A Educação Muda o Cérebro
A Educação Muda o Cérebro
A Educação Muda o Cérebro
Dotado de forte espírito imaginativo, Cajal viu além das formas que desenhou,
propondo mecanismos e funções para os neurônios e seus circuitos. Apesar
disso, via formas, mapas, circuitos. Talvez por essa razão, opinou sempre que
o sistema nervoso adulto seria rígido e invariante. Um paradoxo, tendo em vista
a grande flexibilidade comportamental e cognitiva de que somos todos dotados.
Ao conversar com alguém, é preciso que você mantenha na sua memória por
algum tempo as frases que emitiu e os assuntos que abordou. No dia seguinte,
talvez isso não seja tão necessário. Essa é a chamada memória operacional,
de curta duração, baseada apenas na persistência das informações nos
circuitos neurais durante minutos ou horas. Os informatas a chamariam de
memória RAM do cérebro.
Neuroplasticidade e educação
Efeito Mozart
O “efeito Mozart” não foi reproduzido pela comunidade científica. Não deve
ter ajudado nem o próprio… (montagem a partir de retrato de Mozart
pintado em 1819 por Barbara Krafft).
Um primeiro experimento feito com essa perspectiva foi publicado em 1993 na
revista Nature, e ficou conhecido como “efeito Mozart”. Os autores do estudo
sustentaram que estudantes universitários expostos à música erudita por
breves períodos de tempo (Mozart, especialmente) melhoravam suas
habilidades de raciocínio espacial, também temporariamente. Os resultados
causaram sensação, na época, mas jamais foram reproduzidos por grupos
independentes de pesquisadores.
Roberto Lent
Instituto de Ciências Biomédicas
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Sugestões para leitura:
F.H. Rauscher e colaboradores (1993) Music and spatial task
performance. Nature vol. 365: p. 611.