Instrumentação Eletrônica - Experiência 4
Instrumentação Eletrônica - Experiência 4
Instrumentação Eletrônica - Experiência 4
Ilha Solteira - SP
3 de janeiro de 2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 1
1.1 RESPOSTA PASSA-BAIXA HLP 1
1.2 FILTROS KRC 2
2 MATERIAIS E MÉTODOS 5
2.1 FILTRO KRC BUTTERWORTH 5
2.2 FILTRO KRC Q = 5 5
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7
3.1 DADOS DO EXPERIMENTO 7
3.2 GRÁFICOS PLOTADOS 9
3.3 SIMULAÇÕES 13
3.3.1 Filtro Butterworth 13
3.3.2 Filtro Q = 5 15
4 CONCLUSÕES 17
1
1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
Nesta introdução, será feita a dedução da Função de Transferência dos circuitos implemen-
tados neste experimento, a saber, Filtros Passa-baixa de 2ª Ordem na configuração Sallen-Key
ou KRC.
Todas as funções de segunda ordem de filtros passa-baixa podem ser expressas na forma
padrão H( jω) = H0LP HLP , onde H0LP é ganho DC, e
1
HLP ( jω) = (1)
1 − (ω/ω0 )2 + ( jω/ω0 )/Q
2. Para ω/ω0 1, a maior parcela se torna HLP → −1(ω/ω0 )2 , então a assíntota de alta
frequência pode ser expressa por
3. Para ω/ω0 = 1, as duas assíntotas se encontram, uma vez que ω/ω0 = 1 na Eq. 2b
fornece a própria Eq. 2a.
O resultado expresso pela Eq. 2c mostra que, na região de frequência em torno de ω/ω0 =
1, agora tem-se uma família de curvas, dependendo do valor de Q, ao invés uma única
curva, como em filtros de 1ª Ordem.
Uma vez que um estágio R-C fornece uma resposta passa-baixa de 1ª ordem, colocar dois
estágios em cascata deve prover uma resposta de 2ª ordem. De fato, em baixas frequências,
1.2 FILTROS KRC 3
os capacitores agem como circuitos abertos, deixando todo o sinal de entrada atravessar com
H → 1 V/V. Em altas frequências, o sinal de entrada deve ser desviado para o terra primeiro por
C1 e depois por C2 , assim proporcionando uma atenuação dupla. Como em altas frequências um
único estágio R-C possui H → 1/( jω/ω0 ), a combinação em cascata de dois estágios dá H →
√
[1(( jω/ω1 )] × [1(( jω/ω2 )] = −1(ω/ω0 ), ω0 = ω1 ω2 , indicando uma inclinação assintótica
de -40 dB/dec.
Note que Vo é obtido do nó de saída do amp op para tirar vantagem da baixa impedância.
Além disso,
1
Vo = K V1
R2C2 s + 1
Somando as correntes do nó 1,
Vi −V1 Vo /K −V − 1 Vo −V1
+ + =0
R1 R2 1/C1 s
1.2 FILTROS KRC 4
A seguir, compara-se esta função com a forma padrão H( jω) = H0LP HLP ( jω), com HLP ( jω)
como na Eq. 1.
H0LP = K (4a)
E, por fim, fazendo jω[(1 − K)R1C1 + R1C2 + R2C2 ] = ( jω/ω0 )/Q e substituindo ω0 da Eq. 4b
fornece
1
Q= p p p (4c)
(1 − K) R1C1 /R2C2 + R1C2 /R2C1 + R2C2 /R1C1
2. ajuste RB para o valor de Q desejado (o que não afeta ω0 , apenas K, mas não de uma
maneira que prejudique o experimento);
1 1 (5)
H0LP = K ω0 = RC Q= 3−K
1
RC = ω0 K = 3 − Q1 RB = (K − 1)RA (6)
2 MATERIAIS E MÉTODOS
1
R= = 15, 915 kHz
2π10−5
Portanto, pode-se selecionar os resistores comerciais R1 e R2 com valor nominal de 15,8 kHz.
√
Para o filtro Butterworth Q = 1/ 2, então (Eq. 6):
√
K = 3 − 1/Q = 3 − 2 ≈ 1, 59
RB = (K − 1)RA = (1, 59 − 1) × 10 kΩ = 5, 9 kΩ
K = 3 − 1/Q = 3 − 1/5 = 2, 8
2.2 FILTRO KRC Q = 5 6
RB = (K − 1)RA = (2, 8 − 1) × 10 kΩ = 18 kΩ
7
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Tabela 2 apresenta os dados coletados para a alimentação do Filtro KRC com Q = 5 com
frequência variando de 50 até 10 KHz.
Pode-se observar que o Filtro KRC com Q igual a 5 funciona de modo bem próximo do
filtro passa-baixa de 2ª ordem, apresentando um pico considerável na faixa de frequências em
torno de fc = 1 kHz. O ganho DC está em torno de 2,14, significativamente abaixo do valor
para o qual foi projetado. A defasagem está novamente oposta ao natural, pelas mesmas razões
discutidas acima.
3.2 GRÁFICOS PLOTADOS 9
A frequência de corte é aquela para qual o módulo cai 3 dB em relação ao ganho DC. Se a
primeira medida for tomada como ganho DC da Função de Transferência, então a frequência de
corte seria o valor de fc para o qual |H| vale 5,1 dB. Nos dados coletados não existe esse valor.
Observando o gráfico teórico que se sobrepõe quase perfeitamente sobre o gráfico empírico,
exceto pela região em torno de fc onde surge o pico, pode-se chegar ao valor aproximado de 1
kHz.
A partir da Eq. 2c, também pode-se determinar graficamente o valor de Q. QdB = |HLP |
quando f = fc . Uma vez que adotou-se fc = 1000, o valor encontrado é de 7,1 dB, apontando
Q = 2.26. Se presumir-se que o filtro não é do tipo Butterworth, nem fc = 1000, mas de um
valor Q > 0.707 e fc < 1000, então pode-se voltar ao número máximo, subtrair o ganho DC e
determinar fc = 500 Hz e Q = 1, 059, que está mais próximo do Filtro Butterworth do que o
primeiro.
3.2 GRÁFICOS PLOTADOS 10
Como apontado na Seção 2.1, a defasagem foi coletada com valor positivo, quando na
verdade a Função de Transferência de um filtro passa-baixa só pode interpolar os pontos amos-
trados na faixa que varia de 0° a -180°, onde o sinal denota o sentido percorrido pela função
tangente sobre o ciclo trigonométrico. Como a tangente é uma função ímpar, o resultado obtido
foi simétrico ao esperado.
3.2 GRÁFICOS PLOTADOS 11
A frequência de corte é aquela para qual o módulo cai 3 dB em relação ao ganho DC.
Observando o gráfico, verifica-se que há um pico na região de corte, então tomou-se a frequência
natural em vez da frequência de corte, para a qual a Função atinge seu valor máximo, 9,657 dB
em fc = 1000 Hz.
O valor de Q empírico, pela Eq. 2c, será 10(9,657−6.608)/20 = 1, 42. Esse valor está muito
abaixo do valor para a curva teórica, obtido como 10(22.96−9)/20 = 4.99.
A Fig. 5 também revela que as medidas coletadas estiveram aproximadamente 24% abaixo
do ganho DC esperado, resultando numa pequena discrepância com relação ao ganho DC que
pode ser observado na Função de Transferência. O que chama atenção, nos dois casos, para o
fato de que uma pequena variação no ganho representa uma grande variação em Q. Por sorte, o
projeto não sai muito de mão com essa discrepância, como anotado na Seção 1.2.
3.2 GRÁFICOS PLOTADOS 12
3.3 SIMULAÇÕES
3.3.2 Filtro Q = 5
equivalente a 5, 01 e assíntota de alta frequência com inclinação de -40 dB/dec, o que condiz
com os resultados práticos. A defasagem do circuito inicia-se em 0° e avança até aproximar-se
de -180°. Ao contrário do Filtro Butterworth, de 50 Hz a 10 kHz é um intervalo adequado para
que a resposta em frequência atinja seu valor mínimo assintótico para a defasagem, uma vez
que o valor de Q afeta a inclinação da tangente em torno de fc , deixando-a mais acentuada.
A simulação também mostra o que já foi comentado na análise experiental da Seção 3.2: os
dados do experimento estão relativamente abaixo do esperado. É interessante que a realização
da simulação do circuito em um software spice permita eliminar a hipótese de que a função
de transferência esteja errada, ou mesmo os valores nominais calculados para cada um dos
componentes. Este erro só pode ter ocorrido durante a montagem do circuito e leitura dos
instrumentos, demonstrando que os próprios dados é que são errôneos.
17
4 CONCLUSÕES
Através deste experimento foi possível simular e implementar dois filtros ativos de 2ª Or-
dem, um Butterworth, onde verificou-se que seu fator de qualidade era realmente 1,059, bem
acima de 0,707, fazendo com que a curva formasse um pico na região de corte, e um de Q = 5,
cujo valor de 1,42 também foi conferido através dos gráficos plotados com os dados coletados
em um experimento realizado por alunos de outro semestre. Levantou-se a curva de magnitude
e fase das respectivas Funções de Transferência e descobriu-se que haviam certas discrepâncias
entre as simulações realizadas e a prática.