Anotações Das Aulas: Direito Tributário

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Anotações

das Aulas
Direito Tributário
Direito Tributário
Introdução

O Estado produz riqueza expropriando do


particular.

1) Relação Tributária

Levar dinheiro do particular aos cofres públicos


l Direito Tributário é uma relação obrigacional, em que se tem o fisco (credor) vs
contribuinte ou responsável tributário, que são ligados pela lei, para a prestação
(tributo). Observe que o nexo causal aqui é a própria lei (quem estabelece essa re-
lação).
l Art. 173, CF/88. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração di-
reta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme de-
finidos em lei.
n Ex.: Energia, petróleo.
l Objeto do direito tributário: Relação obrigacional jurídico tributária, permitindo ao
fisco exigir do contribuinte que entregues dinheiro aos cofres públicos.
l Obrigação Tributária: Credor é ligado ao devedor ligado por um nexo para uma
prestação.
n São nexos – Ato unilateral de vontade / Contrato/ Responsabilidade civil/ Lei (liga
o fisco ao contribuinte- Nexo causal)
n São prestações – Dar (Dinheiro = tributo) / fazer / não fazer
n O credor é o fisco – O estado arrecadador
n O devedor – Contribuinte ou Responsável tributário

2) Tributo no Código Tributário Nacional


l Art. 3º, CTN. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
n Prestação pecuniária compulsória;
n Em moeda corrente;
n Ato lícito;
n Instituído por lei;
n Cobrado mediante atividade administrativa vinculada.
u A prestação é de dar, entregar dinheiro à tributar é quando se leva dinheiro
aos cofres públicos.
u O fisco é o próprio Estado (Estado arrecadador).

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u Lei é o veículo legislativo que conta com a participação dos representantes
do povo. Ou seja, a lei é formada por um processo legislativo, que irá passar
nas Casas Legislativas e ser sancionadas pelo Executivo.

Observações:
l Tributo é diferente de multa.
l O tributo é cobrado de forma vinculada, ou seja, sem juízo de conveniência e opor-
tunidade.

Código Tributário Nacional

Art. 142, CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lança-
mento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o
sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabi-
lidade funcional.

Observação:

Súmula 353/STJ. As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam


às contribuições para o FGTS. FGTS não é tributo.

TRIBUTO:
l Toda prestação pecuniária
n O tributo deve ser pago em dinheiro.
n Exceção: existe no CTN, no art. 156, inciso XI, uma exceção quando permite a
dação em pagamento em se tratando de bem imóvel.
l Compulsório
n obrigatório à não tem como dizer que não quer pagar.
l Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
n quando fala que o tributo é em moeda, é porque a base econômica em que se
irá cobrar um tributo tem que ser convertida em moeda; a base econômica não
pode ser diversa de moeda. Não se pode ter, por exemplo, a tributação “in na-
tura”.
u Todo tributo deve ser uma riqueza, que é dimensionada em moeda.
l Não constitua sanção de ato ilícito
n tributo não é pena, não é multa.
u O tributo é instituído sobre atos lícitos.
u Multa é sobre ato ilícito.
u Quando se tem um tributo, não se visa penalizar alguém com ele. A ideia é
arrecadar.
u Pecúnia “non olet”, ou cláusula da pecúnia “non olet”: dinheiro não tem
cheiro, ou interpretação objetiva do fato gerador. à O fato gerador do tributo
tem que ser interpretado literalmente, objetivamente.
l Instituído por lei
n veículo legislativo que conta com a participação dos representantes do povo.
l Cobrado mediante atividade administrativa vinculada
n vinculada ≠ discricionária.

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u Discricionário tem-se um juízo de conveniência e oportunidade. E quando se
fala em vinculado, não se tem um juízo de conveniência e oportunidade para
a cobrança de um tributo.
u O tributo é cobrando de todo mundo, sem distinção.
u Súmula 353 do STJ: FGTS é remuneração, não é tributo. Tem natureza sala-
rial e, segundo o STJ, não se aplica a sistemática jurídico-tributário da própria
Constituição.

TRIBUTO PODE SER CLASSIFICADO EM:


l Fiscal: que visa arrecadar. Todos os tributos são fiscais, visam arrecadar.
l Extrafiscal: são aqueles que participam de políticas públicas. Ex: II, IE, IPI, IOF.
n IPI (Imposto sobre produtos industrializados): terá alíquotas essenciais de
acordo com o produto. Ex: cigarro. É um produto que faz mal e que tem o IPI
alto visando a redução de fumantes. A ideia aqui não é penalizar, aplicar uma
multa, mas ser uma política de saúde, para que diminua a quantidade de fu-
mantes e economize dinheiro com hospitais.
n II (Imposto de Importação): é um imposto de fronteira; é um tributo que arre-
cada, mas a grande ideia de um imposto de importação é fazer a regulação do
que entra e não entra no País.
l Parafiscal: é quando o ente competente delega, transfere elementos da sua capa-
cidade tributária ativa. É a permissão pelo ente que retém a competência tributária
de atribuir a outro o poder de arrecadar, fiscalizar e administrar os tributos.

Espécies de Tributo
1) Imposto – art. 16, CTN
l Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação, indepen-
dentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
l O imposto é tributo não vinculado > se agir, tem que pagar.
n Ex.: IPVA, IPTU.
l Art. 167, CF/88. É verdade a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que
se referem os arts. 158 e 159.
l Art. 145, CF/88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ins-
tituir impostos.

Constituição Federal

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I – Importação de produtos estrangeiros;
II – Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III – Renda e proventos de qualquer natureza;
IV – Produtos industrializados;
V – Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI – Propriedade territorial rural;
VII – Grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II – Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
III – Propriedade de veículos automotores.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

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I – Propriedade predial e territorial urbana;
II – Transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física,
e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III – Serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.

l Art. 154. A União poderá instituir impostos extraordinários/residual, não previstos


anteriormente, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou
base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição, mediante lei com-
plementar, em casos de (i) iminência ou no caso de (ii) guerra externa.
n Impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributá-
ria, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua cria-
ção.
n Não é imposto, é uma competência.
n Imposto extraordinário de guerra pode ser instituído por lei ordinária, desde que
seja guerra externa.
l Art. 150, VI, “b” CF/88. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribu-
inte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
impostos sobre templos de qualquer culto.
n Os templos de qualquer culto não pagam imposto, mas pagam outras taxas,
não confundir taxa com imposto, e imposto com tributo.

2) Taxa – art. 77 do CTN e art. 145, II, da CF/88


l Tributo vinculado a uma contraprestação estatal à “O Estado age e eu pago”.
l Tem como fato gerador:
n Uso efetivo do poder de polícia: fiscalização (art. 78 do CTN).
n Taxa de serviço do serviço público específico e divisível.
l Art. 77, CTN. Instituição de competência comum da União, Estados, Municípios e
DF, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
n Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos
aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das
empresas. à Art. 145, §2º da CF.
l Os serviços públicos, quando contratuais, não são remunerados por taxa, mas por
tarifas.
l Taxa não pode ter nem fato gerador, nem base de cálculo próprias dos impostos.
Se tiver, será inconstitucional.
l Súmula vinculante 29: A taxa pode ter como base de cálculo elementos do imposto,
mas não pode ser idêntico.
l Súmula Vinculante 19: É constitucional a taxa de lixo.
l Súmula vinculante 41: taxa de iluminação é inconstitucional, assim como a taxa de
limpeza de rua. O que se cobra é a COSIP, que é constitucional por ser uma contri-
buição.

3) Contribuições de Melhoria – art. 81, CTN


l Tributo vinculado.
l Competência comum: União, Estados, DF e Municípios podem instituir.
l Fato gerador: obra pública resultante em valorização imobiliária.

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l Não poderá cobrar valor superior a valorização.
l Não pode arrecadar mais do que gastou com a obra pública.
l A contribuição de melhoria deve ser instituída em razão de obra nova. à Obra de
conservação e manutenção não enseja em contribuição e melhoria.
l A cobrança da contribuição de melhoria é feita pelo ente que fez a obra.

4) Empréstimo Compulsório – art. 148, CTN


l Algo que “vai e volta” à A lei irá determinar como será devolvido/ressarcido.
l De caráter obrigatório.
l É tributo vinculado na destinação, ou seja, a despesa que fundamentou a sua cria-
ção > criação mediante lei complementar.
l É de competência exclusiva da União e deve ser instituído por lei complementar >
não cabe a instituição de empréstimo compulsório por medida provisório, uma vez
que medida provisória não pode tratar de matéria de reserva de lei complementar.
l Será instituído com duas finalidades:
n atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência;
n ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional.
l Criado para despesas previstas no art. 148 da CF/88:
n para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência;
n no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse na-
cional, observado o disposto no art. 150, III, b.
l A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada
à despesa que fundamentou sua instituição.
l A lei que cria deve dizer como o empréstimo deve ser devolvido. O STF entende, no
entanto, que o empréstimo compulsório deve ser devolvido em dinheiro.
l O empréstimo compulsório não é a exceção ao princípio da anterioridade anual e
nonagesimal, mas sim o empréstimo compulsório de guerra e calamidade pública.

5) Contribuição Especial – art. 149, CF/88


l Tem a sua arrecadação vinculada, ou seja, toda vez que se cria uma contribuição
especial deve-se informar para que ela vai existir, o que irá financiar.
l Em regra, a competência é da União.
l Se subdivide em:
n Contribuições sociais: criadas para financiar os direitos sociais. Não é exclusiva
da União.
n CIDE: a CIDE combustível é uma contribuição de intervenção no domínio eco-
nômico, que tem por finalidade manter aquela atividade econômica, dar infra-
estrutura, subsidiar a atividade e os investimentos naquela atividade econô-
mica.
u Quando se cria uma CIDE combustível a finalidade é o financiamento dos
combustíveis alternativos, recompor o meio ambiente que foi degradado em
virtude da utilização daquela energia.
n Contribuições corporativas: àquela paga as entidades de classe.

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u Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissio-
nais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto
no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
l Podem ter a mesma base de cálculo e fato gerador de imposto.
l As contribuições podem remunerar serviços que não sejam específicos e
não divisíveis.
n A COSIP pode ser cobrada pelos Municípios e Distrito Federal na fatura de con-
sumo de energia elétrica. Isso somente para serviço de iluminação pública.

6) Impostos
l ITCMD: art. 155, I, da CF
n Imposto de transmissão por causa mortis e doação.
n O sujeito passivo será quem recebe.
l ITBI: art. 156 da CF
n Tem como fato gerador:
u a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens
imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
u a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os di-
reitos reais de garantia;
u a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos a e b acima.
n Não incide sobre:
u a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa ju-
rídica em realização de capital;
u transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica, SALVO se a atividade preponderante do adqui-
rente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis
ou arrendamento mercantil.
l ICMS: art. 155, II, CF
n Características:
u Operação de circulação de mercadoria;
u Operação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal;
u Operação de serviço de comunicação.
n É um tributo estadual com características de tributo nacional.
n O imposto não é sobre a circulação de mercadoria, mas sobre a operação de
circulação de mercadoria. Ex.: Imagine uma enchente, em que vem água des-
cendo, entra em uma loja e os bens da loja começam a boiar na rua. Tem um
fiscal olhando e ele começa a “canetar” que os bens estão circulando na rua e irá
cobrar ICMS.
n Se é operação de circulação de mercadoria, significa que tem que ter uma troca
de titularidade do bem de forma onerosa.
n STJ: a saída do bem com mero comodato não implica na incidência do ICMS.
u A transferência de bens entre estabelecimentos de um mesmo contribuinte
(saiu de um estoque para uma filial, por exemplo), não implica em incidência
do ICMS.

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u Súmula 163 do STJ: O fornecimento de mercadorias com a simultânea pres-
tação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares cons-
titui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.
l Quando se tem a destinação de mercadoria para o exterior, não incide
ICMS.
l O serviço de transporte interestadual e intermunicipal, se tem o ICMS.
Agora, quando se tem o serviço de transporte intramunicipal é competên-
cia do ISS.
l IMCS incide sobre o transporte terrestre; não incide sobre o transporte aé-
reo.
l Só incide ICMS no serviço de comunicação quando ele não é gratuito.
l Há também imunidade no serviço de radiofusão sonora ou sons e imagens
quando é gratuito. Ex.: Sky é paga e incide ICMS. Agora quando é gratuito,
como a Globo (canal aberto), aí não tem incidência.
n STF (repercussão geral): decidiu que, ainda que os estabelecimentos sejam es-
tados diferentes, não implica na incidência de ICMS.
u Súmula vinculante 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de si-
nistro pelas seguradoras.
u Tese do STF, de repercussão geral: “É constitucional a incidência de ICMS
sobre operação de venda, realizada por locadora de veículos, de automóvel
com menos de 12 (doze) meses de aquisição da montadora”. à Venda comer-
cial.
n Os serviços de streaming, a Lei Complementar 156 acresceu a lei do ISS e pacifi-
cou que incide ISS.
n Software: o STF entendeu que incide ISS.
u “SERÁ não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o mon-
tante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal”. à Para evitar que se tenha um tributo sobre outro tributo.
u A “isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação”:
l não implicará crédito para compensação com o montante devido nas ope-
rações ou prestações seguintes;
l acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
l “PODERÁ ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos
serviços” à O IPI, tem na Constituição, deverá ser seletivo. Já o ICMS po-
derá ser seletivo.
l ISS: art. 155, III, CF
n Os serviços do ISS são aqueles que não compõem o ICMS.
n Os serviços estão previstos em uma lista anexa; estão previstos em uma lei com-
plementar, que é a 116, e que vincula os Municípios a essa lista.
n O STF decidiu que, quando se vai fazer a interpretação da lei complementar (lei
taxativa), esta poderá se dá de forma extensiva.
u Tese do STF: “É taxativa a lista de serviços sujeitos ao ISS a que se refere o art.
156, III, da Constituição Federal, admitindo-se, contudo, a incidência do tri-
buto sobre as atividades inerentes aos serviços elencados em lei em razão da
interpretação extensiva”.
u Súmula vinculante 31: É inconstitucional a incidência do imposto sobre servi-
ços de qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis.
u Não incide ISS na exportação de serviço. à A exportação não incide IPI, ISS,
ICMS, contribuição social e CIDE.

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l IPTU: art. 156, da CF
n Propriedade, no IPTU, deve-se entendida como: propriedade, posse e domínio
útil.
n O IPTU pode ter alíquotas progressivas (alíquotas diferenciadas).
n Pode-se ter alíquotas progressivas para combater terrenos baldios (estimular o
uso da propriedade) e pode ter alíquotas no IPTU quando se relaciona ao valor
do imóvel, com a localização do imóvel e quando se relaciona com a destinação
do imóvel.
n Até 2017, o STF tinha o entendimento de que, quando havia a cessão de uso de
um bem público, sobre aquele bem não tinha a incidência do IPTU. Após 2017, o
STF decidiu que, na concessão de uso de bem público, se pagará IPTU se houver
exploração econômica do bem.
u Súmula 583 do STF: Promitente-Comprador de imóvel residencial transcrito
em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.

Princípios e Limitações ao Poder de Tributar


l Tributar é expropriar riqueza.
l A Constituição Federal irá elencar diretrizes para limitar essa tributação ao estabe-
lecer parâmetros para que o Estado, no momento da expropriação, tenha uma li-
mitação, respeitando alguns princípios.

1) Princípio da Legalidade: art. 150, incisos I e II da CF + art. 97,


incisos I e II do CTN
l É vedado a União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituir ou aumentar tri-
butos em lei (estrito sensu). à Só a lei poderá instituir, extinguir, majorar ou reduzir
tributo.
l Exceções:
n Medida provisória: apesar de não ser lei (ter apenas força de lei), a Medida Provi-
sória poderá instituir tributo. à Art. 62, §2º, da CF.
n Medida Provisória não pode tratar de matéria reservada a lei complementar. à
Art. 62, §1º, III, da CF.
u São reserva de Lei Complementar:
l Empréstimo compulsório;
l Imposto sobre grandes fortunas (IGF);
l Imposto residual;
l Contribuição social residual.
n Ato do Poder Executivo: alguns tributos podem ser majorados os minorados
através de ato do Poder Executivo, via decreto.
u Tributo com natureza extrafiscal (art. 153, §1º, da CF): II, IE, IPI, IOF + CIDE com-
bustível.
u O ICMS monofásico sobre combustíveis (aquele que só incide uma vez, na
saída do combustível) também pode ter alíquotas definidas por ato do Poder
Executivo, na forma do art. 155, §4º, IV, da CF. à CONFAZ.
n Art. 97, §2º do CTN: a atualização da base de cálculo não é majoração.

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n Súmula 160 do STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto,
em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

2) Princípio da Anterioridade: art.150, III, “b” e “c”, da CF


l É também conhecido como princípio da não-surpresa > o sujeito não pode ser sur-
preendido com um tributo que não havia previsão.
n Ex.: Se o tributo foi instituído em 2020, ele somente será cobrado em 2021.
l É vedado à União, Estados, DF e Municípios cobrarem tributos:
n em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado;
n no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou;

Anterioridade Nonagesimal Anterioridade Anual


Além de ser de um exercício para o
O tributo só é cobrado no exercício
outro, tem que transcorrer pelo me-
seguinte àquele em que a lei foi pu-
nos 90 dias da data da publicação.
blicada.
Também chamado de noventena.

n Súmula vinculante 50: a alteração da data de vencimento do tributo não res-


peita o princípio da anterioridade.

Observação: Não são exceções: taxas, contribuições de melhoria, ITR, IGF,


ITCMD, ITBI, ICMS, ISS à Devem ser instituídos em um exercício e cobrados
no seguinte. E mais, entre a data da instituição e a data da cobrança devem
decorrer 90 dias.

3) Princípio da Irretroatividade: art. 150, III, “a”, da CF/88


l É vedado à União, aos Estados, DF e aos Municípios cobrar tributos em relação a
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei instituído ou aumen-

ANTERIORI- ANTERIORIDADE
TRIBUTO
DADE ANUAL NONAGESIMAL
Empréstimo compulsório de
X X
guerra e calamidade
Imposto de Importação (II) X X
Imposto de Exportação (IE) X X
IR – X
IPI X –
IOF X X
IEG X X
IPVA E IPTU (base de cálculo) – X
Contribuição previdenciária X –
CIDE Combustível X –
ICMS monofásico combustível X –
tado.

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l A lei que majora ou institui o tributo não retroage > a tributação é sempre para
frente, para fatos futuros.

Observação: De acordo com o art. 106 do CTN, a lei tributária poderá retroagir
quando, se tratando de ato não definitivamente julgado, ela seja meramente
interpretativa, a infração deixe de existir, ou para aplicar penalidade mais be-
néfica.
l Art. 144 do CTN: O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da
obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada
ou revogada à o tempo rege o ato.
n Alíquota não diz respeito a penalidade, sendo aplicável a alíquota do momento
do fato gerador.

4) Princípio da Isonomia: art. 150, II, da CF/88


l Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer dis-
tinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independen-
temente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
n É vedado tratar contribuinte em situação igual de forma desigual.
n A lei tributária não pode dar tratamento diferenciado a contribuintes que não
estão em uma mesma situação, independente do cargo ou função ocupados
por ele.

5) Princípio da Capacidade Contributiva: art. 145, §1º, da CF/88


l Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados se-
gundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tribu-
tária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respei-
tados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.
n “Quem ganha mais, paga mais. Quem ganha menos, paga menos”.
l Decorrente da prática da isonomia.
l O STF entende que é para todos os tributos, apesar da lei falar em impostos.

6) Princípio “non olet”


l “Tributo não tem cheiro.”
l Interpretação objetiva do fato gerador.
l O que vale é tributar aquela riqueza, não importando de onde ela veio.

7) Princípio do Não-Confisco: art. 150, IV, da CF/88


l O tributo não pode ter efeito/caráter confiscatório à a ideia do tributo é não con-
fiscar.

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l O STF entende que isso também se aplica as multas.
l Os tributos de caráter extrafiscal não se submetem ao não confisco.

8) Princípio da Não Limitação ao Tráfego de Bens e de Pessoas:


art. 150, V, da CF/88
l O tributo não pode ser utilizado para limitar/impedir o tráfego de bens e de pes-
soas.
l Pedágio não é tributo (entendimento do STF) > tem natureza do Direito Adminis-
trativo.
l Súmula 323 do STF: não pode reter mercadorias para compelir o contribuinte ao
pagamento de tributo.
n Súmula 323 do STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio co-
ercitivo para pagamento de tributos.
l Súmula 70 do STF: o tributo não pode ser utilizado para fins de não permitir a aber-
tura de estabelecimento comercial.
n Súmula 70 do STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio
coercitivo para cobrança de tributo.
n Súmula 547 do STF: Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em dé-
bito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas
atividades profissionais.

Imunidade Tributária
1) Imunidades: Art. 150, VI, da CF
l Imunidade: É uma limitação ao poder de tributar. É uma incompetência tributária.
l As imunidades são sempre constitucionais > a Constituição diz o que ela não quer
que seja tributado.
l A imunidade é uma política de Estado > o Estado brasileiro não quer tributar aquele
fato.
n Sendo uma política de Estado, o STF entende ser um direito fundamental.

2) Imunidade x Isenção
l Isenção é uma exclusão do crédito tributário > é algo que não permite a constitui-
ção do crédito tributário.
n A isenção é legal à a lei diz o que será isento.
l Imunidade é constitucional.
n A competência para dispor das imunidades é de lei complementar.

3) Imunidade x Alíquota Zero


l A alíquota zero concede ao contribuinte situação de não-pagamento à não é isen-
ção.

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l A imunidade é diferente de não-tributação.
l O art. 150, VI, CF/88 traz cinco imunidades, que são chamadas de imunidades típi-
cas, o que não impede outras hipóteses de imunidade.
n Imunidade Recíproca:
u A União não pode cobrar imposto dos Estado e os Estados não podem cobrar
impostos nem da União, muito menos dos Municípios. Por sua vez, os Muni-
cípios não podem cobrar impostos dos Estado e da União.
u Quem goza dessa imunidade é a Administração Central, as autarquias e fun-
dações públicas. E empresas públicas prestadoras de serviços públicos e so-
ciedades de economia mista (quando prestadora de serviço público).
u Imunidade subjetiva.
l Súmula 583 do STF: Promitente-Comprador de imóvel residencial trans-
crito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial
urbano.
n Imunidade de Templos:
u Uma imunidade autoaplicável > não precisa cumprir requisitos legais.
u A imunidade se estende aos bens do templo, conquanto que a receita seja
aplicada com a sua finalidade.
l Bens do templo são todos os bens, inclusive aqueles com finalidade eco-
nômica, desde que a renda seja revertida ao templo.
u A imunidade se destina a todos os bens que são explorados e cujos valores
são revertidos em prol do templo.
u Para cabimento da imunidade, o templo tem que ter sua religião reconhe-
cida pelo Estado.
l O STF entende que os cultos satânicos não gozam dessa imunidade.
u Norma de eficácia plena.
u Imunidade subjetiva.
u Súmula vinculante 52: imunidade ao IPTU.
n Imunidades de Entidades Sindicais:
u Os sindicatos patronais não possuem imunidades.
u Os sindicatos dos trabalhadores, as instituições educacionais e as instituições
de assistência social sem fins lucrativos possuem imunidade.
u Imunidade subjetiva.
u As imunidades de entidades sindicais são reguladas por lei complementar.
u O art. 14, do CTN, traz os requisitos necessários para que as entidades gozem
de imunidade.
u Art. 195, §7º, CTN: além de gozarem da imunidade de imposto, também go-
zam da imunidade de contribuição para a seguridade social.

Observação:
l As três primeiras imunidades são subjetivas, enquanto as duas últimas são objeti-
vas, ou seja, sobre o objeto.

n Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão:


u É uma imunidade cultural, cuja ideia é a propagação de cultura.
u Súmula Vinculante 57 à imunidade referente aos e-books e dos seus supor-
tes.
l Súmula vinculante 52: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d,
da CF/88 aplica-se à importação e comercialização, no mercado interno,

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do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente utilizados para
fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam
funcionalidades acessórias.
n Imunidades de fonogramas e videofonogramas:
u É uma imunidade cultural.
u O conteúdo tem que ser produzido no Brasil.
u O intérprete deve ser brasileiro; compositor pode ser qualquer um.
u É admitido o incentivo fiscal para manter o equilíbrio com regiões não tão
desenvolvidas.
u A tributação deve ser no mesmo nível.
u Pacto federativo à Proibição das tributações heterônomas (art. 152, III, da CF).
u Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabele-
cer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão
de sua procedência ou destino.

Competência Tributária
Art. 7º, CTN: Competência tributária é o poder que cada ente político possui
para instituir tributo.
l Competência indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
n A competência tributária é indelegável.
n As funções de arrecadação e fiscalização de tributos são delegáveis.
l Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurí-
dicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que te-
nham sido atribuídos.
l Tem competência tributária quem tem poder legislativo.

Competência tributária Capacidade tributária


Indelegável Delegável

Art. 153, §4º, inciso III, CF: O ITR é instituído pela União, que pode transferir a
sua capacidade para fiscalizar e arrecadar. Sua competência, no entanto, é in-
delegável.

Art. 24 da CF: diz que a competência para legislar sobre direito tributário é
concorrente entre a União, os Estados, Municípios e DF.

1) Privativa: impostos
l União: II, IE, IR, IPI, IOF ITR e IGF.
l Estados: ITCMD, ICMS, IPVA
l Municípios: IPTU, ITBI/ITIV, ISS

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Art. 146, CF: Cabe a lei complementar dispor sobre conflitos de competência,
em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios.
n Lei Complementar não institui taxa.
n Súmula vinculante 8: a prescrição e a decadência tributária têm que ser defi-
nida por lei complementar.
u Súmula vinculante 8: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do
Decreto-Lei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam da
prescrição e decadência do crédito tributário.

Observação: Lei ordinária pode modificar Lei complementar naquilo que não
for de reserva da lei complementar.

2) Comum

Taxas e contribuições de melhoria podem ser instituídas pela União, Estados,


DF e Municípios.

3) Exclusiva

Empréstimo compulsório.
l Contribuições sociais (art. 149, da CF), não exclusivas da União, pois os Estados, DF
e Municípios podem instituir para financiamento de seu regime próprio.
l Somente a União pode (competência privativa ou exclusiva), por meio de lei com-
plementar, estabelecer critérios especiais de tributação com o objetivo de prevenir
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo de sua competência para estabelecer,
por lei ordinária, normas de igual objetivo.

4) Residual

A União pode criar o imposto residual, assim como pode criar novas contribui-
ções sociais.

5) Extraordinária

Art. 154, II, da CF – União à Imposto extraordinário de guerra (na sua iminência
ou caso de guerra externa).

6) Cumulativa

Art. 147, CTN.


l Competência dos territórios e do DF.

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l Existindo territórios no Brasil, os tributos do território cabem a União. Mas, se o ter-
ritório for dividido em Municípios, a União irá acumular os tributos federais que já
são dela e os estaduais; os Municípios irão ficar com impostos municipais.
l O Distrito Federal se equipara aos Estados, então o tributo estadual é dele. E por
também ter características de Município, também cumula os tributos municipais.

Observações:
l Bitributação: entes diferentes cobram sobre o mesmo fato. à Não pode!
l Bis in idem: é quando o mesmo ente cobra mais de um tributo sobre o mesmo fato.
à Pode!

Legislação Tributária
A legislação tributária é o arcabouço normativo que vai regular o sistema tri-
butário (leis, tratados, medidas provisórias, decretos e atos normativos).
l Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem,
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
l LEIS – ART. 97 DO CTN
n Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
u I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
u III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o
disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
u VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou
de dispensa ou redução de penalidades.
l TRATADOS INTERNACIONAIS – ART. 98 DO CTN
n Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
l DECRETOS – ART. 99 DO CTN
n Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em fun-
ção das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de
interpretação estabelecidas nesta Lei.
l NORMAS COMPLEMENTARES – ART. 100 DO CTN
n Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções
internacionais e dos decretos:
u I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
u II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa,
a que a lei atribua eficácia normativa;
u III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
u IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios.
l AUSÊNCIA DE DISPOSIÇÃO EXPRESSA (ART 108, CTN):
n Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para
aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
u I - a analogia;
u II - os princípios gerais de direito tributário;
u III - os princípios gerais de direito público;
u IV - a equidade.

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u § 1. O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não
previsto em lei.
u § 2. O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento
de tributo devido.
n Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da de-
finição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas
não para definição dos respectivos efeitos tributários.
n Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implici-
tamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas
Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar com-
petências tributárias.
n Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
u I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
u II - outorga de isenção;
u III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
n Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, inter-
preta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
u I - à capitulação legal do fato;
u II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou exten-
são dos seus efeitos;
u III - à autoria, imputabilidade ou punibilidade;
u IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

Obrigação Tributária
É a obrigação de pagar tributo, que tem como objeto a relação jurídica tribu-
tária.
l O art. 113 do CTN divide a Obrigação Tributária em:

Principal Acessória
l É uma obrigação de fazer ou não fazer.
l Surge com a ocorrência do chamado
l Essas obrigações são independentes
fato gerador e consiste no paga-
entre si.
mento do tributo.
l Art. 113, §3º - Obrigação acessória
l O fato gerador é a situação real, con-
pode se converter em obrigação prin-
creta, definida em lei, necessária e
cipal quando houver a sua inobser-
suficiente para o nascimento da obri-
vância.
gação (art. 114, CTN).
l Art. 123, CTN – As convenções particu-
l Sujeito ativo (art. 119, CTN): pessoa ju-
lares não podem modificar as sujei-
rídica de direito público competente
ções passivas das obrigações tributá-
para exigir o seu cumprimento.
rias correspondentes, salvo disposição
l Sujeito passivo (art. 121, CTN): é a pes-
em lei em sentido contrário.
soa obrigada ao pagamento do tri-
l Art. 124, CTN – Marido e mulher, ca-
buto ou sua penalidade.
sado pela comunhão de bens, são so-
l Contribuinte de direito: pode ser res-
lidários quanto ao pagamento dos tri-
tituído, desde que comprove que re-
butos.
passou o tributo (art. 166, CTN).
l Art. 126, CTN – Capacidade tributária
l Contribuinte de fato: se refere a
passiva (independe da capacidade ci-
quem de fato pagou à Art. 166, CTN.
vil).

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l Art. 127, CTN – Domicílio tributário é
aquele eleito pelo sujeito passivo. Fala
que, se não eleito o domicílio, seguirá
as regras do art. 127.

Hipótese de incidência (situação descrita em lei, geral e abstrata) + fato ge-


rador (situação individual e concreta) = obrigação de pagar tributo.

HI + FG = OT
l A hipótese de incidência (lei) tem ao menos 5 elementos:
n Material: Fato a ser tributado.
n Temporal: Momento que o fato gerador acontece.
u Instantâneo
u Fato Continuado
u Fato complexivo
n Espacial: Local onde vai incidir.
n Pessoal: Sujeito ativo e o sujeito passivo.

Súmula 546 do STF: Cabe a restituição do tributo pago indevidamente,


quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou
do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo.
l Responsável tributário é a terceira pessoa a quem a lei permite a restituição.

1) Sujeitos

Sujeito ativo (Art. 119 CTN e Sumula 396 STJ)


l Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
l Sumula 396 STJ - A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa
para a cobrança da contribuição sindical rural.

Sujeito passivo (Art. 121 CTN)


l Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento
de tributo ou penalidade pecuniária.
n Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
u contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que cons-
titua o respectivo fato gerador;
u responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação
decorra de disposição expressa de lei.
l Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações
que constituam o seu objeto.
l Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas
à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda
Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributá-
rias correspondentes.
l Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o ar-
tigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título,
dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.

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n Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos
tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhi-
mento lhe caibam.

2) Quantitativo (Base de Cálculo e Alíquota)


l Solidariedade
n Art. 124. São solidariamente obrigadas:
u I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato
gerador da obrigação principal;
u II - as pessoas expressamente designadas por lei.
u Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefí-
cio de ordem.
n Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da soli-
dariedade:
u I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
u II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se ou-
torgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade
quanto aos demais pelo saldo;
u III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favo-
rece ou prejudica aos demais.

3) Capacidade Tributária
l Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
n I - da capacidade civil das pessoas naturais;
n II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou
limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da ad-
ministração direta de seus bens ou negócios;
n III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure
uma unidade econômica ou profissional.

Domicílio Tributário
l Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributá-
rio, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
n I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta
ou desconhecida, o centro habitual de sua
n atividade;
n II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o
lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obriga-
ção, o de cada estabelecimento;
n III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas reparti-
ções no território da entidade tributante.

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Responsabilidade Tributária
Quando se tem uma terceira pessoa que se obriga ao pagamento do tributo.

1) Substituição

está definido no art. 128 do CTN. à A lei (sentido estrito) pode determinar a
terceira pessoa a responsabilidade de recolhimento, vinculado ao fato gerador
da obrigação, excluindo essa responsabilidade do contribuinte, ou atribuindo-
a total ou parcialmente.
l Para frente: o fato gerador ainda não aconteceu (art. 150, §7º, CF).
l Para trás: o fato gerador já aconteceu (sem base constitucional).

2) Sucessão/Transferência:

Bem imóvel (art. 130, CTN): o adquirente se sub-roga, se torna responsável do


pagamento, salvo se constar prova da quitação.
l A sub-rogação se dá na obrigação do alienante de pagar tributo.
l Art. 130, § único do CTN: quando for alienante em hasta pública, o tributo se sub-
roga sobre o respectivo preço.

Bem móvel (art. 131, I, CTN): o adquirente se sub-roga pelos tributos devidos
ao alienante.

Causa mortis (art. 131, II e III, CTN): havendo a morte, o responsável pelo pa-
gamento dos tributos será o espólio.

Sucessão empresarial (art. 132, CTN): o tributo se sub-roga no produto dessas


incorporações (tributo + multa).
l Sumula 554/STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da su-
cessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as
multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da
sucessão.

Observação: Nas hipóteses de sucessão empresarial (fusão, incorporação,


transformação e cisão) o produto dessas operações é responsável tanto pelo
tributo quanto pelas multas moratórias e punitivas (Art. 132 CTN e STJ 554).

3) Apontamentos
l Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social
ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:

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n I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou
atividade;
n II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou ini-
ciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.

Observação: Havendo alienação de estabelecimento dentro de processo de


falência ou recuperação judicial o adquirente não se sub-roga dos débitos tri-
butários do alienante, salvo se o adquirente for mandatário, empregado, sócio
ou parente em ate quarto grau.
l Responsabilidade por ato regular (Art. 134 CTN):

Código Tributário Nacional

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte,
respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por
eles, ou perante eles,
em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

l Responsabilidade por atuação irregular:

Código Tributário Nacional

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de
atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

l Sumula 430 STJ «O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não


gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.»
l Sumula 435 STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legi-
timando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
l Responsabilidade é pessoal ao agente (Art. 137 CTN)
n Responsabilidade é excluída na denúncia espontânea (Art. 138 CTN e Sumula
360 STJ).
n Não cabe denuncia espontânea em tributo sujeitos a lançamento por homolo-
gação declarados e não pago.

Crédito Tributário
Hipótese de incidência (situação descrita em lei, geral e abstrata) + fato ge-
rador (situação individual e concreta) = obrigação de pagar tributo.

A obrigação de pagar tributo deve ser convertida em crédito tributário. Ou


seja, o tributo só se torna exigível a partir do momento em que se converte a
obrigação em crédito.

E para fazer isso, é necessário haver o lançamento (procedimento).

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l Art. 142 do CTN: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administra-
tivo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar
o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
l Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja ex-
presso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda
nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
l Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obriga-
ção e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou re-
vogada.
n “O tempo rege o ato”.
l Sumula vinculante 53 STF: A competência da Justiça do Trabalho prevista no art.
114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições pre-
videnciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que pro-
ferir e acordos por ela homologados.

LANÇAMENTO TEM TRÊS MODALIDADES:


l O lançamento tributário é um procedimento exclusivo da administração federal,
que está diretamente ligado à cobrança de impostos.
l Há três modalidades de lançamento tributário: de ofício, por declaração e por ho-
mologação.

Sujeito pas-
Modalidade Fisco Exemplo
sivo
De ofício 90% 10% IPTU, IPVA
Declaração 30% 50% ITBI, ITCMD
Homologa-
10% 90% II, IS, IE, ICMS, IPI, IR, IOF
ção

l Lançamento de ofício: é emitido exclusivamente pela parte administrativa.


l Lançamento por declaração: ocorre quando a legislação tributária impõe ao su-
jeito passivo da obrigação correspondente a declaração. Ou seja, o sujeito passivo,
ou um terceiro, oferece à autoridade, as informações necessárias ao lançamento
do crédito tributário
l Lançamento por homologação: modalidade de lançamento em que a lei impõe o
dever de o sujeito passivo antecipar o pagamento do imposto que ele próprio apu-
rou e informou ao fisco, por meio da GIA/DCTF.

Observação: Lançamento por arbitramento é quando as declarações forem


falsas, fraudulentas, omissas, ou não mereçam fé pública, a autoridade admi-
nistrativa poderá arbitrar o lançamento.

HIPÓTESES

Suspensão de exigibi-
Extinção do crédito tri- Exclusão do crédito
lidade do crédito tri-
butário tributário
butário
l Moratória; l Pagamento; l Isenção;
l Depósito do montante l Transação; l Anistia
integral; l Remissão (perdão); l A exclusão do cré-
l Compensação; dito tributário não

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l Recurso e Reclama- l Prescrição e decadência; dispensa o cumpri-
ções em liminar de l Concessão de depósito mento das obriga-
Mandado de segu- em renda; ções acessórias de-
rança ou em tutela de l Consignação em paga- pendentes da obri-
urgência mento; gação principal cujo
l Parcelamento l Tributo pago e homolo- crédito seja exclu-
gado; ído, ou dela conse-
l Decisão administrativa e quente.
irreformável.

1) Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário (art. 151, CTN)


l Hipóteses legais que fazem com que o crédito fique com sua exigibilidade sus-
pensa:

MO Moratória
DE Depósito do montante integral
RE Reclamações e recursos administrativos
CO Concessão de liminar em Mandado de Segurança
CO Concessão de tutela antecipada em outras ações
PA Parcelamento tributário

Observações:
l As hipóteses de suspensão da exigibilidade do CTN são interpretadas literalmente
(Art. 11 CTN).
l A suspensão de exigibilidade do CT não dispensa o sujeito passivo do cumprimento
de obrigações acessórias (Art. 15, parágrafo único).

2) Extinção do Crédito Tributário (art. 156 CTN)


l Pagamento: É a modalidade mais comum de extinção do crédito tributário, con-
siste na entrega ao sujeito ativo pelo sujeito passivo, ou quem o faça em seu nome,
da pecúnia correspondente ao crédito.
n O sujeito passivo tem direito à restituição, total ou parcial, do que pagou indevi-
damente, seja qual for a modalidade de seu pagamento.
n A restituição ocorre no caso de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo
indevido ou maior que o devido, no caso de erro na edificação do sujeito passivo.
n Tal restituição independe de prévio protesto, ou seja, o sujeito passivo ao pedir
a restituição não precisa comprovar que fazia o pagamento do tributo sob pro-
testo.
l Compensação: Ocorre a compensação quando o sujeito passivo é também credor
da Fazenda Pública, por ter pago tributo que não era devido, por exemplo, sendo
previsto no artigo 170 do CTN que a lei pode, às condições e sob as garantias que
estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa,
autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos,
vencidos ou vincendos.
n Credores mútuos > fisco deve ao e contribuinte deve ao fisco.

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l Transação: A transação é por lei, onde o estado publica uma lei com os acordos
que ele aceita. A “transação é acordo” que “importe em terminação de litígio e con-
sequente extinção da obrigação tributária”.
n A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso
(CTN, artigo 171, parágrafo único). Sendo, portanto, somente a lei apta para indi-
car autoridade para autorizar a transação, falando-se em Direito Tributário.
n A transação no Direito Tributário se dá somente para pôr fim ao litígio, mas não
para o evitar.
n A transação é acordo similar à transação de direito civil, porém, em direito tribu-
tário só pode ocorrer se instaurado o litígio e se houver previsão legal.
l Remissão: Perdão do fisco. Ocorre remissão quando a autoridade administrativa
expressamente autorizada por lei perdoa o tributo, ou seja, dispensa o sujeito pas-
sivo do pagamento.
l Prescrição e a decadência (Art. 173): O artigo 173 e 174 do CTN preveem a extinção
do crédito tributário pelo lapso temporal de cinco anos, configurando decadência
ou prescrição respectivamente.
l Decadência é perda do direito de constituir o crédito (se tiver mais de 5 anos perde
o direito de constituir o crédito) e a Prescrição é a perda de pretensão (também se
tiver mais de 5 anos).
n A decadência é anterior ao lançamento e a prescrição é posterior ao lança-
mento.

3) Exclusão do Crédito Tributário (art. 175, CTN)

A exclusão do crédito tributário poderá ocorrer mediante isenção ou anistia,


hipóteses estas que consistem em renúncia fiscal.
l Anistia (art. 181, CTN): Penalidade antes do crédito nascer.

Código Tributário Nacional

Art. 181. A anistia pode ser concedida:


I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com pe-
nalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída
pela mesma lei à autoridade administrativa.

l Isenção: Tributo antes do crédito nascer – decorre de lei.

Observações:
l As hipóteses de exclusão do crédito tributário não dispensam o cumprimento de
obrigações acessórias.
l As hipóteses de exclusão tributária são interpretadas literalmente.

Observações:
l A isenção pode ser Geral ou Individual;
l A isenção pode ser Gratuita ou Onerosa;
l A isenção pode ser por prazo indeterminado ou prazo certo;

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l É vedado a concessão de isenção heterônoma, a união não pode conceder isenção
de tributos dos estados e municípios com exceção de tratados internacionais da
república federativa do brasil (art. 151, inc. II CF).

Código Tributário Nacional

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições
e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em fun-
ção de condições a ela peculiares.
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser
revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da auto-
ridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições
e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão.

Garantias e Privilégios do Crédito Tributário:


Código Tributário Nacional

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde
pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do
sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade
ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os
bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito pas-
sivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.

l Crédito na falência
n Créditos Imediatos (Art. 151, LRE)
n Necessários (Art. 150, LRE)
n Restituições em dinheiro (Art. 86, parágrafo único, LRE)
n Créditos Extra concursais (Art. 84, LRE)

Código Tributário Nacional

Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição,
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela
Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. Na falência:
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extra concursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos
termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado;
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do
trabalho; e
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.

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