Empreendedorismo e Inovação: Disciplina
Empreendedorismo e Inovação: Disciplina
Empreendedorismo e Inovação: Disciplina
Disciplina
Empreendedorismo e Inovação
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Objetivos
Objetivo 1:
Objetivo 2:
Objetivo 3:
Conteúdo
UNIDADE 1
Introdução
Olá, estudante!
Ressalta-se que o diferencial desses assuntos é a forte ênfase dada na inovação de tais
práticas, buscando oferecer uma nova compreensão e aplicação completamente
atualizada para esses contextos.
Sendo assim, o convite está feito: vamos caminhar em prol de se tornar um profissional
mais competente e conhecedor do mercado!
Competências
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
Introdução da Unidade
Olá, estudante! Sabe aquele seu amigo que possui uma loja? Ele diz que sua profissão é
ser empresário, o que é mesmo do que ser um empreendedor, correto? Mas você sabe o
que é “ser empreendedor”? Sabe como se define o termo empreendedorismo? Um
pouco além, questiono se você é capaz de identificar quais as características que são
comuns aos seus conhecidos que são empreendedores?
Entre as principais competências que se almeja com o conteúdo aqui exposto estão o
conhecimento dos fundamentos, processos e tendências do empreendedorismo,
vislumbrando a ampliação e melhor entendimento sobre a gestão de negócios, aspectos
imprescindíveis tanto aos profissionais, quanto aos empreendedores atuais. Esperamos
que ao final desta etapa você possa estar apto a compreender os principais conceitos,
importância e objetivos do empreendedorismo, bem como fazer análises de mercado e
definir adequadamente o seu público-alvo.
Bons estudos!
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Situação-problema
Ele estava muito feliz com esse fato, afinal, era uma vida toda trabalhando com o ofício
que amava e que tinha aprendido em sua mocidade. Com esse trabalho, tinha sustentado
e criado toda a sua família. Praticamente todos os seus amigos e seu círculo social era
composto por companheiros de trabalho antigos, atuais empregadores e até mesmo
clientes de longa data.
Todavia, nem tudo eram flores para Toninho. Ele estava muito incomodado com o fato
de se sentir inútil com apenas 57 anos de vida. Sabia que se recolocar no mercado de
trabalho com a sua idade e com a crise que assolava o país seria muito complicado,
principalmente com o salário e as condições de trabalho que hoje dispunha. Por mais
que desejasse esse momento, sentia-se útil e produtivo, podendo contribuir ainda com a
sua força de trabalho.
Já o seu filho caçula Jorge vivia situação não muito diferente em relação à decepção e
chateação. Com 24 anos, estava no último ano da faculdade de Administração, já tinha
passado por alguns estágios e, atualmente, encontrava-se desempregado há quase um
ano, após cortes na empresa em que trabalhava terem lhe atingido. Estava muito
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frustrado, pois entendia que já era para estar em um patamar mais sólido
profissionalmente, mas sabia que por conta da crise econômica o cenário não era muito
promissor para ele.
Dessa forma e um pouco mais tranquilo, Jorge tirou um caderno da bolsa e começou a
mostrar algumas anotações e explicações ao seu pai. Basicamente ele disse que tinha
acabado de ter uma aula de empreendedorismo muito inspiradora e que estava
convencido que tinha encontrado uma solução perfeita para a situação de ambos: abrir o
seu próprio negócio. Juntos, ambos poderiam abrir a sua própria padaria! Ele continua,
explicando que a solução era perfeita: ambos tinham recursos financeiros disponíveis,
seu pai tinha grande conhecimento da área, ele tinha conhecimento em gestão financeira
e estava aprendendo muitas coisas na faculdade que ajudaria. Enfim, foi difícil para
Toninho conter a empolgação do seu filho.
Inicialmente, ele gostou muito da ideia, mas explicou ao filho que nunca havia pensado
em ser dono do seu próprio negócio, que os recursos guardados eram a segurança para
uma aposentadoria relativamente tranquila, que ele não nasceu com o dom para ser um
empreendedor.
Em síntese, explicou que estava com muito medo e que tudo aquilo que seu filho estava
falando era completamente novo para ele e que precisava saber um pouco mais sobre o
assunto, mas que tinha duas questões que precisavam ser respondidas:
1. Ele achava que as pessoas nasciam com um dom para ter seu negócio e
empreender. Por isso, queria saber quais as características gerais ou básicas de
um bom empreendedor.
2. Moradores da grande BH, em Minas Gerais, Toninho queria saber se havia
algum ou órgão que eles poderiam obter mais informações e ter orientações
sobre como abrir o pequeno negócio.
Jorge explicou que não sabia responder a ele e entendeu de imediato o temor do seu pai.
Em hipótese alguma a sua intenção era colocar o seu pai em uma situação difícil ou,
ainda, expor as reservas financeiras de ambos a grande risco. Prometeu que iria atrás das
informações no dia seguinte e que em breve voltariam a conversar sobre o assunto.
Agora é com você! É possível ajudar o Jorge a tirar as dúvidas do seu pai, para que
então Toninho possa tomar uma decisão mais correta e respaldada?
Você aprenderá aqui todas as informações pertinentes e necessárias para que possamos
auxiliar Jorge a responder as dúvidas do seu pai. Vamos iniciar essa jornada de estudos
e aquisição de conhecimento sobre empreendedorismo?
Bons estudos!
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Não restam dúvidas que o mundo tem passado por uma verdadeira revolução neste
século, em que basicamente todas as relações, processos e situações cotidianas das
nossas vidas têm sido extremamente impactados pela evolução natural do homem, bem
como pelos frutos do desenvolvimento tecnológico. Essas situações provocam
profundas mudanças nos hábitos e modo de vida das pessoas, das empresas, dos
governos e da sociedade como um todo.
Se você procurar definições para o vocábulo, será comum encontrar: atributo de quem é
empreendedor; qualidade de quem tem seu próprio negócio; característica de quem
toma iniciativa ou usa novos métodos, etc. Outros autores ainda discorrem sobre a
palavra, definindo-a como a realização de coisas difíceis de ser feitas, fora do comum,
entre tantas outras possíveis.
📝 Exemplificando
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É nessa perspectiva de constante mutação que Longenecker et al. (2018) vai introduzir
outros dois elementos de suma importância ao conceito de empreendedor: o
reconhecimento de oportunidades no mercado e a proposta de entrega de valor. Em
síntese, é fundamental que se saiba que há profunda relação entre os anseios de venda
do empreendedor, inovação e os desejos e necessidades dos consumidores. Afinal, os
empreendedores estão em constante busca de oportunidades empreendedoras
economicamente atrativas, no intuito de criar um valor maior para os clientes e para os
próprios empreendedores.
Conceituar o empreendedorismo não é uma tarefa assim tão simples, havendo inúmeras
abordagens, perspectivas, definições e conceitos. Contudo, podemos adotar a definição
de empreendedorismo como sendo a ação dinâmica de indivíduos motivados em atender
oportunidades de mercado, transformando os recursos disponíveis em produtos e
serviços em prol do sucesso do seu negócio por meio da entrega de valor superior aos
clientes.
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🔁 Assimile
Todavia, o avanço e desenvolvimento empreendedor vão muito além do que ocorre nos
EUA. Eles têm sido objetivo de ações das Organizações das Nações Unidas – ONU, no
intuito de reduzir a pobreza e a desigualdade social, além de promover a
sustentabilidade. Além disso, o empreendedorismo é tema de debates e estudos
recorrentes do Fórum Econômico Mundial, que patrocina a conferência anual de Davos
na Suíça.
Esse estudo, segundo Dornelas (2018), tem por objetivo principal mediar a atividade
empreendedora dos países e observar se ela está correlacionada com o crescimento
econômico deles. O número de países que fornecem informações para o GEM tem
crescido ano após ano, e já são 20 anos de estudos com informações de mais de 112
países, ganhando o apoio da própria ONU para desenvolvimento de ações
empreendedoras específicas em algumas partes do mundo.
Agora que você compreendeu o panorama geral das ações mundiais relacionadas ao
empreendedorismo, vamos nos ater às características, aspectos gerais e ações no Brasil.
A taxa total de atividade empreendedora – TEA no Brasil era de aproximadamente
18%.
Isso significa que a cada 100 brasileiros adultos, 18 deles estavam realizando alguma
atividade empreendedora, seja na criação, desenvolvimento ou aperfeiçoamento do
próprio negócio. Ainda segundo dados do GEM (2018), quanto ao gênero, há uma
predominância – ainda que sutil – de empreendedores masculinos; e que
aproximadamente 60% dos empreendedores brasileiros têm idade entre 18 e 44 anos.
Por fim, deve-se ressaltar que esse número caiu bastante por conta da crise enfrentada
pelo país nos últimos anos, quando inúmeros micro e pequenos negócios tiveram suas
atividades encerradas.
Por isso, é preciso que você não se engane: há muito trabalho ainda a ser feito! É
fundamental compreender o empreendedorismo no Brasil de modo macro, melhorar o
ambiente de negócios e desburocratizar as obrigações governamentais e sistema de
tributação brasileiro. Além disso, profissionalizar de modo constante os nossos
empreendedores e todos aqueles que direta ou indiretamente envolvidos com o tema é
algo que deve nortear as nossas condutas. Veja, a seguir, a crítica do Souza Neto (2017,
p.168-169):
“[…] Agora, falar de empreendedorismo no Brasil, por exemplo, para muitos, basta
pegar os resultados do GEM e daí, se o resultado foi “bom”, como no de 2000: “o
empreendedorismo no Brasil vai muito bem obrigado. Somos os campeões mundiais!”.
Quando o resultado foi “ruim”, como no último: “o empreendedorismo no Brasil vai
mal. O problema é cultural. […] Falam de inovação como se isso fosse o máximo, mas
não especulam, e não recebem as novas massas de fatos não analisados de braços
abertos – especialmente fatos estatísticos – e, sendo assim, não praticam a “destruição
criativa” em si mesmos, e se “esquecem” também de Schumpeter: não ousam e não
inovam no pensar.”
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Chiavenato (2012) explica que o empreendedor, mesmo em situações não muito claras
ou óbvias, usa sua sensibilidade, intuição e experiência no mundo dos negócios para
avaliar e aproveitar oportunidades que surgem e, com isso, faz as coisas acontecerem. A
tais características o autor acentua informando que é fundamental que o empreendedor
tenha energia, criatividade, imaginação, perseverança, traços de liderança, aptidão para
trabalhar com equipes, e não apenas com indivíduos.
Até a próxima!
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O Sr. Antônio era um grande padeiro e trabalhou a vida toda nesse ofício. Estava muito
orgulhoso, pois havia conseguido criar dignamente sua família, feito suas economias e,
depois de mais de 35 anos de trabalho duro, estava se desligando da padaria em que
trabalhava, pois era o momento de se aposentar.
Todavia, seu Toninho, como era carinhosamente conhecido, não estava totalmente
conformado com a aposentadoria, pois entendia que ainda podia trabalhar – mas os seus
patrões não pensavam assim.
Juntando a experiência do seu pai com o seu conhecimento acadêmico, poderiam tocar
o próprio negócio, tornando-se empreendedores. Apesar de Toninho ter achado a ideia
interessante, ele ficou bastante assustado, em um primeiro momento, e falou para o filho
que, para tomar uma decisão, era fundamental ter mais informações sobre o
empreendedorismo e ter suas dúvidas esclarecidas. Jorge ficou responsável por
conseguir as respostas e esclarecimentos. Vamos ajudá-lo em sua tarefa?
Primeiramente, seu Toninho achava que as pessoas nasciam com um dom para ter seu
negócio e empreender. Essa opinião na verdade é um dos maiores mitos em torno do
empreendedorismo. Como em qualquer outra área de conhecimento humano,
independentemente da maior ou menor dotação de um indivíduo em relação a ela, as
habilidades, atitudes e os conhecimentos sobre empreendedorismo podem ser
aprendidos e desenvolvidos pelos indivíduos e, quando somadas, formam a competência
empreendedora.
Procurando sanar completamente as dúvidas do seu pai, Jorge lhe mostrou as principais
características de um bom empreendedor:
Já em relação à dúvida de seu Toninho, se havia algum ou órgão que eles poderiam
obter mais informações e ter orientações sobre como abrir o pequeno negócio, Jorge lhe
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Situação-problema
Olá, estudante!
Neste momento lhe convidamos a aprofundar um pouco mais os seus estudos sobre
empreendedorismo no intuito de que possa compreender essa ferramenta em seu sentido
mais amplo, ou seja, nas suas mais variadas formas.
Desse modo, você já ouviu falar ou pensou em criar um empreendimento social? Sabe a
importância desse tipo de empreendedorismo para a sociedade em geral? Para
compreender o assunto e responder a tais questionamentos, acompanhe a história da
Marcela, uma jovem com ideias incríveis para melhorar a comunidade em que foi
criada, mas com muitas dúvidas sobre o que fazer para transformar os seus sonhos em
ações que possam mudar a realidade dos jovens locais.
Marcela sempre foi uma pessoa formidável! A jovem de 25 anos, filha de uma diarista e
de um caminhoneiro, sempre foi muito estudiosa e bastante conhecida na comunidade
em que foi criada: uma região pobre da capital paulista, com alto índice de
criminalidade e pouquíssimas opções de lazer e educação para os jovens que almejavam
um futuro melhor. Todos que conheciam Marcela a definiam como inteligente,
sonhadora e idealista; ao mesmo tempo, era muito focada, obstinada e perseguia com
muita garra os seus objetivos.
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Marcela era muito conhecida, pois, entre outros comportamentos exemplares, estava
sempre envolvida com ações que tinham por objetivo melhorar a vida das pessoas que
estavam ao seu redor. Aliás, a jovem idealista é fruto de uma dessas escassas ações,
possibilidades e chances que apareceram naquele lugar: teve sua capacidade e seus
esforços reconhecidos, aproveitou os benefícios de uma bolsa de estudos integral que
ganhou em uma renomada instituição educacional inglesa e se formou em Marketing.
Agora, formada e de volta ao Brasil, ela quer ajudar a fazer a diferença na vida dos
jovens com os quais, até pouco tempo atrás, ela esteve; quer proporcionar a eles
possibilidades de acesso a empregos, melhor qualificação profissional, melhor nível
educacional, entre outras coisas. Todavia, não sabe como fazer. Deve abrir uma empresa
ou negócio para essa finalidade? Que tipo de empreendimento seria o mais adequado?
Esse empreendimento pode ter lucro? Como sobreviver e ajudar seus pais trabalhando
com filantropia? Enfim, muitas dúvidas!
Por isso, agora, precisamos do seu apoio para orientar a Marcela a desenvolver a sua
ideia tirando as dúvidas principais que ela levantou. Para isso, você terá todas as
informações e o suporte teórico ao conhecer e aprender os conceitos de processo
empreendedor e suas etapas, as diferentes formas de empreender, os
empreendedorismos social e corporativo, o empreendedorismo virtual e as melhores
práticas de empreendedorismo no Brasil e no mundo para responder aos
questionamentos da Marcela e ajudá-la a conseguir realizar um projeto tão importante
para a nossa sociedade.
Bons estudos!
Mas você já parou para pensar exatamente em que ponto se inicia o processo
empreendedor? Em linhas gerais, um dos maiores equívocos proporcionados pelo senso
comum é um indivíduo decidir empreender por acaso, coincidência ou alguma
fatalidade qualquer.
Diversos estudos mostram que há uma série de fatores ou elementos que levam uma
determinada pessoa a ter uma ideia e então decidir abrir o seu próprio negócio. A
verdade é que muitos empreendedores não sabem definir exatamente o que os motivou a
abrir a sua empresa. Isso se deve ao fato de que todos nós estamos continuamente
expostos e sofremos a ação de diversos estímulos, de fatores ambientais externos, que
nos levam às mais diferentes ideias e tomadas de decisões ainda que não sejamos
capazes de compreender. E com os empreendedores não é diferente.
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💭 Reflita
É importante destacar que, por mais que a figura expresse uma perspectiva de
sequenciamento de passos que devem ser realizados, não há a necessidade de que uma
etapa se encerre para que outra se inicie. Logo após o surgimento da ideia ou
reconhecimento da oportunidade, possivelmente, o jovem empresário inicia a busca por
informações de modo concomitante ao seu planejamento. Assim, com o avanço do
processo, o empreendedor vai realimentando o sistema de informações, verificando os
rumos traçados inicialmente. Com isso, verificamos que o planejamento será uma
espécie de bússola norteadora para os indivíduos que empreendem.
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🔁 Assimile
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Intraempreendedorismo.
Empreendedorismo social.
Empreendedorismo virtual.
Seja por motivos culturais, familiares, pessoais, profissionais, entre outros, há inúmeros
indivíduos que nem cogitam a hipótese de ter o próprio negócio. Conscientes da alta
carga de responsabilidade e sacrifício pessoal que envolve o cotidiano empreendedor,
ou ainda por conta do perfil mais conservador e do anseio de uma vida pessoal mais
estável, uma parcela bastante considerável da população mundial prefere ou apenas
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E é exatamente para os empregados que cresce cada vez mais uma forte corrente do
empreendedorismo, o intraempreendedorismo, também chamado de empreendedorismo
corporativo. Essa prática consiste em ações empreendedoras desenvolvidas
internamente nas empresas pelos seus próprios colaboradores. Essa é uma característica
cada vez mais disseminada, treinada e desenvolvida pelos profissionais de RH
juntamente aos empregados atuais das organizações ou desejada e buscada em
candidatos nos processos seletivos.
Em todas essas variáveis descritas, o fator humano se torna imperativo para o alcance de
resultados satisfatórios, uma vez que é o elemento que está direta e intrinsecamente
relacionado com a inovação e o desenvolvimento do capital humano e intelectual das
empresas, que são considerados dois dos principais ativos das organizações no século
XXI.
⭐ Dica
Ser intraempreendedor é uma competência cada vez mais desejada e cobrada pelos
gestores de recursos humanos e headhunters (caçadores de ‘cabeças’ / talentos) em
processos seletivos das organizações, desde recrutamento de jovens talentos e trainees,
passando por vagas operacionais, cargos de gerência, até ser impreterível para diretores
e CEOs.
Mais do que ser proativo, ou seja, antecipar-se aos problemas futuros ou aproveitar as
oportunidades, os gestores anseiam por colaboradores que possam produzir, criar e
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Entre outras perspectivas, o empreendedorismo também tem sido trabalhado sob uma
ótica social no sentido do combate à pobreza, redução da desigualdade social, promoção
da educação e uma série de outros problemas sociais que afligem a sociedade moderna
no mundo todo. A própria ONU e o Banco Mundial têm desenvolvido uma série de
iniciativas de apoio aos mais variados tipos de projetos e iniciativas empreendedoras
que combatem os problemas citados. É a essas diferentes iniciativas de negócios
empreendedores voltadas a quebras de paradigmas e mudanças de realidade social que
damos o nome de empreendedorismo social.
Comparação entre o empreendedor privado (tradicional) e social. Fonte: adaptado de Melo Neto e Froes
(2002, p. 11).
De acordo com Melo Neto e Froes (2002), não é qualquer pessoa que tem o perfil para
ser empreendedor social. Afinal, o objetivo do empreendedorismo social é atuar no
combate de problemas sociais de uma determinada comunidade, bairro ou região,
gerando benefícios sociais tangíveis e intangíveis para eles. Isso exige características
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Nesse tipo de empreendimento, não há a busca por lucro ou distribuição de ganhos aos
empreendedores em hipótese alguma. Ao empreendedor social, será pago apenas o seu
salário segundo a função que o mesmo exercer de acordo com o estatuto social
devidamente registrado no momento da constituição do negócio. Todos os recursos
disponíveis são voltados à produção de bens e serviços relacionados ao objetivo social
do empreendimento, que são destinados à manutenção do projeto, gerando benefícios
sociais, muitas vezes imensuráveis, para os grupos de pessoas que serão beneficiadas.
Todavia, cabe ressaltar que o empreendedor deve ter profunda responsabilidade e zelo
com a gestão financeira do negócio social. Não há qualquer incompatibilidade de
propósito entre as questões financeiras, econômicas e sociais do empreendimento. A
boa gestão financeira dessa modalidade empreendedora, sempre com a perspectiva de
manutenção do caixa positivo e reinvestimentos das sobras de caixa, é imprescindível
para que o empreendimento social seja ampliado e perpetuado, podendo atender a um
número cada vez maior de pessoas.
Desse modo, o número crescente de dispositivos móveis conectados à rede, bem como
as novas aplicabilidades das redes sociais, a comunicação interativa, os preços mais
acessíveis, o aumento da segurança dos meios de pagamento, entre outros fatores,
elevam, cada vez mais, o número de consumidores que passam a adquirir seus produtos
e serviços por meio de compras na internet.
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⚠ Atenção
E-business e e-commerce não são conceitos ou termos sinônimos, como muitas vezes
vemos, equivocadamente, sendo utilizados no dia a dia:
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Já entre os pontos negativos, que vão lhe exigir cuidados redobrados, podemos citar:
ataques e invasões de hackers, sites fraudulentos, falta de suporte, compras erradas,
atrasos e falhas no processo de entregas, entre outros. Todavia, a balança ainda é muito
favorável em prol dos aspectos positivos.
Há muitas definições que envolvem o termo startup, que vão desde empresas
embrionárias, que estão no seu início de vida, até empresas que têm produtos
inovadores que precisam de aporte financeiro para crescer e gerar lucros altos e
sustentáveis. Segundo o Sebrae (2014, [s.p.]), “uma startup é um grupo de pessoas à
procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de
extrema incerteza.”
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📝 Exemplificando
Esse tipo de empreendimento tem ganhado cada vez mais atenção e investimentos por
parte da iniciativa pública e privada. Segundo Dornelas (2018), incubadoras de
empresas, aceleradoras de negócio e fundos de investimentos têm proporcionado aporte
financeiro e estrutura para que essa modalidade de empresa possa se desenvolver e
alcançar os objetivos que pretende com ela.
Além disso, aprendeu ainda sobre algumas formas de empreendedorismo, tais como:
intraempreendedorismo, empreendedorismo social e o empreendedorismo virtual. Dessa
forma, que tal voltarmos ao projeto da Marcela exposto na situação problema? Vamos
auxiliá-la a montar o seu negócio que será tão importante para os jovens que vivem
onde ela cresceu? Para isso, vamos relembrar a situação.
Marcela é uma jovem muito especial e que venceu muitos desafios apesar da sua pouca
idade. Mesmo crescendo em uma região pobre, com poucas possibilidades e alta
criminalidade, ela focou a educação para conseguir um futuro melhor.
Além disso, ela era muito conhecida por todos na favela onde morava, pois era muito
inteligente e estava sempre disposta a ajudar a melhorar a vida de todos ao seu redor.
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Essas características foram fundamentais para que ela conseguisse uma bolsa de estudos
em uma renomada instituição fora do país.
Agora, formada em Marketing e de volta ao país, quer abrir um negócio que gere
oportunidades ou chances melhores para os jovens da comunidade local; oportunidades
essas como a que ela teve de estudar, conseguir uma profissão e melhorar a sua vida.
Ela tem muitas ideias, apoiadores, recursos, porém está cheia de dúvidas, lembra-se?
Agora que relembrou, vamos ajudá-la a empreender corretamente?
Diante do problema apresentado, dos desejos, dos ideais e das perspectivas de Marcela,
ela deve sim ter um negócio, mas não um negócio comum, voltado à obtenção de lucro.
Ela deve focar o empreendedorismo social, estruturando um negócio social voltado a
ajudar jovens a terem melhores possibilidades de estudo, melhorando, assim, o seu
desempenho acadêmico, possibilitando o seu ingresso em faculdades públicas ou a
obtenção de bolsas de estudos em instituições privadas de ensino superior.
Esse negócio não é voltado à obtenção de lucro. Como todos os tipos de negócio social,
as receitas obtidas com o projeto devem ser voltadas à manutenção dele, bem como à
perpetuação do negócio, para que ele possa atender um número cada vez maior de
pessoas da comunidade em que está estruturado.
Situação-problema
Queria ter o meu próprio negócio, mas não consigo ter uma boa ideia para abrir a minha
empresa; qual a melhor área? Meu produto deve ser novo no mercado? Como devo
avaliar uma oportunidade e saber se é uma boa possibilidade de empreendimento? Essas
perguntas estão entre os questionamentos mais comuns que os especialistas em
empreendedorismo escutam de potenciais empreendedores que não conseguem tomar
decisões, e é exatamente essa a situação de Christine. Vamos conhecer essa história?
Ter uma ideia, descobrir algo totalmente novo ou reconhecer uma boa oportunidade no
mercado não é algo muito fácil, realmente, e isso passou a deixar Christine realmente
chateada, pois pensava estar preparada para isso e agora começava a levantar dúvidas do
seu futuro. Christine está com 23 anos e tinha algumas coisas claramente traçadas em
sua vida. Sua família não é pobre, está inserida na nova classe média que se configurou
no início dos anos 2000, porém, desde muito cedo, ela sempre esteve envolvida em
“pequenos negócios” que usava para ganhar alguma renda extra, tendo em vista os
anseios e desejos que a juventude despertava.
Ela se lembra com um sorriso no rosto quando, aos 12 anos, quis um brinquedo especial
e seus pais lhe pediram para guardar parte da mesada em prol desse objetivo. Christine
não só guardou parte da mesada, como vendeu suco na porta de igreja que frequentavam
para conseguir mais facilmente seu brinquedo. Quando queria uma roupa ou um tênis
novo, sempre vendia alguma peça que não usava mais para algum brechó ou para
alguma amiga. A viagem de formatura com toda a turma do colégio só foi possível
graças à ideia da rifa de uma cesta de chocolates que produziu com sua mãe e vendeu
para amigos e familiares.
Hoje, após ter trabalhado como jovem aprendiz e na área administrativa de uma grande
empresa, Christine conseguiu juntar uma boa quantia financeira para iniciar o projeto
para o qual se preparou: ser dona do seu próprio negócio.
No entanto, é exatamente aí que os seus problemas começam, pois não consegue decidir
que tipo de empresa quer ter; além disso, acha-se uma vendedora nata, porém, acredita
ter pouca criatividade e, por isso, não consegue ter uma ideia inovadora e encontrar uma
boa oportunidade no mercado para investir e iniciar sua própria empresa. O medo de
tomar uma decisão errada e perder o que conseguiu lhe deixa paralisada, o tempo está
passando e ela não sabe o que deve fazer.
Agora, é com você. Foque nos estudos desta etapa e ajude essa jovem a aumentar suas
chances de se tornar uma empreendedora de sucesso!
Excelente estudo!
O empreendedorismo pode ser considerado uma das estratégias mais interessantes para
fortalecer a economia global. Responsável pela maior parte do PIB de muitos países, os
micros e pequenos negócios ainda empregam a maior parcela da população, motivo que,
por si só, justifica a sua importância.
Além disso, o empreendedorismo tem sido usado como uma das ferramentas
fundamentais para a redução da desigualdade social e no combate à pobreza em muitas
regiões no Brasil e no mundo.
Mas como iniciar um empreendimento? Onde empreender? Qual o ponto de partida para
se criar um negócio? Geralmente, essas perguntas são respondidas quase sempre da
mesma forma: a partir do surgimento de uma ideia ou o reconhecimento de uma
oportunidade no mercado. Vamos iniciar esta etapa do nosso estudo pela primeira vez: a
geração de uma ideia.
Afinal, tornar real algo que por enquanto é apenas uma possibilidade, uma sugestão, um
pensamento abstrato ou, ainda, a antecipação daquilo que está por vir é, muitas vezes,
uma tarefa inglória. Para Barbieri, Álvares e Cajazeira (2009) a ideia nasce na mente da
pessoa, que, logo após o seu surgimento, fará sua comunicação para outras pessoas, que
poderão colocá-la em prática, aprimorá-la ou, simplesmente, descartá-la. Portanto,
ideias podem ser trabalhadas e manipuladas, sendo a base do processo de invenção e
inovação nas empresas.
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Ideias são como bebês: nascem pequenas, imaturas, sem forma. São mais promessas do
que realização. Por isso, o executivo da organização inovadora não diz: “Que ideia
fantástica!” Ele pergunta: “O que é preciso fazer para transformar essa ideia em uma
oportunidade?” O executivo da organização inovadora sabe que muitas ideias acabam se
mostrando sem sentido e que é preciso correr riscos para converter uma pequena ideia
em uma grande inovação. (DRUCKER apud MENDES, 2017, p. 58)
📝 Exemplificando
Já parou para pensar que, muitas vezes, a ideia de um negócio surge quando menos se
imagina? Veja como exemplo esta história interessante e curiosa:
O treinador esportivo Bill tomava café pela manhã e refletia sobre o que estava
atrapalhando o rendimento de seus atletas. Entre muitas variáveis possíveis que
afetavam o desempenho dos corredores, uma era certa: os tênis que eles utilizavam não
ajudavam em absolutamente nada, pois eram pesados e desconfortáveis; era preciso
calçados mais flexíveis e leves.
______
De repente, ali mesmo, na mesa do café, Bill teve uma ideia para lá de inusitada após
alguns minutos analisando um waffle que sua esposa tinha preparado. O experiente
treinador viu que o formato do alimento era ideal, exatamente o que desejava para os
tênis dos atletas. Não pensou duas vezes: correu, pegou um pedaço de borracha e
colocou na máquina de waffle (para o espanto da sua esposa, que, atônita, o assistia).
Após alguns cortes e ajustes, tinha encontrado a solução que tentou oferecer para
inúmeras empresas do setor, sem sucesso! Porém ele não desistiu e fabricou 300
calçados com o apoio de um de seus atletas. E como terminou a história? Não
terminou.Você acaba de saber como surgiu uma das maiores e mais valiosas marcas de
materiais esportivos: a Nike! (DOMINGOS, 2018).
Entretanto, ideias totalmente inovadoras são raras e quem põe o produto para venda no
mercado nem sempre é o autor original da ideia. Por isso, é muito comum
empreendedores obterem sucesso refinando e melhorando ideias ou conceitos que já
tenham visto em outros lugares.
Segundo Dornelas (2018), a questão de a ideia ser única não tem nenhuma relevância
para o processo de geração de novas ideias empreendedoras, sendo um dos maiores
mitos que já se criou em torno do empreendedorismo. Utilizar uma ideia do próprio
empreendedor ou de terceiros, bem como somá-la a outros conhecimentos, lapidando-a
e melhorando-a até se transformar em um produto ou serviço que represente uma boa
oportunidade de negócio no mercado é que será o fator de importância para quem, de
fato, quer empreender com sucesso.
Portanto, mais do que ter uma ideia única é fundamental que a ideia seja aperfeiçoada a
fim de oferecer maiores benefícios e valores aos consumidores do que aqueles
proporcionados pelos concorrentes. Logo, é muito melhor uma ideia que foi
desenvolvida aos poucos, pela prática do cotidiano de mercado, do que uma incrível
nova ideia que talvez nunca surja.
______
⭐ Dica
Não é preciso “inventar a roda” e criar algo totalmente novo, é plenamente possível
apenas melhorar uma ideia!
Timing: para considerar uma ideia como boa, é fundamental que ela surja ou
seja executada no tempo correto. Quando se tratar de uma ideia de
empreendimento na área tecnológica, o timing será crucial para o sucesso do
negócio e para a geração de vantagem competitiva em relação à concorrência.
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🔁 Assimile
Jovens empreendedores costumam achar que suas ideias ou produtos são únicos,
revolucionários, sem concorrentes de mercado, etc., por isso não podem comentar, falar
ou discutir com outras pessoas a respeito disso, para que suas ideias não sejam
roubadas, copiadas ou implantadas mais rapidamente por outros.
Por mais que possa ser verdade e que riscos possam existir, Dornelas (2018) alerta para
o perigo de tal visão, sendo um erro muito comum entre novos empreendedores.
Raramente surgem grandes ideias ou produtos totalmente novos que revolucionam o
mercado. Por isso, boas ideias que poderiam ser aprimoradas, dando início a negócios
promissores, perdem-se por puro preciosismo e cuidado excessivo do jovem
empreendedor.
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Sendo assim, é fundamental que o empreendedor que esteja promovendo ações promova
a criação e o desenvolvimento de ideias que possam ser transformadas em negócios de
sucesso. Assim, a criação de um banco de ideias é uma prática muito assertiva nesse
sentido, pois, além de não deixar as ideias morrerem, cuida para que outras que ainda
não estejam devidamente maturadas, ou seja, factíveis de mercado, desenvolvem-se
adequadamente, sendo cultivadas, melhoradas, trabalhadas para serem analisadas
futuramente, em momento oportuno.
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⚠ Atenção
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Para Dornelas (2018), os empreendedores devem ser curiosos e levantar, o tempo todo,
questionamentos para melhorias de seu próprio negócio, possibilidades de novos
empreendimentos ou, ainda, geração de novas ideias que sejam realizáveis para
investimento no mercado. Isso é de grande relevância para o sucesso no mundo dos
negócios, uma vez que o processo de concepção de ideias é extremamente relativo e
variado, fazendo com que a geração de insights de negócios promissores possa ocorrer
de muitas formas. Veja a figura a seguir com algumas das principais fontes geradores de
ideias:
Mesmo com tantas fontes geradoras de ideias, alguns empreendedores têm dificuldades
em definir a melhor ideia para montar o seu negócio. Técnicas simples, como caixa de
sugestões e reclamações de clientes, brainstorming (tempestade de
ideias), brainwriting (tempestade de ideias escritas) ou, até mesmo, técnicas refinadas,
como o design thinking – metodologia usada para a busca de soluções e construção de
ideias por meio da modelagem, de modo colaborativo e integrado pelos interessados,
em prol de um conceito ou objetivo – são de grande valia para obtenção,
desenvolvimento e validação de ideias empreendedoras.
💭 Reflita
O foco principal não deve ser apenas o reconhecimento de um problema, mas sim
concentrar-se em prover uma solução viável e economicamente atrativa. Com a solução
em mente, as oportunidades se abrem, pois, empresas públicas e privadas, ONGs,
cidades, países inteiros e, porque não, o mundo está em busca de ideias inovadoras para
solucionar todos os tipos de problemas.
Dessa forma, sem dúvidas, é possível afirmar que existem muitas técnicas mencionadas
pela literatura empreendedora para se avaliar se uma oportunidade de negócio ou ideia
de empreendimento pode ou não alcançar os resultados pretendidos e almejados, desde
técnicas mais simples, com baixo custo e de fácil e imediata aplicação, até àquelas mais
refinadas e caras, que são mais complexas e, muitas vezes, exigem um profissional da
área para a devida aplicação. No quadro, destacamos as mais utilizadas no mercado:
33
Técnicas e ferramentas para análise de oportunidades de negócio. Fonte: adaptado de Sebrae (2016).
Nesta aula, você teve contato com uma série de elementos que são fundamentais à
compreensão da disciplina de Empreendedorismo; afinal, os aspectos iniciais do
processo empreendedor, ou seja, da geração de uma boa ideia, de reconhecimento de
uma boa oportunidade de mercado ou, ainda, as suas respectivas avaliações, diminuindo
o risco de fracasso e mortalidade de novos negócios, são fatores de grande importância
na vida do novo empreendedor. Por isso, vamos voltar e relembrar o caso de Christine,
para ajudá-la a decidir sobre o seu próprio negócio.
Christine foi e é uma jovem de classe média; ela tem 23 anos, é bastante decidida,
esforçada, motivada e tem flertado com atividades empreendedoras há muitos anos,
desde a sua infância, praticamente, por isso, tem uma certeza para a vida futura: ser
dona do próprio negócio.
Além disso, Christine sente muito medo de escolher uma oportunidade ruim no mercado
e perder os recursos que arduamente guardou, logo, está paralisada, precisando de ajuda
para conseguir dar início ao processo empreendedor da sua futura empresa.
Outras fontes de ideias interessantes que podem ser indicadas a Christine para geração e
definição de ideias são: feiras e congressos profissionais; ações, produtos e serviços da
concorrência; políticas e ações governamentais; pessoas (consumidores) em geral;
consultorias e treinamentos; pesquisas, desenvolvimentos e publicações especializadas;
centros universitários, seus projetos e incubadoras; entre outros. Além disso, aconselha-
se sempre que o empreendedor observe as tendências de mercado e os problemas que a
sociedade está enfrentando, pois esses fatores costumam representar ótimas
possibilidades de investimento em futuros negócios aos futuros empreendedores.
Por fim, o empreendedorismo não é uma atividade de aposta que pode ou não dar certo
por meio do fator sorte. O empreendedorismo apresenta riscos significativos, mas que
podem ser diminuídos substancialmente por meio de ações e atitudes que avaliem
adequadamente as possibilidades de sucesso do negócio. Dessa forma, existem
ferramentas e técnicas para avaliação mais simples e baratas, bem como ferramentas
mais complexas e caras. Especificamente no caso de Christine, é possível indicar:
análises e testes de mercado, consultoria especializada, funil de ideias, análise swot,
análise 360º, modelagem de negócio Canvas e confecção do plano de negócios.
35
Situação-problema
Olá, estudante. Com certeza, em suas caminhadas pela vizinhança e pelos bairros da
região onde mora ou trabalha, você já deve ter se perguntado ou constatado situações
desse tipo: mas, a nova sorveteria já fechou as portas? E aquela nova pizzaria não
resistiu à concorrência? Por que a lan house não foi para frente? Puxa, naquele lugar
onde é um pet shop, há pouco tempo, funcionava um salão de beleza. Enfim, você já
parou para pensar na quantidade de pequenos negócios nas suas imediações que não
duraram nem um ano de vida?
Muitas podem ser as causas para o fechamento dessas empresas, mas com certeza, boa
parte delas poderia ter sido evitada se os proprietários tivessem preparado uma análise
de mercado. Apesar de ser uma tarefa fundamental e não tão difícil de ser realizada,
muitos negócios no Brasil encerram suas atividades prematuramente ou não dão os
resultados esperados porque os empreendedores não fizeram esse importante dever de
casa. A verdade é bem simples: não tem como falar em empreender ou iniciar o próprio
negócio sem antes fazer uma análise do mercado em que deseja ingressar. Mas o que é
exatamente análise de mercado?
Eduardo foi criado por sua avó, que era uma doceira de mão cheia, e sempre a
acompanhou profissionalmente. Dona Marli perdeu a filha muito jovem e criou o seu
neto com o ofício que havia aprendido da sua mãe: vender bolos e salgados que eram
encomendados pela vizinhança.
Curiosamente, ali nasceu a paixão de Dudu pela cozinha. Após muitos anos auxiliando
sua vó, trabalhando como ajudante de cozinha em diversos tipos de estabelecimentos e
restaurantes, inclusive fora do país, onde fez diversos cursos, Eduardo estava
convencido de que deveria dar o próximo passo: ser dono do seu próprio restaurante!
Ele ficou tão empolgado que logo escolheu o local e até o nome: Restaurante
“Comidinhas di Vó”.
36
Eduardo, hoje, sente que está preparado para trabalhar duro, cozinhar todos os dias e
preparar refeições deliciosas e de ótima qualidade, contudo, algo lhe incomoda
profundamente: ele tem dúvidas sobre o tipo de restaurante, os aspectos e as
características dos clientes, os principais concorrentes, as possibilidades de
fornecedores, os preços de mercado, enfim, ele tem muitos questionamentos e receios
relacionados ao início do seu negócio, aos aspectos gerais e ao posicionamento do seu
restaurante junto ao mercado gastronômico na sua cidade.
A situação está muito clara: o chef Eduardo conhece bem os processos da cozinha e dos
produtos que pretende vender, entretanto, conhece muito pouco do mercado no qual
pretende atuar.
Portanto, agora é com você: como podemos ajudar Eduardo a conhecer melhor o
mercado gastronômico da sua região? Quais os passos básicos para se fazer uma análise
de mercado? Como segmentar o mercado consumidor e definir o público-alvo?
Bom estudo!
Afinal, se o objetivo de outrora era estar no mercado e apenas realizar vendas, agora a
situação mudou. Atualmente, vivemos a era do marketing de relacionamento. Segundo
Kotler e Armstrong (2007), o marketing de relacionamento tem por objetivo não
somente construir, mas manter relacionamentos longevos e lucrativos com os clientes.
Para isso, é fundamental que os clientes permaneçam satisfeitos e que as empresas
sempre estejam entregando uma proposta de valor maior que a de seus concorrentes.
______
📝 Exemplificando
Para Kotler e Armstrong (2007), cabe ainda destacar outras duas variáveis do mercado
organizacional que possuem particularidades diferentes e que podem resultar em
excelentes oportunidades de negócios:
Já o mercado consumidor tem foco voltado às vendas que são realizadas para os
consumidores finais, pessoas ou famílias, que adquirem produtos e serviços voltados ao
próprio consumo. Portanto, o mercado consumidor tem como principal agente a
população economicamente ativa que, de um modo geral, compra as mercadorias ou
consome os serviços destinados à elas pelas empresas.
Uma das principais mudanças percebidas no mercado consumidor a partir dos anos
2000 foi o aumento da exigência das pessoas em relação à qualidade e à expectativa de
valor dos produtos que elas estão comprando e consumindo no cotidiano.
Esses elementos são comumente conhecidos como a “caixa preta” do consumidor, pois
explicam uma série de fatores que levam um indivíduo e as famílias a efetuarem suas
compras e consumirem.
Em síntese, de acordo com Kotler e Armstrong (2007), podemos agrupar os fatores que
influenciam o comportamento do consumidor em quatro grupos:
______
🔁 Assimile
______
Além disso, o produto ou serviço que a pessoa estará consumindo é fundamental em seu
comportamento de compra. Produtos de maior valor e com maior variedade entre as
marcas disponíveis tornam o processo de compra mais complexo e afetam a tomada de
decisão dos indivíduos. Entretanto, produtos baratos e com pouca variedade tornam a
decisão bem mais simples e rápida de ser tomada. Veja a figura a seguir que exemplifica
e trata essa questão:
Independentemente da escolha feita, fica claro que o empreendedor deve fazer uma
análise minuciosa das várias características e dos players que participam do mercado em
que se pretende atuar, por isso, a pesquisa de mercado é uma das ferramentas mais
importantes para prospecção dos aspectos básicos inerentes ao ambiente de negócios
escolhido.
decisões equivocadas que podem causar prejuízos ou, até mesmo, levar à falência
prematura a sua empresa.
Segundo Yanaze (2011), para uma empresa alcançar resultados mais satisfatórios em
suas vendas, ela deve encontrar meios para conhecer o mercado e levantar informações
que identifiquem padrões de consumos individuais e de grupos que parecem entre si,
afinal, pessoas que se parecem tendem a ter os mesmos padrões de compras e
consumos. Com isso, a partir do conhecimento dos clientes, será possível traçar
estratégias mais assertivas para satisfazer, reter e gerar relacionamentos longevos e
satisfatórios com eles.
______
💭 Reflita
São muitas as motivações que levam as pessoas a fazerem suas compras. Entretanto,
pessoas e famílias consomem produtos e serviços por que têm necessidades ou por que
desejam adquiri-los?
Para Dornelas (2018), o empreendedor deve ter atenção especial com a estrutura do
mercado:
Portanto, é possível notar que as pesquisas de mercado não focam somente os clientes,
mas também a análise dos diversos competidores que buscam os mesmos objetivos e
possuem os mesmos produtos, similares, parecidos ou substitutos daqueles que o
empreendedor pretende oferecer no mercado.
42
Principais formas de segmentação. Fonte: adaptado de Kotler e Keller (2012, p. 231 ss.).
Eduardo era um rapaz apaixonado pela culinária! Essa paixão começou na infância, na
cozinha de sua vó, onde foi criado perto das panelas, já que Dona Marli fazia bolos e
salgados conforme encomendas dos vizinhos. Com o passar do tempo, Dudu cresceu e,
após trabalhar em restaurantes aqui no Brasil e no exterior, fez cursos para aumentar o
seu conhecimento na área, sentindo-se pronto para o início de um grande desafio:
escolher um local e abrir o seu próprio restaurante, o “Comidinhas di Vó”!
Basicamente, Eduardo pode realizar sua análise de mercado passando por três prismas
básicos: fornecedores, concorrentes e consumidores. Os clientes devem ser o ponto de
partida da análise de Eduardo, pois é a partir da definição do público-alvo pretendido
que uma série de outros elementos se definirá. Em primeiro lugar, é preciso ter em
mente que não é possível atender a todos os clientes por questão de costume e hábito,
preferência alimentar, preços, características dos produtos, entre outros; por isso, é
fundamental segmentar o mercado para que possa compreender melhor as
características do mercado alvo do restaurante. A segmentação deve ser feita
observando-se as quatro bases elementares de uma boa segmentação: geográfica,
demográfica, psicográfica e comportamental, logo, deverão ser observadas as
características básicas dos consumidores, como: bairro ou região onde moram; idade,
gênero, características familiares ou dos grupos sociais, religião, renda, escolaridade,
ocupação, raça, classe social, etc. Além disso, o estilo de vida e a presença no
restaurante para comemoração de datas especiais devem ser observados com carinho.
Pode e deve haver outros elementos a serem observados nos consumidores, mas
inicialmente, a análise correta dos elementos acima, já torna possível traçar, com um
bom nível de assertividade, as características do público-alvo do seu negócio. Com isso,
será possível direcionar produtos, ofertas, promoções e atendimento que vão
diretamente ao encontro dos anseios dos seus clientes potenciais. Em relação à
concorrência, ele deve fazer uma análise pensando nos concorrentes diretos e nos
concorrentes indiretos em um determinado raio, a partir do local do estabelecimento. Os
indiretos são aqueles que não vendem exatamente o mesmo tipo de refeição, mas são os
vendedores de produtos substitutos, afinal, dificilmente um cliente consumirá os
produtos desse estabelecimento e, em seguida ou em um curto intervalo de tempo,
consumirá os seus produtos. As lanchonetes, pastelarias, padarias e até mesmo food
trucks e trailers de lanches precisam ser analisados como eventuais concorrentes que
disputam com Eduardo as vendas de refeições. Já os concorrentes diretos são os demais
restaurantes que vendem refeições no mesmo perfil que Dudu, mesmo que em alguns
casos, sejam cozinhas diferentes, como: japonesa, italiana, árabe, etc. Esses devem ser
analisados minuciosamente, afinal, são eles que disputam a primazia no coração e na
mente dos consumidores na hora de escolherem uma refeição. Deve-se observar os
pontos fortes e fracos desses restaurantes em seus mais variados aspectos: produto,
preço, localização, marketing, serviço / atendimento, tempo de espera, promoções, entre
outros. Não há absolutamente nada de errado em buscar as melhores práticas dos
concorrentes, aperfeiçoando-as e adaptando-as segundo as próprias necessidades. Por
fim, quanto aos fornecedores, ele pode olhar, além de redes atacadistas da sua região, os
chamados mercados populares e o CEASA, que são importantes centros de distribuição
para varejistas e empresas no segmento de restaurantes como o dele. Outra ótima opção
em sua área de atuação é a busca de parcerias estratégicas com pequenos produtores
locais, que forneceria produtos mais frescos, inclusive orgânicos, o que agrega valor ao
produto final oferecido em seu estabelecimento. Dessa forma, de modo prático,
alcançou o objetivo proposto e ofereceu uma consultoria sobre análise de mercado ao
Eduardo, mostrando não somente como ela é composta, mas dando elementos
norteadores para que ele possa fazê-la com excelência.
45
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
Introdução da Unidade
Olá, como vai? Nesta leitura, você terá acesso ao conceito de empreendedorismo sob a
ótica da abordagem lean. Isso quer dizer que você, ao final, terá habilidade suficiente
para testar hipóteses de negócio para, então, seguir com decisões mais assertivas e
redução de desperdícios de recursos com possibilidades que o mercado não quer ou não
está preparado para absorver.
Além disso, os indivíduos têm tanto mais opções para escolher como também escolhem
por atitudes e propósitos. Estão em busca de experiência e tudo o mais que as marcas
poderem representar enquanto identidade pareada com as múltiplas identidades
individuais.
Situação-problema
Conheça Lorena, que passou três longos trimestres projetando o seu próprio
empreendimento. Após todo o tempo de preparação, aplicação de pesquisa de mercado e
outras ferramentas de pesquisa, Lorena sente-se preparada para injetar dinheiro em sua
ideia.
Passados três meses, Lorena depara-se com um enorme estoque parado no freezer de
sua casa, frente à dificuldade de escoar a sua produção. No primeiro momento, Lorena
47
chegou a temer não conseguir atender à demanda que havia encontrado. Agora, ela se
pergunta: “O que fiz de errado?”
Esta aula busca mostrar a você o erro recorrente dos empreendedores: apostar em ideias
preconcebidas, com pouca experimentação e nenhum teste de hipótese. Longos períodos
de planejamento estratégico não ajudam empreendedores a se mover rapidamente em
ciclos de iteração suficientemente assertivos para mostrar-lhes o caminho certo.
A intenção desta unidade, portanto, é que você seja capaz de entender uma abordagem
de gestão chamada lean, que prega justamente a agilidade e rapidez no ciclo construir-
medir-aprender, validando um aprendizado que possa guiar a tomada de decisão. Além
disso, você também terá acesso a algumas estratégias de tração, ou seja, o passo
seguinte à descoberta da hipótese de negócio que funcionará para o seu negócio. É
chegada a hora de crescer! Vamos nessa?
Esse princípio, portanto, remete a três práticas específicas: andon (a detecção de erros é
feita de forma visual e imediata), genchi gengutsu (a investigação da raiz do problema é
feita in loco) e poka yoke (criação de métodos pilotados para evitar reincidência do
defeito) (MAXIMIANO, 2015).
O princípio just in time (JIT), por sua vez, consiste em produzir o necessário dentro dos
parâmetros de prazo e volume. Com isso, define o fluxo ideal de materiais frente a
programação do processo produtivo, o que também acaba diminuindo a necessidade de
estoque.
Aqui, as três principais práticas, são: heijunka (busca nivelar a produção com processo
cujo fluxo é contínuo a partir da média de produção esperada, mas ao mesmo tempo
48
A JIT apresenta ainda uma ferramenta amplamente utilizada por empresas que usam
métodos ágeis: o kanban, cuja finalidade é tornar a movimentação de suprimentos ou
tarefas de um projeto, visíveis a todos (MAXIMIANO, 2015).
Para suportar essa mudança paradigmática com relação ao mercado, especialmente por
conta da tecnologia da informação e comunicação, os métodos ágeis são cada vez mais
utilizados em diferentes setores que não apenas o de desenvolvimento de software -
berço do uso e métodos ágeis.
É possível citar diversos métodos sob tal abordagem, a saber: Extreme Programming
(XP), Scrum, Kanban, Lean Startup, dentre outros. Vale dizer que a maior parte das
empresas mesclam diferentes métodos para adequação frente às necessidades de seu
próprio negócio. Tal necessidade de adequação é vigorosa quando cada contexto, cada
negócio, é considerado em sua especificidade.
______
⚠ Atenção
______
Outra informação interessante é o largo uso da ferramenta kanban para gerir projetos
ágeis. A visibilidade e disposição das informações do projeto em um único quadro,
facilita o follow-up das atividades nele envolvidas. Veja a seguir uma ilustração de
quadro kanban:
Reduzir desperdício também diz respeito a suprimir todos os processos que não
agregam valor do ponto de vista do cliente ou do usuário. Neste sentido, caso uma
equipe esteja investindo tempo e outros recursos em projetos acessórios e fora do campo
de visão e percepção de valor do cliente/ usuário, esses projetos devem ser
interrompidos.
De outro modo, é cada vez mais necessário que a empresa esteja de ouvidos abertos e
bastante atento ao feedback do cliente/usuário. O feedback deve ser, portanto, contínuo
e sustentar a tomada de decisão dentro das organizações.
O empreendedor Eric Ries, autor do livro Lean Startup (2012), corrobora a ideia
supracitada: “toda atividade que não contribui para se aprender a respeito dos clientes é
desperdício”. Esta prática aplica conceitos relacionados à ideia de customer centricity.
📝 Exemplificando
Um exemplo para ilustrar é exposto no livro Lean Startup, de Eric Ries (2012): a
empresa Zappo, para testar a hipótese de que havia clientes ávidos por comprar sapatos
on-line, sugeriu uma parceria com uma fábrica local, de modo que quando houvesse
clientes comprando em seu site, a Zappo compraria a preço de varejo para repassar ao
consumidor final. Caso a hipótese fosse refutada, vários investimentos (infraestrutura,
estoques, logística, etc.) não seriam desperdiçados, percebe?
______
Neste sentido, vale ressaltar uma frase do livro Empreendedorismo enxuto: “A premissa
básica dos testes de viabilidade é que quanto mais rápido você puder identificar uma
abordagem fracassada, melhor” (COOPER; VLASKOVITS, 2016, p. 140). De outro
modo, quanto menos tempo, esforço e dinheiro forem investidos em ideias que não
vingaram no mercado, melhor para o negócio.
Uma estratégia para girar o ciclo supracitado mais rápido seria o lançamento de
produtos minimamente viáveis. Com essa experimentação, os usuários podem
experimentar, de fato, o produto ou serviço, dando indícios das próximas ações a serem
tomadas, o que é diferente de perguntar o que eles querem, e ver, na prática, o que
funciona e o que não funciona.
______
💭 Reflita
Para fazer você refletir, veja uma frase de um dos maiores inventores de todos os
tempos, Thomas Alva Edison: “A medida real do sucesso é o número de testes que
podem ser realizados em 24 horas”.
O uso do chamado MVP (em inglês, minimum viable product), portanto, faz o ciclo de
aprendizado construir-medir-aprender girar mais rapidamente. Ao final de cada iteração,
os empreendedores precisam se perguntar: vamos pivotar ou perseverar? Caso a
resposta seja pivotar, há necessidade de gerar uma nova hipótese estratégica para
51
trabalhar na próxima iteração. Essa prática, portanto, traz eficácia de capital para as
empresas.
Planejamentos estratégicos que visam ao longo prazo fazem sentido em negócios cujo
histórico pode sustentar análises preditivas sobre o futuro. Com outras palavras,
ambientes estáveis sustentam a estratégia de planos de longo prazo, uma vez que a
incerteza pode ser minimizada frente à operação vigente. Mas, vale dizer, dentro do
contexto VUCA (acrônimo para volatility, uncertainty, complexity e ambiguity), é difícil
imaginar tal estabilidade.
______
💭 Reflita
______
Com relação à primeira etapa intitulada Visão, para pensar soluções para o mercado, o
empreendedor ou a empreendedora deve fomentar o seu repertório. Em outras palavras,
o processo de criatividade necessita incorporação contínua de novas referências e
informações atualizadas para seguir o seu rumo inventivo, além de ser assertivo
(SERTEK, 2007).
______
🔁 Assimile
Por fim, análises acerca do tamanho do mercado, marketshare dos players estabelecidos
no mercado e penetração do negócio, ajudam a balizar a taxa de crescimento potencial.
Neste momento, com estratégias de tração corretas para cada negócio, é possível
vislumbrar resultados promissores dentro da realidade daquele segmento.
Com isso, encerramos esta primeira aula. Esperamos que você tenha vários insights não
somente com as ideias aqui expostas, como também na leitura dos próximos capítulos.
Bons estudos!
O que, a essa altura, você poderia sugerir para que ela não perdesse as esperanças e
retomasse testes empíricos com relação a sua hipótese de negócio? Lembre-se, para
tanto, do ciclo construir-medir-aprender, do conceito de MVP, teste de hipótese e tração
de mercado. Visualize as macro- etapas propostas por Eric Ries (2012): visão, direção e
aceleração. Onde foi que Lorena errou, quando consideramos as etapas preliminares e
iterativas de um empreendimento? Qual foi a negligência, em termos de estratégia e
execução, cometida por ela?
Seguem algumas sugestões: primeiro, seria importante reformular a pergunta que ela
tem feito ao mercado, pois em vez de partir do pressuposto que hamburguerias
53
Situação-problema
Você já teve o ímpeto de criar um negócio próprio? Nesta leitura, falaremos sobre como
criar um plano para levar uma ideia adiante.
Seja qual for o objetivo, o plano de negócios irá apoiá-lo na etapa de defesa.
Imagine, então, a situação de Carolina, estudante de administração, que tem nas mãos a
oportunidade de canalizar o sítio da família para plantação de eucalipto. A intenção da
empreendedora é vender para a indústria de papel e celulose que rodeia as terras
propriamente ditas.
Agora, parta do pressuposto que Carolina já testou a hipótese de negócio junto aos
potenciais clientes e precisa, neste momento, estruturar o plano de negócio para
apresentar ao seu avô, cuja intenção é investir no projeto da neta.
Para desenrolar a confecção do plano, Carolina pede a sua ajuda. Para ajudá-la, no
entanto, você deve primeiro aumentar o repertório com relação aos índices financeiros
envolvidos no plano de negócios, além de aprender a estruturar um plano atraente em
termos de captação de investimentos. Não obstante, queira mostrar à Carolina que
existem outras fontes de obtenção de capital para o seu negócio.
______
📖 Vocabulário
______
55
Por volta da década de 1980, Kenneth E. Knight e Peter Drucker introduzem o risco à
equação do empreendedorismo, corroborando com a ideia de ousadia supracitada. Dessa
forma, o agente deve assumir riscos para inovar em algum segmento ou atuação
profissional, para ser reconhecido como empreendedor ou empreendedora
(FERNANDEZ; RIBEIRO, 2012).
Tal ousadia e cálculo constante de riscos podem ser mais bem balizados por meio de
algumas ferramentas, métodos e instrumentos. Um desses artefatos de apoio chama-se
plano de negócio, no qual o empreendedor tem a oportunidade de expressar todo o seu
conhecimento sobre determinado mercado, além de expor todas as variáveis que podem
influenciar as metas e potenciais realizações do negócio propriamente dito.
Vale pontuar que a palavra “negócio” é utilizada em diversos contextos, sugerindo tanto
comércio ou transação comercial, como também relações comerciais, empresa, caso ou
qualquer objeto ou coisa. Para efeito da discussão que a aula destrinchará, plano de
negócio pode ser dedicado tanto a empresa em si (nova ou existente) como também para
um projeto da empresa, ambos entendidos como potenciais negócios (NAKAGAWA,
2011).
______
⭐ Dica
Há softwares de apoio na confecção de planos de negócio. Aqui vão alguns que você
pode testar na internet: Business Plan Pro, BizPlan Builder, MakeMoney e Software
Plano de Negócio 3.0. Há, ainda, o portal do professor José Dornelas, de nome Plano de
negócios, que contém dicas, exemplos, tutoriais e outros conteúdos voltados para
empreendedorismo e plano de negócio propriamente dito.
56
______
📝 Exemplificando
Imagine uma empresa que prega o valor da sustentabilidade. Mas, recentemente, lançou
resíduos sólidos no rio da cidade na qual está localizada. A opinião pública poderá
detratar a imagem da empresa ao identificar a situação e denunciá-la nos veículos de
comunicação da cidade. Perceba que essa falta de coerência pode custar caro para o
negócio, especialmente se a gestão não costuma prever situações contingenciais.
______
Tal clareza de propósito ajuda também o consumidor a identificar a sua empresa no mar
de produtos e serviços existentes no mercado. Lembra da proposta da Lorena, da aula 1?
Quanto mais clara for a mensagem aos veganos, mais estes se identificarão com a
marca. Não adianta, por outro lado, confundir o público vegano, aglutinando prospects
do universo fitness na tentativa de ampliar as possibilidades de venda sob o argumento
de que se trata dos mesmos interesses: comida leve interessa a ambos os públicos. Essa
hipótese não está atestada e talvez não compense o esforço do marketing em atrair a
atenção de ambos os públicos nessa tentativa.
58
A essa altura, vale citar que a segmentação de mercado tanto pode ser geográfica
(recorte geográfico), como também psicográfica (foco no estilo de vida), demográfica
(segmentação por faixa etária, classe social, sexo, etc.) e comportamental (foco em
ocasiões festivas; sazonalidade). No exemplo de Lorena, a segmentação de mercado é
psicográfica, percebe?
______
💭 Reflita
Imagine que o governo federal lançou uma política que estimula a redução do consumo
de papel e celulose. Além dessa política, você identifica que há comportamentos sociais
cada vez mais sustentáveis surgindo no ambiente corporativo – grande clientela do
segmento. Será que Carolina está olhando para o mercado certo? Será que não há outro
problema que o seu negócio possa resolver?
______
______
🔁 Assimile
Após comentar alguns aspectos do plano de negócio, vale um destaque para composição
do capital da empresa, que pode vir de capital próprio e/ ou capital de terceiros
(financiamentos ou empréstimos). Para cada fonte, há uma taxa de remuneração sobre o
capital que pode variar bastante e influenciar diretamente as decisões de investimento –
a título de exemplo, se você tomar empréstimo em bancos de varejo, a taxa de juros
pode inviabilizar o negócio (HASHIMOTO; BORGES, 2014). Essa etapa, portanto,
prevê a divisão do aporte entre sócios e investidores, no plano de investimento previsto
para estruturar o negócio. Na tabela a seguir é possível visualizar um exemplo dessa
divisão:
Outra etapa do plano financeiro é elencar todos os custos fixos e custos variáveis
envolvidos no negócio. Enquanto a primeira categoria diz respeito aos gastos e despesas
para manutenção do negócio, a segunda varia de acordo com o nível de produção
(impostos, matéria-prima, mão de obra temporária, etc.). Veja que para estimar os
custos fixos é preciso calibrar as informações apresentadas na etapa plano operacional e
de produção. Veja, a seguir, um exemplo de previsão de custos fixos de uma empresa de
eventos sociais:
Previsão anual de custos fixos de uma empresa de eventos sociais. Fonte: adaptada de Fernandez e
Ribeiro (2012, p. 60).
60
No início das operações, falando da hipótese de um plano de negócio para uma empresa
ainda não existente, é importante, além de considerar capital de giro e investimento
inicial, os gastos pré-operacionais que surgirão, como: abertura da empresa, registro de
patentes e/ou marca, pesquisa de mercado, honorários diversos, desenvolvimento do
produto e capacitação do pessoal (HASHIMOTO; BORGES, 2014).
Para cada momento do ciclo de vida, uma empresa precisa de diferentes métricas, pois a
receita tende a aumentar com o passar do tempo. De outro modo, no início de suas
atividades, uma empresa nascente está formando a sua carteira de clientes e, portanto,
muito provavelmente não apresentará faturamento expressivo. Por exemplo: para
negócios nascentes, é primordial analisar o fluxo de caixa conforme foi exposto, mas
também é importante saber a taxa interna de retorno (TIR), EBITDA (em português,
lucros antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), lucro líquido, payback e
valor presente líquido (VPL). Já para negócios maduros, o cálculo tanto do EBITDA
quanto do lucro líquido, margem líquida, valor agregado e valuation são igualmente
importantes (NAKAGAWA, 2011).
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Veja que com todas essas informações à mão, o empreendedor pode levantar capital
junto a diferentes fontes de recursos, por exemplo: investidores independentes, bancos,
cooperativas de crédito, agência de fomento, venture capital e seed capital, entre outras.
Por fim, vale ressaltar que o plano de negócio vai além de uma simples ferramenta de
obtenção de recursos. Ele serve também como ferramenta de gestão e, como tal,
considerando todas as variáveis nele previstas, deve ser continuamente revisitado e
atualizado.
É sempre bom lembrar também que dinheiro é apenas um dos recursos necessários para
colocar o negócio de pé. Ou seja, dinheiro é meio e não fim, e não deve ser desculpa
para interromper nenhuma boa e validada hipótese de negócio. Sucesso!
Logo de cara, o que você poderia sugerir para Carolina, caso não haja convencimento da
primeira opção de financiamento? Estudar outras fontes de financiamento e
empréstimos, seja junto a bancos, como também agências de fomento, incubadoras,
investidores anjo e concursos de plano de negócios, entre outras.
62
Além disso, vale a pena voltar a atenção para o conhecimento gerado a partir da
confecção do plano de negócios e instigar a pergunta: será que o caminho previamente
traçado é o melhor a seguir? Há possibilidade de diversificar o negócio da empresa?
Para responder a essa e outras perguntas, é preciso começar a acumular informações que
embasem a elaboração do plano de negócio em si.
Bons estudos e uma ótima prática para você! Lembre-se de que quanto mais praticar,
maior a habilidade em replicar noutros cenários, com variáveis e oportunidades
diversas.
Situação-problema
Olá, como vai? Você conhece ou segue algum digital influencer? Já considerou a
hipótese de tornar-se um produtor de conteúdo na internet, posicionando-se como
autoridade em algum assunto? Pois bem, esta leitura mostrará que mesmo pequenas
prestações de serviço, incluindo as digitais, requerem organização e controle de
processos.
Hoje, Aline atua como hipnoterapeuta e escreve artigos para blogs diversos, todos
relacionando assuntos variados à sua prática profissional. Recentemente, lançou um
programa de emagrecimento apoiado nas técnicas de hipnose que aprendeu nos cursos
que não para de realizar. No entanto, o desafio agora é ampliar o alcance desse
programa para pessoas em todo o país, tendo em vista que grande parte da população
brasileira vem sofrendo com sobrepeso.
Para isso, precisa tanto pensar nos processos de escrita, revisão, edição, masterização e
diagramação do material audiovisual e e-book, como também no suporte prestado a
distância para a fatia conectada de seus pacientes.
Para tanto, esta leitura trará recursos suficientes para ajudá-lo nessa empreitada. São
recursos tantos relacionados com ferramentas e tecnologias de gestão, como também a
respeito de estratégias de vendas e analytics, sem deixar a parte burocrática de fora
(questões jurídicas, contábeis, etc.).
Todo e qualquer negócio tem, em sua rotina, diversos processos que acontecem
simultaneamente. Há, ainda, atividades processuais que apresentam codependência, ou
seja, possuem sequencialidade que impede de seguir uma próxima etapa antes de
concluir a anterior.
Esta leitura não tem a pretensão de esgotar o assunto sobre gerenciamento de processos.
A intenção reside na explanação do conceito para que você, em suas empreitadas
64
🔁 Assimile
______
📝 Exemplificando
Você vai levar alguém especial para comer em uma pastelaria no domingo de manhã.
Note, com olhar crítico que só excelentes profissionais têm, os processos
65
compreendidos no tempo entre o seu pedido até a entrega do pastel com o caldo de cana
que pediu. Veja que para o pastel ser frito mais rapidamente, ele já estava pronto e
congelado. Mas antes de estar pronto para a fritura, como aconteceu todo o processo de
compra e armazenamento desses produtos? Qual é o fornecedor do catupiry? Será que é
o mesmo do tomate do pastel de pizza? E a louça que sujou, será que a mesma pessoa
que manipula os pastéis também lava todos os copos? Esse é um exemplo simples do
verdadeiro emaranhado de processos que uma pequena empresa pode ter!
Para organizar os tempos, recursos e insumos de cada processo, os líderes precisam ter
em mãos informações suficientes para seguir com o equilíbrio das atividades e
suprimento no tempo adequado de cada processo.
Para ajudar a gestão nesta tarefa, muitas ferramentas apresentam-se como candidatas:
desde uma planilha Excel até a adoção de um ERP (acrônimo para Enterprise Resource
Planning, que quer dizer sistema integrado de gestão empresarial), o mercado dispõe de
inúmeras soluções de gerenciamento de recursos que permite, inclusive, ganhos de
escala.
Agora, você consegue imaginar o número de processos que precisam ser pensados e
desenhados após criação do Canvas? Saber (re)pensar processos é algo extremamente
valorizado dentro das organizações, pois a maioria dos gestores simplesmente
“tombam” processos para moldes automatizados sem antes redesenhar todo o fluxo de
tarefas envolvido, desperdiçando recursos ao não suprimir etapas que poderiam ser
descartadas no novo formato.
Neste ponto, perceba que dependendo das habilidades que você possui, há uma geração
enorme de valor para a sua empresa. Imagine prever cenários futuros e tomar decisões
assertivas no momento certo, reduzindo o desperdício de recursos antes mesmo das
circunstâncias forçarem uma mudança mais radical. É exatamente este o potencial da
ferramenta analytics.
💭 Reflita
Uma empresa de planos de saúde utiliza o algoritmo para aprovar ou recusar novas
adesões aos produtos de seu portfólio. Para isso, usa o histórico de compras em
farmácias a fim de conhecer se aquele cliente será caro ou não para as suas operações.
Com isso, além de acumular clientes lucrativos, a empresa ainda encaminha os clientes
custosos para a concorrência. Há ganhos por toda a parte.
Na sua opinião, enquanto profissional que preza pela ética, qual deve ser o limite de
cruzamento de dados em prol do aumento do lucro? Ao fazer essa reflexão, coloque-se
em diversas posições, inclusive a do cliente custoso.
______
Desde o primeiro passo, que consiste na abertura de um negócio, há auxílio para saber
como e onde consultar as respectivas legislações municipais, estaduais e federais acerca
do setor que se pretende atuar. Outra consulta importante a ser citada e realizada é na
Junta Comercial e no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), para patentear
ou registrar um novo produto (FERNANDEZ; RIBEIRO, 2012).
68
Ainda sobre pessoas, segundo José Carlos Dornelas (2008), ao sintetizar informações de
diversos estudiosos da área, os empreendedores são grandes líderes, possuem amplo
networking e sabem contratar e inspirar colaboradores. Entendem que para obter
sucesso, precisam ser rodeados de profissionais competentes.
Para além dos parceiros imediatos (colaboradores internos), há uma rede de apoio aos
empreendedores e empreendedoras que se arriscam no mercado. Especialmente para
aqueles que buscam profissionalizar a sua prática.
______
🔁 Assimile
Por fim, vale citar um outro conceito chamado hubs de inovação. Hubs, em sua simples
tradução, são nós que ligam, ou seja, são organizações que conectam diferentes agentes
da inovação (empresas, startups, incubadoras, etc.) do universo empreendedor. De outro
modo, são espaços que fomentam o empreendedorismo, conectando startups a empresas
e investidores, mas também a prestadores de serviço, universidades e instituições de
fomento.
Na qualidade de mentor de Aline, quais os pontos que podemos elencar como próximos
passos? Lembre-se que Aline quer lançar ao menos dois produtos digitais no próximo
ano, visando ampliar o alcance de seu programa de emagrecimento baseado em técnicas
de hipnoterapia.
Tendo em vista a expansão das atividades, Aline precisa, antes de mais nada, entender
quais são os entraves jurídicos do negócio. Para tanto, pode contar com a ajuda
especializada de advogados que dedicam tempo às entidades focados nos
empreendedores.
Sanado este primeiro ponto, agora Aline precisa redesenhar o fluxo de atividades do
processo de hipnoterapia na internet, não somente testando as técnicas a distância como
também estruturando as oportunidades de capturar feedbacks dos clientes. Dessa forma,
Aline conseguirá aprimorar constantemente os produtos digitais que lançar.
O suporte a ser prestado para a clientela on-line também deve ser articulado no sentido
de organização de atividades e, principalmente, no aporte de recursos (humanos,
tecnológicos, financeiros e operacionais). Em outras palavras, quem ficará responsável
por atender às interações on-line em cada plataforma de contato, quem fará a curadoria
de postagens para manter a constância nas redes sociais, quanto será necessário investir
em design das peças publicitárias dedicadas aos novos produtos e, por fim, quanto será
investido em anúncios pagos nos buscadores da internet.
Essas respostas guiarão o discurso a ser empregado nas peças publicitárias); recursos-
chave (o principal recurso de Aline é, sem dúvida, tempo e o próprio acesso à internet,
além de autônomos como designers, contadores, etc.); relacionamento (como se dará o
relacionamento com o cliente); canais (os canais de promoção e entrega do produto: e-
mail, correios, etc.); segmento de clientes (pessoas que já estão em academias, grupos
específicos de pessoas na internet, etc., ou seja, onde está o público, para que seja
possível despertar a sua atenção); estrutura de custo (a partir dos recursos elencados,
quais serão os custos envolvidos em toda a operação e sustentação do negócio); e, por
fim, fonte de receita (pagamento efetuado para adesão do programa de emagrecimento
na internet).
Sugiro que você faça um board do Canvas e vá pregando post-its para que a atividade
fique ainda mais divertida e visual. Replique esta ferramenta para outros negócios, com
intuito de testar as suas habilidades e criatividade na resolução dos pontos elencados na
modelagem de negócios (Canvas).
Veja, durante toda a leitura, que diversos artefatos foram disponibilizados para que você
tenha plena capacidade de realizar a aplicação supracitada. Desde ferramentas de gestão
até o uso de analytics e da rede de apoio ao empreendedorismo podem servir de pontapé
inicial para esse exercício profissional. Boa sorte!
Situação-problema
Olá, como vai? Você já observou a quantidade de pessoas que vivem reclamando do
trabalho? Em contrapartida, já reparou que grandes líderes e empresários nunca
aparecem na mídia reclamando, mas, muito pelo contrário, apresentam argumentos
precisos sobre a importância do que fazem e entregam de valor para a sociedade?
Pois é, nem todo mundo entendeu que o propósito de vida de cada pessoa passa,
invariavelmente, pelas atividades profissionais. Faça as contas: são 8 horas de trabalho,
mais 1 hora de almoço e, pelo menos, 1 hora de trajeto ida e volta todos os dias. Isso já
soma 10 horas por dia de dedicação diária à atividade profissional. E isso só é verdade
se você trabalha como CLT dentro de um regime de 40 horas semanais.
É o que pode acontecer com o Luiz, que sempre dedicou a sua vida para a atividade
comercial, no setor de alimentos. Dentre suas habilidades estão: falar em público, ter
relacionamento interpessoal, dedicar-se ao estudo da composição dos alimentos.
Atualmente, no entanto, movido a evidências do mercado, quer criar um blog de
programação de computador.
Algumas informações importantes: Luiz se arriscou somente com linguagem html para
programar alguns sites no período da adolescência. Não conhece a fundo nenhuma
linguagem de programação para construir aplicações mobile, softwares ou qualquer
outro produto desse universo, tampouco tem certificação ou experiência na área para
falar com propriedade e tornar-se autoridade no assunto.
Bom, você foi convidado para um evento e conheceu a história de vida do Luiz e as
atuais intenções do empreendedor, conforme explicamos. Na condição de mentor, quais
as sugestões que daria a ele? Pense em termos de:
A presente leitura vai ajudar você a compreender a relação entre propósito e carreira
profissional, bem como as possibilidades do empreendedorismo com vistas às
habilidades acumuladas ao longo da trajetória individual. Além disso, abordaremos
outros assuntos, tais como: escalabilidade, inovação e cultura organizacional.
Já percebeu quão inovadora é a cultura coreana? E a cultura indiana, com seu viés
fortemente espiritual? Já reparou o número de indianos que estão à frente de grandes
empresas hoje? Nada, absolutamente nada, é ao acaso quando se trata de intersecções
culturais e organizacionais.
O maior desafio da inovação, neste sentido, é propriamente a mescla cultural, pois nela
reside aspectos que podem servir como força propulsora ou resistência dentro do
cenário globalizado que hoje atuamos. A cultura, por sua vez, é “o todo complexo que
inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito, costumes e outras capacidades e
hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (TYLOR apud SOUZA,
2014, p. 19).
Dito de outra maneira, a cultura influencia não somente as ações individuais na vida em
sociedade, como também dita regras para o contexto organizacional (SOUZA, 2014).
Além disso, trata-se de uma construção coletiva, que é, a todo tempo, reafirmada nas
práticas sociais diárias. Dessa forma, quando há uma crença ou costume que precisa ser
quebrado, a transformação é gradual, construída dia a dia.
💭 Reflita
______
Não obstante, cada cultura acaba elevando – ou ao menos preparando o terreno para
diferentes configurações de empresa. Veja a China e sua incrível habilidade em escalar
negócios. Hoje, a China é referência em volume de vendas que consegue escoar para
todo o mundo. Competências em logística, competitividade em preço e know-how
industrial trouxeram essa possibilidade.
Perceba, portanto, que no contexto empresarial, as camadas que antes eram vistas
estritamente como operacionais agora ganham autonomia para tomar decisões que
estejam alinhadas com o mapa estratégico da empresa. Por exemplo, se a empresa preza,
acima de qualquer coisa, a experiência do usuário, então é a partir dessa premissa que
todos os colaboradores precisam pautar as suas decisões.
🔁 Assimile
______
Dito de outra maneira e a título de exemplo, em vez de fazer os chocolates ele mesmo,
como no início de sua carreira, quando vendia chocolates em um Fusca, o chocolatier
Alê Costa, fundador da empresa Cacau Show, montou uma operação com pessoas
formadas tecnicamente para multiplicar os produtos que vendia e ampliar o portfólio.
Hoje, o CEO promove a marca com aparições na grande mídia, além de inspirar todos
os colaboradores de sua organização (FERREIRA, 2012).
Dentro de um recorte temporal de apenas oito anos, Alê Costa saiu da condição de
vendedor de porta em porta e foi estudar na Bélgica para aprimorar a sua técnica
enquanto manipulador de chocolates. Em 2001, a primeira loja foi aberta para atender à
necessidade de estoque de um distribuidor e pouco tempo depois já entrava para a
franchising (FERREIRA, 2012).
É o exemplo da venda on-line no fim do último século: muitas pessoas, ainda hoje, não
confiam na compra on-line, pois consideram a hipótese de não receber em
conformidade. Ou, ainda, para ilustrar quão frágeis são as barreiras em negócios
digitais: a imitação de soluções tecnológicas é bastante comum, vide exemplo do Skype
(seguido por FaceTime, Viber, Google Hangouts, etc.) e Evernote (seguido por
Microsoft OneNote, Apple’s Notes, Google Keep, Simplenote, etc.)
De toda sorte, há uma decisão anterior que precisa ser tomada individualmente antes de
arriscar qualquer negócio no mercado. Essa decisão paira sobre o propósito de vida da
pessoa que, ao encontrar-se em linha com o propósito organizacional ou projeto
empreendedor, gera grandes resultados.
Nessa busca, é possível eleger mentores (processo de mentoring) que podem auxiliar ao
longo da jornada. Tais mentores são, em geral, mais experientes e estão prontos para
guiar o caminho de pessoas iniciantes. Essa prática é bastante comum no ecossistema de
inovação e empreendedorismo.
Tal prática é vista, inclusive pelo olhar científico, em comunidades japonesas, e liga-se
diretamente à expectativa de vida mais elevada e à qualidade de vida propriamente dita.
A título de exemplo, os japoneses de Okinawa praticam o Ikigai, que prega a busca
constante e dedicação com alta performance ao propósito de vida. Para entender melhor,
há uma mandala que representa as intersecções entre paixão, missão de vida, profissão e
vocação. Veja a seguir:
As dimensões do propósito (ou, Ikigai) residem no que você ama fazer, no que você é
bom em fazer, no que o mundo precisa e, também, naquilo em que você pode fazer
dinheiro. A cada imbricação, há uma diferente vertente (paixão, missão, profissão e
vocação), como falamos. Mas o ponto de encontro de todas essas vertentes revela,
enfim, o propósito de vida de cada um.
Perceba que essa – ao lado da Janela de Johari, Roda da vida e outros - é uma
ferramenta capaz de tornar a sua prática profissional ainda mais valorosa e impregnada
de sentido. Aumentando o senso de valor, há maior ímpeto e boa vontade para fazer as
atividades elencadas no dia a dia.
77
Você, inclusive, pode ser seu próprio coach e ampliar as habilidades de seu perfil, uma
vez que, segundo John Whitmore (2012), os fatos e a resposta para todos os
questionamentos estão dentro de si mesmo. Neste sentido, você pode trabalhar o
coaching e “desbloquear o potencial para maximizar seu próprio desempenho”
(WHITMORE, 2012, p. 17).
📝 Exemplificando
______
⭐ Dica
Faça o teste, use o mundo como um grande laboratório e divirta-se: diga para uma
pessoa de idade, de preferência o seu avô ou avó, com ar de cansaço: “E aí, aquela dor
passou?”. Agora, noutra oportunidade, com bastante energia e um sorriso, pergunte
sobre algo que a pessoa gosta ou peça um conselho a ela e verá uma reação
completamente oposta. Esse é o imenso poder da programação neurolinguística, apenas
para que comece a mergulhar nesse conhecimento sobre (auto)sugestão.
______
Veja, essa analogia também ajuda a entender os benefícios do mentoring, pois alguns
mapas são melhores do que outros. Dentro das organizações, o mentoring pode ajudar
na transmissão de conhecimento e geração de benefícios no tocante à gestão de talentos
(LOTZ; GRAMMS, 2014).
Lembra de Luiz? Ele quer canalizar a sua energia a outro ramo de atividade, totalmente
diferente da atuação profissional que exerce hoje. Mas não há habilidade, propósito,
contatos ou sequer experiência informal com a nova proposta de atuação.
A primeira coisa que precisa ser feita é esclarecer a Luiz que nem tudo que é hobbie
deve ser levado como possibilidade de negócio, assim como as tendências de mercado
não devem balizar, necessariamente, as escolhas profissionais para o futuro.
Caso tenha incorporado os ensinamentos da presente leitura, saberá que falta algum
elemento dos pontos supradestacados. Perceba, pois, que não é somente criar atalhos
para desenvolver novos empreendimentos com base nas habilidades já aprendidas, mas
sim relacioná-los com aquilo que valorizamos em nosso íntimo, de forma
individualizada. Verá, no entanto, que muitos outros indivíduos valorizam as mesmas
coisas que você.
A mensagem que deve ficar, é: viva a beleza de ser único e poder entregar valor para si
mesmo e para sociedade. Conheça a ti mesmo para realizar grandes feitos. Boa jornada!
DI NIZO, R. Reinventando a liderança: por uma ética de valores. São Paulo: Summus
Editorial, 2013.
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
Introdução da Unidade
Olá, estudante. No seu cotidiano você já deve ter mudado muitos hábitos ou muitas
formas de consumir determinados produtos e serviços nos últimos anos, não é mesmo?
O fato concreto é que a tecnologia tem mudado a nossa vida e é muito provável que
você já tenha consumido ao menos um dos exemplos acima de produtos e serviços que
foram radicalmente mudados por conta da inovação. Por isso, pergunto a você: você
sabe qual o tamanho da importância da inovação no ambiente empresarial? Como
inovar? Para que uma empresa inove, ela precisa sempre inventar coisas novas? E como
posso avaliar ou medir se uma empresa está de fato inovando?
Frente a isso, convido você a mergulhar nesse fantástico contexto da inovação em que
estudaremos os fundamentos e os aspectos iniciais da inovação e seus devidos processos
a fim de que seja capaz de responder às questões acima, aplicar os principais termos
aplicados à inovação e reconhecê-la como um processo imprescindível para a evolução
organizacional.
inovação, criando novos produtos e serviços. Por fim, vamos verificar alguns aspectos
da inovação na prática e como as organizações têm realizado a sua gestão do
conhecimento.
Dessa forma, espero que assimile e aprenda esses conhecimentos tão importantes para
se qualificar e adquirir uma competência profissional tão requerida nos dias atuais: ser
inovador!
Excelente estudo!
Situação-problema
Mas o que devemos fazer para criar uma ideia ou inventar alguma coisa? Só podemos
falar em inovação quando fazemos altos investimentos em tecnologia? Como saber se o
nosso investimento está dando retorno no que tange à inovação? Essas e outras tantas
perguntas perambulavam pela mente de Fábio e Giovanna nos últimos dias. Vamos
conhecer a história deles?
Fábio e Giovanna são irmãos e descendentes de italianos que chegaram ao Brasil depois
da Segunda Guerra Mundial. Fábio Baresi, como irmão mais velho, estava vivendo um
momento delicado com a morte do seu velho e amado pai; há dois meses tentava
compreender as mudanças que estavam acontecendo em sua vida. Entre outras questões,
cabia a ele, na condição de filho mais velho e inventariante, e a Giovanna, a caçula,
darem continuidade ao negócio que seu pai tinha fundado no século passado e, por meio
do qual, tinha conseguido sustentar toda a família.
O “babbo Baresi”, como era chamado seu pai, abriu a gráfica Palestra na região da
Mooca, na capital paulistana, e no auge do negócio, teve uma ótima e diversificada
carteira de clientes, que sempre realizavam suas impressões e serviços gráficos na
empresa, reconhecida por todos como uma das melhores de toda a região metropolitana
85
de São Paulo. Fábio cresceu naquela gráfica, ajudava seu pai em todas as tarefas
produtivas e de gestão do negócio. Giovanna, também cresceu lá e trabalhava na parte
administrativa, auxiliando no controle de pessoas, nas questões contábeis e financeiras,
nas vendas, etc.
Todavia, com o passar dos anos e a evolução digital, o tradicional mercado gráfico
sofreu muitas transformações e a gráfica da família não é mais nem sombra do que foi
outrora. Fábio e Giovanna conseguem perceber isso claramente: a gráfica parou no
tempo, e para continuarem neste ramo de atividade, a inovação é fundamental. Mas as
dúvidas pairam no ar: como fazer isso? Quais estratégias podem adotar? Como eles
inventariam algo novo no mercado? Quais as formas e possibilidades para inovar a
gráfica? Como criar e implantar uma cultura inovadora na empresa?
Bons Estudos!
Mas o que seria exatamente inovação? A princípio, inovação sugere a criação de algo
novo, novidade, um elemento que traga uma nova ação, entre outras definições básicas
86
plausíveis. É possível perceber nos livros sobre o tema que esse conceito está
intimamente ligado ao contexto da aplicabilidade do termo.
______
💭 Reflita
Você já parou para pensar como o mercado evoluiu neste século? Trott (2012) nos
mostra algumas empresas que eram líderes de inovação e de mercado em 2007:
A Nokia era líder no mercado de telefonia celular por conta dos aparelhos
inovadores, com design e novas características.
O eBay e a Google revolucionaram a vida e os hábitos das pessoas
desenvolvendo produtos e serviços inovadores por meio da internet.
E hoje: elas ainda podem ser consideradas como expoentes em inovação? Atualmente,
continuam líderes de mercado?
______
🔁 Assimile
É importante fazermos uma distinção entre dois conceitos comumente tratados como
sinônimos pelo senso comum, mas que são bem diferentes: inovação e invenção. Essa
última está apenas atrelada à descoberta de algo novo ou a uma forma nova de se fazer
algo. É por isso que, geralmente, as invenções são devidamente registradas e
patenteadas, para que no futuro possam ser exploradas comercialmente, gerando ganhos
financeiros ao inventor.
______
📝 Exemplificando
No final da década 1960, os EUA viviam o auge da Guerra Fria com a extinta União
Soviética e buscavam um meio para que a comunicação entre uma rede de
computadores separados, independentemente da sua localização, pudesse continuar
transmitindo informações com os militares, mesmo em caso de bombardeio soviético.
Com isso, foi criada a Arpanet, a ideia embrionária que originou a internet e que
rapidamente se difundiu no meio acadêmico e militar.
Porém, foi a partir de 1980 que a internet se expandiu concretamente para o resto do
mundo e somente foi liberada para fins comerciais nos EUA no final da década. No
Brasil, a internet só foi explorada comercialmente em 1995.
Portanto, podemos dizer que a internet foi inventada em meados de 1960, mas só se
tornou uma inovação, de fato, a partir do final da década de 1980.
As inovações radicais são comumente realizadas por grandes empresas por causa dos
altos custos envolvidos em pesquisas, patentes e invenções. Elas costumam provocar
mudanças profundas no ambiente geral, gerando novos hábitos e comportamentos por
parte das pessoas e empresas; costumam dar um novo know how e status de mercado
para as marcas e empresas que as criam, representando ativos poderosos com alta
perspectiva de retorno econômico e financeiro, maior que aqueles praticados pelo setor
de inovação.
Fatores críticos de sucesso para a sua inovação. Fonte: Trott (2012, p. 85).
91
Para isso, elas vão adotar estratégias em sua cultura organizacional que foquem a
inovação interna por aquisições ou por alianças estratégicas e cooperação. É comum,
ainda, que a empresa estabeleça estratégias que possam misturar as formas e
possibilidades, conforme quadro abaixo:
🔁 Assimile
“É inovação social toda a iniciativa empreendida por parte de atores sociais num
determinado contexto social com o objetivo de proporcionar respostas inéditas a um
certo número de problemas sociais (exclusão social, pobreza, abandono escolar, etc.)”
(ASSOGBA, 2007 apud MONTEIRO, 2019, p.12)
Até a próxima!
Fábio e Giovanna Baresi são descendentes de uma família italiana que chegou ao Brasil
após a Segunda Guerra Mundial. Eles residiam na cidade de São Paulo e sempre
estiveram envolvidos e trabalharam no negócio de família que foi fundado e
desenvolvido pelo seu pai, o ‘babbo Baresi’. A Gráfica Palestra é uma empresa que já
teve grande clientela e realizava os mais diversos tipos de serviços gráficos e de
impressão, sendo reconhecida pela grande qualidade dos serviços que prestava.
1º) o pai deles, que era o grande conhecedor do negócio, faleceu há pouco tempo, e
suceder o pai e fundador da empresa e continuar a sua obra é um enorme desafio para
ambos;
2º) os filhos entendem que a empresa está parada no tempo e não tem se atualizado para
atender às crescentes exigências dos clientes e do novo mercado digital;
3º) Apesar de saberem que é preciso mudar, eles não sabem exatamente o que fazer e
como agir em um mercado altamente competitivo, em que a inovação se mostra como
um grande diferencial de mercado. Como consultores, vamos ajudá-los?
Inicialmente, a primeira dúvida deles é como inovar e inventar algo novo no mercado.
Em um primeiro instante, Fábio e Giovanna não precisam inventar nada para
reposicionarem a gráfica Palestra no mercado, mas sim praticar a inovação incremental,
ou seja, aperfeiçoar, melhorar, desenvolver ou aprimorar práticas, ações, processos e
gestão da empresa em prol de melhor servir os clientes, oferecendo produtos e serviços
que atendam às necessidades e aos desejos do seu público-alvo. Para isso, é preciso uma
boa análise de mercado, verificar os aspectos e as características de clientes,
94
Dessa forma, após as orientações iniciais, os irmãos Baresi realizaram algumas análises
no mercado e verificaram uma série de possibilidades para inovar a gráfica e
diversificar o seu portfólio de serviços oferecidos ao mercado. Sendo assim, fizeram
alguns investimentos e passaram a vender serviços de: web design, desenvolvimento e
projetos de arte, impressão de objetos em impressoras 3D, desenvolvimento de
desenhos digitais, impressão em grandes formatos, entre outros. Com isso, acreditamos
que novos e promissores tempos começam a soprar a favor da gráfica Palestra.
Até a próxima!
95
Situação-problema
Entretanto, algumas perguntas ficam no ar: como gerenciar algo tão intangível e
abstrato nas empresas como a inovação? De que forma uma empresa pode atuar de
modo estratégico no mercado a fim de desenvolver processos de inovação
continuamente? Essas entre outras tantas perguntas surgem quando falamos de
inovação, por isso, vamos conhecer a história da Transportadora Estrela do Norte e da
Ingrid Andrade, sua atual diretora.
Em meados de 1970, após muitos anos trabalhando como caminhoneiro e dirigindo pelo
Brasil inteiro, o avô de Ingrid, Antônio Andrade, comprou o seu primeiro caminhão e
fundou a Transportadora Estrela do Norte. Muito sério, pontual, responsável com as
cargas e os prazos de entrega assumidos, ele rapidamente formou uma ótima e fiel
clientela e, aos poucos, a empresa foi se consolidando no mercado.
Hoje, quase meio século depois, a empresa está maior e aumentou muito a sua frota,
trabalhando com muitos tipos de transporte. Não é possível afirmar que se trata de uma
grande transportadora, mas tranquilamente podemos dizer que a Estrela do Norte é uma
empresa de médio porte.
Frente a isso, após contratar uma empresa de consultoria e gestão estratégica, passou a
ter um objetivo claro em sua cabeça: a Transportadora Estrela precisa inovar para se
diferenciar e criar vantagem competitiva no mercado. Entretanto, como foi explicado
pelos consultores, não se trata de um simples processo de modernização, mas sim de
implantação de um modelo de gestão de inovação na empresa.
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Mas o que é uma gestão da inovação? Como inovar em um segmento de mercado que
parece tão tradicional? Como a empresa se beneficia por gerir adequadamente a
inovação? Quais as estratégias que ela pode adotar?
Agora é com você! Aprofunde os seus estudos sobre gestão da inovação, possibilidades
e formas estratégicas de inovação para atuação de mercado e ajude a diretora da
empresa na gestão da transportadora da família.
Ótimos estudos!
Nesse sentido, Dosi apud Figueiredo (2015) mostra que a inovação pode se dar em
diversos graus e a partir de diversas possibilidades, como imitação, busca,
experimentos, criação e produção de produtos, serviços, configurações empresariais e
novos mercados. Portanto, no contexto organizacional atual, a leitura binária e
superficial para identificar se uma organização é ou não inovadora é limitada e
totalmente descontextualizada da realidade atual.
Espectro de atividades inovadoras (inovação como um processo). Fonte: Figueiredo (2015, p. 24).
97
📝Exemplificando
O modelo linear de inovação foi comum até a década de 1960, quando os avanços
científicos, muitas vezes para fins bélicos, eram traduzidos e adaptados gerando novos
produtos que rapidamente eram colocados no mercado. Nesse período, vivíamos o
período pós-guerra, havendo forte carência de produtos industrializados e serviços
especializados. Por isso, o ambiente econômico e social estava em franco
desenvolvimento, criando grande expectativa e demanda por inovação, o que exigia
altos investimentos empresariais e governamentais em P&D. Com isso, a ênfase desse
modelo inovador estava exatamente na pesquisa e no desenvolvimento das empresas
sem exatamente se preocupar com os anseios dos consumidores, pois a lógica
empresarial era simples: mais pesquisa leva ao desenvolvimento de mais produtos e,
consequentemente, de mais vendas.
diferencial competitivo, portanto, todos esses fatores convergiram para uma maior
aproximação e interação entre os setores da empresa e fornecedores de suprimentos com
um único intuito: reduzir o tempo entre a P&D e a produção até a disponibilização
comercial do produto.
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💭 Reflita
Trott (2012) nos convida a pensar: se todas as inovações partem de uma ideia e resultam
em um produto, isso não tornaria todos os modelos de inovação processos lineares?
No panorama atual, com a evolução dos estudos dos modelos inovativos, fica bem
evidente que a inovação como fator competitivo não pode ser mais compreendida por
uma visão linear e/ou posição isolacionista de mercado.
É por isso que Rothwell (1994) destaca a importância do modelo de sistemas integrados
em rede com agentes internos e externos das organizações para se aumentar a
velocidade do processo de inovação preconizando cooperações e marketing
colaborativo, pois, desse modo, parcerias estratégicas podem ser criadas pelo prisma da
inovação aberta, bem como o desenvolvimento de vínculos duradouros e as relações
mutuamente satisfatórias em vários tipos e formatos, como alianças, joint ventures,
consórcios, clusters, entre outros.
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🔁 Assimile
Destacamos que Trott (2012) ressalta que mais recentemente foi apresentado o modelo
cíclico de inovação de Berkhout. Nesse modelo, são enfatizados os aspectos da natureza
cíclica do processo de inovação que estão relacionadas às mudanças, à criação e ao
desenvolvimento de conhecimento em prol de se aproveitar oportunidades de negócios
que surgem no mercado. Assim, a inovação é uma conexão cíclica entre ciência,
negócios e tecnologia com o mercado.
Estrutura da inovação de geração mais avançada e de alto desempenho. Fonte: adaptada de Mazzola
(2015).
102
______
🔁 Assimile
A cultura de inovação tem sido definida como um contexto multidimensional que inclui
a intenção de ser inovativo, a infraestrutura que dá suporte à inovação, comportamento
de nível operacional necessários a influenciar o mercado e a orientação de valor e o
ambiente para implementar a inovação. (DOBNI, 2008 apud FARIA; FONSECA, 2014,
p. 377)
O Manual de Oslo da OCDE (2005) destaca que há diferentes visões econômicas sobre
os benefícios dos investimentos em tecnologia e inovação por causa de sua difícil
mensuração e tangibilidade, já que têm um caráter mais estratégico de potencial de
mercado, mas recorrendo à literatura, é possível destacar alguns dos seus principais
benefícios: maior lucratividade e produtividade, redução de custos e otimização de
processos internos, aumento da criatividade das pessoas, melhora da competitividade no
mercado, tornar-se referência para o público, etc.
É importante ressaltar que não podemos falar em gestão da inovação sem abordar a
relevância da variável estratégica. A estratégia inovadora é o processo inicial de
decisões que norteará as ações que serão desenvolvidas por todos na empresa no intuito
de otimizar os resultados. Entre os principais desafios estratégicos em inovação de uma
organização, é possível citarmos: o aumento da tolerância e exposição aos riscos, o
desenvolvimento constante da criatividade, a melhoria da gestão de pessoas e a quebra
de paradigmas das ações conservadoras.
103
⭐ Dica
É muito raro uma empresa utilizar somente um modelo ou tipo estratégico o tempo
todo. De acordo com sua posição no mercado e a estratégia organizacional adotada, ela
costuma transitar entre os tipos conforme sua conveniência e postura tática em relação à
concorrência.
Em primeiro lugar, ela tem dúvidas quanto à gestão da inovação, por isso, devemos
esclarecer que ela se refere ao conjunto de ações permanentes voltadas à administração
dos diversos fatores e recursos organizacionais internos, diante das condições
ambientais externas, em prol da intensificação e perpetuação dos processos que
estimulam a inovação na organização.
Apesar de muitas vezes não ser tão simples de mensurar, empresas que fazem a gestão
adequada da inovação costumam apresentar benefícios bem tangíveis e identificáveis,
tais como: maior lucratividade e produtividade, redução de custos e otimização de
processos internos, aumento da criatividade das pessoas, melhora da competitividade no
mercado, tornar-se referência para o público, entre outros.
Sobre as estratégias que ela poderia adotar para a transportadora, ela foi orientada
quanto a seis possíveis formas estratégicas diferentes de inovação e atuação no
mercado: ofensiva, defensiva, imitadora, dependente, tradicional e oportunista.
De posse dessas informações e convencida da sua importância, Ingrid decide que é hora
de a Transportes Estrela iniciar os estudos para implantar um modelo de gestão de
inovação por processos. Inicialmente, ela decidiu que iria realizar essa implantação com
ações em perspectivas de curto, médio e longo prazo:
105
Ingrid, além de estar muito satisfeita com os novos posicionamentos que tomou, tem
muitos planos para a transportadora e pensa: “Quem sabe, para os próximos 50 anos,
teremos veículos mais eficientes, caminhões autônomos e entregas realizadas por
drones?”
Situação-problema
Inventar as coisas é uma tarefa fácil? E inovar? Mas, afinal, são coisas diferentes? Você
acha que para inovar de modo constante basta apenas ter criatividade? Essas são
algumas das perguntas que só podem ser respondidas por meio do estudo do processo
da inovação, a partir do qual você poderá compreender claramente o caminho entre a
invenção e a inovação, além da importância dele para o desenvolvimento de novos
produtos e serviços. Porém, antes de iniciarmos especificamente essa etapa de
aprendizado, convido-lhe a conhecer a história de Raquel e Marine. Vamos começar?
Nascidas no final dos anos 1990, as jovens amigas Raquel e Marine são nativas digitais
– jovens nascidos a partir de 1980 –, por isso, possuem habilidades para navegar com
tranquilidade nas diferentes ferramentas da web e mídias sociais. Há, aproximadamente,
cinco anos, elas criaram um blog e um canal no YouTube que estavam fazendo sucesso.
106
Além disso, possuíam milhares de seguidores em suas redes sociais, como Instagram,
Twitter e Facebook.
Entretanto, não demorou muito para que os primeiros problemas surgissem. Logo, elas
perceberam que uma coisa era a criatividade que elas possuíam; outra, bem diferente,
era ter uma equipe criativa e inovadora de modo constante em um mercado tão
concorrido e dinâmico como esse. Além disso, acreditavam que estavam precisando:
Entretanto, a pergunta-chave era: como conseguir essas coisas e melhorar a empresa que
tinham acabado de criar? Diante da inexperiência delas no ramo, você foi contratado
como consultor. Diante disso, inicie agora mesmo seus estudos e auxilie as jovens
empreendedoras a melhorarem a gestão da inovação da empresa com a nossa
consultoria.
Excelente estudo!
Vamos iniciar relembrando o conceito de inovação. Para a OCDE (2005, p. 55), em seu
Manual da Inovação, “uma inovação é a implementação de um produto (bem ou
serviço) novo ou significativamente melhorado”.
Cabe destacar que o documento explica que a inovação pode ser dividida em quatro
grandes segmentos (produtos, processos, marketing e organização) e ressalta que, para
ser assim considerada, obrigatoriamente, deverá ser implementada nas práticas de
negócios das empresas ou do mercado. Mais que somente criar, a empresa deverá saber
onde e como inovar. Por isso, na figura abaixo, temos as 12 dimensões da inovação:
107
______
📝 Exemplificando
Nem sempre a inovação será algo totalmente novo ou revolucionário (inovação radical),
por exemplo, a criação de um novo medicamento. Muitas vezes, ela estará representada
na forma de uma melhoria, um aperfeiçoamento ou uma adaptação de um produto,
serviço ou processo (inovação incremental). Ex.: desenvolvimento de novas embalagens
sustentáveis para os produtos.
______
Para Scherer e Carlomagno (2016), apesar de uma ideia ao acaso ou um evento fortuito
poder significar o ponto de partida para a criação de um produto inédito ou salto
evolutivo de uma empresa, esta não pode ficar refém de uma inspiração esporádica ou
completamente aleatória. Dessa forma, como vimos anteriormente, a inovação como
diferencial competitivo não costuma tratar-se de um golpe de sorte, mas, sim, de
processos sistematizados resultantes de horas de trabalho e esforços em prol da
produção de insights contínuos que alcançaram seu objetivo final: chegar ao mercado e
gerar lucro e retornos para as organizações inventoras.
108
Em síntese, o processo de inovação é composto por uma série de tarefas que são
devidamente ordenadas em prol do seu melhor gerenciamento. Na literatura, essas
tarefas são comumente agrupadas em três grupos principais: busca e levantamento,
seleção e implementação.
O foco, nessa etapa, está na procura de fontes de ideias e oportunidades que fomentem o
processo criativo na empresa como um todo, desde os colaboradores operacionais até a
alta diretoria. Essas técnicas de pesquisas, sugestões ou ideação constantes ajudam no
melhor entendimento dos anseios de mercado, propiciando o surgimento de conceitos
mais assertivos, que serão futuramente descartados ou refinados.
109
Dessa forma, é possível afirmar que toda pessoa possui criatividade e que esta pode ser
estimulada ou incentivada. Por isso, para incentivar a criatividade dos colaboradores,
além de ações, recompensas diversas e programas de qualidade de vida no trabalho
(QVT), muitas empresas têm adotado medidas pouco ortodoxas do ponto de vista dos
objetivos organizacionais diretos.
Para Brown (2008), expoente mundial no assunto, o design thinking é uma técnica
moderna e atualíssima, que busca usar a sensibilidade das pessoas somada às
ferramentas de design colaborativo, com o objetivo de atender, dentro de uma realidade
factível, os anseios das partes envolvidas com aquilo que é concretamente possível de
ser executado, criando soluções e inovações muito mais assertivas e rápidas do que em
processos geridos de modo convencional.
______
🔁 Assimile
Assim, elas têm obtido grande êxito em suas criações, gerando um número cada vez
maior de soluções inovativas e extremamente criativas. Com isso, conseguem aumentar
exponencialmente a eficiência e eficácia dos seus processos criativos, gerando alto valor
agregado nos produtos, serviços e processos que foram desenvolvidos.
💭 Reflita
Você acha que uma ideia totalmente inovadora é prontamente assimilada, compreendida
e aceita pelas pessoas, pelas organizações ou pelo mercado?
112
Além do design thinking, outra técnica cada vez mais utilizada no contexto
organizacional é o storytelling. Mas, antes de explicá-la, é preciso que compreendamos
algo muito importante sobre novas ideias, coisas inéditas, conceitos que nunca
existiram: eles provocam medo e, geralmente, as pessoas tendem a ter certa resistência a
eles, afinal, a manutenção do status quo, ou seja, do padrão vigente, é algo muito forte e
extremamente confortável para as pessoas e organizações.
Além disso, como já dito anteriormente, o tempo é fator primordial nas decisões sobre
inovação. Por isso, Kotler e Keller (2012) explicam que as ideias de novos produtos e
serviços devem ser avaliadas pela ótica da duração do seu ciclo de vida, ou seja, o
tempo de vida após virar um produto, que vai desde seu desenvolvimento, passando por
sua introdução no mercado, tendo seu período de crescimento de vendas e maturidade,
até chegar ao declínio, quando as vendas diminuem e o produto deve ser repensado,
reinventado ou, até mesmo, deixar de ser produzido.
Essa avaliação é fundamental para tomar uma decisão e selecionar uma ideia, afinal,
existem produtos que representam oportunidades momentâneas, apenas para atender à
moda ou ao modismo de um breve período. Todavia, se a empresa estiver preparada,
representa ótima chance de vendas altas, geração de caixa e retorno imediato. Já outros
produtos estão relacionados a estilos e, por isso, têm ciclos mais estáveis e longevos,
com maior possibilidade de vendas no longo prazo, porém, com concorrentes de maior
porte e estrutura no mercado.
Outro aspecto a ser trabalhado nesse momento é a gestão de portfólio de inovação, que
tem o objetivo realizar a gestão e coordenação estratégica de todos os projetos de
inovação na empresa, sejam eles de produtos, serviços ou processos. Com isso, será
possível alcançar o equilíbrio das iniciativas inovativas, o desenvolvimento de
benchmarking, melhor alocação de recursos, a celeridade no compartilhamento das
melhores práticas, a redução dos riscos e dos custos, a melhora do timing inovador,
entre outros benefícios que agregam valor à organização.
Todas as ações e técnicas de gestão de processos de inovação descritas até aqui têm
como objetivo final a potencialização de fatores que fomentem o desenvolvimento de
novos produtos de modo contínuo e permanente pela organização. O foco deve estar na
transformação de ideias inovadoras e oportunidades de negócios em produtos e serviços
concretos que, de preferência, possuam alto valor agregado (TROTT, 2012).
O processo de DNP como uma série de atividades conectadas. Fonte: adaptada de Trott (2012, p. 556).
Agora que você aprendeu mais sobre processo inovador, é importante que comece a
exercitar as diversas técnicas aprendidas em seu ambiente profissional e pessoal, para
que possa lapidá-las e ficar cada vez mais qualificado.
Neste momento, você deve ter acabado de concluir seu estudo sobre o processo
inovador. Com isso, compreendeu que as empresas devem percorrer um árduo e
complexo caminho entre a invenção e a inovação, ou seja, colocar esse produto no
mercado, visando à sua exploração comercial. Além disso, acreditamos que tenha
aprendido sobre a importância de a empresa estruturar um processo inovador, com o
propósito de gerar um fluxo contínuo de inovação e desenvolvimento de novos
produtos. Por isso, você está totalmente apto a voltar à situação-problema e dar uma
consultoria para a Raquel e Marine. Vamos relembrar a situação?
As jovens Raquel e Marine amavam o mundo virtual, eram criativas, tinham milhares
de seguidores nas redes sociais e tanto o seu blog como o seu canal de vídeos no
YouTube estavam fazendo muito sucesso. Decidiram, então, que era hora de fazer disso
um negócio/uma profissão.
Todavia, logo elas perceberam que havia um abismo entre o hobby criativo que tinham
e a gestão de uma empresa, especialmente pelo fato de que se tratava de uma área
extremamente competitiva, que são as agências. Agora, apenas a criatividade delas já
não era mais suficiente, então, elas precisavam incutir seu DNA criativo e inovador na
equipe com que trabalhavam. A situação exigia o suporte de um profissional da área de
inovação e, por isso, vamos auxiliá-las!
116
Já para criar critérios mais técnicos e bem definidos que ajudem na escolha das
melhores ideias, a empresa deve desenvolver o segundo grupo do processo inovador,
que está relacionado à seleção e adoção de mecanismos qualitativos e quantitativos para
fazer escolhas mais assertivas. Nesse sentido e tendo em vista a alta volatilidade das
mudanças dos produtos da área em que a empresa atua, é sempre muito importante
atentar-se ao ciclo de vida dos produtos, bem como aos aspectos relacionados à moda,
ao modismo e aos estilos dos consumidores.
______
➕ Saiba mais
Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas usavam uma máquina alemã chamada
Enigma para criptografar suas comunicações e mensagens de alvos de ataque e
bombardeio. Apesar de interpretá-las, o exército inglês não conseguia decodificá-las, o
que resultava em um número cada vez maior de baixas e perdas para os Aliados.
______
➕ Pesquise mais
Até a próxima!
118
Situação-problema
Nascido no final dos anos 1980, o jovem empreendedor Erick Gonçalves desde pequeno
era completamente apaixonado por videogames, assim como tantos outros meninos que
nasceram naquela época. Praticamente deve ter jogado todos os consoles mais famosos,
finalizando uma infinidade de jogos diferentes. Além disso, era muito bom com
computação e, por isso, cursou a faculdade na área de desenvolvimento de sistemas,
especializando-se na programação de games. Não demorou muito e fundou uma startup
promissora na área de criação e desenvolvimento de jogos: a @games.
Como podemos ajudá-lo? Por isso, prezado estudante, agora é com você. Aprimore seus
conhecimentos sobre a aprendizagem e gestão do conhecimento nas empresas para
ajudarmos o Erick com soluções para os seus problemas.
Bons estudos!
______
💭 Reflita
Por isso, a inovação é fundamental, tanto do ponto de vista tático (analisando suas
etapas, processos e ações na prática cotidiana); como estratégico (avaliando a sua gestão
como norteador organizacional como um todo), não apenas para que as empresas criem
novidades, mas para que aumentem a percepção de valor dessas para os clientes.
Para isso, como já vimos anteriormente, o processo de inovação se inicia pela busca de
ideias ou reconhecimento de oportunidades, tanto interna quanto externamente no
ambiente geral. No quadro a seguir, vamos ver na prática como algumas empresas
usaram as 12 dimensões da inovação para aprender e analisar os aspectos do seu
negócio, encontrando ideias e soluções inovadoras:
120
Para Nambisan, citado por Trott (2012), o aperfeiçoamento desses processos está
atrelado às fases de desenvolvimento de novos produtos – DNP, sendo que em cada fase
o cliente exercerá um papel diferente: clientes como recursos; como cocriadores; e
como usuários.
Nesse papel, quanto mais clientes fizerem os testes ou ofereçam suas opiniões, vivem
SAC, mais propositivos e susceptíveis ao sucesso tende a ser produto no mercado.
Dessa forma, para Alvarenga Neto (2008), agregam valor superior às organizações de
várias formas diferentes, tais como: orientando a estratégia; iniciando novas linhas de
negócio; solucionando problemas com rapidez; transferindo as melhores práticas;
desenvolvendo habilidades profissionais; e ajudando no recrutamento e retenção de
talentos.
O modelo de conversão do conhecimento SECI. Fonte: adaptado de Reis, (2008); Takeuchi e Nonaka
(2008).
tácito e explícito, iniciando no nível individual e subindo para os grupais, intra e entre
as divisões organizacionais.
🔁 Assimile
______
Desse modo, fica claro que pensando em inovação como essência de estratégia
empresarial, esta só é possível de ser alcançada por organizações que não somente
tenham alta capacidade de aprender, mas também de implantar processos essenciais em
prol da implantação de um modelo de gestão do conhecimento. Assim, a capacidade de
gerir adequadamente o conhecimento caminha por ações organizacionais estruturadas,
previamente estipuladas e parametrizadas pela alta direção, que devem ser avaliadas e
elevadas continuamente no intuito de explorar o conhecimento de modo contínuo.
125
Elementos construtivos da gestão do conhecimento. Fonte: adaptada de Probst; Raub e Romhardt, (2002,
p. 36).
contexto de seus conhecimentos. Por isso, de acordo com Takeuchi e Nonaka (2008), a
gestão do conhecimento deve centrar-se em três aspectos principais:
📝 Exemplificando
Imagine uma equipe da Fórmula 1 que tenha um excelente carro (capital estrutural);
grande poder financeiro e cumpra aspectos e ações sociais responsáveis (capital
ambiental); tenha bons mecânicos e um piloto talentoso (capital intelectual); mas que
receba pneus que não estejam atendendo plenamente suas necessidades. Você acredita
que ela possa desenvolver o modelo de Capitais do Conhecimento na prática?
______
Por fim, quando pensamos em inovação na prática, após a realização de todo o trabalho
de administração do conhecimento e a aprendizagem organizacional, é chegado o
momento de as empresas colocarem em prática e executar todos esses saberes que
foram obtidos, traduzindo-os na forma de produtos e serviços que serão ofertados aos
mercados consumidores.
128
Agora você pode afirmar que aprendeu sobre inovação em toda a sua amplitude: desde
os conceitos introdutórios sobre inovação, passando pela gestão do conhecimento
organizacional até o lançamento e inserção dos produtos no mercado. Agora é o
momento de praticar os conhecimentos recém-adquiridos.
Você deve ter aprendido que mais que um conceito teórico, a aprendizagem e o
conhecimento organizacional podem ser considerados como os elementos essenciais
que impulsionam a inovação nas empresas de modo prático. Por isso, vamos voltar à
situação problema e ajudar o dono da startup @games, Erick Gonçalves, na solução dos
seus problemas.
Todavia, apesar do ótimo desempenho e evolução da empresa desde a sua fundação, ele
sabia que a empresa precisaria continuar inovando e sendo criativa. Porém, algumas
situações não corroboravam para isso, criando problemas e impactando a criatividade e
inovação. Por isso, vamos auxiliá-lo e propor soluções para a sua empresa.
Outra questão que deve ser rapidamente alterada pelo empreendedor é atrelar, de modo
prático e não apenas em teoria, um modelo de gestão do conhecimento alinhado à
estratégia organizacional que fomentasse a aprendizagem organizacional. Como
estudamos, há inúmeros exemplos de modelos na literatura. Todavia, cabe à própria
diretoria escolher o melhor modelo segundo as suas características e necessidades para
que obtenha os melhores resultados.
Por fim, entre os mecanismos que poderiam ser criados em um primeiro momento para
incentivar a inovação de modo contínuo, sugere-se investimentos constantes em três
frentes:
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
Introdução da Unidade
Você já parou para refletir sobre a importância das pessoas no mundo? E nos negócios?
É por meio das pessoas que as coisas acontecem, desenvolvem-se e são (re)construídas
continuamente.
Por vezes, perdemos de vista a importância do ser humano e não o reconhecemos como
força centrípeta do planeta e, por conseguinte, das organizações. Frente a isso, é
importante atualizar-se quanto ao arcabouço da gestão de pessoas e suas aplicações,
potencializando a composição de equipes para o seu negócio, fortalecendo a sua
capacidade de liderança.
Bons estudos!
134
Situação-problema
Vale destacar que, para diminuir a insatisfação da equipe, Camila começou a criar
fóruns para discutir novas ideias, convidando pessoas de outras áreas e profissionais
externos para ajudar no processo de seleção das ideias propriamente ditas.
Mãos à obra!
135
Você já parou para pensar como acontece o processo de inovação dentro das
organizações? Quer dizer, já imaginou as etapas pelas quais os novos produtos passam
antes de chegar nas mãos do cliente final ou, ainda, como acontece o processo de
inovação nas práticas empresariais e nos processos internos?
Tudo começa pela concepção de uma ideia, seja ela voltada para melhoria de um
processo, criação de um novo produto, serviço ou, ainda, implementação de uma nova
prática. Em um segundo momento, após aprovada a ideia, é preciso sistematizar os
próximos passos, planejando e elencando parâmetros de mensuração que servirão para
medir o impacto da mudança em termos de economia ou obtenção de recursos.
Por fim, após implementada, a ideia deve ser espalhada mesmo que não tenha obtido
sucesso, isso porque as lições aprendidas com projetos inexitosos são tão valiosas
quanto as de projetos que obtiveram sucesso dentro das organizações, pois impedem
que outras áreas cometam os mesmos erros ou, por outro lado, sugerem um novo
caminho a ser percorrido.
Dessa forma, é preciso diagnosticar qual parte (geração, conversão ou difusão de ideias)
do negócio não tem fluído com necessária eficácia. Antes de abarcar projetos em
inovação, portanto, os gestores precisam ter em mente a estrutura vigente de inovação
dentro da organização em que atua. De outra perspectiva, o agente empreendedor deve
ter clareza das etapas que serão adaptadas e que, por outro lado, devem ser aprimoradas
para atender às necessidades de inovação do negócio especificamente.
______
💭 Reflita
Não basta replicar boas práticas de cases de sucesso do mercado, mas sim fazer a gestão
refletir e diagnosticar o desempenho da cadeia de valor da inovação de maneira
personalizada, ad hoc, com vistas à cultura organizacional, ao mapa estratégico do
negócio e à visão de futuro que a empresa propõe, do contrário, pode incentivar uma
etapa que já apresenta fluidez e negligenciar a outra, impactando negativamente a
cadeia de valor de inovação da empresa.
Quando uma empresa falha em uma inovação, será que o problema foi a implementação
ou o fato de que a ideia proposta não era interessante e viável?
______
📝 Exemplificando
Uma empresa com alto volume de ideias geradas todos os meses começou a promover
sessões de brainstorming para fomentar a geração de conhecimento e sinergia entre
equipes, mas o que aconteceu foi justamente o aumento no número de novas propostas.
de ideias. Por fim, a difusão pode ser executada por meio do compartilhamento de lições
aprendidas junto a parceiros e rede de apoio formada no entorno do empreendimento
(ADES et al., 2010).
Perceba que o modo de inovar pode variar de setor para setor ou mesmo de empresa
para empresa. A cadeia de valor, nesse sentido, está acoplada ao modelo de negócio. Há
empresas que inovam por meio de fornecedores, gestão do conhecimento interno ou
mesmo criando uma rede de colaboração mundial. É o caso de softwares open-source
(do inglês, código aberto), que permite aos usuários implementar melhorias e replicar
novas versões, vide navegador Firefox e o manipulador de imagens Gimp.
Em outras palavras, todo processo de inovação gera conhecimento, que deve, por sua
vez, ser compartilhado. A gestão de conhecimento, nesse sentido, é um ativo estratégico
na gestão da tecnologia. Apesar de não caracterizar parâmetro exclusivo de inovação, a
tecnologia, por sua vez, representa grandes oportunidades de inovação propriamente
dita.
As fontes de novas ideias são variadas; podem vir tanto do mercado (clientes, usuários)
como do processo de benchmarking, de dados secundários (relatórios especializados),
congressos ou mesmo da literatura de áreas correlatas ao negócio. Tais ideias passam
por análise de viabilidade, como comentado anteriormente, e tal atribuição varia de
empresa para empresa. Por exemplo, em uma empresa de ativos digitais, a área que
valida a ideia pode ser inteligência, planejamento e time técnico; já dentro de uma
estrutura industrial, essa validação pode passar pelas áreas de engenharia, produção,
marketing e P&D.
Perceba que mais importante do que ter claro quais são os objetivos estratégicos de um
negócio é saber tudo aquilo que não o é. De outra forma, a empresa pode facilmente
perder o foco e fomentar a própria evasão de clientes ou usuários. É comum ver esse
movimento em empresas de softwares, pois, como o cliente é da área de negócios,
muitas vezes, e não entende do universo de tecnologia, pode pedir várias soluções
dentro de uma só, e na ânsia por atender, a empresa pode acoplar diversas
funcionalidades que fogem do propósito inicial, daí, pouco tempo depois, podem surgir
problemas de posicionamento do produto no mercado.
Vale destacar que, para que sejam aprovados projetos de tecnologia, é preciso levar em
consideração não somente os objetivos organizacionais como também parâmetros de
valoração de projetos que permitam riscos (fluxo de caixa descontado, ROI, etc.). Tais
aspectos de priorização de projetos compõem a segunda etapa da cadeia de inovação, no
caso, a conversão de ideias. Nesse ínterim, é preciso criar um programa de captura e
seleção de ideias que fomente uma rede de inovação dentro da organização, mesmo em
empresas low tech.
Ainda sobre a etapa de difusão, é possível criar novos modelos de negócio a partir das
lições aprendidas em determinado processo de inovação. Nesse sentido, as inovações
tecnológicas podem compor novos modelos de negócio. É o caso das grandes empresas
digitais (iFood, Uber, Airbnb).
Mas como tornar a organização assertiva no que diz respeito à geração, conversão e
difusão de ideias para novas práticas, processos, serviços e produtos? Uma empresa
precisa formar uma rede com elos de qualidade que fomentarão a inovação orientada a
resultados. As redes podem ser externas, capturando soluções em todo o ecossistema
que integra, como também internas, fomentando a troca de conhecimentos e ganhos de
sinergia por meio da multidisciplinaridade.
A essa altura, você já reparou o quão importante é o fator humano na cadeia de valor da
inovação. O fator humano é tão importante quanto a cultura que interfere nas decisões
dentro das organizações. Moore (2008) reconhece essa premissa ao identificar que a
fase de amadurecimento da ideia e da canalização para financiamento é a mais
desafiadora por encarar barreiras culturais, estruturais, relacionadas à burocracia
envolvida no processo de aprovação, alocação e de recursos para o seu
desenvolvimento.
Para diminuir a resistência frente à inovação, a gestão também pode orquestrar a troca
de conhecimento e as atitudes de colaboração e boa vontade, fomentando o ambiente
criativo e disruptivo. A troca de ideias e a interação social são extremamente
importantes no processo; e para facilitar essa interação, uma das possíveis estratégias
recai na gestão por competências (CROSS, 2007).
Em termos de organização das equipes com foco na inovação, uma das abordagens mais
eficazes e aplicadas hoje nas organizações é exatamente a gestão por competências.
Convergindo a perspectiva francesa com a norte-americana, competências seriam
conhecimentos, habilidades e atitudes aplicadas no contexto organizacional e medidas
por meio do desempenho (CARBONE et al., 2009).
Em termos de inovação, portanto, o fator humano é mais crítico, pois somente ele pode
sustentar vantagens competitivas na linha do tempo. De outro modo, como a
obsolescência das vantagens competitivas é uma realidade quando levadas em
consideração as variáveis do macroambiente, então somente a sinergia criada na
composição de diferentes competências poderá encorpar o conhecimento necessário
para manutenção ou renovação das vantagens competitivas para o negócio (CARBONE
et al., 2009).
🔁 Assimile
No que diz respeito ao papel da gestão, nas palavras de Carbone et al. (2009, p. 77):
“gerenciar competências significa planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes
níveis da organização, as competências necessárias à consecução de seus objetivos”.
Seja o líder ou a líder que fará diferença no contexto organizacional. Há espaço para
todos os bons profissionais que buscam elencar soluções assertivas na resolução dos
problemas de negócio. Para isso, pratique uma postura crítica e autônoma e nunca deixe
de atualizar os seus conhecimentos. Essa deve ser uma atividade constante.
Você se lembra da gestora Camila e a sua saga por fomentar a inovação? A etapa de
geração de ideias é operante na estrutura organizacional em que ela atua, no entanto, a
sua gestão depara-se com falta de autonomia e, ainda, desafios em relação à realidade
socioeconômica do setor.
Por fim, vale sugerir a Camila que ela volte os olhos para o seu time e desenvolva a
etapa de seleção de ideias por parte de pessoas que detêm essa competência analítica e o
conhecimento do mapa estratégico e dos objetivos organizacionais da empresa. Dessa
forma, ela diminui a frustração com a aplicação de parâmetros claros dentro de um
programa de inovação preestabelecido.
141
Uma possível abordagem para apresentar os itens acima a Camila é elaborar um projeto
de inovação tecnológica baseado na cadeia de valor da inovação e de mapas contextuais
estratégicos que possam sustentar a argumentação anterior.
Situação-problema
Você já notou o quão rica é a cultura de cada lugar? Já reparou que alguns costumes,
por mais cotidianos e comuns que possam parecer, são capazes de sustentar diversos
negócios? É o caso do consumo de arroz e feijão nas refeições de todo brasileiro. Ou,
ainda, como a utilização de repelentes locais pode combater com maior eficácia os
insetos daquele determinado local.
Cirila acaba de começar uma confecção própria, dedicada à cultura local de seu povo. A
intenção da empreendedora é divulgar o artesanato da população local a partir da venda
online de camisetas com signos que representam a cultura propriamente dita. Ela mora
na região centro-oeste do Brasil e quer reafirmar o orgulho das pessoas da região. Para
isso, pensou em capitalizar aspectos culturais locais para, então, formar uma rede de
negócios sustentável.
Você, como mentor da aceleradora de startups regional, foi selecionado para ajudar
Cirila em seu projeto. Aqui, vale destacar que é necessário levantar pontos como:
142
Após levantadas todas as informações iniciais, é hora de propor uma estratégia para
acelerar o negócio de Cirila. A leitura a seguir o ajudará nesta tarefa, agregando
conhecimentos sobre economia criativa, padrão de especialização, acordos comerciais e
fluxo internacional de bens e serviços.
A aceleradora nada mais faz do que tracionar o negócio a partir das técnicas
anteriormente estudadas. Por exemplo, é possível alavancar a visibilidade de um
produto digital através das plataformas existentes (redes sociais, blogs, etc.). Ou seja, a
aceleradora ajuda a startup a atravessar pontos críticos da fase inicial do negócio com
mentorias, networking e até mesmo aportes financeiros.
______
⚠ Atenção
______
Mas o maior desafio do empreendedor que atua no setor tecnológico é o timing. Não
adianta ficar anos construindo uma solução que o mercado não valoriza no momento de
seu lançamento. A título de ilustração, há indícios de que o Ipod havia sido criado há
bastante tempo antes do seu lançamento justamente pelo feeling de Steve Jobs em
entender o tempo certo de o lançar no mercado.
143
Outra história é a do software de Eric Ries, escritos do livro A startup enxuta (2012). O
autor demorou anos para lançar uma solução no mercado e somente quando o fez
descobriu que o segmento não via valor nela. As lições aprendidas na ocasião, no
entanto, fizeram com que Eric concebesse a metodologia lean startup com intuito de
afastar desperdício de recursos e identificar viabilidade mercadológica de hipóteses.
Esta, inclusive, é uma atitude que precisa ser incorporada enquanto nos construímos
como empreendedores: encarar os fracassos como lições aprendidas e rumar sempre
para novos desafios.
De outro modo, a economia criativa pode ser entendida como um setor da economia que
prima pela indústria sustentável através de caminhos não-convencionais. Não há, no
entanto, um consenso acerca das atividades englobadas na economia criativa.
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🔁 Assimile
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💭 Reflita
criticam a perspectiva da economia criatividade justamente por isso, pois acreditam que
a criatividade perpassa todos os segmentos e não apenas aqueles ligados aos aspectos
culturais de um país.
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⭐ Dica
Para ficar por dentro das ações de incentivo à economia criativa por parte do governo
federal, clique aqui e acesse o site do respectivo ministério e conheça as instituições
envolvidas e atividades em curso em todo o território nacional.
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Tais acordos são cruciais para a sobrevivência econômica dos países no cenário
internacional. A inovação e a tecnologia são fontes de vantagem competitiva basilares
no contexto global. É importante que as fontes locais de tecnologia sejam desenvolvidas
e fomentadas pelo governo e comunidade empresarial local.
Para elucidar a relação entre tecnologia e inovação, podemos pensar que a tecnologia é
uma das principais fontes de inovação, produtividade e, consequentemente,
escalabilidade para empresas em todo o mundo. A inovação, por sua vez, pode ser
identificada como: inovações de produto, inovações de processo, inovações
organizacionais e inovações de marketing (OECD, 2005).
Não obstante, em se tratando de cadeias globais de valor (CGV), é possível notar que
um produto, desde sua concepção até a distribuição, pode passar por diversos países. Ou
seja, cada etapa produtiva pode ser realizada em um país diferente em função dos custos
de produção e da capacidade tecnológica de cada país (HERMIDA, 2017). Neste
sentido, a China, por exemplo, se beneficiou do comércio internacional no que diz
respeito ao CGV e a sua especialização comercial frente aos demais países do mundo. O
Brasil, bem como outros países subdesenvolvidos, tem no CGV uma oportunidade de
melhorar o desempenho econômico e exportador no cenário global (HERMIDA, 2017).
O conhecimento neste cenário é fundamental para elevar o país de patamar no que diz
respeito ao padrão de especialização no cenário internacional. Foi o que aconteceu nos
países asiáticos, como comentado acima: houve um movimento de aprendizagem
tecnológica, com transferência de conhecimento e absorção de novas tecnologias, que
permitiu a essas nações avançarem a posição no CGV (HERMIDA, 2017).
146
📝 Exemplificando
______
A título de exemplo, fases de montagem de peças não possuem tanto valor agregado na
CGV quanto ativos de conhecimento gerados no setor de pesquisa e desenvolvimento
ou, ainda, no trabalho de branding (gestão de marca) da matriz, situada muitas vezes em
outro país (HERMIDA, 2017) – geralmente nos países desenvolvidos. Sob um
panorama geral, os países desenvolvidos acabam acumulando etapas com maior valor
agregado (tecnologia e conhecimento), enquanto os países em desenvolvimento atuam
em etapas voltadas para extração de matéria-prima e, também, com mão-de-obra não
especializada (HERMIDA, 2017).
Fazendo um paralelo com a discussão acima, portanto, a depender das etapas que o país
integra na cadeia global de valor maior a riqueza gerada e, consequentemente, maior a
qualidade de vida da população em questão. Vale destacar que quanto maior e melhor
for o ecossistema de inovação, maiores as chances de galgar posições, inclusive, na
cadeia global de valor.
Por outro lado, note que o processo de inovação está diretamente relacionado à
capacidade empreendedora de uma população, influenciando os resultados de um país
inteiro quando colocado na perspectiva global. Por isso, conforme o tempo passa, é
importante que você incorpore novos conhecimentos em seu repertório, pois somente
dessa forma poderá entender a profundidade que o empreendedorismo e a inovação
podem alcançar.
Como você escolhe entregar valor no ecossistema de inovação do seu país? Pense sobre
isso.
Lembra-se de Cirila? Você tem ajudado a empreendedora a galgar etapas com maior
rapidez através da aceleradora da qual faz parte. No primeiro momento, levantou as
seguintes informações:
Vamos começar pelo item 1. Caso Cirila tenha apoiadores, a primeira missão é articular
melhores ganhos de tração para o negócio. Por exemplo, caso haja alguma fábrica de
tecidos neste rol, vale pleitear preços mais baixos para a confecção. Do mesmo modo,
se Cirila conta com o apoio de algum político, deve solicitar compartilhamento de
informações do projeto na rede para angariar visibilidade. Há, ainda, a possibilidade de
pleitear subsídios da prefeitura para confluir interesses comerciais aos de turismo da
cidade e região. Ambos os lados só têm a ganhar.
Por fim, é muito importante que a própria população local seja o motor propulsor de
visibilidade e apoio, criando condições para que o negócio alavanque a partir da lógica
exponencial de compartilhamento na rede e, também, na própria comunidade.
148
Agora, proponho que você busque negócios criativos em sua cidade e aplique a
resolução, adaptando-a para a realidade local. Você está pronto ou pronta para atuar
como empreendedor criativo ou mesmo mentor de outros empreendedores. Faça a
diferença!
Situação-problema
Você já aprendeu que há uma rede de apoio ao empreendedorismo, certo? Além disso,
soube que há interesse de diferentes agentes (governo, consumidores e empresas) sobre
o emprego da tecnologia nos processos, nos projetos, nas atividades e nos
produtos/serviços.
A título de exemplo, com uma nova lei que afeta diretamente a sua atividade na
empresa, Mauro quer propor um novo produto que poderá agregar na receita do setor
em que atua. Para isso, tem buscado responder às perguntas listadas anteriormente, mas
tem encontrado muita dificuldade e não sabe por onde começar.
Após a leitura, você será capaz de assessorar Mauro na sua busca. Saberá como e onde
encontrar as informações necessárias para ajudá-lo, além de ser capaz de destrinchar
estratégias de abordagem, para que Mauro obtenha êxito ao apresentar a sua nova
hipótese de negócio.
Bons estudos e não perca de vista a postura autônoma e crítica que deve ter ao buscar
informações!
O grupo Cogna, por exemplo, além de financiar um andar inteiro de edtechs em um dos
maiores hubs de inovação do mundo e o maior da América Latina, o Cubo, ainda conta
com um comitê de venture capital para incentivar a inovação tecnológica. Outro
exemplo é a Samsung, com a aceleradora de startups chamada Samsung Creative
Startups. A iniciativa conta com o apoio da Associação Nacional de Entidades
Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e do Centro Coreano de
Economia Criativa e Inovação (CCEI). O programa visa encontrar soluções para as
áreas de interesse da empresa. Outras informações podem ser extraídas no próprio site
de notícias da organização (SAMSUNG NEWSROOM BRASIL, 2019).
______
150
📝 Exemplificando
Um dos métodos mais adotados para ranquear as empresas com relação à inovação
tecnológica é o montante investido em pesquisa e desenvolvimento (P&D). A Samsung,
por exemplo, investiu 13,44 bilhões de euros (ou 57,4 bilhões de reais) em P&D no ano
de 2018, garantindo o primeiro lugar no ranking EU R&D Scorecard. Esse relatório
considera 2,5 mil empresas em 46 países diferentes. O critério é propriamente o
dinheiro investido em P&D (HERNÁNDEZ et al., 2018).
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🔁 Assimile
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______
⭐Dica
Veja, a intenção deste material é guiá-lo, neste primeiro momento, a aprender como
pesquisar e atualizar o próprio repertório de informações. Mas, é extremamente
importante que sempre recorra à atualização de informações para tomada de decisão
assertiva.
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🔁 Assimile
Não obstante, vale citar o marco legal de ciência, tecnologia e inovação, que consta na
Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016. O intuito dela é criar um ambiente cada vez
mais propício à inovação, por meio de pesquisa e desenvolvimento, tanto em
universidades como em institutos públicos e empresas.
O marco legal da inovação também criou uma nova figura para o ecossistema de
inovação nacional: a Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) privada.
Até então, o governo reconhecia apenas as instituições públicas com mesmo caráter
voltado à pesquisa dedicada à criação de novas tecnologias. Hoje, é possível que
empresas encomendem pesquisas das ICTs e usem o valor investido como benefícios
fiscais.
A esta altura, vale citar outras fontes de incentivo à inovação tecnológica, que incluem
opções de financiamento com juros subsidiados. Os financiamentos a juros subsidiados,
por sua vez, são opções que, ao contrário da subvenção e independentemente de o
empreendimento ter obtido sucesso ou não, devem pagar o montante tomado do
financiador mais o valor dos juros, e estes, no entanto, com subsídio.
Para ficar mais claro, veja o exemplo a seguir. Imagine que a startup Inova+ possui três
linhas de financiamento ao seu dispor. O banco A ofereceu o montante de 100 mil com
juros de 10% a.a., enquanto que o banco B ofereceu o mesmo montante com juros de
6,5% a.a. e, por sua vez, a agência financiadora, na opção de juros subsidiados, ofereceu
uma opção de 7,25% a.a., mas com subsídio de 2% a.a. Apenas a terceira alternativa
trata-se de uma opção com juros subsidiados. Acompanhe, na tabela, o montante a ser
devolvido no final de cinco anos:
💭 Reflita
Para se ter uma ideia do montante investido a favor de vários setores econômicos, ao
longo dos anos compreendidos entre 2005 e 2014, por meio do Programa Inova
Empresa, fruto da parceria entre BNDES e Finep para concessão de crédito, o governo
disponibilizou 32,9 bilhões de reais para inovação (RAUEN; SAAVEDRA;
HAMATSU, 2018).
154
O crédito do Finep pode ser repassado para empresas de duas formas: direta ou
indiretamente. De forma direta, trata-se da modalidade em que a seleção, o desembolso
e o acompanhamento são feitos pela própria instituição, ao passo que o crédito indireto
perpassa por agentes regionais de fomento à inovação (no caso do Finep, via programa
Inovacred). De maneira geral, as empresas de médio e grande portes costumam tomar
crédito de forma direta, enquanto as pequenas empresas, de base tecnológica (RAUEN;
SAAVEDRA; HAMATSU, 2018).
Por fim, há dois pontos que precisamos refletir. Primeiro, há a necessidade de destacar a
volatilidade da tecnologia. Houve um aumento no ritmo de obsolescência das inovações
tecnológicas, o que quer dizer que a variável tempo é ainda mais crítica quando falamos
de financiamento e desenvolvimento de projetos. Inúmeras tecnologias que compunham
a nossa rotina há pouco tempo atrás já não existem mais, ao passo que algumas
tecnologias que utilizamos hoje podem ser extintas amanhã. A título de exemplo, já se
fala em desaparecimento do smartphone, assim como aconteceu com o discman.
Segundo ponto: aliados ao bem-estar das pessoas e ao interesse lucrativo das empresas,
os programas de inovação precisam promover o caráter sustentável de seus
empreendimentos. Há uma página da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp) que demonstra exemplos de iniciativas sustentáveis por parte das organizações.
Outro exemplo que engloba tanto empresas quanto instituições e órgãos públicos são os
projetos das smart cities. As discussões sobre cidades inteligentes apresentam o esforço
de conectar tecnologia, sustentabilidade e bem-estar das pessoas. Por isso, há inúmeras
iniciativas também realizadas por parte das prefeituras que devem ser estudadas e
replicadas para toda a extensão territorial nacional, além de servir como inspiração para
projetos noutros setores.
Já caminhando para o final, perceba que a corrida pela inovação tecnológica, além de
acelerada, é extremamente incerta e requer resiliência dos colaboradores que encontra
no caminho. Não se frustre com projetos interrompidos ou negados. Tome-os como
lições aprendidas e refine o seu faro para reconhecer oportunidades de negócio.
O primeiro ponto depende do tamanho da organização. Caso seja uma pequena empresa,
vale a pena buscar um programa de incentivo à inovação local para entender as etapas
do processo de seleção. Por outro lado, caso a empresa seja de médio ou grande porte,
compensa, primeiro, recorrer à área interna responsável pela inovação. Caso não haja,
converse com gestores, a fim de entender as possibilidades da captação de recurso e o
interesse da própria organização, com vistas ao mapa estratégico atual e os objetivos
organizacionais de longo prazo.
Ainda com relação ao primeiro ponto, como se trata de uma ideia inicial, ou seja, uma
hipótese a ser testada, Mauro deve recorrer a financiamentos a fundo perdido. Recorde
que, quanto mais próximo da fase seminal, maior a relação com tal modalidade de
financiamento.
Caso a empresa esteja, por exemplo, adquirindo maquinário para expansão das
atividades em P&D, é importante observar as possibilidades existentes em dedução do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Há, ainda, outras formas de obter
redução no pagamento de impostos, bem como captação de recursos no mercado.
Sugira, aqui, o Guia Prático da Lei do Bem, do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações.
Por fim, ainda sobre captação de recursos para financiamento de projetos de inovação
tecnológica, aconselhe a busca de alternativas de financiamentos a fundo perdido.
Explique que nesta modalidade não há a necessidade de a empresa devolver o valor
emprestado, e sim, a obrigação de investi-lo em atividades de pesquisa e
desenvolvimento.
Aproveite para citar a possibilidade de testar a hipótese de negócio por meio de uma
parceria com alguma Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) privada.
156
Não deixe de alertar Mauro sobre a importância de validar a hipótese antes de seguir
para a captura de recursos. Além disso, diga a ele que o maior argumento para a parceria
com a ICT é o de usar o valor transferido para tal finalidade para benefícios fiscais.
Situação-problema
Vamos propor agora um exercício de imaginação que envolve reflexão sobre o seu
próprio propósito de vida. Imagine que um casal de tios muito ricos deixou uma herança
que vai lhe render 100 mil reais ao mês. O dinheiro será transferido indefinidamente, ao
longo de toda a sua vida.
Mas não demora muito para que, após receber algumas das instruções, você pense que
algo mais estaria por vir com a notícia. Tomando conhecimento da carta que os tios
deixaram, você descobre um detalhe desafiador e, ao mesmo tempo, bastante confuso,
dado que o dinheiro não seria mais um problema em sua vida.
Por ter convivido muito com os respectivos tios, você já os conhecia bem o suficiente
para saber que seria surpreendido. Sabendo o quão exigentes eram, a sua intuição
realmente não falhou.
Pois bem, é chegada a hora de saber mais sobre o elemento surpresa: como condição
para o saque mensal, os tios estipularam que você trabalhasse com uma atividade
profissional específica em horário comercial. Essa atividade se trata da atuação com
investimentos em negócios atrelados à inovação e tecnologia.
157
Esta situação pode fazê-lo pensar no que realmente gostaria de fazer, caso o dinheiro
não fosse um problema e a atividade não fosse especificada. Mas a intenção é fazê-lo
refletir enquanto investidor com aptidão para negócios na área de tecnologia e inovação.
1. Suponha que você ainda não saiba do que se trata a atividade especificada pelos
tios, busque saber: o que é venture capital?
2. Como encontrar oportunidades de investimentos que envolvam negócios
promissores?
3. Há opções de investimento com maior atuação do investidor ou fundo na gestão
de uma startup?
4. Por fim, caso opte por investir como pessoa física, existe um caminho
alternativo para investimento em venture capital?
______
🔁 Assimile
O IPO (acrônimo para initial public offering), também chamado de oferta pública de
ações, trata-se do momento em que uma empresa passa da fase de aportes em venture
capital, ou capital empreendedor, para capital negociado abertamente no mercado
através da bolsa de valores. No caso do Brasil, essas ações são negociadas através da
B3.
______
Mas, antes de adentrar ao assunto, perceba que há uma contradição em termos de risco e
retornos financeiros. No terreno das finanças, quanto maior o risco, maior o ganho. E
esta relação risco e ganho tem a ver com o grau de incerteza de determinada aposta em
158
Em primeiro lugar, vale a pena definirmos o termo “capital de risco”. Capital de risco
trata-se de aportes de capital realizados, de maneira privada, em empresas que não estão
listadas na Bolsa de Valores, ou seja, ainda não realizaram oferta pública de ações,
como comentamos no início do texto.
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📝 Exemplificando
______
⚠ Atenção
Podemos citar mais três tipos de investimento realizados em negócios que não possuem
capital aberto. O primeiro é o chamado angel capital, ou investimento anjo que, além de
ser destinado a empresas nascentes e ao mesmo tempo inovadoras, geralmente são
patrocinados por pessoas físicas ou um grupo de pessoas físicas em prol das atividades
de marketing e desenvolvimento de produto que os negócios requerem na fase inicial.
______
Por fim, operando de forma similar ao private equity, os fundos de growth capital
constituem uma modalidade de venture capital também dedicada a negócios
engrenados, que buscam capital especificamente para acelerar o crescimento das
operações.
Longe de esgotar o assunto, vale pontuar que o surgimento de novos negócios pode se
dar de diversas maneiras. Uma delas é a partir de pesquisas científicas em empresas,
universidades ou centros de pesquisa (privados ou públicos). Este fenômeno é chamado
de spin-off ou, em uma denominação do português, derivagem ou cisão de empresas.
160
Vale reforçar que o apoio de incubadoras, aceleradoras, hubs etc., é primordial nos
primeiros passos do negócio. Como você já viu, uma incubadora, por exemplo, ajuda
com infraestrutura, mentoria e outros fatores que ampliam as chances de sucesso do
empreendimento propriamente dito. E serve, ainda, como uma espécie de vitrine para
investidores anjo e outros, que buscam negócios promissores para aportar capital.
Essas instituições podem tanto ser financiadas pela iniciativa privada quanto pela
sociedade civil ou esfera governamental. Exemplos de centros de pesquisa financiados
por grandes empresas e com unidades residentes no Brasil são: DuPont, IBM,
Whirlpool, Vale, Motorola e GE (ABRANTES, 2016).
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161
⭐ Dica
Há diversos materiais que podem atualizar você com relação às regras e normativas
vigentes acerca dos direitos e obrigações relativos à propriedade industrial em cada
período. Com relação ao assunto especificamente de patentes, vale uma visita ao site do
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
______
Isso porque estima-se que, para um dólar gasto em inovação no terreno empreendedor
financiado através do capital de risco, equivale a três dólares se a mesma tecnologia
fosse desenvolvida na área de pesquisa e desenvolvimento tradicional de uma grande
empresa (LERNER, 2010).
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💭 Reflita
Isso quer dizer que é preciso se destacar dos demais – e isso não somente em
oportunidades como a supracitada. É necessário estudar continuamente e ser crítico na
formulação da proposta a ser apresentada e/ou seguida. Saiba fazer as perguntas certas
para chegar nas respostas necessárias ao desenvolvimento de seu empreendimento, seja
ele qual for.
162
______
🔁 Assimile
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Não obstante, o FIP pode ser classificado de acordo com a composição das empresas em
sua carteira, variando de capital semente, empresas emergentes, infraestrutura, produção
intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação e, por fim, multiestratégia. Para
saber mais sobre este produto financeiro, acesse o portal da B3.
Vale dizer que a primeira iniciativa voltada para criação de fundos de investimento em
participações ocorreu através da instrução 209 da Comissão de Valores Imobiliários
(CVM) no ano de 1994. Os chamados Fundos Mútuos de Investimento em Empresas
Emergentes (FMIEE).
Mas, a sua constituição era (e ainda é) mais restritiva com relação às possibilidades de
abarcar empresas em sua carteira do que os fundos FIP.
Foi apenas em 2003 que a CVM regulamentou os fundos FIP, através da instrução 391,
permitindo a flexibilização na canalização dos recursos e sem limitar o porte ou
características das empresas beneficiárias.
A presente leitura buscou localizar os principais tópicos com relação ao capital de risco
frente a empresas de base tecnológica, especialmente aquelas em estágio inicial. Além
163
Lembra-se da herança que recebeu dos generosos tios? Pois bem, é chegada a hora de
responder aos questionamentos elencados na situação-problema, a saber:
1. Suponha que você ainda não saiba do que se trata a atividade especificada pelos
tios, busque saber: o que é venture capital?
2. Como encontrar oportunidades de investimentos que envolvam negócios
promissores?
3. Há opções de investimento com maior atuação do investidor/fundo na gestão de
uma startup?
4. Por fim, caso opte por investir como pessoa física, existe um caminho
alternativo para investimento em venture capital?
Com relação ao primeiro ponto, capital de risco trata-se de aportes de capital realizados,
de maneira privada, em empresas que não estão listadas na Bolsa de Valores, ou seja,
ainda não realizaram oferta pública de ações, como comentamos no início do texto. Para
investir nessas empresas há dois caminhos: através de investimento direto ou através de
fundos de investimentos (proprietários ou mútuos).
Por fim, sobre a possibilidade de investir como pessoa física, há dois caminhos.
Primeiro através de angel capital, ou investimento anjo, que além de ser destinado a
empresas nascentes e ao mesmo tempo inovadoras, geralmente financiam atividades de
marketing e desenvolvimento de produto que os negócios requerem na fase inicial.
Outro tipo de investimento é chamado de peer to peer landing, ou empréstimo coletivo,
que nada mais é do que empréstimo de pessoa física para empresas através de uma
plataforma. Exemplos no Brasil: fintechs Biva, Kavod e Nexoos.
164
BRASIL. Guia prático da Lei do Bem: Versão 2019 – Lei nº 11.196/2005. Brasília,
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