sex in old age. Factors social, cultural and religious, in addition to the physical structure, the
operation and the appearance are among the factors which influence the sexuality in the third
age.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Agradecimentos
Deixo umas palavras meramente simbólicas a todos os que me apoiaram durante esta longa
caminhada ajudando-me a superar os obstáculos que foram surgindo.
Quero ainda, agradecer aos meus pais, irmãos e, principalmente ao meu namorado, pelo
incansável apoio e compreensão por todos os momentos subtraídos à sua presença.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Índice
Página
0- Introdução ……………………………………………………………….…….….. 15
I- Fase Conceptual
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
c) Planeamento ………………………………………………………….. 48
d) Implementação ……………………………………………………….. 48
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Índice de quadros
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Abreviaturas
Cit. – Citação
et al. – et alli
p.- Página
Siglas
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
0- Introdução
Este trabalho de pesquisa e investigação está subordinado ao tema “Uma abordagem sobre a
sexualidade na terceira idade”, enquadrando-se no Projecto de Graduação, do 4º ano, da
Licenciatura de Enfermagem, da Universidade Fernando Pessoa.
Este documento tem como objectivo descrever a pesquisa e compilação de bibliografia no que
respeita aos factores que influenciam a sexualidade na terceira idade. Será, assim, pertinente
abordar esta problemática, visto que são temáticas tabu em quase todas as sociedades.
Desde a antiguidade, a velhice tem sido associada à dependência e à perda do controle sobre a
própria vida, mesmo para actos banais de sobrevivência. (Netto, 2002).
Todas as pessoas acima de 65 anos são agrupadas sob a categoria de idosas. Actualmente,
reconhece-se que existe muita diversidade entre os diferentes grupos etários no final da vida,
ou seja, a sociedade destina um lugar e um papel ao individuo que envelhece, diferindo de
acordo com o contexto social em que está inserido. Desta forma não existe uma velhice, mas
velhices que diferem de acordo com o género, classe social e intelectual, facto que torna
fundamental uma visão singularizada para cada idoso. Eliopoulos (2005) refere que as pessoas
com a idade de 65 anos ou mais podem ser categorizados como: idoso jovem: 65 a 75 anos;
idoso: 75 a 85 anos; idoso idoso: 85 a 100 anos; idoso de elite: acima de 100anos.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Os estudos sobre a sexualidade na terceira idade são escassos e quase sempre se limitam a
uma abordagem médico- terapêutica que, invariavelmente, trata a questão da sexualidade na
terceira idade a partir das concepções de patologias associados a distúrbios fisiológicos e
ignoram todo o complexo psico-socio-cultural que participa, permeia e condiciona a realidade
social e a vivência sexual dos idosos (Capodieci, 2000).
Estes estudos da sexualidade na terceira idade são muito importantes porque a sexualidade
deixa de ser vista como tendo uma só função, que é a do modelo reprodutivo, e começa a dar-
se importância ao prazer (ter e dar) porque é algo que se mantém toda a vida ao contrário da
reprodução, que tem limites (Lima, 2003).
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Para a realização deste documento foi utilizado o método descritivo-narrativo, com recurso a
uma vasta pesquisa bibliográfica, diversificando ao máximo as referências usadas. A questão
de partida elaborada foi quais os factores que influenciam a sexualidade na terceira idade.
Recolheu-se informações sobre a actualidade do tema, consultando diversas obras de
referência. A revisão inicial da literatura permitiu familiarizar-me com a pesquisa de
documentos, enquanto que a revisão sistemática da literatura permitiu ir mais longe na
análise, na ordenação e na redacção da informação.
No que respeita a organização deste trabalho, este é constituído por introdução na qual é feita
uma apresentação geral ao tema e o corpo do trabalho que se divide em quatro partes: a
primeira parte que constitui a fase conceptual, onde são referenciados os objectivos que tracei
para a realização deste trabalho de investigação; a segunda parte que constitui o
enquadramento teórico onde é abordado o envelhecimento, a sexualidade na terceira idade e a
enfermagem e a sexualidade da pessoa idosa; a terceira parte onde é exposto e discutido os
resultados obtidos; seguindo-se a conclusão.
Este trabalho foi elaborado tendo por base o Manual de Elaboração de Trabalhos Científicos
(Manual de Estilo), adoptado e preconizado pela UFP-FCS, seguindo-se, ainda, e
relativamente a normas bibliográficas, foi aplicado pelo Método de Harvard, com as devidas
adaptações inerentes à Língua Portuguesa.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
I- Fase conceptual
i. Justificação do estudo
A escolha deste tema é justificada pelo aumento do crescimento da população idosa no último
século, e pela necessidade de conhecimento minucioso desta área. Falar de sexo e da nossa
sexualidade é, efectivamente, uma questão de grande pudor. As mentalidades estão presas a
uma cultura conservadora, que sustenta e resguarda as questões da intimidade para o domínio
do privado e numa perspectiva de procriação e não de prazer pelo prazer. Importa, por isso,
abordar a dimensão sexual enquanto componente vital de desenvolvimento saudável do ser
humano.
Uma questão de investigação é uma interrogação precisa, escrita no presente e que inclui o ou
os conceitos em estudo. Ela indica claramente a direcção que se entende tomar, quer seja
descrever conceitos ou fenómenos (Fortin, 2009). É uma pergunta explicita respeitante a um
tema de estudo que se deseja examinar, tendo em vista desenvolver o conhecimento que
existe. É um enunciado claro e não equivoco que precisa os conceitos examinados e especifica
a população alvo (Fortin, 2009). A questão de investigação elaborada foi quais os factores que
influenciam a sexualidade na terceira idade.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
ii. Objectivos
O objectivo vem em primeiro lugar, porque ele pertence a uma ordem mais geral: é dele que
decorrem as questões que serão colocadas. Definindo-se o objectivo, é-se conduzido a
precisar os conceitos que serão estudados, a população alvo e a informação que se deseja
obter (Fortin, 2009).
Objectivo Geral:
Objectivos específicos:
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Netto (2002), relata que o envelhecimento manifesta-se por declínio das funções dos diversos
órgãos que, caracteristicamente, tende a ser linear em função do tempo, não se conseguindo
definir um ponto exacto de transição, entre as demais fases.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Mudanças físicas que embora normais e naturais podem afectar o comportamento, a resposta
sexual e os aspectos da sexualidade no envelhecimento. As alterações causadas pelo
envelhecimento desenvolvem-se a um ritmo diferente para cada pessoa (Berger, 1995).
As atitudes da sociedade face à velhice e aos idosos são sobretudo negativas e em parte são
responsáveis pela imagem que eles têm de si próprios bem como das condições e das
circunstâncias que envolvem o envelhecimento.
Segundo Louise Berger (1995), o envelhecimento é um processo normal que faz parte da vida
de qualquer ser humano. Muitas vezes a sociedade contribui para que o idoso tenha
sentimentos de desvalorização, pois os velhos sempre foram imaginados como aqueles que
estão se despedindo da vida: aposentam-se do seu trabalho, da sua função, aposentam-se da
vida. Este preconceito de concepção da sociedade acaba por privar os idosos de várias coisas,
isolando-os completamente, chegando mesmo a contribuir para acelerar o seu processo de
envelhecimento.
Os idosos são extremamente sensíveis e vulneráveis à opinião dos outros e à atenção que estes
dão aos seus feitos e aos seus gestos. Acreditam e identificam-se com a imagem degradante
que a sociedade lhes confere, justificando de qualquer forma a descriminação de que são
objecto. Os preconceitos ou mitos que estão associados à sexualidade ilustram-no bem,
renegam as suas necessidades sexuais, os idosos acabam por não reconhecer nem aceitar a
verdadeira expressão da sua sexualidade.
Os idosos que consideram a velhice como um fenómeno natural são mais felizes e implicam-
se no seu meio e na sociedade. Reconhecem em si aspectos positivos (sistema de valores
estável, sensatez, juízo critico, etc) e encontram no envelhecimento certas vantagens como
diminuição das responsabilidades e do trabalho, ausência de competição, abertura de espírito.
Complicam menos a vida, apreciam-na mais e temem menos a morte. Utilizam os seus
conhecimentos e as suas experiências passadas para partilhar com os outros ou para recorrer a
elas quando necessário.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
1. A maioria dos idosos é senil ou doente. A senelidade, termo pejorativo, sem ligação
específica ao envelhecimento, descreve os sintomas de uma doença degenerativa do
sistema nervoso. A maior parte dos idosos não é mentalmente perturbada e apenas 4
ou 5% dos idosos com mais de 65 anos ou mais anos estão institucionalizados, devido
a doenças cerebrais.
3. No que se refere ao trabalho, os idosos não são tão produtivos como os jovens. Ao
contrário disto, os estudos tendem a demonstrar que os trabalhadores idosos têm uma
taxa de absentismo menos elevada, têm menos acidentes e um rendimento mais
constante.
4. A maior parte dos idosos tem necessidade de ajuda para as suas actividades
quotidianas. Cerca de 80% dos idosos é suficientemente saudável e autónoma para
efectuar as suas actividades quotidianas sem qualquer ajuda. Este mito sobre a
dependência, é um dos mais persistentes.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
7. A maioria dos idosos está isolada e sofre de solidão. Os estudos provam, pelo
contrário, que um grande número de idosos mantém elos de amizade, permanece em
contacto estreito com a família e participa regularmente em actividades sociais.
Os mitos e os estereótipos causam uma enorme perturbação nos idosos uma vez que negam o
seu processo de crescimento e os impedem de reconhecer as suas potencialidades. Assim,
todos os mitos e estereótipos sobre a sexualidade dos idosos só servem para controlar e
influenciar o seu comportamento sexual.
Bowd (2003) define estereótipo como esquemas de percepção pessoais baseados numa
principal categorização particular, que podem ser positivos e negativos. Dá como exemplo os
casos de género, etnicidade, origem nacional e idade. Os estereótipos têm origem na assunção
e prática da interacção cultural e são descritos como organizados, e como a primeira estrutura
de conhecimento que facilita a interpretação de nova informação sobre as pessoas.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Bowd (2003) refere-se a quatro efeitos típicos dos estereótipos no julgamento e ideias dos
indivíduos:
É bom deixar claro que nem todos estereótipos sobre o envelhecimento são negativos. Há
também os positivos, tais como: a sabedoria, a amabilidade, a generosidade, a solidariedade, a
bondade, etc.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
A doença e a incapacidade têm como consequência o declínio das funções. Os idosos têm
uma ou mais doenças crónicas, e mais de um terço têm uma incapacidade séria que limita as
principais actividades, como o trabalho e os afazeres domésticos. Tornar-se um fardo para a
sua família por ser incapaz de realizar as actividades de vida diária, e ter de entrar para um lar
de idosos são alguns dos medos associados com a dependência (Eliopoulos, 2005).
As (os) enfermeiras (os) devem ajudar as pessoas idosas a entender e a aceitar o declínio
físico normal associado com a idade avançada. Devem ser encorajados os hábitos e as atitudes
que podem promover hábitos de vida saudáveis, como uma dieta adequada, caminhada,
controle preventivo de problemas de saúde, controle efectivo do stress, evitar ingestão de
bebidas alcoólicas, evitar fumar e abusar de drogas (Eliopoulos, 2005).
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
As modificações nos órgãos e sistemas ocorrem ao nível celular básico. O número de células
é gradualmente reduzido, restando menos células funcionais no organismo. A massa corporal
de uma forma geral é reduzida, enquanto o tecido adiposo aumenta até aos 60 anos. Os
sólidos celulares e a massa óssea são diminuídos. O líquido extracelular permanece
razoavelmente constante, embora o intracelular seja diminuído, resultando em menor
quantidade de líquido orgânico total (Eliopoulos, 2005).
As mudanças fisiológicas na idade adulta tardia são bastante variáveis, sendo que umas estão
ligadas à idade cronológica e outras aos problemas da saúde (idade biológica). Os problemas
de saúde mais severos na terceira idade são, as mudanças que afectam o coração, as
acumulações de gordura à volta deste órgão, que interferem no funcionamento do mesmo,
levando a uma diminuição do ritmo e da subida da tensão arterial (Papalia et. al, 2003).
Com o avançar da idade, o sono torna-se mais fragmentado, menos profundo, com mais
interrupções e há mais dificuldade em adormecer.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
v. Desenvolvimento cognitivo
As modificações psicológicas podem ser influenciadas pelo estado de saúde em geral, pelos
factores genéticos, pelas realizações educacionais, pelas actividades e mudanças físicas e
sociais. A deficiência dos órgãos sensoriais pode prejudicar a interacção com o ambiente e
com as outras pessoas, influenciando assim, o estado psicológico (Eliopoulos, 2005).
Com a terceira idade surge a reforma e com ela a mudança de papéis e a mudança de estilo de
vida. No que concerne às relações pessoais, nesta fase desenvolvimental, os relacionamentos
são importantes, embora haja um declineo do contacto social. A maioria dos idosos vive com
a família, em geral com o cônjuge, mas não com os filhos. Actualmente a maioria dos idosos
prefere viver em suas casas sozinhos do que em instituições (Papalia et al., 2003).
Uma das principais adaptações por que passa o indivíduo idoso é a perda da função. Para
muitos, essa é a primeira experiência referente ao impacto de envelhecer. A assistência ao
envelhecimento deve incluir a preparação para a aposentadoria, intervenções preventivas,
maximizando o potencial para a saúde e bem-estar (Eliopoulos, 2005).
Num estudo desenvolvido por Santos (1990) acerca da influência da aposentadoria sobre a
identidade do sujeito constatou-se que nas sociedades modernas a ênfase continua a ser dada à
juventude e à capacidade de produção, ou seja, “ser velho representa um afastamento do
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
mundo social”. Em contra-partida, Debert (1999) aponta para a abertura de espaços para que
diversas experiências de envelhecimento bem sucedidas possam ser vividas colectivamente,
como por exemplo os grupos de convivência de idosos e as universidades da terceira idade,
entre outros.
Na terceira idade verificam-se várias mudanças a nível físico, nomeadamente a pele dos
idosos altera-se, fica mais pálida, cobre-se de manchas, perde elasticidade e fica enrugada. Os
cabelos ficam brancos e escassos, os pêlos tornam-se mais finos e brancos. Outras mudanças
são menos visíveis, afectam os órgãos internos, como o cérebro, o funcionamento sensorial,
motor e sexual (Papalia et al., 2003).
De facto, à medida que os anos passam, há limitações físicas que podem surgir como
consequência de estilos de vida menos saudáveis, entre os quais, salienta-se o tabagismo, o
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, uma alimentação com alto teor de gorduras,
hipertensão, colesterol alto e, mais recentemente, uma prática de vida bastante sedentária.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
A sexualidade na terceira idade consiste num assunto suprimido pela população idosa por
envolver valores culturais e morais que são moldados no decorrer da sua vida na sociedade.
A sexualidade nos idosos foi expressa em palavras, como, troca de carinhos, beijos, abraços,
companheirismo, segurança, sexo e felicidade, mas também inclui tocar, acariciar, fantasias e
masturbação (Catusso, 2005).
Ao contrário das crenças na sociedade de que os idosos são assexuados, muitos pesquisadores
documentaram o interesse contínuo na actividade sexual através de toda a vida adulta
(Richardson, 2001).
O sexo consiste em muito mais do que um acto físico. Ele inclui o amor, o calor, o carinho e o
compartilhar entre as pessoas, vendo além do cabelo grisalho, das rugas e de outras
manifestações do envelhecimento.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Natural, boa, maravilhosa- raramente estes termos são usados para descrever a experiência
sexual da pessoa idosa. Quando os tópicos sexo e idoso são confrontados, reaparecem a
ignorância e o preconceito relacionados a eles (Eliopoulos, 2005).
Autores, tais como Perry e Potter (2005), Barbosa (2004) e Monteiro (2002), apontam que a
prática sexual faz parte da sexualidade, mas que, para a maioria dos idosos, vai além disso. A
sexualidade na velhice é simples e, ao mesmo tempo, complexa, afinal o corpo envelhece, a
anatomia e a fisiologia sexual modificam-se, mas a capacidade de amar, de beijar, de abraçar
continua intacta até o final da vida.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
A sexualidade é um mundo fascinante que passa por um conjunto de aspectos, que vão desde
a comunicação, intimidade e fantasias até e obviamente, ao contacto físico, com os beijos,
carícias e diferentes práticas sexuais (Nunes, 2008).
Masters e Johnson (1966 cit. in Richardson 2001) descrevem quatro estágios da resposta
sexual humana: excitação, platô, orgasmo e resolução.
♦ As erecções levam mais tempo para se tornarem eficazes e podem ser menos
completas durante a fase de excitação;
♦ Podem precisar de estimulação mais directa para conseguirem uma erecção e têm
probabilidade menor de a alcançarem somente com estimulação visual ou psicológica;
♦ A fase de platô é geralmente mais longa, o que pode ter resultado positivo, com o
maior controle sobre a ejaculação. As secreções pré-ejaculatórias estão reduzidas ou
ausentes. À medida que o orgasmo se aproxima, a extensão da inevitabilidade
ejaculatória está reduzida. O orgasmo em si é mais curto, a força da ejaculação está
diminuída.
Todas as quatro fases de excitação sexual e orgasmo na mulher também são afectadas pela
idade:
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
♦ Na fase de resolução diminui a tensão sexual, a erecção dos mamilos pode continuar
durante horas, e podem estar presentes os sintomas urinários.
♦ Um novo interesse no sexo, possivelmente porque não precisam de temer uma gestação
indesejada, ou porque têm mais tempo e privacidade com os filhos crescidos e fora de
casa (Eliopoulos, 2005).
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
“Sexo sem tabus” (Crawford, 2006) é, ainda, algo do nosso imaginário. O facto é que
continuamos presos à cultura clássica, uma cultura reservada e, principalmente, uma cultura
conservadora. Gentes de profundos cuidados e onde a vida é muito do domínio do privado,
situação que favorece o perpetuar de mitos e crenças associados ao sexo e à sexualidade.
O sexo é associado à juventude, à força e virilidade, ao corpo magro e saudável, como que
negando a sexualidade aos mais velhos, enrugados pela vida.
Segundo Zilbergeld (1999 cit. in Nobre, 2006, p. 97) um homem que possua um conjunto de
crenças erradas acerca da sexualidade é mais susceptível de desenvolver ideias catastróficas
das consequências de um eventual insucesso sexual.
De uma forma geral Heiman e LoPicolo (1988 cit. in Nobre, 2006), afirma que as mulheres
sexualmente disfuncionais crêem que o processo de envelhecimento, sobretudo na pós-
menopausa, implica um decréscimo do desejo e do prazer sexual.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Quadro 1
Hawton (1985)
Zilbergeld (1999) Heiman e LoPiccolo (1988)
Mitos masculinos e
Mitos Masculinos Mitos femininos
femininos
O sexo equivale a
O homem deve assumir a Todas as mulheres podem ter
penetração: tudo o resto não
condução do acto sexual orgasmos múltiplos
conta
Todo o contacto físico deve O sexo deve sempre ser A vida sexual da mulher pára
levar ao sexo natural e espontâneo com a menopausa
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Quando se tem um parceiro Os homens não devem Uma mulher capaz de reagir
sexual não deve necessitar de expressar os seus sexualmente pode sempre ser
masturbação sentimentos excitada pelo parceiro
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Falta de libido: doenças endócrinas, doenças pélvicas infecciosas, alcoolismo, doença renal
crónica, doenças hepáticas, diabetes mellitus e o uso de drogas (anorexigenos, calmantes,
antidepressivos, etc.
A fraqueza do músculo pubococcígeo pode ser responsável, em parte, pela menor lubrificação
vaginal e pelo fracasso de se alcançar o orgasmo durante o acto sexual.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Se o indivíduo, por não conseguir uma rigidez total, começar a pensar que está “acabado”,
entrará num círculo de ansiedade e tornará a falha inevitável.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Distúrbios da ejaculação:
- Precoce: é a forma mais comum em jovens. Caso ocorra na terceira idade é porque já
existia há algum tempo. Não há causas especificas orgânicas para a ejaculação precoce,
mas sim factores psicológicos que impedem o homem de perceber o momento em que a
ejaculação vai acontecer, impossibilitando o seu controle.
Artrite (o contacto sexual pode ser incomodo devido a dores nas articulações), diabetes (pode
provocar impotência nos homens), doenças cardiovasculares (actividade sexual corresponde a
uma sobrecarga do coração, devido ao aumento da frequência cardíaca e depressão arterial),
incontinência (falta de controle de bexiga e a perda de urina é mais frequente com o
envelhecimento e principalmente nas mulheres), acidentes vasculares cerebrais (AVC)
(podem causar problemas de erecção no homem), doenças sexualmente transmissíveis (como
não está tão presente o risco de gravidez, acaba por ser esquecido o preservativo), são alguns
dos condicionantes de natureza biológica mais comuns que surgem na terceira idade e afectam
o desejo e a felicidade sexual.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Todo o ser humano em qualquer fase da sua vida pode apresentar sintomas depressivos. Nos
idosos a probabilidade de padecer desta doença é ainda maior, pois apresentam inúmeras
limitações e perdas, tendo como consequências sentimentos de auto-depreciação (Netto,
2002).
Trata-se de uma doença com importantes repercussões sociais e individuais devido ao facto de
afectar não somente o convívio social, impossibilitando uma rotina de vida satisfatória, mas
também pelo risco inerente de morbilidade e cronicidade.
Após a reforma, as queixas mais frequentes entre os homens são referentes à depressão e à
disfunção eréctil (Barbosa, 2004). Na opinião de Blazer (2001), a depressão na velhice está
associada com uma perda da auto-estima, que resulta da incapacidade de o idoso de satisfazer
necessidades ou impulsos ou de defender-se contra ameaças à sua segurança.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
as mulheres idosas exibem sintomas depressivos, só aquelas que são pessimistas, que se
encontram sob stress e na fase do climactério.
Beck, Barlow, Sakhein e Abrahamson (1984;1987, cit. in Nobre, 2006) afirmam que a
ansiedade perante a resposta sexual pode ter diferentes manifestações que se caracterizam, por
inibições baseadas em emoções morais, por desconforto generalizado (quando confrontados
com uma situação de intimidade sexual) e por medo de perder o controlo.
Segundo o estudo de Bancroft (1989 cit. in Nobre, 2006) a ansiedade produz efeitos
periféricos que interferem na resposta sexual (tempos de ejaculação) e também interfere nos
processos cognitivos (que normalmente seriam facilitadores da resposta sexual aos estímulos
eróticos). As respostas sexuais são inibidas com o objectivo de evitar a ansiedade e esta
ocorre como reacção à resposta sexual falhada.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Segraves (1998) num estudo acerca dos efeitos da medicação no funcionamento sexual
encontrou uma prevalência entre 20% e os 75% de perturbações do orgasmo num grupo de
sujeitos medicados com fármacos antidepressivos (inibidores selectivos de receptação de
serotonina). Os estudos referentes à medicação indicam um efeito consistentemente negativo
de certos fármacos, tais como: agentes anti-hipertensores, neurolépticos e sedativos,
antidepressivos, medicação anti-convulsiva, agentes quimioterapeuticos usados no combate
do cancro (Finger, Lund, & Slagle, 1997; Delamater & Still, 2005; Segraves, 1998).
Embora as enfermeiras não possam alterar os factores responsáveis pela absorção das drogas,
elas podem aplicar medidas para maximizar a sua absorção. Os exercícios que estimulam a
circulação devem ser encorajados, a massagem e o aquecimento podem aumentar a circulação
sanguínea no local de absorção (Eliopoulos, 2005).
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Na nossa sociedade prevalece a crença de que a actividade sexual desaparece com a idade.
Este mito é tão forte no nosso meio que os próprios idosos passam a desconsiderar os seus
desejos e, quando os têm, sentem-se pecadores, fora de propósito.
Com estes comportamentos, a sexualidade dos idosos fica relegada a segundo plano, e a
própria pessoa idosa envelhecida, não encontrando espaço para se apresentar por inteiro,
sente-se constrangida e omite a sua sexualidade. Todavia, é importante que se saiba que as
pessoas idosas não são assexuadas, e que as modificações próprias do envelhecimento que
acontecem em órgãos e sistemas, acometem também os órgãos sexuais.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
3. Manter uma comunicação aberta e honesta com o companheiro, acerca das mudanças
sexuais sentidas com o tempo;
4. Incidir nos preliminares tal como na relação sexual em si. Mente aberta na adaptação
dos hábitos sexuais às necessidades;
9. Evitar expectativas irrealistas de que o sexo tem de ser igual ao que era quando jovem;
10. Explorar diferentes posições sexuais para diminuir o esforço ou minimizar a presença
de determinado tipo de equipamentos, como garrafas de oxigénio.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
A sexualidade envolve a pessoa como um todo. Ela passa pelo sentido de feminilidade ou
masculinidade da pessoa. A sexualidade abrange as dimensões biológica, psicológica,
sociológica, espiritual e cultural da existência da pessoa. Além disso, influencia os valores, as
atitudes, os comportamentos e as relações com os outros, incluindo a necessidade de
desenvolver relações de intimidade (MacLaren (1995), cit. in Potter, 2006).
A capacidade sexual perdura por toda a vida. Em teoria, as pessoas podem ter relações sexuais
até muito tarde, se assim o quiserem, sendo que muitas permanecem activas bem depois dos
noventa anos (Read (1999) cit. in Potter 2006). O melhor indicador de satisfação sexual
mantida com o envelhecimento é uma vida sexual activa e regular durante a idade adulta e na
idade avançada (Masters et al (1992) cit. in Potter 2006). As pessoas mais velhas podem
enfrentar problemas de saúde e atitudes societárias que lhe podem dificultar a manter uma
actividade sexual. Embora o declínio das capacidades físicas possa tornar as relações sexuais,
tal como as conheciam, dolorosas ou impossíveis, podem, mediante intervenção adequada,
experimentar ou aprender formas de expressão sexual alternativas. Por exemplo, para o idoso
com problemas articulares, a posição de deitado de lado pode ser mais confortável durante o
coito. A investigação tem mostrado que são muitos os idosos que continuam sexualmente
activos e valorizam essa expressão (Johnson (1996), cit. in Potter 2006).
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
i. Consulta de Enfermagem
a) Colheita de dados
b) Diagnóstico de Enfermagem
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
c) Planeamento
No entanto, deve-se ter em conta que é necessário estabelecer prioridades. Nos doentes
submetidos a cirurgia que altera a imagem corporal (por exemplo, mastectomia ou
colostomia), a percepção da sexualidade também se altera (Horden (2000) cit. in Potter 2006).
d) Implementação
A boa prática de enfermagem passa pela promoção da saúde sexual, bem como pelos cuidados
a utentes em ambiente de cuidados agudos ou de reabilitação. O enfermeiro pode promover a
saúde sexual do utente, ajudando-o a compreender os problemas e a explorar métodos para
lidar com eles de forma eficaz.
Explorar a sexualidade da pessoa, e proporcionar uma educação sexual útil, requer boas
competências de comunicação. O ambiente e o momento escolhidos devem proporcionar
privacidade, continuidade e bem-estar ao utente. Deve-se planear a conversa de forma a não
haver interrupções, mostrando interesse e vontade de apoiar as necessidades do utente (Potter
2006).
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
o Evitar o contacto sexual com uma pessoa que tenha corrimento genital,
verrugas genitais, herpes, outras lesões suspeitas, ou um diagnóstico médico de
HIV ou hepatite B;
♦ Para a mulher pode ser benéfico usar um lubrificante artificial, à base de água, durante
as relações sexuais;
♦ Um período mais longo de preliminares ajuda o homem a atingir uma erecção peniana;
♦ Não se esforçar em demasia no início da relação sexual, para evitar ficar cansado/a
antes de atingir o clímax;
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Ao fazer a avaliação dos cuidados prestados ao utente com alterações sexuais ou que necessite
de educação sexual, há que determinar se as expectativas do utente foram cumpridas. Uma
vez determinados os progressos com os cuidados, deve –se perguntar ao utente se ele
considera que os cuidados de enfermagem foram eficazes e se proporcionaram apoio. Há que
ter consciência de eventuais limitações pessoais relativamente à capacidade de aconselhar o
utente. Pode ainda ser necessário encaminhar o utente para prestadores de cuidados de saúde
de outras especialidades (Potter, 2006).
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
III- Discussão
A experiência das pessoas que envelhecem não pode ser compreendida, a menos que
percebamos que o processo de envelhecimento produz uma mudança fundamental na posição
de uma pessoa na sociedade e, portanto, em todas as suas relações com os outros (Elias,
2001). E graças às mudanças na qualidade de vida das pessoas, podemos dizer que a velhice
não é o fim, mas o começo de uma nova etapa.
Envelhecer é atingir uma etapa do desenvolvimento humano que confere ao homem um status
de dignidade. Ao envelhecer, o homem adquire experiências e vivências riquíssimas de
conteúdo emocional que se vão acumulando pouco a pouco. Então a velhice deveria ser
aquela fase em que o indivíduo já está com os olhos mais livres e o coração mais aberto diante
das pessoas e coisas, podendo ter uma nova percepção da vida, podendo senti-la de uma
maneira forte e sábia (Mascarenhas, 1980).
Qualidade de vida na velhice tem relação directa com bem-estar percebido. A velhice não se
reduz a um simples fenómeno biológico, é um fenómeno social. A idade em última análise,
mede-se não tanto pelo número de anos que se tem, mas como a pessoa se sente, como vive,
como se relaciona com a vida e com os outros.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
A ideia de que as pessoas da terceira idade também possam manter relações sexuais ainda não
é culturalmente aceite. As pessoas preferem ignorar, fazendo desaparecer do imaginário
colectivo a sexualidade da pessoa idosa (Dias, 2008).
Segundo Ballone (2001), a crença de que a idade e o declinar da actividade sexual estão
inexoravelmente unidos tem feito com que não se preste atenção suficiente a uma das
actividades que mais contribuem para a qualidade de vida nos idosos, como é a sexualidade.
Entretanto, os estudos demonstram que a maioria das pessoas de idade avançada são capazes
de ter relações e de sentir prazer em toda a gama das actividades a que se entregam as pessoas
mais jovens.
Dias (2008, p.1) defende que não existe uma idade para o término da actividade, dos
pensamentos ou dos desejos sexuais. Defendendo esta ideia escreve: “Insiste-se em acreditar
que a actividade sexual desaparece com a idade, muito embora se trate de uma crença sem
qualquer fundamento. Muitas pessoas na oitava década de vida continuam sexualmente
activas, e mais de metade dos homens acima dos noventa anos assume manter o desejo
sexual”.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
Para Azevedo (2002) tanto o homem como a mulher continuam a apreciar as relações sexuais
durante a velhice. Contudo, as alterações que ocorrem na mulher como a secura da vagina, e a
diminuição no tempo de erecção do homem podem até prejudicar o prazer sexual, mas a boa
adaptação sexual irá determinar o prazer.
A abordagem inicial da sexualidade do idoso parece reflectir apenas aspectos negativos. Mas
a verdade é que existem inúmeros aspectos positivos que fazem com que a prática regular de
sexo contribua para uma melhoria e aumento significativo de anos de vida e de bem-estar.
A geração actual de idosos é fruto de uma educação muito severa, seus pais tinham por
orientação sexual os conceitos repressores e para muitos o exercício da sexualidade era algo
sujo e pecaminoso.
A sexualidade no idoso está relacionada com vários sentimentos: são as alegrias, as culpas, as
vergonhas, os preconceitos e as repressões de cada um. O sexo na terceira idade traz
satisfação física, reafirma a identidade e demonstra o quanto cada pessoa pode ser valiosa
para outra, estimulando sensações de aconchego, afecto, amor e carinho.
É necessário incentivar atitudes próactivas e, assim facilitar a interacção das pessoas mais
velhas não apenas com os seus pares mas, sobretudo, com outras gerações. As ideias
preconcebidas sobre a velhice são o primeiro grande obstáculo à desmistificação de
preconceitos associados à pessoa idosa. A coabitação e a cooperação de gerações, observada
em épocas anteriores são uma realidade e uma prática complexa de perpetuar, que ainda
vivemos num mundo célere e exigente.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
A sexualidade continua muito impregnada de uma ideia muito associada ao coito, não
compreendendo ou concebendo outras atitudes, condutas ou práticas da mesma forma
prazerosas. O diálogo envolto de palavras carinhosas, estimulantes, carícias preliminares, um
forte entendimento e cumplicidade… tudo isto faz parte da expressão sexual, e há que
encontrar aquelas que mais se adequa a cada casal idoso.
Muitos autores, tais como Perry e Potter (2005), Barbosa (2004) e Monteiro (2002), apontam
que a prática sexual faz parte da sexualidade, mas que, para a maioria dos idosos vai além
disso. A sexualidade na velhice é simples e, ao mesmo tempo complexa, afinal o corpo
envelhece, a anatomia e a fisiologia sexual modificam-se, mas a capacidade de amar, de
beijar, de abraçar continua intacta até ao final da vida. Um olhar e o companheirismo têm
muito mais significado do que o acto sexual propriamente dito.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
intimidade para o domínio do privado e numa perspectiva de procriação e não de prazer pelo
prazer.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
IV- Conclusão
O envelhecimento foi desde sempre motivo de reflexão dos homens. Ao longo dos tempos, o
conceito de envelhecimento e as atitudes perante os idosos têm vindo a mudar (Paúl, 2005).
Diversas vezes, a sociedade contribui para que o idoso tenha percepção de menos valia porque
as pessoas de mais idade sempre foram imaginadas como aquelas que se estão a despedir da
vida. Porque se aposentaram do seu trabalho, da sua função, aposentaram-se da vida. Este
preconceito acaba por privar o idoso de chegar a velhice de forma saudável, expressando o
amor e a sexualidade, elementos por vezes negligenciados por eles.
É importante que o idoso seja respeitado como ser humano que é, com todas as limitações
inerentes à sua idade. Se já não possui a vitalidade da juventude, por outro lado, tem o
conhecimento adquirido com experiências ao longo de toda uma vida. A partilha desses
conhecimentos com novas gerações proporciona aos idosos a possibilidade de se manter
integrado na sociedade.
A sexualidade é algo que se expressa naturalmente em tudo aquilo que venha de nós. A
maneira como lidamos com ela é a nossa “marca registada”, um retrato nosso. Deixar fluir a
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
sexualidade não significa absolutamente ter relações sexuais frequentes. É mostrar em toda e
qualquer forma de expressão a satisfação de ser homem ou ser mulher. Esta satisfação muda
com o decorrer do tempo porque as pessoas mudam, crescem e tornam-se cada vez mais elas
mesmas. E, na terceira idade, pode-se dizer que se perde em quantidade mas pode-se ganhar
em qualidade.
Como disse Alex Comfort: “Provavelmente a nova geração de idosos portar-se-á de maneira
bem diferente, pois terá uma vida familiarizada com uma visão mais positiva do sexo, não se
deixando levar pela angustiante expectativa de uma velhice importante e forçosamente casta,
mas sim pela determinação de prolongar ao máximo o tipo de vida que sempre conheceram.”
Amar faz bem. Os cidadãos que chegam à terceira idade com disposição emocional para
manter uma vida sexual activa vivem mais e melhor. O amor tem sido apontado como
excelente remédio contra a solidão, o abandono e a depressão, que são os mais sérios
problemas enfrentados pelos idosos. Já se foi o tempo em que o homem ou a mulher que
chegavam à terceira idade se sentiam incapacitados para desfrutar uma vida sexualmente feliz.
A sexualidade e o amor não possuem idade. Desde que nascemos até que morremos, a
sexualidade e o amor fazem parte da nossa vida e contribuem para uma maior satisfação com
a vida em geral (Neto, 2000).
É necessário que os idosos não sejam mais vistos como um grupo carente e submetido a um
desprestígio social. Eles têm muita disposição para fazer algo para serem úteis, aprender e
trocar experiências, mas sem projecto de vida para analisar toda esta vontade de reintegrar-se
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
na sociedade. Porém, a luta pela conquista deste ideal não é apenas dos idosos, necessita da
participação de todas as idades.
Assim, esta luta também cabe a nós profissionais de saúde e futuros idosos, para que a terceira
idade tenha maior significado, para que essa geração seja ouvida, sinta-se viva e útil como
qualquer outra, que esta tão linda e digna idade não tenha mais como sinónimo palavras de
tristeza, enfado, angústia e solidão.
A realização deste trabalho foi uma experiência deveras enriquecedora, pois permitiu
desenvolver conhecimentos em relação à temática da sexualidade na terceira idade,
contribuindo para um desenvolvimento a nível académico e pessoal. Sendo este um trabalho
de investigação, convém salientar que este confere à Enfermagem um cariz científico que
assume grande importância no desenvolvimento desta área da saúde como profissão mas,
acima de tudo, como ciência. Ao mesmo tempo possibilita, ao Enfermeiro, adquirir
competências importantes para a sua inserção no mercado do trabalho fomentando o
desenvolvimento do espírito crítico que se tornará preponderante na tomada de decisão. A
investigação assume, portanto, um papel fulcral, permitindo obter dados científicos que
contribuem para o crescimento da profissão e do profissional de Enfermagem.
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Uma abordagem sobre a sexualidade na terceira idade
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