Dissertacao Bruna - 11 - 07 - 2017 PDF
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SETE LAGOAS
2017
BRUNA GOMES MAGALHÃES
SETE LAGOAS
2017
Ficha catalográfica elaborada pela Divisão de Biblioteca (DIBIB) e
Núcleo de Tecnologia da Informação (NTINF) da UFSJ,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Banca examinadora:
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3
5 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 58
APÊNDICE ............................................................................................................................. 66
SIMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE MANEJO DA CULTURA DO MILHO PARA
MITIGAR EFEITOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
II
1 INTRODUÇÃO
Apesar do crescente número de ações políticas para se minimizar os potenciais efeitos das
alterações climáticas, a emissão de gases de efeito estufa (GEE), oriunda de ações
antropogênicas, tem aumentado nos últimos anos. Conforme relatório elaborado pelo
Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC, entre os anos de 1970 e 2000, houve
um aumento médio anual de emissão de GEE em torno de 1,3%. Já na década seguinte, esse
aumento passou a ser de 2,2% ao ano, podendo ser considerado um incremento expressivo
(IPCC, 2014). O aumento na concentração de GEE na atmosfera terrestre intensifica o efeito
estufa implicando em alterações, principalmente, na temperatura e no regime pluviométrico
(PELLEGRINO et al., 2007).
Essas alterações climáticas influenciam na produção agrícola de um modo geral. Todavia,
os efeitos são diferentes para cada cultura, já que a produtividade destas depende das
interações da planta com as variáveis meteorológicas (CASTILLO, 2016). Para a cultura do
milho (Zea mays L.) os principais fatores climáticos que podem afetar negativamente sua
produção, seja por ação individual ou conjunta, são a precipitação, a temperatura do ar e a
radiação solar (MALDANER et al., 2014).
A cultura do milho possui considerável importância para a alimentação animal e
humana assim como para a pauta de exportações do Brasil. No entanto, no estado de Minas
Gerais, tem-se observado diminuição da produtividade. No ano de 2015, o rendimento de
grãos no estado foi de 5.638 kg ha-1, enquanto nos anos de 2012, 2013 e 2014, foi de 6.250,
6.232 e 5.499 kg ha-1, respectivamente (IBGE, 2017). A redução na produtividade está
associada à variabilidade meteorológica intra e interanual, com especial ênfase na escassez
hídrica que vem ocorrendo na região Sudeste nos últimos anos. Apesar do ligeiro aumento
observado entre os anos 2014 e 2015, se não forem implementadas medidas de adaptação ou
de mitigação, a redução no rendimento médio pode continuar devido ao efeito da mudança do
clima terrestre em curso.
Medidas podem ser tomadas com a finalidade de minorar esses e outros efeitos das
mudanças climáticas na cultura do milho. Uma delas é a escolha de uma época de semeadura
mais adequada, possibilitando que esta ocorra em períodos cujas condições climáticas se
mostrem mais favoráveis à cultura. Dentre as medidas mitigadoras, ressalta-se o uso do
sistema de plantio direto na palha, que auxilia na regulação térmica e na retenção de água no
3
solo; o uso da irrigação, a correção da acidez do solo e o emprego de cultivares com sistema
radicular mais profundo que favorece a absorção de água e de nutrientes.
Levando-se em consideração a interação existente entre os fatores que afetam a
produção agrícola e a necessidade de se avaliarem cenários futuros de variações
meteorológicas, o uso da modelagem se mostra como uma abordagem adequada, pois permite
minimizar custos com experimentação e otimizar o tempo de análise. Neste sentido, o modelo
de crescimento de culturas, Decision Support System for Agrotechnology Transfer - DSSAT
(JONES et al., 2003; HOOGENBOOM et al., 2014) se destaca, pois, permite avaliar a
dinâmica da água e nutrientes no solo e os efeitos de estratégias de manejo no rendimento das
culturas.
Muitos trabalhos já foram desenvolvidos para avaliar os efeitos das mudanças
climáticas em culturas como soja, trigo, milho, cana-de-açúcar, mandioca, arroz e café
(STRECK, 2005, STRECK e ALBERTO, 2006, MORAES et al., 2011, STRECK et al., 2012,
ARAÚJO et al., 2014, FOLBERTH et al., 2014, WALTER et al., 2014, BRAGANÇA et al.,
2016, CASTILLO, 2016). Os impactos do clima, em condições atuais e em projeções de
aquecimento global, na safra de milho em Minas Gerais também foram estudados,
empregando modelagem (AMORIM, 2008). Observou-se que a redução no regime de chuvas
e o aumento da temperatura causou redução expressiva na duração do ciclo e no índice de
área foliar e, consequentemente, na produtividade da cultura do milho. Costa et al. (2009),
através de simulações para a região Sudeste do Brasil, demonstraram que o aumento da
concentração de CO2 atmosférico pode compensar os efeitos do aumento da temperatura do ar
na cultura do feijão. A mesma magnitude de resposta não foi, todavia, verificada para a
cultura do milho, isso por se tratar de uma planta C4 e já possuir maior eficiência energética.
Os autores concluíram que o uso de estratégias de manejo de solo e de cultura e o
melhoramento genético poderão mitigar os efeitos das mudanças climáticas
Embora existam estudos avaliando os efeitos deletérios da mudança de clima para a
agricultura, são escassas as pesquisas, principalmente no Brasil, que tenham avaliado o uso de
estratégias de manejo cultural e de adaptação para mitigar o efeito de tais alterações das
condições meteorológicas no desempenho das culturas (CAIRNS et al., 2013, AMARAL et
al., 2014a, 2014b, CHALLINOR et al., 2014, SILVA et al., 2014; SOUZA et al., 2014,
BABEL e TURYATUNGA, 2015, RURINDA et al., 2015, KASSIE et al., 2015). Santos et
al., (2011) ressaltam que há pouca pesquisa no país relacionada à agricultura e às mudanças
4
climáticas, tendo em vista a relevância desses estudos em um país cuja agricultura tem alta
representatividade na economia.
Considerando a importância social e econômica da cultura do milho para o país e a sua
suscetibilidade aos efeitos das mudanças climáticas, objetivou-se com este trabalho avaliar,
utilizando modelagem, estratégias de manejo da cultura com potencial para mitigar tais
efeitos. E como objetivos específicos: conhecer a resposta da cultura do milho a diferentes
cenários simulados com alterações em variáveis climáticas (temperaturas mínimas e máximas
do ar, radiação solar diária, precipitação e concentração de CO2 na atmosfera); verificar a
resposta da cultura do milho sob os diferentes cenários de alterações climáticas após a adoção
das estratégias de mitigação (manutenção de palhada, correção do solo e seleção de genótipos
com sistemas radiculares mais profundos) e por fim definir qual estratégia atenua de maneira
mais eficiente, os efeitos das mudanças climáticas sob cada cenário simulado, considerando as
alterações na duração do ciclo e no rendimento de grãos.
5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O milho (Zea mays L.), uma planta pertencente à família Poaceae, também conhecida
como família das gramíneas. A planta possui um sistema radicular fasciculado através do qual
a planta obtém água e nutrientes necessários ao seu crescimento (MAGALHÃES et al., 2002).
No Brasil é uma das culturas mais semeadas e está presente nas diversas regiões do país.
Possui grande importância por se tratar de insumo para uma infinidade de produtos, além de
ser uma cultura que é conhecida por ser produzida em uma grande diversidade de solos, clima
e com variadas tecnologias de manejo cultural.
Um dos fatores que influenciam na produção da cultura é a temperatura. Segundo
Kiniry (1991), o crescimento máximo da cultura ocorre entre 26ºC e 34ºC, sendo os limites
extremos 8ºC e 44ºC. De acordo com Embrapa (2004), a temperatura para a fase da
germinação até a fase de maturação deve estar em torno de 25ºC. Na fase da maturação dos
grãos, a temperatura abaixo de 15ºC implica em retardamento do processo. Em relação às
temperaturas noturnas, ressalta-se que, quando estas são superiores a 24ºC, aumenta-se a taxa
respiratória e, por consequência, reduz-se a taxa de fotoassimilados, resultando em queda na
produção (SANS, 2009).
A cultura requer em torno de 600 mm de água ao longo do seu ciclo. Em condições de
clima seco e quente, o uso diário de água fica em torno de 3 mm dia-1 no início do ciclo. Já
nos períodos entre a iniciação floral e a maturação, esse uso diário pode alcançar 7 mm dia-1
(SANS, 2009). Caso não seja fornecida à planta a quantidade de água necessária, o déficit
hídrico ocorre. Para a cultura do milho, as fases do ciclo que são mais sensíveis ao déficit
hídrico são a iniciação floral, a floração e o início do desenvolvimento dos grãos
(BERGAMASCHI e MATZENAUER, 2014).
Por pertencer ao grupo de plantas C4, o milho apresenta taxa fotossintética elevada. A
curva que relaciona a fotossíntese com a concentração de CO2 apresenta um ponto de
compensação no qual a fotossíntese líquida é nula e a partir desse ponto, a fotossíntese líquida
se torna positiva e há a produção de fotoassimilados. O ponto de compensação para plantas
C4 é em torno de 5 ppm. Este valor é baixo quando comparado às plantas C3 que necessitam
de 50 ppm de CO2 para que haja acúmulo de matéria seca (BERGAMASCHI e
MATZENAUER, 2014).
6
2.2 Mudanças climáticas globais e potenciais efeitos na produção agrícola
Como a produção agrícola possui uma relação intrínseca com as variáveis climáticas,
os rendimentos são vulneráveis a qualquer alteração no clima. As emissões de dióxido de
carbono e outros gases de efeito estufa que aumentaram nas últimas décadas, influenciam o
regime de chuvas e a temperatura. Os principais problemas advindos das mudanças climáticas
para a produção agrícola são o aumento da temperatura, mudanças nos padrões de chuva,
além de eventos extremos como geadas, secas e inundações (IPCC, 2014, CASTILLO, 2016).
Um aumento na concentração de CO2 na atmosfera pode ser benéfico no
desenvolvimento de diversas espécies de plantas, pois favorece o incremento na atividade
fotossintética, uma vez que o CO2 é um dos substratos desse processo (TAIZ e ZEIGER,
1991). No entanto, o acréscimo da concentração de gases de efeito estufa favorece o aumento
da temperatura, o que pode comprometer o desenvolvimento da cultura, principalmente no
que diz respeito à duração do ciclo (STRECK, 2005). Em estudo envolvendo a resposta de
algumas culturas à cenários de alterações climáticas verificou-se que o potencial benéfico do
aumento CO2 pode ser anulado pelo aumento da temperatura (STRECK e ALBERTO, 2006).
As alterações na temperatura influenciam principalmente o ciclo das plantas. Cada
cultura tem a faixa de temperatura ideal para o seu desenvolvimento e fora desses valores, a
planta pode ter seu desenvolvimento comprometido. Isso ocorre devido a uma constante
térmica que é a quantidade de energia acumulada, necessária para que a planta alcance cada
fase de seu ciclo. Com temperaturas maiores, a planta irá acelerar suas reações metabólicas e
completará seu ciclo mais rapidamente, reduzindo a oportunidade de acumular
fotoassimilados e, consequentemente, comprometendo o seu rendimento, além de outros
danos que condições térmicas desfavoráveis podem acarretar à planta. Caso ocorra
temperaturas menores que as requeridas pelas culturas, o desenvolvimento reduz e pode
paralisar quando esta cai abaixo da temperatura basal inferior. Sob baixas temperaturas pode
haver um retardamento dos processos metabólicos, ocorrendo uma demora para se completar
as fases fenológicas. Para que a cultura atinja a maturidade fisiológica, por exemplo, é preciso
uma quantidade determinada de graus-dia ou de soma térmica. Com baixas temperaturas,
demora-se mais dias para completar a soma térmica para atingir a maturidade, causando uma
desuniformidade no processo que pode comprometer o enchimento do grão e a produção
(SANS, 2009, CRUZ, et al., 2011, STRECK et al., 2012, BERGAMASCHI e
MATZENAUER, 2014).
7
Alterações nas taxas de radiação podem comprometer também o desenvolvimento da
planta, devido à influência no processo fotossintético. O excesso de radiação implica em um
estresse luminoso em um complexo denominado fotossistema, onde ocorrem as reações
iniciais da fotossíntese. A quantidade excessiva de fótons pode ocasionar uma excitação
elevada nas moléculas de clorofila. Apesar de a planta apresentar alguns mecanismos de
defesa, esse excesso de fótons pode propiciar a formação de espécies reativas de oxigênio,
que são tóxicas à planta (TAIZ e ZEIGER, 1991). O aumento da radiação também pode
aumentar a evapotranspiração que (BERGAMASCHI e MATZENAUER, 2014), com um
mesmo volume de precipitação e uma mesma retenção de água no solo, acarretará também em
queda no rendimento de grãos. Por outro lado, pode ocorrer redução no rendimento em
decorrência da menor radiação solar incidente (ALVES et al., 2011), mesmo quando os
demais elementos climáticos e a umidade do solo estejam adequados à cultura. O rendimento
de grãos de determinada cultura, está relacionado com a quantidade de radiação
fotossinteticamente ativa (RFA) que é absorvida pelas folhas e com a eficiência com que
essas folhas utilizam essa radiação no processo fotossintético (BERGAMASCHI e
MATZENAUER, 2014).
A mudança nos padrões de chuva é outro sério problema advindo das alterações
climáticas. Culturas que são produzidas em sistema de sequeiro são totalmente dependentes
das variações meteorológicas e são influenciadas, inevitavelmente, pela quantidade,
intensidade e distribuição pluviométrica. Em caso de períodos longos de estiagem pode
ocorrer estresse hídrico com a redução da quantidade de água no tecido vegetal, resultando em
fechamento de estômatos, comprometimento do desenvolvimento, perda de turgescência e
redução da produtividade (BERGAMASCHI et al., 2006). Ressalta-se que os efeitos podem
ser maiores quando se tem a ação de mais de um fator abiótico comprometendo o
desenvolvimento da planta (COELHO, 2013), como por exemplo, a redução da precipitação
associada com aumento da temperatura. Por outro lado, o encharcamento do solo, decorrente
da ocorrência de grandes volumes de precipitação em um curto espaço de tempo, apresenta
também efeito deletério à cultura. Nesse caso, o oxigênio no solo é o principal fator que pode
comprometer o desenvolvimento da planta e a produção de grãos. Em solos encharcados há
uma condição de hipóxia, que se caracteriza pela baixa concentração de oxigênio, elemento
imprescindível no processo de respiração nas raízes para absorção de água e nutrientes
(GALON et al., 2010).
8
2.3 Estratégias de mitigação dos efeitos climáticos na cultura do milho
Algumas medidas podem ser tomadas a fim de minorar os efeitos causados pelas
mudanças climáticas globais na cultura do milho. Entre as medidas mitigadoras possíveis
destacam-se a escolha da época de semeadura mais adequada, o uso do sistema de plantio
direto na palha, a correção da acidez do solo, o uso de cultivares com sistema radicular mais
profundo e mesmo o uso da irrigação.
A época de semeadura, que é de fácil adoção e sem muito impacto nos custos de
produção, consiste em selecionar períodos em que as condições climáticas dominantes
indicam disponibilidade de água para os períodos mais críticos da cultura (SANS et al., 2001;
MENEGATI, 2013). A implementação de medidas que sejam viáveis, tanto economicamente,
quanto em termos de manejo, é de suma importância tendo em vista que é necessária uma
predisposição por parte dos produtores em adotá-las. Ensaios em campo de épocas de
semeadura podem ser conduzidos para este fim. Entretanto, estas são pesquisas caras e
laboriosas. Uma maneira alternativa de se determinar janelas de semeadura é com o uso de
modelos de simulação baseados em processos. Exemplos de aplicação bem-sucedida deste
tipo de ferramenta são descritos na literatura (AMARAL et al., 2009; PAIXÃO et al.; 2014).
O uso da irrigação é também uma alternativa de manejo capaz de mitigar alguns dos
efeitos das mudanças climáticas, pois elimina o risco de redução da produtividade decorrente
de estresses hídricos (CUNHA et al., 2014, MA et al., 2017). Entretanto, esta prática não
garante altas produtividades de milho, pois outros fatores como temperatura noturna alta e
baixa insolação, podem afetar negativamente o desempenho da lavoura, além do custo da
irrigação que, em determinadas situações, se torna oneroso. A temperatura noturna alta limita
a produtividade por causa do aumento da taxa respiratória e consequente redução na
fotossíntese líquida (SANS, 2009).
Existem medidas que podem ser também efetivas na mitigação desses efeitos, como o
sistema de plantio direto com a manutenção de palhada na superfície do solo, a correção do
perfil do solo e, ainda, a seleção de genótipos com sistema radicular mais profundo.
O sistema de plantio direto, nada mais é do que semear as culturas sem o revolvimento
do solo e com a presença de resíduos da cultura anterior (SALTON, et al., 1998). Nesse
sistema, a palha protege a superfície do solo, favorece a infiltração de água através da
mudança na geometria porosa do solo, reduz as variações de temperatura devido ao aumento
9
do coeficiente de reflexão (albedo); e diminui a evaporação da água do perfil do solo (SILVA
et al., 2006, MOREIRA et al., 2011).
Outra medida mitigadora promissora é a seleção de genótipos com maior capacidade de
desenvolvimento radicular. A busca da planta por água e nutrientes, depende de maneira
primordial da distribuição de raízes no perfil do solo que, por sua vez, depende das condições
físicas e químicas, as quais são suscetíveis a alterações em função do manejo aplicado
(ALVARENGA e CRUZ, 2003). Sistemas radiculares que têm um maior desenvolvimento
em profundidade podem obter água de camadas mais profundas e tornar a cultura menos
suscetível a períodos mais longos sem chuva. De modo geral, a profundidade do sistema
radicular da cultura do milho varia de 40 a 50 cm (ALBUQUERQUE e RESENDE, 2002).
Um dos fatores que influenciam no desenvolvimento do sistema radicular das culturas é
a presença de alumínio tóxico (Al3+) e pH ácido no perfil do solo. O processo utilizado para
corrigir esse problema é a calagem, que eleva o pH do solo, neutraliza o alumínio tóxico, além
da gessagem, que fornece cálcio e magnésio, fundamentais para o crescimento de raízes
(ZANDONÁ et al., 2015). Portanto, duas estratégias apresentam o mesmo potencial para
mitigar os efeitos de possíveis estresses hídricos decorrentes de mudanças climáticas: o uso de
cultivares tolerantes ao Al3+ e a correção, em profundidade, do perfil do solo. Ambas têm o
potencial de favorecer o crescimento vertical do sistema radicular das culturas e são
especialmente importantes onde as condições de suprimento de água às lavouras são
irregulares.
10
presentes no pacote DSSAT são considerados modelos dinâmicos (JONES et al., 2015). Eles
têm como característica o emprego de equações diferenciais para descrição do sistema solo-
planta-atmosfera. Esses modelos apresentam a vantagem de permitir que fases intermediárias
dos processos relacionados ao crescimento das culturas possam ser avaliadas (ANDRADE et
al., 2009). Vários exemplos bem-sucedidos de aplicação do modelo DSSAT, para auxílio à
tomada de decisão, são descritos na literatura. Para Sete Lagoas, MG, resultados de
simulações com o modelo CSM-CERES-Maize, do sistema DSSAT, foram utilizados para o
desenvolvimento de uma metodologia para estabelecer o período de semeadura de milho
(AMARAL et al., 2009). Cenários de períodos de semeadura para o milho cultivado em
sequeiro foram simulados para 20 municípios do estado de Minas Gerais e os resultados de
produtividade foram utilizados para determinar a aptidão desses municípios para o cultivo do
milho (PAIXÃO et al., 2016). O potencial da irrigação suplementar como estratégia para
aumentar a produção de milho foi avaliado para alguns municípios de Minas Gerais (SILVA
et al., 2016). Também foram determinadas as janelas de semeadura para a cultura do milho,
nos regimes de sequeiro e irrigado, para municípios de Minas Gerais (MELO et al., 2016;
TIGGES et al., 2016)
Especificamente no caso de mudanças climáticas, simulações foram realizadas com o
modelo CSM-CERES-Maize em Uganda e Etiópia, África, para avaliar os impactos
potenciais das alterações climáticas na cultura do milho. Observou-se que, em ambas as
regiões, o rendimento da cultura do milho reduziu em cenários futuros de condições de clima.
Em Uganda, o uso de data de semeadura apropriada e de irrigação suplementar foi capaz de
mitigar os efeitos das alterações climáticas (BABEL e TURYATUNGA 2015). Na Etiópia, o
uso de doses maiores de fertilizantes, de datas adequadas de semeadura e de irrigação
demonstrou potencial para atenuar os efeitos das mudanças climáticas. Entretanto, o uso de
cultivares com diferentes ciclos não demonstrou ser efetivo (KASSIE et al., 2015).
Em outro estudo, sob alterações em variáveis climatológicas por meio da modelagem,
observou-se que a produtividade do sorgo granífero foi sensível a alterações na precipitação,
na radiação solar e na concentração de CO2 (GROSSI et al., 2015). O aumento da
concentração de CO2 atmosférico tendeu a compensar o aumento da temperatura do ar em
situações sem estresse hídrico.
No Brasil, estudos preliminares foram realizados para avaliar a efetividade do uso de
cultivares com diferentes profundidades de sistema radicular e da manutenção de diferentes
quantidades de palhada na superfície do solo para mitigar alterações na temperatura máxima e
11
mínima do ar, na precipitação, na radiação solar e na concentração de CO2 atmosférico
através de simulações (AMARAL et al., 2014a, 2014b; SILVA et al., 2014; SOUZA et al.,
2014). O modelo demonstrou ser uma ferramenta útil neste tipo de estudo, pois levou em
consideração as interações entre os diversos fatores que controlam o crescimento, o
desenvolvimento e a produtividade da cultura do milho. O uso de cultivares com sistema
radicular mais profundo, em combinação com a manutenção de palhada na superfície do solo,
foi efetivo para atenuar elevações de até 3oC na temperatura do ar e reduções nos índices
pluviométricos em Sete Lagoas, MG. Observa-se, entretanto, que são poucos os estudos
relacionados à avaliação de estratégias de mitigação dos efeitos de mudanças climáticas na
cultura do milho.
12
é necessário combiná-las com as informações sobre solo, cultura e manejo na ferramenta
Treatments, que originará a quantidade e a discriminação de tratamentos que serão avaliados
na simulação.
O modelo leva em consideração os coeficientes genéticos que são parâmetros de
calibração para diferentes variedades de milho. Ou seja, valores relacionados à fenologia e
taxa de crescimento da cultura que variam de uma cultivar para outra (SALVADOR, 1993).
Os coeficientes para a cultura do milho são P1, P2, P5, PHINT, G2 e G3. Enquanto P1, P2, P5
e PHINT dizem respeito à fenologia, G2 e G3, estão relacionados ao rendimento de grãos.
Estes coeficientes representam: a soma térmica desde a emergência até o fim da fase juvenil
(P1); a sensibilidade ao fotoperíodo (P2); a soma térmica entre o florescimento e a maturidade
fisiológica (P5), o número máximo de grãos por planta (G2); a taxa potencial de crescimento
de grãos (G3); e soma térmica para o aparecimento sucessivo de folhas subsequentes
(PHINT).
Uma vez configuradas as informações referentes à cultura, clima, solo e manejo da cultura
nos arquivos correspondentes, a simulação pode ser executada, resultando em arquivos
contendo as informações agronômicas do cultivo simulado, bem como informações
ambientais, como lixiviação de nitratos, por exemplo.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
4 Triângulo Mineiro/Alto
Uberaba Aw
Paranaíba
5 Central Mineira Pompéu Aw
6 Metropolitana de Belo
Sete Lagoas Cwa
Horizonte
7 Vale do Rio Doce Aimorés Aw
8 Sul / Sudoeste de Minas Machado Cwa
9 Campo das Vertentes Lavras Cwa
10 Zona da Mata Viçosa Cwa
*(JUNIOR, 2009)
14
Séries históricas dos dez municípios, contendo 33 anos de dados meteorológicos diários,
incluindo temperaturas do ar mínima e máxima, precipitação e horas de brilho solar, foram
obtidas junto à base do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para cada município. A
consistência dos dados foi avaliada e as falhas de até sete dias foram preenchidas empregando
a ferramenta WeatherMan (PICKERING et al., 1994) do DSSAT. Falhas por períodos
superiores a sete dias foram preenchidas com dados de estações meteorológicas próximas,
com altitude similar. Os dados consistidos foram preparados no formato de arquivos de clima
do modelo DSSAT.
Figura 1 – Localização geográfica dos municípios amostrados no Estado de Minas Gerais, Brasil.
15
densidade de partículas, densidade do solo, limite superior e inferior de água disponível,
condutividade hidráulica do solo saturado, fertilidade completa e nitrogênio total. Os dados
foram tabulados e preparados no formato de arquivos de perfil de solo do modelo DSSAT.
O modelo CSM-CERES-Maize, do sistema DSSAT, versão 4.6.1, foi parametrizado e
avaliado para o híbrido simples DKB390PRO, empregando dados de 15 ensaios
experimentais conduzidos em Sete Lagoas, Papagaios, Patos de Minas e Paracatu, Minas
Gerais e Rio Verde, Goiás (ANDRADE et al., 2016). Trata-se de uma cultivar de ciclo
precoce, com excelente sistema radicular e potencial produtivo. O grão é considerado duro,
com coloração amarelo-alaranjado e um porte de crescimento aproximado de 2,20 m
(DEKALB, 2015). A soma térmica desta cultivar desde a emergência até o fim da etapa
juvenil foi 263 graus-dia, enquanto a taxa de enchimento de grãos sob condições ótimas de
crescimento foi 4,97 mg dia-1 (Tabela 2).
Coeficiente Valor
Descrição Unidade
genético estimado
P1 Soma térmica desde a emergência Graus-Dia 263
até o fim da fase juvenil.
16
modelo. O modelo foi capaz de simular com razoável acurácia os processos de crescimento e
desenvolvimento da cultivar de milho, incluindo duração do ciclo e produtividade de grãos
(ANDRADE et al., 2016). Nesta etapa foram gerados 21 arquivos de dados utilizados como
entrada do modelo.
As simulações foram programadas para iniciar 30 dias antes da data de semeadura
para que o balanço de água e de nitrogênio no solo se aproximasse das condições reais de
campo e foi utilizado o modo sazonal para considerar a variação interanual. Foi considerada
uma lavoura de milho de alta produtividade, semeada em sistema de plantio direto,
compatível com o elevado potencial produtivo do híbrido DKB390PRO. A população de
plantas foi de 68 mil plantas por hectare, com um espaçamento entre fileiras de 0,70 metros.
As sementes foram colocadas a uma profundidade de 0,05 metros e a semeadura foi realizada
na melhor data, obtida mediante simulações prévias, para cada município, em condições de
sequeiro (Tabela 3).
17
amônio, aplicada em cobertura aos 40 DAS. Não foram simulados os efeitos de fertilizações
com fósforo e potássio e nem o efeito de estresses decorrentes de pragas, doenças e plantas
invasoras.
Independentemente da data de semeadura e do município, considerou-se como condição
inicial que o solo estava com 50% da sua capacidade de água disponível. A quantidade inicial
de nitrogênio disponível às plantas foi estimada a partir do teor de carbono orgânico do solo.
O modelo foi programado para simular diferentes cenários de estratégias de manejo da
cultura as quais têm o potencial de mitigar os efeitos de mudanças climáticas:
No modelo DSSAT dados históricos de clima podem ser alterados de forma linear, o
que permite uma avaliação simples e rápida da resposta das culturas às alterações dos
elementos do clima, de forma conjunta ou isolada. Considerando esta facilidade, o modelo foi
programado para modificar os dados de precipitação, temperatura mínima e máxima, radiação
solar e concentração de CO2 atmosférico. Para a temperatura foi utilizada a opção add na
ferramenta Environmental Modifications, adicionando às temperaturas históricas os valores de
acréscimo. Para CO2, foi utilizada a opção replace e para radiação solar e precipitação a
opção multiply. As alterações foram procedidas da seguinte forma:
18
- Precipitação: -50%, -25%, 0%, +25%, +50% (5 cenários);
- Temperaturas mínimas e máximas do ar: -3, 0, +3, +6, +9 oC (5 cenários);
- Radiação solar diária: -25%, 0%, +25%, +50% (4 cenários);
- Concentração de CO2: 350, 380 (baseline), 450, 550, 650 e 750 ppm (6 cenários).
__________________________ 19
1
http://www.agmip.org/
Tabela 4 - Cenários com alterações na precipitação.
Palhada (t ha-1)
Rz30Cob0P0 Rz50Cob0P0 Rz70Cob0P0 0
20
e os testes comparativos de médias foram executados no programa SISVAR 5.6 (FERREIRA,
2011).
Palhada (t ha-1)
Rz30Cob0T+3 Rz50Cob0T+3 Rz70Cob0T+3 0
21
Tabela 6 - Cenários com alterações na radiação solar diária.
Palhada (t ha-1)
Rz30Cob4Rad0 Rz50Cob4Rad0 Rz70Cob4Rad0 4
22
Tabela 7 - Cenários com alterações na concentração de CO2 atmosférico.
Palhada (t ha-1)
Rz30Cob4C450 Rz50Cob4C450 Rz70Cob4C450 4
23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos dados de clima indicou que as maiores precipitações anuais médias de
1650, 1528 e 1498 mm foram observadas para os municípios de Uberaba, Machado e Lavras,
respectivamente. As menores médias pluviométricas foram registradas em Janaúba, (797
mm), e Araçuaí, (758 mm), locais mais secos que tornam a cultura do milho mais propensa ao
estresse hídrico (Tabela 8). O município de Aimorés apresentou as maiores médias de
temperatura máxima e mínima, o que está relacionado com a menor altitude (83m), em
comparação aos demais municípios. Machado apresentou a maior altitude (873 m) e registrou
a menor temperatura mínima média de 14,5 ºC.
Temperatura Temperatura
Temperatura Precipitação Altitude da
máxima mínima
média anual anual média estação
Municípios média anual média anual
em 33 anos em 33 anos climatológica
em 33 anos em 33 anos
(°C) (mm) (m)
(°C) (°C)
Aimorés 31,8 20,3 26,0 978 712
Com relação à água disponível no solo (capacidade de campo menos o ponto de murcha
permanente), o município de Uberaba foi o que apresentou os maiores valores, seguido de
24
Pompéu (Tabela 9). O menor valor foi observado em Aimorés, localidade cujo solo apresenta
menor capacidade de retenção de água. Em relação à densidade do solo, pode-se observar que
os valores variaram entre localidades e profundidades. O solo com a menor média de
densidade (954 kg m-3) foi o de Sete Lagoas, apresentando menor resistência ao crescimento
de raízes e maior porosidade. Esse valor médio considerou as densidades de cada camada. Já
o município de Araçuaí, apresentou a maior densidade média (1.610 kg m-3), indicando uma
menor porosidade, em comparação aos demais municípios. Em relação ao percentual de
nitrogênio (N) total, os municípios que apresentaram os maiores valores médios foram Sete
Lagoas e Viçosa, 0,362 e 0,576%, respectivamente.
Ponto de
Capacidade Carbono Nitrogênio
Profundidade murcha Saturação Densidade
de campo orgânico total
(m) permanente 3 -3 (m3 m-3) (kg m-3)
(m m ) (%) (%)
(m3 m-3)
Aimorés
0,05 0,166 0,286 0,512 1200 1,490 0,190
0,20 0,203 0,355 0,464 1370 1,190 0,140
0,40 0,204 0,295 0,391 1560 0,740 0,140
0,70 0,058 0,091 0,466 1360 0,150 0,100
1,00 0,122 0,204 0,332 1770 0,080 0,100
Araçuaí
0,05 0,105 0,240 0,466 1370 1,270 0,120
0,20 0,137 0,283 0,357 1610 1,190 0,120
0,40 0,130 0,274 0,381 1610 0,590 0,080
0,70 0,143 0,255 0,312 1700 0,370 0,060
1,00 0,162 0,248 0,324 1760 0,220 0,040
Janaúba
0,05 0,195 0,353 0,446 1380 2,150 0,260
0,20 0,219 0,322 0,392 1540 1,190 0,220
0,40 0,216 0,324 0,414 1460 0,740 0,140
0,70 0,211 0,331 0,401 1520 0,450 0,190
1,00 0,180 0,316 0,437 1360 0,300 0,090
Lavras
0,05 0,179 0,337 0,551 1030 2,650 0,170
0,20 0,207 0,321 0,542 1100 1,440 0,090
0,40 0,201 0,326 0,562 1050 1,140 0,070
0,70 0,205 0,329 0,593 1010 0,910 0,070
1,00 0,197 0,280 0,602 930 0,680 0,050
25
Machado
0,05 0,187 0,344 0,570 1040 2,190 0,150
0,20 0,226 0,337 0,510 1190 1,290 0,100
0,40 0,228 0,332 0,530 1110 0,990 0,080
0,70 0,251 0,361 0,537 1140 0,830 0,060
1,00 0,221 0,332 0,605 980 0,680 0,060
Paracatu
0,05 0,254 0,363 0,549 1140 2,270 0,170
0,20 0,256 0,364 0,545 1120 1,060 0,110
0,40 0,248 0,357 0,576 1060 0,990 0,100
0,70 0,231 0,344 0,590 1000 0,680 0,080
1,00 0,238 0,340 0,596 1000 0,600 0,080
Pompéu
0,05 0,243 0,359 0,502 1250 2,230 0,180
0,20 0,222 0,333 0,507 1170 1,270 0,140
0,40 0,227 0,372 0,534 1130 0,820 0,190
0,70 0,243 0,397 0,505 1190 0,590 0,100
1,00 0,232 0,349 0,548 1110 0,590 0,140
Sete Lagoas
0,05 0,191 0,300 0,611 910 3,450 0,370
0,20 0,249 0,362 0,551 1050 1,720 0,300
0,40 0,234 0,359 0,583 970 0,970 0,140
0,70 0,229 0,354 0,605 930 0,820 0,350
1,00 0,168 0,276 0,604 910 0,750 0,650
Uberaba
0,05 0,110 0,254 0,439 1500 1,060 0,070
0,20 0,117 0,263 0,432 1520 0,380 0,040
0,40 0,110 0,238 0,510 1320 0,600 0,040
0,70 0,113 0,251 0,534 1260 0,680 0,040
1,00 0,127 0,280 0,517 1300 0,380 0,040
Viçosa
0,05 0,227 0,336 0,513 1200 1,280 0,490
0,20 0,263 0,354 0,437 1420 0,670 0,370
0,40 0,286 0,372 0,498 1270 0,520 0,680
0,70 0,310 0,411 0,466 1280 0,750 0,670
1,00 0,346 0,461 0,466 1290 0,670 0,670
26
mitigadoras (Figura 2). Com a diminuição da precipitação em 25 e 50% foi observado que,
para todas as localidades, houve uma queda na produtividade em comparação ao baseline
(cenário sem alteração em precipitação), para todas as estratégias de manejo avaliadas. Santos
et al. (2011) também encontraram efeitos negativos sobre a produtividade da cultura do milho
ao se avaliar o efeito da seca em cenários de mudanças climáticas para Minas Gerais.
O cenário com um sistema radicular concentrado nos 0,3 m do perfil do solo e sem
cobertura (Rz30Cob0) foi o que apresentou as maiores quedas na produtividade dentre os
cenários de manejo testados, em comparação ao baseline, para todos os municípios, indicando
a importância de se corrigir o perfil e manter palhada na superfície do solo. Nesse cenário,
dentre os municípios, Janaúba foi o que apresentou a maior redução na produtividade (59%),
em decorrência da redução de 50% na precipitação (Figura 2C). As reduções no rendimento
de grãos com maiores percentuais foram para Aimorés e Araçuaí, além de Janaúba (Figura
2A,2B E 2C). Esses municípios apresentam em comum temperaturas elevadas e as menores
pluviosidades.
A menor redução na produtividade, dentre as localidades, foi observada em Uberaba
(Figura 2I). Apesar da redução da precipitação em 50%, a produtividade simulada para essa
localidade apresentou uma queda de apenas 35%, em relação ao baseline.
À medida que foram sendo testados cenários com sistemas radiculares mais profundos
e com presença de uma quantidade maior de palhada na superfície do solo, a queda no
rendimento de grãos foi sendo atenuada, mesmo com decréscimos drásticos na precipitação
pluviométrica, denotando o potencial mitigador destas estratégias de manejo nesses efeitos.
De um modo geral, os cenários de medidas mitigadoras que apresentaram as menores quedas
na produtividade para todos os municípios testados foram os que consideraram uma cobertura
de 4 t ha-1 de palhada e sistemas radiculares de 0,5 e 0,7 m. O município em que o potencial
mitigador do cenário com raiz de 0,7 m e 4 t ha-1 de palhada na cobertura (Rz70Cob4) pôde
ser mais notado foi Machado (Figura 2E). Com essa estratégia de manejo, mesmo reduzindo a
precipitação em 25%, foi observada uma queda no rendimento de grãos de menos de 1%.
Com essa mesma queda na precipitação, para o mesmo município, foi observada quebra da
produtividade de mais de 20% quando se avaliou uma cultivar com sistema radicular raso e
ausência total de cobertura (Rz30Cob0). Isso remete ao grande potencial mitigador de se
utilizarem cultivares que cresçam mais profundamente o sistema radicular, além da
manutenção de palhada na superfície do solo, num cenário de regime pluviométrico alterado,
com consequente redução na disponibilidade hídrica no solo. Essa maior efetividade do
27
manejo citado (Rz70Cob4) como medida mitigadora em Machado pode ter sido favorecida
por uma combinação de fatores, como o maior volume de chuvas e a altitude mais elevada,
que propicia temperaturas mais amenas, sobretudo no período noturno (Tabela 8).
Temperaturas noturnas altas aumentam a taxa respiratória e reduz a fotossíntese líquida
(SANS, 2009). O aprofundamento do sistema radicular e o aumento da quantidade de palhada
mantida como cobertura do solo favoreceu a atenuação da quebra de produtividade em todos
os municípios.
Com o aumento nos percentuais de precipitação, a resposta da cultura também foi
diferente em cada localidade e de acordo com o manejo adotado. O município de Janaúba
apresentou um ganho em produtividade de mais de 17%, em reposta ao aumento de 50% na
precipitação, para o cenário de cultivar com sistema radicular mais profundo e manutenção de
4 t ha-1 de palhada na superfície do solo (Figura 2C). Em regiões com restrições hídricas para
a cultura do milho, o aumento da precipitação tem um efeito considerável.
Os municípios de Lavras e Sete Lagoas (Figuras 2D e 2H) apresentaram queda na
produtividade com o aumento da precipitação nos cenários com sistema radicular raso, ou
seja, aqueles com perfil do solo corrigido inadequadamente ou com algum impedimento ao
crescimento radicular (Rz30Cob0, Rz30Cob2 e Rz30Cob4). Isso pode ser devido ao fato de
que, com o aumento no volume de chuvas nesses locais, que já possuem bons índices
pluviométricos médios anuais (Tabela 8), nitratos sejam lixiviados afetando a produtividade.
Com o sistema radicular raso, a planta tem uma menor chance de absorção do nitrogênio, pois
os nitratos se tornam rapidamente indisponíveis nas camadas superficiais e, portanto, acabam
por apresentar rendimento médio de grãos aquém do esperado. É sabido que caso haja
restrição no crescimento das raízes, a planta pode ter o seu desenvolvimento comprometido
(MORAES, 2017). Observa-se que nas estratégias de mitigação que envolveu sistemas
radiculares mais profundos, isso não ocorreu.
Souza et al. (2014) avaliaram, através de simulações, os impactos de alterações na
precipitação sobre a produtividade de milho no município de Sete Lagoas. Foram simulados
cenários com aumento e diminuição percentual na precipitação diária e como forma de
atenuação dos efeitos dessas alterações, diferentes profundidades de sistema radicular e
quantidades de palhada deixada no solo. Eles também observaram que, tanto o aumento,
quanto a redução na precipitação causam efeitos consideráveis na produtividade de milho e
que, para Sete Lagoas, a profundidade do sistema radicular apresentou maior potencial para
mitigar os efeitos de alteração na precipitação, em comparação à quantidade de palhada.
28
(A) AIMORÉS (B) ARAÇUAÍ
P-50 P-25 P0 P+25 P+50 P-50 P-25 P0 P+25 P+50
20 20
10 10
0 0
-10 -10
-20 -20
Rz30Cob0 Rz30Cob0
-30 Rz30Cob2 -30 Rz30Cob2
Rz30Cob4 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 -40 Rz50Cob0
Rz50Cob2 Rz50Cob2
-50 Rz50Cob4 -50 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob0
-60 Rz70Cob2 -60 Rz70Cob2
Rz70Cob4 Rz70Cob4
-70 Baseline -70 Baseline
10 10
Alteração na produtividade (%)
Alteração na produtividade (%)
0 0
-10 -10
-20 -20
Rz30Cob0 Rz30Cob0
-30 Rz30Cob2 -30 Rz30Cob2
Rz30Cob4 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 -40 Rz50Cob0
Rz50Cob2 Rz50Cob2
-50 Rz50Cob4 -50 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob0
-60 Rz70Cob2 -60 Rz70Cob2
Rz70Cob4 Rz70Cob4
-70 Baseline -70 Baseline
29
(E) MACHADO (F) PARACATU
P-50 P-25 P0 P+25 P+50 P-50 P-25 P0 P+25 P+50
20 20
10 10
Alteração na produtividade (%)
-10 -10
-20 -20
Rz30Cob0 Rz30Cob0
-30 Rz30Cob2 -30 Rz30Cob2
Rz30Cob4 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 -40 Rz50Cob0
Rz50Cob2 Rz50Cob2
-50 Rz50Cob4 -50 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob0
-60 Rz70Cob2 -60 Rz70Cob2
Rz70Cob4 Rz70Cob4
-70 Baseline -70 Baseline
10 10
Alteração na produtividade (%)
Alteração na produtividade (%)
0 0
-10 -10
-20 -20
Rz30Cob0 Rz30Cob0
-30 Rz30Cob2 -30 Rz30Cob2
Rz30Cob4 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 -40 Rz50Cob0
Rz50Cob2 Rz50Cob2
-50 Rz50Cob4 -50 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob0
-60 Rz70Cob2 -60 Rz70Cob2
Rz70Cob4 Rz70Cob4
-70 Baseline -70 Baseline
30
(I) UBERABA (J) VIÇOSA
P-50 P-25 P0 P+25 P+50 P-50 P-25 P0 P+25 P+50
20 20
10 10
0 0
-10 -10
-20 -20
Rz30Cob0 Rz30Cob0
-30 Rz30Cob2 -30 Rz30Cob2
Rz30Cob4 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 -40 Rz50Cob0
Rz50Cob2 Rz50Cob2
-50 Rz50Cob4 -50 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob0
-60 Rz70Cob2 -60 Rz70Cob2
Rz70Cob4 Rz70Cob4
-70 Baseline -70 Baseline
31
Em Uberaba a precipitação passaria de 1650 mm médios anuais para 825 mm com a
redução de 50% (Tabela 10). Possivelmente essa localidade não apresentaria quedas
consideráveis de rendimentos porque a precipitação, mesmo com a redução, seria suficiente
para a cultura do milho durante o seu ciclo.
Lavras, Machado, Pompéu, Paracatu, Sete Lagoas e Viçosa, mesmo após a redução da
precipitação em 50% apresentariam valores médios anuais de 749, 764, 621, 692 e 663 mm,
respectivamente (Tabela 10). Tais valores estão dentro dos limites requeridos pela cultura em
seu ciclo para obtenção das maiores produtividades (500 – 800 mm), o que não apresentaria
potencial para queda de produtividade. Vale ressaltar, no entanto que, apesar das precipitações
obtidas com as reduções em 25% e 50% nas precipitações estarem dentro do que a cultura
requer, outros fatores podem comprometer a produtividade, como por exemplo, a distribuição
dessa precipitação ao longo do ano e ao longo do ciclo da cultura
Tabela 10 – Precipitação média anual, em mm, de cada município estudado, após alterações
percentuais simuladas.
Precipitação média anual (mm)
Município Cenários
P-50 P-25 P0 P+25 P+50
Aimorés 489 733 978 1222 1467
Araçuaí 379 568 758 947 1136
Janaúba 399 598 797 997 1196
Lavras 749 1123 1498 1872 2246
Machado 764 1146 1528 1910 2292
Paracatu 733 1099 1466 1832 2198
Pompéu 621 932 1243 1553 1864
Sete Lagoas 692 1038 1384 1730 2076
Uberaba 825 1238 1650 2063 2475
Viçosa 663 995 1327 1658 1990
32
As interações que se mostraram significativas na análise de variância (prof. raiz x
precipitação e cobertura x precipitação) foram desdobradas a fim de se avaliarem os efeitos de
suas interações sobre a produtividade do milho (Tabelas 11 e 12). Sendo assim, foram
realizados testes de Tukey, a 5% de probabilidade, para cobertura, precipitação e
profundidade de raiz, obtendo-se interações significativas entre a precipitação e profundidade
do sistema radicular para Araçuaí, Janaúba e Lavras (Tabela 11).
Lavras e Janaúba apresentaram resultados parecidos. Independentemente da alteração
na precipitação (-50%, -25%, nenhuma alteração, 25% ou +50%), a produtividade obtida,
considerando uma cultivar com sistema radicular de 0,3 m, diferiu estatisticamente, enquanto
que para cultivares com sistemas radiculares de 0,5 e 0,7 m, não houve diferença estatística
significativa (Tabela 11). Dessa forma, o uso de cultivar com um sistema radicular com
profundidade 0,5 m tende a ser suficiente para atenuar os efeitos negativos da redução no
volume de chuvas. Isso porque, estatisticamente, não há diferença entre as produtividades
obtidas com sistema radicular de 0,5 e 0,7 m nessas cidades. Para Araçuaí, observou-se a
mesma situação, exceto quando se reduziu a precipitação em 50%. Nesse caso de redução
drástica do regime pluviométrico, o sistema radicular de 0,3, 0,5 ou 0,7 m não apresentou
diferença estatística significativa e, portanto, o aprofundamento do sistema radicular até 0,7 m
não foi suficiente para atenuar os efeitos deste nível de redução no volume de chuvas (Tabela
11).
Quando se comparou o rendimento médio de grãos obtido com cada uma das
alterações na precipitação (Tabela 11), verificou-se que, para os municípios Araçuaí e
Janaúba e para as três profundidades de sistema radicular testadas (0,3, 0,5 e 0,7 m), o
comportamento foi semelhante. Cada alteração negativa na precipitação (P-50, P-25 e P0)
apresentou diferentes produtividades, exceto ao se aumentar a precipitação. O aumento em
25% ou 50% não gerou produtividades estatisticamente diferentes. Já para Lavras, para todos
os sistemas radiculares avaliados, houve diferença estatística no rendimento de grãos apenas
ao se reduzir a precipitação em 25% e 50%, o que não ocorreu para as demais alterações.
Ao se avaliar a interação entre a quantidade de palhada deixada no solo e as alterações
na precipitação (Tabela 12) observou-se que, para o cenário de redução de 50% no volume de
chuvas os municípios de Aimorés, Lavras, Machado, Paracatu, Pompéu e Viçosa,
apresentaram produtividades simuladas estatisticamente diferentes para os diferentes cenários
de quantidade de palhada (0; 2 e 4 t ha-1). Ou seja, nesse nível de escassez hídrica, o aumento
da quantidade de palhada de 0 para 2 e de 2 para 4 t ha -1 tende a ser muito importante como
33
mitigação dos efeitos da alteração climática. Isso porque a adoção de sistemas de plantio
direto bem consolidado tende a proteger a superfície do solo com a presença da palhada,
favorecer a infiltração de água e, ainda, reduzir a evaporação da água pela superfície do solo
(MOREIRA et al., 2011).
34
mais superficiais. Tal resultado reitera a relevância do uso de palhada no solo como estratégia
de se reduzir impactos de escassez hídrica para as plantas, por causa da barreira formada pela
palha no solo que reduz a evaporação da água na superfície do solo, dentre outros benefícios.
35
Ao se diminuir a precipitação em 25%, as produtividades simuladas para esses locais
só foram estatisticamente diferentes no cenário com ausência do sistema de plantio direto.
Quando se aumentou a precipitação em 25 e 50%, foram observados dois
comportamentos distintos. Para Aimorés e Viçosa, houve diferença estatística significativa
entre as produtividades obtidas para o plantio que não deixa resíduo cultural no solo (Cob0) e
os demais cenários (Cob2 e Cob4). O mesmo não ocorreu para Lavras, Machado, Paracatu e
Pompéu. Nesses locais, não se verificou diferença no rendimento de grãos para os cenários
com 0, 2 e 4 t ha-1 de palhada (Tabela 12). Isso indica que o uso do sistema de plantio direto,
apenas com o intuito de conservar água para as plantas, não é relevante num cenário de
abundância de chuvas, como é o caso dessas localidades. Comparando-se as produtividades
médias, obtidas para cada uma das alterações na precipitação, nota-se que houve diferença
entre os rendimentos simulados para os cenários em que se reduziu em 50% e 25% a
precipitação. Esse resultado é observado para todas as quantidades de palhada avaliadas. Ou
seja, as reduções nos percentuais de precipitação foram efetivamente prejudiciais para o
rendimento de grãos de milho nas localidades estudadas, independentemente da quantidade de
palhada mantida na superfície do solo (Tabela 12).
36
produtividade (Figura 3E), de 52,61% para o cenário em que considera boa quantidade de
palhada e um sistema radicular crescendo sem limitações (Rz70Cob4).
Com um incremento mais moderado da temperatura (T+3ºC), observou-se uma
redução menor no rendimento médio de grãos. No cenário considerado baseline (Rz50Cob2),
os municípios de Araçuaí e Aimorés apresentaram as maiores reduções na produtividade, de
45,33% e 54,41%, respectivamente. Lavras apresentou a menor redução na produtividade
(26,36%) nesse cenário, seguido de Machado (26,51%). O aprofundamento do sistema
radicular e o aumento da cobertura pouco atenuou a queda da produtividade. Para o cenário
Rz70Cob4, Aimorés passou a ter uma queda na produtividade de 52,88% e Araçuaí de
42,10%. Lavras e Machado apresentaram redução na produtividade de 23,92% e 24,75%,
respectivamente (Figura 3A, 3B, 3D e 3E).
Kim et al., (2007) realizaram um estudo nos Estados Unidos objetivando determinar a
resposta da cultura milho à cenários de diferentes concentrações de dióxido de carbono e
temperaturas em câmaras do tipo Soil–plant–atmosphere research – SPAR. Eles avaliaram
duas concentrações diferentes de CO2 (370 µmol mol−1 e 750 µmol mol−1) e cinco cenários de
temperatura (19/13, 25/19, 31/25, 35/29 e 38,5/32,5 ºC). O total de massa seca da parte aérea
passou de 159,2 g planta-1 no cenário de 19/13ºC para 75,6 g planta-1 no cenário de 38/32,5ºC,
uma redução de 52,4 % no total de massa seca da parte aérea. Os autores concluíram que o
crescimento, o desenvolvimento e a fotossíntese de plantas de milho foram significativamente
afetados pelo aumento da temperatura.
A redução da produtividade, decorrente do incremento da temperatura, se deve ao
encurtamento do ciclo da cultura do milho. Temperaturas mais elevadas aceleram as reações
metabólicas e fisiológicas fazendo com que as fases fenológicas da cultura sejam atingidas
mais rapidamente. Este mecanismo é, normalmente, quantificado empregando-se o conceito
de graus-dia com base na soma térmica. Cada cultura e mesmo cada cultivar requer uma certa
soma térmica para completar fases específicas de seu ciclo. Com o aumento da temperatura do
ar, gasta-se menos dias para atingir as somas térmicas requeridas em cada fase e, com isso, o
ciclo encurta. O encurtamento do ciclo reduz a capacidade da planta em acumular e translocar
fotoassimilados ao grão, reduzindo, assim, a produtividade (CRUZ et al., 2011). Streck et al.,
(2012) simularam cenários para avaliar o efeito da elevação das temperaturas máximas e
mínimas diárias na cultura do milho em Santa Maria, RS. Eles observaram que quando os
períodos de semeadura e a emergência são em setembro, outubro, janeiro e fevereiro, o
desenvolvimento vegetativo do milho é acelerado com o incremento na temperatura.
37
(A) AIMORÉS (B) ARAÇUAÍ
T-3 T0 T+3 T+6 T+9 T-3 T0 T+3 T+6 T+9
30 30
Rz30Cob0 Rz30Cob0
20 20 Rz30Cob2
Rz30Cob2
10 Rz30Cob4 10 Rz30Cob4
Rz50Cob0
0 0
Rz50Cob2 Rz50Cob2
-10 Rz50Cob4 -10 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob0
-20 -20
Rz70Cob2 Rz70Cob2
-30 Rz70Cob4 -30 Rz70Cob4
Baseline Baseline
-40 -40
-50 -50
-60 -60
-70 -70
-80 -80
-90 -90
-100 -100
Rz50Cob0 Rz50Cob0
0 0
Rz50Cob2 Rz50Cob2
-10 Rz50Cob4 -10 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob0
-20 -20
Rz70Cob2 Rz70Cob2
-30 Rz70Cob4 -30 Rz70Cob4
-40 Baseline -40 Baseline
-50 -50
-60 -60
-70 -70
-80 -80
-90 -90
-100 -100
38
(E) MACHADO (F) PARACATU
T-3 T0 T+3 T+6 T+9 T-3 T0 T+3 T+6 T+9
30 30
Rz30Cob0 Rz30Cob0
20 Rz30Cob2 20 Rz30Cob2
10 Rz30Cob4 10 Rz30Cob4
Rz50Cob0 Rz50Cob0
Alteração na produtividade (%)
0 Rz50Cob2 0 Rz50Cob2
-10 Rz50Cob4 -10 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob0
-20 Rz70Cob2
-20
Rz70Cob2
-30 Rz70Cob4 -30 Rz70Cob4
Baseline Baseline
-40 -40
-50 -50
-60 -60
-70 -70
-80 -80
-90 -90
-100 -100
39
(I) UBERABA (J) VIÇOSA
T-3 T0 T+3 T+6 T+9 T-3 T0 T+3 T+6 T+9
30 30
Rz30Cob0 Rz30Cob0
20 Rz30Cob2
20 Rz30Cob2
10 Rz30Cob4 10 Rz30Cob4
Rz50Cob0 Rz50Cob0
Alteração na produtividade (%)
40
aproximadamente 30%. MINUZZI e LOPES (2005) avaliaram, através de simulações, o
desempenho agronômico da cultura do milho no Centro-Oeste do Brasil em cenários
climáticos diversos. Foi observada a redução na duração do ciclo da cultura do milho de dois
a oito dias em um cenário de alteração climática a curto prazo e de seis a 11 dias em médio
prazo.
Lavras
142 Machado
Paracatu
Pompéu
122 Sete Lagoas
Uberaba
Viçosa
102
82
62
Figura 4 - Duração média do ciclo da cultura do milho em cada município em função das alterações na
temperatura do ar.
Além dos cenários de aumento da temperatura, foi simulado também um cenário com
diminuição das temperaturas máximas e mínimas diárias em 3ºC. No cenário com maior
potencial para mitigar os efeitos das mudanças do clima (Rz70Cob4), houve acréscimo em
produtividade de 24% em Janaúba, 19% em Paracatu, 24% em Viçosa, 22% em Machado e
16% em Pompéu.
Segundo Kinry (1991), os limites inferior e superior de temperatura para o
crescimento do milho são 8ºC e 44ºC, respectivamente. No entanto a faixa de temperatura em
que a cultura tem seu crescimento máximo está entre 26ºC e 34ºC. Nenhum dos municípios
apresentou temperaturas médias fora dos limites para que a cultura do milho se desenvolva
nas simulações realizadas (Tabela 13). Apenas algumas localidades apresentaram
temperaturas fora da faixa de crescimento ótimo. No entanto, observaram-se quedas
expressivas no rendimento de grãos nos cenários simulados com o aumento da temperatura.
41
Isso pode ser explicado pelo efeito do aumento da temperatura do ar no encurtamento do
ciclo, fazendo com que a cultura tenha menos tempo para acumular e translocar
fotoassimilados.
Tabela 13 - Temperatura média anual, em ºC, de cada município estudado, após alterações
percentuais simuladas.
42
Tabela 14 - Desdobramento da análise de variância para interação entre palhada e a alteração
na temperatura.
43
Para aumento na temperatura mais expressivo (T+9), o aprofundamento do sistema
radicular não apresentou potencial como mitigador dos efeitos climáticos sobre a
produtividade. Ou seja, para todos os municípios, não houve diferença estatística entre as
produtividades obtidas para os sistemas radiculares concentrados em 0,3; 0,5 e 0,7 m do perfil
do solo (Tabela 15).
Avaliando os efeitos das alterações na temperatura sobre a produtividade, verificou-se
que, os rendimentos médios de grãos foram estatisticamente diferentes. Sendo assim, cada
alteração na temperatura (T-3, T0, T+3, T+6 e T+9) apresentou efeitos significativos sobre a
produtividade para todas as profundidades de sistema radicular. Uberaba, Sete Lagoas e
Janaúba apresentaram uma ligeira diferença dos demais municípios com relação ao sistema
radicular de 0,3 m, em que não houve diferença significativa entre as produtividades ao se
diminuir em 3ºC a temperatura (T-3). O efeito dessa redução na temperatura não foi
significativo para um sistema radicular raso (Rz30) em Uberaba, Sete Lagoas e Janaúba
(Tabela 15).
44
T-3 9199Aa 10102Ba 10111Ba
T0 7767Ab 8383Bb 8437Bb
Machado T+3 5684Ac 6121Bc 6181Bc
T+6 3517Ad 3769Ad 3811Ad
T+9 1134Ae 1220Ae 1236Ae
T-3 7204Aa 9097Ba 9113Ba
T0 6650Ab 7719Bb 7744Bb
Paracatu T+3 4606Ac 5340Bc 5402Bc
T+6 1934Ad 2377Bd 2416Bd
T+9 360Ae 441Ae 451Ae
T-3 8571Aa 9475Ba 9470Ba
T0 7448Ab 8235Bb 8251Bb
Pompéu T+3 4955Ac 5508Bc 5558Bc
T+6 2015Ad 2426Bd 2454Bd
T+9 394Ae 459Ae 460Ae
T-3 7729Aa 10043Ba 10065Ba
T0 7436Aa 8559Bb 8569Bb
Sete Lagoas T+3 5332Ab 6355Bc 6395Bc
T+6 2992Ac 3483Bd 3523Bd
T+9 807Ad 965Ae 978Ae
T-3 8627Aa 11641Ba 11316Ba
T0 8439Aa 9549Bb 9456Bb
Uberaba T+3 6550Ab 6988Bc 6981Bc
T+6 3195Ac 3501Ad 3502Ad
T+9 612Ad 706Ae 707Ae
T-3 7264Aa 8090Ba 8149Ba
T0 6436Ab 6745ABb 68510Bb
Viçosa T+3 4662Ac 4918Abc 5080Bc
T+6 2345Ad 2515Ad 2700Ad
T+9 778Ae 806Ae 867Ae
Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
45
aumento na temperatura de aproximadamente 2 ºC (IPCC, 2007). Há uma relação, portanto,
de que a cada 100 ppm de dióxido de carbono acrescidos na atmosfera, a temperatura aumente
aproximadamente 1 ºC.
No entanto, o sistema DSSAT possui a ferramenta de alterar variáveis climáticas de
modo linear e, assim sendo, não é abordada nesse item a influência do CO2 sobre a
temperatura, e sim, somente o efeito do CO2 sobre a produtividade.
Foi observado que, com o aumento da concentração de CO2, houve um aumento no
rendimento médio de grãos em todas as localidades (Figura 5). Considerando uma cultivar
com sistema radicular de 0,5 m e 2 t ha-1 de palhada na superfície do solo, o aumento da
concentração de dióxido de carbono na atmosfera proporcionou um aumento máximo de
13,51% em Janaúba e de 10,70% em Araçuaí. Araçuaí, Janaúba e Viçosa estão dentre os
municípios que apresentaram os maiores ganhos em produtividade. Por se tratar de
localidades com temperaturas elevadas e menor pluviosidade, estas localidades podem ser
mais sensíveis às alterações na concentração de dióxido de carbono. Esses municípios
apresentaram respostas ao CO2 mais expressivas. Pequenas respostas da cultura do milho às
alterações na concentração de CO2 em Sete Lagoas também foram observadas por Amaral et
al., (2014). Os incrementos modestos na produtividade com o aumento considerável na
concentração de CO2 pode ser explicado pelo fato de que plantas C4, já são eficientes na
utilização do carbono disponível e apresentam maior eficiência fotossintética O ponto de
compensação de CO2 para plantas C4, que é o caso do milho é em torno de 5 ppm. A partir
desse valor a fotossíntese líquida é positiva e a planta começa a produzir fotoassimilados
(BERGAMASCHI e MATZENAUER, 2014).
As análises estatísticas indicaram que não houve interação significativa, a 5% de
probabilidade, entre profundidade de sistema radicular, concentração de CO2 e quantidade de
palhada, para nenhum município estudado (Apêndice 1- Tabela 3). O mesmo ocorreu para
profundidade do sistema radicular e concentração de CO2 e para cobertura e concentração de
CO2. Ou seja, estatisticamente não há interação entre as alterações na concentração de dióxido
de carbono e as estratégias de manejo avaliadas. Portanto, não se verificou quaisquer efeitos
das diferentes profundidades de sistema radicular e das quantidades de palhada deixadas no
solo na produtividade do milho, dentro de cada concentração de CO2 avaliada.
46
(A) AIMORÉS (B) ARAÇUAÍ
20
20
Alteração na produtividade (%)
0 0
-10 -10
-20 -20
20 20
Alteração na produtividade (%)
10 10
0 0
-10 -10
-20 -20
47
(E) MACHADO (F) PARACATU
20 20
10 10
0 0
-10 -10
-20 -20
20
20
Alteração na produtividade (%)
10
10
0
0
-10 -10
-20 -20
48
(I) UBERABA (J) VIÇOSA
20
20
10
10
0
0
-10 -10
-20 -20
49
de produção que deixa 4 t ha-1 de palhada no solo (Cob4), a queda na produtividade foi de
16,92% para este município. Sendo assim, infere-se que, tanto sistemas radiculares mais
profundos, quanto uma boa cobertura de palhada deixada no solo, devido ao aumento do
albedo, apresentam potencial como medidas mitigadoras de efeitos de mudanças na taxa de
radiação solar incidente. Para todas as localidades, a melhor estratégia de manejo para atenuar
os efeitos de redução da radiação solar, é a que adota uma boa correção do solo, sem
impedimento ao crescimento radicular (Rz50 e Rz70) e um sistema de plantio direto bem
consolidado (Cob4) (Figura 6).
Ainda em comparação ao baseline (Rz50Cob2), ao se aumentar a radiação solar em 25
e 50% (Tabela 16) observou-se um aumento no rendimento médio de grãos de milho para a
maioria dos municípios estudados. Os incrementos em produtividade chegaram a mais de
20% para Viçosa, Pompéu, Sete Lagoas, Paracatu e Machado, quando se testou o cenário com
sistema radicular mais profundo e a maior quantidade de palhada deixada no solo (Rz70Cob4)
(Figura 6J, 6G, 6H, 6F e 6E). Araçuaí, no entanto, apresentou uma queda na produtividade ao
se aumentar em 50% a radiação solar (Figura 6B). Isso pode ser explicado pelo fato da
localidade apresentar baixa precipitação média anual, ou baixa porosidade total (maior
densidade entre os municípios) com consequente menor retenção de água no solo. O excesso
de luz para a planta quando se encontra em estresse hídrico, pode acarretar em uma redução
expressiva na eficiência da fotossíntese e, consequente redução na produtividade (ARAÚJO e
DEMINICIS, 2009). O aumento da radiação também pode aumentar a evapotranspiração que
(BERGAMASCHI e MATZENAUER, 2014), com um mesmo volume de precipitação e uma
mesma retenção de água no solo, acarretará também em queda no rendimento de grãos.
Machado e Pompéu apresentaram uma queda mais acentuada na produtividade com o
aumento do percentual de radiação solar nos cenários com ausência de palhada (Cob0) em
relação a Araçuaí, ressaltando a relevância de um sistema de plantio bem consolidado nesses
locais e como o plantio direto beneficia a uma maior eficiência de uso da radiação solar.
As análises estatísticas indicaram que não houve interação significativa, a 5% de
probabilidade, entre profundidade de sistema radicular, radiação solar e quantidade de
palhada, em nenhum município estudado (Apêndice 1- Tabela 4). O mesmo ocorreu para
profundida do sistema radicular e cobertura.
As interações que se mostraram significativas na análise de variância (prof. raiz x
radiação solar e cobertura x radiação solar) foram desdobradas a fim de se avaliarem os
efeitos de suas interações sobre a produtividade do milho (Tabelas 17 e 18). Sendo assim,
50
foram realizados testes de Tukey, a 5% de probabilidade, para palhada, radiação solar e
profundidade de raiz.
(A) AIMORÉS (B) ARAÇUAÍ
Rad-25 Rad0 Rad+25Rad+50 Rad-25 Rad0 Rad+25Rad+50
30 30
20 20
Alteração na produtividade (%)
0 0
-10 -10
-20 -20
-30 -30
Rz30Cob0 Rz30Cob2 Rz30Cob4 Rz30Cob0 Rz30Cob2 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 Rz50Cob2 Rz50Cob4 -40 Rz50Cob0 Rz50Cob2 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob2 Rz70Cob4 Rz70Cob0 Rz70Cob2 Rz70Cob4
-50 Baseline -50 Baseline
20 20
Alteração na produtividade (%)
Alteração na produtividade (%)
10 10
0 0
-10 -10
-20 -20
-30 -30
51
(F) PARACATU (E) MACHADO
Rad-25 Rad0 Rad+25Rad+50 Rad-25 Rad0 Rad+25Rad+50
30 30
20 20
10 10
0 0
-10 -10
-20 -20
-30 -30
Rz30Cob0 Rz30Cob2 Rz30Cob4 Rz30Cob0 Rz30Cob2 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 Rz50Cob2 Rz50Cob4 -40 Rz50Cob0 Rz50Cob2 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob2 Rz70Cob4 Rz70Cob0 Rz70Cob2 Rz70Cob4
-50 Baseline -50 Baseline
20 20
Alteração na produtividade (%)
10 10
0 0
-10 -10
-20 -20
-30 -30
Rz30Cob0 Rz30Cob2 Rz30Cob4 Rz30Cob0 Rz30Cob2 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 Rz50Cob2 Rz50Cob4 -40 Rz50Cob0 Rz50Cob2 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob2 Rz70Cob4 Rz70Cob0 Rz70Cob2 Rz70Cob4
-50 Baseline -50 Baseline
52
(I) UBERABA (J) VIÇOSA
Rad-25 Rad0 Rad+25Rad+50 Rad-25 Rad0 Rad+25Rad+50
30 30
20 20
Alteração na produtividade (%)
0 0
-10 -10
-20 -20
-30 -30
Rz30Cob0 Rz30Cob2 Rz30Cob4 Rz30Cob0 Rz30Cob2 Rz30Cob4
-40 Rz50Cob0 Rz50Cob2 Rz50Cob4 -40 Rz50Cob0 Rz50Cob2 Rz50Cob4
Rz70Cob0 Rz70Cob2 Rz70Cob4 Rz70Cob0 Rz70Cob2 Rz70Cob4
-50 Baseline -50 Baseline
53
(2006), avaliaram o efeito de três sistemas de manejo na temperatura do solo durante todo o
ciclo do feijoeiro. Eles concluíram que o sistema de plantio direto proporcionou menores
temperaturas máximas e menor amplitude térmica no solo devido ao aumento do albedo, da
refletividade dos raios solares.
Para Machado, aumentando em 25% a radiação solar, o resultado foi diferente. A
diferença estatística foi detectada em cada cenário de cobertura com palhada avaliado (Cob0,
Cob2 e Cob4) (Tabela 17). Infere-se, então, que, quanto maior a quantidade de palhada
deixada no solo, maior é o potencial da cobertura como medida mitigadora.
O uso da palhada influencia na interceptação da radiação fotossinteticamente ativa e
por isso as menores quedas na produtividade estão associadas a maior quantidade de palhada
deixada no solo. Kunz et al., (2007) realizaram um estudo com o intuito de avaliar a eficiência
de interceptação e de uso da radiação fotossinteticamente ativa pela cultura do milho em
diferentes sistemas de manejo. O trabalho foi conduzido em estação experimental em
Eldorado do Sul, RS e os autores concluíram que o milho que foi cultivado em sistema de
plantio direto apresentou uma eficiência maior de interceptação da radiação
fotossinteticamente ativa em relação ao preparo convencional. Os autores inferem que isso
pode estar relacionado ao maior turgor das folhas devido à maior disponibilidade hídrica para
plantas cultivadas em sistema de plantio direto.
54
Tabela 17 - Desdobramento da análise de variância para interação entre cobertura e a
alteração na radiação solar.
55
As interações existentes entre as alterações na radiação solar e a profundidade do
sistema radicular foram significativas para Janaúba, Lavras, Paracatu, Pompéu, Sete Lagoas,
Uberaba e Viçosa (Tabela 18). Ao se avaliar o efeito da profundidade do sistema radicular,
dentro das alterações na radiação solar, dois resultados distintos foram observados ao se
reduzir em 25% a radiação solar (Rad-25). Pompéu, Uberaba e Viçosa não apresentaram
diferenças estatísticas na produtividade, para os três níveis de raiz avaliados. Ou seja, o efeito
do sistema radicular não foi significativo nesses locais ao se reduzir a radiação solar. Janaúba,
Lavras, Paracatu e Sete Lagoas, por sua vez, apresentaram diferença significativa para o
sistema radicular raso (Rz30). Nesses locais, a redução da radiação solar, sistemas radiculares
mais profundos, ou solo melhor corrigido minimizam os efeitos da redução na radiação solar.
O mesmo ocorreu ao se aumentar a radiação solar em 25% para todas as localidades. Solos
mal corrigidos ou com resistência ao crescimento radicular apresentaram menores
produtividades, sendo mais sensíveis ao aumento da radiação solar. O aprofundamento do
sistema radicular tende a ser viável para mitigar efeitos das alterações na radiação solar sobre
a cultura do milho.
56
Rad- 25 6330Aa 6872Ba 6857Ba
Rad0 7436Ab 8559Bb 8569Bb
Sete Lagoas
Rad+25 8144Ac 9768Bc 9787Bc
Rad+50 8215Ac 10257Bd 10262Bd
Rad- 25 7283Aa 7533Aa 7520Aa
Rad0 8439Ab 9549Bb 9456Bb
Uberaba
Rad+25 9034Ac 10775Bc 10685Bc
Rad+50 9271Ac 11054Bc 10976Bc
Rad- 25 5572Aa 5562Aa 5620Aa
Rad0 6436Ab 6745Bb 6851Bb
Viçosa
Rad+25 6714Ac 7500Bc 7686Bc
Rad+50 6785Ac 7906Bd 8164Bd
Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
57
5 CONCLUSÕES
58
REFERÊNCIAS
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65
APÊNDICE
66
Apêndice I – Resumo Análises de variância
Pr > Fc
FV Municípios
Sete
Aimorés Araçuaí Janaúba Lavras Machado Paracatu Pompéu Uberaba Viçosa
Lagoas
Profundidade de raiz 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Cobertura 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0.2094 0,0000
Alteração climática 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Prof. de raiz X
0,9841 0,4559 0,8123 0,9161 0,8167 0,9960 0,9847 0,9995 0,9895 0.9989
Cobertura
Prof. de raiz X Alt.
1,0000 0,0156* 0,0000* 0,0000* 0,9309 0,9925 0,1790 0,1580 0,9801 0,5013
Climática
Cobertura X Alt.
0,0000* 0,5183 0,2317 0,0002* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,1187 0,9989 0,0002*
Climática
Cobertura X Alt.
Climática X Prof. de 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 0,9310 0,9985 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
raiz
CV 12,94 18,11 17,36 13,98 10,64 9,85 11,92 12,91 11,3 13,13
*Valor de Pr> Fc igual ou menor que 0,05 indica diferença significativa a 5% de probabilidade.
67
Tabela 2 - Resumo análise de variância para alterações na temperatura e estratégias de manejo.
Pr > Fc
FV Municípios
Sete
Aimorés Araçuaí Janaúba Lavras Machado Paracatu Pompéu Uberaba Viçosa
Lagoas
Profundidade de raiz 0,0472 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Cobertura 0.0005 0.0000 0.0002 0.0020 0.0000 0.0056 0.0000 0.0094 0.2484 0.0000
Alteração climática 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Prof. de raiz X
1,0000 0.8629 0.9980 0.9501 0.9804 0.9992 0.9996 0.9981 0.9185 0.9986
Cobertura
Prof. de raiz X Alt.
0.7026 0.0066* 0.0000* 0.0000* 0.0005* 0.0000* 0.0004* 0.0000* 0.0000* 0.0095*
Climática
Cobertura X Alt.
0.2126 0.0001* 0.3555 0.9541 0.8744 0.9857 0.8612 0.9777 0.8041 0.8677
Climática
Cobertura X Alt.
Climática X Prof. de 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
raiz
CV 35,68 39,79 37,2 21,26 16,86 20,04 19,9 21,61 16,04 23,61
*Valor de Pr> Fc igual ou menor que 0,05 indica diferença significativa a 5% de probabilidade.
68
Tabela 3 - Resumo análise de variância para alterações na concentração de CO2 e estratégias de manejo.
Pr > Fc
FV Municípios
Sete
Aimorés Araçuaí Janaúba Lavras Machado Paracatu Pompéu Uberaba Viçosa
Lagoas
Profundidade de raiz 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Cobertura 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,2537 0,0000
Alteração climática 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Prof. de raiz X
0.9959 0.0003* 0.6708 0.0486* 0.6248 0.0484* 0.0342 * 0.9934 0.6029 0.6111
Cobertura
Prof. de raiz X Alt.
1,0000 1,0000 0.9996 0.9334 0.9999 1,0000 0.9885 1,0000 1,0000 0.5398
Climática
Cobertura X Alt.
1,0000 1,0000 0,9999 0,9999 0,9934 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
Climática
Cobertura X Alt.
Climática X Prof. de 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
raiz
CV 4,71 11,88 8,5 5,24 5,48 4,93 6,1 6,78 6,58 5,24
*Valor de Pr> Fc igual ou menor que 0,05 indica diferença significativa a 5% de probabilidade.
69
Tabela 4 - Resumo análise de variância para alterações na radiação solar e estratégias de manejo.
Pr > Fc
FV Municípios
Sete
Aimorés Araçuaí Janaúba Lavras Machado Paracatu Pompéu Uberaba Viçosa
Lagoas
Profundidade de raiz 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
Cobertura 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0,1635 0.0000
Alteração climática 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
Prof. de raiz X
0.9038 0.7677 0.8259 0.6866 0.2178 0.9954 0.9793 0.9993 0.9999 0.914
Cobertura
Prof. de raiz X Alt.
0.5733 0.5402 0.0007* 0.0000* 0.1876 0.0000* 0.0000* 0.0000* 0.0000* 0.000*
Climática
Cobertura X Alt.
0.0001* 0.0356* 0.0528 0.0017* 0.0000* 0.0247* 0.0000* 0.0172* 0.9044 0.000*
Climática
Cobertura X Alt.
Climática X Prof. de 0.9989 0.9996 0.9987 0.9997 0.6429 0.9999 0.9909 1,0000 1,0000 1,0000
raiz
CV 14,72 21,11 17,82 13,7 14,38 11,01 12,52 11,24 13,71 11,11
*Valor de Pr> Fc igual ou menor que 0,05 indica diferença significativa a 5% de probabilidade.
70