Comércio Exterior - Modelo Gravitacional e Upsala
Comércio Exterior - Modelo Gravitacional e Upsala
Comércio Exterior - Modelo Gravitacional e Upsala
FLORIANÓPOLIS
2019
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ALYNNE LOPES SALGUEIRO
JUAN ANDRÉ SIMPLÍCIO
FLORIANÓPOLIS
2019
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................04
2 REVISÃO TEÓRICA .............................................................................................. 05
2.1 O Modelo Gravitacional do Comércio ...................................................................06
2.2 O Modelo de Uppsala e o aparato indicativo de logística – LPI .......................... 07
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................10
3.1 Demonstrativo de dados .......................................................................................... 10
3.2 Análise da tendência comercial ...............................................................................15
4 CONCLUSÃO ..........................................................................................................20
REFERÊNCIAS .......................................................................................................22
3
1 INTRODUÇÃO
“Não há mais empresa sem links com o mundo globalizado, seja através da
exportação, importação, financiamentos ou simplesmente pelos efeitos macroeconômicos que
viajam de um país para o outro, em um efeito dominó” (SEABRA, 2009, p. 7). Sob tal ótica, o
Comércio Internacional, consequência direta da maior integração entre os elos econômico e
financeiro, tem atraído emergentes exportadores, a exemplo da Suécia, grande atrativo
comercial devido aos seus altos índices logístico, localização, dentre outros.
A Suécia foi a vigésima segunda economia do mundo em Produção Interna Bruta no
ano de 2018. Seu modelo econômico é misto, voltado para a qualidade de vida de seus
habitantes e com altos impostos, se comparado com outros países da Europa. Este aspecto
socioeconômico caracteriza a Suécia com um dos mais baixos índices de desigualdade social
no mundo. Em um regime monárquico parlamentar de sistema, possui uma história
diplomática pacificadora em tempos de conflito, o que confere estabilidade econômica ao
país. Sua economia sustenta-se fortemente no comércio internacional com uma favorável
balança comercial frequentemente superavitária. As principais mercadorias exportadas
situam-se na indústria automobilística, telecomunicação e química.
Neste trabalho, serão analisados os dez principais parceiros comerciais da Suécia em
exportação de veículos não ferroviários ou elétricos e os determinantes que tornam possíveis
estas relações comerciais. Portanto, nosso objetivo geral é a investigação dos fluxos
comerciais da Suécia a partir dos modelos teóricos presentes na economia; como Uppsala e
Modelo Gravitacional do Comércio. Por outro lado, os objetivos específicos se tratam de
analisar as linhas de tendências relacionando os níveis de exportação dos parceiros comerciais
com os três principais determinantes: Produção Interna Bruta, distância e índice logístico.
4
2 REVISÃO TEÓRICA
5
2.1 O Modelo Gravitacional do Comércio.
Uma ferramenta econométrica muito usada a fim de melhor compreensão dos fluxos
internacionais do comércio, é o Modelo Gravitacional de Comércio, uma equação
aperfeiçoada da Lei da Gravitação Universal proposto por Isaac Newton no século XVII.
Segundo Nascimento e Júnior (2013, p.163) atualmente, o modelo é utilizado como um
método satisfatório na análise dos fluxos de comércio, possuindo a capacidade de estimar
fluxos próximos aos efetivos, mensurar os efeitos dos acordos preferenciais sob estes e, ainda
detém a capacidade de captar os efeitos de variáveis que influenciam no comércio – uma
avalição do efeito fronteira –.
A base de inspiração, como já anunciado, advém da Lei da Gravitação Universal, na
qual Newton postula que a atração entre dois corpos é diretamente proporcional a massa dos
corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. A Lei de Newton foi
exposta pela equação (1):
𝑀1 𝑀2
𝐹 = G( ) (1)
2
𝑑
Onde:
F representa a força de atração entre as massas de dois corpos;
M1 e M2 a massa do corpo 1 e 2, respectivamente;
d representa a distância entre os dois corpos;
G a constante de gravitação universal.
Por volta do século XIX, a Lei passou a incorporar outras áreas do conhecimento
além da Física como as Ciências Sociais. Somente em 1960, o modelo foi introduzido no
ramo econômico, especificamente para avaliar a potencial mobilidade do trabalho entre as
diferentes regiões dos Estados Unidos (NASCIMENTO; JUNIOR, 2013). Tinbergen (1962),
Poyhonen (1963) e Linnemann (1966) aprimoraram a equação do modelo gravitacional para
moldes econômicos voltados ao âmbito comercial e determinou-se a segunda equação (2) em
2
que 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑎í𝑠𝐸 é o PIB do país exportador, 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑎í𝑠𝐼 é o PIB do país importador e 𝑑𝑝𝑎í𝑠𝐼−𝑝𝑎í𝑠𝐸 é
a distância entre o país importador e o país exportador:
𝑃𝐼𝐵𝑝𝑎í𝑠𝐸 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑎í𝑠𝐼
𝛾 = ( ) (2)
2
𝑑𝑝𝑎í𝑠𝐼−𝑝𝑎í𝑠𝐸
6
Assim, usando a linha de raciocínio da primeira equação, a segunda interpõe que o
volume de transações comerciais entre dois países é diretamente proporcional aos seus PIBs e
inversamente proporcional às distâncias entre eles, de preferência em milhas náuticas. O novo
modelo tem agora como principal objetivo o de estimar o fluxo de comércio bilateral entre
dois países, fornecendo, ao mesmo tempo, as variáveis básicas que são utilizadas até hoje para
determinar este fluxo.
O modelo pode ser considerado um dos grandes sucessos empíricos da economia
segundo Gonçalves (2014, p.18). Além disso, é bastante flexível e de fácil manuseio, que
desperta o interesse de pesquisadores e tomadores de decisão, tornando-se, desde sua criação,
presença constante nas pesquisas sobre o comércio exterior, como reitera a autora. Contudo,
como na sua origem o modelo não possui base teórica, ele foi também bastante criticado, o
que levou a diversos estudos que buscavam encontrar o elo entre o sucesso empírico e uma
fundamentação teórica adequada (ANDERSON, 1979).
[...]Considerando tais aspectos, por volta dos anos 1990, vários estudiosos
trabalharam para a validação teórica do modelo, tentando vincular seu
comportamento com o de outras teorias aceitas pela academia, tendo como
principais embasamentos a Teoria de Heckscher-Ohlin e a Teoria dos Retornos
Crescentes do Comércio. (NASCIMENTO; JUNIOR, 2013, p. 164)
7
dessa forma, a atividade de exportação ocorre indiretamente por meio dos agentes. Com o
passar do tempo, se estabelecem as subsidiárias e a partir do aumento do grau de
comprometimento com o mercado exterior, fixam-se unidades de produção no estrangeiro, o
que representa o ápice do investimento externo direto.
Conforme Teixeira e Flores (2014, p.1) a escola de uppsala sugere a expansão
através de pequenos investimentos em mercados culturalmente próximos, e, a partir da
aprendizagem e obtenção de conhecimento sobre estes mercados, expõe suas operações em
locais culturalmente mais longes. Assim, o modelo tende a privilegiar o aspecto
comportamental e o crescimento da firma subjugado a investigação de mercado e nível de
comprometimento dos recursos da empresar mor nos novos mercados.
Teixeira e Flores (2014, p.11) apud Johanson e Vahlne (1977) citam dois fatores a
considerar na tomada de decisão para internacionalização, “a distância psíquica” e o “tamanho
de mercado”. A primeira diz respeito às similaridades culturais, informacionais, linguísticas,
sistema político, práticas gerenciais e nível educacional entre os países na relação comercial,
que quanto mais parecido um do outro, maior a chance de exportação. O segundo engloba a
demanda pelo recurso ofertado, dependendo do seu tamanho, pode ser ou não
economicamente atrativo, ou seja, um mercado potencial grande ou pequeno.
Para Martí, Puertas e Garcia (2014, p.2982) no âmbito da Exportação, são os serviços
logísticos eficientes que facilitam a mobilidade dos produtos, garantindo sua segurança e
rapidez, bem como proporcionando reduções de custos no comércio entre países. Nessa ótica,
o Índice de Desempenho Logístico (LPI) contribui para o êxito da performance, analisando as
diferenças entre os países no que tange aos procedimentos alfandegários, custos logísticos e
qualidade da infraestrutura para o transporte terrestre e marítimo. A logística é o fator que
mais atrai competitividade no meio internacional, pois serviços de infraestruturas logísticas de
qualidade exercem forte efeito na facilitação de transporte de mercadorias e recursos entre os
Estados (MUSTRA, 2011).
8
atual entre os países. O LPI tem se destacado nesse cenário, principalmente como auxílio de
implantação de medidas facilitadoras em países emergentes. O índice foi publicado pelo
Banco Mundial em 2017 e já conta com os dados de ótica geral de 150 países (MARTÍ;
PUERTA; GARCÍA, 2014).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
10
Gráfico 1: Valor em bilhões de dólares das exportações dos dez primeiros parceiros comerciais da Suécia em
2018 para o bem veículos não ferroviários ou elétricos.
25
20
15
10
0
Alemanha Bélgica China Noruega Holanda
Estados Unidos Reino Unido Finlândia França Dinamarca
Para melhor análise dos fatores que levam os países ao comércio internacional de
veículos não ferroviários ou elétricos, deve-se considerar a Produção Interna Bruta de cada
parceiro comercial, uma vez que esta variável implica na maior ou menor capacidade de
consumir produtos do exterior. O maior PIB em 2018 foi o dos Estados Unidos, sendo 20,494
trilhões de dólares, seguido pela China com 13,608 trilhões. Temos aí que os dois únicos
parceiros comerciais fora da região da Europa são, coincidentemente, os mesmos que
despontam como a maior economia do mundo.
Tal posição privilegiada dentro do cenário internacional demanda cuidados especiais
em análise de determinantes de relações comerciais entre países. Contudo, dentre as seis
maiores economias do mundo, cinco mantém fortes vínculos comerciais com a Suécia, sendo
refletido na importação de veículos não ferroviários ou elétricos. Abaixo segue um gráfico de
colunas que explicita o tamanho das economias que mantém relações comerciais com a
Suécia e suas disparidades no consumo de veículos suecos.
11
Gráfico 2: Produção Interna Bruta em trilhões de dólares dos 10 primeiros mercados para exportação de
veículos não ferroviários ou elétricos da Suécia.
2,5
1,5
0,5
0
Alemanha Bélgica China Noruega Holanda
Estados Unidos Reino Unido Finlândia França Dinamarca
12
próximos, preferência essa que pode ser atestada utilizando o modelo de Uppsala. A imagem
a seguir demonstra a afirmação.
Imagem 1: mapa de rota comercial dos principais parceiros comerciais europeus da Suécia na exportação de
veículos não ferroviários ou elétricos.
Estados Unidos e China possuem uma longa distância, mas ainda pleiteiam
consideráveis valores em veículos da Suécia, dado seu alto desempenho econômico, como
mostrado no gráfico 1. Tal fato faz com que haja acirrada competição destas duas potências
mundiais em relação aos demais parceiros exportadores de veículos do mercado sueco. A
imagem abaixo ilustra os longos trajetos que são feitos por China e Estados Unidos para
comercializar com a Suécia, alcançando seu principal porto, o Porto de Gotemburgo. O trajeto
chinês possui extensão de 12422 milhas náuticas até alcançar seu principal porto, o Porto de
Shangai. Em uma velocidade padrão de 10 nós, uma embarcação de veículos partindo da
Suécia leva 52 dias em mar para alcançar o porto chinês. No caso dos Estados Unidos seriam
10672 milhas náuticas até que se alcance o porto de Los Angeles, em um máximo de 45 dias
em mar.
13
Imagem 2: mapa da rota comercial dos dez principais parceiros comerciais na exportação de veículos não
ferroviários ou elétricos (tamanho reduzido).
Desta maneira, apesar da grande distância geográfica, estes dois países são mercados
para os veículos da Suécia, uma vez que seu alto desenvolvimento econômico os possibilita
executar comércio com diversos países longínquos, assim compensando sua distância em
milhas náuticas. Mas apesar destas exceções, a normalidade do comércio internacional se dá
através da alta quantidade de exportação para países vizinhos e menor índice de exportação
para países distantes, conforme Tinbergen (1962).
Não apenas o tamanho da econômica e a distância geográfica e psíquica são
suficientes para obter dados relevantes acerca das exportações comerciais, é preciso também
considerar o Índice de Desempenho Logístico, este índice considera seis itens distinto como
método avaliativo para a pontuação do L.P.I. A facilidade logística de um país é considerada
na análise de comercio internacional, uma vez que um baixo índice no ranking global
significa dificuldades e atraso nas entregas de mercadorias, o que gera custos aos envolvidos,
tornando a comercialização menos viável.
A Suécia, por sua vez, é o segundo país com o maior índice logístico do mundo, com
4.05 de pontuação, atrás somente da Alemanha. Isto justifica importações de países distantes
como China e Estados Unidos e a grande atividade comercial da Suécia em diversas
categorias de bens. Analisar os índices dos países parceiros comerciais, também nos indica as
razões comerciais para o qual são os dez maiores parceiros suecos. Nesta análise dos dez
maiores parceiros comerciais em veículos da Suécia, se tem que o índice logístico não é tão
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variável, sendo a Alemanha o parceiro com maior desempenho logístico e a China em último,
com 3,61 de pontuação.
Gráfico 3: Índice de Desempenho Logístico dos dez maiores mercados para exportação de veículos não
ferroviários ou elétricos da Suécia.
4,2
15
Gráfico 4: Gráfico do nível de tendência entre bilhões de dólares em exportação e produção interna bruta dos
dez maiores parceiros comerciais da Suécia em trilhões de dólares.
2,5
Exportação em bilhões de dólares
Estados Unidos
2 Alemanha
Belgica
1,5 China
Noruega
1
Holanda
0,5 Reino Unido
Finlândia
0 França
0 5 10 15 20 25
Dinamarca
PIB em trilhões de dólares
Gráfico 5: Gráfico do nível de tendência entre bilhões de dólares em exportação e produção interna bruta dos
dez maiores parceiros comerciais da Suécia em trilhões de dólares (exceto China e Estados Unidos).
2,5
Exportação em bilhões de dólares
2 Alemanha
Belgica
1,5 Noruega
Holanda
1 Reino Unido
Finlândia
0,5
França
0 Dinamarca
0 1 2 3 4 5
PIB em trilhões de dólares
16
O fator distância geográfica está intrinsecamente ligada com o gráfico anterior.
Quanto mais distante for um país em termos geográficos, maior é o custo de transporte e,
portanto, menor a possibilidade de um país distante manter relações comerciais perenes. O
PIB, como vimos, pode atenuar este fator, mas em geral, os países vizinhos tendem a manter
um alto comércio entre si, diminuindo os valores de exportação na medida em que sua
distância aumenta, como evidencia o Modelo Gravitacional de Comércio. Em primeiro caso,
veremos como isto se aplicaria com a exclusão de China e Estados Unidos. O colocaremos em
estado de exceção neste primeiro gráfico.
2,5
Alemanha
Exportação (embilhões de doláres)
2
Bélgica
Noruega
1,5
Holanda
Reino Unido
1
Finlândia
França
0,5
Dinamarca
0
0 1000 2000 3000 4000
Distância (milhas naúticas)
17
Gráfico 7: Tendência de exportação do bem nº 87 com base no Modelo de Uppsala.
Alemanha
2,4
Bélgica
Exportação em bilhões de dólares
2,2 China
2 Noruega
1,8 Holanda
Estados
1,6 Unidos
Reino Unido
1,4
Finlândia
1,2
França
1 Dinamarca
0 5000 10000 15000
Distância em milhas nauticas
É possível ver que, neste gráfico, a tendência seria de se elevar levemente os níveis
de exportação na medida em que se aumentam as distâncias geográficas, mas está não é a
regra dos estudos de Tinbergen (1962), Poyhonen (1963) e Linnemann (1966). Conforme os
autores, as distâncias não aumentam os níveis de exportação por conta dos custos de
transportes entre outras variáveis.
Por último, o LPI nos diz que, quanto maior for o índice na qualidade e desempenho
logístico, maior é a tendência de um país comercializar com este. Dado que isto infere
diretamente no recebimento das mercadorias, podendo facilitar e agilizar os processos de
entrada e saída, uma vez que consideremos as dificuldades geográficas e os custos que
demandam exportações em larga escala, como é nesse caso a exportação de veículos por parte
da Suécia.
18
Gráfico 8: Tendência de exportação sob ótico do Índice de Desempenho Logístico para o código 87 HS.
Alemanha
2,5
Belgica
Exportação em bilhões de dólares
2 Noruega
Dinamarca
1,5
Holanda
1 Estados
Unidos
Reino Unido
0,5
Finlândia
0 França
3,5 3,7 3,9 4,1 4,3
Indice de desempenho logÍstico
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4 CONCLUSÃO
A Suécia possui uma leve tendência a comercializar mais veículos na medida em que
a Produção Interna Bruta de seus parceiros comerciais também aumenta. Apesar da forte
postura comercial de exportar para países europeus vizinhos – vide menor distância psíquica e
geográfica –, um de seus principais mercados para este bem são as economias estadunidense e
chinesa. Os dois Estados são considerados, na literatura das Relações Internacionais,
potências mundiais. Isto significa dizer que disputam a hegemonia, ou seja, a liderança
comercial, econômica, política, cultural e militar do mundo. Isto é refletido em seus altos
níveis de PIB, ultrapassando os demais parceiros locais da Suécia em importação de veículos.
Isto pôde ser descrito por meio da análise da linha de tendência do gráfico 07, no
qual as potências sobrepujam a regra geral do Modelo Gravitacional do Comércio,
aumentando levemente os níveis de exportação à medida em que a distância acresce. Porém,
em geral a Suécia tem forte preferência pelo comércio local, de acordo com a teoria. A
tendência dos fluxos mercantis entre Suécia e parceiros europeus, também podem ser
explicadas por intermédio do Modelo de Uppsala. Devido ao fator comportamental e tamanho
de mercado, o comércio sueco, como sugere o arquétipo, internacionaliza seus bens e
recursos, considerando a proximidade cultural e a abertura comercial exterior ao seu produto.
Ademais, a Suécia, juntamente a mais 28 países, dentre eles os seus principais Estados
parceiros tratados neste comparativo, compõem o bloco econômico e político União Europeia.
Originada a partir das comunidades CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço) e a CEE (Comunidade Econômica do Aço), a União Europeia atua desde 1957 firmando
políticas e tratados comerciais que possibilitem a livre transição de pessoas, bens e serviços
entre os países membros. Portanto, nessa ótica, as barreiras não tarifárias e outros impostos
sobre as mercadorias são amenizados e cooperam para que haja maior relação entre os países
e eleve a preferência comercial, como foi visto no gráfico 06.
Há de se considerar que a exportação de veículos suecos não é somente por via
marítima. A Suécia, em 2016, inaugurou a primeira rodovia elétrica do mundo. A maior parte
das mercadorias do país é enviada por via terrestre, uma vez que alguns dos bens não podem
ser transferidos por outro meio de transporte. No caso dos veículos não ferroviários ou
elétricos, dependendo do país de destino, a exportação via marítima é imprescindível e única
possibilidade, como, por exemplo, é para Estados Unidos e China. Alguns outros países
possuem mais opções, como é o caso da Alemanha, que possui região fluvial para o
desembarque de grandes quantidades de mercadorias assim como há rota rodoviária para o
20
transporte de veículos. Visto que o consumo deste bem não é emergencial, adotamos, neste
trabalho, que maior parte das exportações de veículos é via marítima
Outrossim, por ser a detentora do segundo maior Índice de Logística, significa dizer
que a Suécia possui toda uma logística altamente infraestruturada no âmbito da exportação,
implicando em um forte atrativo comercial com o resto do mundo. Esta determinante justifica
a razão de sua economia sumariamente exportadora, uma vez que que seu alto nível logístico
facilita a rapidez de entrada e saída de remessas com os demais países. Depreende-se,
portanto, que diante da análise de logística dos parceiros, nota-se tendência comercial com
países de maior índice de LPI.
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REFERÊNCIAS
EATON, J., KORTUM, S. Technology, Geography and Trade, Econometrica. n.70, v.5, p.
1741-79, 2002.
MARTÍ, Luisa; PUERTAS, Rosa; GARCÍA, Leandro. The importance of the Logistics
Performance Index in international trade. Applied Economics, Valencia, Espanha, v. 46, n.
24, p.2982-2992, 9 maio 2014. Http://dx.doi.org/10.1080/00036846.2014.916394. Disponível
em: <https://bit.ly/2NzQF2l>. Acesso em: 27 ago. 2019.
22
ROQUE, Leibi. Comércio internacional: um estudo das principais dificuldades encontradas
pelas empresas brasileiras no comércio exterior. Revista Conteúdo, Capivari, v. 1, n. 3, p.20-
30, jul. 2010. Disponível em: <https://bit.ly/31Vkxu2>. Acesso em: 24 ago. 2019.
SEABRA, Fernando. Comércio Exterior. Florianópolis: Ufsc, 2009. 150 p. (ISBN 978-85-
61608-62-0)
TARIC SUPPORT. Chapter 87: Vehicles other than railway or tramway rolling stock,
and parts and accessories thereof (200?). Disponível em <
https://www.taricsupport.com/nomenclatuur/8700000000.html>. Acesso em 15 ago. 2019.
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