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JULIA MATOS ADVOCACIA

AO JUÍZO DA UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DA

COMARCA DE GOIÂNIA/GO

RAIMUNDA SILVA SOUSA, brasileira, casada, empregada

doméstica, RG N. 7353961 PC/GO e CPF n. 049.516.913-70 Endereço: Rua
12, qd. 28, Lt. 9ª, n. 309, Casa 1, Vila Santa Helena, Goiânia/GO, CEP 74.555-
440, telefone: 62 98491-8088, e-mail: [email protected], por sua advogada
(procuração em anexo), vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, formular o presente pedido de

PROCESSO DE CONHECIMENTO DIVÓRCIO LITIGIOSO PELO RITO

COMUM

em face de, THIAGO GOMES DE ARAÚJO, brasileiro, casado,

serralheiro. RG 7.772.235 SESP/SC CPF 039.843.931-13,endereço: residente
em lugar incerto e não sabido, com fulcro nos artigos 1.571, IV, bem como, no
artigo 226, § 6º da Constituição Federal, com a nova redação dada pela
Emenda Constitucional nº 66 de 13 de julho de 2010, por ser-lhes
absolutamente inviável a reconstituição da vida em comum e estando
preenchidos os requisitos legais pertinentes à matéria, pretende o Requerente
se divorciar, aduzindo-o nos moldes a seguir.

1. PRELIMINARMENTE

1.1 Da Gratuidade da Justiça

“Ab initio”, requer, à Vossa Excelência seja deferida a benesse da

Justiça Gratuita com fundamento na Lei nº 1.060/50, com as posteriores
alterações pela Lei nº 7.510/86, por não ter o Requerente condição de arcar
com as custas processuais e honorários do advogado sem prejuízo do sustento
próprio e de sua família, conforme o atestado de hiposuficiência anexo (doc 1)

2. DOS FATOS

A Requerente casou com o requerido no dia 05/11/2020, sob o

regime de comunhão parcial de bens, no 2º Registro Civil e Tabelionato de
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Notas (Antônio do Prado, no município de Goiânia/GO, sob a matrícula N.

024919 01 55 2020 2 00770 069 0153 769 91 (doc 2)

Da união do casal resultou o nascimento de 01 filho:

YAGO GABRIEL SOUSA ARAÚJO, menor, impúbere, nascido em

02/09/2017, atualmente com 4 anos, conforme certidão de nascimento anexa
(doc 3)

Ocorre que desde 08/2021 o casal já se encontra separado de fato,

visto que a relação entre os divorciandos desgastou-se, por brigas entre o
casal, infidelidade por parte do requerido e por idas e vindas no casamento. E
em agosto/2021 a autora não quis mais viver nessa situação, e, pois, fim a
união. Ocorre que o requerido, ainda perseguindo a autora, em 28/12/2021, foi
até a casa da autora, e começou uma discussão com uma amiga da
requerente, culminado uma medida protetiva anexa (doc 4). Assim, tendo em
vista que as partes já não apresentam mais demonstrações de
companheirismo, afetividade, proteção, propósitos em comum, mostra-se a
presente medida, a melhor solução.

No caso, diante da dificuldade de se comporem consensualmente, a/o

requerente não encontrou outra saída a não ser, se socorrer do Poder
Judiciário para pôr fim no seu casamento.

3. DOS BENS IMÓVEIS E MÓVEIS

Na Constância da união não foram adquiridos bens a serem

partilhados.

4. DA GUARDA

Tendo em vista ainda o bem-estar, as necessidades e os interesses

do menor impúbere, a Requerente ficará com a GUARDA do mesmo.

No caso em tela a guarda do menor, será unilateral, visto a medida

protetiva que foi extensiva aos familiares da autora anexa (doc 4).
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Analisando os autos, resta claríssimo que o requerido não

cumpriu seu papel de pai, não possuindo um bom relacionamento com o
filho, por ser o requerido uma pessoa muito agressiva, demonstrando não
possuir afeto ao menor.

Na ausência de consenso entre os genitores, já decidiu o Tribunal de

Justiça do Distrito Federal, que é aconselhável a guarda unilateral, a fim de
preservar o menor do conflito entre os pais, representando o melhor interesse
da criança, com vista na sua proteção integral:

DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA E

RESPONSABILIDADE. GUARDA UNIPESSOAL FIXADA PARA A
MÃE. GUARDA COMPARTILHADA REQUERIDA PELO PAI.
IMPOSSIBILIDADE. CAUSAS EXCLUDENTES. LITÍGIO ENTRE OS
ENVOLVIDOS. PRESENÇA DE CONSIDERÁVEIS DIVERGÊNCIAS.
FALTA DE CONSENSO. LAUDO DE ESTUDO DE CASO DA
SECRETARIA PSICOSSOCIAL DO TJDFT, CLARO E MOTIVADO,
NÃO RECOMENDANDO O COMPARTILHAMENTO DA GUARDA.
PROVA SUFICIENTE. OITIVA DE TESTEMUNHAS.
DESNECESSIDADE. MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. MENOR
QUE DEMONSTRA ESTAR BEM ATENDIDA NA COMPANHIA DA
MÃE. SITUAÇÃO FÁTICA JÁ ESTABELECIDA. GUARDA
UNILATERAL. CABIMENTO. REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS
PORMENORIZADA. CONVÍVIO ASSÍDUO COM O GENITOR
GARANTIDO. PEQUENOS AJUSTES NO REGIME DE VISITAÇÃO.
MELHOR ADEQUAÇÃO AO CASO CONCRETO. SENTENÇA
REFORMADA UNICAMENTE EM RELAÇÃO AO REGIME DE
VISITAS NO QUE INFORMA OS FERIADOS PROLONGADOS DE
CARNAVAL E SEMANA SANTA

A concessão da medida protetiva com base na Lei Maria da Penha é

imediata, sendo que a determinação é do impedimento de contato por qualquer
meio de comunicação com a vítima (genitora) e com seus familiares.

Haja vista que, quando falamos em guarda, temos dois bens

jurídicos a serem protegidos: o melhor interesse da criança e o direito básico
da mulher de viver uma vida digna. E estes dois bens jurídicos devem ser
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resguardados, claro que o melhor interesse do menor é apreciado

cuidadosamente, considerando que o que se visa é definir a guarda deste,
principalmente nos casos em que existiu a presença dos genitores em todos os
momentos de sua vida, mas se foi verificada a violência doméstica, é
imprescindível também assegurar a proteção à mulher, pois nestes casos,
analisar apenas a perspectiva do menor na guarda compartilhada, deixaria a
mulher à mercê de seu agressor, violando severamente o direito dela a ter uma
vida sem violência.

Em atenção aos interesses da menor em questão, levando-se

em consideração o litígio ainda vivido pelos seus pais, entendo que ainda
não há ambiente para imposição da guarda compartilhada, sob pena de
violação dos direitos fundamentais do infante.

Sendo assim, no caso em tela, estando demonstradas situações de

violência doméstica envolvendo os pais ou os filhos, o juízo deve deferir de
imediato, a guarda unilateral ao genitor que não provocou tal violência.

Por fim, a requerente possui condições físicas e psicológicas

suficientes para exercer a guarda, bem como que cumpre com os deveres de
criação, educação e sustento do filho.

4.1 DO DIREITO DE VISITA E CONVIVÊNCIA

A Autora não pretende separar o filho do pai, devendo ser

disciplinada somente um dia na semana, preferencialmente aos domingos
alternados, assistida pelo conselho tutelar mais próximo da residência da
autora, devido a medida protetiva anexa (doc 4)

Portanto, se torna necessária a figura de um mediador, no caso

o Conselho Tutelar, pois, o contato com o requerido é um fator de risco
para a requerente, tendo em vista que isso pode gerar situações
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conflituosas e potencializar o acontecimento de violência. Essas

questões podem, inclusive, ser usadas para controlar e/ou intimidar a
vítima, perpetuando ou agravando a situação de violência.

5. DOS ALIMENTOS

Requerer a fixação de pensão alimentícia ao filho no percentual de

50% do salário mínimo, devendo ser depositado todo dia 10 de cada mês, na
agencia 2970, operação 013, conta n. 00027596-6, junto a Caixa Econômica
Federal de titularidade de Raimunda Silva Souza, CPF N. 049.516.913-70.
Requer ainda 50% das despesas extraordinário, como medicamento, exames,
materiais escolares, uniformes e odontológica.

O valor referente à 50% do salário minímo é de R$ 606,00

(seiscentos e seis reais)

5.1 DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Conforme o Art. 4º, da Lei 5478/68, o juiz, ao despachar a inicial

deve determinar o valor dos alimentos a serem pagos durante a tramitação do
processo.

É imprescindível que sejam arbitrados alimentos a serem devidos

durante a tramitação do feito, afinal, a menor não pode ficar desamparada
enquanto o divórcio do casal não for decretado.

Impende destacar, que o menor possui gastos como alimentação,

moradia, vestuário etc. Aos quais necessita de suporte financeiro. Isto posto, se
faz necessário o deferimento de alimentos provisórios no valor de R$ 500,00
(quinentos reais reais).

VESTUÁRIO R$ 100,00 (cem reais)

MORADIA R$ 100,00 (cem reais)

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ALIMENTAÇÃO R$ 100,00 (cem reais)

DESPESAS MÉDICAS R$ 200,00 (duzentos reais)

6. DO USO DO NOME

Não houve alteração do nome do casal, portanto nada a retificar

7. DA PENSÃO

A Autora dispensa qualquer ajuda financeira para si, visto que no

momento ter meio de subsistência.

8. DA MEDIDA LIMINAR

A Requerente vem arcando com todas as despesas dos menores, é

um pai presente e preocupado com a criação dos filhos que estão em situação
de risco de vida, e está destinando ao menor todo cuidado e atenção, motivos
pelos quais requer a guarda do seu filho, tendo ainda, em vista o já
supramencionado triste evento em que a requerente sofreu violência
doméstica (doc 4)

E, ao dar ensejo, pois, à medida liminar, consoante nos ensina o

art. 311 do CPC, in verbis:

“Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente

da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto

propósito protelatório da parte;
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II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas

documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental

adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova
capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá

decidir liminarmente.

7. DOS PEDIDOS

Em face do exposto, considerando que a pretensão do autor

encontra arrimo nos artigos 1.571, IV do Código Civil, bem como, no artigo 226,
§ 6º da Constituição Federal, requer, pois, a Vossa Excelência:

a. A CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA, nos

termos da Lei nº 1.060/50, vez que se declara pobre no sentido jurídico do
termo e, para tanto e, sob as penas da lei, que atualmente não reúne meios
financeiros próprios e suficientes para arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família,
conforme declaração de hipossuficiência anexa (doc 1)

b. A intimação do douto representante do Ministério Público para que

intervenha no feito até o seu final;

c. A citação por edital do requerido THIAGO GOMES DE ARAÚJO, com fulcro

no art. 257, inciso II, do CPC/15 e com a estrita observância do art. 257 do
mesmo diploma legal, uma vez que ele se encontra em local incerto e não
sabido.
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d. Seja julgado procedente o pedido, confirmando e deferindo a guarda

unilateral do menor para a genitora, ora requerente, nos moldes da provisória,
a título de antecipação dos efeitos da tutela, tendo em vista a verossimilhança
das alegações e o perigo de dano grave à criança (consistente em eventual
alteração da situação de fato em que se encontra). Tal pedido de guarda
unilateral elencada no artigo;

e. A DECRETAÇÃO DO DIVÓRCIO DO CASAL, emitindo-se o competente

mandado de averbação.

f. Que seja determinado que o requerido pague alimentos provisórios ao seu

filho durante a tramitação deste processo, no importe de R$ 500,00 (quinentos
reais reais).

g. Ao final, que os alimentos provisórios sejam convertidos em definitivos,

devendo o pai pensionar definitivamente ao filho o equivalente a 50% do salário
minímo, totalizando o valor de R$ 606,00 (seiscentos e seis reais)

h. A Requerente pretende provar o alegado por todos os meios de prova em

direito admitidas, especialmente pela juntada de documentos.

i. Por fim, que seja o requerido condenado ao pagamento das custas

processuais e honorários de sucumbência, no importe de 20% do valor da
causa.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhetos reais) para fins

meramente fiscais.

Termos em que,

Pedem deferimento.

Goiânia, 01 de abril de 2022

JULIA MATOS COELHO

OAB/GO 47820