Oxirredução (Regra Do Nox)

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QUÍMICA

FÁCIL
ZÉ LUCAS

Ciências da Natureza e suas


Tecnologias – QUÍMICA

1
Oxirredução (Regras do Nox)

As reações de oxidação
e redução, também
chamadas de reações

Imagem: Sebastian Ritter / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.5 Generic


redox, são fenômenos
muito frequentes no
nosso cotidiano. Como
exemplo, temos:
- Um material sofrendo
combustão (queima);
Oxirredução (Regras do Nox)

- O processo de enferrujamento do ferro;

(a)
Imagem: (a): shuets udono from Tokyo, JPN / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic

- A queima (combustão) de combustíveis nos


veículos;

(b)
Imagem: (b): Autor deconhecido / GNU Free Documentation License
oxigenada;

(a)
Imagens: (a): Studio Harcourt Paris / Creative
Commons Attribution 3.0 Unported (b): Kt.twentyone
/ GNU Free Documentation License

(b)
- Quando se descolore o cabelo com água
- O funcionamento de pilhas e baterias, que
movimentam as calculadoras, carros,
brinquedos, rádios, televisões e muitas outras
coisas.

Imagem: Lead holder / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported


Como definição temos:

● Oxidação é a perda de elétrons;

● Redução é o ganho de elétrons.

● Reações de Oxirredução é quando há


transferência de elétrons.
Observando a estrutura da matéria, as reações
de oxidação e redução envolvem a
transferência de elétrons entre os átomos.
Contudo, sabe-se que a oxidação e a redução
ocorrem juntas na mesma reação química (1).
Como exemplo deste fenômeno temos:
O Magnésio (Mg) sofrendo oxidação (perdendo
2 elétrons) e o Oxigênio (O) sofrendo redução
(ganhando 2 elétrons).

Mg ++O =

O
Mg
Outro exemplo é introduzirmos um fio de
zinco (Zn) em uma solução aquosa de
sulfato de cobre (CuSO4).
Verificamos, após certo tempo, que ocorre
a formação de um depósito de cobre e que a
solução aos poucos, vai deixando de ser
azul, que é característica dos íons Cu2+.

Zn(s) + Cu 2+(aq) → Zn2+(aq) + Cu(s)


Corrosão de um prego de ferro com fio
de cobre enrolado, em meio de agar
agar com ferroxil (hexacianoferrato (III)
de potássio, indicador de iões ferro, e
fenolftaleína, indicador de iões
hidróxido). Resultados após 3 dias.
Devido à presença de cobre, o ferro é
corroído mais rapidamente por
sacrifício. O indicador é azul perto do
ferro, o que indica libertação de iões
ferro para o meio (oxidação do ferro -
zona anódica) e rosa perto do cobre, o
que indica a libertação de iões
hidróxido para o meio (redução do
oxigénio - zona catódica) (2).

Imagem: Ricardo Maçãs /


Creative Commons Attribution-
Share Alike 3.0 Unported.
Podemos representar a reação pela seguinte equação
química:
Zn(s) + Cu+2(aq) → Zn+2 (aq) + Cu(s)

Assim, temos as seguintes semirreações:


● Semirreação de oxidação:

Zn(s) → Zn+2(aq)+ 2 elétrons


● Semirreação de redução:

Cu+2(aq) + 2 elétrons → Cu(s)


Podemos notar que, devido à transferência de elétrons,
ocorreu uma mudança na carga elétrica das espécies
químicas. Essas cargas elétricas são denominadas
número de oxidação (Nox).

O conhecimento do número de oxidação é de grande


importância para o entendimento dos processos de
óxido-redução (3).

Vamos agora estudar as maneiras de determiná-lo.


Número de Oxidação (Nox)

No caso dos compostos iônicos, chama-se


Número de Oxidação (Nox) a própria carga
elétrica do íon, ou seja, o número de elétrons
que o átomo realmente perdeu ou ganhou (4).

No MgO (óxido de magnésio)


Mg+2: Nox = +2

O-2: Nox = -2
Nos compostos covalentes, não há um átomo
que perca e outro que ganhe elétrons, já que os
átomos estão apenas compartilhando elétrons.
Entretanto, podemos estender o conceito de
número de oxidação também para os compostos
covalentes (5).
Dizendo que:

Seria a carga elétrica teórica que o


átomo iria adquirir se houvesse quebra da
ligação covalente, ficando os elétrons com o
átomo mais eletronegativo (6).
Por exemplo: No ácido clorídrico (HCℓ), o cloro
é mais eletronegativo que o hidrogênio e, em
consequência, atrai o par eletrônico covalente
para o seu lado.

δ-
δ+

H Cl H Cl
Se, por influência externa, houver uma ruptura
dessa ligação, é evidente que o par eletrônico
ficará com o cloro (7).
Então:
No HCℓ (ácido clorídrico)

H+1: Nox = +1

Cℓ-1: Nox =-1


Dado o conceito de número de oxidação (Nox),
podemos ampliar o conceito de oxidação e
redução dizendo (8):
- Oxidação é a perda de elétrons ou aumento
do número de oxidação de um elemento.

- Redução é o ganho de elétrons ou diminuição


do número de oxidação de um elemento.
Esquematicamente temos:

Oxidação

-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 Nox.

Redução
REGRAS PARA A DETERMINAÇÃO DO Nox

É fácil calcular o Nox de um elemento que


aparece numa substância, sem que seja
necessário construir as fórmulas eletrônicas
dos compostos, usando as seguintes regras:
1ª regra: O Nox de cada átomo em uma substância
simples é sempre zero.
Neste caso, como os átomos apresentam a mesma
eletronegatividade, numa eventual quebra da ligação,
nenhum perde ou ganha elétrons (9).

Exemplos: O2, O3, P4, S8, Cgraf, Cdiam

2ª regra: O Nox de um íon monoatômico é sempre igual


à sua própria carga.

K+ Ba2+ F– N3–
Nox: +1 +2 –1 –3
3ª regra: Existem elementos que apresentam Nox fixo
em seus compostos. (10)

Metais Alcalinos (1A) Nox = + 1 Exemplo: K2SO4.


(Li, Na, K, Rb Cs e Fr) Nox = + 1

Metais Alcalinos-terrosos (2A) Nox = + 2 Exemplo: CaO.


(Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra) Nox = + 2

Zn (zinco) Nox = + 2 Exemplo: ZnSO4.


Nox = + 2

Ag (prata) Nox = + 1 Exemplo: AgCℓ.


Nox = + 1

Al (alumínio) Nox = + 3 Exemplo: Aℓ2O3.


Nox = + 3
4ª regra: O Nox do elemento hidrogênio (H), nas
substâncias compostas, é geralmente +1.

HBr H2SO4 C6H12O6


Nox: +1 +1 +1

Quando o hidrogênio estiver ligado a metal, formando


hidretos metálicos, seu Nox é -1 .

NaH CaH2
Nox: –1 –1
5ª regra: O Nox do elemento oxigênio (O), na maioria
dos seus compostos, é -2.
CO H2O H2SO4 C6H12O6
Nox: –2 –2 –2 –2
No composto fluoreto de oxigênio (OF2), como o flúor é
mais eletronegativo, o Nox do oxigênio é + 2:
OF2
Nox: +2
Nos peróxidos (O2)2–, o Nox do oxigênio é -1.
H2O2 Na2O2
Nox: +1 -1 +1 -1
+2 -2 +2 -2

Soma dos Nox: Zero Zero


6ª regra: Os halogênios apresentam Nox = - 1, quando
formam compostos binários (2 elementos), nos quais
são mais eletronegativos (12).

HCl MnBr2 CF4


Nox = –1 –1 –1

7ª regra: A soma dos Nox de todos os átomos


constituintes de um composto iônico ou molecular é
sempre zero (13).
NaCl HCl CaO CO

Nox: +1 - 1 +1 - 1 +2 - 2 +2 - 2

Soma dos Nox: Zero Zero Zero Zero


Conhecendo essas regras, podemos calcular o Nox de
muitos outros elementos (14).

Exemplo 1:

● Determinação do Nox do fósforo (P) no H3PO4:

H → Nox = +1
P → Nox = X H3 O4
P
O → Nox = -2
3.( + 1 ) + X + 4.( - 2 ) = 0

X=+5
Exemplo 2:

● Determinação do Nox do Cromo (Cr) no K2Cr2O7:

K → Nox = + 1
Cr → Nox = X
O → Nox = - 2

K2 Cr2 O7
2.( + 1 ) + 2.X + 7.( - 2 ) = 0

X = + 6 (Nox do Cr).
8ª regra: Num íon composto, o somatório dos Nox é
igual à carga do íon.

Exemplo 3:

● Determinação do Nox do fósforo (P) no P2O7- 4 :

P → Nox = x
O → Nox = - 2
P2 O74-
2.X + 7.( - 2 ) = - 4

X = + 5 (Nox do P).
Variação do Nox nas Reações de Óxido-redução
Observando o exemplo da reação entre o cobre (Cu) e a
solução aquosa de nitrato de prata (AgNO3) e
associando-o ao conceito de Nox, temos (15) :

● semirreação em que ocorre perda de elétrons é


denominada reação de oxidação.
● semirreação em que ocorre ganho de elétrons é
denominada reação de redução.

Cu Cu2+ + 2e- 2Ag+ + 2e- 2 Ag

Perda de e- Ganho de e-
Nox 0 +2 +1
Oxidação Redução 0
Aumento do Nox Diminuição do Nox
Com isso, temos:

-O cobre (Cu) sofre oxidação e é denominado agente


redutor, pois, ao ceder elétrons aos íons prata (Ag+),
provoca sua redução (16).

- Os íons prata (Ag+) sofrem redução e agem como


agente oxidante, pois, ao receberem elétrons do cobre
(Cu), provocam sua oxidação.

Cu: perde elétrons Sofre oxidação Agente redutor

Ag+: ganha elétrons Sofre redução Agente Oxidante


Com isso, verificamos a importância das
reações redox e aprendemos as regras
e mecanismos de como calcular o
número de oxidação (Nox) das
substâncias iônicas e moleculares.
Referência Bibliográfica:

FELTRE, Ricardo, Química. 6. ed. São Paulo: Moderna,


2004.

FLEURY. Eduardo; MORTIMER, A. H. Química, 2:


ensino médio. São Paulo: Scipione, 2010.

SALVADOR, Edgard; USBERCO, João. Química. Volume


único. 5. ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2002.

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