Crise Da História Do Seculo XX
Crise Da História Do Seculo XX
Crise Da História Do Seculo XX
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1. Introdução ........................................................................................................................... 1
3. Conclusão ......................................................................................................................... 10
4.1. Da internet.................................................................................................................. 11
1. Introdução
.O presente trabalho visa a falar da crise da História no século XX, o mundo se via mergulhado
em disputas de sangue por discursos expansionistas e de defesa de um patriotismo imaginário.
Um conflito, inicialmente europeu, se expandia pelo mundo como uma continuidade da Grande
Guerra. Hobsbawn questiona inclusive se houve uma “primeira” e “segunda” guerra, mas sim
uma “Guerra de 31 anos (1914 – 1945)”, como uma espécie de continuação simbólica dos
conflitos.
1.1.Justificativa
Justifica-se que identificar os aspectos e causas da crise da história do século XX, se torna
necessário, para perceber a essência da história.
1.2.Problematização
1.3.Objectivos
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2. A crise da história do século XX
O Século XX foi um século permeado por guerras, em todas as suas décadas, mas as duas
guerras mundiais marcaram-no profundamente.
– Crítica feita por novas correntes historiográficas á História tradicional (positivista): no século
XIX, Marx e Engels trouxeram uma concepção materialista da História, onde acentuam o papel
das massas e não dos indivíduos, a importância estrutural e da longa duração em detrimento
dos aspectos factuais e particulares, a preferência pelo estudo das economias e sociedades em
lugar dos habituais aspectos políticos, a descontinuidade do processo histórico a subsistir a
tradicional linearidade, o papel da luta de classes na transformação da sociedade humana.
– Em 1903, François Simiand economista e sociólogo denunciou os três ídolos da tribo dos
historiadores: o ídolo político que leva a dar aos factos políticos, as guerras; o ídolo individual
ou seja, o hábito de ordenar as pesquisas em torno de um indivíduo e não os fenómenos sociais
e o ídolo cronológico, o hábito de se perderem no estudo das origens do passado.
– O surgimento do estruturalismo que afirma que o facto histórico nada vale fora do contexto
em que está integrado. Assim, alterou o conceito do Homem e com ele, o da própria História.
– A evolução científica da época, sobretudo das ciências ditas naturais, fez alterar pouco a
pouco o conceito de Ciência e a própria atitude dos cientistas frente a ciência. A rápida
evolução, os conhecimentos científicos que passaram a se renovar constantemente. O saber
deixa de ser um saber feito, acabado para se encontrar continuamente em mudança como os
homens.
– A emergência de outras ciências sociais e humanas na segunda metade do século XIX, onde
a História perde o exclusivo do conhecimento do Humano, pela individualização e a
institucionalização como ciências de uma série de novos campos de análise e compreensão dos
fenómenos sociais e humanos. Entre as ciências surgidas pode-se mencionar a sociologia,
Geografia Humana, psicologia, Antropologia Social e Cultural e a Etnografia.
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A crescente importância destas ciências que repartem entre si o mesmo objecto de estudo antes
integral e exclusivamente atribuído á História, veio colocar aos historiadores três novos
problemas:
O impacto das novas condições históricas resultantes da primeira e segunda Guerra Mundial,
contribuíram para a reformulação da ciência histórica, visto que os princípios da História
tradicional eram incapazes de explicar as repercussões dos conflitos mundiais.
Esta crise significou para a História a perca da autonomia do objecto de estudo (Homem) antes
exclusivo à História. Constituiu uma série de humilhações tendo contudo perdido a sua
credibilidade. Esta crise teve como essência a disputa do Homem como objecto de estudo das
ciências em referências.
O capitalismo passa pela sua primeira grande crise de superprodução entre 1873-1895. Mas ao
tentar reagir contra a indisciplina da produção industrial, através da criação de monopólios,
entrou num processo de contradição interna que jamais se conseguiria libertar.
Surgida em 1929, a revista Annales não pode deixar de reflectir o estado de espírito da época,
mascado pela inquietação e pela expectativa que acompanharam a crise económica. Numa
altura em que as noções de conjuntura e estrutura já se encontravam suficientemente difundidas
para que os historiadores pudessem continuar a ignorá-los, a crise acabou também, por
responsabilizá-los, exigindo deles uma resposta a seguinte questão: tratar-se-ia afinal duma
crise conjuntural ou duma crise estrutural?
Diante da crise em que a História se via mergulhada, no início do século XX, começaram a
surgir as mais diversas tentativas para ultrapassar a crise.
Um dos espaços privilegiados para a apresentação das novas propostas historiográficas foi a
revista Annales d'Histoire Economique et Sociale.
Fundada em 1929, por Marc Bloch e Lucien Febvre, esta publicação aglutinou parte importante
das novas propostas historiográficas que procuravam dar respostas às exigências de um novo
saber alterando os domínios e métodos de trabalho.
– A luta contra a historiografia positivista tradicional: o primeiro combate dos Annales foi
de renovar o conceito da História. A sua luta se canalizava contra a herança de uma história
estritamente política individualizada, uma história factual e superficial, teatros de aparências
que escondem o verdadeiro jogo da História que se passa nos bastidores e nas estruturas ocultas
que é preciso explicar e analisar.
– O alargamento do campo do documento, onde passou a se usar tudo que vincule informação
sobre a actividade do Homem no passado, podendo-se recorrer a interdisciplinaridade.
Portanto, para os Annales, qualquer tipo de escrito, os documentos figurados, os produtos das
escavações arqueológicas, os documentos orais, etc., podem ser considerados documentos
históricos.
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– A revalorização do papel específico do historiador: na construção histórica, a História
problemática.
De 1946 a 1956, a revista Annales esteve sob a direcção de Lucien Febvre, que contava com a
colaboração de grandes historiadores da época como: Robert Mandrou, Marc Ferro, Charles
Morazé, Fernand Braudel e outros.
– História de repetição: a visão positivista da História era de factos que obedecem leis
singulares, do mesmo modo que o historicismo toma a História como algo inseparável. Na
História Nova, a partir de François Simiand (1903), introduz-se uma leitura de acontecimentos
como estando organizados em conjuntos repetitivos ciclicamente ou seja, períodos de média
duração. A análise da realidade histórica tem de ter em conta ao modo como ela se organiza,
ciclos conjunturais e da realidade ou seja, várias realidades que se relacionam umas com as
outras e que só têm sentido dentro dessa relação.
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– História do passado para o presente e para o futuro: a História nova defende que o tempo
histórico é o passado, do qual percebe-se o presente e perspectiva-se o futuro, ou por outras
palavras, o presente enraíza-se no passado e condiciona o futuro.
– A história total e global (universal): para os defensores da História dos Annales, a História
não se reduz nem a economia, nem a sociedade, nem a política, mas engloba todos estes
elementos.
– Objecto da História: como já se sabe que para o positivismo o objecto de estudo da História
é o facto político, esta historiografia introduz o estudo das conjunturas. Mais tarde, Fernand
Blaudel entende que acima de dois objectos está um outro nível: a estrutura. Contudo a História
toma como objecto de estudo: o Homem no tempo e no espaço.
Os Annales iniciaram a critica à noção positivista do facto histórico, bem como å ideia de
reduzir o trabalho do historiador à investigação do facto histórico. Para esta escola
historiográfica, o facto histórico não existe senão integrado num certo contexto histórico. Cabe,
pois, ao historiador, no meio da enorme gama de material, escolher, por via de uma construção
científica do documento: «o facto histórico é uma criação do historiador». Os Annales
esforçam-se por colocar fim ä passividade dos historiadores perante os factos e, embora sem os
exageros dos historicistas, defendem uma acção mais activa do historiador na construção do
conhecimento histórico. Nesta linha de pensamento, os Annales defenderam a chamada
história-problema. Como diziam: «não só descrever, senão resolver, pelo menos, colocar
problemas».
De 1946 a 1956, a revista Annales esteve sob a direcção de Lucien Febvre, que contava com a
colaboração de grandes historiadores da época como: Robert Mandrou, Marc Ferro, Charles
Morazé, Fernand Braudel e outros.
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A História Nova, porque pretendia ser uma História global e total, era uma História obrigada a
buscar novos objectos, debruçando-se sobre questões até aí estudadas em outras ciências sociais
como a Antropologia, Geografia, Economia, Etnologia e Psicologia. Por outro lado, o estudo
das massas, no lugar das figuras públicas, levaria a que marginais, mulheres, camponeses,
operários, etc., começassem a ocupar na História o lugar antes reservado aos reis, guerreiros e
outras figuras públicas. Era o surgimento de novos heróis.
Até à década de 1930, a História ocupou-se, quase exclusivamente, dos povos e nações
considerados civilizados - os europeus. Os outros povos eram apenas referidos na medida em
que estiveram em contacto com os «civilizados».
A proposta historiográfica nos anos 40/50 foi, portanto a de se avançar para uma História
Universal, que não se limitasse a ser um desfile de povos que «contribuíram para a civilização».
Opunha-se ao eurocentrismo, que caracterizava a História, e propunha uma nova tendência
visando a universalidade.
No seu artigo «História e Ciências Sociais: a longa duração» publicado em 1958, Braudel
apresentava as ideias-chave de uma nova História - a História estrutural, baseada na longa
duração.
Entretanto, será a partir de 1969, quando os Annales foram confiados a uma nova equipa -
André Burguiére, Marc Ferro (1924-?), Jacques Le Goff (1924-?), Emmanuel Le Roy Ladurie
(1929 na Normandia) e Jacques Revel, que seria sistematizada esta História Nova,
problemática, estrutural e interdisciplinar.
Esta História defende que o tempo histórico nem sempre coincide com o tempo cronológico,
daí que este deve ser medido não pela sequência do calendário, mas de acordo com a duração,
sequência, permanência ou mudança dos fenómenos da acção humana.
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a) Tendo em conta a multiplicidade e variedades do tempo sócia, Blaudel divide os
acontecimentos em três categorias a saber:
– Um tempo curto: refere-se ao tempo dos acontecimentos que se ocupam com a ocorrência de
superfície ou de curta duração. Geralmente não requerem investigação nem análise científica
profunda. É o exemplo de uma batalha ou assinatura de um acordo.
– Um tempo longo: aquele em que o historiador procura inserir as grandes repetições ou grandes
permanências. É o tempo da História estrutural. Exemplo: os modos de produção cuja mudança
não é brusca.
Os críticos da História Nova trariam, a partir dos anos de 1970, novas propostas que podem ser
designadas Novo Estruturalismo, que tem como principais características:
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3. Conclusão
Falar da crise da história no século XX, é um dos assuntos mais interessantes de história. Um
dos historiadores da Idade Contemporânea mais célebres que conhecemos foi um sujeito
chamado Eric Hobsbawn. Segundo ele, o século XX foi marcado como a Era dos Extremos
devido aos acontecimentos drásticos que vão marcar o período como um todo: Primeira Guerra
Mundial, Crise de 1929, ascensão dos nazifascismos, Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria,
fragmentação da União Soviética etc. Tudo isso vai marcar o que ele chama de “o breve século
XX”.
De salientar que a escola de Annales, que passaram a constituir uma verdadeira escola
historiográfica, tornaram-se o berço da História Nova, apresentando novas ideias.
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4. Referência Bibliográfica
FARIAS, P. F. De Moraes. Afrocentrismo: entre Uma Contranarativa histórica Universalista e
o Relativismo Cultural. São Paulo. 2003
SUMBANE, Salvador Agostinho. H11 - História 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores,
Maputo, 2017
4.1.Da internet
https://www.filotchila.com/blogs/46683/A-evolu%C3%A7%C3%A3o-da-Hist%C3%B3ria-
no-s%C3%A9culo-XX. Site acessado no dia 01/09/2022.
https://aulaemcasas.blogspot.com/2021/07/a-crise-da-historia-nos-principios-do.html. Site
acessado no dia 01/09/2022.
https://sopra-educacao.com/2020/12/25/a-crise-da-historia-nos-principios-do-seculo-xx-e-a-
escola-dos-anneles/. Site acessado no dia 01/09/2022.
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