Penas e Medidas Alternativas
Penas e Medidas Alternativas
Penas e Medidas Alternativas
Ra: 1437343
Turma: 003203A12
Docente: Fernanda Salles Fisher
https://www.migalhas.com.br/depeso/333760/o-direito-ao-esquecimento
Movida por Jurandir Gomes da França em face da TV Globo, em razão do
convite de entrevista feito ao autor para reconstrução do caso para o
extinto programa “Linha Direta – em 2006. O autor, havido sido indiciado
como coautor do mencionado crime, no entanto, após ser submetido ao
Júri, fora absolvido. Apesar de Jurandir não ter aceito o convite de
entrevista pela emissora, o mesmo foi transmitido sendo mencionado
seu nome, com a indicação de que ele havia sido absolvido.
Xuxa se arrepende de ter feito o filme e paga durante 30 anos uma
fortuna para manter o polêmico filme: Estranho Amor onde ela aparece
nua e beijando o garoto de 13 anos, longe do publico.
A ideia é proibir a exibição ou publicação de fatos antigos, mesmo que
sejam verdadeiros, com a justificativa de que isso seja prejudicial ou
doloso. O ministro Dias Toffoli já se pronunciou dizendo que tudo isso é
incompatível com a Constituição, no que se refere à obtenção e acesso a
informações verídicas, de forma legal. «Independentemente de qual seja
a decisão do tribunal, o direito ao esquecimento vai interferir na vida das
pessoas como um todo», explica o advogado Renan De
Quintal, integrante do Escritório Batistute. De acordo com o
especialista, se reconhecido, o direito ao esquecimento vai criar
precedentes na liberdade de acesso à informação e na atividade da
imprensa.
É uma espécie de reconhecimento do direito ao esquecimento da esfera
digital. «A despeito de todas as desvantagens que se têm com essa
discussão, é preciso lembrar sempre da razoabilidade no resgate e
publicação de fatos antigos que possam constranger ou gerar algum dolo
moral. Mas, para isso, já existe a Justiça cível», ressalta Renan De
Quintal. Outro aspecto importante nesse debate é que, quando o fato é
de interesse coletivo, muitas vezes, o público se sobrepõe ao privado.
É o que defendem algumas entidades e institutos, principalmente os
ligados à preservação da memória, da história e de fatos marcantes na
trajetória do país. «O argumento é de que esses fatos devem ser
relembrados, mesmo que sejam dolosos na esfera privada, porque
contribuem para a narrativa da sociedade e carregam alto interesse
público e coletivo»
No Brasil, o direito ao esquecimento possui fundamento constitucional e
legal, considerando que advém do direito à vida privada (privacidade),
intimidade e honra do ser humano, sendo estes preceitos assegurados
pela Constituição Federal/88, no artigo 5º, que versa sobre direitos e
garantias individuais, dizendo o seguinte:
Art. 5, X - “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação”;
A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva,
assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e
condenação.
Paragrafo único. A reabilitação poderá também atingir os efeitos da
condenação, previsto no art. 92 vedada reintegração na situação
anterior, nos casos dos incisos
I e II do mesmo art.
Em suma, o direito ao esquecimento é o direito que o indivíduo tem de
que um fato fique no passado e que não seja relembrado eternamente. Nesse
sentido, foi mostrado que o mesmo se encaixa nos requisitos para o
reconhecimento de um novo direito fundamental: a) vinculação com a dignidade
da pessoa humana ou com a limitação de poder; b) origem no regime democrático
e nos princípios contidos no Título I; e c) equivalência a outros direitos
fundamentais.
O importante aqui é reter o fato de que a fundamentação do direito ao
esquecimento tem como base o argumento de que há uma provisão
constitucional expressa protegendo s privacidade do individuo.
Por mais que se queira controlar o direito à memória da sociedade,
não se consegue parar a tecnologia, sendo assim, a mudança do equilíbrio
entre a o esquecimento e a privacidade provocada pela internet é definitivo,
dessa forma, é importante se ter mecanismos para que essa mudança leve
em consideração o direito individual da privacidade e da proteção de dados
pessoais, especialmente em relação ao esquecimento, porém, na ausência
de mecanismos de esquecimento, quando um individuo quer ver seu direito
reconhecido invariavelmente deve recorrer ao Poder Judiciário, que embora
reconheça o direito ao esquecimento em algumas decisões, o entendimento
ainda não é pacifico, tendo inclusive sido proferidas algumas decisões em
sentido contrário, por isso, é fundamental uma interferência legislativa para
que tal direito seja reconhecido pelos juízes e tribunal
“O aspecto mais notável da memoria é o esquecimento, há mais
esquecimento que a memoria.”
Iván Iziquerdo