Microsoft Word - TCC - GUILHERME

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS SÃO MATEUS


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

GUILHERME AGUES EMERICK

PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UMA BANCADA PARA ESTUDOS


HIDRÁULICOS E HIDRODINÂMICOS EM UNIDADES DE FLUXO CONTÍNUO

SÃO MATEUS-ES
2019
GUILHERME AGUES EMERICK

PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UMA BANCADA PARA ESTUDOS


HIDRÁULICOS E HIDRODINÂMICOS EM UNIDADES DE FLUXO CONTÍNUO

Monografia apresentada à Coordenadoria do


Curso de Engenharia Mecânica do Instituto
Federal do Espírito Santo, Campus São Mateus,
como requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Mecânica.

Orientador: Prof. Dr. Renato do Nascimento


Siqueira.

SÃO MATEUS-ES
2019
Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)

E53p Emerick, Guilherme Agues, 1996-

Projeto e construção de uma bancada para estudos hidráulicos e


hidrodinâmicos em unidades de fluxo contínuo / Guilherme Agues
Emerick.-- 2019.

56 f. : il. ; 30 cm.

Orientador : Renato do Nascimento Siqueira.

Monografia (graduação) - Instituto Federal do Espírito Santo,


Campus São Mateus, Coordenadoria de Curso Superior de Engenharia
Mecânica, 2019.

1. Hidráulica – Equipamentos e acessórios - Projetos. 2. Material


didático. 3. Ensino – Meios auxiliares. I. Siqueira, Renato do
Nascimento. II. Instituto Federal do Espírito Santo. Campus São
Mateus. III. Título.

CDD 22 – 627
Bibliotecária responsável Sheila Guimarães Martins CRB6/ES 671
Dedico este trabalho aos meus pais, família e amigos, por todo apoio e confiança.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo fim de mais esta etapa, por todas as bençãos
concedidas, por ter me sustentado e dado forças.

Agradeço à minha família, em especial aos meus pais, Eliete Maria Agues Emerick e
Gilberto Emerick, que me apoiaram em todos os momentos da minha vida, não
medindo esforços para realização dos meus sonhos.

Aos meus colegas, Jordan Deambrosio, Daniel Zancanella, Matheus Lima e Bruno
Schneider pela amizade durante todos esses anos.

Ao meu orientador Renato do Nascimento Siqueira, pela conança, cobrança e


prossionalismo durante este período de orientação.

Ao grupo de pesquisa em mecânica dos uidos (GPMF), por toda ajuda e


compartilhamento de conhecimento neste período.

Ao Instituto Federal do Espírito Santo - Campus São Mateus, pela disponibilização


do espaço, equipamento e suporte para realização deste trabalho.

Por m, a todos que de certa forma estiveram envolvidos nesta conquista.
“Esperei com paciência no Senhor, ele se
inclinou para mim e me ouviu quando eu
clamei por socorro.”
(Bíblia Sagrada, Salmos 40:1).
RESUMO

A hidrodinâmica de reatores é uma importante área dentro da mecânica dos fluidos


na qual utiliza técnicas analíticas, experimentais e numéricas para avaliação dos
fenômenos hidráulicos e hidrodinâmicos de unidades de contato de fluxo contínuo.
Essas unidades estão presentes em diversos processos industriais, como em
estações de tratamento de água e efluentes, na indústria petroquímica por meio dos
separadores água-óleo, bacias de sedimentação e processos de desinfecção.
Muitos desses processos apresentam um desempenho diferente daquele previsto
durante as fases de projeto, apresentando uma eficiência abaixo da esperada. A
inviabilidade e os altos custos relacionados às pesquisas de campo abrem caminhos
para novos métodos de estudos. Em vista disso, uma maneira de analisar o
comportamento hidráulico desses processos é por meio do estudo com traçadores
em modelos reduzidos, com utilização de bancadas experimentais. Essas bancadas
simulam tais unidades, onde o fluido é mantido em escoamento e, com a inserção
da substância traçadora, pode-se verificar como é o comportamento hidráulico a fim
de verificar a eficiência do processo. Além de diagnosticar o desempenho hidráulico,
esta ferramenta permite estabelecer os regimes de escoamento, detectar falhas no
sistema operacional que possam afetar sua eficiência e servir como suporte para
comparação e validação de modelos numéricos. Neste trabalho, objetiva-se o
projeto e desenvolvimento de uma bancada para estudo hidráulico e hidrodinâmico
de unidades de fluxo contínuo. A primeira etapa para a construção da bancada
consiste no projeto da mesma, em que, a partir do dimensionamento, foi desenhada
sua estrutura, com os respectivos acessórios, bem como o local de injeção do
traçador. Além de reservatórios e bombas de água e a unidade de tratamento em
questão, foi empregado um medidor de vazão, onde se utilizou conhecimentos de
instrumentação para calibração do mesmo. Com a bancada montada, foram
realizados ensaios a fim de testar a funcionalidade da mesma. A construção da
bancada permite o estudo na área de mecânica dos fluidos e fenômenos de
transporte, em especial na hidrodinâmica de reatores, a fim de avançar no
entendimento dos fenômenos hidráulicos e servir como instrumento para
comparação e projeto de modelos de unidades.
Palavras-chave: Mecânica dos fluidos. Hidrodinâmica de reatores. Bancada
experimental. Técnica de traçadores. Eficiência hidráulica.
ABSTRACT

The hydrodynamics of reactors is an important area within fluid mechanics, which


uses analytical, experimental and numerical techniques to evaluate the
hydrodynamic and hydraulic phenomena of continuous flow contact units. These
units are present in various industrial processes, such as water and wastewater
treatment plants, in the petrochemical industry through water-oil separators,
sedimentation basins and disinfection processes. Many of these processes perform
differently than expected during the design phases and with below-expected
efficiency. The unfeasibility and high costs related to field research open frontiers for
new study methods. One way to analyze the hydraulic behavior of these processes is
by studying tracers in reduced models, using experimental benches. These benches
simulate such units, where the fluid is kept flowing and, with the insertion of a tracing
substance, it is possible to verify the hydraulic behavior in order to verify the
efficiency of the process. In addition to diagnosing hydraulic performance, with this
tool is possible to establish flow regimes, detect operating system failures that may
affect its efficiency, and support numerical model comparison and validation. This
work aims to design and develop a workbench for the hydraulic and hydrodynamic
study of continuous flow units. The first step for the construction of the workbench is
its design, with the respective accessories, as well as the position where the tracer
substance must be rejected. Some important aspects in the project were
investigated, such as pressure drop analysis for correct sizing of the pumping
system. In addition to reservoirs and water pumps and the treatment unit in question,
flow meter (turbine type meter) was used, and knowledge of instrumentation for their
calibration was used. With the bench constructed, tests were performed to test its
functionality. The construction of the bench allows the studies in the area of fluid
mechanics and transport phenomena, especially in the hydrodynamics of reactors, in
order to advance the understanding of hydraulic phenomena and serve as a tool for
comparison and design of models units.

Keywords: Mechanics of Fluids. Hydrodynamics of reactors. Experimental bench.


Tracer technique. Hydraulic efficiency.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação do processo de monitoramento de sinais .............. 19


Figura 2 - Sistema interno do medidor tipo turbina .......................................... 20
Figura 3 - Circuito hidráulico para a unidade.................................................... 28
Figura 4 - Desenho da bancada ...................................................................... 32
Figura 5 - Esquema de ligação do medidor de vazão ...................................... 33
Figura 6 - Bancada de hidrodinâmica de reatores............................................ 34
Figura 7 - Sistema de ligamento das bombas e tomadas ............................... 35
Figura 8 - Sistema de bombeamento e reservatórios....................................... 36
Figura 9 - Curva do sistema e da bomba ......................................................... 37
Figura 10 - Medidor utilizado em conjunto com o visor ................................... 38
Figura 11 - Curva de calibração do medidor de vazão .................................... 39
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Coeficiente de perda de carga dos componentes .......................... 31


Tabela 2 - Especificações da bomba utilizada ................................................ 37
Tabela 3 - Levantamento do quantitativo e custos de aquisição de materiais . 40
13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ......................................................................................... 17
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................... 17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................. 17
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 18
3.1 INSTRUMENTAÇÃO E CALIBRAÇÃO DA BANCADA.......................... 18
3.1.1 Medição de vazão ............................................................................... 19
3.2 HIDRODINÂMICA DE REATORES ...................................................... 20
3.3 BANCADAS EXPERIMENTAIS ............................................................ 21
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................ 23
5 METODOLOGIA ................................................................................... 27
5.1 DESCRIÇÃO E PROJETO DA BANCADA ........................................... 28
5.2 SELEÇÃO DE MATERIAIS ................................................................... 32
5.3 INSTRUMENTAÇÃO ............................................................................. 33
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................... 34
6.1 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DO APARATO EXPERIMENTAL ...... 34
6.2 INSTRUMENTAÇÃO ............................................................................ 37
6.3 CUSTOS DA BANCADA ....................................................................... 39
7 CONCLUSÃO ....................................................................................... 41
8 REFERÊNCIAS .................................................................................... 41
APÊNCIDE A – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA ........................... 47
APÊNCIDE B – CÓGIDO PARA MEDIÇÃO DE VAZÃO ..................... 49
APÊNDICE C – DESENHO DA BANCADA.......................................... 52
APÊNDICE D – DESENHO DA UNIDADE............................................ 54
APÊNDICE E – RESERVATÓRIO DE ABASTECIMENTO .................. 55
ANEXO A – DIAGRAMA DE MOODY .................................................. 56
ANEXO B – CURVA DA BOMBA UTILIZADA ..................................... 57
14

1 INTRODUÇÃO

Durante a avaliação de fenômenos hidráulicos e hidrodinâmicos, vários são os


fatores que podem interferir no desempenho das unidades de contato (UC) de fluxo
contínuo, como os procedimentos inadequados de operação e projeto. Dentre esses
procedimentos pode-se citar o pouco conhecimento das características do
escoamento no interior das unidades e dos efeitos da configuração das unidades na
eficiência do processo (TEIXEIRA, 1993).

Vários estudos comprovam que a eficiência dos processos que utilizam unidades de
contato está diretamente relacionada com a eficiência hidráulica (GUALTIERI et al.,
2017). Como os processos hidráulicos são dependentes do comportamento do
escoamento do fluido no interior da sua unidade, torna-se imprescindível o
conhecimento das características hidrodinâmicas do escoamento a fim de
aperfeiçoar o processo (VANELI, 2016).

A hidrodinâmica de reatores exerce um papel primordial no aspecto de otimização


do processo, a fim de obter a máxima eficiência, na redução de custos de operação
e de subprodutos indesejáveis que, por sua vez, podem acarretar prejuízos à saúde
humana, ao ambiente e ao processo (TEIXEIRA, 1993). De acordo com Siqueira
(1998), quanto maior os valores de eficiência hidráulica, menores as diferenças no
projeto conceitual e os resultados práticos.

Segundo Von Sperling (1986), o regime hidráulico de reatores é determinado em


função das condições de fluxo e mistura que ocorrem no interior da unidade. Uma
forma de avaliação do comportamento hidrodinâmico é a partir da técnica estímulo-
resposta, com utilização de traçadores, consistindo no levantamento de informações
sobre a concentração do traçador em função do tempo transcorrido desde o início do
processo. Essa resposta é conhecida como distribuição do tempo de residência
(DTR) do fluido (LEVENSPIEL, 2000; PEGORARO, 2012).

A técnica de injeção de traçadores é uma das principais e mais utilizadas formas de


avaliação de eficiência hidráulica (Siqueira, 1998). Autores como Freitas e Carvalho
(2004); Souza (2017); Medeiros e Tessarollo (2015); utilizaram em seus trabalhos
15

esse método de avaliação para verificar a mudança de parâmetros operacionais e


geométricos.

Durante o escoamento do fluido dentro da unidade, podem ocorrer fenômenos que


interfiram na eficiência do processo, como caminhos preferenciais (curto-circuito) e
mistura (TEIXEIRA, SIQUEIRA, 2008). Por meio da técnica estímulo-resposta e com
a obtenção da DTR, pode-se não apenas conhecer o comportamento do traçador
em função do tempo de ensaio, como determinar parâmetros hidrodinâmicos e
detecção desses fenômenos (JESUS, VASCONCELOS, LIMA, 2014; CRUZ, 2013;
SASSAKI, 2005). Essas anomalias podem prejudicar a eficiência dos reatores por
meio da mudança do volume útil e do tempo de detenção hidráulica necessário ao
desempenho da atividade (LEVENSPIEL, 2000; PASSIG, 2005).

As pesquisas de campo, muitas vezes, tornam-se inviáveis, visto que geralmente


estão relacionadas a altos custos e também pela necessidade de interromper o
processo para a extração de dados e informações do objeto de estudo. Em vista
disso, outras formas de avaliação vêm sendo buscadas.

Além da análise computacional, vem sendo realizados estudos experimentais para


quantificação dos índices que estão relacionados ao processo (LOPES, 2016;
GUIMARÃES, 2011). Segundo Teixeira (1993), as características hidrodinâmicas da
UC podem ser determinadas a partir de estudos em modelos reduzidos, associados
à técnica de traçadores. A construção de bancadas experimentais para simulação de
processos existentes tem sido uma prática muito comum no entendimento dos
processos e na busca de parâmetros de melhoria.

Segundo Teixeira e outros (2007), o uso de modelos experimentais na obtenção de


padrões de escoamento em unidades de contato tem se tornado uma boa
alternativa, uma vez que permite estabelecer os regimes de escoamento e detectar
falhas no sistema operacional que possam afetar sua eficiência. A inviabilidade dos
estudos de campo relacionados ao alto custo e dificuldade de obtenção de dados
justifica a utilização de modelos reduzidos.
16

A bancada de hidrodinâmica de reatores é uma forma bastante simples e eficaz que


procura reproduzir, com certa exatidão, os processos reais de movimento de fluido,
em especial as que utilizam as unidades de contato. Por meio da mesma, podem-se
variar parâmetros operacionais e geométricos, a fim de verificar a influência no
processo.

A bancada de hidrodinâmica de reatores consiste, portanto, em modelos reduzidos


para estudo de características de processos que utilizam unidades de contato. Nela,
o fluido em análise é bombeado, sendo forçado a passar por essas unidades, que
podem ter diferentes configurações de entrada e saída. Em tais bancadas, um local
de inserção de uma substância traçadora faz com que essa seja inserida no
escoamento, possibilitando o monitoramento desta em pontos do escoamento.

Neste contexto, o trabalho consiste na elaboração do projeto e construção de uma


bancada de baixo custo para a análise de eficiência hidráulica e simulação de
estações que utilizam unidades de contato, uma vez que o equipamento didático é
uma excelente ferramenta de suporte à aprendizagem, principalmente em áreas de
engenharia (SANTANA; LOBO, 2014).
17

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Projeto e construção de uma bancada de hidrodinâmica de reatores, para estudo do


comportamento hidráulico e hidrodinâmico de processos que utilizam unidades de
contato.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Realizar o esboço da bancada;


 Selecionar materiais e realizar a análise de custos;
 Implementar um sistema medição de vazão e montar os componentes;
18

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo destina-se ao estudo de instrumentação e calibração de medidor de


vazão, uma vez que foram utilizados estes conceitos durante a instrumentação da
bancada. Também serão abordados conceitos de hidrodinâmica de reatores, visto
que o objetivo de construção da mesma é para estudo nesta área.

3.1 INSTRUMENTAÇÃO E CALIBRAÇÃO DA BANCADA

Segundo a organização norte-americana Instrument Society of America (ISA), um


instrumento é todo e qualquer dispositivo usado para medir ou controlar direta ou
indiretamente uma variável (ANSI, 1992). Nesta definição estão incluídos os
sensores, elementos de controle, dispositivos computacionais e dispositivos
elétricos.

Os termos sensor e transdutor se referem a qualquer dispositivo capaz de


transformar um tipo de sinal em outro, com o objetivo de realizar uma medição ou
possibilitar o controle de um processo (FERREIRA, 1988).

Para os fins deste trabalho, instrumentação refere-se ao conceito de se instalar


dispositivos de medição e utilizá-los para mensurar grandezas físicas. A calibração
consiste em um procedimento experimental que correlaciona valores indicados por
um sistema de medição com a correspondente grandeza sendo medida. Segundo
Doebelin (1989), a calibração pode ser dividida em duas sequências distintas de
procedimentos, calibração estática e calibração dinâmica.

A calibração estática é a determinação da relação entre os dados de entrada e saída


do instrumento quando as condições operacionais são observadas em regime
permanente, tendo como resultado a curva característica estática, um gráfico com os
pontos oriundos dos ensaios de calibração e uma função que o representa. A
calibração estática possui as seguintes características, conforme apontados por
Doebelin (1989):

 Todas as entradas são mantidas constantes exceto uma, a variável sob teste.
19

 Esta entrada sob teste é variada em diversos valores constantes, o que por
consequência gera diversos valores constantes na saída.
 A relação entre a entrada e a saída é a calibração estática, e ela é válida
apenas sob as condições estabelecidas no ensaio, para as mesmas
condições de operação.

A Figura 1 representa, para um mensurando qualquer, as medidas da grandeza de


entrada x(t) em função do tempo e da grandeza de saída y(t) em função do tempo. O
objetivo na caracterização estática é encontrar a relação entre os valores X, dado
pela Eq. 1, e Y, dado pela Eq. 2.

Figura 1 – Representação do processo de monitoramento de sinais.

Fonte: Stahlke e Fritoli (2014).

Equação 1

Equação 2

3.1.1 Medição de vazão

Uma das medidas de grandezas mais comuns dentro da mecânica dos fluidos é a
vazão. Esta pode ser definida como a quantidade volumétrica ou mássica de um
fluido que escoa através de uma seção de tubo ou canal por unidade tempo. Um dos
métodos mais comuns para a medição de vazão é o volumétrico (CASSIOLATO,
2010). Este consiste em se desviar o fluxo a ser medido para um recipiente
graduado durante certo intervalo de tempo e cronometrar o tempo necessário para
se preencher um determinado volume. A razão entre o volume preenchido e o
20

intervalo de tempo nos dá a vazão. É um método simples e prático, mas


normalmente se limita a pequenas vazões.

Um dos medidores de vazão mais comuns é o medidor tipo turbina, conforme


mostrado na Figura 2.

Figura 2 – Sistema interno do medidor tipo turbina.

Fonte: Incontrol (2009).

Este medidor é de simples construção, sendo provido de condicionadores ou


laminadores de fluxo, tanto na entrada como na saída. O escoamento condicionado
entra em contato, no interior do medidor, com uma turbina, de maneira que a
passagem do fluido provoca uma rotação proporcional nas pás da turbina. Uma das
aletas é dotada de um pequeno imã na extremidade. A passagem deste imã próximo
a um sistema pick-up, responsável por perceber a passagem deste imã e gerar
estímulos na forma de pulsos elétricos, cujas frequências são relacionadas com a
vazão do escoamento.

3.2 HIDRODINÂMICA DE REATORES

De uma maneira geral, os processos que utilizam unidades de contato adotam


regimes ideais de escoamento. No entanto, em situações reais, as condições de
escoamento afastam-se dos valores ideais, fazendo com que a eficiência alcançada
21

seja inferior àquela esperada. Segundo Cruz (2013), o conhecimento do


comportamento hidrodinâmico de reatores auxilia na detecção destes problemas que
prejudicam a eficiência do processo de uma maneira geral.

Conforme citado por Siqueira (1998), os desvios entre os valores reais e ideais são
causados por diversos fatores. A eficiência hidráulica da unidade retrata o grau de
desvio existente entre as características reais do escoamento com a idealizada.
Quanto maior a eficiência, menores os desvios. A determinação da intensidade
desses fenômenos pode ser realizada com auxílio de curvas de passagens da
unidade. Essa curva, também denominada Distribuição de Tempos de Residência
(DTR), representam a distribuição da concentração de uma substância traçadora no
escoamento. Através desta, diversas informações podem ser extraídas.

Estas substâncias traçadoras são ferramentas utilizadas para auxiliar na


determinação de como uma substância conservativa, dissolvida no escoamento,
mistura-se com o fluido e também para obter informações sobre o movimento do
fluido dentro da unidade. A bancada de hidrodinâmica de reatores é projetada de
forma a conter locais para inserção dessa substância traçadora e permitir o
monitoramento dela. Além disso, prevê a extração da substância do sistema, de
forma a não contaminar todo o circuito hidráulico.

3.3 BANCADAS EXPERIMENTAIS

A intensa busca do mercado profissional por engenheiros cada vez mais completos
exigem profissionais com experiência prática e teórica. Em vista disso, muitas
universidades federais e grandes universidades particulares, aliam a teoria e a
prática quando há laboratórios equipados (FIGUEIREDO et al., 2014). Uma das
melhores formas de aliar o conhecimento teórico e prático é através de bancadas
experimentais.

Para Giordani, Jurach e Rodrigues (2003), bancadas são ferramentas de auxílio


para a realização de experimentos que possibilita ao operador montar diversos
sistemas variando seus parâmetros, ao familiarizar com os componentes e ao
mesmo tempo verificar na prática conhecimentos teóricos adquiridos.
22

No Brasil, existem empresas que constroem e comercializam kits didáticos em


diversas áreas de conhecimento, demonstrando que esta pode ser uma atividade
lucrativa, uma vez que existem diversas instituições de ensino superior no país
(FIGUEIREDO et al., 2014). Essas, por sua vez, apresentam um alto custo e por
causa das especificidades de cada curso e disciplina são difíceis de encontrar.
Dessa forma, a construção de bancadas no ambiente de estudo apresenta uma
grande ferramenta de aprendizado, uma vez que permite ao aluno praticar os
conhecimentos adquiridos.

As bancadas, além de possuírem fins didáticos, possibilitam à universidade um


avanço no desenvolvimento tecnológico, visto que estas podem ser utilizadas para
linhas de pesquisa. Além de fornecerem diversos dados experimentais, podem ser
ferramentas para comparação e validação de modelos numéricos.
23

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Os trabalhos que embasam e contribuem com o desenvolvimento desta monografia


dizem respeito à importância das bancadas para fins didáticos e de pesquisa, a
construção e instrumentação destas e trabalhos que realizaram análises
experimentais de processos dentro da área de hidrodinâmica de reatores.

Segundo Daronch (2013), as bancadas são excelentes ferramentas de apoio à


aprendizagem e execução de experimentos, que permitem a análise de diversos
parâmetros e familiarização com diversos componentes, demostrando a importância
destas no processo de aprendizagem dentro de uma instituição de ensino.

Amaral et al. (2012) diz que a construção de uma bancada representa economia,
uma vez que o valor de construção de uma bancada didática está áquem de uma
comercial, além disso, possibilitando ao aluno colocar em prática muitos dos
conhecimentos adquiridos. A construção de um equipamento didático melhora a
qualidade das aulas práticas, permitindo ao aluno imersão no processo completo da
pesquisa.

Baker e Pozarski (2016) reúnem informações sobre medidores de vazão,


apresentam guias de seleção e calibração de uma variada gama de medidores,
auxiliando na fundamentação teórica sobre estes equipamentos e na seleção
adequada. Os autores apontam os medidores de vazão tipo turbina como
instrumentos de alta precisão e em todos os medidores de fluxo, são os medidores
de fluxo mais precisos. Além disto, apresentam excelente reprodutibilidade.

Beyer (2014) realiza a automação de uma bancada experimental didática do tipo


turbina Pelton. O autor reúne informações sobre os diversos tipos de medidores,
suas vantagens e desvantagens e os princípios de funcionamento. Ele indica o
medidor tipo turbina com uma das melhores opções para bancadas experimentais,
uma vez que são de alta precisão e confiabilidade, além de apresentar boa
repetitividade. Além disso, existe uma ampla gama de modelos disponíveis
atendendo a maioria dos processos industriais para as diversas faixas de vazões.
24

Segundo Garcia (2016), o alto custo e o investimento necessário para aquisição de


bancadas didáticas e necessidade da aplicação de tecnologia avançada e mão de
obra especializada, gera a necessidade de projetos de baixo custo. Em vista disso,
ele construiu uma bancada de fluxo tangencial de baixo custo a fim de realizar
estudos energéticos e exergéticos. Para isso, utilizou conceitos de mecânica dos
fluidos e instrumentação.

Outro projeto de destaque dentro da mecânica dos fluidos é o estudo realizado por
Goulart (2008). Este projeto consiste em um estudo teórico e construção de uma
bancada didática capaz de fornecer dados práticos para o estudo do desempenho
térmico em trocadores de calor. Além da utilização de equações da mecânica dos
fluidos, foram utilizados conceitos de instrumentação para variação de vazão de
entrada no trocador.

Constam na literatura diversos estudos experimentais sobre o comportamento


hidrodinâmico de diversos reatores, como unidades utilizadas para tratamento de
águas residuárias. Estes estudos têm sido realizados através de testes de estímulo-
resposta com os mais variados traçadores, permitindo a detecção de anomalias nos
reatores.

Cussuol et al. (2018) estudaram o efeito das configurações de entrada e saída no


desempenho de unidades de contato de fluxo contínuo. Neste estudo, realizaram-se
uma avaliação integrada da eficiência hidráulica e hidrodinâmica de três unidades.
Uma unidade retangular foi adotada como referência e duas configurações distintas
de entrada e saída, uma com entrada e saída centrais e outra com a presença de
um defletor e difusor de escoamento. O campo de escoamento para a unidade com
defletor e difusor tornou este mais uniformemente distribuído e por meio dos
indicadores e DTR, verificou-se que esta apresenta uma maior eficiência comparada
às demais.

Siqueira (1998) realizou estudos de indicadores de curto-circuito e mistura em


unidades de contato de fluxo contínuo. Com objetivo de detectar os indicadores mais
confiáveis listados na literatura, foram realizados diversos estudos experimentais. Os
testes foram realizados em cinco diferentes unidades. Utilizou-se um condutivimetro
25

para coleta dos valores de condutividade elétrica e transformar estes em valores de


concentração. Siqueira (1998) obteve várias DTR e por meio de uma análise do
comportamento físico e estatístico dos indicadores, obter os mais confiáveis.
Siqueira concluiu que ti e t10 são bons indicadores de níveis de curto-circuitos, uma
vez que estão fortemente associados ao fenômeno da advecção. Para que um
determinado indicador seja confiável, este deve ter um comportamento condizente
com o fenômeno físico. Quanto maior o valor de ti, menores são os níveis de curto-
circuito. Já o indicador t10 apresenta uma confiabilidade ainda maior, visto que, ao
contrário de ti, não está associado a um ponto e sim a uma área sobre a DTR. Em
relação aos indicadores de mistura, o mais indicado foi o índice de dispersão. Este,
por utilizar a variância da curva de passagem, está diretamente ligado com o
espalhamento do traçador durante o trajeto pela unidade. Este é um bom indicador
de mistura, visto que apresenta um bom embasamento físico e por levar em
consideração toda a curva de passagem.

Rauen e Teixeira (2014) realizam um estudo de semelhança dinâmica a fim de


verificar a influência do fator de escala e descarga na similitude dinâmica e na
eficiência hidráulica de tanques de contato. Os padrões de fluxo que tendem a
mistura completa e o escoamento tipo pistão foram estudados, cada um avaliado em
um protótipo e três outros modelos geometricamente semelhantes de geometrias em
forma de L e serpentinas. Foram realizados experimentos sob cinco valores de
descarga. A sensibilidade de cada padrão de fluxo às condições de mudança foi
avaliada com base nas curvas de distribuição do tempo de residência e nos valores
de indicadores de eficiência hidráulica, contrastados pelos protótipos e seus
modelos reduzidos. Verificou-se que este se mostrou insensível à variação de escala
dentro das faixas testadas. Eles concluíram que é possível utilizar a semelhança
dinâmica em escoamento em unidades de contato, uma vez que, além de
apresentar concordância de resultados, apresenta uma maximização de processo,
redução de custo e minimização da formação de substâncias indesejáveis ao
processo, o que justifica a utilização de modelos reduzidos.
Outro trabalho de relevância foi realizado por Kanashiro et al. (2013). Os autores
fizeram um projeto em modelo reduzido da hidrelétrica de San Francisco, do
Equador. As pesquisas em modelo reduzido tiveram por finalidade realizar os
estudos referentes ao vertedor para descarga. Para correta representação do
26

sistema, foi realizada uma análise de semelhança dinâmica a partir da semelhança


de Froude, que indica uma razão entre a inércia do escoamento e a força
gravitacional. A escala utilizada foi 1:25.
27

5 METODOLOGIA

Nesta seção, são detalhados os procedimentos adotados para a realização deste


trabalho. O projeto é iniciado pelo projeto da bancada, que envolve a parte de
dimensionamento, desenho e seleção dos componentes e acessórios. Feita a
seleção dos materiais e seu quantitativo, realizou-se uma análise custos.
Posteriormente aplicaram-se conceitos de instrumentação para a calibração do
medidor.

5.1 DESCRIÇÃO E PROJETO DA BANCADA

A construção da bancada experimental é o principal objetivo a que se destina este


trabalho. O propósito da montagem da bancada é permitir o estudo hidráulico e
hidrodinâmico de processos que utilizam unidades de contato de fluxo contínuo.

A bancada foi construída e incorporada ao Laboratório de Pesquisa em Mecânica


dos Fluidos do Instituto Federal do Espírito Santo. As dimensões dela foram
estimadas levando em consideração o espaço físico onde ela seria fixada e
aspectos ergonômicos, segundo a Norma NR17, que trata de aspectos ergonômicos
relacionados aos postos de trabalho. Esta possui as seguintes dimensões: largura
de 500 mm, altura de 1500 mm e comprimento de 1500 mm. A altura de trabalho é
fixada em 1100 mm, dentro dos limites estabelecidos pela norma, que está situado
entre 950 mm e 1150 mm. A profundidade mínima indicada é de 450 mm.

Os principais componentes são os reservatórios de água, bombas para promover


sua circulação e medidor de vazão, cuja vazão é representada em um display em
conjunto com um microcontrolador.

O circuito hidráulico se inicia com um reservatório para manutenção de nível


constante. Esse reservatório garante que a água a ser fornecida para o sistema seja
bombeada sempre no mesmo nível, evitando diferenças de pressão devido à
mudança de nível na sucção da bomba.
28

Um sistema de bombeamento força a circulação de água por meio de tubos de um


reservatório de fornecimento para a unidade de contato a ser examinada, passando
por um sistema de medição de vazão. Após passar pela unidade, a água pode
retornar para o reservatório inicial ou ser desviada para ser drenada quando a
substância traçadora for inserida. A Figura 3 mostra o circuito hidráulico para a
unidade.

Figura 3 – Circuito hidráulico para a unidade.

1 – Reservatório de alimentação 7 – Registro inserção traçador


2 – Bomba nível constante 8 – Reservatório inserção traçador
3 – Reservatório nível constante 9 – Unidade experimental
4 – Bomba de sucção 10 – Sistema de aquisição de dados
5 – Registro para controle de vazão 11 - Registro controle de extração
6 - Medidor de vazão 12 - Dreno de água

Fonte: Autor (2019).


29

Para esse projeto, estipulou-se uma vazão de 2 L/min, podendo esta ser variada
através da abertura ou fechamento da válvula de controle tipo esfera. Para a vazão
utilizada, a água apresenta uma velocidade média de 0,26 m/s na seção de entrada
da unidade.

As dimensões da unidade basearam-se na vazão que foi estipulada e em um tempo


de enchimento de 5 minutos. Com isso, observou-se que esta deveria possuir um
volume de 10L. O tempo foi estipulado pensando no tempo de duração de cada
teste na bancada e com base no volume que a mesma iria apresentar.

Na entrada da unidade, foi instalado um reservatório para inserção do traçador,


regulado por uma válvula tipo esfera. A válvula de esfera é uma escolha notável
graças à sua vedação hermética e confiável quando na posição fechada. Esse
reservatório está situado em uma altura superior à coluna de fluido no interior da
unidade, de forma a garantir que, ao realizar a abertura da válvula, o traçador seja
inserido no escoamento. Na saída da unidade, um tê direciona a água para
recircular ou para ser extraída do sistema, quando for inserido o traçador.

Para o reservatório de fornecimento de água para o sistema, adotou-se um volume


três vezes maior que da unidade de forma que o reservatório possua capacidade de
abastecer todo o circuito hidráulico e ter um volume capaz de submergir as bombas.
Esse reservatório foi instalado em um nível mais baixo que a unidade, de maneira
que o fluido de trabalho, após percorrer a unidade, consiga retornar apenas pela
força da gravidade.

Para uma seleção correta do sistema de bombeamento, é necessário conhecer as


perdas de carga a fim de selecionar uma bomba que forneça a potência. A perda de
carga é dividida em perda de carga distribuída e localizada. A distribuída ocorre em
trechos de tubulação retilíneos e de diâmetro constante onde ocorre uma perda de
pressão distribuída ao longo de seu comprimento que faz com que a pressão total vá
diminuindo gradativamente. Já a localizada ocorre em trechos da tubulação onde há
presença de acessórios que contribuem para a alteração de módulo ou direção da
velocidade média do escoamento e, consequentemente, de pressão no local.
30

A perda de carga foi calculada com base na Equação de Bernoulli, dada pela Eq1:

Hb + (P1/γ) + (V1²/2g) + Z1 = (P2/γ) + (V2²/2g) + Z2 + Δh Equação 1

Onde Hb é o trabalho da bomba, que se pretende determinar, em que:


P1 e P2: Pressões nos pontos inicial e final;
γ: Peso específico do fluido;
V1 e V2: Velocidade nos pontos 1 e 2;
g: Valor da gravidade;
Z1 e Z2: Altura da coluna de fluido;
Δh: Perda de carga.

Por se tratarem de pontos abertos de escoamento, a pressão em 1 e 2 são nulas,


bem como as velocidades. A diferença de nível dos pontos é conhecida.

A perda de carga (Δh) é dada pela Eq.2:


Δh = Δhloc + Δhdist Equação 2

Onde as perdas de carga distribuída e localizada são dadas pelas Eq.3 e Eq.4,
respectivamente:
Δhdist = f.(L/D).(v²/2g) Equação 3

Δhloc = K.(v²/2g) Equação 4

Onde f é fator de atrito adimensional para escoamento laminar, calculado com base
no número de Reynolds, L e D, respectivamente, o comprimento e diâmetro da
tubulação, v a velocidade do escoamento e g a aceleração da gravidade. Esses
valores foram estimados com base nas características do fluido, da tubulação e do
escoamento. Já K é um coeficiente adimensional de perda de carga localizada. Esse
fator foi buscado em catálogos de fabricantes de cada acessório utilizado. Já o fator
de atrito adimensional para a perda de carga distribuída foi estimado pelo Diagrama
de Moody, presente no Anexo A, após o cálculo do número de Reynolds e adotando
o tubo liso, ou seja, com rugosidade zero.
31

Com esses valores, pode-se chegar a uma equação geral para a perda de carga e a
equação geral, conforme descrito por Eq.6:

Hb = (Z2 – Z1) + [f.(L/D) +∑K].(v²/2g) Equação 8

Já a velocidade pode ser expressa em função da vazão e área:

V= Q/A Equação 8

V =(4Q/d²) Equação 8

Logo, tem-se a equação geral como:

Hb = (Z2 – Z1) + [f.(L/D) +∑K].(8Q²/g.D4) Equação 8

A Tabela 1 mostra os componentes utilizados, a quantidade e a coeficiente


adimensional de perda de carga. No Apêndice A estão presentes os dados de
operação e dos acessórios que foram inseridos na equação a fim de obter a
equação do sistema.

Tabela 1 – Coeficiente de perda de carga dos componentes


COMPONENTE QUANTIDADE COEFICIENTE PERDA DE CARGA
Joelho 90º 4 0,9
Tê 1 2,5
Registro Esfera 1 5,8
Medidor de Vazão 1 4,3
Adaptador Medidor 2 3,9
Redução Medidor 2 6,6

Fonte: Autor (2019).

Buscou-se, então, no catálogo de fabricante de bombas, uma bomba com curva


característica que seja capaz de vencer as perdas de cargas e fornecer a vazão
necessária. Buscou-se por bombas compactas, de baixo custo e com baixa potência
para evitar a transmissão de vibrações para a bancada. No Anexo B está presente a
curva disponível pelo fabricante SarloBetter.
32

O desenvolvimento esquemático da bancada foi realizado no software SolidEdge,


onde foi desenhada a estrutura, com os componentes e acessórios, como mostra a
Figura 4.

Figura 4 – Desenho da bancada.

(a) vista frontal (b) vista isométrica


Fonte: Autor (2019).

5.2 SELEÇÃO DE MATERIAIS

A estrutura da bancada deve ser de um material com boa resistência, além de serem
materiais que possuam boa resistência à água. Outro importante fator levado em
consideração é o preço dos componentes, uma vez que o objetivo é obter um
equipamento de baixo custo que justifique sua construção e a facilidade de
aquisição.

Para a estrutura da bancada, optou-se por compensado naval, uma vez que
apresenta menor custo e peso específico comparado com a maioria dos metais e
possuir melhor resistência à água que madeiras comuns.
33

Os reservatórios de água foram confeccionados de acrílico, uma vez que são


materiais que apresentam uma superfície impermeáveis a água, dessa forma, de
maneira a evitar possíveis vazamentos e pela facilidade de obtenção das unidades
nesse material. Para essa escolha, também levou em consideração propriedades
ópticas, uma vez que o acrílico possui alta transparência, o que facilita a
visualização do escoamento no interior das unidades e pelas boas propriedades de
resistência mecânica que este tem em comparação a outros polímeros.

Já os tubos e conexões serão de policloreto de polivinila (PVC), devido ao baixo


custo e facilidade de aquisição, além de serem impermeáveis à agua.

5.3 INSTRUMENTAÇÃO

Para realizar a leitura da vazão e garantir que a bancada esteja operando no valor
anteriormente fixado, foi realizado o sistema de controle da bancada. Por meio de
válvulas, o operador regula de forma manual a abertura e fechamento destas, a fim
de aumentar ou diminuir o fluxo de água para o interior da unidade. Um medidor de
vazão operando em conjunto com um microcontrolador da marca ®Arduíno realiza a
leitura desse valor instantâneo e este é representado em um visor instalado na
bancada. A Figura 5 mostra um desenho esquemático do medidor e visor ligados ao
arduíno.

Figura 5 – Esquema de ligação do medidor de vazão.

Fonte: Autor (2019).


34

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo apresenta os resultados do desenvolvimento e execução do projeto de


pesquisa proposto, estruturado de acordo com os objetivos apontados. São
descritas e comentadas a construção do aparato experimental, a instrumentação da
bancada e a calibração do instrumento de medição.

6.1 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DO APARATO EXPERIMENTAL

O principal resultado e produto do desenvolvimento deste trabalho é a bancada


experimental construída e montada. A Figura 6 apresenta esta construída, cuja
descrição é realizada com detalhes na sequência.

Figura 6 – Bancada de hidrodinâmica de reatores.

Fonte: Autor (2019).

A construção do aparato experimental se deu a partir do projeto realizado,


explanado na Seção 5.1. Antes da montagem foram concluídas as etapas de
desenvolvimento de possíveis concepções, determinação de requisitos de projeto,
definição do circuito hidráulico, desenho e modelagem 3D, especificação de
componentes, realização de orçamentos e a efetiva aquisição de equipamentos.
35

O aparato experimental foi construído em compensado naval e revestido com


fórmica para garantir maior proteção à água e por questões estéticas. A estrutura foi
fixada por meio de parafusos. A proposta inicial era a utilização de perfis de alumínio
estrutural, porém a escolha pelo compensado naval apresentou uma redução de
aproximadamente 46% no custo de aquisição do material.

Com a estrutura montada, fixaram-se os acessórios constituintes do sistema


hidráulico, como bombas, registros e conexões. Toda tubulação e conexões são de
policloreto de vinilia (PVC), exceto as tubulações de saída e entrada da unidade que
foram confeccionadas em tubos flexíveis, para que fosse possível retirar e colocar
unidades na bancada, quando a mesma precisar ser subtituída. Optou-se pelo PVC
devido ao baixo custo e pela facilidade de aquisição. Foram realizados diversos
ensaios para verificar possíveis vazamentos e os mesmos foram corrigidos.

Sistemas elétricos foram instalados na bancada a fim de realizar o ligamento e


desligamento das bombas e instrumentos de medição. No painel da bancada, foram
instaladas três interruptores que ligam o sistema de medição de vazão e as duas
bombas utilizadas. Próximo aos interruptores foi instalado uma colar, cujo interior
estão fixadas quatro tomadas, que podem ser utilizadas pelo operador. Esse sistema
é mostrado na Figura 7.

Figura 7 – Sistema de ligamento das bombas e tomadas.

Fonte: Autor (2019).


O sistema de bombeamento envolve um conjunto de tanque reservatório, bombas e
um circuito hidráulico como retroalimentação para o tanque e alimentação para a
36

seção de testes. O reservatório bipartido foi confeccionado de forma a manter


sempre o nível do reservatório menor em um nível constante, evitando diferenças de
pressão e entrada de ar no início de sucção da bomba. O controle das válvulas
instaladas no sistema permite a variação de vazão. O sistema de bombeamento é
representado na Figura 8, onde é possível verificar as duas bombas, o reservatório
de alimentação e o menor de controle de nível constante. O tanque reservatório
instalado possui 30 litros de capacidade, de forma a fornecer água suficiente para
encher a unidade e abastecer toda tubulação.

Figura 8 – Sistema de bombeamento e reservatórios.

Fonte: Autor (2019).

A perda de carga foi calculada e traçada a curva característica do sistema. Com as


equações da perda de carga localizada e distribuídas em função da vazão, traçou-se
a curva do sistema e verificou-se a curva da bomba fornecida pelo fabricante, a fim
de verificar se a bomba atendesse e identificar o ponto de operação. O ponto de
operação da bancada é no local onde as curvas se encontram. A Figura 9 mostra a
curva do sistema e da bomba selecionada.
37

Figura 9 – Curva do sistema e da bomba.

Fonte: Autor (2019).

A bomba selecionada é uma bomba submersível Modelo Sarlo Better 1000. Uma
bomba de menor potência atenderia o sistema, porém escolheu-se essa bomba,
pois, além de ser fornecer a vazão requerida, possibilita trabalhar em vazões
maiores à estipulada, fornecendo uma maior versatilidade à bancada. A Tabela 2
mostra as especificações da bomba utilizada.

Tabela 2 – Especificações da bomba utilizada.


MODELO TENSÃO FREQUÊNCIA POTÊNCIA VAZÃO MÁXIMA
SB1000 220V 60Hz 13W 1000L/h
Fonte: Autor (2019).

6.2 INSTRUMENTAÇÃO

A instrumentação adequada da bancada se deu a partir da especificação, aquisição


e instalação de medidor, da implementação de um sistema de aquisição de sinais e
da elaboração de uma interface de aquisição de dados. Para tanto, foi adquirido e
instalado um medidor de vazão. O medidor escolhido foi o medidor de vazão tipo
turbina YF-S402, devido à sua faixa de medição. O medidor possui uma faixa de
medição de vazão de 0,3L/min até 6L/min, com tensão de funcionamento de 4.5V
38

em corrente contínua, compatível com o microcontrolador utilizado e pressão


máxima de trabalho de 1,75MPa. Este foi instalado no início do circuito experimental,
em posição posterior ao sistema de bombeamento e às válvulas de controle, e
anterior à seção de teste.

Os sinais de impulsos elétricos são captados pelo microcontrolador ®Arduino,


processados e representados em valores de vazão em um visor instalado na
bancada, para que o operador possa conhecer a vazão em operação. Para o
processamento dos dados e representação em um visor foi criado uma programação
em linguagem C, presente no Apêndice B. A Figura 10 ilustra o medidor tipo turbina
com o visor representando a vazão instantânea.

Figura 10 – Medidor utilizado em conjunto com o visor.

Fonte: Autor (2019).

Para calibração do medidor de vazão, foram realizados experimentos de


caracterização do comportamento estático do instrumento de medição com a
determinação das relações entre sinal de entrada e de saída. Para isso, utilizou-se o
procedimento de calibração volumétrica. Anotou-se o tempo decorrido para o
enchimento de um recipiente com volume conhecido e verificou-se o sinal de saída.
Repetiu-se o procedimento para várias vazões, a fim de obter uma curva de
calibração, apresentada na Figura 11, e assim, obter a equação característica do
39

medidor. As vazões utilizadas durante o processo de calibração estão contidas


dentro da faixa de vazão estipuladas pelo fabricante do medidor, visando, dessa
forma, obter um comportamento confiável. O procedimento resultou em um
coeficiente de determinação de 99,87%.

Figura 11 – Curva de calibração do medidor de vazão.

Fonte: Autor (2019).

6.3 CUSTOS DA BANCADA

Durante a etapa de concepção da bancada, foi realizada uma estimativa dos


materiais, bem como a quantidade utilizada para sua construção. Com esse
quantitativo em mãos, foi realizada uma pesquisa no comércio local e regional a fim
de verificar os melhores preços para que a bancada seja o mais economicamente
viável possível. Conhecendo-se esses valores, pode-se obter uma estimativa do
valor total do projeto. Analisaram-se os custos relacionados à aquisição de
materiais, desconsiderando, dessa forma, custos relacionados à mão de obra e
custos variáveis, como energia.

As bombas e acessórios relacionados à instrumentação foram comprados via


internet, sendo assim, foi possível realizar uma pesquisa mercado e buscar pelo
menor preço. Já os componentes para estrutura da bancada e tubulações foram
40

adquiridos no comércio local. As composições dos sistemas com seus respectivos


preços estão representadas na Tabela 3.

Tabela 3 – Levantamento do quantitativo e custos de aquisição de materiais.


QUANTIDADE ACESSÓRIO PREÇO UNITÁRIO PREÇO TOTAL
2 Bomba R$ 79,90 R$ 159,80
2 Arduíno R$ 79,90 R$ 159,80
1 Case arduíno R$ 14,90 R$ 14,90
1 Fonte 9V arduíno R$ 14,90 R$ 14,90
1 Display LCD R$ 34,90 R$ 34,90
1 Protoboard R$ 12,90 R$ 12,90
2 Caixa de jumpers (20un.) R$ 6,90 R$ 13,80
6 Registro esfera R$ 7,90 R$ 47,40
3 Tê R$ 6,00 R$ 18,00
3 Interruptores R$ 14,50 R$ 43,50
1 Colar com tampa R$ 55,00 R$ 55,00
1 Compensado naval formicado R$ 1.600,00 R$ 1.600,00
1 Unidade de contato em acrílico R$ 315,00 R$ 315,00
1 Reservatório acrílico R$ 354,00 R$ 354,00
3 Tubulação PVC (m) R$ 8,00 R$ 24,00
10 Joelho 90º R$ 2,30 R$ 23,00
1 Medidor YF-S402 R$ 38,90 R$ 38,90
2 Adaptador metálico medidor R$ 19,90 R$ 39,80
5 Espigão 1/2” R$ 2,00 R$ 10,00
2 Mangueira elástica (m) R$ 5,60 R$ 11,20
3 Veda rosca R$ 6,00 R$ 18,00
1 Fita isolante R$ 3,50 R$ 3,50
4 Tomadas LTK R$ 10,30 R$ 41,20
3 Fiação elétrica 6mm R$ 2,50 R$ 7,50
4 Rodízios R$ 60,00 R$ 240,00
Total 3.301,00
Fonte: Autor (2019).

O custo total de compra dos materiais para confecção da bancada foi de


R$3.301,00. A escolha pela bancada confeccionada em estrutura de alumínio
elevaria o preço da bancada para R$4.741,00, o que justifica a substituição pelo
compensado naval.
41

6 CONCLUSÃO

O presente trabalho apresentou a proposta de pesquisa e o projeto de


desenvolvimento de uma bancada experimental para estudos hidráulicos e
hidrodinâmicos em unidades de contato de fluxo contínuo, que foi construída e
montada no Laboratório de Pesquisa de Mecânica dos Fluidos do Instituto Federal
do Espírito Santo.

Durante o projeto, verificou-se a importância do cálculo de alguns parâmetros, como


cálculo das forças as quais a bancada é submetida, a fim ser selecionar materiais
com resistência e perda de carga para correto seleção do sistema de bombeamento.

A bancada foi construída, instrumentada e apresentada com detalhes. As


características construtivas e de operação foram abordadas. O medidor de vazão foi
montado e devidamente calibrado. Verificou-se que as válvulas de controle tipo
esfera foram eficientes para controle de lançamento de traçador e para extração de
água do sistema. Porém, a utilização da válvula tipo esfera para controle de vazão
não se mostrou uma boa alternativa, pois uma pequena abertura desta aumenta
consideravelmente o fluxo de escoamento, sendo assim não apresenta um bom
controle parcial de fluxo. Uma válvula tipo globo ou agulha seria uma melhor opção,
visto que possibilita um melhor controle do processo.

Através dos ensaios de calibração, pôde-se determinar o comportamento e levantar


as curvas de caracterização para o instrumento de medição. A curva obtida
apresentara coeficiente de determinação próximo a um, confirmando o
comportamento linear dos pontos obtidos nos ensaios.
42

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47

APÊNDICE A – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA

Cálculo do Número de Reynolds:

Re = V.D/γ

Re = (0,26m/s . 0,0127m) / 10-6 m²/s

Re = 3302

Escoamento turbulento

Dados do sistema:

Diâmetro D 0,0127 m
Gravidade g 10 m²/s
Comprimento tubulação L 2 m
Z2-Z1 ∆Z 0,3 m
Coeficiente ΔhL f 0,04 .

Fatores adimensionais de perda de carga:

Componente Quantidade Símbolo K


Joelho 90º 4 k1 0,9
Registro esfera 1 k2 5,8
Tê 1 k3 2,5
Medidor de Vazão 1 k4 4,3
Adaptador medidor 2 k5 3,9
Redução medidor 2 k6 6,2

Dados para obtenção da curva do sistema:

Q (m³/s) Q (L/min) H (m) H (cm)


0,00E+00 0,00 0,30 30,00
4,17E-06 0,25 0,32 32,28
8,33E-06 0,50 0,39 39,12
1,25E-05 0,75 0,51 50,52
1,67E-05 1,00 0,66 66,47
2,08E-05 1,25 0,87 86,99
2,50E-05 1,50 1,12 112,07
2,92E-05 1,75 1,42 141,70
3,33E-05 2,00 1,76 175,90
3,75E-05 2,25 2,15 214,65
4,17E-05 2,50 2,58 257,97
4,58E-05 2,75 3,06 305,84
48

Curva sistema x Curva da bomba:


49

APÊNDICE B – CÓDIGO PARA MEDIÇÃO DE VAZÃO


50
51
52
53

APÊNDICE C – DESENHO DA BANCADA


54
55

APÊNDICE D – DESENHO UNIDADE


56

APÊNDICE E – RESERVATÓRIO DE ABASTECIMENTO


57

ANEXO A – DIAGRAMA DE MOODY


58

ANEXO B – CURVA DA BOMBA UTILIZADA

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