Tedc
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Tedc
Teoria da Educação e
Desenvolvimento Curricular
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
GUIA METODOLÓGICO
2010
Equipa ESE de Setúbal (Portugal)
Jorge Pinto
MP Benguela (Angola)
Justina Maristela
Justina Mandela
Vanessa Fernandes (assistente)
Criação e Design
JL Andrade
www.jlandrade.com
APRESENTAÇÃO
conteúdos.1
No âmbito da formação - acção foi realizada uma análise prévia - mas tam-
bém continuada - do programa da disciplina. Dessa análise e da reflexão siste-
mática desenvolvida ao longo dos processos de trabalho a propósito dos ob-
jectivos, das competências, dos conteúdos e das estratégias de ensino resultou
uma sugestão de gestão do programa que aqui é apresentada e que constitui
1 Para a sua validação foi fundamental a contribuição prestada pelo INIDE e pelos formadores dos
vários magistérios primários que colaboraram connosco.
De qualquer forma, apesar das alterações que são sugeridas, continua a seguir-se de perto o
programa actualmente existente.
10 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola
2
OBJECTIVOS E ESTRUTURA
2.1 Introdução
• Para cada roteiro de trabalho existe uma pasta com recursos pedagógi-
cos que podem ser usados tanto pelo professor como pelos alunos no seu traba-
lho. Estes incluem diversos tipos de materiais em função das unidades temáticas
que podem ser textos do autor ou em co-autoria, e slides e diapositivos.
FUNDAMENTAÇÃO E
SUGESTÕES PARA A GESTÃO
DO PROGRAMA
3.1 Fundamentação da Disciplina e da Gestão do Programa de TEDC no
currículo de formação de professores do Magistério Primário
Desde sempre o homem foi capaz de ensinar e aprender. Foi com base nestas
competências que o Homem construiu uma cultura geradora do seu desenvol-
vimento. Assim, a transmissão de uma cultura de uma geração a outra, que está
no centro do processo educativo parece ser qualquer coisa de natural, que não
necessita de “teorias” para que aconteça. Deter um certo saber específico pa-
rece então ser a condição necessária e suficiente para que alguém ensine. Esta
perspectiva foi, de resto, a opção seguida pela perspectiva tradicional de formar
os professores. Primeiro aprendia-se a teoria específica, depois a sua metodo-
logia de ensino (didáctica) e só depois vinha a prática concebida muitas vezes
como a simples aplicação de “receitas” didácticas.
16 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola
Contudo ensinar e aprender não são, como se julgou durante muito tempo,
as duas faces de uma mesma moeda pela simples razão de que é algo que envol-
ve pelo menos duas pessoas numa relação social e num determinado contexto
social e histórico. Esta relação tem três particularidades: (i) uma comum a todas
as relações que é a intenção de “estar em relação”; (ii) outra mais específica em
que é importante “manter um processo de comunicação eficaz” entre os partici-
pantes directa ou indirectamente envolvidos no processo e; (iii) a terceira ocor-
rer num contexto específico (escolar, familiar, informal) que pode potenciar ou
inibir qualquer uma das condições enunciadas.
Assim, ensinar e aprender são processos de natureza diferente que, para esta-
rem em consonância e serem profícuos, necessitam de reunir certas condições.
Todos sabemos que não basta que alguém ensine para que haja aprendizagem.
Aprender é algo mais complexo que “absorver” como com um mata-borrão,
aprender é transformar em seu, aquilo que os outros lhe dão, para que possa
também ser capaz de dar aos outros ou a si próprio. Ora como sabemos, através
da experiência, este processo social de receber e dar não é simples, nem linear.
Os actores do processo de ensino/aprendizagem têm de aceitar este “jogo de
trocas”, a assimetria de estatutos e papéis e têm ainda que perceber e entender-
-se entre si e compreende-se durante todo o processo. Perante a complexidade
nunca há uma só forma de entender e explicar os fenómenos, isso seria uma
postura redutora, simplista e inútil. Deste modo a Educação, enquanto fenóme-
no complexo, foi e é entendida a partir de diferentes perspectivas. Há quem de-
fenda que ensinar é uma “arte” porque exige que se cative o aluno para aprender,
pela sensibilidade, criatividade e improviso e há quem considere que o ensino
é sobretudo uma técnica, pois através de um conjunto de procedimentos já ex-
perimentados se pode optimizar as aprendizagens dos alunos. Há, ainda, quem
pense, como nós, que Ensinar, é um misto entre estas duas perspectivas. Exige-
-se na prática pedagógica a sensibilidade, a criatividade e a competência de agir
na hora, mas assumindo que o domínio dos conhecimentos a ensinar e certas
formas “de fazer” são facilitadoras e geradoras de aprendizagem.
• pensar os problemas que emergem dessa prática e que não são especí-
ficos de uma certa disciplina programática;
o aluno deve ser capaz de utilizar quando dele precisa, quer para analisar uma
prática, compreender uma situação, quer para resolver um problema. É desta
forma que tomamos os objectivos da disciplina de TEDC. Assim os objectivos
desta disciplina são os seguintes:
(ii) Tendo as razões invocadas como pano de fundo, e sem alterar os conteú-
dos programáticos prescritos no programa, propusemos uma outra organização
do programa que em nosso entender ajuda a uma apropriação mais integrada
dos diversos saberes, a uma maior aproximação à prática pedagógica, pois for-
nece os instrumentos para a sua reflexão e a possibilidade de uma maior inte-
gração com as outras disciplinas nomeadamente as didácticas, permitindo que
22 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola
estas se concentrem mais nas suas áreas especificas do que em aspectos trans-
versais como por exemplo a noção de currículo, ou de planificação. A gestão
proposta organiza o programa em três grandes eixos temáticos:
11ª Classe
5. Avaliação Pedagógica
5.2.Modalidades de avaliação
12 ª Classe
UNIDADES TEMÁTICAS
ROTEIROS DE TRABALHO E
MATERIAIS PEDAGÓGICOS
4.1 Unidades Temáticas (Roteiros de Trabalho)
11º Classe
Unidade Temática 1
Objectivos
Actividade a realizar
(ex. Numa turma da 4ª classe da Escola 110 existe um grupo de alunos que
costumam chegar muito atrasados, com a bata suja, despenteados e sem o ma-
terial escolar. Alguns dos meninos têm dificuldades no cálculo da divisão de nú-
meros naturais e cometem muitos erros ortográficos. Há ainda outros que têm
algumas dificuldades na leitura e interpretação de textos.
Aprendizagens esperadas
• Apresentar a situação/problema
Avaliação
Unidade Temática 2
Objectivos
Actividade a realizar
Aprendizagens esperadas
• Apresentar a situação/problema
Avaliação
Unidade Temática 3
Objectivos
Actividade a realizar
Currículo é:
Aprendizagens esperadas
• Apresentar a situação/problema
• Neste trabalho pode ainda pedir que os alunos em grupo façam uma
análise do currículo do 1º ciclo e/ ou duma das suas áreas disciplinares.
Avaliação
Unidade Temática 4
Objectivos
Objectivos
Temas de trabalho
Actividades
Metodologias
Recursos
Avaliação
Temas de
Objecti-
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46 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola
Trabalho individual - pedir aos alunos que estudem uma área do programa
a definir
Aprendizagens esperadas
• Noção de competência
• Noção de objectivo
• Apresentar a situação/problema
Avaliação
Unidade Temática 5
Avaliação Pedagógica
Objectivos
Pedir a cada aluno que com base na sua experiência de aluno na escola se-
cundária elabore um pequeno texto sobre a sua experiência avaliativa, tendo
em conta as seguintes dimensões: quem avaliava, os momentos em que eram
feitas; como era feita a avaliação (instrumentos); para que servia e quais os sen-
timentos pessoais face à avaliação.
• Quando acontece
• Quem decide
Planear a avaliação
O que quero Tipo de saber Através de Como sei que Dificuldades
saber (Declarativo quê (tarefa) aprendeu previsíveis e
(programa Prático (critérios) formas de
implementad Estratégico) ajuda
o)
Aprendizagens esperadas
• Avaliação e aprendizagem
• Noção de objectivo
• Apresentar a situação/problema 1
Trabalho individual - pedir a cada aluno que com base na sua experiência
de aluno na escola secundária elabore um pequeno texto sobre a sua expe-
riência avaliativa, tendo em conta as seguintes dimensões: quem avaliava, os
momentos em que eram feitas; como era feita a avaliação (instrumentos); para
que servia e quais os sentimentos pessoais face à avaliação. Em grupos de 3 ou
4 alunos (re)trabalhar as informações individuais, no sentido de as sistematizar
procurando responder às seguintes questões:
• Quando acontece
• Quem decide
Guia Metodológico | Teoria da Educação e Desenvolvimento Curricular• 51
Planear a avaliação
O que quero Tipo de saber Através de Como sei que Dificuldades
saber (Declarativo quê (tarefa) aprendeu previsíveis e
(programa Prático (critérios) formas de
implementad Estratégico) ajuda
o)
Avaliação
12º Classe
Unidade Temática 6
Objectivos
Actividades a realizar
1ª Sequência
2ª Sequência
3ª Sequência
4ª Sequência
Aprendizagens esperadas
Desenvolvimento
Ensino e aprendizagem
Resistências à aprendizagem
1ª Sequência
2ª Sequência
6.1). Cada grupo elege um porta-voz que será quem apresenta os resultados das
reflexões organizadas com respostas aos vários itens da ficha de trabalho.
No final o professor deverá fazer uma síntese da discussão e uma breve sis-
tematização sobre o vivido destacando os seus pontos fortes e fracos, os aspec-
tos comuns, pertinentes ou desadequados no trabalho desenvolvido.
3ª Sequência
4ª Sequência
Avaliação
Os trabalhos produzidos pelos alunos bem como a análise das apresenta-
ções dos grupos e as discussões do grande grupo constituem já um material de
avaliação sobre o modo como os alunos se apropriam das temáticas abordadas.
Poderá ser pedido ainda a cada aluno uma reflexão escrita sobre o trabalho
desenvolvido nas diversas actividades desenvolvidas, a sua reflexão sobre esse
trabalho e a sua opinião fundamentada sobre a importância do mesmo para a
sua prática pedagógica. (ficha de trabalho/avaliação 6.5)
Unidade Temática 7
Unidade Temática 7
Objectivos
Actividades a realizar
1ª Sequência
2ª Sequência
3ª Sequência
Aprendizagens esperadas
Projecto de trabalho
1º Sequência
1º Passo
Pedir aos alunos para trazerem de casa um objecto do seu quotidiano e co-
locá-los em cima de uma mesa (telemóveis, pente, pilhas, copos, chaves, livros,
postais, garrafas, colares, relógio, etc.)
2ª Passo
Pedir que cada um dos alunos escolha um objecto e diga porque o escolheu
procurando ligar essa escolha a uma ideia, por ex. Relógio – medida do tempo
– tempo; Garrafa – água – vida – ambiente, etc.
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3º Passo
4º Passo
O professor pede aos grupos que tentem organizar estes temas em função
de uma dada estrutura lógica ou rede de conexões. (exemplo na ficha de traba-
lho)
2ª Sequência
1º Passo
2º Passo
3ª Sequência
Avaliação da Unidade
Avaliação
RECURSOS
7.Aglobalização/integração
Roteiro de
dos saberes como estratégia UT 7 UT 7
trabalho 7
pedagógica
Pimenta, L.; Martinez. R.; Matias, N.; Pinto J. (1999). Dimensões de formação na
Educação. Contributos para um manual de metodologia geral. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian (2 exemplares)
Silva, TT. (2000). Teorias do Currículo. Uma introdução crítica. Porto: Porto Edi-
tora.
Vilar, A..(1994). Currículo e Ensino. Para uma Prática Teórica. Porto: Edições
ASA.
ANEXOS
DESENVOLVIMENTO CURRICULAR
I. INTRODUÇÃO
Como se pode deduzir do ponto anterior, esta disciplina tem como objec-
tivo geral o desenvolvimento no futuro professor de, saberes, competências e
capacidades para o desempenho da sua actividade profissional, cobrindo um
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III. MÓDULOS
1. OBJECTIVOS
2. CONTEÚDOS
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UNIDADE 2.2
1. OBJECTIVOS
2. CONTEÚDOS
V. AVALIAÇÃO
1. MODALIDADES DE AVALIAÇÃO
2. OBJECTO DE AVALIAÇÃO
15 semanas
1º SEMESTRE MÓDULO 1 TEORIA DA EDUCAÇÃO
45 horas
BIBLIOGRAFIA
grupo:
Descrever cada uma das situações escolhidas referindo-se aos seguintes aspec-
tos:
Nº de alunos:
1. 2.
Problema 1:
Propostas de Intervenção:
Problema 2:
Propostas de intervenção:
Problema 3:
Propostas de intervenção:
Guia Metodológico | Teoria da Educação e Desenvolvimento Curricular• 83
Pedir que cada um dos alunos escolha um objecto e diga porque o esco-
lheu procurando ligar essa escolha a uma ideia, por ex. Relógio – medida do
tempo – tempo;
Ex. a partir das ideias-chave enunciadas no passo anterior chegou-se aos se-
guintes temas que o professor escreveu no quadro:
• Experiência
• Mundo melhor
• Realização humana
• Desenvolvimento
• Nesta fase podem cair algumas ideias pois não se articulam com o
tema central.
• O tema central a escolher deve ser aquele que tem mais potencialida-
des de globalização, isto é, que permite mais articulações com outros temas.
• Todo este processo deve ser feito através dum processo de negociação,
ou seja, o professor não deve impor a sua opinião, embora também possa con-
tribuir com a sua para o diálogo, os alunos quando apresentam propostas, ou
86 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola
Cidadania Experiência
Mundo Melhor
Realização conhecimento
humana
Desenvolvimento
1º Passo
Pedir aos alunos sugestões para se necessário adaptar o tema de modo
fazer sentido como projecto de trabalho pedagógico ( a partir do mapa de
implicações temático)
Para o professor:
Este tema deve ser o fio condutor globalizante para as actividades a desenvol-
ver.
Neste momento o mais importante é pensar em actividades que se possam
desenvolver em função das várias disciplinas e que se enquadrem no tema es-
colhido.
2º Passo
Elaborar um plano de aula seguindo, o esquema definido, que é a operacionali-
zação das ideias já desenvolvidas no passo anterior pode haver necessidade de
fazer alguns ajustes ou escolher uma tarefa de entre outras identificadas.
Projecto de trabalho pedagógico integrado
Matemática
A escola do Kasseque tem seis Língua Portuguesa
turma da 2ª classe ao ar livre. A escola é um local onde se
Seis meses depois o governo aprende a ler e a escrever sob a
construiu quatro salas de aula. direcção do professor. Em países
Quantas turmas continuam ao ar em desenvolvimento muitas escolas
livre? Escola para um funcionam com turmas ao ar livre.
Na escola do Kalongo há 60 Os governos desses países têm
alunos sem sala de aula.
mundo melhor feito muito para construir cada vez
(fio condutor e mais salas de aula.
Construíram-se mais 2 salas de
unificador
aula, como distribuir os alunos
pelas salas?