Introdução A Filosofia

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FILOSOFIA

Introdução à Filosofia

Livro Eletrônico
 

Filosofia
Introdução à Filosofia
Júlio Amaro

Sumário
Apresentação e Metodologia....................................................................................................................................3
Introdução à Filosofia....................................................................................................................................................5
1. História da Filosofia - Instrumentos de Pesquisa. ....................................................................................5
1.1. Introdução à Filosofia da Ciência...................................................................................................................17
1.2. Introdução à Filosofia da Cultura. . ................................................................................................................19
1.3. Introdução à Filosofia da Arte........................................................................................................................21
1.4. O Intelecto – O Empirismo e Criticismo.................................................................................................... 24
1.5. Democracia e Justiça...........................................................................................................................................27
1.6. Direitos Humanos..................................................................................................................................................30
Questões de Concurso................................................................................................................................................33
Gabarito...............................................................................................................................................................................44
Questões Comentadas.. ..............................................................................................................................................45

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Introdução à Filosofia
Júlio Amaro

Apresentação e Metodologia
Olá, querido(a) estudante, tudo bem?
Iniciarei nossa conversa afirmando que é um enorme prazer poder contribuir para a reali-
zação de um sonho que também já compartilhei: a aprovação em um concurso. Como sabe-
mos, o funcionalismo público é o objetivo de grande parte dos cidadãos(as) brasileiros(as) e
podemos enumerar vários motivos para tal fator como, dentre outros, motivações econômicas,
busca por estabilidade profissional/financeira e, porque não, realização pessoal?! Dessa forma,
por se tratar de um objetivo compartilhado por um grande número de pessoas, existe uma
ampla concorrência para a ocupação das respectivas vagas e é justamente nesse sentido
que buscarei dar minha contribuição.
Como visto, possuo formação em Filosofia, assunto que sempre chamou minha atenção
e uma área pela qual, desde os tempos de estudante da educação básica, nutro uma enorme
paixão. Profissionalmente, atuo há oito anos (rede pública e privada de ensino) e buscarei,
nas páginas a seguir, demonstrar a importância da Filosofia, bem como sua aplicabilidade,
seu desenvolvimento histórico e a parte que – sendo sincero – seja a que talvez mais lhe inte-
resse nesse contexto: o conhecimento técnico e formal; para que você não encontre maiores
dificuldades no certame que se aproxima.
O serviço público implica uma série de responsabilidades segmentadas em diversos setores,
e, portanto, é uma injustiça atribuir suas mazelas apenas àqueles(as) que estão inseridos no
mesmo. Parto desse pressuposto, pois a educação pública fez parte de toda minha formação
básica e atribuo à mesma algumas de minhas realizações pessoais e meu sucesso profissio-
nal. Tive o privilégio de encontrar grandes mestres na escola pública e é a realização de um
sonho poder retribuir com o meu trabalho tamanha gratidão. Espero, portanto, que, mesmo
atuando em áreas distintas da qual atuo, você alcance seu objetivo e tenha consciência da
responsabilidade que lhe será implicada.
Quando o estudo é individualizado, por meio de pesquisa, resolução de exercício, leitura
etc., nós o executamos como uma espécie de monólogo, tendo o autor como detentor do co-
nhecimento inquestionável. Contudo, não é essa a proposta da aula a seguir, pois a Filosofia
implica necessariamente o questionamento, a dúvida, a curiosidade e também a busca pela
veracidade das informações que nos são transmitidas.
Assim, aproveitarei a experiência que possuo em sala de aula e as dúvidas que nela
surgem, para que possamos desenvolver, na medida do possível, uma atividade dialogada.
É respondendo às suas dúvidas que seu aprendizado será desenvolvido e memorizado da
melhor maneira possível. Durante a aula, você encontrará algumas questões comentadas,
tais questões serão reforçadas numa lista de exercício com gabarito e demais comentários
ao final. Aproveite para testar seu entendimento.
O estudo é uma tarefa que exige bastante disciplina, autocontrole, administração do tempo
e uma enorme responsabilidade consigo mesmo. Desejo a você, estudante, sucesso nesse

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processo e em sua finalidade; tenha em mente que nossas conquistas são precedidas de al-
guns esforços e abdicações. Vamos juntos nessa caminhada.

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INTRODUÇÃO À FILOSOFIA

1. História da Filosofia - Instrumentos de Pesquisa


Antes de iniciarmos nossa conversa sobre a História da Filosofia propriamente dita, é
importante fazermos uma análise de conjuntura para o seu surgimento, posterior desenvolvi-
mento e, por fim, buscarmos uma compreensão acerca das características do conhecimento
filosófico, tendo em vista que o mesmo é fruto de um processo evolutivo e transitório. O
nascimento da Filosofia não é, portanto, um fato que se deu isoladamente, a Filosofia surge
como consequência de contextualizações sociais e históricas, como veremos a seguir.
A racionalidade é uma característica que costumamos utilizar para diferenciar o ser hu-
mano das demais espécies, correto? O que, por vezes, não destacamos é o fato de que essa
mesma racionalidade gera uma série de outras características que também poderão ser utili-
zadas para a mesma diferenciação. O ser humano busca compreender o espaço que ocupa,
os fenômenos que presencia, bem como a realidade na qual está inserido para que também
possa intervir na mesma. Isso não é um privilégio do homem moderno, pós-revolução indus-
trial, capitalista ou contemporâneo. A curiosidade é uma característica que nos acompanha
ao longo de toda a nossa história.
Utilizarei a própria natureza para que fique mais clara tal análise. Hoje, compreendemos
sem maiores dificuldades alguns fenômenos naturais, compreendemos o que ocasiona uma
chuva, um relâmpago, um terremoto etc. Agora, querido(a) estudante, imagine as pessoas
querendo compreender esses mesmos fenômenos há mais de dois mil anos. Algo que lhe
parece tão óbvio, foi motivo de diversas teorias e impulsionou anos de suposições e reflexões.
Inicialmente, as respostas para os respectivos fenômenos – não só naturais, mas também
sociais e até mesmo de cunho pessoal – eram dadas por meio de atribuições divinas, ou seja,
as coisas eram vistas como dádivas ou castigo dos deuses, aconteciam de acordo com suas
vontades; às vezes, uma benção e, em outros casos, castigo.
É assim que entenderemos no que consiste o conhecimento mitológico, um tipo de conhe-
cimento que antecedeu o filosófico e se caracteriza por não passar por sistematizações e enca-
deamentos lógicos de raciocínio; é de caráter religioso e se baseia na fé. Você já deve ter visto em
filmes, livros ou revistas, uma tempestade atribuída a um Deus, uma paixão atribuída à Afrodite,
uma guerra motivada por interesses divinos, correto?! Era dessa forma que as indagações huma-
nas eram respondidas, por meio de contos, histórias, fábulas escritas por poetas, que eram tidos
como escolhidos pelos deuses, uma espécie de autoridade máxima do conhecimento.

CURIOSIDADE: na mitologia grega, Afrodite é conhecida como a Deusa do amor e, em algumas


citações, é apontada como mãe de Eros (que em outras obras é mencionado como filho do
Caos). Eros, na mitologia romana, é conhecido como Cupido, lhe soa familiar?

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Atualmente, ainda criamos histórias fabulosas e fantasiosas que se baseiam puramente


na imaginação. Continuamos criando heróis, deuses e semideuses. A diferença é que a mito-
logia que ainda se faz presente em nossas vidas tornou-se uma maneira de entretenimento,
não a utilizamos mais como valor de verdade ou referencial de conhecimento. Consumimos
livros, revistas, roupas, filmes etc. com os respectivos heróis, simpatizamos com alguns deles,
não gostamos de outros, mas não recorremos aos mesmos em situações de risco ou para
alcançarmos respostas para nossas dúvidas. Quando nos referimos a um atleta, por exem-
plo, como um “mito”, a ideia que se quer transmite é de grande superioridade em relação aos
oponentes, porém, é sabido que, por trás de tamanha superioridade, existe treino, abdicação
de algo e bastante dedicação, não contribuições sacras, já que sabemos que se trata de um
ser humano, não um herói ou um Deus.
Dizemos que Mike Tyson é um “mito” dos ringues, tratamos Senna como um “mito” das pistas,
Usain Bolt como “mito” do atletismo etc. Todavia, continuamos vendo, neles, seres humanos, por
mais fantásticos que sejam em suas respectivas funções.
Professor, ainda hoje é possível percebermos resquícios disso, concorda? Algumas pessoas
ainda atribuem alguns acontecimentos a vontade divina, não é mesmo?!
Sim, a religião faz com que as pessoas façam esse tipo de relação. Partindo dessa ideia,
você pode compreender como o politeísmo (vários deuses) era à época. Esses Deuses, que hoje
relacionamos apenas a contos e fábulas, eram tidos como verdadeiros, as pessoas os cultuavam,
idolatravam e o seguiam, guerras aconteciam em nome desses deuses, essa era a fé, conforme
boa parte da humanidade ainda tem.
Na Mitologia,
Humanos Deuses Semideuses ou Heróis
– Não possuem poderes – Possuem poderes e – Junção entre deuses e seres humanos:
e são mortais. são imortais. possuem poderes, mas são mortais.

Imagem de Zeus em Mármore, Século II – Museu Britânico; Deus dos deuses, do trovão e da ordem.

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O fato é que o conhecimento humano é transitório e evolutivo, nunca estático e perma-


nente, memorize isso. Ou seja, tais explicações pautadas em ações e interesses divinos não
foram satisfatórias para o decorrer histórico e deixou de responder à curiosidade humana, que
buscou outra maneira de responder e compreender o mundo e os mais distintos fenômenos.
CALMA! Ainda é cedo para falarmos sobre o conhecimento científico. É nesse contexto que
o conhecimento filosófico se desenvolverá, pois era necessário que fosse desenvolvido um
tipo de conhecimento que passasse por uma sistematização lógica, fosse racional e buscasse
respostas mais concretas para tantas perguntas. Entretanto, o nascimento da Filosofia não
representou o fim da Mitologia, trata-se de um processo de transição. Tanto é que alguns
filósofos elaboravam histórias mitológicas como um meio de compreensão de suas respec-
tivas teorias. Para que você tenha uma ideia mais ampla sobre isso, mais adiante trataremos
do Mito da Caverna, de Platão.

Pelo fato do conhecimento humano ser evolutivo, a banca pode usar isso para confundir os
candidatos. Um tipo de conhecimento pode substituir o outro, mas isso não implica necessa-
riamente num fim; o conhecimento filosófico não significará o fim do mitológico, assim como
o conhecimento científico não representará o fim do filosófico. Fique atento(a).

ESQUEMA:
Conhecimento Mitológico Conhecimento Filosófico
– Não possui sistematização racional; – Requer sistematização racional;
– Ilógico; – É Lógico;
– Possui caráter religioso; – Não possui caráter religioso;
– Baseia-se na fé. – Baseia-se na razão.

Mas, professor, se a Filosofia buscou explicações mais fundamentadas, por que seu de-
senvolvimento não implicou o fim da mitologia?

A resposta é simples caríssimo(a) estudante, as pessoas não costumam reagir bem quan-
do sua fé é colocada à prova, certo?! Os deuses da mitologia eram cultuados, idolatrados e
seguidos. Não foram raras as vezes que o desenvolvimento da Filosofia encontrou resistência
e foi visto como um simples ato de blasfêmia. Pessoas foram perseguidas, tiveram obras
destruídas, recuaram com suas reflexões e até mesmo morreram, ao longo de toda a nossa
história (não só da Filosofia), buscando uma evolução para o conhecimento humano.
Se partirmos das características do conhecimento filosófico como tal, torna-se difícil uma
definição de datas, locais e pessoas que deram o pontapé inicial para seu desenvolvimento,
mas a História da Filosofia, assim como a História de um modo geral, se fundamenta em re-
gistros e tais registros vão nos mostrar que a Filosofia ocidental surgiu na Grécia Antiga por

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volta século VII a.C com o filósofo Tales de Mileto (Mileto corresponde à cidade de Tales – o
local era uma maneira de diferenciar os pensadores na época), conhecido como o primeiro
pensador a indagar racionalmente o universo. Portanto, problematizando ou não, o nascimento
do saber filosófico relaciona-o com a Grécia, pois não lhe faltarão fundamentos teóricos para
uma possível resposta sobre o surgimento da Filosofia.

O PULO DO GATO
A criação do termo FILOSOFIA é atribuída a Pitágoras – isso mesmo, o mesmo que você estudou
nas aulas de Matemática – e é uma junção de duas palavras gregas: Philo = Amor; e Sophia
= Sabedoria. Portanto, Filosofia significa amizade/amor à sabedoria e o filósofo é aquele que
direciona seu intelecto na construção do conhecimento, aquele que ama a sabedoria. Lindo,
não é mesmo?!

Esse período inicial da Filosofia é conhecido como FILOSOFIA ANTIGA, e podemos dividi-la
em três momentos: o pré-socrático, o clássico e o pós-socrático (outros autores o dividem em
até quatro, acrescentando aí o período Greco-Romano; como as características referentes ao
conhecimento filosófico permanecem próximas, simplificaremos em Pré, Socrática – Clássica
– e Pós-Socrática). É importantíssimo que você compreenda a diferença entre tais momentos.
Lembre-se de que o que vai definir um filósofo como pré ou pós-socrático ou de períodos distin-
tos, não é propriamente uma ordenação cronológica, o momento em que ele viveu, mas sim as
características de suas reflexões, que irão se relacionar com as características de algum período
específico, como veremos nas páginas que estão por vir.
Seria de uma redundância sem tamanho você caracterizar o período pré-socrático como
aquele que antecede a existência de Sócrates e o pós como o período posterior a ele, apenas.
A Filosofia pré-socrática é marcada pela tentativa de compreensão da natureza (que antes era
respondida por meio da Mitologia, NÃO SE PERCA) e pela busca de um princípio original, algo
que tenha dado início a tudo – compreende-se a substância original como ARCHÉ (Princípio).
Por estarem voltados à natureza, os pré-socráticos são conhecidos também como naturalistas
ou filósofos da natureza. Cosmologia – investigação acerca da origem do universo/mundo.
Uma das maiores discussões acerca da origem do universo foi protagonizada pelos filóso-
fos Heráclito (535 – 475 a.C) e Parmênides (530 – 460 a.C), discussão essa que se estendeu
entre outros filósofos e períodos da Filosofia. Ao afirmar que “é impossível nos banharmos
duas vezes no mesmo rio”, Heráclito defendia a ideia de um mundo em movimento constan-
te, o que ele vai denominar como Devir (constante transformação), as coisas não são, estão
sendo; para ele, essa transformação que faz com que as coisas existam e também deixem
de existir, portanto, é o princípio de tudo. Já Parmênides parte da ideia de que as coisas não
podem ser e não ser ao mesmo tempo (SER = único, imóvel, estático e permanente), ou seja,

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para Parmênides, as coisas possuem uma essência, denominada por ele como Ser, e é essa
essência que dá origem às coisas, sendo, portanto, o princípio.

Exemplo: para Heráclito, o dia está em constante transformação para se tornar noite, assim como
o quente está em constante transformação para se tornar frio, vice-versa (mundo transitório).
Já para Parmênides, o dia é o dia e a noite é a noite, assim como o quente é o quente e o frio é o
frio, as coisas possuem sua essência; aquilo que não é não pode ser afirmado (mundo estático).
Para Tales de Mileto, tido como o primeiro filósofo grego do qual se tem notícia, como
visto, “a água é o elemento primordial de todas as coisas”. Ou seja, o filósofo defendia a ideia
de que a substância original, o princípio (arché) era água, por se tratar de um elemento indis-
pensável para a criação, manutenção e até mesmo de decomposição.
Diversas teorias surgiram acerca da origem do mundo/universo nesse período da Filosofia
(pré-socrática), daí o motivo de sua caracterização enquanto naturalista. É IMPORTANTE des-
tacar que existiam os filósofos monistas (defendiam uma substância enquanto original) e os
filósofos pluralistas (defendiam que várias substâncias em conjunto, davam origem a tudo).
Já o período clássico é marcado pela presença de figuras como Sócrates, Platão e Aristóteles,
que viam a Filosofia como uma ferramenta para que a verdade fosse alcançada e a relacionavam
com valores de ética e virtudes; diferente dos Sofistas, que viam o encadeamento lógico do ra-
ciocínio como um instrumento de persuasão. No decorrer da história da Filosofia, o termo Sofista
adquiriu um tom pejorativo, pois, diferente dos clássicos, eles cobravam por seus ensinamentos.
Porém, por andarem em várias cidades, utilizando o conhecimento como um instrumento de so-
brevivência, os Sofistas foram responsáveis pela propagação do conhecimento filosófico.
A ruptura do período pré para o pós-socrático é caracterizada principalmente pelo objeto
de investigação da Filosofia, ou seja, se antes as indagações filosóficas estavam direciona-
das à compreensão dos fenômenos naturais e do princípio, a Filosofia pós-socrática se volta
para a compreensão das relações sociais e do próprio homem; entretanto, a ferramenta para
a compreensão da natureza ou do homem continua a mesma: a razão.

A divisão da Filosofia Antiga em Pré e Pós-Socrática recebe a respectiva nomenclatura, porque


Sócrates é considerado um dos principais responsáveis pela transição do naturalismo para o
antropocentrismo. Um fato curioso é que não há registros de obras escritas por Sócrates, e,
dessa forma, o que sabemos sobre o pensamento do filósofo foi escrito por alguns de seus
contemporâneos e discípulos; o principal expoente do pensamento socrático foi Platão.

O método socrático é conhecido como Maiêutica, que significa: parto de ideias. Tal método
consistia num diálogo crítico entre interlocutores, em que Sócrates, por meio de perguntas e
sem afirmações diretas, buscava levar seu interlocutor à contradição. Dessa forma, o interlo-

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cutor observaria uma falha no seu raciocínio, buscando reconstruir seu pensamento, “dando
luz” às novas ideias.
“Só sei que nada sei” é uma expressão socrática que objetiva demonstrar que se reconhe-
cer como ignorante lhe coloca em vantagem sobre aquele que acha que domina o conheci-
mento. Tal reconhecimento lhe permitirá a busca pela sabedoria, diferente daquele que acha
que já sabe.

002. (PROFESSOR FILOSOFIA/INSTITUTO FEDERAL-RS/2010) Sócrates inaugura o perío-


do clássico da filosofia grega, também chamado de período antropológico. O problema do
conhecimento passou a ser uma problemática central na filosofia socrática, pois “a briga” de
Sócrates com os sofistas tinha por objetivo resgatar o amor pela sabedoria e a valorização
pela busca da verdade. Nesse contexto, Sócrates inaugura seu método que se fundamenta
em dois princípios básicos, que são:
a) A indução e dedução das verdades lógicas.
b) A doxa e o lógos convergindo para o conceito racional.
c) A ironia e a Maiêutica enquanto caminhos para conhecer a verdade através do autoconheci-
mento (conhecer-te a ti mesmo).
d) O diálogo e a dúvida dialética.
e) A amizade e a justiça social.

Algumas afirmações que antecedem a questão podem lhe auxiliar nessa resposta. Vimos que
a Filosofia pós-socrática coloca o homem como objeto de estudo (o que se relaciona com o
“conhecer-te a ti mesmo”) e vimos que o método socrático se desenvolvia sem afirmações,
apenas com perguntas (ironia) com o objetivo de levar o interlocutor à contradição; assim, o
conhecimento emana da própria pessoa ao buscar reconstruir seu pensamento. Daí o termo:
Maiêutica. Portanto, a alternativa correta é a letra c. A alternativa d pode lhe confundir um pouco,
todavia, Sócrates não levanta dúvidas acerca do que seu interlocutor afirma, ele demonstra que,
por conta das contradições, tais afirmações são falhas. Esteja atento(a) aos detalhes.
Letra c.

O desfecho da vida de Sócrates é descrito por Platão em sua obra Apologia a Sócrates.
Resumidamente, trata-se de um livro escrito em forma de diálogo, que retrata um episódio
específico da vida de Sócrates, seu julgamento após uma série de acusações. Sócrates faz
sua própria defesa e utiliza a refutação como estratégia, demonstrando, em vários momentos,
as contradições e falhas nos argumentos de seus acusadores. No entanto, a estratégia de
Sócrates não traz o resultado esperado e Sócrates é condenado à morte. Porém, o filósofo

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tinha a opção de negar seus ensinamentos e viver no exílio para se livrar de sua pena. Sócrates
considera que aceitar a proposta seria uma confissão de culpa e prefere a própria morte que
viver como um estrangeiro no exílio. Sua morte se deu por meio de envenenamento – cálice
de cicuta.

A morte de Sócrates, de Jacques-Louis David, 1787. Na obra, Sócrates passa um ensina-


mento aos discípulos ao encarar com naturalidade a morte.
PRINCIPAIS PENSADORES ANTIGOS: Tales de Mileto; Heráclito; Parmênides; Sócrates; Platão;
Aristóteles etc.

Quadro Escola de Atenas: Rafael (1510-1512) A pintura propõe um encontro entre pensadores

da Antiguidade.

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Filosofia Antiga
PRÉ-SOCRÁTICA PÓS-SOCRÁTICA
– Cosmogonia; – Antropocentrismo (homem no centro);
– Naturalismo; – Compreensão das relações sociais
– Substância Original: o Arché. e do próprio homem;
-Ferramenta de investigação: – Ferramenta de investigação:
Razão. Razão.

Continuando nossa análise histórica do desenvolvimento filosófico, chegamos ao período


medieval. Um conhecimento mínimo acerca da história geral lhe ajudará bastante na com-
preensão da história da Filosofia, basta relacionar as respectivas áreas de conhecimento e
buscar um consenso entre ambas.
Pois bem, você deve se recordar que, nas aulas de História, o período medieval é marcado,
dentre outras características, pelo poder do Clero, correto? Idade Média e Igreja Católica são
assuntos entrelaçados se a abordagem for histórica. Essa assimilação não está equivocada
e influenciará bastante nas características do conhecimento filosófico.
Como visto anteriormente, a transição do conhecimento mitológico para o filosófico foi
uma espécie de quebra de paradigma, pois o saber filosófico foi no caminho oposto ao per-
corrido da época (explicações de cunho teológico). Entretanto, no mundo greco-romano (Séc.
III d.C.), não era de grande sensatez a recusa divina – momento de aceitação do cristianismo
enquanto religião e sua expansão. Por não ter uma fundamentação racional acerca de suas
convicções, vimos que o politeísmo (vários deuses) entra em declínio enquanto referencial de
conhecimento e, em seguida, temos um rápido crescimento de uma religião monoteísta (um
Deus), o cristianismo.
Enquanto religião, o cristianismo busca dar uma sistematização lógica para os seus
dogmas e é nesse ponto que começa sua relação com a Filosofia, dando início ao período
conhecido como a FILOSOFIA MEDIEVAL. A Filosofia Medieval é marcada principalmente pelo
Teocentrismo – Deus no centro – e pela tentativa de conciliação entre a fé e a razão, sendo
que a primeira irá se sobressair em relação à segunda.
Mas, espera aí, professor! A Filosofia que sempre buscou a compreensão racional das coisas
é marcada pelo teocentrismo na Idade Média? Isso me parece muito contraditório!
É isso mesmo que você leu caríssimo(a) estudante! A Filosofia Medieval é marcada, so-
bretudo, pelo teocentrismo. Com isso, quero dizer que a fé ganha um espaço de maior impor-
tância que a razão. A razão nesse período vai ser utilizada como uma espécie de ferramenta
de justificação para fé, ficando em segundo plano, numa condição de serviçal da fé.
Para que fique mais claro, imagine como exemplo o diálogo que segue:
– Olá, João, você acredita em Deus?
– Sim, Maria. (FÉ)
– Por quê?

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Em seguida, João explica o porquê da sua crença em Deus (Razão).


Essa foi uma preocupação do Clero, expor os seus dogmas que, obviamente, se pautam
na fé; mas, se questionado, o mesmo Clero conseguiria explicar racionalmente a sua crença,
e, assim, a Filosofia, que inicialmente (Antiga) questionou a fé da época, passou a ser utilizada
como uma maneira de justificar a fé (mesmo que a fé não fosse mais a mesma – o politeísmo
foi gradativamente substituído pelo monoteísmo). Todavia, nesse período o conhecimento
humano é visto como uma dádiva divina. Portanto, a fé é vista como mais importante e irá se
sobressair em relação à razão.

Santo Agostinho de Hipona 354-430 d.C.

Os primeiros filósofos convertidos ao cristianismo deram forma e fundamentação ao


pensamento cristão, conhecidos como “pais” (patres), daí a origem do nome Patrística. A
Filosofia Medieval, que é marcada por dois períodos, a Patrística (que tem Santo Agostinho
como seu principal expoente e de inspiração platônica – fundamentação racional e expansão
do cristianismo) e a Escolástica (que tem Tomás de Aquino como seu principal expoente e de
inspiração aristotélica – conciliação entre fé e razão, tentativa de demonstrar racionalmente
a existência de Deus). Entretanto, a fé permanecerá plena no aspecto IMPORTÂNCIA nos
dois momentos.
SUGESTÃO: para uma boa análise acerca do processo de aceitação e expansão do cris-
tianismo, bem como de sua relação com o saber filosófico, uma boa dica é o filme ÁGORA,
de 2009, dirigido por Alejandro Amenábar.

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Tomás de Aquino (1225 – 1274).

PRINCIPAIS PENSADORES MEDIEVAIS: Santo Agostinho e Tomás de Aquino.

De forma pejorativa, o período medieval é conhecido em várias abordagens como período


das trevas, como uma espécie de referência ao conhecimento pouco difundido ou limitado
às determinações do Clero. Mas, contraditório ou não, foi na Idade Média que surgiram as
primeiras universidades.
Já por volta dos séculos XVII-XVIII, o contexto histórico-social era bem diferente do con-
texto de aceitação e expansão do cristianismo. Você se lembra, e espero que não se esqueça,
de que o conhecimento humano é resultado de um processo evolutivo, correto? As pessoas
já se sentiam mais à vontade em questionar os dogmas cristãos e tínhamos o desenvolvi-
mento de um tipo de conhecimento que hoje entendemos por conhecimento científico, aí se
desenvolve a FILOSOFIA MODERNA.
No período filosófico moderno, temos a retomada de uma característica própria da Fi-
losofia Antiga, e, dessa forma, me atrevo em afirmar que, além de evolutivo e transitório, o
conhecimento humano pode ser cíclico. Espero que você esteja lendo com a devida atenção,
está?! Se a resposta for afirmativa, você já deve ter compreendido qual retomada foi essa.
No período moderno, tivemos uma revalorização da razão enquanto referencial de conhe-
cimento. Ou seja, tínhamos o ser humano enquanto construtor de conhecimento (Filosofia
Antiga); valoriza-se a fé e o conhecimento passa a ser visto como uma dádiva divina (Filosofia
Medieval) e, até onde chegamos com nossos estudos, novamente nos enxergamos enquanto
sujeitos capazes de construir, desenvolver e aperfeiçoar o conhecimento (Filosofia Moder-
na). Nesse sentido, a questão epistemológica (acerca do desenvolvimento do conhecimento

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humano) é uma das maiores discussões da Filosofia Moderna; dividindo-a, em grande parte,
entre filósofos racionalistas e empiristas – o que será detalhado nos tópicos que seguirão
no decorrer das aulas.
PRINCIPAIS PENSADORES MODERNOS: René Descartes; John Locke; Nicolau Maquiavel;
Montaigne etc.
MEMORIZE:
• FILOSOFIA ANTIGA (RAZÃO);
• FILOSOFIA MEDIEVAL (FÉ);
• FILOSOFIA MODERNA (REVALORIZAÇÃO DA RAZÃO).
Todavia, como você já deve ter ouvido por aí, “o tempo não para” e outras formas de conheci-
mento – além do mitológico e filosófico, que já esmiuçamos por aqui – se desenvolveram e, cada
um ao seu modo, tenta explicar o mundo. Como, por exemplo, o conhecimento de senso comum,
tão antigo quanto o mitológico e o filosófico.
Conhecimento de senso comum: tipo de conhecimento compartilhado por um grande
número de pessoas; não passa por questionamentos e não é submetido a comprovações;
conhecimento prático e desenvolvido a partir de experiências cotidianas.

Exemplo: você pode associar um tempo nublado à chuva. No entanto, ao fazer tal ligação, você
continua sem compreender o que ocasiona a chuva e pode se equivocar, pois não são todas as
vezes que o tempo nublado ocasiona em chuva.
Nessa constante fluidez do tempo, se desenvolve o conhecimento científico (falaremos
mais sobre suas propriedades nas páginas seguintes), que passa a ser visto como um tipo
de conhecimento mais seguro, o que mais se aproxima da verdade e que, assim como o co-
nhecimento filosófico, busca respostas para o mundo, para a natureza, para nós, enquanto
seres vivos e sociais etc. É nesse período de valorização do conhecimento científico que
se desenvolve o que chamamos de FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA. Mas, não se engane; a
Filosofia ainda tem sua aplicabilidade, mesmo inserida num mundo que supervaloriza o co-
nhecimento científico.
Pois é, professor. Chegamos ao ponto que eu queria e que me deixa intrigado. Parece-me
uma perda de tempo enorme estudar e compreender a Filosofia, tendo em vista que a socie-
dade atual valoriza apenas o conhecimento científico, não concorda?!
Discordo categoricamente e explicarei o motivo. Afinal, seria uma incoerência enorme da minha
parte não enxergar utilidade na Filosofia no mundo moderno e me debruçar sobre a compreensão
e propagação da mesma, concorda?! Mas tal colocação é de uma enorme validade e mais comum
do que você imagina. Não a vejo como uma crítica negativa à Filosofia, pelo contrário, está exata-
mente nesse ponto o entendimento sobre a aplicabilidade da Filosofia em nossas vidas no mundo
contemporâneo.

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Veja bem, a ciência – com toda a sua magnitude, complexidade e excelência – ainda não
respondeu questões próprias da existência humana, como o idealismo, a própria sociedade
pós-capitalismo com seus problemas e desigualdades etc. Além disso, algumas verdades
tidas como científicas, perderam sua validade ou foram substituídas com o decorrer do tem-
po. Podemos também questionar a própria metodologia de pesquisa e desenvolvimento de
teses científicas, quem o fará? A própria ciência? Não! E é aí que vemos o desenvolvimento
e a importância da Filosofia, caro(a) estudante. Ou seja, o objeto de estudo da Filosofia Con-
temporânea é a própria humanidade.

003. (PROFESSOR DE FILOSOFIA/INSTITUTO FEDERAL RS/2010) O mundo atual é uma


realidade multiforme e complexa que tem inspirado muitos filósofos a debruçar-se sobre as
questões que são colocadas à sociedade, com variedade de posições e criatividade, num
leque de opções que pose assim definir-se:
a) Apesar de sua importância as questões ambientais não têm captado a atenção dos filósofos.
b) Em questões políticas a grande maioria dos filósofos atuais defende os regimes fortes e
ditaduras.
c) A globalização contribuiu para dar ao pensamento oriental, nomeadamente às doutrinas
tradicionais indianas e chinesas, ascendência dominante sobre a filosofia ocidental.
d) No que se refere à bioética todos os problemas morais devem ser decididos pelas ciências
médicas sem recurso à filosofia.
e) As grandes “escolas” ou tendências doutrinárias do século XX, como neoescolástica, exis-
tencialismo, e marxismo, cederam lugar a outras tendências e teorias, mas não desapareceram.

Ao iniciarmos nossa conversa sobre Filosofia Contemporânea, vimos que ela se refere às ques-
tões próprias da humanidade e isso torna a coisa bastante abrangente, correto? Perceba que
várias alternativas parecem correta justamente por esse motivo; no entanto, estão erradas por
limitarem à uma abordagem (ou falta dela – como a alternativa a) específica. Nesse sentido,
a alternativa correta é a letra e, pois leva em consideração o aumento do leque filosófico sem
descartar assuntos anteriormente discutidos. Perceba como a banca tenta confundir o(a) can-
didato(a), não caia nessa.
Letra e.

PRINCIPAIS PENSADORES CONTEMPORÂNEOS: Karl Marx; Theodor Adorno; Jean-Paul Sartre;


Friedrich Nietzsche etc.
É muita informação não é mesmo? Então, memorize o quadro abaixo, pois isso lhe auxi-
liará bastante.

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RESUMINDO...
ANTIGA MÉDIA MODERNA CONTEMPORÂNEA
– Pré e pós Socrática; – Patrística e Escolás- – Discussão – Compreensão da
– Naturalismo e Antro- tica; Epistemológica – Existência humana;
pocentrismo; – Teocentrismo; Conhecimento Humano; – Existencialismo;
– Referencial de Conhe- – Referencial de – Antropocentrismo – Razão;
cimento: Conhecimento: FÉ. – Revalorização da Razão. – Materialismo.
RAZÃO.

1.1. Introdução à Filosofia da Ciência


Antes de falarmos sobre a relação do conhecimento filosófico com o conhecimento científico,
é necessário que fique claro as características do conhecimento científico (tendo em vista que,
nas páginas anteriores, você já compreendeu as características do conhecimento filosófico).
Um conhecimento, para que seja reconhecido enquanto científico, deve possuir algumas carac-
terísticas, como: problematização, metodologia de investigação, sistematização, pesquisa, se
basear em observações e experimentações e, por fim, ser comprovado. Entretanto, é importante
destacar que o conhecimento científico é falível, o que significa que ele não é insubstituível.
Professor, lendo as características do conhecimento científico me sinto confuso, pois se
aproximam bastante das características do conhecimento filosófico, não é mesmo?
Concordo, caríssimo(a) estudante, e fico feliz que esteja tão atento(a) aos detalhes. O que
vai diferenciar ambos os conhecimentos é uma linha tênue e que exige bastante atenção, não
é à toa que alguns historiadores se referem à Filosofia como mãe de todas as ciências. No
conhecimento científico, a razão e sistematização lógica devem estar diretamente ligadas à
comprovação e é aí que está a chave do negócio: para ser considerado filosófico, um conhe-
cimento requer sistematização lógica do raciocínio; para um conhecimento ser considerado
científico, essa mesma sistematização deve estar acompanhada da comprovação.
Voltando à história, um movimento europeu no século XVIII, conhecido como POSITIVIS-
MO, defendia a valorização do conhecimento científico enquanto referencial de verdade. Tal
movimento foi encabeçado por Augusto Comte (1798 – 1857) e fez com que a ciência se
estendesse a várias áreas, inclusive nas questões sociais; daí o surgimento da Sociologia.
Para Comte, o conhecimento humano passou por três estágios (Lei dos Três Estados) de
desenvolvimento, são eles: o Teológico, o Metafísico e o Científico/Positivo.

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TEOLÓGICO METAFÍSICO CIENTÍFICO/POSITIVO


– Fenômenos naturais e – A busca por explicações – Explicações que se
sociais explicados recorrem à reflexão para pautam em observações,
enquanto resultados de a compreensão das hipóteses e formulações
ações divinas. coisas; respostas de leis universais.
abstratas.

Para Comte, o estágio mais evoluído do conhecimento humano é o terceiro e último, o


científico/positivo. Repare que essa evolução do conhecimento humano se assemelha com o
que estamos discutindo desde o princípio da aula, compare o quadro acima, com a transição
que mencionamos do conhecimento mitológico para o filosófico e para o científico. Ficou
claro agora que o conhecimento humano não é estático?! No que se refere ao conhecimento,
estamos em constante transição.

Augusto Comte (1798 – 1857).

Compreendendo a diferença entre o conhecimento filosófico e o conhecimento científico,


vamos à relação entre ambos. Anteriormente, você já me questionou quanto à aplicabilidade
da Filosofia num mundo que supervaloriza a Ciência, se recorda? E é para responder a tal
questionamento que falaremos sobre a Filosofia da Ciência.
Podemos utilizar a Filosofia para pensar, compreender e questionar a própria Ciência.
A Filosofia da Ciência surge a partir da investigação de problemas que vão sendo desen-
volvidos por meio da reflexão acerca da própria ciência e de sua metodologia de pesquisa,
como: o conhecimento científico pode mesmo ser comprovado? Podemos refutá-lo? É pos-
sível verificar a universalidade e definições científicas? A ciência é definitiva ou provisória? A
ciência é defensável? Além das questões gerais, há os problemas específicos, pois o conhe-

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cimento científico também é dividido em áreas, como a Física, Biologia, Química, Matemática,
Sociologia etc.
ESQUEMA:
Refutável Passível de questionamento.
Verificável Passível de confirmação.
Defensável Passível de sustentação.

Karl Popper (1902-1994) foi um filósofo que defendeu a ideia de que, para ser considerada
científica, uma teoria deve ser falseável, o que significa que pode ser refutada, questionada, ou
seja, nada impede uma possível revisão e reformulação.
Thomas Kuhn (1922-1996) trata o conhecimento científico como um processo histórico
e desconexo. Ou seja, a ciência é cumulativa e gera rupturas com suposições anteriores, o
que Kuhn denomina enquanto revolução científica.
Peter Singer (1946) é um filósofo que, ao tratar do especismo (discriminação moral con-
tra certos seres por serem de determinada espécie), faz, por consequência, uma dura crítica
à metodologia científica que recorre à utilização de animais como cobaias para que deter-
minadas “verdades” sejam alcançadas em benefício da espécie humana, que se coloca em
sobreposição às demais espécies.
Portanto, é nesse sentido que Filosofia e Ciência se relacionam. As ponderações filosóficas
levantam uma espécie de preocupação quanto à utilização do conhecimento científico como
única maneira do saber humano, sendo supervalorizado e utilizado como critério indubitável
de verdade. Perceba que tudo o que lhe foi dito acerca da relação entre Ciência e Filosofia e os
filósofos apresentados nesse contexto correspondem a um momento específico da História
da Filosofia, que você viu anteriormente, a Filosofia Contemporânea.

1.2. Introdução à Filosofia da Cultura


Vimos anteriormente que uma característica frequentemente utilizada para nos diferenciar
das demais espécies é a racionalidade. Em seguida, vimos que essa mesma racionalidade nos
leva a outras características que também serão utilizadas para a respectiva diferenciação, uma
delas é o fato de sermos culturais. Ao afirmarmos que somos seres culturais, queremos dizer
que a humanidade é uma espécie capaz de intervir no espaço que se encontra, transformando
a natureza para o seu próprio benefício; daí a importância do momento em que o ser humano
deixou de se reconhecer apenas como um ser natural, mas também como um ser capaz de
desenvolver conhecimento, portanto, capaz de mudar o espaço em que vive.
Ao definirmos cultura com uma breve relação às comidas típicas, festas, costumes, tradições,
sotaques, dentre outras diferenças regionais, estamos fazendo uma definição que não deixa de ser
correta, mas que, por outro lado, peca pela superficialidade e pelo simplismo. Ou seja, podemos
falar sobre cultura de distintas maneiras.

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NATURAL CULTURAL
– Não necessita de intervenção – Só existe a partir da intervenção humana.
humana para sua existência.

Se analisarmos uma construção que utilizamos como abrigo, como, por exemplo, nossas
próprias casas, percebemos que ela é feita a partir da utilização de uma série de recursos
naturais. Transformamos o barro em tijolos, transformamos madeira em móveis, a energia
que dá o funcionamento para nossos eletros também é criada a partir de recursos naturais,
enfim, dependemos de uma série de recursos naturais e transformamos algo que é natural
em cultural, transformamos a natureza para o nosso próprio benefício e, ao fazermos isso,
estamos produzindo cultura. Ou seja, somos seres culturais, independentemente do local ou
do povo no qual estejamos inseridos.
Mas, professor, nesse sentido, posso definir alguns animais como seres culturais também.
Por exemplo, o Castor intervém na natureza para represar água, o João de Barro intervém na
natureza para construir sua casa. Concorda?
Bela observação! Todavia, a diferença é que nosso conhecimento é transitório e evolutivo,
está lembrado(a)? E essa característica, que tanto repetimos aqui, vai refletir nesse aspecto
cultural. O que estou querendo dizer com isso, meu(minha) amigo(a), é que, se você investigar
como um João de Barro construía sua casa há mil anos, como um Castor constrói sua represa
há muitos anos, você não encontrará diferenças na forma em que esses animais constroem
hoje e, nós, pelo contrário, evoluímos constantemente; a forma como construímos nossas
casas mudou nos últimos mil, cem, cinquenta anos que seja. A evolução é uma constante na
história da humanidade.
A própria ideia acerca de definição da Cultura passa por processos transitórios ao longo
da História. No século XIII, o termo relacionava-se com o cultivo da terra, até mesmo pela
definição etimológica da palavra (Do latim Colere = Ato ou modo de cultivo). No século XIV,
o termo passa a ter um significado de ação/transformação. A partir do século XVIII, trata-se
cultura num sentido figurado, ou seja, seguido de um complemento, por exemplo: cultura
de massa. No Iluminismo, trata-se cultura como a soma de saberes que são desenvolvidos,
memorizados, transmitidos e aperfeiçoados.
As reflexões filosóficas destacam o fato de que a as culturas se desenvolvem a partir de
suas respectivas necessidades. Ou seja, não podemos analisar uma cultura distinta da nossa
a partir do nosso ponto de vista; isso já foi fator motivador de vários conflitos, quando, por
algum motivo, determinada cultura se julga superior ou mais evoluída que outras. O ideal é
que estejamos inseridos na cultura que se investiga. Costumamos valorizar aquilo que faz
parte do nosso cotidiano, pois enxergamos suas utilidades e nos tornamos dependentes des-
sas criações, como, por exemplo, as criações tecnológicas (entendendo por Tecnologia tudo
o que é criado para facilitar a vida humana, diferente de modernidade). E o que faz parte do

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nosso dia a dia, dependendo da cultura – já que, além da distinção temporal, existe a distinção
local – não terá aplicabilidade alguma.
Outras mudanças que podemos observar de acordo com a cultura, são os juízos morais
– nossas ideias e imposições acerca do certo e do errado. Além das diferenças regionais,
tais mudanças podem ser vistas também com o tempo, e é muito provável que algo que
causasse um espanto para uma ou duas gerações anteriores à sua, seja visto por você com
muita naturalidade.
Filosofia e Cultura são assuntos que estão diretamente relacionados. Basta que você
observe a cultura Grega Antiga e relacione suas características com as características da
Filosofia daquela época. Observe a cultura medieval e o pensamento filosófico da época.
Analise a transição da cultura medieval para a moderna e veja como isso refletirá na Filosofia.
Portanto, História, Filosofia e Cultura são assuntos interligados.
Não se esqueça: NÃO existe uma Cultura, o que existem são Culturas!

1.3. Introdução à Filosofia da Arte


Mesmo que existam diferentes definições acerca do conhecimento filosófico, imagino que,
nessa altura do campeonato, você já compreendeu as características intrínsecas da Filosofia.
Sendo assim, que tal você mesmo, baseado em tais características, tentar defini-la? Feito isso,
relacione seu conceito de filosofia com o conceito que você carrega de arte. Conseguiu? Difícil
não é mesmo? “Tá” aí uma característica em comum entre a Filosofia e a Arte, em ambas não
há um consenso quanto à sua definição. Segundo Jorge Coli, em seu livro O que é Arte, a arte é
uma “certa manifestação de atividade humana em que nossos sentimentos são admirativos”;
aí será nosso ponto de partida.
Embora estejam relacionadas e sejam abordadas em conjunto por diversos autores, a
Filosofia da Arte se distingue do conceito de Estética e devemos prestar atenção para que
possamos trabalhar ambas em conjunto ou separadamente.

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A palavra estética – que vemos nos outdoors, propagandas e que tanto relacionamos com
os padrões e procedimentos de beleza – vem do grego “aisthetiké” e pode ser traduzida como
“aquilo que é perceptível”, ou seja, aquilo que percebemos por meio dos nossos sentidos. Em
outras palavras, aquilo que agrada os sentidos e entendemos como Belo. Enquanto disciplina
filosófica, a estética tem como principal objeto de estudo a obra de arte. Assim, da mesma
forma que fazemos juízos morais, juízos de valores, também somos capazes e costumamos
fazer juízo estético acerca das coisas; porém, não existe unanimidade quando o assunto é
uma definição para a o Belo. Alguns filósofos defendem a beleza como algo subjetivo (você
achar ou não algo belo) e outros filósofos defendem a beleza como algo objetivo (uma coisa
é ou não é bela).
Você deve ter em mente sempre a característica problematizadora e investigativa da Fi-
losofia e com a Filosofia da Arte não é diferente. Ela não vai se limitar à abordagem estética
de uma obra de arte (seja ela cênica ou plástica), mas também investiga suas características
que a diferenciam da técnica, se ela possui ou não caráter de entretenimento, possui ou não
responsabilidade social, se pode ou não ser apropriada, se é produzida ou não com finalidade
pré-definidas.
Não é necessário muito esforço para que você compreenda a arte (seja em forma de pin-
turas, esculturas, músicas, filmes, poemas etc.) como um meio de transmissão de alguma
mensagem, como, por exemplo, uma mensagem de cunho político, crítica a padrões estabe-
lecidos, dentre outros.

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Mona Lisa (1503-1507) de Leonardo da Vinci.

Desde a Antiguidade, alguns filósofos, como Platão, debruçaram suas reflexões para nossa
ideia de beleza e da própria arte. O filósofo nos traz uma perspectiva negativa da arte, pois,
segundo ele, existem dois mundos: o inteligível (ideal) e o sensível (percebido pelos sentidos).
Para Platão, o mundo perfeito é o inteligível, permanente, enquanto o mundo sensível é tran-
sitório e múltiplo, apenas uma cópia do mundo ideal. A arte, por sua vez, segundo Platãol, é
uma reprodução do mundo sensível, ou seja, uma cópia da cópia.

A distinção entre mundo inteligível e mundo sensível pode ser compreendida com uma breve
análise do Mito da Caverna de Platão. Resumidamente, o mito conta a história de prisioneiros
que sempre viveram acorrentados numa caverna, de costas para a saída. Esses prisioneiros só
enxergavam, no fundo da caverna, sombras daquilo que passava do lado de fora. Por terem visto
apenas essas sombras a vida toda, tinham elas como verdadeiras. Até que um dia, um prisio-
neiro consegue se libertar e vai em direção à saída da caverna; lá chegando, descobre que as
sombras que ele via eram apenas uma reprodução do mundo real, uma cópia. Ao retornar para
avisar os demais prisioneiros do erro que eles viviam, o fugitivo encontra certa resistência dos
demais, que não queriam negar algo que tiveram contato por toda a vida. O mito faz alusão ao
filósofo que busca sair da caverna – mundo sensível – em direção ao conhecimento – mundo
inteligível.

Já na Filosofia Contemporânea, os filósofos alemães Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor


Adorno (1903-1969) desenvolveram o termo “Indústria Cultural”. Ou seja, uma análise da arte e de
como a utilizam no mundo pós-capitalismo. A Indústria Cultural, de acordo com Adorno, consiste
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num fenômeno em que os bens de valor cultural são produzidos em grande escala e tornam-se
bens de valor econômico. Você já deve ter visto a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, obra desta-
cada acima, de óculos, estampando camisas, bermudas, capas de discos e de cadernos etc. E
qual o objetivo disso? Venda e, por consequência, LUCRO. Mas, para que a venda aconteça de
uma forma satisfatória, é necessário que haja um investimento em publicidade, aí está a relação
entre a Indústria Cultural e os meios de comunicação.
Adorno, portanto, vai fazer uma análise negativa do processo de industrialização da cul-
tura, pois, segundo ele, ao investir na publicidade e nas propagandas em alta velocidade, a
Indústria Cultural não permite que os indivíduos façam uma análise crítica sobre a real neces-
sidade do consumo, pois ver o consumo como uma “oportunidade” o afasta de sua relação
com a necessidade de adquirirmos algo. Assim, temos o que fica conhecido como Cultura
de Massa, um fenômeno no qual os hábitos, o consumo e até mesmo o gosto das pessoas
ficam cada vez mais próximos e padronizados. Já o filósofo Walter Benjamim (1892– 1940)
parte do pressuposto de que essa mesma reprodução artística em larga escala não tem uma
característica necessariamente negativa, pois a arte deixa de ser algo direcionado a um grupo
específico, tornando-se mais acessível por consequência.

1.4. O Intelecto – O Empirismo e Criticismo


Os instrumentos que desenvolvem o conhecimento humano são pautas de estudo e in-
vestigação desde a Antiguidade, mas é no período moderno que essa discussão ganha maior
dimensão, a questão; epistemológica (acerca do conhecimento humano) é uma das maiores
marcas do Filosofia Moderna que, como já vimos anteriormente, novamente reconhece o ser
humano enquanto sujeito construtor de conhecimento, uma quebra de paradigma em relação
ao período medieval. É nesse contexto que conversaremos sobre o que é o Empirismo para,
posteriormente, compreendermos no que consiste o Criticismo.
O pensamento moderno é marcado por uma polarização no conhecimento filosófico. Por
um lado, existiam os pensadores que defendiam o conhecimento humano como resultado
intrínseco à razão (Racionalistas) e, por outro lado, existiam os filósofos que defendiam o co-
nhecimento humano como fruto da nossa experiência sensível (Empiristas). Posteriormente,
é buscada uma superação dessa dicotomia.
Para um esclarecimento mais rápido acerca das máximas do Empirismo, utilizaremos um
dos seus principais expoentes, o filósofo inglês John Locke (1632 – 1704). Locke é considerado
por muitos o pai do Liberalismo, mas não é sobre seu pensamento político que trataremos a
seguir, o que nos importa, nesse sentido, é sua teoria acerca da construção e desenvolvimento
do conhecimento humano.

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John Locke (1632 – 1704).

Do grego empeiria, a palavra empirismo significa “experiência sensível”.


O Empirismo é uma corrente filosófica que destaca a importância da experiência sensível
durante o processo de desenvolvimento do conhecimento humano. Entende-se por experiência
sensível aquilo que podemos perceber por meio de nossos sentidos – audição, olfato, visão,
tato e paladar. Ou seja, o Empirismo não vai compactuar com a ideia de que o conhecimento
humano é uma característica inata, que carregamos naturalmente pelo simples fato de ser-
mos humanos.
John Locke afirma, portanto, que “a mente humana é uma tabula rasa”, o que quer dizer
que, ao nascermos, nossa mente é como uma folha totalmente em branco, sem nenhuma
informação pré-concebida e, à medida em que vamos tendo contato com as coisas por meio
dos nossos sentidos, essa folha vai sendo preenchida. Ou seja, o conhecimento humano é
consequência das informações fornecidas pelos nossos sentidos.
Locke distingue duas fontes para o desenvolvimento de nossas ideias; a primeira é o que
ele chama de sensação (estímulo externo que percebemos por meio dos nossos sentidos, e
a segunda é a reflexão (que faz o processamento das informações passadas pelos sentidos,
e, dessa forma, é limitada às informações transmitidas pela sensação). Ou seja, o ponto de
partida para o conhecimento humano de acordo com John Locke e com o Empirismo, de um
modo geral, são nossas experiências sensíveis.
Já o Criticismo busca uma delimitação entre aquilo que podemos e não podemos conhe-
cer. Como pressupõe o nome, trata-se de uma postura crítica em relação às possibilidades
do nosso conhecimento.

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O PULO DO GATO
Diferente dos filósofos empiristas, os racionalistas defendiam a ideia de que o conhecimento
humano advém da razão, pois as informações transmitidas pelos sentidos podem ser enga-
nosas e nos conduzirem ao erro. Compreender esse debate é importante para a continuidade
sobre o conceito do criticismo.

Ao contrário dos pressupostos oriundos do racionalismo e do empirismo – duas correntes


epistemológicas polarizadas – alguns pensadores do criticismo aceitam e recusam algumas
de suas afirmações, podendo abordá-las de uma maneira autônoma e independente.
Um dos principais pensadores do criticismo foi Immanuel Kant (1724-1804). Alguns autores
definem a filosofia Kantiana como uma tentativa de superação do impasse epistemológico.
Kant acaba indo de acordo com a corrente empirista quando afirma que o conhecimento não
pode preceder a experiência. Por outro lado, o filósofo também concorda que os dados senso-
riais (informações fornecidas por nossos sentidos) só adquirem validade quando ordenados
pela razão. Ou seja, nosso conhecimento é a utilidade do real na medida humana.

Immanuel Kant (1724 – 1804)

004. (PROVA PROFESSOR FILOSOFIA/INSTITUTO FEDERAL-RS/2010) Kant revela


na crítica da Razão Pura que a leitura da obra de Hume o despertou de um sono dogmático.
A partir de Hume, que questiona sobre os limites e possibilidade do ser humano conhecer a
verdade. Kant inaugura uma verdade revolução Copernicana se debruçando sobre o estudo

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das faculdades humanas voltadas para o conhecimento. A revolução copernicana de Kant


consiste basicamente em que?
a) Na transição do método dedutivo para a indução.
b) Na investigação sobre as diferenças entre a razão, os sentimentos e as emoções.
c) No estudo sobre a metafísica tradicional.
d) Na investigação transcendental, ou seja, no estudo racional sobre a verdadeira capacidade
humana para conhecer.
e) Na crítica sobre autores da ciência medieval.

Ao tratarmos sobre o criticismo kantiano, vimos que ele busca uma superação da dicotomia
entre os filósofos racionalistas e empiristas, e, dessa forma, trata-se de uma análise quanto à
capacidade de desenvolvimento do conhecimento humano, ou seja, a alternativa correta é a d.
Portanto, algumas alternativas podem lhe confundir, como a b, que trata sobre “as diferenças da
razão”, tal diferenciação já é explícita em Kant, todavia, o que ele quer é estabelecer seu papel
no conhecimento humano. Buscar uma superação entre debates anteriores remete à ideia de
que Kant critica outros autores; assim, a alternativa e pode lhe parecer correta, mas, vimos que
a questão epistemológica é predominante no período moderno, não no medieval. Não deixe
que a banca examinadora lhe conduza ao erro.
Letra d.

1.5. Democracia e Justiça


O despertar do conhecimento filosófico na Grécia Antiga, conforme visto no início des-
sa aula, também acarretará forte influência no contexto político. O homem, que passa a se
enxergar como construtor de conhecimento, também questionará as imposições que lhes
são feitas cotidianamente, como, por exemplo, as leis, que antes eram decorrentes de inte-
resses divinos. Nesse contexto de questionamento e de fundamentação do raciocínio, bem
como exposições fundamentadas de interesse, vai se desenvolver o que hoje entendemos
por Democracia (Século V a.C). Portanto, as decisões da Pólis (Cidade/Estado) passarão a
ser tomadas coletivamente, de acordo com a vontade da maioria e baseadas em critérios
considerados justos.
O termo Democracia é uma junção de duas palavras gregas (Demos = Povo e Kratos =
Poder). Nesse sentido, não encontraríamos maiores dificuldade em defini-la como um mo-
delo governamental em que a soberania é exercida e as coisas acontecem de acordo com a
vontade do povo.
Mas, muita calma caríssimo(a), novamente temos que ter muita atenção com o simplismo e
superficialidade das coisas, pois o conceito de Democracia relaciona-se diretamente com o conceito

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de cidadão, que mudou muito ao longo da história, permita-me dizer: ainda bem! Na Grécia Antiga,
não eram considerados cidadãos estrangeiros, menores de 21 anos, escravos e mulheres. Assim,
as decisões eram tomadas “democraticamente” em reuniões que se davam na ágora (praça), mas
não eram todos que estavam ou eram considerados habilitados para as respectivas decisões.
Você se recorda que Sócrates, como retratou Platão em Apologia a Sócrates, preferiu a
morte ao exílio? Ou seja, seria considerado um estrangeiro e não participaria das decisões
de sua terra natal, o exílio era visto como uma grande desonra.

Com o desenvolvimento histórico, o conceito de Democracia, bem como o de Cidadão, foi


se modificando; questões políticas e geográficas influenciaram diretamente nisso, pois, com a
ampliação dos Estados, seria impossível exercermos uma Democracia que exigia a presença
de todos os cidadãos numa praça, concorda?! Aí, temos que diferenciar a Democracia Direta
da Democracia Representativa (a partir do século XVII). Na primeira, o povo é a autoridade
soberana, que exerce as funções legislativas e judiciárias; na segunda, o pilar é a soberania
popular, que escolherá os representantes que irão trabalhar de acordo com os interesses do
povo. Independente do cumprimento ou não do seu objetivo, o que vivemos na atualidade é
o modelo democrático representativo.
Então, professor, você está querendo dizer que temos liberdade para escolhermos nossos
representantes, porém, a partir do momento que os mesmos são eleitos, não podemos partici-
par das decisões políticas?

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Não mesmo, mas a colocação é válida. O próprio voto é uma participação, não concorda?
Temos também a ação direta, o plebiscito e o referendo, que são maneiras de intervenção e
consulta popular.

NÃO SE ESQUEÇA!
PLEBISCITO REFERENDO
– Consulta popular que antecede a – Consulta popular posterior à criação
criação de uma lei. de uma lei.

Tivemos acontecimentos recentes no Brasil que exemplificam o quadro acima. Em 2005,


tivemos uma consulta popular sobre o Estatuto do Desarmamento – Referendo. Em 2011,
tivemos uma consulta popular sobre a divisão do Estado do Pará – Plebiscito.
Até aqui, espero que, nesse tópico, você tenha compreendido o que é e como se desenvolveu
a Democracia na história, para então relacionarmos à ideia de justiça. Presos às definições
conceituais, podemos afirmar que justiça é agir e dar a possibilidade de as pessoas viverem
em conformidade com o direito; respeito aos direitos individuais; agir em conformidade com
as leis. Afirmamo$s também que a justiça deve ser e é imparcial etc.
Numa perspectiva filosófica, Aristóteles define justiça em paralelo à ação moral, ou seja,
para ele, a ação justa, correta e considerada virtuosa é aquela que não erra pelo excesso,
assim como não erra pela falta, mas busca uma “justa medida” ou o “meio termo”.
Tanto numa abordagem conceitual quanto numa linguagem filosófica, é possível rela-
cionarmos a ideia de justiça com as ideias que já trabalhamos acerca da Democracia, pois
quando as pessoas estão inseridas num contexto democrático, os conceitos intrínsecos à
justiça devem vigorar, pois ambos pressupõem respeito aos direitos individuais e à própria
individualidade das pessoas, bem como o acesso à lei e a imparcialidade.

Curiosidade: Platão é um dos pensadores que fazem duras críticas ao modelo governamen-
tal democrático, tendo em vista que seu mestre foi “democraticamente” e de maneira injusta
condenado à morte, pois seu julgamento se deu em forma de júri. Portanto, para Platão, as
pessoas são diferentes e devem exercer funções sociais diferentes, propondo uma sociedade
dividida em classes; aqueles que produziam, os responsáveis pela defesa (militares) e aqueles
que governariam, no caso, os sábios – filósofos. Para Platão, não são todas as pessoas que
são capacitadas para participar das decisões de cunho político, ficando claro seu posiciona-
mento contrário ao modelo político democrático.

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1.6. Direitos Humanos


Falar em Direitos Humanos na atual conjuntura exige certos cuidados, pois estamos in-
seridos numa realidade em que as pessoas não estão conformadas com as maneiras pelas
quais estão expostas a todos os tipos de violência, enxergando nos Direitos Humanos uma
espécie de escudo para aqueles(as) que cometem a respectiva violência. Nesse sentindo, é
importante que você, meu(a) amigo(a), procure compreender quais são as motivações, no que
consiste, a quem é direcionado e quais são os objetivos da Declaração Universal dos Direitos
Humanos. O que eu quero dizer com isso é que, por vezes, opiniões de senso comum (já o
definimos anteriormente) nem sempre contribuem para um resultado positivo numa prova.
Outros conhecimentos que lhe auxiliarão na compreensão dos respectivos direitos já
foram discutidos por nós nos tópicos anteriores, então leia as linhas que se seguem adiante
com os conceitos de Democracia e Justiça em mente.
Memorize também os conceitos de Direito Natural e Direito Positivo. A ideia de direito
natural pressupõe que o simples fato de sermos humanos, já nos implica uma série de direi-
tos, como, por exemplo: alimentação, saúde etc. Já o direito positivo é aquele construído, a
lei escrita, relacionado à cultura na qual o mesmo é desenvolvido, como nossa Constituição,
por exemplo.
Vamos lá?
Até aqui, falamos muito sobre o desenvolvimento histórico da Filosofia; nessa altura do
campeonato, desde o momento em que começamos a falar sobre ciência, cultura, artes etc.,
acredito que você, além da compreensão histórica, já tenha certa noção da importância e
das motivações que fazem com que o pensamento filosófico permaneça vivo. Simples, nós
precisamos questionar e, a partir da reflexão, desenvolver nossa forma individualizada de
compreender o mundo.
Pois bem, retomando: a ideia de direito natural é voltada a todos nós enquanto seres huma-
nos, isso quer dizer que nós “somos iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”;
uma leitura mínima do nosso direito positivo (Constituição Federal de 1988) deve ter feito
com que essa frase lhe parecesse familiar, não é mesmo?! Independentemente de sua etnia,
cultura, condição social, religião, definição sexual, você é, antes de tudo, um ser humano e
esse fato, por si só, já lhe implicará uma série de direitos.
Nesse sentido, como pressuposto pelo nome, a ideia de Direitos Humanos se desenvol-
veu para que todos nós tivéssemos o mínimo de direitos pré-definidos e, na medida do pos-
sível, que esses sejam atendidos. Assim, sua criação não é voltada para um grupo seleto de
pessoas escolhidas a dedo ou privilegiadas, é para todos que se encontram na condição de
seres humanos.
Em vários momentos de nossa história, não existiu um órgão que atuasse enquanto um
mediador ou regulador de conflitos, e, dessa forma, muitas guerras aconteceram sem mo-
tivações justificáveis, por conta de expansão geográfica, interesses econômicos e outras

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razões tão desprezíveis quanto as primeiras; por exemplo, o ódio puro contra grupos étnicos
diferentes. Mesmo que as guerras sejam, por si só, consideradas fatos desumanos, elas ainda
acontecem e, quando declaradas, são expostos seus motivos.

Exemplos: Guerra entre EUA e Iraque 2003 (motivação utilizada como justificativa: destruição
das armas químicas do Iraque); Guerra entre EUA e Afeganistão em 2001 (motivação utilizada
como justificativa: combate ao terrorismo).
Ou seja, mesmo que surjam teorias desmentindo ou que desqualifiquem tais “justificativas”,
uma guerra, quando formalmente declarada, não acontece por si só, ela é resultado da falta
de diálogo aparente entre as partes interessadas, um fracasso entre mediadores, o último
estágio de todas as tentativas de acordo.
Foi justamente após a Segunda Guerra Mundial, para que tantas atrocidades e violência
contra a própria natureza humana não fossem repetidas – como o Holocausto – que a ideia
de Direitos Humanos foi desenvolvida. Portanto, a Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos foi criada em 1945 – Organização das Nações Unidas (ONU) – e tem como um dos seus
principais objetivos proporcionar e mediar o diálogo para que conflitos de natureza política,
econômica e até mesmo cultural não aconteça entre os países.

Ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001 atribuído ao grupo fundamentalista Islâmico


Al-Qaeda. Tido como uma das motivações para a Guerra contra o Terrorismo.
Alguns direitos previstos na Constituição Federal de 1988, como o direito à igualdade
perante a lei, saúde, moradia, educação, dentre outros, já foram previstos anteriormente na
Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1945.
Dessa forma, esteja atento(a). Não se prenda a discursos de ódio quanto à utilidade que
é dada aos Direitos Humanos, para que você consiga responder às questões sobre os mes-

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mos; tenha em mente no que eles consistem e, principalmente, quais são os seus objetivos.
Opiniões alheias e pré-julgamentos não serão de muita ajuda nesse momento.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos não pode ser vista e pensada como algo
que visa a benefícios particulares. Trata-se da criação de valores universais e que não são
passíveis de negociação, visam ao direito mútuo em detrimento de privilégios voltados a
determinados grupos.
Aqui, encerramos nossa primeira aula; tenho procurado ser claro e objetivo nas definições
históricas e conceituais. Ao final, memorize os esquemas e resumos de cada tópico. Melhor
ainda(!), procure fazer seus próprios esquemas de memorização e mapeamento mental, lem-
bre-se de que estamos falando de uma evolução cronológica do pensamento humano; é uma
corrente, não perca um elo dela. A seguir, seguirão algumas questões para que você teste sua
compreensão do conteúdo até aqui trabalhado.

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QUESTÕES DE CONCURSO
002. (QUESTÃO INÉDITA) Acerca do conhecimento mitológico, marque a alternativa que
demonstra corretamente algumas de suas características:
a) Requer sistematização lógica.
b) Requer fundamentação racional.
c) Possui caráter religioso.
d) Requer comprovação.
e) É pautado em bases científicas.
003. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre o nascimento da Filosofia, marque a incorreta:
a) Representa o fim da mitologia.
b) Representa o desenvolvimento de um conhecimento fundamentado na razão.
c) A transição de tipos distintos de conhecimento.
d) Busca de compreensão racional do mundo.
e) A valorização da razão enquanto instrumento de conhecimento.
004. (QUESTÃO INÉDITA) Qual a ferramenta para o desenvolvimento do conhecimento hu-
mano na Filosofia antiga?
a) Fé.
b) Mitologia.
c) Ciência.
d) Razão.
e) Todas.
005. (FILOSOFIA/NÍVEL MÉDIO/SOLDADO DO CORPO DE BOMBEIRO/BOMBEIRO
MILITAR MT/FUNCAB/2014) O século XVIII é conhecido como o Século das Luzes. É o
tempo do Iluminismo. Segundo a ética iluminista:
a) as normas da ação moral do homem são estabelecidas pela razão.
b) o agir moral é agir de acordo com os apetites e desejos naturais.
c) o ser moral e o ser religioso são inseparáveis.
d) os valores morais são relativos aos costumes dos povos.
e) a vida virtuosa do homem consiste em aceitar com passividade o destino e o sofrimento.
006. (FILOSOFIA/NÍVEL MÉDIO/SOLDADO DO CORPO DE BOMBEIRO/BOMBEIRO
MILITAR MT/FUNCAB/2014) O cristianismo introduziu novos valores e princípios éticos
na vida dos povos. Uma das ideias fundamentais da ética cristã é a de que:
a) as “intenções invisíveis” não são julgadas moralmente, já que o dever moral se refere as
ações visíveis.
b) a virtude humana compreende a força, a bravura e a tenacidade.

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c) os seres humanos são naturalmente virtuosos e capazes de fazer o bem ao próximo por
vontade consciente.
d) a virtude é a obrigação de cumprir os mandamentos ou ditames da razão.
e) a virtude se define tão somente pela relação entre indivíduos de um mesmo país ou região.
007. (QUESTÃO INÉDITA) Quais momentos dividem a Filosofia Antiga?
a) Patrística e Escolástica.
b) Média e Moderna.
c) Moderna e Contemporânea.
d) a.C e d.C.
e) Pré e pós-socrática.
008. (QUESTÃO INÉDITA) Qual a principal característica da Filosofia pré-socrática?
a) Teocentrismo.
b) Naturalismo.
c) Antropocentrismo.
d) Criticismo.
e) Dogmatismo.
009. (QUESTÃO INÉDITA) Qual a principal característica da Filosofia pós-socrática?
a) Teocentrismo.
b) Naturalismo.
c) Criticismo.
d) Antropocentrismo.
e) Dogmatismo.
010. (QUESTÃO INÉDITA) Para os gregos antigos, o mito era um discurso pronunciado para
pessoas que acreditam ser verdadeira a narrativa apresentada. Os cantores ambulantes da-
vam forma poética aos relatos populares e os recitavam de cor em praça pública. Sobre a
mitologia, é incorreto afirmar-se que:
a) O mito desenvolvia o conhecimento racional do ouvinte.
b) O mito era considerado uma narrativa sagrada.
c) A narrativa mítica trazia sabedoria sobre o universo humano, mesmo que em caráter religioso.
d) No mito, o conhecimento racional não se sobrepõe ao elemento fantástico.
011. (INSTITUTO FEDERAL–RS/2010) Os filósofos pré-socráticos lançaram questões cen-
trais sobre o problema do ser, do conhecer e da origem da natureza, do Universo. Parmênides
e Heráclito são duas referências importantes nesse início da filosofia ocidental que ocorreu
na Grécia Antiga entre os séculos VII e V a.C. Qual é a principal diferença na forma de pensar
entre Heráclito e Parmênides?
a) Heráclito é dialético, e Parmênides é analítico.
b) Heráclito é platônico, e Parmênides é aristotélico.

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c) Heráclito diz que os sentidos enganam, e Parmênides valoriza os sentidos.


d) Heráclito considera que tudo na natureza se transforma, pois todas as coisas estão em cons-
tante movimento e, portanto, conhecer é captar a mudança contínua. Já Parmênides concebe
que conhecer é alcançar o idêntico, imutável.
e) Para Heráclito ninguém consegue se banhar duas vezes no mesmo rio e para Parmênides
todos “os banhos” são iguais.
012. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre a Transição do Mito para a Filosofia, marque a correta:
a) Valoriza o papel da fé.
b) Representa o fim da mitologia.
c) Valoriza o papel da religião.
d) Se deu num processo lento e transitório.
e) Nenhuma alternativa.
013. (ESTADO DO TOCANTINS/FUNDAÇÃO CESGRANRIO/2009) “Todo mundo sabe que os
bebês possuem essa capacidade. Depois de alguns meses na barriga da mãe, eles são empur-
rados para uma realidade completamente diferente. Mas depois, quando crescem, parece que
esta capacidade vai desaparecendo. Como se explica isso?” GAARDNER, Jostein. O mundo
de Sofia, SP: Cia. das Letras, 1995, p. 27. Gaardner fala da “única coisa de que precisamos
para nos tornar bons filósofos”, ou seja, da capacidade humana de:
a) Espantar-se com o mundo.
b) Estudar a história da filosofia.
c) Criticar as diferentes teorias filosóficas.
d) Refletir sobre a ciência e o conhecimento.
e) Entender os princípios da ética e da moral.
014. (QUESTÃO INÉDITA) É atribuído a Heráclito o seguinte pensamento:
a) “Só sei que nada sei.”
b) “Conhece-te a ti mesmo.”
c) “A água é o elemento primordial de todas as coisas.”
d) “Nunca entramos no mesmo rio duas vezes.”
e) “Penso, logo existo.”
015. (QUESTÃO INÉDITA) É considerado o primeiro filósofo grego:
a) Homero.
b) Hesíodo.
C) Ulisses.
d) Tales.
e) Sócrates.

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016. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre o pensamento mítico, pode-se afirmar:


I – Diferentes povos em diferentes épocas produziram seus próprios mitos.
II – O ponto comum entre as diferentes concepções míticas é a busca por dar sentido ao mundo,
por dar uma explicação para os fenômenos desconhecidos.
III – O pensamento mítico existiu apenas na Grécia antiga e depois não ocorreu em nenhum
outro lugar ou em outra época. Assinale alternativa que possui a informação correta:
a) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
017. (QUESTÃO INÉDITA) Marca a Filosofia pós-Socrática:
a) Teocentrismo.
b) Antropocentrismo.
c) Naturalismo.
d) Todas alternativas.
018. (QUESTÃO INÉDITA) O método socrático é conhecido como:
a) Maiêutica.
b) Arché.
c) Devir.
d) Ser.
e) Escolástica.
019. (QUESTÃO INÉDITA) Maiêutica, um dos inúmeros métodos de exercício e desenvolvi-
mento da Filosofia significa:
a) Homem no centro.
b) Deus no centro.
c) Naturalismo.
d) Parto de ideias.
e) Constante transformação.
020. (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL–SP/USCS/2009) Só-
crates foi considerado um dos maiores sábios da humanidade. Nada deixou escrito. Suas
ideias foram divulgadas por dois de seus discípulos, Xenofonte e Platão. O ponto de partida
da filosofia socrática encontra-se no fato de que:
a) A verdadeira filosofia encontra-se na physis, na natureza, cabendo ao homem buscá-la com
todos os seus esforços.
b) A verdade não está ao alcance dos seres humanos.

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c) O primeiro passo em direção à verdade é o reconhecimento da ignorância.


d) A aquisição do conhecimento se dá por meio da retórica.
021. (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL–SP/USCS/2009) Sócrates
inaugura o período clássico da filosofia grega, também chamado de período antropológico.
O problema do conhecimento passou a ser uma problemática central na filosofia socrática,
pois “a briga” de Sócrates com os sofistas tinha por objetivo resgatar o amor pela sabedoria
e a valorização pela busca da verdade. Nesse contexto, Sócrates inaugura seu método que se
fundamenta em dois princípios básicos, que são:
a) A indução e dedução das verdades lógicas.
b) A doxa e o lógos convergindo para o conceito racional.
c) A ironia e a Maiêutica enquanto caminhos para conhecer a verdade através do autoconheci-
mento (conhecer-te a ti mesmo).
d) O diálogo e a dúvida dialética.
e) A amizade e a justiça social.
022. (PREFEITURA MUNICIPAL DE BARUERI–SP/2006) A filósofa Terezinha Rios
mostra que as utopias nos fazem caminhar, e que só há diálogo nas diferenças. Os filósofos
têm em comum com as crianças o fato de serem:
a) “Calados”, reflexivos capazes de aceitar explicações mesmo sem compreender os temas.
b) “Enxeridos”, tudo querem saber e exigem explicações prolongadas e minuciosas.
c) “Cabeçudos”, ideias fixas. Quando defendem uma ideia não aceitam a existência de outras
maneiras de pensar.
d) “Perguntadeiros”, não admitem respostas definitivas. Não querem apenas explicações, que-
rem compreender.
e) “Barulhentos” semelhantes a um bando de latas que rolam a ladeira abaixo, num movimento
aparentemente caótico.
023. (QUESTÃO INÉDITA) Marca a Filosofia Medieval:
a) Valorização da razão.
b) Valorização da fé.
c) O dogmatismo.
d) O antropocentrismo.
e) O criticismo.
024. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre Sócrates é incorreto afirmar:
a) É tido como um dos responsáveis pela transição do naturalismo para o antropocentrismo
na Filosofia antiga.
b) Nunca escreveu uma obra.
c) Foi julgado e condenado.

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d) Mesmo com alternativas, preferiu a morte quando sentenciado.


e) Todas as alternativas estão incorretas;
025. (QUESTÃO INÉDITA) Marque a alternativa que menciona corretamente uma caracterís-
tica do período moderno da Filosofia:
a) Revalorização da razão.
b) Valorização do conhecimento religioso.
c) A Filosofia se relaciona com os dogmas do cristianismo.
d) Revalorização da fé.
e) Conciliação entre fé e razão.
026. (QUESTÃO INÉDITA) São filósofos pré-socráticos:
a) Heráclito e Parmênides.
b) Platão e Aristóteles.
c) Heráclito e Augusto Comte.
d) Parmênides e John Locke.
e) Aristóteles e Karl Popper.
027. (QUESTÃO INÉDITA) Marque a correta. Para o Racionalismo:
a) O conhecimento advém da razão.
b) O conhecimento advém da experiência sensível.
c) O conhecimento é uma dádiva divina.
d) O conhecimento é inatingível.
e) Nenhuma alternativa.
028. (QUESTÃO INÉDITA) Marque a correta. Para o Empirismo:
a) O conhecimento advém da razão.
b) O conhecimento advém da experiência sensível.
c) O conhecimento é uma dádiva divina.
d) O conhecimento é inatingível.
e) Nenhuma alternativa.
029. (QUESTÃO INÉDITA) Marque a correta. O Criticismo:
a) Defende que conhecimento advém da razão.
b) Defende que conhecimento advém da experiência sensível.
c) Afirma conhecimento é uma dádiva divina.
d) Afirma que o conhecimento é inatingível.
e) Busca uma superação da dicotomia entre racionalistas e empiristas.

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030. (QUESTÃO INÉDITA) Em relação à Alegoria da caverna de Platão, leia as interpreta-


ções a seguir:
I – Os homens presos no interior da caverna são as pessoas presas às crenças e aos hábitos
do senso comum.
II – A saída da caverna é um processo lento e gradativo que poderá ser atingido por aqueles
que passem a questionar e a refletir filosoficamente sobre as crenças e os hábitos.
III – Aquele que sai da caverna é o filósofo ou sábio. Ao contemplar a verdade fora dela, ele se lembrará
de seus antigos companheiros. Ele não deve voltar à caverna para tentar libertar seus companheiros,
pois corre o risco de ser incompreendido e morto.
Está(ão) correta(s):
a) I.
b) I e II.
c) II.
d) I e III.
031. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre a Filosofia da Arte, marque a correta:
a) Pode se relacionar com a questão estética.
b) Volta-se a compreensão da arte.
c) Volta-se aos fins da arte.
d) Investiga a abordagem política da arte.
e) Todas as alternativas.
Dica: utilize a característica de saber crítico do conhecimento filosófico como gancho para
relacioná-lo com outros contextos.
032. (PROVA DE PEDAGOGIA/ENADE/2008) A racionalidade científica, forma domi-
nante de pensar e de agir na Modernidade, transformou o homem e sua ação em objetos de
investigação. Passaram a ser tratados da mesma forma que as “coisas” e os fenômenos da
natureza, como “objetos” fixos, imutáveis. O historicismo veio a se opor a essa perspectiva
positivista, chamando a atenção para a dimensão histórica, HISTÓRIA DO PENSAMENTO FI-
LOSÓFICO da existência, do mundo e da sociedade. As vertentes da pesquisa em educação
que acompanharam essa discussão incorporaram ideias do historicismo e trouxeram para a
prática da investigação o pressuposto de que:
a) a pesquisa educacional supõe a existência de métodos previamente definidos.
b) a objetividade e a universalidade do conhecimento são garantidas pelos métodos de pesquisa.
c) a metodologia da pesquisa determina a produção dos conhecimentos histórico-educacionais.
d) o conhecimento da realidade só é possível por meio do controle do fenômeno educacional.
e) o conhecimento educacional depende da compreensão dos processos sócio-históricos.
033. (QUESTÃO INÉDITA) Alguns pensadores se debruçaram sobre as manifestações artís-
ticas. Adorno cunhou o conceito de Indústria cultural que se refere:

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Júlio Amaro

a) Valorização da arte como bem cultural.


b) Representação artística a um público específico.
c) Transformação da arte em bem de valor econômico.
d) Todas alternativas.
034. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre a Filosofia da Ciência, marque a incorreta:
a) Investiga os métodos científicos.
b) Reconhece o conhecimento científico como superior ao filosófico.
c) Investiga os fins da ciência.
d) Questiona e busca compreender os meios científicos.
e) Todas as alternativas.
035. (QUESTÃO INÉDITA) Pode ser utilizada como uma definição do termo cultura:
a) Tudo que existe por si só.
b) Não requer intervenção humana.
c) Refere-se à natureza.
d) Tudo que existe a partir da intervenção humana.
e) Nenhuma alternativa.
036. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre cultura, é incorreto afirma que:
a) Trata-se da intervenção do homem no meio natural.
b) Pode ser utilizada como uma característica de diferenciação entre os seres humanos e de-
mais espécies.
c) Características de povos específicos.
d) Capacidade de transformar a natureza para benefício da humanidade.
e) Refere-se a hábitos e costumes.
037. (QUESTÃO INÉDITA) Ao afirmar que “a mente humana é uma tabula rasa” John Locke
vai de acordo com os preceitos do (a):
a) Cristianismo.
b) Dogmatismo.
c) Racionalismo.
d) Criticismo.
e) Empirismo.
038. (QUESTÃO INÉDITA) A questão epistemológica é uma das maiores discussões da Filo-
sofia Moderna, o que pressupõe uma discussão entre:
a) Filósofos e Cristãos.
b) Pré e Pós-Socráticos.
c) Filósofos da Patrística e da Escolástica.
d) Céticos e Racionalistas.
e) Racionalistas e Empiristas.

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039. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre a transição do período pré para o pós-socrático, marque
a correta:
a) O naturalismo é substituído pelo antropocentrismo.
b) O teocentrismo é substituído pelo naturalismo.
c) O dogmatismo é substituído pelo criticismo.
d) O antropocentrismo é substituído pelo teocentrismo.
040. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre a transição do período antigo para o medieval, marque
a correta:
a) A razão foi revalorizada.
b) O antropocentrismo foi substituído pelo teocentrismo.
c) A fé é subordinada à razão.
d) O homem se vê como construtor de conhecimento.
e) Filosofia e Igreja são desvinculadas.
041. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre a transição do período medieval para o moderno marque a
incorreta:
a) A razão foi revalorizada.
b) O antropocentrismo foi substituído pelo teocentrismo.
c) A razão se sobrepõe à fé.
d) O homem novamente se vê como construtor de conhecimento.
e) Filosofia e Igreja são desvinculadas.
042. (QUESTÃO INÉDITA) Numa perspectiva etimológica, qual definição pode ser dada ao
termo Democracia?
a) Pode de um Soberano.
b) Poder ao Rei.
c) Poder do Povo.
d) Poder de um grupo.
e) Poder de Um.
043. (QUESTÃO INÉDITA) A ideia que temos de Democracia no mundo atual é resultado de
um processo longo e transitório. Tal ideia se desenvolve na Grécia Antiga onde aqueles que
eram considerados cidadãos tomavam as decisões de interesse coletivo. Assim marque a
alternativa que aponta aqueles que não eram considerados cidadãos:
a) Mulheres.
b) Escravos.
c) Estrangeiros.
d) Menores de 21 anos.
e) Todas as alternativas

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044. (QUESTÃO INÉDITA) Marque a alternativa que demonstra corretamente quais são as
maneiras de participação popular dentro de um regime de Democracia Representativa.
a) Ação Direta.
b) Voto.
c) Plebiscito.
d) Referendo.
e) Todas as alternativas.
045. (QUESTÃO INÉDITA) Qual o modelo democrático exercido na atualidade no Brasil?
Marque a correta:
a) Democracia Direta.
b) Democracia Indicativa.
c) Democracia Classista.
d) Democracia Representativa.
e) Todas as alternativas anteriores.
046. (QUESTÃO INÉDITA) São objetivos da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
a) Promover a segregação étnica.
b) Promover a separação política entre os países.
c) Mediar relações comerciais.
d) Defender direitos dos seres humanos enquanto tais e mediar conflitos.
e) Todas as alternativas.
047. (PROFESSOR DE FILOSOFIA/PREFEITURA DE SÃO PAULO/FUNDAÇÃO CARLOS
CHAGAS/2007) A irrefutabilidade não é uma virtude, como frequentemente se pensa, mas
um vício. K. Popper.
A partir do trecho acima, é correto afirmar que, para Popper, as teorias:
a) Só podem ser consideradas científicas se tomadas como modelos analógicos sem valor ou
pretensão de verdade.
b) Só podem ser consideradas científicas depois de confirmadas por pelo menos um tes-
te metódico.
c) Só podem ser consideradas científicas quando enunciam conjecturas cujas implicações ou
consequências sejam passíveis de refutação através de testes.
d) Científicas constituem modelos – ou paradigmas – cuja correspondência com a realidade
empírica não é possível verificar.
e) Científicas constituem um conjunto de hipóteses verificadas e aceitas como verdades históricas.
048. (PROFESSOR DE FILOSOFIA/PREFEITURA DE SÃO PAULO/FUNDAÇÃO CARLOS CHA-
GAS 2007) De fato, é no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu,
constituiu-se e formou-se.
Essa frase de Vernant é uma síntese de sua tese, segundo a qual:

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a) A racionalidade, da forma que conhecemos, só existe a partir da Filosofia de Platão.


b) O surgimento da Filosofia tem profunda conexão com o desenvolvimento da vida pública
das cidades gregas.
c) A preocupação com a ciência política é o ponto em comum entre as doutrinas pré-socráticas.
d) A Democracia ateniense surge como produto da ética e da filosofia política dos séculos
VII e VI a.C.
e) O desenvolvimento da razão se deve ao intenso envolvimento político dos filósofos do pe-
ríodo helenístico.
049. (QUESTÃO INÉDITA) A Filosofia contemporânea se volta para:
a) Desenvolvimento da Razão.
b) Questões próprias da humanidade.
c) Valorização da razão.
d) Questões acerca da natureza.
e) Cosmologia.
050. (QUESTÃO INÉDITA) Além de racional é correto afirmar que o ser humano é um ser
cultural, pois:
a) Desenvolve hábitos e costumes.
b) Desenvolve conhecimento em relação com outros povos.
c) Intervém na natureza.
d) Transforma a natureza para benefício próprio.
e) Todas as alternativas anteriores.
051. (QUESTÃO INÉDITA) Ao tratar da discriminação moral contra determinados seres por
pertencerem a uma espécie específica, o filósofo Peter Singer sugere, por exemplo, uma
crítica à metodologia científica que recorre aos testes em animais para fins humanos. Tal
discriminação fica conhecida como:
a) Especismo.
b) Criticismo.
c) Dogmatismo.
d) Expansionismo.
e) Empirismo.

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GABARITO
1. c 37. e
2. a 38. a
3. d 39. b
4. a 40. b
5. a 41. c
6. e 42. e
7. b 43. e
8. d 44. d
9. a 45. d
10. d 46. c
11. d 47. b
12. a 48. b
13. d 49. e
14. d 50. a
15. c
16. b
17. a
18. d
19. c
20. c
21. d
22. b
23. e
24. a
25. a
26. a
27. b
28. e
29. b
30. e
31. e
32. c
33. b
34. d
35. c
36. e

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QUESTÕES COMENTADAS
002. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre o nascimento da Filosofia, marque a incorreta:
a) Representa o fim da mitologia.
b) Representa o desenvolvimento de um conhecimento fundamentado na razão.
c) A transição de tipos distintos de conhecimento.
d) Busca de compreensão racional do mundo.
e) A valorização da razão enquanto instrumento de conhecimento.

Mesmo que o nascimento do conhecimento filosófico tenha representado uma quebra de para-
digma, muita atenção às questões que tentem colocá-lo em sobreposição à mitologia. Trata-se
de um processo transitório.
Letra a.

005. (FILOSOFIA/NÍVEL MÉDIO/SOLDADO DO CORPO DE BOMBEIRO/BOMBEIRO


MILITAR MT/FUNCAB/2014) O cristianismo introduziu novos valores e princípios éticos
na vida dos povos. Uma das ideias fundamentais da ética cristã é a de que:
a) as “intenções invisíveis” não são julgadas moralmente, já que o dever moral se refere as
ações visíveis.
b) a virtude humana compreende a força, a bravura e a tenacidade.
c) os seres humanos são naturalmente virtuosos e capazes de fazer o bem ao próximo por
vontade consciente.
d) a virtude é a obrigação de cumprir os mandamentos ou ditames da razão.
e) a virtude se define tão somente pela relação entre indivíduos de um mesmo país ou região.

Uma memorização acerca das características de cada momento é uma ótima ferramenta para
a interpretação das questões. Nesse sentido, associe Filosofia medieval à valorização da fé e
à sua relação com o Clero.
Letra a.

010. (INSTITUTO FEDERAL–RS/2010) Os filósofos pré-socráticos lançaram questões cen-


trais sobre o problema do ser, do conhecer e da origem da natureza, do Universo. Parmênides
e Heráclito são duas referências importantes nesse início da filosofia ocidental que ocorreu
na Grécia Antiga entre os séculos VII e V a.C. Qual é a principal diferença na forma de pensar
entre Heráclito e Parmênides?

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a) Heráclito é dialético, e Parmênides é analítico.


b) Heráclito é platônico, e Parmênides é aristotélico.
c) Heráclito diz que os sentidos enganam, e Parmênides valoriza os sentidos.
d) Heráclito considera que tudo na natureza se transforma, pois todas as coisas estão em cons-
tante movimento e, portanto, conhecer é captar a mudança contínua. Já Parmênides concebe
que conhecer é alcançar o idêntico, imutável.
e) Para Heráclito ninguém consegue se banhar duas vezes no mesmo rio e para Parmênides
todos “os banhos” são iguais.

A alternativa e pode lhe confundir, mas memorize que os pré-socráticos buscam compreender
uma substância que tenha dado origem a tudo, não nossa ação, como, no exemplo, “o banho”.
Letra d.

012. (ESTADO DO TOCANTINS/FUNDAÇÃO CESGRANRIO/2009) “Todo mundo sabe que os


bebês possuem essa capacidade. Depois de alguns meses na barriga da mãe, eles são empur-
rados para uma realidade completamente diferente. Mas depois, quando crescem, parece que
esta capacidade vai desaparecendo. Como se explica isso?” GAARDNER, Jostein. O mundo
de Sofia, SP: Cia. das Letras, 1995, p. 27. Gaardner fala da “única coisa de que precisamos
para nos tornar bons filósofos”, ou seja, da capacidade humana de:
a) Espantar-se com o mundo.
b) Estudar a história da filosofia.
c) Criticar as diferentes teorias filosóficas.
d) Refletir sobre a ciência e o conhecimento.
e) Entender os princípios da ética e da moral.

Não confunda o conceito de Filosofia com sua aplicação em determinada área, como “Filosofia
da Ciência”, por exemplo. A curiosidade e o espanto são características que iniciam o pensar
filosófico.
Letra a.

014. (QUESTÃO INÉDITA) É considerado o primeiro filósofo grego:


a) Homero.
b) Hesíodo.
c) Ulisses.
d) Tales.
e) Sócrates.

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O senso comum associa Filosofia ao nome Sócrates, lembre-se de que existe a Filosofia pré-so-
crática para não se enganar quando utilizarem erroneamente Sócrates como o primeiro filósofo.
Letra d.

019. (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL–SP/USCS/2009) Só-


crates foi considerado um dos maiores sábios da humanidade. Nada deixou escrito. Suas
ideias foram divulgadas por dois de seus discípulos, Xenofonte e Platão. O ponto de partida
da filosofia socrática encontra-se no fato de que:
a) A verdadeira filosofia encontra-se na physis, na natureza, cabendo ao homem buscá-la com
todos os seus esforços.
b) A verdade não está ao alcance dos seres humanos.
c) O primeiro passo em direção à verdade é o reconhecimento da ignorância.
d) A aquisição do conhecimento se dá por meio da retórica.

Reconhecer sua ignorância é o ponto-chave para se abrir a novos conhecimentos de acordo


com Sócrates.
Letra c.

023. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre Sócrates é incorreto afirmar:


a) É tido como um dos responsáveis pela transição do naturalismo para o antropocentrismo
na Filosofia antiga.
b) Nunca escreveu uma obra.
c) Foi julgado e condenado.
d) Mesmo com alternativas, preferiu a morte quando sentenciado.
e) Todas as alternativas estão incorretas;

Questão que, além do conhecimento na área, exige atenção. Perceba que o comando solicita
que seja marcada a alternativa incorreta, porém, todas estão corretas, exceto a alternativa e,
que afirma que as anteriores estão incorretas.
Letra e.

025. (QUESTÃO INÉDITA) São filósofos pré-socráticos:


a) Heráclito e Parmênides.
b) Platão e Aristóteles.

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c) Heráclito e Augusto Comte.


d) Parmênides e John Locke.
e) Aristóteles e Karl Popper.

Algumas alternativas mencionam apenas um filósofo pré-socrático em conjunto com um pós-


-socrático. Todavia, o comando da questão solicita apenas filósofos que antecederam Sócra-
tes. Atenção.
Letra a.

031. (PROVA DE PEDAGOGIA/ENADE/2008) A racionalidade científica, forma domi-


nante de pensar e de agir na Modernidade, transformou o homem e sua ação em objetos de
investigação. Passaram a ser tratados da mesma forma que as “coisas” e os fenômenos da
natureza, como “objetos” fixos, imutáveis. O historicismo veio a se opor a essa perspectiva
positivista, chamando a atenção para a dimensão histórica, HISTÓRIA DO PENSAMENTO FI-
LOSÓFICO da existência, do mundo e da sociedade. As vertentes da pesquisa em educação
que acompanharam essa discussão incorporaram ideias do historicismo e trouxeram para a
prática da investigação o pressuposto de que:
a) a pesquisa educacional supõe a existência de métodos previamente definidos.
b) a objetividade e a universalidade do conhecimento são garantidas pelos métodos de pesquisa.
c) a metodologia da pesquisa determina a produção dos conhecimentos histórico-educacionais.
d) o conhecimento da realidade só é possível por meio do controle do fenômeno educacional.
e) o conhecimento educacional depende da compreensão dos processos sócio-históricos.

A alternativa correta é letra e, por ressaltar a importância da história no desenvolvimento do co-


nhecimento humano. A história da Filosofia propriamente dita pode ser utilizada para tal análise.
Letra e.

032. (QUESTÃO INÉDITA) Alguns pensadores se debruçaram sobre as manifestações artís-


ticas. Adorno cunhou o conceito de Indústria cultural que se refere:
a) Valorização da arte como bem cultural.
b) Representação artística a um público específico.
c) Transformação da arte em bem de valor econômico.
d) Todas alternativas.

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Introdução à Filosofia
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Mesmo que você não memorize todos os conceitos discutidos, uma associação lógica de ter-
mos pode lhe auxiliar na resolução de uma questão. Indústria remete à produção, que, por sua
vez, objetiva o lucro.
Letra c.

035. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre cultura, é incorreto afirma que:


a) Trata-se da intervenção do homem no meio natural.
b) Pode ser utilizada como uma característica de diferenciação entre os seres humanos e de-
mais espécies.
c) Características de povos específicos.
d) Capacidade de transformar a natureza para benefício da humanidade.
e) Refere-se a hábitos e costumes.

Lembre-se de que o ser humano é, dentre outras características, um ser cultural. Portanto,
qualquer questão ou alternativa que coloque a cultural como algo específico de determinado
grupo, desconsidere.
Letra c.

038. (QUESTÃO INÉDITA) Sobre a transição do período pré para o pós-socrático, marque
a correta:
a) O naturalismo é substituído pelo antropocentrismo.
b) O teocentrismo é substituído pelo naturalismo.
c) O dogmatismo é substituído pelo criticismo.
d) O antropocentrismo é substituído pelo teocentrismo.

Muita atenção ao fazer a distinção cronológica da Filosofia; os momentos pré e pós-socrático


correspondem apenas à Filosofia Antiga. Lembrando que existe Filosofia Antiga, Medieval,
Moderna etc.
Letra a.

044. (QUESTÃO INÉDITA) Qual o modelo democrático exercido na atualidade no Brasil?


Marque a correta:
a) Democracia Direta.
b) Democracia Indicativa.

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c) Democracia Classista.
d) Democracia Representativa.
e) Todas as alternativas anteriores.

Lembre-se do fato de que a Democracia iniciada na Grécia Antiga se tornou inviável para o de-
senvolvimento histórico, pois, além de mudanças geográficas e populacionais, o conceito de
cidadão é modificado no decorrer do tempo. Portanto, exercemos um modelo democrático em
que nossos representantes políticos são eleitos para mandatos provisórios.
Letra d.

045. (QUESTÃO INÉDITA) São objetivos da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
a) Promover a segregação étnica.
b) Promover a separação política entre os países.
c) Mediar relações comerciais.
d) Defender direitos dos seres humanos enquanto tais e mediar conflitos.
e) Todas as alternativas.

Quanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tenha em mente que se trata do conjunto
de direitos do ser humano enquanto tal, não algo de um povo ou para beneficiar grupos específi-
cos. Todos nós, enquanto humanos, possuímos os direitos previstos por tal Declaração. Letra d.

046. (PROFESSOR DE FILOSOFIA/PREFEITURA DE SÃO PAULO/FUNDAÇÃO CARLOS


CHAGAS/2007) A irrefutabilidade não é uma virtude, como frequentemente se pensa, mas
um vício. K. Popper.
A partir do trecho acima, é correto afirmar que, para Popper, as teorias:
a) Só podem ser consideradas científicas se tomadas como modelos analógicos sem valor ou
pretensão de verdade.
b) Só podem ser consideradas científicas depois de confirmadas por pelo menos um tes-
te metódico.
c) Só podem ser consideradas científicas quando enunciam conjecturas cujas implicações ou
consequências sejam passíveis de refutação através de testes.
d) Científicas constituem modelos – ou paradigmas – cuja correspondência com a realidade
empírica não é possível verificar.
e) Científicas constituem um conjunto de hipóteses verificadas e aceitas como verdades
históricas.

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Uma memorização que pode lhe auxiliar nas questões que envolvem Filosofia da Ciência é a
problematização que é feita acerca da supervalorização que é dada ao conhecimento científico,
o enxergando como algo inquestionável.
Letra c.

049. (QUESTÃO INÉDITA) Além de racional é correto afirmar que o ser humano é um ser
cultural, pois:
a) Desenvolve hábitos e costumes.
b) Desenvolve conhecimento em relação com outros povos.
c) Intervém na natureza.
d) Transforma a natureza para benefício próprio.
e) Todas as alternativas anteriores.

Lembre-se de que, aos falarmos de cultura, a abordagem é a mais diversificada possível; daí
tamanha generalização apontando todas as alternativas enquanto corretas.
Letra e.

050. (QUESTÃO INÉDITA) Ao tratar da discriminação moral contra determinados seres por
pertencerem a uma espécie específica, o filósofo Peter Singer sugere, por exemplo, uma
crítica à metodologia científica que recorre aos testes em animais para fins humanos. Tal
discriminação fica conhecida como:
a) Especismo.
b) Criticismo.
c) Dogmatismo.
d) Expansionismo.
e) Empirismo.

Esteja atento aos termos dos enunciados e relacione-os com as alternativas. Especismo é uma
derivação da palavra Espécie.
Letra a.

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Professor de Cursinho para Concursos, Possui graduação em Filosofia pelo Instituto de Ensino Superior do
Centro Oeste (2010). Tem experiência na área de Filosofia, com regência nos níveis fundamental, médio e
superior. Pós graduado em Docência do Ensino Superior e Gestão & Orientação Educacional, exercendo re-
gência de Ciências Sociais, Sociologia e Filosofia para o os respectivos níveis de ensino, preparatórios para
concursos e vestibulares. Em atual exercício pela Secretaria de Educação do Distrito Federal e Universidades
Planalto do Distrito Federal - UNIPLAN.

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