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Disciplina:
Saúde Coletiva
Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem das Escolas Estaduais
de Educação Profissional – EEEP
Material elaborado/organizado pela professora Rafaelle Alves Diógenes Pontes – 2018
APRESENTAÇÃO
Este Manual pedagógico integra uma série que aborda temas específicos da formação do
Técnico em Enfermagem Integrado ao Ensino Médio. Cada Manual corresponde a uma
Disciplina, sendo este referente à disciplina de Saúde Coletiva. Este Manual contém os
objetivos de aprendizagem referentes ao tema acompanhado do conteúdo no intuito de deixar
claro o que é esperado do aluno ao final da disciplina. Propõe atividades pedagógicas que
focam o eixo cognitivo e sócio afetivo do processo de aprendizagem. Oportunidade ao aluno
de adquirir conhecimentos em Saúde Coletiva que lhe permitam edificar a base filosófica e
também técnica para exercer as atribuições de Técnico de Enfermagem que atua em Saúde
Coletiva. Disponibilizamos também uma bibliografia de referência do Manual. Elaborado no
intuito de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, o presente material é um instrumento
pedagógico que se constitui como um mediador para facilitar o processo de ensino-
aprendizagem em sala de aula embasado em um método problematizador e dialógico que
aborda os conteúdos de forma lúdica, participativa tornando o aluno protagonista do seu
aprendizado facilitando a apropriação dos conceitos de forma crítica e responsável. Espera-se
contribuir com a consolidação do compromisso e envolvimento de todos (professores e
alunos) na formação desse profissional tão importante para o quadro da saúde do Ceará.
Construção do conceito de processo saúde-doença e entendimento de suas relações com os
aspectos históricos, políticos e sociais de uma comunidade. Discussão das ações de Saúde
Pública no Brasil desde o período colonial até os dias de hoje e as mudanças ocorridas com a
adoção de um novo conceito de Processo de Saúde-Doença. Discussão da promoção à saúde,
prevenção e controle das doenças como base das ações de Enfermagem em Saúde Coletiva.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO À SAÚDE COLETIVA....................................................................8
2.A SAÚDE PÚBLICA E A SAÚDE COLETIVA.......................................................12
2.1.Conceito de saúde coletiva.......................................................................................12
2.2.Programas dos Centros de Saúde e ESF’s..............................................................12
3.O MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA.....................................................16
4.A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.............18
4.1.As origens do nosso sistema de saúde......................................................................18
5.CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ARTIGOS 196 A 200)............................................21
6.SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE..................................................................................23
7.ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA.............................................................27
8.HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA.....................................................................28
8.1. Período de pré-patogênese......................................................................................28
8.2. Período de patogênese.............................................................................................28
9.DOENÇAS INFECCIOSAS.......................................................................................29
9.1-Sarampo...................................................................................................................29
9.2-Rubélola....................................................................................................................29
9.3-Hepatites...................................................................................................................30
9.4-Poliomielite...............................................................................................................33
9.5-Varicela (catapora)..................................................................................................34
9.6-Febre amarela..........................................................................................................36
9.7-Coqueluche...............................................................................................................36
9.8-Esquitossomose ou bilharziose................................................................................37
9.9-Malária.....................................................................................................................38
9.10-Caxumba................................................................................................................39
9.11-Doença de Chagas..................................................................................................39
9.12-Tuberculose............................................................................................................41
9.13-Hanseníase..............................................................................................................41
9.14-Meningite................................................................................................................42
9.15-Tétano.....................................................................................................................43
9.16-Leptospirose...........................................................................................................45
9.17-Dengue....................................................................................................................47
9.18-Raiva.......................................................................................................................49
9.19-Toxoplasmose.........................................................................................................50
9.20-Febre tifóide...........................................................................................................52
10.INFECÇÕES SEXUALMENTES TRANSMISSÍVEIS........................................53
10.1.Sífilis........................................................................................................................53
10.2.Cancro Mole...........................................................................................................54
10.3.Herpes.....................................................................................................................55
10.4.Gonorréia...............................................................................................................56
10.5.HPV.........................................................................................................................56
10.6.Candidíase..............................................................................................................58
10.7.-Linfogranuloma Venéreo.....................................................................................58
10.8.AIDS-SIDA.............................................................................................................59
10.9.Infecção por Trichomonas.....................................................................................60
10.10.Infecção por Gardenerella...................................................................................61
11.PARASITOSES INTESTINAIS..............................................................................62
11.1.Ascaridíase.............................................................................................................62
11.2.Giardíase.................................................................................................................63
11.3.Amebíase................................................................................................................64
11.4.Teníase....................................................................................................................64
12.MICOSES..................................................................................................................65
12.1.Micoses superficiais da pele...................................................................................65
13.AÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA EM RELAÇÃO A PRODUTOS
ALIMENTARES ,DOMICILIARES, MEDICAMENTOS, SERVIÇOS DE SAÚDE E
MEIO AMBIENTE....................................................................................................68
13.1.Ações da vigilância sanitária.................................................................................68
13.2.Recursos da Comunidade para ações coletivas (estratégias)..............................69
13.3.PNI - Programa Nacional de Imunização.............................................................69
14.SINAN- SISTEMA NACIONAL DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO..............72
REFERÊNCIAS.............................................................................................................73
mas de todo o campo de saúde. Não há como repensar suas práticas desconhecendo o acervo
da biologia, da psicologia e da clínica em geral.
Existem diversos modos para produzir saúde. Cada modo de produção de saúde é
composto por uma dada combinação qualitativa e quantitativa de práticas. Podemos
identificar quatro modos básicos para produzir saúde:
1- a produção social de saúde: em que transformações econômicas, sociais e políticas
produzem padrões saudáveis de existência, dificultando o surgimento de enfermidades.
2- a saúde coletiva: em que por meio da vigilância à saúde e da ação específica de
profissionais de saúde, mais ou menos articulados com outros setores e outros agentes, e do
desenvolvimento de ações predominantemente voltadas para a promoção e prevenção,
dificultam-se ou impedem-se mortes e enfermidades;
3- a clínica e a reabilitação: em que práticas de assistência e de cuidado produzem saúde,
ainda que em sujeitos isolados;
4- atendimento de urgência e de emergência: em que, a partir de modelos de intervenção que
alteraram bastante uma série de características da clínica tradicional, consegue-se evitar morte
e sofrimento.
• Assistência ao climatério;
• Assistência às doenças ginecológicas prevalentes;
• Prevenção e tratamento das IST/AIDS;
• Assistência à mulher vítima de violência.
TRO-Terapia de Reidratação Oral
Este Programa tem por objetivo corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico
(restabelecendo em nível o mais próximo possível, a água e os eletrólitos reduzidos durante a
diarréia), manter e recuperar o estado nutricional.
O golpe de 1964 criou as condições para a execução de uma política setorial de caráter
centralizador e privatizante, cujo primeiro passo consistiu na unificação da previdência: em
1966, os IAP foram unificados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) como
órgão gestor da Previdência Social. Aprofundou-se, a partir de então, o perfil assistencialista
da Previdência Social, com prioridade para a assistência médica sobre os benefícios
pecuniários (aposentadorias, pensões, auxílios).
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II,
deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a
que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e §
3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios,
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas
federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do Sistema
Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio,
tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às
instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros
na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de
órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem
como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo
tipo de comercialização.
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos
da lei:
9.DOENÇAS INFECCIOSAS
A doença infecciosa ou doença transmissível é qualquer patologia causada por um
agente biológico por exemplo: vírus, bactéria, parasita, em contraste com causa física (por
exemplo: queimadura, intoxicação, etc.).
9.1-Sarampo
É uma doença exantemática, sendo um dos cinco exantemas da infância clássicos, com
a varicela rubéola, eritema infeccioso e roséola. É altamente infeccioso e transmitido por
secreções respiratórias como espirro e tosse
Sintomas: As manifestações iniciais são febre alta, tosse rouca e persistente, coriza,
conjuntivite e fotofobia (hipersensibilidade à luz). Surgem manchas brancas na mucosa da
boca, manchas maculopapulares avermelhadas na pele, inicialmente no rosto e progredindo
em direção aos pés, durando pelo menos três dias, e desaparecendo na mesma ordem de
aparecimento.
Diagnóstico e tratamento: O diagnóstico é clínico devido às caracteristicas muito
típicas, especialmente as manchas de Koplik (manchas brancas na mucosa da boca e parte
interna da bochecha). Pode ser feita detecção de antígenos em amostra de soro.
A prevenção é por vacina Tríplice viral, feita com cepa de vírus vivo atenuado. O
tratamento é sintomático.
9.2-Rubélola
A Rubéola ou Rubela é uma doença causada pelo vírus da rubéola e transmitida por
via respiratória. É uma doença geralmente benigna, mas que pode causar malformações no
embrião em infecções de mulheres grávidas.
Epidemiologia: A rubéola é um dos cinco exantemas (com marcas vermelhas na
derme) da infância. Os outros são o sarampo, a varicela, o eritema infeccioso e a roséola.
Progressão e sintomas: A transmissão é por contato direto, secreções ou pelo ar. O
vírus multiplica-se na faringe e nos órgãos linfáticos e depois dissemina-se pelo sangue para a
pele. A infecção, geralmente, tem evolução benigna e em metade dos casos não produz
qualquer manifestação clínica. As manifestações mais comuns são febre baixa (até 38ºC),
aumento dos gânglios linfáticos no pescoço, hipertrofia ganglionar retro-ocular e suboccipital,
manchas (máculas) cor-de-rosa (exantemas) cutâneas, inicialmente no rosto e que evoluem
rapidamente em direção aos pés e em geral desaparecem em menos de 5 dias. Outros sintomas
são a vermelhidão (inflamação) dos olhos (sem perigo), dor muscular das articulações, de
cabeça e dos testículos, pele seca e congestão nasal com espirros.
Atenção: O vírus da rubéola só é verdadeiramente perigoso quando a infecção ocorre
durante a gravidez, com colonização de vírus na placenta e infecção do embrião, notadamente
durante os primeiros três meses de gestação. Nestes casos a rubéola pode causar aborto, morte
fetal, parto prematuro e malformações congênitas (cataratas, glaucoma, surdez, cardiopatia
congênita, microcefalia com retardo mental ou espinha bífida). A infecção nos primeiros três
meses da gravidez pelo vírus da rubéola é suficiente para a indicação de aborto voluntário da
gravidez.
Diagnóstico: O diagnóstico clínico é complexo por semelhança dos sintomas com os
dos outros exantemas. É mais frequentemente sorológico, com detecção de anticorpos
específicos para o vírus, ou por ELISA (teste imunoenzimático que permite a detecção de
anticorpos específicos no soro).
Tratamento:
• Não existe tratamento antiviral especifico
• Normalmente é sintomático (analgésicos como o paracetamol)
Vacina: A vacina utilizada na idade de 12 meses é a Tríplice viral , e mais tarde em
mulheres em idade fértil não grávidas Dupla Viral. A vacina é composta por vírus vivos
atenuados, cultivados em células de rim de coelho ou em células diplóides humanas. Pode ser
produzida na forma monovalente, associada com sarampo (dupla viral) ou com sarampo e
caxumba (tríplice viral). A vacina se apresenta de forma liofilizada, devendo ser reconstituída
para o uso. Após sua reconstituição, deve ser conservada à temperatura positiva de 2º a 8º C,
nos níveis local e regional. No nível central, a temperatura recomendada é de menos 20º C.
Deve ser mantida protegida da luz, para não perder atividade. A vacina é utilizada em dose
única de 0,5 mL via subcutânea.
9.3-Hepatites
Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma
simples alteração laboratorial (portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva),
até doença fulminante e fatal (mais frequente nas formas agudas). Existem várias causas de
hepatite, sendo as mais conhecidas as causadas por vírus das hepatite A, B, C, D, E, F, G,
citomegalovírus, etc). Outras causas: drogas (álcool, antiinflamatórios, anticonvulsivantes,
sulfas, derivados imidazólicos, hormônios tireoidianos, anticoncepcionais, etc), distúrbios
metabólicos (doença de Wilson, politransfundidos, hemossiderose, hemocromatose, etc),
transinfecciosa, pós-choque. Em comum, todas as hepatites têm algum grau de destruição das
células hepáticas.
Sintomatologia: A grande maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou leva a
sintomas incaracterísticos como febre, mal estar, desânimo e dores musculares. Hepatites
mais severas podem levar a sintomas mais específicos, sendo o sinal mais chamativo a
icterícia, conhecida popularmente no Brasil por “trisa” ou "amarelão" e que caracteriza-se
pela coloração amarelo-dourada da pele e conjuntivas. Associado pode ocorrer urina cor de
coca-cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de vidraceiro (acolia fecal). Hepatites mais
graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com a encefalopatia hepática e
óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses), geralmente são assintomáticas e
podem progredir para cirrose.
Tipos de Hepatites:
Hepatite A: É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que
pode cursar de forma subclínica.
Transmissão: é do tipo fecal oral, ou seja, ocorre contaminação direta de pessoa para
pessoa ou através do contato com alimentos e água contaminados, e os sintomas iniciam em
média 30 dias após o contágio. É mais comum onde não há ou é precário o saneamento
básico. A falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. O uso na alimentação de moluscos
e ostras de águas contaminadas com esgotos e fezes humanas contribui para a expansão da
doença. Uma vez infectada a pessoa desenvolve imunidade permanente. A transmissão
através de agulhas ou sangue é rara.
A prevenção através da vacina contra hepatite A é a melhor forma de prevenção.
Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite,
sensação de desconforto no abdômen, náuseas e vômitos. Pode ocorrer diarreia. A icterícia é
mais comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia desaparece em torno de
duas a quatro semanas. É considerada uma hepatite branda, pois não há relatos de
cronificação e a mortalidade é baixa. Não existe tratamento específico. O paciente deve
receber sintomáticos e tomar medidas de higiene para prevenir a transmissão para outras
pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias das condições sanitárias, bem como pela
vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante.
Hepatite B
A transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, bem
como através da relação sexual. É considerada também uma doença sexualmente
transmissível. Pode ser adquirida através de tatuagens, piercings, no dentista e até em sessões
de depilação. Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais, mas a hepatite B
pode cronificar e provocar a cirrose hepática.
A prevenção é feita utilizando preservativos nas relações sexuais e não utilizando
materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o
uso de descartáveis de uso único. Quanto mais cedo se adquire o vírus, maiores as chances de
ter uma cirrose hepática. Existe vacina para hepatite B, que é dada em três doses
intramusculares e deve ser repetida a cada 10 anos.
Hepatite C
A Transmissão desse tipo de Hepatite pode ser através de transfusão sanguínea,
tatuagens, uso de drogas, piercings, no dentista e em manicure, é de grande preocupação para
a Saúde Pública.
Sintomatologia: A grande maioria dos pacientes é assintomática no período agudo da
doença, mas podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais. A hepatite C é perigosa
porque pode cronificar e provocar a cirrose hepática e hepatocarcinoma (neoplasia maligna do
fígado).
A Prevenção é feita evitando-se o uso de materiais cortantes ou agulhas que não
estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único, bem
como material próprio em manicures. A esterilização destes materiais é possível, porém não
há controle e as pessoas que ‘dizem’ que esterilizam não têm o preparo necessário para fazer
uma esterilização eficaz. Não existe vacina para a hepatite C, essa doença é considerada pela
Organização Mundial da Saúde como um grande problema de saúde pública, é a maior causa
de transplante hepático.
Hepatite D
A Transmissão se dá por RNA-vírus (tão pequeno que é incapaz de produzir seu
próprio envelope protéico e de infectar uma pessoa), só tem importância quando associada à
hepatite B, pois a potencializa. Isoladamente parece não causar infecção. Geralmente
encontrado em pacientes portadores do vírus HIV e está mais relacionado à cronificação da
hepatite e também à hepatocarcinoma.
Hepatite E
É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite E, que pode cursar de
forma subclínica. Sua transmissão é do tipo fecal oral, através do contato com alimentos e
água contaminados, e os sintoma iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum
após enchentes Não existe vacina para hepatite E. Os sintomas são de início súbito, com febre
baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e
vômitos. Pode ocorrer diarréia. É considerada uma hepatite branda, apesar de risco aumentado
para mulheres grávidas, principalmente no terceiro trimestre gestacional, que podem evoluir
com hepatite fulminante.
Medidas de proteção: A doença pode ser evitada através da utilização da vacina contra
a varicela.
Sintomatologia: Em crianças, em geral, as manifestações iniciais da varicela são as
lesões de pele. É comum em adultos ocorrer febre e prostração, um a dois dias antes do
aparecimento das lesões cutâneas. As lesões de pele surgem como pequenas máculopápulas
("pequenas manchas vermelhas elevadas"), que em algumas horas tornam-se vesículas
("pequenas bolhas com conteúdo líquido claro"), das quais algumas se rompem e outras
evoluem para formação de pústulas ("bolhas com pus") e posteriormente (em 1 a 3 dias)
formam-se crostas, resultando em cerca de 200 a 500 lesões, que causam intenso prurido
("coceira"). As primeiras lesões comumente aparecem na cabeça ou pescoço, mas a medida
que estas evoluem, rapidamente vão surgindo novas lesões em tronco e membros e também
em mucosas (oral, genital, respiratória e conjuntival), sendo frequente que os diferentes
estágios evolutivos (pápulas, vesículas, pústulas e crostas) estejam presentes
simultaneamente. A evolução para a cura, comumente, ocorre em até uma semana, embora
lesões crostosas residuais possam persistir por 2 a 3 semanas e algumas pequenas cicatrizes
permaneçam indefinidamente.
Tratamento: Todas as pessoas que apresentam manifestações clínicas compatíveis com
varicela devem ser avaliadas por médico tão logo possível. Os antitérmicos (paracetamol,
dipirona), caso sejam necessários, podem ser utilizados para controlar a febre. Os
medicamentos que contenham em sua formulação o ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®,
Doril®, Melhoral® etc) não devem ser usados em crianças com Varicela, pela possibilidade
de Síndrome de Reye (doença rara, de alta letalidade, caracterizada pelo comprometimento do
sistema nervoso central e do fígado associado ao uso deste medicamento durante infecções
virais em crianças). O uso do ácido acetil-salicílico, por provocar alterações na função das
plaquetas, pode ainda aumentar o risco de episódios de sangramento em pessoas de qualquer
idade. O prurido pode ser atenuado com banhos ou compressas frias e com a aplicação de
soluções líquidas contendo cânfora ou mentol ou óxido de zinco. Quando muito intenso, pode
ser necessário utilizar medicamentos (como a dexclorfeniramina ou a cetirizina), ajustando-se
a dose pelo peso do doente, para evitar sonolência excessiva. Para reduzir o risco de infecção
bacteriana na pele, principalmente em crianças, as unhas devem ser cortadas para evitar
traumatismo durante o ato de coçar. A higiene corporal deve ser observada, bastando para isto
a limpeza com água e sabão. Não existe comprovação científica de benefício do uso de
substâncias como o permanganato de potássio e soluções iodadas para a higiene das lesões de
pele. Esta prática, pode ainda resultar em danos, incluindo queimaduras e reações alérgicas.
Quando ocorrerem, as complicações bacterianas (infecção secundária da pele, pneumonia e
sepse) devem ser tratadas com antibióticos adequados, receitados pelo médico.
9.6-Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um flavivírus (o vírus da febre
amarela, para a qual está disponível uma vacina altamente eficaz. A doença é transmitida por
mosquitos e ocorre exclusivamente na América Central, na América do Sul e na África. No
Brasil, a febre amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em
áreas de transmissão silvestre (regiões de cerrado, florestas).
Transmissão: A transmissão pode ocorrer em áreas urbanas, silvestres e rurais
("intermediária", em fronteiras de desevolvimento agrícola). As manifestações da febre
amarela não dependem do local onde ocorre a transmissão. O vírus e a evolução clínica são
idênticos. A diferença está apenas nos transmissores e no local geográfico de aquisição da
infecção.
Medidas de proteção individual: Vacinação contra a febre amarela.
Manifestações: A maioria das pessoas infectadas com o vírus da febre amarela
apresentam sintomas discretos ou não apresenta manifestações da doença. Os sintomas da
febre amarela, em geral aparecem entre 3 e 6 dias (período de incubação) após a picada de um
mosquito infectado. As manifestações iniciais são febre de início súbito, sensação de mal
estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço e calafrios. Em algumas horas podem surgir
náuseas, vômitos e, eventualmente, diarréia. Após três ou quatro dias, a maioria dos doentes
(85%) recupera-se completamente e fica permanentemente imunizado contra a doença.
Tratamento: não tem tratamento específico. As pessoas com suspeita desta, devem ser
internadas para investigação diagnóstica e tratamento de suporte, que é feito basicamente com
hidratação e antitérmicos. Não deve ser utilizado remédio para dor ou febre, acetil-salicílico
(AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.), que pode aumentar o risco de sangramentos. Pelo
menos durante os cinco primeiros dias de doença é imprescindível que estejam protegidas
com mosquiteiros, uma vez que durante esse período podem ser fontes de infecção para o
Aëdes aegypti. As formas graves da doença necessitam de tratamento intensivo e medidas
terapêuticas adicionais como diálise peritonial e, eventualmente, transfusões de sangue.
9.7-Coqueluche
mais crônica. Outros sintomas são decorrentes da obstrução das veias do baço e do fígado
com aumento dos mesmos e desvio de sangue podem causar dores na parte superior esquerda
do abdômen e vômitos com sangue.
Tratamento: O tratamento é feito usando antiparasitários (substâncias químicas tóxicas
ao parasita). O medicamento mais indicado é o Prazinquantel, que vem na forma de
comprimidos que normalmente é ingerido via oral uma vez por dia, o que já basta para
eliminar o parasita e a disseminação de ovos ao meio ambiente. Nos casos de doença crônica
um tratamento específico é necessário.
A prevenção da esquistossomose é na verdade muito simples, veja algumas maneiras
de se evitá-la:
- Identificando as pessoas contaminadas e dando-lhes tratamento.
- Melhorias no sistema de saneamento básico das regiões de risco.
- Eliminação do hospedeiro intermediário (Caramujo).
- Distribuição de cartilhas sobre a doença à população.
Diagnóstico: é importante saber se a pessoa esteve em alguma área onde há registro de
casos da doença, além dos sintomas apresentados desde então. Além disso, exames de fezes e
urinas são essenciais. Recentemente há exames que detectam no sangue a presença de
anticorpos que atuam contra o parasita.
9.9-Malária
A malária é uma das mais importantes doenças tropicais do mundo e apresenta-se
bastante difundida. Essa doença caracteriza-se por desencadear acessos periódicos de febres
intensas que debilitam profundamente o doente. A malária provoca lesões no fígado, no baço
e em outros órgãos, além de anemia profunda devido à destruição maciça dos glóbulos
vermelhos que são utilizados pelo Plasmodium para reproduzir-se.
Profilaxia da Malária (Prevenção):
• Drenando-se valas e banhados, as fêmeas dos mosquitos não terão mais local
apropriado para a postura;
• A criação de peixes larvófagos, isto é, que se alimentam de larvas dos mosquitos,
produz bons resultados;
• O uso de repelentes e a utilização de tela nas janelas impedem que os mosquitos se
aproximem do homem;
• Evitar o acúmulo de pneus velhos, latas, vasos e outros recipientes que armazenam
água, possibilitando a reprodução do mosquito.
• Certas árvores, como o eucalipto podem ser usadas como plantas drenadoras, porque
absorvem muita água do solo. Não havendo água estagnada, as fêmeas dos mosquitos não
terão local adequado para a postura;
• Educação sanitária e o tratamento medicamentoso (alcalóides) dos enfermos são
medidas indispensáveis. Ainda não há vacina contra a malária.
Tratamento: visa principalmente a interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável
pela patogenia e manifestações clínicas da infecção. Entretanto, pela diversidade do seu ciclo
biológico, é também objetivo da terapêutica proporcionar a erradicação de formas latentes do
parasita no ciclo tecidual (hipnozoítos) do P. vivax, evitando assim as recaídas tardias. Além
disso, a abordagem terapêutica de pacientes residentes em áreas endêmicas, pode visar
também à interrupção da transmissão, pelo uso de drogas que eliminam as formas sexuadas
dos parasitos. Para atingir esses objetivos, diversas drogas com diferentes mecanismos de
ação são utilizadas, tentando impedir o desenvolvimento do parasito no hospedeiro.
O Ministério da Saúde através de uma política nacional de medicamentos para
tratamento da malária, disponibiliza gratuitamente essas drogas em todo o território nacional
através das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
9.10-Caxumba
É uma doença contagiosa ocasionada por vírus, estes são transmitidos por gotas de
espirros, tosse ou por contato direto.
Sintomas: Os sintomas são inchaço da glândula parótida em frente a orelha, dor na
glândula inchada com tato ou pressão, dor aumentada com a mastigação, febre acima de 37ºC,
dores de cabeça, e garganta inflamada. É uma doença de transmissão respiratória e que ataca
normalmente as crianças. A caxumba é uma doença inofensiva, porém pode provocar
complicações como inchaço nos testículos e ovários, e em casos raros resultar em esterilidade.
O coração e as articulações (juntas) também podem ser acometidos.
O diagnóstico é feito através de exame de sangue. A prevenção é realizada devido a
eficácia da vacina tríplice viral.
9.11-Doença de Chagas
Trata-se de uma infecção generalizada basicamente crônica, cujo agente etiológico é o
protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, habitualmente transmitido ao homem pelas fezes
forma mais grave é a vichowiana ou lepromatosa que causa ulcerações e deformidades, como
mutilações de mãos, nariz e orelhas.
9.14-Meningite
É uma inflamação das meninges e do L.C.R. interposto. O processo inflamatório
estende-se por todo o espaço sub-aracnoide em torno do encéfalo e da medula espinhal e
costuma envolver os ventrículos.
Tipos de meningite mais comuns: Bacteriana ou piogênica meningococos (bactérias
formadoras de pús) bacilos influenza pneumococos; Meningite Tuberculosa-bacilos da
tuberculose; Meningite Asséptica ou Viral–agentes virais.
Meningite bacteriana: É uma inflamação das membranas que cobrem o cérebro e a
medula espinhal, causada por microorganismos piogênicos e caracterizada por L.C.R. turvo,
com proteinorraquia aumentada, glicorraquia diminuída e hipercitose a custa de leucócitos
polimorfonucleares alterados.
Etiologia: Pode ser causada por bactérias patogênicas e não patogênicas. Todos os
Microorganismos podem causar meningite desde que consigam atravessar a barreira
hematoencefalica.
Agentes mais frequentes: - Neisséria meningitides (meningococos); - Haemophilus
influenza tipo 3; - Streptococus pneumoniae (pneumococo).
Manifestações clinicas: As manifestações clinicas, dependem em grande medida: - da
idade do doente; - da duração da doença; - da resposta á infecção.
Na maioria dos casos, há um período de 3 dias de doença antes do aparecimento
incontestável de meningite.
Sinais meníngeos: - rigidez da nuca - Brudzinski – Kernig.
Crianças com mais de 2 anos: - mal estar geral; - febre (38-40ºc); - calafrios; - cefaleia
intensa; - vômitos; - dores generalizadas; - convulsão (ocasionalmente) irritação; - sinais
meníngeos presentes; - exantemas petéquiais ou púrpuricos. Estes sintomas tendem a agravar-
se, podendo mesmo originar um estado de coma.
Lactentes e crianças pequenas: Raramente é observado o quadro clássico de meningite.
Os sinais meníngeos, não contribuem para o diagnóstico por serem de difícil avaliação.
Podem apresentar: - febre; vómitos; - irritabilidade; - convulsões; - choro; - rigidez da nuca.
tempo decorrido desde a última aplicação. Para assegurar proteção permanente, além da série
básica, é necessária a aplicação de uma dose de reforço a cada dez anos, uma vez que os
níveis de anticorpos contra o tétano (e contra a difteria) vão se reduzindo com o passar do
tempo. A dT pode ser administrada com segurança em gestantes e constitui a principal medida
de prevenção do tétano neonatal, não se eximindo a importância do parto em condições
higiênicas e do tratamento adequado do coto umbilical. Para garantir proteção adequada para
a criança contra o risco de tétano neonatal, a gestante que tem o esquema vacinal completo
com a última dose feita há mais de cinco anos deve receber um reforço no sétimo mês da
gravidez.
9.16-Leptospirose
Também conhecida como a febre dos pântanos, doença dos porqueiros, tifo canino. É
doença infecciosa, uma zoonose, causada por uma série de bactérias de aspecto muito peculiar
lembrando um saca–rolhas, chamada leptospira. A forma mais grave da doença e com mais
alta mortalidade é associada ao Leptospira icterohaemorrhagiae, chamada, com mais
propriedade, doença de Weil.
O agente etiológico: É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada
Leptospira presente na urina de ratos e outros animais.
Transmissão: Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em
esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama dos alagamentos. A pessoa que tem contato
com água de enchente ou lama pode se contaminar. As bactérias presentes na água penetram
no corpo humano pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento. O contato
com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios com a presença
de ratos também podem facilitar a transmissão da leptospirose. As pessoas que correm mais
perigo são aquelas que vivem à beira de córregos e em locais onde haja ratos contaminados,
lixo e também, aquelas que trabalham na coleta de lixo, em esgotos, plantações de cana-de-
açúcar, de arroz, etc. Também é possível contrair a doença por ingestão de alimentos
contaminados ou pelo contato direto da boca em latas de refrigerantes e cervejas. Lembre-se
que com enorme frequência as latas ficam estocadas em armazéns infestados por roedores que
podem urinar e contaminá-las. A mordida de ratos também pode transmitir a leptospirose,
pois os ratos têm o hábito de lamber a genitália e assim poderia inocular a bactéria ao morder
uma pessoa. A rede de esgoto precária, a falta de drenagem de águas pluviais, a coleta de lixo
inadequada e as consequentes inundações são condições favoráveis para o aparecimento de
epidemias. Assim, a doença atinge em maior número pessoas de baixo nível socioeconômico,
que vivem nas periferias das grandes cidades.
Quadro clínico: Os sinais e sintomas da leptospirose aparecem entre dois e trinta dias
após a infecção (período de incubação), sendo em média de dez dias.
Os primeiros sinais e sintomas: Fraqueza, dor no corpo, dor de cabeça e febre, sendo
que, às vezes, a doença é confundida com gripe, dengue ou algum outro tipo de virose. Com o
aumento da febre podem ocorrer calafrios, mal-estar, dor na batata das pernas (panturrilhas),
fortes dores na barriga e também o aparecimento de cor amarelada na pele (icterícia). Vômitos
e diarréia podem levar à desidratação. É comum que os olhos fiquem muito avermelhados.
Em alguns pacientes os sinais e sintomas podem ressurgir após dois ou três dias de aparente
melhora. Nesse período, é comum aparecer manchas avermelhadas pelo corpo e pode ocorrer
meningite, que geralmente não é grave.
O diagnóstico da doença é confirmado através de exames de sangue (sorologia).
Complicações: Os pacientes que têm icterícia geralmente desenvolvem uma forma
mais grave, com manifestações hemorrágicas na pele, sangramentos pelo nariz, gengivas e
pulmões e pode ocorrer insuficiência dos rins, o que causa diminuição do volume urinário. As
formas graves podem levar ao coma e à morte em 10% dos casos.
Tratamento: O tratamento se baseia em hidratação, e o antibiótico deve ser dado até o
4º dia de doença, devendo ser receitado pelo médico. Podem ser dados analgésicos, porém,
está contra-indicado o uso de ácido acetilsalicílico e de antiinflamatórios, que podem
aumentar o risco de sangramentos. Os casos leves podem ser tratados em casa, após consulta
médica. Os pacientes com as formas com icterícia e hemorragias devem ser internados.
Prevenção: Primeiramente não se deve entrar em contato com água e lama de
enchentes, proibindo as crianças de fazê-lo. Uso de EPIs para quem trabalha em contato com
esgoto ou lixo deve usar botas e luvas de borracha. Se o contato for inevitável, usar as
proteções individuais citadas ou improvisar sacos plásticos amarrados nos pés e mãos, ficando
o menor tempo possível em contato com as águas. Objetos que tiveram contato com águas de
enchentes devem ser desinfetados com água sanitária (4 xícaras de café diluídos em 20 litros
de água) e os alimentos devem ser descartados. Água de poço deve ser clorada ou fervida
antes de beber. Se o contato com águas de enchente já ocorreu, o risco de contaminação da
pessoa será maior de acordo com: • A concentração de bactérias na água, o tempo que a
pessoa ficou em contato com as águas, contato com mucosas, a presença de lesões de pele e a
imunidade do indivíduo. • Deve-se ficar atento por alguns dias e, se a pessoa adoecer, deve
procurar o médico o mais breve possível, contando sobre o risco de contágio de leptospirose.
Como os ratos sãos os principais transmissores da doença para o ser humano, diversos
cuidados devem ser tomados para evitar a proliferação destes roedores, tais como:
1. Manter os alimentos guardados em vasilhames tampados;
2. Colocar o lixo em sacos plásticos resistentes e em latões fechados;
3. Se tiver em casa cães, gatos ou outros animais de estimação, retirar e lavar os vasilhames
de alimento do animal todos os dias antes do anoitecer, para não atrair ratos;
4. Manter limpos e desmatados os terrenos baldios;
5. Não jogar lixo perto de córregos, para não atrair ratos e não dificultar o escoamento das
águas, agravando as enchentes;
6. Fechar buracos de telhas, paredes e rodapés; manter as caixas d’água, ralos e vasos
sanitários fechados com tampas pesadas;
7. Outros animais domésticos também podem transmitir a Leptospira pela urina se estiverem
infectados, portanto deve-se evitar contato com excreções de animais, limpar as áreas
diariamente e de preferência com a proteção de luvas e calçados emborrachados.
8. Cães, bovinos e suínos devem ser vacinados anualmente contra leptospirose.
9. Deve-se evitar ingerir bebidas diretamente de latas ou garrafas sem que essas sejam lavadas
adequadamente.
10. Deve-se usar copo limpo ou descartável ou canudo plástico descartável. - Obs: Não existe
vacina disponível para seres humanos contra Leptosprose.
9.17-Dengue
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família
Flaviridae e é transmitida através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus.
Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o
mundo.
Tipos de Dengue - Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus
causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. No Brasil, já
foram encontrados da dengue tipo 1, 2 e 3. A dengue de tipo 4 foi identificada apenas na
Costa Rica.
Formas de apresentação: A dengue pode se apresentar – clinicamente - de quatro
formas diferentes formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da
Importante que sejam adotadas as seguintes medidas: Não se deve deixar objetos que
possam acumular água expostos à chuva. Os recipientes de água devem ser cuidadosamente
limpos e tampados. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do mosquito ficam
aderidos às paredes dos recipientes. Portanto, o que deve ser feito, em casa, escolas, creches e
no trabalho, é substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o prato coletor,
lavando-o com auxílio de uma escova; utilizar água tratada com água sanitária a 2,5% (40
gotas por litro de água) para regar bromélias, duas vezes por semana. 40 gotas = 2ml; não
deixar acumular água nas calhas do telhado; não deixar expostos à chuva pneus velhos ou
objetos (latas, garrafas, cacos de vidro) que possam acumular água; acondicionar o lixo
domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa; tampar cuidadosamente caixas
d'água, filtros, barris, tambores, cisternas etc.
Medidas do governo: Para reduzir a população do mosquito adulto, é feita a aplicação
de inseticida através do "fumacê", que deve ser empregado apenas quando está ocorrendo
epidemias. O "fumacê" não acaba com os criadouros e precisa ser sempre repetido, o que é
indesejável, para matar os mosquitos que vão se formando. Por isso, é importante eliminar os
criadouros do mosquito transmissor.
9.18-Raiva
A raiva, também conhecida como hidrofobia (quando ocorre na forma virótica) é uma
doença causada por um vírus da família rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. O agente causador
da raiva pode infectar qualquer animal de sangue quente, porém só irá desencadear a doença
em mamíferos, como por exemplo cachorros, gatos, ruminantes e primatas (como o homem).
O vírus da Raiva é um Rhabdovirus com genoma de RNA simples de sentido negativo
(a sua cópia é que é lida como mRNA na síntese protéica). O vírus tem envelope bilípidico,
cerca de 100 nanômetros e forma de bala.
Prevenção: A vacina contra a Raiva deve-se ao célebre microbiologista francês Louis
Pasteur, que a desenvolveu em 1886.
Sintomatologia: Na fase inicial há apenas dor ou comichão no local da mordidela,
náuseas, vômitos e mal estar moderado ("mau humor"). Na fase excitativa que se segue,
surgem espasmos musculares intensos da faringe e laringe com dores excruciantes na
deglutição, mesmo que de água. O indivíduo ganha por essa razão um medo irracional e
intenso ao líquido, chamado de hidrofobia (por isso também conhecida por este nome). Logo
que surge a hidrofobia a morte já é certa. Outros sintomas são episódios de hostilidade
violenta (raiva), tentativas de morder e bater nos outros e gritos, alucinações, insônia,
ansiedade extrema, provocados por estímulos aleatórios visuais ou acústicos. O doente está
plenamente consciente durante toda a progressão. A morte segue-se na maioria dos casos após
cerca de quatro dias.
Diagnóstico: É usada a imunofluorescência para detectar antígenos, o vírus em
biópsias da córnea ou pele. A observação microscópica óptica ou electrônica de corpos
neuronais permite observar os patognômicos corpos de Negri inclusões citoplasmáticas
escuras.
Tratamento: Não há cura e após surgirem os sintomas excitatórios (hidrofobia) a morte
é certa e a terapia consiste apenas em aliviar os sintomas e diminuir o sofrimento do doente.
9.19-Toxoplasmose
Também conhecida como doença do gato. Trata-se de doença infecciosa causada por
um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na
natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.
Outro período particularmente de risco para se adquirir a infecção é durante a vida intra-
uterina, da gestante para o feto (transmissão vertical). O feto pode ter afetada a sua formação
quando contaminado.
Transmissão de quatro formas:
- Por ingestão de cistos presentes em dejetos de animais contaminados, particularmente gatos,
que podem estar presentes em qualquer solo onde o animal transita. Mais comum no nosso
meio.
- Por ingestão de carne de animais infectados (carne crua ou malpassada), mais comum na
Ásia.
- Por transmissão intra-uterina da gestante contaminada para o feto (vertical).
- Uma quarta forma de transmissão pode ocorrer através de órgãos contaminados que, ao
serem transplantados em pessoas que terão que utilizar medicações que diminuem a
imunidade (para combater a rejeição ao órgão recebido), causam a doença.
Obs: A apresentação desta doença naqueles com imunidade diminuída, como já se poderia
imaginar é muito mais agressiva. Particularmente mais comum neste grupo são os pacientes
contaminados pelo vírus HIV-1 (vírus que causa a síndrome da imunodeficiência adquirida,
SIDA ou AIDS em inglês). Em geral também ocorre por reativação de infecção latente. Os
infecções que podem ter evolução lenta como a endocardite bacteriana, a tuberculose ou,
ainda, com as doenças de natureza auto-imune, como o lupus eritematoso sistêmico.
O tratamento consiste basicamente em antibióticos e reidratação. Nos casos leves e
moderados, o médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, com antibióticos
orais. Os casos mais graves devem ser internados para hidratação e administração venosa de
antibióticos. Sem tratamento antibiótico adequado, a febre tifóide pode ser fatal em até 15%
dos casos.
Sífilis Latente: nesta fase não existem manifestações visíveis mas as reações
sorológicas continuam positivas.
Sífilis Adquirida Tardia: a sífilis é considerada tardia após o primeiro ano de evolução
em pacientes não tratados ou inadequadamente tratados. Apresentam-se após um período
variável de latência sob a forma cutânea, óssea, cardiovascular, nervosa etc. As reações
sorológicas continuam positivas também nesta fase.
Sífilis Congênita: é devida a infecção do feto pelo Treponema por via transplacentária,
a partir do quarto mes da gestação. As manifestações da doença, na maioria dos casos, estão
presentes já nos primeiros dias de vida e podem assumir formas graves, inclusive podendo
levar ao óbito da criança.
Complicações/Consequências: Aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo
peso, endometrite pós-parto. Infecções peri e neonatal, Sífilis Congênita. Neurossífilis. Sífilis
Cardiovascular.
Transmissão: Relação sexual (vaginal anal e oral), transfusão de sangue contaminado,
transplacentária (a partir do quarto mês de gestação). Eventualmente através de fômites.
Tratamento: Medicamentoso. Com cura completa, se tratada precoce e
adequadamente.
Prevenção: o uso de preservaativo pode proteger da contaminação genital se a lesão
estiver na área recoberta. Evitar contato sexual se detectar lesão genital no(a) parceiro(a).
Lesão localizada no pênis (glande), Lesão localizada na vulva (grandes lábios)
10.2.Cancro Mole
Sinônimos: Cancróide, cancro venéreo simples, "cavalo".
Agente etiológico: Haemophilus ducreyi.
Período de Incubação: 2 a 5 dias.
Conceito: Ulceração (ferida) dolorosa, com a base mole, hiperemiada (avermelhada),
com fundo purulento e de forma irregular que compromete principalmente a genitália externa
mas pode comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a boca, língua e garganta.
Estas feridas são muito contagiosas, auto-inoculáveis e portanto, frequentemente múltiplas.
Em alguns pacientes, geralmente do sexo masculino, pode ocorrer infartamento ganglionar na
região inguino-crural (inchação na virilha). Não é rara a associação do cancro mole e o cancro
duro (sífilis primária).
(verrugas comuns). Outros tipos tem um potencial oncogênico (que pode desenvolver câncer)
maior do que os outros (HPV tipo 16, 18, 45 e 56) e são os que tem maior importância clínica.
O espectro das infecções pelos HPV é muito mais amplo do que se conhecia até poucos anos
atrás e inclui também infecções subclínicas (diagnosticadas por meio de peniscopia,
colpocitologia, colposcopia e biópsia) e infecções latentes (só podem ser diagnosticada por
meio de testes para detecção do virus).
Complicações/Consequências: Câncer do colo do útero e vulva e, mais raramente,
câncer do pênis e também do ânus.
Transmissão: Contato sexual íntimo (vaginal, anal e oral). Mesmo que não ocorra
penetração vaginal ou anal o virus pode ser transmitido. O recém-nascido pode ser infectado
pela mãe doente, durante o parto. Pode ocorrer também, embora mais raramente,
contaminação por outras vias (fômites) que não a sexual: em banheiros, saunas, instrumental
ginecológico, uso comum de roupas íntimas, toalhas etc.
Período de Incubação: Semanas a anos. (Como não é conhecido o tempo que o vírus
pode permanecer no estado latente e quais os fatores que desencadeiam o aparecimento das
lesões, não é possível estabelecer o intervalor mínimo entre a contaminação e o
desenvolvimento das lesões, que pode ser de algumas semanas até anos ou décadas).
Tratamento: O tratamento visa a remoção das lesões (verrugas, condilomas e lesões do
colo uterino). Os tratamentos disponíveis são locais (cirúrgicos, quimioterápicos,
cauterizações etc). As recidivas (retorno da doença) podem ocorrer e são frequentes, mesmo
com o tratamento adequado. Eventualmente, as lesões desaparecem espontaneamente. Não
existe ainda um medicamento que erradique o vírus, mas a cura da infecção pode ocorrer por
ação dos mecanismos de defesa do organismo. Já existem vacinas para proteção contra alguns
tipos específicos do HPV, estando as mesmas indicadas para pessoas não contaminadas.
Prevenção: uso do preservativo. Ter parceiro fixo ou reduzir numero de parceiros.
Exame ginecológico anual para rastreio de doenças pré-invasivas do colo do útero. Avaliação
do(a) parceiro(a). Abstinência sexual durante o tratamento.
Em 2006 foi aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a
utilização da Vacina Quadrivalente produzida pelo Laboratório Merck Sharp & Dohme contra
os tipos 6,11,16 e 18 do HPV, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos que não tenham a
infecção. Esta vacina confere proteção contra os vírus citados acima, os quais são
responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero (tipos 16 e 18) e 90% dos casos de
verrugas (condilomas) genitais (tipos 6 e 11).
10.6.Candidíase
Sinônimos: Monilíase, Micose por cândida, Sapinho.
Agente etiológico: Candida albicans e outros.
Conceito: A candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das causas mais
frequentes de infecção genital. Caracteriza-se por prurido (coceira), ardor, dispareunia (dor na
relação sexual) e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos esbranquiçados,
semelhante a nata do leite. Com frequência, a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas
(inchadas) e hiperemiadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo períneo, região
perianal e inguinal (virilha). No homem apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio
(balanopostite) e eventualmente por um leve edema e pela presença de pequenas lesões
puntiformes (em forma de pontos), avermelhadas e pruriginosas. Na maioria das vezes não é
uma doença de transmissão sexual. Em geral está relacionada com a diminuição da resistência
do organismo da pessoa acometida. Existem fatores que predispõe ao aparecimento da
infecção: diabetes melitus, gravidez, uso de contraceptivos (anticoncepcionais) orais, uso de
antibióticos e medicamentos imunosupressivos (que diminuem as defesas imunitárias do
organismo), obesidade, uso de roupas justas etc.
Complicações/Consequências: São raras. Pode ocorrer disseminação sistêmica
(especialmente em imunodeprimidos).
Transmissão: Ocorre transmissão pelo contato com secreções provenientes da boca,
pele, vagina e dejetos de doentes ou portadores. A transmissão da mãe para o recém-nascido
(transmissão vertical) pode ocorrer durante o parto. A infecção, em geral, é primária na
mulher, isto é, desenvolve-se em razão de fatores locais ou gerais que diminuem sua
resistência imunológica.
Período de Incubação: Muito variável.
Tratamento: Medicamentos locais e/ou sistêmicos.
Prevenção: Higienização adequada. Evitar vestimentas muito justas. Investigar e tratar
doença(s) predisponente(s). Uso de preservativo.
10.7.-Linfogranuloma Venéreo
Sinônimos: Doença de Nicolas-Favre, Linfogranuloma Inguinal, Mula, Bubão.
Agente: Chlamydia trachomatis.
característico. Não é incomum também ocorrer irritação na região genital bem como sintomas
miccionais que podem simular uma cistite (dor ao urinar e micções frequentes).
Sinônimos: Uretrite ou vaginite por Trichomonas, Tricomoníase vaginal ou uretral,
Uretrite não gonocócica (UNG).
Agente etiológico: Trichomonas vaginalis (protozoário).
Complicações/Consequências: Prematuridade. Baixo peso ao nascer. Ruptura
prematura de bolsa.
Transmissão: Relação sexual (principalmente). A mulher pode ser infectada tanto por
parceiros do sexo masculino quanto do sexo feminino (por contato genital). O homem por
parceiras do sexo feminino. É importante considerar aqui que mesmo a pessoa portadora da
doença, mas sem sintomas, pode transmitir a infecção.Fômites.
Período de Incubação: 10 a 30 dias, em média.
Tratamento: Quimioterápicos. O tratamento pode ser oral e local (na mulher).
Prevenção: uso de preservativo, tratamento simultâneo do(a) parceiro(a).
10.10.Infecção por Gardenerella
Sinônimos: Vaginite inespecífica. Vaginose bacteriana.
Agente etiológico: Gardnerella vaginalis.
Período de Incubação De 2 a 21 dias.
Conceito: A Gardnerella vaginalis é uma bactéria que faz parte da flora vaginal
normal (ver explicação abaixo) de 20 a 80% das mulheres sexualmente ativas. Quando, por
um desequilíbrio dessa flora, ocorre um predomínio dessa bactéria (segundo alguns autores
em associação com outros germes como bacteróides, mobiluncus, micoplasmas etc), temos
um quadro que convencionou-se chamar de vaginose bacteriana. Usa-se esse termo para
diferenciá-lo da vaginite, na qual ocorre uma verdadeira infecção dos tecidos vaginais. Na
vaginose, por outro lado, as lesões dos tecidos não existem ou são muito discretas,
caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal.
Sintomatologia: A vaginose por gardnerella pode não apresentar manifestações
clínicas (sinais ou sintomas). Quando ocorrem, estas manifestações caracterizam-se por um
corrimento homogêneo amarelado ou acinzentado, com bolhas esparsas em sua superfície e
com um odor ativo desagradável. O prurido (coceira) vaginal é citado por algumas pacientes
mas não é comum. Após uma relação sexual, com a presença do esperma (de pH básico) no
ambiente vaginal, costuma ocorrer a liberação de odor semelhante ao de peixe podre. Foi
detectada uma maior incidência da vaginose bacteriana em mulheres que tem múltiplos
parceiros sexuais. No homem pode ser causa de uretrite e, eventualmente, de balanopostite
(inflamação do prepúcio e glande). A uretrite é geralmente assintomática e raramente
necessita de tratamento. Quando presentes os sintomas restringem-se a um prurido (coceira) e
um leve ardor (queimação) miccional. Raramente causa secreção (corrimento) uretral. No
homem contaminado é que podemos falar efetivamente que se trata de uma IST.
Flora microbiana normal: Nosso organismo, a partir do nascimento, entra em contato
com germes (bactérias, virus, fungos etc) os quais vão se localizando na pele e cavidades
(boca, vagina, uretra, intestinos etc) caracterizando o que se chama de Flora Microbiana
Normal. Normal porque é inexorável e porque estabelece um equilíbrio harmônico com o
nosso organismo. Existem condições em que este equilíbrio pode se desfazer (outras
infecções, uso de antibióticos, 'stress', depressão, gravidez, uso de DIU, uso de duchas
vaginais sem recomendação médica etc) e determinar o predomínio de um ou mais de seus
germes componentes, causando então o aparecimento de uma infecção.
Complicações/Consequências: Infertilidade. Salpingite. Endometrite. DIP. Ruptura
prematura de Membranas. Aborto. Aumento do risco de infecção pelo HIV se houver contato
com o vírus. Há aumento também do risco de se contrair outras infecções como a gonorréia,
trichomoníase etc. Durante a gestação pode ser causa de prematuridade ou RN de baixo peso.
Transmissão: Geralmente primária na mulher. Sexual no homem. Pode ocorrer
também transmissão pelo contato genital entre parceiras sexuais femininas.
Tratamento: Medicamentoso (Metronidazol, Clindamicina). Pode haver cura
expontânea da doença.
Prevenção: uso de preservativo. Evitar duchas vaginais, exceto sob recomendação
médica. Limitar número de parceiros sexuais. Controles ginecológicos periódicos.
11.PARASITOSES INTESTINAIS
11.1.Ascaridíase
A ascaridíase é causada pelo Ascaris lumbricoides, verme nematelminto
(asquelminte), vulgarmente denominado lombriga, cujo corpo é alongado e cilíndrico, com as
extremidades afiladas. O comprimento varia entre 15 e 35 centímetros. Os machos
apresentam a cauda enrolada e são menores que as fêmeas. A dimensão do corpo destes
vermes varia de acordo com o seu número e intensidade do parasitismo.
Sintomatologia: Na fase pulmonar, os principais sintomas são dificuldade respiratória,
tosse seca, febre e irritação brônquica. Na fase digestiva, ocorrem desde flatulência, dor
abdominal, cólica, digestão difícil, náusea, vômito, diarréia e até presença de vermes nas
fezes. Podem ocorrer sintomas alérgicos, como dermatoses, rinites e conjuntivites.
Complicações mais graves podem ocorrer, como a pneumonia, abscesso hepático e
choque anafilático. Nas parasitoses maciças em crianças, pode ocorrer a oclusão intestinal e
até a morte. Há outras espécies de lombrigas, como a Ascaris suum, que parasita o porco.
Profilaxia e Tratamento: As principais medidas profiláticas estão relacionadas à
higiene, tanto pessoal quanto dos alimentos e da água. No tratamento, o pamoato de pirantel e
mebendazol são muito eficazes e possuem os menores efeitos secundários. Como atuam
apenas na luz intestinal, não possuem efeitos sobre as larvas, podendo ser necessária a
administração de corticosteróides.
11.2.Giardíase
A giardíase é uma parasitose intestinal, também denominada giardose ou lamblíase,
causada pelo protozoário flagelado Giardia lamblia, que se apresenta sob duas formas: a de
trofozoíto, piriforme, com disco suctorial, dois núcleos e oito flagelos, que vive no intestino
delgado humano, e a de cisto, ovóide, tetranucleado, eliminado aos milhões com as fezes,
contaminando a água e os alimentos. É cosmopolita, sendo uma doença características das
regiões tropicais e subtropicais. A Giardia lamblia é o enteroparasita com maior número de
cistos encontrados em águas de córregos usados na irrigação de hortaliças, encontrando-se nas
populações ribeirinhas frequência considerável da protozose.
Sintomatologia: O período de incubação varia entre uma (ou menos) e 4 semanas. A
sintomatologia costuma ocorrer em 50% ou mais dos parasitados, associando-se
provavelmente a fatores, como alteração da flora intestinal podendo levar ao óbito em casos
mais graves. Na maioria das vezes, costuma ser leve ou moderada, raramente levando a óbito.
O sintoma mais comum é a diarréia, com muco e não sanguinolenta; desconforto abdominal,
cólica, flatulência, náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor no epigástrio (acima do estômago),
simulando úlcera péptica. Esta protozoose é mais frequente em crianças com menos de dez
anos de idade, principalmente no grupo ao redor do cinco anos ou menos.
12.MICOSES
12.1.Micoses superficiais da pele
As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamadas de "tineas", são infecções
causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. Os fungos estão em toda parte
podendo ser encontrados no solo e em animais. Até mesmo na nossa pele existem fungos
convivendo "pacificamente" conosco, sem causar doença. A queratina, substância encontrada
na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o "alimento" para estes fungos. Quando encontram
condições favoráveis ao seu crescimento, como: calor, umidade, baixa de imunidade ou uso
de antibióticos sistêmicos por longo prazo (alteram o equilíbrio da pele), estes fungos se
reproduzem e passam então a causar a doença.
Manifestações clínicas: Existem várias formas de manifestação das micoses cutâneas
superficiais, dependendo do local afetado e também do tipo de fungo causador da micose. Os
tipos mais frequentes são:
- Tinea do corpo ("impingem"): forma lesões arredondadas, que coçam e se iniciam por ponto
avermelhado que se abre em anel de bordas avermelhadas e descamativas com o centro da
lesão tendendo à cura.
- Tinea da cabeça: mais frequente em crianças, forma áreas arredondadas com falhas nos
cabelos, que se apresentam cortados rente ao couro cabeludo nestes locais (tonsurados). É
muito contagiosa.
- Tinea dos pés: causa descamação e coceira na planta dos pés que sobe pelas laterais para a
pele mais fina.
* Não use objetos pessoais (roupas, calçados, pentes, toalhas, bonés) de outras
pessoas.
* Não ande descalço em pisos constantemente úmidos (lava pés, vestiários, saunas).
* Observe a pele e o pêlo de seus animais de estimação (cães e gatos). Qualquer
alteração como descamação ou falhas no pêlo procure o veterinário.
* Evite mexer com a terra sem usar luvas.
* Use somente o seu material de manicure.
* Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e
ventilados.
* Evite roupas quentes e justas. Evite os tecidos sintéticos, principalmente nas roupas
de baixo. Prefira sempre tecidos leves como o algodão.
Tratamento: O tratamento vai depender do tipo de micose e deve ser determinado por
um médico dermatologista. Evite usar medicamentos indicados por outras pessoas, pois
podem mascarar características importantes para o diagnóstico correto da sua micose,
dificultando o tratamento. Podem ser usadas medicações locais sob a forma de cremes, loções
e talcos ou medicações via oral, dependendo da intensidade do quadro. O tratamento das
micoses é sempre prolongado, variando de cerca de 30 a 60 dias. Não o interrompa assim que
terminarem os sintomas, pois o fungo nas camadas mais profundas pode resistir. Continue o
uso da medicação pelo tempo indicado pelo seu médico. As micoses das unhas são as de mais
difícil tratamento e também de maior duração, podendo ser necessário manter a medicação
por mais de doze meses. A persistência é fundamental para se obter sucesso nestes casos.
Programa Nacional de Imunizações, são distribuídos para as cadeias de frio de esfera estadual
e municipal , e depois para os centros de saúde e PSFs.
Calendário de Imunização
Realize uma pesquisa através de fontes atualizadas para responder aos quadros abaixo:
Calendário Básico de Vacinação da Criança
Ao nascer
2 meses
4 meses
6 meses
9 meses
12 meses
15 meses
4 - 6 anos
6 a 10 anos
10 anos
A partir de 20 anos
60 anos ou mais
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Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!