Fungos Final
Fungos Final
Fungos Final
Fungos
Delegação de Nampula
Fungos
Turma: 18
Introdução....................................................................................................................................4
Agradecimentos...........................................................................................................................5
1. Fungos......................................................................................................................................6
1.1. Conceito................................................................................................................................6
1.2. Ocorrência e distribuição......................................................................................................6
1.3. Morfologia.............................................................................................................................7
1.4. Parede celular.......................................................................................................................8
1.5. Nutrição.................................................................................................................................8
1.6. Reprodução...........................................................................................................................9
1.6.1. Reprodução assexuada.......................................................................................................9
1.6.2. Reprodução sexuada........................................................................................................11
2. Classificação dos fungos.........................................................................................................12
2.1. Filo Chytridiomycota...........................................................................................................13
2.2. Filo Zygomycota..................................................................................................................13
2.3. Filo Ascomycota..................................................................................................................14
2.4. Filo Basidiomycota..............................................................................................................15
3. Doenças causadas pelos fungos.............................................................................................15
4. Importância ecológica e económica.......................................................................................16
Conclusão...................................................................................................................................17
Referências bibliográficas...........................................................................................................17
Introdução
4
Agradecimentos
5
1. Fungos
1.1. Conceito
Os fungos (do latim “fungus” que significa “cogumelo”) são seres vivos eucariontes e
heterotróficos com nutrição absortiva e reserva energética de glicogénio. Estes podem ser
unicelulares ou pluricelulares e aeróbicos ou anaeróbicos.
Durante muito tempo, os fungos foram considerados como integrantes do reino Plantae e,
somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino específico.
Além de fonte de matéria orgânica, os fungos dependem de água líquida para o seu
crescimento, essencial para todo o processo vital. A maioria depende de oxigénio para a
respiração, sendo, portanto, aeróbicos. Alguns podem ser anaeróbios facultativos, pois
respiram na presença de O2 e fermentam na sua ausência.
Devido a grande diversidade do grupo, existe uma variação nos factores que influenciam a
vida de fungos. Assim, temperaturas entre 20 °C e 30 °C são ideais para o crescimento da
maioria dos fungos, mas muitos crescem ou pelo menos sobrevivem em temperaturas
extremas. O pH ligeiramente ácido, ao redor de 6, é ideal para a grande parte dos
representantes do grupo.
6
Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento, outras são inibidas por ela e
outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em geral, a luz solar directa, devido à
radiação ultravioleta, é elemento fungicida.
Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais, em animais, no homem
e em detritos, em geral. O vento age como importante veículo de dispersão de seus propágulos
e fragmentos de hifa.
1.3. Morfologia
Os fungos são caracterizados por uma estrutura somática geralmente constituída de filamentos
alongados microscópicos, denominadas hifas. O conjunto de hifas que compõe o corpo do
fungo é chamado micélio, que pode formar estruturas reprodutivas macroscópicas
morfologicamente complexas.
Ao microscópio óptico, as hifas são muito simples, são tubos com parede celular e citoplasma.
Estas estruturas promovem a fixação do fungo no solo e nos estágios reprodutivos podem
brotar do solo formando uma estrutura de frutificação que são popularmente conhecidas como
cogumelos (presentes apenas nos basidiomicetos), que também apresentam estruturas
específicas. As hifas podem ser cenocítica ou septadas.
7
Hifas septadas
São filamentos ramificados com paredes transversais chamadas septos que “delimitam” cada
célula. Esses septos não isolam completamente as células, permitindo assim a comunicação
intracelular. Algumas hifas podem ainda apresentar dois núcleos (dicariótica) em cada célula,
dependendo do estágio sexual do organismo, ou um núcleo apenas (monocariótica).
Hifas cenocíticas
São filamentos contínuos, sem paredes transversais (septos) separando cada célula e com os
núcleos espalhados pela grande massa citoplasmática.
A parede celular dos fungos é muito complexa quimicamente, apresentando uma matriz
externa mucilaginosa, formada por um polissacarídeo solúvel. As espécies de fungos
verdadeiros apresentam uma parede formada por uma matriz de fibras de quitina. Já os
Oomycetes apresentam uma parede formada por celulose, um dos motivos para considerar
esse grupo como pseudofungos. Os Myxomycetes, também considerados pseudofungos, não
apresentam parede celular.
1.5. Nutrição
A nutrição dos fungos é heterotrófica, ou seja, eles são incapazes de sintetizar o seu próprio
alimento. Esses seres vivos, geralmente, liberam enzimas como lipases, invertases, lactases,
proteases e amílases, que hidrolisam o alimento tornando-o assimilável através de transporte
activo e passivo. Essas enzimas, chamadas exoenzimas, agem digerindo as substâncias
8
orgânicas presentes no solo para que o fungo possa absorver apenas os produtos dessa
digestão. Como os processos digestivos ocorrem fora do organismo, a digestão é conhecida
como digestão extracorpórea.
O composto orgânico utilizado como alimentos pelo fungo permite caracterizar a forma de
nutrição em:
Para além destes tipos de alimentação, existe a simbiose que ocorre quando os fungos
estabelecem relações simbióticas com seres autotróficos (algas e plantas), tornando-os mais
eficientes na colonização de habitats inóspitos. São exemplo disso os líquenes (associação de
cionobactérias ou de algas clorofitas com hifas de fungos). Neste caso, as células autotróficas
(de clorófitas ou de cianobactérias) ficam protegidas por uma camada de hifas, que forma
quase uma epiderme. Dado que a alga não se pode deslocar, o fungo fornece-lhe os nutrientes
minerais de que necessita para a fotossíntese e protege-a das alterações ambientais, recebendo
em troca compostos orgânicos.
Outra importante associação simbiótica dos fungos são as micorrizas, associações entre as
hifas e as raízes de árvores.
1.6. Reprodução
Nos fungos, assim como nas algas e em vários outros organismos, ocorrem dois tipos de
reprodução: a reprodução assexuada (envolvendo apenas a mitose) e a sexuada (resultado da
plasmogamia, cariogamia e meiose).
De acordo com o tipo de reprodução realizada, os fungos podem ser divididos em três grupos:
Esta forma de reprodução também é denominada de somática ou vegetativa, pois não envolve
a fusão de gâmetas, é a chamada fase anamórfica. Como não há mistura de material genético,
na reprodução assexuada não observamos a variabilidade genética, sendo produzidos
indivíduos idênticos geneticamente aos que os originaram. Como os indivíduos formados são
idênticos, diz-se que ocorreu formação de clones. Podem ocorrer mudanças genéticas nos
descendentes caso ocorram mutações. A reprodução assexuada pode ocorrer por diferentes
procedimentos:
a) Fragmentação
É um tipo de reprodução assexuada muito simples que ocorre em certas espécies de fungos.
Nesse tipo de reprodução, o micélio se quebra, graças a factores bióticos ou abióticos, dando
origem a dois novos micélios.
b) Brotamento ou gemulação
10
c) Divisão binária (bipartição ou cissiparidade)
Nesta divisão, a célula-mãe se divide em duas células de tamanhos iguais de tamanhos iguais,
de forma semelhante ao que ocorre com as bactérias.
d) Esporulação
11
Os fungos do Filo Ascomycota têm suas hifas especiais chamadas de conidióforos e seus
esporos chamados de conídios. Já os fungos do Filo Cythridiomycota, que são, em sua
maioria, fungos aquáticos, formam esporos chamados de zoósporos, que são dotados de um
flagelo para melhor dispersão na água.
Os conídios são esporos exógenos imóveis localizados nas extremidades nas hifas. Os esporos
dos fungos normalmente são imóveis (aplanósporos). Apenas um grupo, os quitrídios
produzem zoósporos.
a) Plasmogamia
Nesta etapa, ocorre a fusão dos citoplasmas de dois micélios. Como em muitas espécies os
núcleos não se fundem imediatamente, os dois núcleos haplóides permanecem aos pares na
12
célula. Esse micélio é denominado de dicariótico. Com o passar do tempo, esses núcleos
passam a dividir-se sem que haja a fusão;
b) Cariogamia
Aqui ocorre a fusão dos núcleos haplóides, o que forma células diplóides. No ciclo de vida
dos fungos, apenas o zigoto é uma fase diplóide.
c) Meiose
13
2. Classificação dos fungos
Whittaker em 1969 posicionou os fungos em um reino próprio, Fungi. Esta classificação ainda
manteve alguns problemas, pois alguns representantes foram mantidos no referido reino por
mera comodidade.
14
Os filos Ascomycota e Basidiomycota juntos, compreendem aproximadamente 98% das
espécies conhecidas do reino Fungi.
Este filo representa o grupo mais antigo de fungos. Os quitridiomicetos, ou quitrídios são
fungos tipicamente unicelulares ou com cadeias de células anexadas ao substrato através de
rizóides. São microscópicos. Alguns são cenocíticos, sem septos dividindo as células. São
predominantemente aquáticos, o que significa que os fungos provavelmente surgiram na água.
Entretanto, alguns quitrídios são também encontrados em ambientes terrestres.
Existe neste grupo uma grande variação ecológica, alguns são habitantes de água doce, alguns
marinhos, enquanto outros vivem em plantas ou animais em decomposição.
A reprodução sexuada ocorre através da fusão de gâmetas móveis que são morfologicamente
similares, mas diferentes fisiologicamente. Desta fusão ocorre a formação de um zigoto,
também móvel. Algumas espécies possuem talos femininos (oogônio) e masculinos
(anterídio). O anterídio libera gâmetas móveis que nadam até encontrar um oogônio ao qual se
fundem.
15
A reprodução assexuada ocorre por divisão do citoplasma em um esporângio, produzindo
esporos imóveis.
Candida é uma espécie assexual e, assim como vários outros ascomicetes, o ciclo sexual não é
conhecido. Estes fungos eram anteriormente classificados separadamente como
“Deuteromycota” devido à falta de caracteres morfológicos sexuais para sua identificação. No
entanto, estudos genéticos do DNA combinados com as características morfológicas
assexuais, permitiram o reconhecimento destes fungos dentro de Ascomycota. Deuteromycota
não é mais reconhecido como uma categoria taxonómica válida e os fungos onde a fase sexual
não é conhecida são denominados de fungos anamórficos.
A reprodução assexuada ocorre através de esporos mitóticos chamados de conídios, que são
geneticamente idênticos ao micélio do qual se originou, mas haplóides. Os conídios são
formados na extremidade de hifas especializadas, os conidióforos. A produção de esporos
sexuais é um acontecimento relativamente comum neste filo.
16
2.4. Filo Basidiomycota
Este filo corresponde a 37% das espécies de Fungos descritas até hoje. Os Basidiomycota
mais conhecidos são os que apresentam estruturas macroscópicas, como os cogumelos e
orelhas de pau, que são as estruturas reprodutivas responsáveis por produzir e dispersar os
esporos sexuais. Embora em menor número, existem neste grupo espécies unicelulares
(leveduras) e assexuais (fungos anamórficos). A característica diagnóstica do filo
Basidiomycota é a produção de células chamadas basídios, onde são produzidos os esporos
sexuais.
A reprodução sexual dos Basidiomycota é caracterizada pela presença do basídio, uma célula
em formato de clava de onde emergem, na extremidade, os esporos sexuais, denominados
basidiósporos. Ao contrário do que ocorre nos ascos, os basidiósporos são formados fora da
célula reprodutiva (basídio) e emergem a partir de prolongamentos chamados de esterigmas.
Dentro do basídio ocorre a fusão nuclear e em seguida, a meiose. Depois disso os núcleos
migram para a extremidade do basídio e então amadurecem para dar origem aos
basidiósporos.
17
3. Doenças causadas pelos fungos
As doenças causadas por fungos são conhecidas como micoses. As micoses podem ocorrer ao
nível do aparelho respiratório, olhos, unhas, cabelo, pele. Os esporos produzidos por alguns
fungos podem produzir alergias. A sua forma de contágio se dá por meio da inalação, ingestão
ou inoculação directa desses microorganismos. As micoses são causadas por leveduras,
bolores e fungos dimórficos.
As micoses podem ser classificadas atendendo aos tecidos que são inicialmente afectados, em:
a) Micoses superficiais
São infecções frequentes que se caracterizam por comprometerem pele, cabelo e unhas. Por
exemplo, a Tinea versicolor, que provoca áreas hipopigmentadas ou manchas escuras na pele.
b) Micoses cutâneas
c) Micoses subcutâneas
As micoses subcutâneas são infecções fúngicas da derme e dos tecidos subjacentes. São mais
graves do que as superficiais e cutâneas. A infecção resulta da implantação traumática do
bolor através da derme até o tecido subcutâneo. Os exemplos de micoses subcutâneas incluem
a esporotricose, a feo-hifomicose (também denominada cromomicose ou cromoblastomicose)
e os micetomas.
d) Micoses sistémicas
18
inalação de esporos ou conídios, com infecção subsequente dos pulmões e disseminação,
através do sistema circulatório, para outros sistemas de órgãos, como a pele, o trato
geniturinário ou o sistema nervoso central. Na maior parte das situações, as micoses
sistémicas ocorrem em indivíduos imunocomprometidos e, portanto, são consideradas como
infecções oportunistas.
Os patógenos comuns das micoses sistémicas incluem Aspergillus spp., Penicillium spp.,
Pneumocystis, Scedosporium spp. e membros da família Zygomycete, como Rhizopus, Mucor
e Lichtheimia.
3.1. Dermatófitos
Tinea corporis, é a tinha mais frequente no ser humano. Afecta as partes sem pelo do
corpo. Normalmente as lesões são anéis vermelhos que rodeiam uma zona central de
aspecto normal.
Tinea pedis, também chamada “pé de atleta”. Começa normalmente nos espaços
interdigitais, estendendo depois para o resto do pé.
Tinea cruris, lesões escamosas avermelhadas localizadas nas zonas inguinais. As vezes
estendem-se a zona perianal e aos glúteos.
Tinea capitis, caracteriza-se por lesões crostosas com lesões claras (hipopigmentadas),
com descamação. Os cabelos são infectados, quebrando-se na sua base. Provoca queda do
cabelo com alopécia definitiva.
Tinea unguium, também chamada por onicomicose. São lesões que ocorrem nas unhas, de
aspecto variável, desde manchas esbranquiçadas a destruição da lâmina ungueal.
19
minerais que serão retornados ao ambiente e, então poderão ser reutilizados, não apenas pelos
fungos que os decompõe, mas por todos os organismos fotossintetizantes.
Para além do benefício ecológico, existem diversas aplicações dos fungos para o benefício
humano. Algumas espécies de fungos como o Agaricus campestris e o Lentinus edodes,
conhecidos respectivamente como champignon e shitake, são amplamente utilizados no
preparo de diversos pratos da gastronomia. Além desses fungos, há os que são utilizados na
fabricação de queijos, como o Penicillium roqueforti, utilizado na produção do queijo
roquefort, e o Penicillium camembertii, utilizado na fabricação do queijo camembert.
20
Conclusão
21
Referências bibliográficas
22