Filosofia e Políticas Educacionais
Filosofia e Políticas Educacionais
Filosofia e Políticas Educacionais
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
8 FILOSOFIA CLÁSSICA............................................................................. 19
11 ÉTICA .................................................................................................... 23
12 MORAL .................................................................................................. 25
1
16.1 Quadro I: Médias a serem atingidas pelas escolas públicas no IDEB e
no PISA até 2021 ................................................................................................... 45
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
3
2 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
Este ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja
pelo conteúdo ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela
forma como trata tais temas.
Com relação aos conteúdos, contemporaneamente, a Filosofia trata de
conceitos como o bem, beleza, justiça, verdade. Mas, nem sempre a Filosofia tratou
de temas selecionados, como os indicados acima. Inicialmente, na Grécia, a Filosofia
tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma separação entre
ciência e filosofia, incorporava todo o saber.
No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a
que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do
mundo até então vigente.
A filosofia em sua trajetória histórica procura resposta as questões percebidas
e a cada época são respondidas a partir de diferentes reflexões que constituem
correntes ou escolas de pensamentos. Platão (427-347a.C) e Aristóteles (384-322
a.C) deram à filosofia uma de suas melhores definições. Eles viram a filosofia como
um discurso admirado e espantado com o mundo. A filosofia faz, na concepção
tradicional que aparece em Platão e Aristóteles, ou seja, põe certas perguntas que
nos obrigam a olhar o banal como não mais banal. A filosofia, então, é o vocabulário
4
com o qual desbanalizamos o banal. Tudo com o qual estamos acostumados torna-
se motivo para uma suspeita, tudo que é corriqueiro fica sob o crivo de uma sentença
indignada, e então deixamos de nos aceitar como acostumados com as coisas que
até então estão estávamos acostumados.
5
a maioria das ações que praticamos em virtude de critérios de eficiência ou prudência,
como se fossem demasiado básicos para justificarem um exame racional).
3 CONCEPÇÕES DE HOMEM
6
questão antropológica. Selecionamos, então, como temática primeira de nossos
encontros as concepções de homem, de modo bastante sucinto, mesmo porque o ser-
humano – o animal que pensa – é o grande garimpeiro de uma longa atividade de
escavação que é a filosofia.
7
3.3 Concepção histórico social
8
forma de entendimento que tanto propicia a compreensão de sua existência, em
termos de significado, como oferece um direcionamento para sua ação. A filosofia é o
campo de entendimento que, quando nos apropriamos dele, nos percebemos
refletindo sobre a cotidianidade dos seres humanos: Desde as coisas mais simples
até as mais complexas. O ato de filosofar não é unicamente um processo individual,
mas também um processo que possui uma contrapartida social.
Ao colocar-se na posição de que o homem, ser da natureza, constitui entre
muitos outros cósmicos, físicos, biológicos, um agente da transformação do universo,
a filosofia situou na experiência de campo e processo dessas contínuas
metamorfoses. Não agimos por agir. Agimos por certa finalidade, que pode ser mais
ampla ou restrita; as finalidades mais amplas são aquelas que se referem ao sentido
da existência, busca o bem da sociedade, lutar pela emancipação dos oprimidos, e
assim por diante.
Isso porque está certo que a vida só tem sentido se vivido em função de valores
dignos e dignificantes. Todos têm uma forma de compreender o mundo, ninguém age
no escuro, sem saber onde vai ou porque vai. Só se pode agir a partir de um
esclarecimento do mundo e de uma realidade.
Todos vivem de uma concepção do mundo, agem e se comportam de acordo
com uma significação inconsciente que emprestam a vida. E neste sentido que
podemos dizer que todo homem e filósofo. Todos temos uma filosofia de vida, ou seja,
nos orientamos por valores implícitos (inconsciente) ou explícitos (conscientes).
Quando falamos em filosofia de vida queremos dizer que esse direcionamento
diário inconsciente pode ocorrer da massificação, do senso comum, que adquirimos e
acumulamos espontaneamente. Não é possível viver sem pensar, uma das
características do homem e a necessidade, de não só conhecer a natureza a fim de
poder transformá-la pelo trabalho, mas a necessidade de compreender-se a si
mesmo.
Não há, portanto, vida humana consciente de si mesma sem reflexão filosófica,
sem reflexão crítica sobre o real, considerado em sua totalidade. A filosofia vai
coincidir com que se chama de processo de consciência ou conscientização, tanto no
sentido do tempo como no julgamento (Reflexão Crítica). Não existe um modelo de
homem, é impossível existir um homem padrão, um modelo que todos deveriam seguir
9
à risca. O que existe é uma condição humana que resulta do conjunto das relações
humana, de sua vocação como homem.
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Dar um sentido ao mundo no diálogo das consciências, é existir plenamente
como homem e, portanto, existir plenamente como sujeito do processo
histórico (HUSSERL,1965, apud SCARIOTTO, 2007, p.20).
11
homem pode ser tratado apenas como um meio ou a de que o estabelecimento de um
governo depende do consentimento dos governado.
No âmbito da política, a influência das concepções filosóficas tem sido
expressiva. É inegável que a influência da filosofia sobre a política pode às vezes ser
nefasta: os filósofos alemães do século XIX podem ser parcialmente
responsabilizados pelo desenvolvimento de um nacionalismo exacerbado que
posteriormente veio a assumir formas bastante deturpadas. Todavia, não resta dúvida
de que essa responsabilidade tem sido frequentemente muito exagerada, sendo difícil
determiná-la exatamente, o que se deve ao fato de aqueles filósofos terem sido
obscuros.
Contudo, se uma filosofia de má qualidade pode exercer influência nefasta
sobre a política, com as filosofias de boa qualidade pode ocorrer o contrário. Não há
meios de impedir tais influências sendo, portanto extremamente oportuno que
dediquemos especial atenção à filosofia com o intuito de constatar se concepções que
exerceram alguma influência foram mais positivas do que nefastas.
5 PERÍODOS DA FILOSOFIA
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A filosofia possui um grande valor para as pessoas que vivem nesse mundo
complicado. Muitas delas não têm fundamentos ou crenças que norteiem suas vidas.
A filosofia pode fornecer-lhes uma estrutura racional, com a qual podem pensar. Ao
aceitar uma determinada corrente filosófica, o homem tem possibilidade de começar
a buscar certos objetos e dirigir seu comportamento. Por exemplo, um estoico tenta
dominar suas emoções; um epicurista busca a felicidade através do prazer; o
racionalista tenta chegar ao conhecimento através da razão; o cristão luta pela
salvação através da graça e dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Cada conjunto de crenças leva a um determinado modo de pensar e a um
comportamento diferente. A filosofia também examina fundamentos de outros
estudos. Pergunta ao cientista social o que acredita ser a natureza do homem. Indaga
ao físico por que utiliza o método científico. A filosofia procura organizar as conclusões
das várias ciências para mostrar os diversos modos como estão relacionadas.
6 FILOSOFIA OCIDENTAL
Fonte: pixers.be
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Filosofia da História: estudo sobre a dimensão temporal da existência humana
como existência sócio-política e cultural; teorias do progresso, da evolução e teorias
da descontinuidade histórica; significado das diferenças culturais e históricas, suas
razões e consequências.
Filosofia da arte ou estética: estudo das formas de arte, do trabalho artístico;
ideia de obra de arte e de criação; relação entre matéria e forma nas artes; relação
entre arte e sociedade, arte e política, arte e ética.
Filosofia da linguagem: a linguagem como manifestação da humanidade do
homem; signos, significações; a comunicação; passagem da linguagem oral à escrita,
da linguagem cotidiana à filosófica, à literária, à científica; diferentes modalidades de
linguagem como diferentes formas de expressão e de comunicação.
História da Filosofia: estudo dos diferentes períodos da Filosofia; de grupos de
filósofos segundo os temas e problemas que abordam; de relações entre o
pensamento filosófico e as condições econômicas, políticas, sociais e culturais de uma
sociedade; mudanças ou transformações de conceitos filosóficos em diferentes
épocas; mudanças na concepção do que seja a Filosofia e de seu papel ou finalidade.
Os dois tipos fundamentais de investigação filosófica são a filosofia analítica,
que é o estudo lógico dos conceitos, tratando o assunto tão amplo e globalizador que
se torna impossível a experimentação, e a filosofia sintética, que é a organização dos
mesmos num sistema unificado, onde a mente se volta para as minudências, os
pormenores, a gênese do assunto, seus aspectos reais em oposição a seus aspectos
aparentes.
Para os gregos clássicos, o termo filosofia significa a busca do conhecimento
por si próprio e abrange todas as áreas do pensamento especulativo. Daí o estudo da
filosofia no mundo de hoje – a filosofia aplicada – envolver às mais diversas áreas:
filosofia da ciência, filosofia da arte, filosofia da educação, filosofia da matemática,
filosofia política, filosofia do direito, etc.
Filosofia da Educação: A tarefa da filosofia é interrogar o mundo para interpretá-
lo; à Filosofia da Educação cabe refletir criticamente a ação pedagógica, examinar a
concepção de homem, os valores, os pressupostos do conhecimento, avaliar
currículos, etc.
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7 FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA
Fonte: netmundi.org
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Os pensadores de Eléa, como Empédocles (483-430 a.C), Parmênides (530-
460 a.C) e Anaxágoras (499-428 a.C), ao contrário, dizem que o ser é unidade e
imobilidade e que a mutação não passa de aparência. Para Parmênides, o ser é ainda
completo, eterno e perfeito. Já Zenon (510-? A.C) conceituou os paradoxos lógicos
(no campo da lógica e da matemática designa uma conclusão aparentemente
contraditória derivada de uma proposta com premissas válidas), enigmas intelectuais
que filósofos e lógicos de todas as épocas posteriores tentariam resolver. O interesse
dos eleáticos pelo problema da coerência racional propiciou o desenvolvimento da
ciência da lógica.
Os atomistas, como Leucipo e Demócrito (460-370 a.C), (a quem se atribui o
primeiro esboço mais completo de um materialismo determinista) sustentam que o
Universo é constituído de átomos eternos, indivisíveis e infinitos reunidos
aleatoriamente.
Por volta de fins do século V a.C., os sofistas passaram a ter um importante
papel na evolução das cidades - estado gregas. A famosa máxima de Protágoras (490-
410 a.C), “o homem é a medida de todas as coisas”, é representativa da atitude
filosófica desta escola. Os sofistas, como Protágoras e Górgias (485-380), são
educadores pagos pelos alunos. Pretendem substituir a educação tradicional,
destinada a preparar guerreiros e atletas, por uma nova pedagogia, preocupada em
formar o cidadão da nova democracia ateniense. Com eles, a arte da retórica – falar
bem e de maneira convincente a respeito de qualquer assunto – alcança grande
desenvolvimento.
Pitágoras (582-500 a.C) afirma que a verdadeira substância original é a alma
imortal, que preexiste ao corpo e no qual se encarna como em uma prisão, como
castigo pelas culpas da existência anterior. O pitagorismo representa a primeira
tentativa de apreender o conteúdo inteligível das coisas, a essência, prenúncio do
mundo das ideias de Platão.
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8 FILOSOFIA CLÁSSICA
Fonte: netmundi.org
9 FILOSOFIA MEDIEVAL
Fonte: slideshare.net
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transformou na própria doutrina do cristianismo da época. Em grande parte, graças a
sua influência, o pensamento cristão foi platônico em espírito até o século XIII.
O estadista do século VI Boécio reavivou o interesse pelos pensamentos grego
e romano, especialmente pela lógica e a metafísica aristotélicas. No século IX, o
monge irlandês Johannes Scotus Erigena (810-877) propôs uma interpretação
panteísta do cristianismo, identificando a Trindade divina com o Uno, o Logos e a Alma
universal do neoplatonismo. Separa-se a filosofia da teologia.
A filosofia é chama da “serva “da teologia. Procura-se conciliar fé e razão,
característica fundamental da filosofia tomista, chamada escolástica (ministrada nas
escolas cristãs – catedrais e conventos), mais tarde nas universidades. No século XI,
essa corrente de pensamento filosófico ressurgiria com vigor, fruto do crescente
encontro entre as diferentes regiões do mundo ocidental e o despertar do interesse
pelas culturas desconhecidas, que culminaria no Renascimento.
Os filósofos muçulmanos, judeus e cristãos interpretaram e esclareceram os
escritos de Platão, Aristóteles e outros sábios gregos, tentando conciliar a filosofia
com a fé religiosa e dar às próprias crenças religiosas pilares racionais. Surgiu a
escolástica, cujo método foi dialético ou discursivo. O interesse pela lógica do discurso
levou a importantes avanços, tanto em lógica quanto em teologia.
Avicena (980-1037), médico, filósofo, astrônomo e físico árabe do século XII,
integrou o neoplatonismo e as ideias aristotélicas à doutrina religiosa muçulmana. O
teólogo francês Pedro Abelardo (1079-1142) propôs um compromisso entre realismo
e nominalismo, que ficou conhecido como conceitualismo. O jurista hispano-árabe
Averroes contribuiu para que a ciência e o pensamento aristotélico tivessem grande
influência no mundo medieval, graças a seus lúcidos e eruditos comentários sobre a
obra de Aristóteles. Porém, a maior figura intelectual da Era Medieval foi, sem dúvida,
São Tomás de Aquino (1225-1274), que uniu a ciência aristotélica e a teologia
agostiniana num amplo sistema de pensamento, que se transformaria na filosofia
escolástica autorizada da Igreja católica. Aquino elabora a síntese entre o cristianismo
e o pensamento aristotélico, estabelecendo os fundamentos filosóficos para a teologia
cristã.
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10 FILOSOFIA MODERNA
Fonte: revistahcsm.coc.fiocruz.br
A partir do século XV, a filosofia moderna tem estado caracterizada por uma
contínua interação entre sistemas de pensamento, fundada em uma interpretação
mecanicista e materialista do universo, e os que se baseiam na fé no pensamento
humano como única realidade última.
Esta interação reflete o efeito crescente das descobertas científicas e das
transformações políticas na especulação filosófica. À religiosidade medieval, a
filosofia moderna apresenta-se leiga, profana, crítica e encontra na razão sua
fundamentação.
Para compreender a si e o mundo, o homem moderno debruça-se ainda mais
sobre o conhecimento: quer entender a sua própria capacidade de entender, de
conhecer. A teoria do conhecimento pode ser entendida como a investigação acerca
das condições do conhecimento verdadeiro.
Conhecer é representar cuidadosamente o que é exterior à mente, a
representação é o processo pelo qual a mente torna presente diante de si a imagem,
a ideia ou o conceito de algum objeto.
Portanto, para que exista conhecimento será necessária a relação entre dois
elementos básicos: um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um
objeto (a realidade, o mundo, os fenômenos). Só haverá conhecimento se o sujeito
conseguir apreender o objeto, isto é, conseguir representa-lo mentalmente. É possível
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o conhecimento verdadeiro ou tudo é incerteza? Na realidade, o conhecimento é a
fabricação do ideal sobre a terra.
11 ÉTICA
Fonte: riooportunidadesdenegocios.com.br
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11.1 A Ética na Filosofia
Este é o principal pilar da diferenciação entre Moral e Ética, pois, para ela, toda
moral é normativa, enquanto designada a ditar aos sujeitos os padrões de conduta,
assim como os valores e costumes das sociedades das quais participam. Já a ética
não é necessariamente normativa, e vem, em seguida, sistematizando a subdivisão
de ética em normativa e não normativa, sendo que, normativa seria a ética de deveres
e obrigações; e não normativa, seria a ética que tem como objeto de estudo as ações
e paixões humanas, embasadas no ideal da felicidade, de acordo com o critério da
relação razão - vontade – liberdade.
(...) entre as tarefas da ética como filosofia moral são essenciais as que
seguem: 1) elucidar em que consiste o moral, que não se identifica com os
restantes saberes práticos (com o jurídico, o político ou o religioso), ainda
esteja estreitamente conectado com eles; 2) tentar fundamentar o moral; ou
seja, inquirir as razões para que haja moral ou denunciar que não as há.
Distintos modelos filosóficos, valendo-se de métodos específicos, oferecem
respostas diversas, que vão desde afirmar a impossibilidade ou inclusive a
indesejabilidade de fundamentar racionalmente o moral, até oferecer um
fundamento; 3) tentar uma aplicação dos princípios éticos descobertos aos
distintos âmbitos da vida cotidiana. (CORTINA, 2010, apud SILVA, 2016, p.
31).
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Seria responsabilidade da Ética a definição da figura do agente ético e de suas
atitudes, que corresponde ao sujeito consciente, que sabe o que são suas ações,
sendo livre para escolher o que faz, e responsável pelas consequências de seus atos.
E, neste mesmo sentido, o sujeito, desde que em perfeito estado de juízo, já possui a
ideia do que é certo ou errado, em suas atitudes, orientados pelos códigos de conduta
da sociedade em que vive, que definem como fazer.
12 MORAL
Fonte: asemananews.com.br
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que a existência de princípios morais estáticos seria impossível. É a parte subjetiva
da ética, que ordena o comportamento humano para consigo mesmo, além de
englobar os costumes, obrigações, maneiras e procedência do homem, em convívio
com os demais. Assim, a moral é compreendida na forma de uma conduta voluntária,
isenta de pressões externas ao indivíduo, acrescida de uma listagem de normas de
ação específica, estando então, implícita em códigos, normatizações e leis, que
regulamentam a ação do ser humano, em meio social.
Torna-se oportuno ressaltar que o objeto da Ética é a moral, vista como um dos
aspectos do comportamento humano. É a moralidade positiva, é o conjunto de regras
de comportamento e formas de vida, através das quais tende o homem a realizar o
valor do bem. Sob essa vertente, moral e ética significam algo muito semelhante,
sendo que a distinção conceitual existente não elimina o uso corrente das duas
expressões como intercambiáveis.
Se o educador não gozar mais, a priori, de autoridade, isto não significa que
ele não seja mais um mestre, mas sim, que ele pode manifestar a sua
capacidade de demonstrar autoridade pela sua competência e pelo seu
empenho profissional. (FURTER, 1972, apud BRANCO, 2004, p. 41).
Fonte: medium.com
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Executivo também possam propor ações nessa área. Aos cidadãos cabe participar
dos conselhos de políticas públicas, que são espaços de discussão de demandas.
Dessa forma, as políticas educacionais podem ser entendidas como um meio
de construção de valores e conhecimentos que possibilitam o pleno desenvolvimento
do educando, incluindo sua capacidade de se comunicar, compreender o mundo ao
seu redor, defender suas ideias e exercer a cidadania.
Ao estabelecer modelos educacionais concebidos pelos cidadãos e pelo
governo, essas políticas públicas viabilizam a criação de uma sociedade apta para
trabalhar, questionar e contribuir com o crescimento da nação — por isso, são de
extrema importância para o país.
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A melhoria da qualidade de ensino e a equidade educacional deveriam ser um
dos principais objetivos da educação, mas dentro da contradição capitalista, direito de
acesso não significa direito à permanência e/ou a ensino de qualidade.
Para melhor compreendermos as políticas educacionais no contexto da
sociedade neoliberal estruturamos o texto em três tópicos. O primeiro trata a respeito
das Políticas da Infância e da Adolescência no Brasil contemplará a história das
políticas, uma vez que para desvelarmos a influência neoliberal em nossas políticas
precisamos compreender as relações estabelecidas entre os fenômenos sociais,
políticos e econômicos durante a história da educação em nosso País e sua relação
com o contexto mundial.
Na sequência discute-se a inclusão educacional, no qual abordar a relação
existente entre exclusão e desigualdade social, bem como a influência do currículo
para instrumentalização e transformação da escola em um ambiente inclusivo. Por
fim, intentamos demonstrar que investir em qualidade para a educação não é
prioridade para a classe dominante, por esse motivo a lógica neoliberal de
meritocracia e individualismo tem sido disseminado no espaço escolar, deixando aos
professores o desafio de perceber suas nuances impedindo sua difusão.
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A expansão da industrialização e a ascensão do capitalismo trouxe a
necessidade de inserção da mulher e das crianças no mundo do trabalho, para
auxiliarem na complementação da renda da família. As crianças não eram
alfabetizadas, pois além da extensa rotina de trabalho, que girava em torno de 14
horas diárias, não tinham direito ou oportunidade de acesso à educação escolar. Na
contramão dos interesses do Estado a classe trabalhadora começou a reivindicar o
direito à educação para sua prole, encontrando dificuldades, pois de acordo com o
pensamento dominante: “Qualquer um a não ser que seja idiota sabe que as classes
baixas precisam ser mantidas na pobreza ou nunca serão industriosas”.
31
dos senhores com suas escravas ou índias (relações estas consideradas imorais),
predestinando essas crianças ao abandono. Para sanar o problema, em 1726 foi
proposto a estratégia de coletar esmolas na comunidade para acudir e internar essas
crianças, sendo instalada em 1726, na Bahia a “Roda dos Expostos”, grande roda
giratória para onde eram levadas às crianças abandonadas, mantendo os pais no
anonimato.
Durante os séculos XIX e XX a ideologia de caridade foi substituída pela
ideologia filantrópica com a criação dos primeiros "institutos de atenção à criança".
Sendo fundado em 1899, o Instituto de Proteção e Assistência à Infância no Rio de
Janeiro, pelo Dr. Arthur Moncorvo Filho e o Instituto Disciplinar de São Paulo, criado
em 1902. O Estado passou a ter papel ativo no atendimento a crianças e adolescentes
privados de assistência que deveriam então submeter-se às suas determinações, para
que não ameaçassem a sociedade, mas a família era responsabilizada pelo
abandono.
Em 1927 instituiu-se o primeiro Código de Menores que tratou de questões
referentes a higiene da infância, bem como da delinquência, estabelecendo sobre a
infância vigilância pública, classificando os menores em abandonados e delinquentes.
32
Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a instrução elementar
e gratuita é um direito de todos, podendo os pais escolherem o gênero de instrução
que será ministrada a seus filhos. No Brasil, o período do pós-guerra foi marcado pela
luta em prol da universalização do ensino primário. O interesse pelo acesso à
educação fez emergir campanhas de alfabetização para as massas, intensificando a
cobrança de ações para prover recursos financeiros e fundamentar a política nacional
de educação.
33
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los à salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988, apud
GRACIANO, 2017, p.20).
Fonte: neuroconecta.com.br
34
inserção social. O sucesso e/ou fracasso do indivíduo determinam sua inserção nos
grupos sociais.
Inclusão significa ‘escola para todos’, Direito que toda criança possui e que
requer empenho e articulação de todas as instâncias da sociedade. Educação
Inclusiva exige o atendimento de Necessidades Especiais, não apenas dos
portadores de deficiências, mas de todas as crianças. Implica trabalhar com
35
a diversidade, de forma interativa - escola e setores sensíveis. Deve estar
orientada para o acolhimento, aceitação, esforço coletivo e equiparação de
oportunidades de desenvolvimento. Requer que as crianças portadoras de
necessidades especiais saiam da exclusão e participem de classes comuns.
Para isso, é necessário um diagnóstico cuidadoso que levante as
necessidades específicas de cada criança. (SCOTTO, 2005, apud
GRACIANO, 2017, p.22).
36
de uma escola pública de qualidade (CORTELLA , 2001, apud GRACIANO,
2017, p.23).
37
16 AS REFORMAS DA EDUCAÇÃO: POLÍTICAS DE RESULTADOS E O MODELO
DE MERCADO
Fonte: /theintercept.com
38
trabalho, à mão de obra barata, desqualificada, à procura do lucro e, assim,
ressignificando o papel social da educação.
39
governamental. Assim, o processo de globalização mostra que estamos perante um
fenômeno multifacetado com dimensões econômicas, sociais, políticas, culturais,
religiosas e jurídicas interligadas de modo complexo.
A partir da década de 1990, no Brasil, aconteceram algumas mudanças nas
quais ocasionaram um novo modelo de sociedade por meio da concepção política do
neoliberalismo. O modelo neoliberal tem como princípio possibilitar que as pessoas
tenham autonomia para desenvolverem suas atividades educativas, de saúde e de
lazer sem o auxílio do Estado, pois até então havia uma defesa de que o Estado seria
o provedor das ações básicas para os cidadãos.
Após a implantação das políticas neoliberais no contexto brasileiro, muitas
rupturas aconteceram, mudando as ações dos cidadãos no cenário político e social
no Brasil. As práticas neoliberais surgiram no Brasil com intensidade no mandato de
Fernando Collor de Melo (1990-1992) e se consolidaram nos mandatos de Fernando
Henrique Cardoso (1995-2003) que apresentam à sociedade brasileira uma nova
concepção política que tem como principal fator um Estado mínimo com práticas do
voluntariado para a sociedade civil e um Estado Avaliador, por meio da implantação
de políticas que favorecem aos empresários e ao mercado financeiro.
Após a vivência das práticas neoliberais na sociedade brasileira surgiram
diversos fenômenos que evidenciaram as consequências dessa política na esfera
social, entre elas destacam-se o fracasso reiterado das tentativas de estabilização da
economia e controle da inflação, retração econômica, aumento das desigualdades,
violência urbana e a má qualidade de vida para a população menos favorecida. As
desigualdades sociais, a falta de oportunidade de emprego, de lazer, de saúde e de
educação de boa qualidade para a população foram os aspectos que mais ficaram em
evidência, c e pequenas cidades as comunidades populares, ficando evidente que a
maioria da população vive sem as mínimas condições de moradia, de saneamento
básico, de iluminação pública de qualidade, de transporte e de lazer.
Em meio às desigualdades visíveis na sociedade brasileira é possível perceber
uma pequena fração da população em condições favoráveis tendo suas empresas e
seus patrimônios como aspectos que lhes garantem segurança e os bens necessários
para ter uma vida digna, diferente da classe trabalhadora que tem sua força de
trabalho explorada pelos empresários que formam a burguesia/elite brasileira. Assim,
pode-se afirmar que a concepção política neoliberal favorece a classe dominante, pois
40
este paradigma político foi elaborado com princípios favoráveis a classe já favorecida,
enquanto que a classe que necessita da intervenção do Estado não tem nenhum
auxílio, mesmo que mínimo, para tornar suas vidas menos sofridas.
Dessa forma, cabe destacar que o neoliberalismo é uma concepção política
que tem em suas raízes uma ideologia dominante, com preceitos reformistas, os quais
contribuem para a intensificação das desigualdades social, política, cultural,
econômica e educacional.
42
seguiam os mesmos padrões, repercutindo diretamente na sociedade, apresentando
consequências para as demais etapas de escolarização.
Outro aspecto para mencionar é a lógica de interesses que há na atuação dos
organismos internacionais ao financiar/emprestar e criar programas educativos para
as escolas públicas brasileiras. Enfim, existe uma lógica de poder e de subordinação
que acaba gerando riquezas para uns e pobreza para outros.
44
16.1 Quadro I: Médias a serem atingidas pelas escolas públicas no IDEB e no
PISA até 2021
46
[...] dentre os perigosos efeitos de uma situação de quase-mercado, situam-
se as formas pelas quais as escolas que desejam manter ou ampliar sua
posição no mercado “peneiram” para garantir que determinados tipos de
alunos, com características específicas, sejam aceitos, enquanto outros tipos
de alunos são considerados insuficientes. Em algumas escolas, os
estereótipos foram reproduzidos de forma que as meninas fossem vistas
como mais valiosas, assim como alunos de certas comunidades asiáticas.
Crianças afrocaribenhas quase sempre eram consideradas fracassadas.
(APPLE, 2002, apud SILVA, 2019, p. 273).
Fonte: pbagora.com.br
49
Outro fator de tensão nesse processo é a neutralidade da autonomia do
professor, uma vez que os objetivos educacionais e o planejamento do docente são
objetos da didática do profissional da educação que não estão tendo visibilidade nas
políticas de avaliações em larga escala. É importante refletir sobre estas questões,
pois possibilitam visualizar a sociedade que queremos formar, assim como a
concepção de escola, de homem e de educação que as políticas públicas
educacionais estão desenvolvendo.
Nessa dimensão é possível afirmar que o objetivo maior dos burocratas da
educação é quantificação do saber, assim como os dados quantitativos e suas
repercussões no cenário nacional e internacional. As políticas educacionais
desenvolvidas para a construção do IDEB são propícias ao empobrecimento da
educação pública democrática, inclusiva e de boa qualidade, uma vez que a exclusão
de saberes e de alguns estudantes se dá no contexto de vivência dos amontoados de
testes e treinamentos para a realização das provas. Outro fator refere-se à dimensão
da pressão aos professores por resultados satisfatórios, ou quando o seu salário está
associado ao sucesso da criança nas provas da avaliação externa, ela interfere
irremediavelmente nesta relação e sela o destino da criança.
18 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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De um modo geral, mesmo sendo o condutor das políticas contemporâneas,
esse instrumento é injusto, excludente e não responde aos anseios de uma educação
pública referenciada socialmente. Da forma como as reformas pautaram as políticas
educacionais, pode-se analisar que essas se tornaram espaços para padronizar o
ensino, quantificar a aprendizagem e avaliar os atores envolvidos no processo
pedagógico.
A lógica empresarial está presente nas ações educativas e possibilitou que a
escola se transformasse um lugar vazio e sem sentido, com ênfase na meritocracia,
na competividade, na eficácia e na eficiência. No entanto, é necessário destacar que
as escolas são instituições sociais, filhas do seu tempo, logo, estão inseridas na lógica
capitalistas, as quais reverberam nas políticas educacionais e consequentemente no
chão da escola pública, repercutindo em suas práticas e propostas educativas. Assim,
as contradições da função social da escola, quando necessita responder
positivamente aos ditames do sistema vigente.
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