Relatório Física II
Relatório Física II
Relatório Física II
Ana Carolina de S. F. Melo, Bárbara Ferreira de Jesus, Felipe Borges Silva, Maria Gabriela L. C.
Silva, Vito Labruna Cunha
Instituto de Física – Universidade Federal de Uberlândia
Av. João Naves de Ávila, 2121 – Santa Mônica – 38400-902 – Uberlândia – MG - Brasil
e-mail: [email protected]
Resumo
Neste relatório foram analisados dados e medidas em experimentos sobre a Lei de Ampère e sobre a Força de Lorentz. O
primeiro experimento consiste de uma balança magnética montada com fios, sondas, um ímã e uma fonte para encontrar
campos magnéticos. O segundo experimento é relacionado à Lei De Ampère, utilizando fios, sondas, espiras, núcleos de
ferro e cabeças de ferro como material, além de uma fonte geradora de tensão. Com isso foi obtido os valores : B1=
0,094±0,003T e B2= 0,0956±0,002T, valores próximos do valor medido pelo gaussímetro, também foi possível calcular a
constante k= 0,02439 ± 0,00008T/A.
1.Introdução
Hans Christian Ørsted , físico dinamarquês, em 1820, percebeu que uma bússola sofria deflexões quando
estava perto de uma corrente passando por um fio condutor, alterando o norte geográfico desta bússola. Tal
experimento estimulou o estudo teórico dos conceitos de eletromagnetismo, que futuramente originaram a
elaboração da Lei de Ampére e da Força de Lorentz.
No dia a dia podemos encontrar diversos dispositivos que funcionam pelos princípios eletromagnéticos, por
exemplo, os cartões magnéticos, os transformadores de tensão, antenas de transmissão de dados e até motores
elétricos.
Em decorrência disto , verifica-se que estes princípios são de suma importância para o dia a dia da
humanidade, sendo participantes dentro da grande maioria dos processos humanos, desde a utilização de um
equipamento eletrônicos, até pagamentos, transações e compras de bens de consumo.
Assim, as análises e estudos experimentais realizados têm como objetivo comprovar a teoria, por meio de
dados obtidos de maneira experimental com certos arranjos de matérias, equipamentos e sondas.
Este relatório está organizado da seguinte maneira: na Seção 2 encontra-se a teoria abordada no experimento,
tal como as fórmulas físicas utilizadas e comprovadas durante a fase experimental. Na Seção 3 , o procedimento
experimental utilizado durante a realização destes dois experimentos é descrito passo a passo, demonstrando
como os dados foram obtidos conforme foram montadas as experiências. A seção 4 contém os resultados e
discussões sobre os dados colhidos durante os experimentos, tal como os processos estatísticos que foram
utilizados para a interpretação dos dados. Na seção 5 são tiradas as conclusões sobre os dados obtidos e tratados
durante o experimento, tal como a validade sobre os valores obtidos. Por fim, são dispostas as referências ,
contendo o material teórico utilizado como base durante o experimento.
1. Teoria
Para determinar o campo magnético total utilizamos a Lei de Ampère. Esta lei pode ser demonstrada a partir
da Lei de Biot-Savart:
→ →
∮ 𝐵 • 𝑑𝑠 = µ0𝑖𝑒𝑛𝑣(1)
→ →
Onde o círculo fechado indica a integração do campo magnético 𝐵 e todos os elementos de corrente i 𝑑𝑠 ,
deve ser em uma curva fechada, denominada amperiana.
Utilizamos a Lei de Ampére com o auxílio da “Regra da mão direita” para determinar o sentido da corrente
através do campo magnético num determinado ponto. Devemos apoiar a mão direita na amperiana, com os dedos
apontando no sentido da integração. Uma corrente no sentido do polegar estendido recebe sinal positivo e uma
corrente no sentido oposto recebe sinal negativo.
Figura 1: Regra da mão direita
A figura 1 é uma representação da teoria citada acima. Nesse caso temos por termos uma corrente no sentido
do polegar estendido, ela será positiva. Vale ressaltar que apenas as correntes medidas em ampère aparecem na
lei em discussão.
Abrangendo o campo magnético, para auxiliar na compreensão deste relatório precisamos conhecer a força
de Lorentz. Quando temos um portador de carga elétrica que se desloca por um campo elétrico E e o campo
magnético B com determinada velocidade v, existirá uma força atuando sobre essa carga. Dada por:
→ → → →
𝐹 = 𝑞(𝐸 + 𝑣 × 𝐵 ) (2)
De acordo com essa Lei, partindo dessa equação essa força é exercida sobre uma partícula carregada devido a
existência de um campo eletromagnético. Além da força atuando sobre um fio que passa uma corrente em um
campo magnético, há ainda a geração de campos magnéticos pelos fios que em que passa uma corrente elétrica.
2. Procedimento Experimental
No experimento da lei de ampére, uma bússola é alinhada com o campo magnético da Terra com um fio que
passa sobre ela para produzir um campo magnético circular que ocasiona uma deflexão da bússola. Invertendo o
campo, a agulha da bússola deflete ao contrário. Esse experimento também pode ser feito de uma forma mais
simples através da regra da mão direita.
Uma fonte de tensão alimenta uma espira, a qual está em um campo magnético constante e ligada a uma
balança em que o valor da leitura quando é feito o alinhamento. É utilizada uma espira com 2 voltas de raio igual
a 5 cm. O ajuste é iniciado variando de 10 em 10 gramas e de 100 em 100 gramas no ajuste de trás. A medida
escolhida é entre 40 e 50 gramas, na medida inferior do goniômetro é feita a leitura e o ajuste é feito na sua parte
de cima. Uma corrente passa pela bobina e a força magnética equilibra o peso da balança. Dessa forma, é obtido
42,4 gramas para a massa da espira. Quando aplicada uma corrente na espira, ela percebe o campo permanente e
ocorre a Força de Lorentz. Essa força atua a favor ou contra a força gravitacional que puxa a espira e assim
obtemos uma variação na massa que é o valor da Força de Lorentz. Com 0,2 A a massa fica mais leve pois a
Força de Lorentz foi para cima e a nova massa é 42,24 gramas. Invertendo a polarização da corrente, a massa
fica mais pesada com aproximadamente 42,8 gramas. Assim, o experimento deve ser feito com as demais
espiras.
Na segunda parte do experimento, deve ser feita a comprovação da Lei de Ampère. Duas bobinas são
utilizadas para criar um campo magnético na região central que varia com a corrente com um gaussímetro e uma
sonda hall que mede o campo magnético perpendicular a ela. A sonda fica entre os dois transformadores e o
gaussímetro é zerado. Usando uma corrente de 0,5 A o campo é de 24,9 mT, em 1 A temos 50,7 mT e com 1, 52
A temos um campo de 76,7 mT.
3. Resultados e Discussão
Como resultado do primeiro experimento, é possível observar a aplicação da Lei de Lorentz em um campo
magnético fixo quando se aplica a corrente em um determinado sentido e se obtém uma força. Tal fato, repete-se
no momento que se inverte o sentido da corrente, no entanto a força observada é contrária à primeira .
Dessa forma, com os dados obtidos da montagem com a balança magnética foi possível tabelar a variação da
massa medida em função da corrente aplicada, considerando a aceleração da gravidade como 9,8m/s^2 e
utilizando a Segunda Lei de Newton com a equação 3 , é obtida a força magnética gerada pela corrente,
conforme mostra a tabela 4
𝐹 = 𝑚 * 𝑎 (3)
Tabela 4 - Balança Magnética
Nesse sentido, quando plota-se o gráfico 1 e 2 e se calcula a regressão linear pelo aplicativo SciDAVis da
força em função da corrente aplicada em cada fio, obtêm-se os seguintes coeficientes angulares das retas, a1 =
2,34±0,07𝑇 * 𝑚𝑚 e a2 = 4,78±0,08𝑇 * 𝑚𝑚
Pela Lei de Lorentz, sabe-se que o coeficiente angular é o produto vetorial entre o comprimento do fio e o
campo magnético, sendo assim, é possível calcular o campo pela equação 4.
𝐵 = 𝑎/𝑙 (4)
Sabe-se que o erro do campo magnético é dado pela propagação de erro do coeficiente angular e do
comprimento do fio, equação 5, sendo σ𝑎1 = 0, 07𝑇 * 𝑚𝑚, σ𝑎2 = 0, 08𝑇 * 𝑚𝑚, 𝑒 σ𝑙 = 0, 5𝑚𝑚.
2 2 2
σ𝐵 = √((σ𝑎 * 1/𝑙) + (σ𝑙 *− 𝑎/𝑙 ) ) (5)
Dessa maneira, é possível calcular o campo do fio de 25,0mm sendo B1= 0,094±0,003T e B2=
0,0956±0,002T, ou seja, são valores muito próximos do valor medido pelo gaussímetro, o que demonstra a
correta medição e desenvolvimento dos cálculos.
Seguidamente, foi feita a segunda montagem que foi possível medir o campo magnético gerado em um
material por duas bobinas quando uma corrente passa por elas. Porém, o sistema não é simétrico e a aplicação da
Lei de Ampère se torna inviável. Entretanto, podemos fazer uma aproximação da linha de campo central como
no circuito de um núcleo inteiriço e uniforme e encontrar empiricamente o valor da constante de
proporcionalidade k, que levará em conta os fatores geométricos e as permeabilidades magnéticas do núcleo
utilizado. Assim, o campo magnético, B, pode ser determinado pela seguinte equação:
𝐵 = 𝑘𝑖𝑁(6),
Assim, sabendo que o campo magnético B, é a soma do campo magnético gerado por N1 e do campo
magnético gerado por N2, podemos considerar que N = 2100. Os dados estão na tabela 5:
Tabela 5:
Gráfico 3:
Assim, ao fazermos uma regressão linear, temos que y = ax + b, sendo a = 0,02439 ± 0,00008, b = 0. Logo,
temos que k= 0,02439 ± 0,00008T/A. Caso aumente o número de espiras, a intensidade do campo aumentaria na
mesma proporção a fim de manter K constante.
4. Conclusão
Neste relatório apresentamos resultados qualitativos e quantitativos sobre o estudo da lei de ampère,
aplicação prática do experimento de Ørsted, da balança magnética. De acordo com as práticas elaboradas ao
longo deste relatório foi possível determinar os efeitos determinados pela teoria no laboratório, bem como
determinar os valores das grandezas discutidas neste relatório. É perceptível a distância entre os valores
calculados e já conhecidos. Isso pode ser explicado por falhas nos processos de captura dos dados, como
calculação dos valores, entre outros momentos.
Referências
HALLIDAY, D. , RESNICK, R. e WALKER, J.; Fundamentos da Física - Volume 3 - 10 Edição