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Formação de SNC-AP em e-learning

Módulo 5 – Execução do
Orçamento da Receita

Alberto Velez Nunes

Março de 2019
Módulo 5 – Execução do Orçamento da Receita

Introdução

O Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-


AP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro, na sua redação
atual, é composto por três subsistemas contabilísticos: o subsistema da
contabilidade orçamental, o subsistema da contabilidade financeira e o
subsistema da contabilidade de gestão.

A contabilidade orçamental é processada de acordo com o método das


partidas dobradas, com base num plano de contas todo ele assente na classe
zero, deixando assim de existir contas da contabilidade orçamental que se
movimentam por contrapartida de contas da contabilidade financeira.

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Módulo 5 – Execução do Orçamento da Receita

Introdução

Todas as contas da classe zero por definição não estão saldadas, com exceção das
contas 011 Previsões iniciais e 021 Dotações iniciais que apenas se movimentam no
momento da aprovação do orçamento e transferência do orçamento de receita para
a conta 014 Previsões por liquidar e transferência do orçamento de despesa para a
conta 024 Dotações disponíveis, tendo por isso um caráter estático.

O facto das contas da classe zero apresentarem saldo não nulo permite que a leitura
em balancete analítico às contas desta classe seja uma leitura compreensiva por via
do seu saldo e não dos movimentos acumulados.

Assim, a leitura do saldo das contas da classe zero não é prejudicada por estornos ou
outros lançamentos de correção (por exemplo, anulação de liquidação ou reembolsos
e restituições) que movimentam as contas que pretendem corrigir em sentido inverso.

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Módulo 5 – Execução do Orçamento da Receita

Introdução

Os classificadores orçamentais são um elemento estruturante de qualquer sistema de


gestão orçamental, pois definem a forma como os orçamentos são apresentados,
executados e relatados, tendo uma correlação direta com a transparência e
coerência do orçamento.

Destacando a NCP 26 a importância das classificações orçamentais para:


 A formulação de políticas e análise do desempenho;
 Alocação eficiente de recursos entre os setores;
 Assegurar o cumprimento dos limites orçamentais aprovados pelos órgãos
competentes;
 Para a gestão corrente do orçamento.

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Liquidação

As liquidações transitadas do ano anterior (correspondem ao saldo da conta 0154


Liquidações a transitar movimentada no encerramento da contabilidade orçamental
no final do ano anterior) devem dar origem, na abertura do ano económico, ao
seguinte lançamento:
0151 Liquidações transitadas 014 Prev isões por liquidar
XX XX

As liquidações emitidas no próprio ano devem dar origem ao lançamento:

0152 Liquidações emitidas 014 Prev isões por liquidar


XX XX

Note-se que as contas 0151 Liquidações transitadas e 0152 Liquidações emitidas


debitam-se, tal como as contas a receber na contabilidade financeira.

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Recebimento

A cobrança de liquidações emitidas no próprio ano, deve dar origem ao seguinte


lançamento:

0171 Recebimentos do período 0153 Liquidações recebidas


XX XX

No caso da cobrança de liquidações emitidas no(s) ano(s) económico(s) anterior(es),


o recebimento adquire a designação de recebimento de períodos findos e deve dar
origem ao seguinte lançamento contabilístico:
0172 Recebimentos de períodos findos 0153 Liquidações recebidas
XX XX

Note-se que a conta 0171, bem como a conta 0172, são movimentadas a débito
aquando do recebimento tal como as contas de meios financeiros líquidos no âmbito
da contabilidade financeira aquando do influxo de caixa.

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Anulação de liquidação

Nos casos em que a liquidação foi emitida por um valor excessivo, devido a lapso, ou
posteriormente vem a revelar-se excessivo, em resultado de um facto superveniente
(por exemplo, devolução de vendas), a liquidação terá de ser corrigida, em parte ou
no seu todo, por via da anulação de liquidação.

Nestes casos, é necessário ter em consideração o ano de emissão da liquidação:


 Se o ano de emissão for anterior àquele em que se procede à anulação, deve
realizar-se o seguinte lançamento:
0161 Liquidações transitadas anuladas 0151 Liquidações transitadas
XX XX

 Se o ano de emissão coincidir com o próprio ano em que se procede à anulação,


deve realizar-se o seguinte lançamento:

0162 Liquidações emitidas anuladas 0152 Liquidações emitidas


XX XX

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Anulação de liquidação

Note-se que em ambos os casos anteriores é necessário proceder a um outro


lançamento destinado a repor a previsão por liquidar (é de realçar que, quando se
emite a liquidação, consome-se a previsão por liquidar, então é compreensível que,
quando se anula a liquidação, se reponha o respetivo montante em previsões por
liquidar).

Assim, o lançamento contabilístico que deve ser realizado a acompanhar cada um


dos lançamentos anteriores é:

014 Prev isões por liquidar 0163 Prev isões por liquidar anuladas
XX XX

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Reembolsos e restituições

Os reembolsos e restituições devem ocorrer sempre que se cobrou receita em


excesso. Em ambos os casos (reembolsos e restituições) ocorrerá um exfluxo de
caixa que deve corrigir o montante recebido, o qual pode dar origem também a
uma correção da liquidação ou não.

A designação de reembolso só deve ser usada no contexto fiscal.

A restituição/reembolso é sempre tratada contabilisticamente como um abate à


receita cobrada.

No processo de abertura da contabilidade orçamental, em cumprimento da FAQ


33 da CNC, devem reconhecer-se os reembolsos e restituições transitados do
período anterior através do seguinte lançamento:

0153 Liquidações recebidas 0183 Reembolsos e restituições transitados


XX XX

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Reembolsos e restituições

A emissão de um reembolso ou restituição deve dar origem ao seguinte lançamento:


0153 Liquidações recebidas 0181 Reembolsos e restituições emitidos
XX XX

e quando ocorrer o exfluxo de caixa deve realizar-se o seguinte lançamento:


0182 Reembolsos e restituições pagos 0171 Recebimentos do período
XX XX

Ou
0182 Reembolsos e restituições pagos 0172 Recebimentos de períodos findos
XX XX

Consoante se trate de reembolsos e restituições incidentes sobre recebimentos do período


(receita cobrada e que havia sido liquidada no próprio ano) ou sobre recebimentos de
períodos findos (receita cobrada no próprio ano, mas cuja liquidação já tinha ocorrido no(s)
ano(s) anterior(es)).

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Reconhecimento e mensuração

Os montantes de previsões são reconhecidos após a aprovação do orçamento e na


data de início do período a que o mesmo se refere.

A liquidação da receita deve ser reconhecida quando se constitui o direito em contas


a receber do qual se espera influxos de caixa futuros. Portanto, pela emissão da nota
de liquidação (receita fiscal), fatura ou documento equivalente deve ser reconhecido
o direito a receber por natureza da receita na contabilidade orçamental em paralelo
com o reconhecimento do direito a receber por tipo de entidade devedora na
contabilidade financeira.

A anulação da liquidação deve ser reconhecida aquando da emissão da nota de


crédito ou documento equivalente.

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Reconhecimento e mensuração

O recebimento deve ser reconhecido quando ocorre o influxo de caixa que resulta da
cobrança da receita liquidada no período corrente ou no(s) período(s) anterior(es) em
paralelo com a escrituração do recebimento na contabilidade financeira.

Os reembolsos e restituições devem ser reconhecidos aquando da emissão da


respetiva nota de liquidação/reembolso (receita fiscal) contendo o valor a reembolsar
ou, no caso da restituição, pela emissão da nota de crédito nos casos em que esta dá
origem a um exfluxo de caixa.

Os lançamentos nas contas orçamentais são feitos ao custo, sendo as verbas sempre
registadas pelo valor nominal (para maior detalhe consultar o texto de apoio a este
módulo).

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Relato orçamental intercalar

Sem prejuízo do relato intercalar previsto no artigo 64.º da Lei n.º 151/2015, de 11 de
setembro, o qual terá de ser estruturado, a Norma Técnica N.º 1/2017 da UniLEO
estipula já um relato intercalar, com periodicidade definida nessa norma, destacando-
se a Demonstração de Execução Orçamental da Receita.

As contas da classe zero, ao apresentarem saldo não nulo, possibilitam que o


balancete analítico (da classe zero) se assuma como um instrumento de verificação
do conteúdo das demonstrações orçamentais, à semelhança do que sucede, no
âmbito da contabilidade financeira, na relação entre o balancete analítico e as
demonstrações financeiras. Com os anteriores normativos de contabilidade pública
não era possível validar o conteúdo das demonstrações orçamentais com base no
balancete da contabilidade orçamental.

Para estabelecer a relação entre o conteúdo da Demonstração de Execução


Orçamental da Receita e o saldo das respetivas contas da classe zero, sugere-se a
consulta do texto de apoio a este módulo.

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