2006 RóberCarlosBarbosaDuarte
2006 RóberCarlosBarbosaDuarte
2006 RóberCarlosBarbosaDuarte
MÓDULO DE ENSINO DE
MECÂNICA NEWTONIANA COM USO DE
ABORDAGEM CTS - HISTÓRICA
BRASÍLIA – DF
Agosto
2006
2
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação
Instituto de Física
Instituto de Química
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ENSINO DE CIÊNCIAS
MÓDULO DE ENSINO DE
MECÂNICA NEWTONIANA COM USO DE
ABORDAGEM CTS - HISTÓRICA
BRASÍLIA – DF
Agosto
2006
3
FOLHA DE APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Erika Zimmermann – Orientadora
(Presidente)
___________________________________________________
Prof. Dr. Wildson Luiz Pereira dos Santos
(Membro interno – PPGEC/UnB)
___________________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Luiz Garavelli
(Membro externo – Universidade Católica de Brasília)
___________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria de Fátima da Silva Lettere
(Suplente – Universidade de Brasília)
4
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Este trabalho foi motivado por uma crença na possibilidade de redução das
dificuldades enfrentadas por alunos do primeiro ano do Ensino Médio para aprender
Mecânica Newtoniana. Com base na idéia de que as abordagens CTS (Ciência,
Tecnologia e Sociedade) e HFS (História, Filosofia e Sociologia da Ciência)
contribuem para o aprendizado de ciências, foi criada uma abordagem com
elementos presentes nas duas, qual seja, CTS-Histórica, e a partir dela foi produzido
um material didático. Chamamos este material de Módulo de Ensino, o organizamos
em dois CDs com apresentações em Power Point e em dois textos de apoio e
produzimos um manual para o professor. O objetivo principal deste trabalho é
desenvolver um material que, a partir de um contexto social e histórico, auxilie
professores de Física a ensinar Mecânica Clássica. Para tanto, usou-se o tema
gerador “Satélites” para a construção do Módulo e trabalhou-se os conceitos Físicos
inerentes à questão. As apresentações em CD começam com o conceito de
satélites, suas funções e tipos. Para que os alunos entendam como essas máquinas
são colocadas em órbita, há necessidade de um embasamento com a Teoria da
Gravitação Universal. Isto é feito ainda no CD 01 com o uso da história da ciência,
desde a Física aristotélica, passando pelos trabalhos de Tycho Brahe, Kepler e
Galileu, até a Mecânica Newtoniana. O segundo CD contextualiza historicamente a
invenção dos satélites, abordando a Revolução Russa, a Primeira e a Segunda
Guerra Mundial e, finalmente, a Guerra Fria quando ocorreu, na corrida espacial, a
invenção dos primeiros satélites. A apresentação neste CD termina com a queda do
Muro de Berlim e o fim da União Soviética. Ambos os CDs propõem
contextualização e interdisciplinaridade. Uma vez pronto este material didático,
surgiu a necessidade de se avaliar o impacto que ele causaria no ensino de Física.
Para tanto, dois professores dessa disciplina receberam o Módulo para avaliação. A
coleta de dados para a pesquisa foi feita com utilização de uma entrevista semi-
estruturada. A avaliação dos professores sinalizou uma boa aceitação do Módulo de
Ensino e a existência da intenção de levá-lo para a sala de aula. Os professores
entrevistados também apresentaram algumas sugestões para o material, bem como
outras formas de usá-lo.
ABSTRACT
This work was motivated by my will of doing something that could reduce the
difficulties faced by students of first year of high school in learning Newtonian
Mechanics. Based upon the idea that CTS and HFS approaches contribute to the
learning of science, it was created an approach containing elements of both, which is
called, CTS-Historic approach. By the use of this approach, it was produced a
didactic material. This didactic material consisted of two CDs - with Power Point
presentations - two support texts, and even a manual for the teacher. The main point
was, by means of a social and historical context, to help Physics teachers to teach
Classical Mechanics. In order to match this aim, a key issue, which was called
Satellites, was used to make the CDs and to work some Physics concepts inherent to
the question. The presentations begin with a concept of satellites, including its
functions and types. In order to make students to learn how those machines are put
in orbit, it was necessary to give them the principles of the Universal Law of
Gravitation. This was contemplated in CD1 by an explanation of the history of
science; from Aristotelian Physics, passing by the works of Tycho Brahe, Kepler and
Galileo, until Newtonian Mechanics. CD2 promotes a discussion over the invention of
the satellites, considering its history by giving explanations about the Russian
Revolution, First and Second World War and also the Cold War – in which took place
the Space Race, which led to the invention of the first satellites. This CD presentation
finishes with the fall of the Berlin Wall and the end of the Soviet Union. Both CDs
propose contextualization and interdisciplinarity. Once this didactic material was
ready, the will to know the impact it would provoke, arose. In order to match this, two
Physics teachers received this material and analyzed it. The data collection for this
research was based on a semi-structured interview. The evaluation of the teachers
signed that the material had a good acceptance and showed their intention of taking
it to the classroom. The teachers also made some suggestions for the material and
proposed other ways to use it.
SUMÁRIO
Introdução
Estrutura desta Dissertação............................................................................. 09
Capítulo 1
A opção pelo ensino e pesquisa....................................................................... 12
1.1. A vida escolar do autor................................................................... 12
1.2. A decisão pela licenciatura em Física como início da maturidade
profissional............................................................................................. 14
1.3. A incompleta satisfação com a aprendizagem dos alunos como
motivação de nosso trabalho................................................................. 15
Capítulo 2
Abordagem Metodológica................................................................................. 19
Capítulo 3
Fundamentação Teórica................................................................................... 25
3.1. A crise no Ensino Científico............................................................ 25
3.2. História da Ciência e o Ensino de Ciências.................................... 27
3.2.1. Abordagem Histórica no Ensino de Ciências.................... 31
3.2.2. Paralelo entre Produção Individual e Histórica da
Ciência........................................................................................ 31
3.2.3. Pressupostos para utilização da História da Ciência no
Ensino de Ciências...................................................................... 32
3.2.4. Críticas à utilização da História da Ciência no Ensino de
Ciências....................................................................................... 34
3.2.5. Abordagem Filosófica no uso da História da Ciência no
Ensino de Ciências...................................................................... 37
3.2.6. História da Ciência e o Ensino da Física........................... 38
3.3. Abordagem CTS (Ciência Tecnologia e Sociedade)...................... 39
3.3.1. Ensino de Ciências e Cidadania....................................... 45
Capítulo 4
Construção do Módulo de Ensino.................................................................... 48
Capítulo 5
Avaliação do Módulo........................................................................................ 55
Capítulo 6
Considerações finais........................................................................................ 63
Referências bibliográficas............................................................................. 67
Apêndice A
Textos do CD 01............................................................................................... 73
Satélites................................................................................................. 74
8
Apêndice B
Textos do CD 02............................................................................................... 111
Contexto histórico da construção dos primeiros satélites...................... 112
Apêndice C
Sugestões para o professor............................................................................. 143
Sugestões para o professor................................................................... 144
Sugestões para uso dos slides da Apresentação “1 – Satélites” 146
Sugestões para uso dos slides da Apresentação “2 – Como se
coloca um satélites em órbita – de Aristóteles a Kepler”............ 150
Sugestões para uso dos slides da Apresentação “3 – Como
colocar um satélite em órbita – Galileu”...................................... 155
Sugestões para uso dos slides da Apresentação “4 - Como
colocar um satélite em órbita – Newton”..................................... 158
Sugestões para uso dos slides da Apresentação “5 - Contexto
histórico da invenção dos satélites”............................................ 162
Apêndice D
Slides................................................................................................................ 165
Slides da apresentação 1 – Satélites: CD – 01..................................... 166
Slides da apresentação 2 - Como colocar um satélite em órbita - de
Aristóteles a Kepler: CD – 01................................................................. 173
Slides da apresentação 3 - Como colocar um satélite em órbita –
Galileu: CD – 01..................................................................................... 185
Slides da apresentação 4 - Como colocar um satélite em órbita –
Newton: CD – 01.................................................................................... 194
Slides da apresentação 5 - Contexto histórico da construção dos
primeiros satélites: CD – 02................................................................... 205
9
Introdução
Esta dissertação é dividida em seis capítulos que são repartidos entre escolha
finais.
pelo início de sua vida escolar, passando por sua opção pelo magistério, pelo
material didático quanto para sua avaliação. Portanto, neste capítulo são discutidos
Para tanto, como se verá, muitos esforços foram investidos em estudar as diversas
Histórica e abordagem CTS, que, a nosso ver, claramente engloba a história. Este
de aprendizagem dessas Leis (TALIM, 1999; PACCA, 1991). Cabe ainda ressaltar
bibliográficas, não só sobre História da Ciência, mas também História Geral como
forma de contextualização.
O capítulo quatro mostra como foram construídos os CDs e como eles são
para a produção dos CDs também são discutidos neste capítulo. É bom lembrar que
importante conhecer um pouco de sua história de vida, pois através dela o leitor
Capítulo 1
estudante. O gosto pelo ensino surgiu ainda quando cursava o ensino básico em
um aluno interessado, curioso e dedicado, uma criança que sentia muito prazer em
lógica dos cálculos que devia fazer, nem sua relação com algo que fizesse parte do
meu conhecimento, isto é, o que precisava aprender não tinha nenhum significado
para mim. Eu também não satisfazia as expectativas dos professores, ou seja, não
conseguia repetir em provas o que eles haviam apresentado nas aulas. Foi então
outros alunos de minha idade. Não considero hoje que tenha cursado
13
No final da oitava série, “motivado” pelos estudos para mais uma prova de
recuperação, comecei, pela primeira vez, a perceber alguma clareza e lógica nos
maior que o mínimo necessário para a aprovação (como sempre ocorria quando
antigo segundo grau, senti, de início, algumas dificuldades. O que se tornou muito
útil neste momento foi a experiência que eu havia tido no final da oitava série (de
ensinar a colegas, em grupos de estudos, o que havia aprendido. Foi assim que
momento, muito mais que uma atividade prazerosa, talvez tenha sido um divisor de
aprender Matemática, por que seria diferente com a Física? O desafio foi vencido
que aprender foi a satisfação de ajudar outras pessoas a fazer o mesmo. A paixão
por ensinar Física, adquirida nesta época, me acompanha até os dias de hoje.
acidente de trabalho, forçaram minha mudança para uma escola mais próxima de
começaram a fazer sucesso de tal forma que a sala começou a ficar cheia inclusive
com alunos de outras turmas. O resultado que tais aulas alcançavam levou-me a
motivação de meus colegas em assistir minhas aulas não era por estas serem tão
boas, mas provavelmente o sucesso deveu-se muito mais ao desejo que possuíam
de serem aprovados. Dito de outra forma, era o medo da reprovação que acabava
levando essas pessoas a uma disposição para o estudo. De qualquer forma, o gosto
maturidade profissional
somada ao fato da atividade agropecuária já não ser mais a única fonte de renda de
minha família, possibilitou-me almejar um curso superior. Minha escolha não podia
15
ser outra: o magistério. Eu não tinha dúvidas, queria ser professor. Sabia (e tinha
razão) que seria feliz nessa profissão. A opção pela licenciatura em Física foi
estimulada por esta ser a disciplina que mais gostava de aprender e ensinar.
uma crença que todos os problemas do ensino de Física poderiam ser sanados com
fenômenos. Esta crença continuava ganhando força a cada vez que tinha uma nova
facilidade em ensinar era reforçada com “bons resultados” de minhas aulas que,
mais uma vez, funcionavam bem para colegas com medo de reprovação, colegas
Ensinar Física e Ciências era mais complicado do que imaginava e isso era um novo
desafio a ser vencido. Passei então a desejar uma pós-graduação como saída para
didáticos.
para uso em sala de aula. Não estando completamente satisfeito com tais estudos,
Universidade.
ajudaram-me a ver outros horizontes, mas eu ainda não tinha clareza sobre o foco
da minha pesquisa. Optei por trabalhar com as Leis de Newton pela facilidade em
Ciência poderia ser uma saída. Ao começar a escrever sobre as Leis de Newton em
vez que estas estavam inseridas num contexto maior, envolvendo uma infinidade de
outros conceitos. Este era apenas um dos problemas que, somado ao fato de
Com relação à idéia inicial de se trabalhar com o ensino das Leis de Newton
opção de trabalhar não só com as Leis de Newton, mas com boa parte da Mecânica
Sociologia da Ciência).
ciência numa abordagem CTS, se deve ao fato do que cada uma dessas linhas se
decisões (SANTOS & SCHNETZLER, 2003). Com relação a este ponto, julgamos
uma vez que conclusões de pesquisas nesta área dizem que o aluno adquire uma
visão de como a ciência é construída, quando a estuda por meio de sua história
(BARRA, 1993; CULPANI, 1989; DANHONI, 1992; HARRES, 2002; MARTINS, 1990;
CTS-Histórica.
Foi, portanto a partir da percepção de que ensinar não é trivial, como pensava
ser, que surgiu a motivação para esta pesquisa. No trabalho em sala de Física
Capítulo 2
Abordagem Metodológica
dificuldades para entender as Leis de Newton (TALIM, 1999; PACCA, 1991). Foi
que uma abordagem CTS (Ciência Tecnologia e Sociedade) com elementos de HFS
Leis. Percebemos que elas não estavam ligadas entre si e que, historicamente, as
três Leis faziam parte de um contexto maior e não vimos como abordá-las
Universal. Isso se explica, pois, o próprio Newton, antes de chegar a esta última,
três Leis. Desta forma, decidimos abordar a Física Newtoniana dentro do contexto
didático com abordagem CTS-Histórica (ver capítulo 3). Este é o caminho que
Clássica. Nossa expectativa é que este material aqui planejado e organizado possa
20
ser útil, para o professor, auxiliando-o a enfrentar as dificuldades para ensinar essa
parte da Física.
palavras, acreditamos que a abordagem CTS-Histórica seja uma possível saída para
outras áreas como Filosofia (GUERRA et al., 1998), História Geral (PESSOA FILHO,
(GUERRA et al., 1998) tão propalada pelos PCNEM (BRASIL, 1999). Ao mesmo
seus alunos.
abordagem CTS é a adoção de um tema que sirva como ponto de partida (CRUZ &
conceitos da Mecânica Newtoniana foi “satélites”, já que o uso dessa tecnologia (nas
transmissões de TV, por exemplo) faz parte do dia a dia dos alunos. Este tema foi
considerado interessante por nós pelo seu potencial de abordagem dos vários
conceitos físicos com os quais se pode trabalhar, além de ser um tema que oferece
Nos cursos com abordagem CTS (ver capítulo 03), o envolvimento de mais de
pois esta última é, por concepção, disciplinar e não oferece recursos para a
mais de uma disciplina. Por isso, o tema “satélites” se tornou relevante porque, além
máquinas (Apêndice 02) contribui para que se compreenda como essa tecnologia
formato Power Point para uso em sala. A idéia de se elaborar CDs não é nova.
Dentre os muitos autores, que trabalham com esta idéia, podemos citar Pessoa Filho
(2005). Este autor inspirou nosso trabalho, fazendo-nos perceber que um CD para
uso em sala de aula poderia ser útil para a aprendizagem, pois como afirmam
Fiolhais & Trindade (2004) esse tipo de material tem um grande potencial de atingir
iniciou-se o planejamento da melhor forma deste ser utilizado em sala de aula pelos
professores. Certamente nem todas as escolas dispõe de data show para uso em
aulas, por isso foram também planejados textos (Apêndices 01 e 02) que
presentes nos textos que acompanham os CDs. Portanto, o professor terá material
abordagem histórica foi apontada por Matthews (1995). Bastos (1998) argumenta
ensinar Física no Ensino Médio que planejamos este trabalho. Para isso produzimos
(como visto) os CDs e os textos de apoio, ambos para uso com alunos do Ensino
Médio.
pelo material nos alunos. No entanto, percebemos que isso não seria possível, pois
envergadura. Optou-se, portanto, por uma avaliação feita do ponto de vista dos
avaliado por dois professores de Física do Ensino Médio. Os CDs foram entregues a
24
eles para que os analisassem. Por fim, após terem examinado o Módulo, os dois
história da ciência desde Aristóteles até Newton e também a história da Guerra Fria,
lançamento dos satélites mais conhecidos), foi produzido o material didático. Este foi
do professor, tudo armazenado em dois CDs. Uma vez pronto o material, este foi
Como foi afirmado acima, este trabalho tem como aporte teórico uma
revisão bibliográfica que culminou na fundamentação teórica que norteou todo este
trabalho.
25
Capítulo 3
Fundamentação Teórica
Física e, por conseguinte, sua utilização para o Módulo de Ensino proposto neste
trabalho.
até os dias de hoje, com o uso de uma abordagem que é bem semelhante à
científica. Mudanças curriculares ocorridas nos Estados Unidos, por exemplo, foram
soviéticos em 1957. Esta conquista dos russos despertou nos Estados Unidos o
era necessário acelerar o trabalho dos cientistas que serviam aos Estados Unidos e
crianças e jovens que ainda estavam no ensino básico eram educados para serem
“cientistas mirins”.
Soviéticas em 1957 foi um divisor de águas para a educação mundial. Com esse
fazer frente aos Russos, eles acreditavam que era necessário melhorar o ensino em
seu país, principalmente o ensino científico. Foi nesse clima que surgiram os
também puderam ser sentidas na Europa. No Reino Unido, por exemplo, foi lançado
Physical Science Study Committee (PSSC). Com isso pode se perceber que a
até hoje. Alguns materiais didáticos de ensino de ciências (como por exemplo, o
PSSC) foram importados dos Estados Unidos e traduzidos para o Português. Junto
27
que estimule a crítica nos alunos. Para tanto a ênfase recairá sobre o contexto social
Ensino de Ciências.
Nos últimos anos, houve uma grande aproximação entre o Ensino de Ciências
ressaltar, no entanto, que a história da ciência não foi introduzida nos currículos
28
como uma disciplina extra a ser ensinada como muitos acreditam, mas sim para
maior e mais rica dos conteúdos dos programas dos currículos de ciência. Um outro
exemplo dessa aproximação entre ciência e história, é dado pela Fundação Nacional
história da ciência nos cursos equivalentes a nossa educação básica. Além disso,
alguns programas de países como do Reino Unido e dos Estados Unidos tornaram a
Ciências. Podemos citar como exemplo os trabalhos de Peduzzi, (1996) que discute
as idéias de Aristóteles sobre o movimento dos corpos. Este tema tem um grande
potencial didático para lidar com algumas concepções alternativas dos estudantes,
como a de que não pode haver movimento sem força e de que força e velocidade
são proporcionais. Outro exemplo se tem no trabalho de Barra, (1993) que ressalta a
com ênfase na utilização da história da ciência como fonte de analogias úteis para a
estruturação do ensino de ciências. Segundo o autor não existe uma única história
para suas descobertas; Harres (2002) discute o contraste entre uma escala evolutiva
alguns autores chamam de “física da força impressa”. Ao final, este autor discute as
alunos apenas conteúdos, mas também uma concepção sobre o que é ciência. O
formas: pela prática da pesquisa e pelo contato com cientistas ou pelo estudo da
no ensino provoca desequilíbrios cognitivos, sendo útil por colocar o aluno como
uma abordagem histórica, tendo-se em vista sua construção, e, mais raro ainda, são
estudadas suas implicações sociais. “Esse quadro tradicional tem sido alvo de
críticas por parte de amplos setores preocupados com o ensino das ciências” (CRUZ
neutra.
método científico que ainda hoje se faz presente na educação científica escolar. Eles
(MOREIRA & OSTERMANN, 1993; SILVA & MARTINS, 2003; MARTINS, 1990) e
demonstram que ela é uma construção humana, e como toda e qualquer produção
que podem aperfeiçoá-lo e torná-lo mais útil, levando para o aluno uma visão mais
fiel do que seja ciência e de como ela é produzida. O uso de história da ciência é
ciência procura dar sua contribuição, juntamente com outras, como a abordagem
leva uma visão mais fiel dessa atividade dos cientistas, qual seja, produzir
conhecimento científico. Por outro lado, o interesse pela história da ciência também
ocorreu por causa de paralelos estabelecidos por Piaget e seus colaboradores entre
próximas de explicações que já foram aceitas no passado (PEDUZZI, 2001 b). Deste
Ensino de Ciências
ciência e seus métodos, refletir sobre a relação entre ciência e o contexto social,
ao ensino são:
educação científica. Os principais, segundo Silva e Martins (2003) são mostrar, por
formar uma visão mais concreta e correta da real natureza da ciência, seu
1995, p. 172).
34
científico se modifica com o tempo, evidenciando que as teorias científicas não são
Ciências
MATTHEWS, 1995) a única história possível de ser levada para a sala de aula de
ciências é uma pseudo-história, ou seja, uma história distorcida. Klein afirma que é
muito difícil levar para a sala de aula a história da Física para atender às
necessidades de ensino. Este autor defende que existe uma significativa diferença
35
Física levada para a aula de ciências pelo professor não passará de recortes
defende esse autor, é preferível não usar a história da ciência no ensino do que
não acreditamos que o professor de Física só poderá levar para sala de aula uma
complexa e rica história da Física produzida pelo historiador para enriquecer sua
aula. Acreditamos, portanto, ser possível levar para a sala de aula uma história de
a ser enfrentado pelos professores e por aqueles que se propõe a produzir materiais
fazemos parte desse grupo que acredita que a história da ciência enriqueça as aulas
de ciência sem perda da riqueza histórica e viemos, por meio deste trabalho, propor
estes terem contato com a história da ciência. Esta crítica surgiu, em parte, devido à
análise filosófica feita por Tomas Kuhn em sua obra A Estrutura das Revoluções
condizente com o pensamento dos autores dos manuais científicos, que desejam
não dar chance de abalo ao paradigma: “Por que honrar o que os melhores e mais
trabalho, discordamos desta visão. Assim como Peduzzi (1996), acreditamos que a
história da mecânica clássica não pode ser contada sem a física e a cosmologia de
aristotélica, por ter muitas semelhanças com o senso comum, apresenta grande
potencial para se lidar com as concepções alternativas dos estudantes. Muitas das
histórico. Quando não se tem essa preocupação, a história da ciência não passa de
deram. Para isso, é indispensável que se vá além da história, ou seja, que discuta
Ensino de Ciências
próprio desenvolvimento histórico pode ser estudado sob diferentes pontos de vista
filosóficos como nos mostra Borges (1996). Essa autora identifica algumas das
visões que podem ser adquiridas ao se fazer uma abordagem histórica da ciência.
de Aristóteles como se este não fosse capaz de nos fornecer nada mais do que
(PEDUZZI, 1996).
geral, pouco tem abordado aspectos históricos e filosóficos sobre como foi a
de bases epistemológicas no ensino torna a Física “sem vida, sem história, sem
forma de comunicação cotidiana do aluno, nem sempre é apropriada por ele e a tão
OSTERMANN, 1993).
(GAGNÉ, 1963; GAGNÉ, 1970 In. ZIMMERMANN, 2000) são exemplos de correntes
do ensino de ciências que se inserem neste movimento. Para estas duas correntes,
historicamente situada. Ela surge nos últimos anos, pois muitos começaram a
chamar a atenção para a importância da dimensão social das ciências. Isso porque
humana. Além disso, é argumentado que ele tem implicações sobre a vida social
que devem ser consideradas em seu ensino. Aqui entra a abordagem Ciência-
Tecnologia e Sociedade – CTS – (SANTOS & MORTIMER, 2000) que retrata bem
as relações entre estes três elementos, de modo que ele possa estar inserido nas
ensino passa a não estar centrado unicamente no conteúdo em si, mas nas suas
mais ampla. Neste caso, não faz sentido reduzir a aprendizagem das ciências à
incerto das teorias científicas” (idem, p. 61), de tal forma que os alunos possam
CTS.
assim, para a formação do cidadão, afinal, nossos alunos vivem imersos num mundo
alunos que os currículos CTS partem de temas com relevância social e, a partir
currículos CTS têm como principal objetivo preparar os estudantes para o exercício
Nacionais (p. 34). Santos e Mortimer (2000) consideram essenciais que seja
2003 p. 23).
objetivos da abordagem CTS. Este exercício se dá por meio de uma postura crítica
por este último ser essencialmente disciplinar. Para uma abordagem CTS é
uma ciência neutra e infalível, sua natureza e limites são irreconhecíveis. A ciência e
uma saída para melhoria do ensino de ciências. Como esta abordagem requer uma
Foi de posse do aparato teórico discutido até aqui, neste capítulo, que
que uma abordagem CTS pode contribuir para a formação do cidadão, requerendo
Capítulo 4
trabalhar as Leis de Newton a partir da História da Ciência, o que não foi possível
dos textos que comporiam o módulo de ensino, percebemos que seria possível
social. Para tanto, escolhemos o tema “satélites” (CRUZ & ZYLBERSZTAJN, 2001).
Este tema foi importante pelas possibilidades que oferece de promover pelo menos
tinham dificuldades para aprender as Leis de Newton (TALIM, 1999; PACCA, 1991).
Médio, boa parte da Mecânica Clássica (CRUZ & ZYLBERSZTAJN, 2001). Para
2. Divisão das partes mais importantes dos textos por slides e em tópicos;
6. Revisão.
Além dos CDs, preparamos também mais três materiais de apoio ao trabalho
manual para o uso dos CDs (Apêndice 03). Este manual traz instruções de uso e
sugestões para utilização dos CDs pelo professor, que tem toda liberdade para
(como visto no capítulo anterior, p. 28), Matthews (1995) no que tange à História da
(p. 165) e, portanto, guiados por suas idéias construiu-se o Módulo. De alguma
forma, nossa expectativa era de produzir um texto sobre história da ciência que
Tornar a aulas mais desafiadoras e reflexivas; Se os movimentos violentos exigiam uma causa,
Humanizar as ciências e aproximá-las dos É bom que todos saibam que, segundo muitos
Favorece uma melhor compreensão dos Newton imaginou um canhão capaz de lançar
Apêndice 01)
material pelo professor. Por isso, gravamos os áudios e os inserimos nos slides de
tal forma que o professor possa escolher quando dispará-los ou se preferir ignorá-los
optando pela leitura dos tópicos. O recurso das apresentações no formato Power
Point, também foi pensado, tendo em vista dar mais liberdade de escolha ao
professor e por ser este um programa conhecido por muitos. Esse recurso oferece a
outros; enfim, utilizar da forma que achar mais conveniente. Chegamos a estudar
disciplinaridade. Nosso trabalho pode ser uma saída para que a contextualização e a
abordado no CD-01 por meio de seu uso social. Em seguida foram trabalhados os
52
coloca um satélite em órbita também foi alvo de nossa preocupação. Para isso,
trabalhos de Tycho Brahe e Kepler, que culminou nas três famosas Leis do
movimento planetário. A Física galileana foi igualmente importante, pois “uniu o Céu
de uma teoria que possibilitou a colocação dos satélites em órbita, por isso, não
mencionados, por exemplo, a Conservação da Energia Mecânica (CD 01, Apres. 03,
slide 17) e Momento Linear (CD 01, Apres. 04, slide 15). Se o professor desejar
dada grande atenção a estes assuntos por fugirem do objetivo central da parte
que os alunos tenham adquirido uma boa idéia de como são os mecanismos de
importantes. Por que o homem quis observar a Terra do alto? O que motivou os
satélites começa na Revolução Russa. Foi ela quem deu o pontapé inicial para a
mundo que seu regime era o mais capaz. Foi nesta corrida espacial que os primeiros
Primeira Guerra Mundial) e a Guerra Fria, houve a Segunda Grande Guerra, assunto
que também é abordado neste CD. A vitória dos aliados (entre eles americanos e
confisco dos tão avançados aparatos tecnológicos alemães após a derrota de Hitler,
dentre eles os foguetes V-2 que tinham sido construídos com trabalho escravo nos
influenciou na corrida espacial devido aos serviços prestados pelos cientistas deste
país aos Estados Unidos e à União Soviética após o fim da Segunda Guerra
Mundial. Em outras palavras, a invenção dos satélites teve grade participação (de
campos de concentração. Isso justifica a inserção da história, não só deste país nos
(assunto estudado no primeiro ano do Ensino Médio), utilizando para isso a História
que nossos alunos do Ensino Médio têm para aprender mecânica, este trabalho
54
interdisciplinaridade.
Para colhermos opiniões sobre a sua importância, pedimos que dois professores o
Capítulo 5
Avaliação do Módulo
nossa parte e foi muito interessante e motivante. Para a realização deste trabalho,
foi necessária uma grande pesquisa bibliográfica para produção dos textos.
dos slides e gravação dos áudios. Isso foi muito produtivo para nós, pois
prazo para o término da pesquisa já estava quase esgotando, então, optamos por
futuramente continuar essa pesquisa. Assim, o tempo que nos restou só permitiu
material como combinado, o que não ocorreu com o professor de História. Restou-
nos então, como única opção, entrevistar apenas os dois professores de Física.
56
encontro para a entrevista que ocorreu em uma escola da rede pública de ensino do
bastante ricos.
sua carreira como integrante da direção de uma escola de nível médio (em 1994),
onde trabalhou por cinco anos. Após esta experiência ministrou, por um ano, aulas
Matemática e Ciências por dezenove anos, para turmas de quinta a oitava séries do
Ensino Fundamental. Trabalhou por seis anos como professora de Física no Ensino
Médio numa escola onde foi também vice-diretora. Atualmente, ministra aulas de
Aprendizagem.
material foi bem aceito e que eles gostariam de usá-lo em suas aulas, acreditando
que seja um ótimo material didático. Por exemplo, um dos entrevistados (RODRIGO)
professores, sugerindo ser justamente este um dos pontos mais altos do material.
Novamente, no restante de sua fala ele deixou transparecer o que considerava uma
E também tem a parte Física, Sociológica e Filosófica no CD, dá para ser integrado
para uma visão geral sobre o assunto que é o lançamento de satélites. (...) Em
questão de conteúdo para o aluno, o CD é riquíssimo, não só em relação à Física,
mas no contexto em geral (RODRIGO).
58
proposta, uma vez que eles demonstraram uma expectativa de terem, com este
Nós ficamos encantados aqui na escola com este trabalho, ficamos bem
entusiasmados. Podemos trabalhar História, Filosofia, Sociologia, Física. (...) Então, é
um recurso riquíssimo para se trabalhar entre as disciplinas. Existe uma carência de
material didático que aborda essas coisas, quer dizer, a gente não encontra coisas
sobre história da ciência, ou sobre história em geral nos livros de Física. Quando a
gente vê história, é no cantinho, pouquinho e muitas vezes distorcido. Eu vejo que
seu trabalho estimula a discussão entre as áreas, coisa que não existe nos livros
didáticos (CELINA).
uso do material em sala de aula. Algo que pudemos observar nesta fala da
convencionais não oferecem tal recurso, por esta razão seu entusiasmo com nosso
Módulo de Ensino.
o poder motivador dos CDs é tal que esse deveria ser usado tanto na formação
(...) é um aprendizado também para o professor. Acho que vai despertar o interesse
do professor para outras coisas e também para ele enxergar como a Física se
relaciona com a História, com as questões Filosóficas (CELINA).
continuada.
Em meu curso de graduação, a Física que tive foi baseada nas teorias e a questão de
aplicação em problemas voltados especificamente para a Física. Não se discutia
aplicação nem contexto histórico, nem da própria ciência muito menos histórico no
sentido de História da Humanidade. Então este seu trabalho, para mim, e acredito
que para outros professores, é muito rico por isso. Eu aprendo assistindo o seu
trabalho. Então, para quem não tem tempo de estar lendo, ou não tem acesso a
obras deste tipo, é muito importante, vejo que é um aprendizado também para o
professor. Acho que vai despertar o interesse do professor para outras coisas e
também para ele enxergar como a Física se relaciona com a História, com as
questões Filosóficas, que a Física não é uma coisa que saiu da cabeça de alguém,
assim, de uma hora para outra. Tem toda uma História de evolução (CELINA).
Dentro das avaliações feitas pelos entrevistados, foram surgindo idéias para
melhoria do material e do seu uso. A primeira delas refere-se a uma possível divisão
sugeriu que, ao fim de cada apresentação, os dez minutos finais da aula fossem
(...) mas ele teria que se adequar ao horário de aula, de uns 40 minutos cada tópico
(RODRIGO).
um material flexível que pode ser utilizado pelo professor conforme suas
alguma deve tolher as intenções do professor, pelo contrário, a idéia é que ele tenha
isso, o professor pode e deve parar e/ou começar pelo slide que bem desejar. O
material é dinâmico, pois dificilmente o professor saberá quanto tempo durará cada
outras menos, eis um motivo que justifica a não divisão das apresentações.
A questão de tempo no trabalho, tem partes longas, mas dividir é aquela questão
assim, às vezes os alunos comentam tanto que a aula fica longa. O que você
pensava que daria uma aula acaba ficando maior do que você esperava (...) Eu acho
um pouco difícil isso, querer que fique tão certinho o tempo. Com o tempo, com o uso,
a gente poderia até chegar num ponto ótimo, mas sem testar com o aluno, fica difícil
saber quanto tempo vai levar.
A nosso ver, uma das sugestões mais importantes foi feita pela professora
Celina. Ela sugere que se divida o contexto histórico (CD 02) em várias partes e que
Sugiro que faça um título mais chamativo. Você poderia ter um slide inicial,
apresentando as partes dele, a autoria (...) Antes, tem que dizer o autor, a instituição,
orientador, narrador. A bibliografia, eu sugiro que vá ao final de cada parte. Você
poderia sugerir alguns livros. Você poderia dividir o CD-02 em “Revolução Russa”,
“Primeira Guerra”, “Segunda Guerra” e “Guerra Fria” (CELINA).
slide.
Coloque isso [a informação de que se deve, na maioria das vezes, clicar no auto-
falante para disparar o áudio] na ficha técnica. Deixe assim, [a necessidade de clicar
no auto-falante para disparar o áudio] então, é mais lógico (CELINA).
áudio, no entanto, a nosso ver, isso tolheria a liberdade de uso do material. Com o
com a possibilidade de discutir antes da disparada do áudio ou até mesmo abrir mão
61
do som quando assim achar melhor. Isso seria impossível caso o áudio fosse
para utilização do material. Por exemplo, Celina levou para a entrevista anotações
do material, como:
metodológicas para uso do material em sala. Por exemplo, Celina afirmou que
A gente vê mais de uma maneira de aproveitar este trabalho. Bom, esta é uma
maneira, o professor usar projetando para todos os alunos. Outra maneira seria eles
estudarem em casa, terem acesso para comprar, o professor mandar fazer uma
pesquisa, estudar pelos slides. E até porque se não der para ver tudo em sala, o
aluno tem chance de ver em casa, rever, é para ele uma fonte de estudo, pesquisa,
quando ele quiser. Uma maneira de trabalhar seria fazendo perguntas que ele precise
responder por meio do que está no CD (CELINA).
O acesso ao material por parte dos alunos foi uma idéia recorrente entre os
dois professores.
Seria valoroso para o aluno ter acesso a este conteúdo, a este programa. Seria tipo
um complemento para o conteúdo dado em sala, porque nós trabalhamos de forma
interdisciplinar (RODRIGO).
professor ainda se faz necessário para orientá-los e chamar atenção para os pontos
mais relevantes do conteúdo dos CDs. Portanto, acreditamos que o professor ainda
62
é imprescindível para levar o material para a sala e discutir com os alunos o seu
conteúdo. A menos que o aluno esteja muito motivado para aprender sozinho,
gatilho da aprendizagem.
De uma forma geral, observou-se que o material foi bem aceito pelos
alunos. Talvez este número de professores não seja uma amostra significativa do
grupo. São necessárias outras pesquisas, com enfoque diferente desta, que venha
contemplar pontos que este trabalho, por uma questão de tempo, não pôde abordar.
63
Capítulo 6
Considerações finais
construção e apreciação dos CDs, pode ser identificado resumidamente a partir das
seguintes etapas:
7. Avaliação do material.
autores. Além dos livros foram consultados também CDs de outros autores, sites da
Sentimos certa dificuldade para a produção dos textos do CD 02. Mesmo não
Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria) partiu-se praticamente do zero por nunca tê-
prazer e ficamos satisfeitos em aprender História Geral para abordá-la nos CDs.
Revolução Russa (1917) até a queda do Muro de Berlim (1989) e o fim da União
estudos nos deram esses novos significados e, assim, aprendemos muito com a
Outro ponto importante é que este Módulo deve ser encarado como um
trabalho que ainda requer revisões reformulações e que, em sala de aula o professor
para o aluno.
Como foi visto, no capítulo anterior, os CDs foram avaliados por professores.
Para isso, foi planejada uma entrevista com dois professores de Física do Ensino
65
Médio – professores em potencial para uso deste tipo de material. A consulta a eles
tempo restante para conclusão do trabalho estava se esgotando, daí a opção por
uma avaliação feita por dois professores, como mostrada no capítulo anterior.
Sabemos que uma avaliação dessa natureza não possibilita que se tirem conclusões
válidas. Por isso não chamaremos nossa análise final de conclusões, pois ela
que o material:
• é útil tanto para uso com alunos no Ensino Médio quanto para ser usado
Ciência e a Sociologia; e
fracos desse trabalho: a falta de uma avaliação mais aprofundada com um número
envolvimento poderia se dar por meio de um trabalho de pesquisa que pudesse ser
feito na sala de aula onde o material fosse usado. A partir de um trabalho em sala,
com alunos usando o material, teríamos mais elementos para uma avaliação mais
profunda.
professores estão ávidos por novos materiais didáticos que os ajudem a modificar
suas práticas. Assim, sugere-se que mais pesquisadores trabalhem mais de perto
materiais didáticos.
para além da Física, uma visão que englobe História, Sociologia, Biologia, Filosofia,
Português etc. Uma visão de Física não como uma ilha, mas como uma das partes
de uma grande rede de conhecimento, uma visão interdisciplinar, para não dizer
transdisciplinar. Por que não usar História, Geografia, Arte e Poesia na sala de aula
de Física como visto no material aqui estudado? Por que não se ter Filosofia e
Sociologia em aulas de Física? É só com um trabalho deste tipo em sala de aula que
Referências bibliográficas
APÊNDICE A
Textos do CD 01
74
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação
Instituto de Física
Instituto de Química
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ENSINO DE CIÊNCIAS
Satélites
Texto integrante de Dissertação realizada sob orientação da Profª. Drª. Erika Zimmermann,
apresentada à banca examinadora como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre em
Ensino de Ciências – Área de Concentração “Ensino de Física”, pelo Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências da Universidade de Brasília e intitulada MÓDULO DE
ENSINO DE MECÂNICA NEWTONIANA COM USO DE ABORDAGEM CTS - HISTÓRICA.
SATÉLITES
1. Abertura
1
O Espaço (CD ROM produzido pela Editora Globo), extraído de PESSOA FILHO, 2005.
76
2
O Espaço (CD ROM produzido pela Editora Globo), extraído de PESSOA FILHO, 2005.
3
O Espaço (CD ROM produzido pela Editora Globo), extraído de PESSOA FILHO, 2005.
4
PESSOA FILHO, 2005.
5
O Espaço (CD ROM produzido pela Editora Globo), extraído de PESSOA FILHO, 2005.
77
poluição no ar e no mar. 6
1.6. Satélites de Navegação
Uma rede de satélites de navegação mundial permite que uma pessoa determine sua
posição com erro de poucos metros. O sistema americano de posicionamento global
Navstar usa 24 satélites. Cada um transmite sua posição e hora. Na superfície, o receptor
usa os sinais de quatro satélites para calcular sua própria posição, altura e velocidade.
Desenvolvido para uso militar, o sistema hoje também pode ser usado por veículos
comerciais. 7
25
Muitos satélites que estão sobrevoando a Terra têm como objetivo fazer
sensoriamento remoto, ou seja, observação da superfície terrestre de longe, (por isso,
remoto – como o controle remoto da TV) por meio de um sensor, para as pesquisas
científicas em geral.
Com vários tipos e funções, velocidades e trajetórias existem hoje quase 500
satélites em órbita da Terra (foto abaixo). Em noites claras você é capaz de enxergar os que
estão mais próximos de nosso planeta.
6
O Espaço (CD ROM produzido pela Editora Globo), extraído de PESSOA FILHO, 2005.
7
O Espaço (CD ROM produzido pela Editora Globo), extraído de PESSOA FILHO, 2005.
78
A idéia de colocar um corpo orbitando a Terra já foi pensada há muito tempo por um
homem chamado Isaac Newton. Para colocar um satélite em órbita é necessário vencer o
obstáculo da gravidade terrestre que nunca deixa de exercer sua influência e Newton sabia
disso. Acredito que todos já ouviram falar de Newton.
Existe uma lenda de que ele postulou a Lei da Gravitação Universal nos anos da
peste negra, no jardim de sua casa na cidade de Woolsthorpe, na Inglaterra, quando uma
maçã caiu sobre sua cabeça.
Para entendermos as idéias de Newton é melhor, primeiro, entendermos o
movimento dos corpos celestes, começando pelo movimento da Terra ao redor do Sol.
Saibam que os satélites artificiais que orbitam a Terra estão sujeitos às mesmas leis da
Física que descrevem os movimentos dos outros corpos celestes, foi isso que Newton
percebeu. Portanto, para que possamos entender essas leis seria interessante voltarmos um
pouco mais no tempo, antes mesmo da época em que ele viveu. Vamos, portanto, dar um
passeio pela antiga Grécia, 300 anos antes de Cristo. Para isso, tentemos responder à
pergunta: Você, realmente, acredita que a Terra gira em torno do Sol? Mas o que nós
vemos não é o contrário, o Sol girando em volta da Terra?
Reflita mais um pouco: o Sol nasce de um lado da Terra e se põe do outro, o mesmo
acontece com a Lua, as estrelas e com a maioria dos astros que vemos no céu.
Pense e tente argumentar em favor da Terra girando ao redor do Sol. Você teria
algum argumento convincente de que é a Terra que gira ao redor do Sol?
8
Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/cope.htm>.
80
A B
Fonte: :
<http://geocities.yahoo.com.br/s
aladefisica9
/biografias/aristoteles.htm>.
Esfera do ar
Esfera da água
Esfera da terra
Mundo Sublunar
Mundo Supralunar
19
9
PEDUZZI, 1998
81
No mundo supralunar vigorava a perfeição, por isso, este mundo não podia ser
constituído dos mesmos quatro elementos que o mundo sublunar. Todos os corpos celestes
eram feitos de Éter e o espaço entre eles era preenchido com esta substância perfeita.
Desde Pitágoras que o movimento circular era considerado perfeito. Em razão disso,
o mundo foi chamado de Kosmos, palavra que significa, ao mesmo tempo, ordem,
correspondência e beleza. Como conseqüência da idéia de Kosmos, e como a Terra não era
perfeitamente esférica (sendo, portanto imperfeita), chegando até perto da Lua havia
mudança, morte e decomposição. Era uma visão de mundo coerente em que o homem era
colocado no centro do universo e, apesar de todas nossas imperfeições, éramos o grande
objeto da criação divina10. Era um maravilhoso mundo Geocêntrico (veja as ilustrações
abaixo), um mundo perfeito e para além da Lua um mundo imutável. O homem foi colocado
no centro do universo. Não pensem que isso é ilógico, pelo contrário, para um observador
aqui na Terra parece muito mais lógica a compreensão Aristotélica de um universo com a
Terra em seu centro.
Era muito difícil duvidar de uma teoria com tamanho apelo, ou seja, suspeitar que a
Terra não fosse o centro do universo. Além do motivo espiritual, o Sistema Geocêntrico,
como já foi mencionado, tem grande coerência se pensarmos em termos de senso comum.
Reflita novamente: para um observador aqui na Terra a compreensão Aristotélica encaixa-
se em nossas observações diárias.
Volte a refletir sobre a pergunta anterior: Não será o Sol que gira ao redor da
Terra?
Por esses motivos, o Sistema Geocêntrico acabou sendo aceito por quase 2000!
Portanto, foi a partir de Aristóteles que a Terra se consolidou como o centro estático do
universo e em torno dela giravam os planetas, fixos em imaginárias esferas giratórias de
cristal.
Até os dias de hoje, o Sistema Aristotélico é visto como um mundo romântico. Vejam
como é interessante a fala de um dos personagens da peça Arcádia, produzida pela
primeira vez em 13 de abril de 1993 por Tom Stoppard, que ridiculariza os historiadores e
cientistas que tiraram a Terra do centro do universo:
Não há nenhuma pressa para Isaac Newton. Estávamos muito felizes com o cosmos
de Aristóteles. Pessoalmente eu o preferia. Cinqüenta e cinco esferas de cristal
engrenadas em uma máquina complicada de Deus é a minha idéia de um universo
satisfatório. Eu não consigo pensar em algo mais trivial do que a velocidade da luz.
11
Quarks, quasars – big bangs, buracos negros – quem se importa com essa merda?
10
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
11
“There's no rush for Isaac Newton. We were quite happy with Aristotle's cosmos. Personally, I preferred it. Fifty-five
crystal spheres geared to God's crankshaft is my idea of a satisfying universe. I don't think of anything more trivial than the
speed of light. Quarks, quasars - big bangs, black holes - who gives a shit?” Disponível em:
<http://www.cherwell.oxon.sch.uk/arcadia/frame6.htm>.
82
Mesmo nos céus serenos do cosmos aristotélico havia alguns problemas. O Sol, a
Lua e as estrelas executavam os seus movimentos de uma forma bastante fiel (na
maior parte), mas um pequeno número de corpos proeminentes, chamados planetas
(da palavra grega que significa “vagabundo”), não se comportava corretamente.
Rever as posições destes corpos - em que ponto do céu apareceriam em uma dada
noite - era da responsabilidade profissional dos astrônomos. A informação tinha
alguma importância para a agricultura, para a navegação e, acima de tudo, para
12
calcular os horóscopos em um mundo profundamente imerso na astrologia .
O Físico e filósofo da ciência Thomas Kuhn chamou os problemas que certas teorias
mostram de anomalias. Esse filósofo, estudando a história da ciência, afirma que os
cientistas resistem muito para mudar suas teorias e, geralmente, para não mudá-las
levantam hipóteses que “salvam as aparências”, ou seja, hipóteses que preservam a teoria.
Foi isso que Ptolomeu fez com a Teoria Geocêntrica, salvou-a do problema do movimento
retrógrado com um artifício bastante engenhoso, como veremos.
Lembremos que os planetas estão muito mais próximos da Terra do que as estrelas.
Assim, podemos perceber que, ao longo do ano, eles se movem contra o fundo preto
estrelado. No entanto, como constatou-se que em certas épocas esse movimento muda e o
planeta parece voltar (movimento retrógrado) até começar a frear, parar e voltar ao
movimento inicial. Ptolomeu, portanto, para procurar salvar a Teoria Geocêntrica, explicou
esse fenômeno aparentemente tão estranho, elaborando um sistema complicado, mas
geometricamente plausível. Os planetas estariam fixos sobre esferas concêntricas de cristal.
Todas essas esferas girariam com velocidades diferentes, o que, julgava Ptolomeu,
explicava as diferentes velocidades médias com que se moviam os diversos planetas. Para
isto, ele postulou que cada planeta se move em um círculo pequeno chamado de epiciclo
(ver figura abaixo), cujo centro se move ao redor da Terra, que é estacionária no centro do
Universo.
12
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
83
O Sistema
Ptolomaico
com seus
Epiciclos e
Deferentes,
explicando o
movimento
retrógrado dos
planetas
Fonte: Fonte:
<http://www2.uerj.br/~oba/cursos/astronomia/fundamentos <http://www2.uerj.br/~oba/cursos/astronomia/
histastro.htm>. fundamentoshistastro.htm>.
Se cientistas tentam salvar teorias que não tem nenhum apelo religioso, imaginem
uma teoria como a geocêntrica. Pode-se dizer que ela virou dogma, pois a igreja baseava-se
nela, e atuava de forma feroz, contra qualquer conceito contrário a esta Teoria. Portanto,
cientistas como Ptolomeu, trabalhavam no sentido de salvar a Teoria levantando hipóteses
de salvação. Como já mencionado o Sistema Ptolomáico era difícil de ser derrubado pelo
seu apelo religioso e assim ele foi aceito até a Renascença, ou seja, por volta do fim do
século XIV.
13
GEMINOS, extraído de: COPÉRNICO, Nicolau. Commentarious. Introdução, tradução e notas: Roberto de
Andrade Martins. 2. ed. São Paulo: Livraria da Física, 1990. p. 44.
14
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
85
O livro de Copérnico representava muito mais do que colocar por terra o Sistema
Geocêntrico, ele era a dissolução do cosmo aristotélico-ptolomáico como bem o havia
previsto Osiander.
O livro tratava de revoluções, revoluções reais no céu, e deu o pontapé de saída ao
que viria a chamar-se, metaforicamente, a revolução científica. Hoje, quando nos
referimos a convulsões políticas ou a outras revoluções, estamos a prestar
homenagem a Copérnico, cujo livro sobre as revoluções originou a primeira
18
revolução .
Foram esses três homens, junto com Newton, que possibilitaram a ida do homem à
Lua. Saibam que o homem pousou na Lua usando as equações de Newton, nem mesmo as
correções de Einstein foram usadas, e que, sem dúvida, essas equações são conseqüência
dos estudos de Brahe, Kepler e Galileu. Newton, mesmo sendo um homem muito
prepotente, acaba reconhecendo seus antecessores, Kepler e Galileu, em uma frase que
ficou famosa: “Se pude ver mais longe é porque estava nos ombros de dois gigantes”. Ele
não cita Tycho Brahe (1546-1601), mas é necessário que vocês saibam que, se não fosse a
paciência deste último, os trabalhos de Kepler não teriam sido realizados.
15
GALILEI, 2001.
16
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
17
GALILEI, 2001.
18
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
19
Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/cope.htm>.
20
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
86
levaram-no a assistir um eclipse total do Sol que havia sido previsto para
o dia 21 de agosto de 1560. Para espanto de Brahe a previsão se cumpriu em outubro,
portanto, com atraso. Este fato o levou, depois de ter estudado direito, a estudar astronomia.
Tycho Brahe era um nobre dinamarquês que, ainda rapaz, aprendera, para seu
espanto, que era possível prever eventos no céu, como o eclipse solar de 21 de
Agosto de 1560, e depois, para sua maior estupefação ainda, enquanto observava
uma conjunção de Júpiter e Saturno em Agosto de 1563, que as tabelas
astronômicas (incluindo as de Copérnico!) apresentavam desvios de vários dias -
22
presumivelmente por falta de dados astronômicos precisos .
Notem que, além de ainda não existirem telescópios para as primeiras observações,
Tycho usou um compasso e uma esfera absolutamente rudimentares. Mesmo com esses
instrumentos, durante a passagem de Vênus próxima a Saturno (a conjunção desses dois
planetas), ele verificou que na previsão feita com os cálculos de Ptolomeu, cometia-se um
erro de um mês e, usando os de Copérnico, o erro caia para alguns dias. Esta descoberta o
levou a realizar mais e melhores observações. Assim, percebeu a necessidade de
aperfeiçoar seus instrumentos e técnicas de observação.
Tycho Brahe montou seu próprio observatório e foi lá que a 1 de Novembro de 1572,
na constelação da Cassiopéia, descobriu a Stella Nova (estrela nova), uma estrela que
ninguém ainda observara. Assim, o princípio da imutabilidade de Aristóteles cai por terra e a
Igreja é ofendida. No entanto, é a partir dessa descoberta que Brahe começa a ser
conhecido como astrônomo e consegue a proteção do Rei Frederico II da Dinamarca que
lhe financia a construção de um observatório.
Foram construídos instrumentos de medição gigantescos - as “grandes armilas
equatoriais” de Tycho mediam cerca de 3 m de um lado ao outro; o diâmetro do seu
“grande quadrante mural” media cerca de 4,3 m - para fazer medições angulares de
precisão sem precedentes, bem como edifícios magníficos, onde ele vivia e
trabalhava, publicando as novas descobertas, e muito mais. Tycho chamou ao lugar
Uraniborg, de Urânia, a musa da astronomia. Iniciado em 1576, funcionou até 1597.
Poucos anos depois, em 1610, a invenção do telescópio poria fim à astronomia a olho
23
nu .
Só para que vocês tenham uma idéia de como eram feitas as medidas de Brahe
vejam o sextante das ilustrações abaixo. Naquela época, para medir o ângulo entre
horizonte e altura em que se encontra o astro usava-se um sextante, que é um instrumento
para medição de ângulos. A Luneta (tubo oco que servia para mirar o astro) fica apontada
para o espelho pequeno, que é fixado no quadro do aparelho. Este espelho tem uma
metade espelhada e a outra transparente. Pela parte transparente, o navegador pode avistar
o horizonte diretamente. A parte espelhada reflete a imagem que vem do espelho grande. O
21
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
22
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
23
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
87
espelho grande é móvel e gira juntamente com o braço do sextante. Fazendo isso, variamos
o ângulo entre os espelhos pequeno e grande, o astro é avistado por meio da reflexão no
espelho grande e a altura angular do astro é medida na escala que se vê abaixo.
Foi dessa maneira que Brahe fez a maioria de suas medidas e conseguiu,
pacientemente, catalogar um bom número de astros, apesar de ter um talento matemático
um tanto restrito.
24
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
88
Ouvir Estrelas
Em 1597, Kepler publica sua primeira obra. Com essa publicação, ele acaba
chamando a atenção de Tycho Brahe que ficou impressionado com os talentos matemáticos
do rapaz. Kepler acaba conhecendo Brahe, mas não simpatiza com ele e vice-versa, no
entanto, para darem continuidade a seus trabalhos um precisava do outro, Kepler precisava
dos dados de Brahe e este da matemática de Kepler.
Por conta dessa relação de simbiose, os dois trabalharam juntos por 18 anos. Conta
a lenda que durante uma comilança Brahe, que era o anfitrião, segurou tempo de mais sua
urina e acabou morrendo de infecção urinária. Depois da morte de Tycho, Kepler conseguiu
ser nomeando em seu lugar, mas essa nomeação não era monetariamente compensadora.
Assim, para poder sobreviver vendia mapas astrais. É bem verdade que ele publicou um
livro de astrologia, apesar de achar que os astrólogos eram charlatões e fraudulentos.
Em 1609, publica outro livro, Astronomia nova. Nesta obra, Kepler demonstra todo o
seu esforço para chegar à sua primeira Lei:
Galanteia tenta-me maldosamente, a vigorosa rapariga: Esconde-se nos salgueiros,
26
mas na esperança de que eu a veja primeiro.
Seu maior esforço foi para encontrar uma órbita para Marte que fosse coerente com
as observações de Tycho. Como se vê na sua primeira Lei, ele descreveu a órbita da Terra
por um círculo com o Sol ligeiramente deslocado do centro. Mas com Marte a coisa não
funcionara. Tentou quanto pôde, mas nenhum círculo ajustava-se.
No sistema copernicano, a Terra é um dos planetas. Mas a Terra, sendo o lugar da
mudança, da morte e da decomposição, não se encontra, obviamente, em um estado
de perfeição platônica, como se supunha que os planetas se encontravam - assim,
talvez não seja necessário que as órbitas dos planetas sejam círculos platônicos! “Oh
25
COHEN, 1985, p. 167.
26
COHEN, 1985, p. 167.
89
que ridículo eu sou!”, dizia Kepler, por não ter conseguido chegar a esta conclusão
mais cedo; já não escrevemos papéis científicos desta maneira. A órbita de Marte não
era um círculo. Era uma elipse, com o Sol em um dos focos. 27
Dez anos mais tarde, em 1619, Kepler publica outro livro, Harmonia do Mundo, no
qual enuncia a sua Terceira Lei que compara as órbitas dos planetas. Estas três Leis são o
maior legado de Kepler. Elas tiraram definitivamente a Terra do centro do universo. Os
planetas passaram a descrever órbitas elípticas e o Sol passou a ocupar um dos focos
dessas elipses. Porém, prestem atenção, essas elipses (no caso dos planetas) têm pequena
excentricidade, ou seja, são quase círculos. Atentem para o fato de que essas Leis não
descrevem somente o movimento dos planetas ao redor do Sol, elas expressam o
movimento de qualquer corpo no universo orbitando outro. Isso é muito importante para nós
já que queremos saber como se coloca um satélite em órbita ao redor da Terra.
No caso do movimento da Terra ao redor do Sol, o ponto onde estamos mais
próximos dele recebe o nome de periélio. O ponto mais afastado recebe o nome de afélio.
Em média, estamos distantes do Sol cerca de 150 milhões de quilômetros. Se, no periélio,
um planeta ou um satélite gasta certo intervalo de tempo t1 para ir de um ponto a outro, no
afélio, para o mesmo intervalo de tempo t1, ele se deslocaria menos, o que mostra ser a
27
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
28
Site com mais uma simulação da primeira lei: http://www.lmm.fis.ufal.br/dinamica/keplermotion/keplermotion.html
29
Um experimento para ver a segunda lei de Kepler pode ser encontrado no site: http://educar.sc.usp.br/fisica/mgexp.html
30
Um applet pode ser visto no site: http://paginas.terra.com.br/educacao/pifer/ph11br/ph11br/keplerlaw2_br.htm
90
É constante para todos os planetas a razão T2 /R3. Na terceira coluna em umérica, podemos observar
que temos sempre o mesmo valor para T2 /R3, descontando os pequenos erros experimentais. Lembre-se
que estamos lidando com escalas astronômicas. Fonte:
<http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica8/gravitacao/kepler.htm>.
31
Site com mais uma simulação da primeira lei:
http://www.lmm.fis.ufal.br/dinamica/keplermotion/keplermotion.html
91
Galileu era, acima de tudo, um grande inventor. Conta a lenda que durante uma
missa, ao olhar os candelabros oscilando no teto da igreja ele descobriu a lei do pêndulo,
ou seja, ele percebeu que um pêndulo leva sempre o mesmo tempo a completar uma
oscilação completa, independentemente da distância que se afaste o pêndulo do seu ponto
de repouso, ou seja sem depender do tamanho do arco descrito. Essa lei, que diz que
pêndulo faz oscilação completa sempre em tempos iguais, chama-se nos dias de hoje, Lei
do Isocronismo do Pêndulo, em outras palavras a lei nos diz que oscilações de pequena
amplitude são isócronas, ou seja, tem a mesma duração. Essa descoberta de Galileu foi
fundamental para o desenvolvimento dos relógios, pois até então não havia métodos para
determinar de forma precisa intervalos de tempo pequenos. Também nos conta a lenda que,
até então Galileu costumava usar sua pulsação para contagem do tempo33.
As experiências que ele fez com os famosos planos inclinados acabaram levando-o à
lei da inércia que foi mais tarde escrita formalmente por um outro cientista famoso que
conheceremos mais tarde: Isaac Newton.
Para Galilei, que gostava muito de matemática,
O livro da natureza está continuamente aberto ante os nossos olhos (falo do
universo), mas não pode ser compreendido sem primeiro aprendermos a linguagem e
32
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
33
Simulação com um relógio de pêndulo: http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/material_didatico/animacoes/mecanica/pendulo_relogio.htm
92
Acredita-se que muito cedo tenha optado pelo sistema copernicano, no entanto, com
medo de parecer ridículo por acreditar que a Terra não fosse o centro o universo, manteve
guardada consigo essa escolha.
Assim como Kepler, Galileu era um talentoso matemático. Ele chegou a conhecer
três Leis do movimento planetário, no entanto, estranhamente nunca as reconheceu e muito
menos as adotou, apesar de também defender o sistema de Copérnico. Eles chegaram a se
corresponder e em uma dessas cartas (para agradecer a Kepler por ter lhe enviado uma
cópia do seu livro Mysterim cosmographicum) Galileu escreveu: “na verdade congratulo-me
por ter no estudo da Verdade um companheiro que é amigo da Verdade”. Dizem os
historiadores de Galileu, que ele escreveu nessa carta a palavra verdade com letra
maiúscula como uma menção a Copérnico.
“Quando tivermos dominado a arte do vôo, não haverá com certeza falta de pioneiros
humanos para a viagem ao espaço. Criemos navios e velas adequadas ao éter
celeste e haverá inúmera gente sem medo dos desertos vazios. Enquanto isso,
preparemos, para os bravos viajantes, mapas dos corpos celestes. É o que farei para
a Lua e vós, Galileu, para Júpiter.”
35
Carta, datada de 19 de abril de 1610, de Johannes Kepler para Galileu Galilei.
Galileu não tinha como estudar os corpos em queda livre por esses caírem muito
rapidamente e nessa época não havia relógios que registrassem medidas tão pequenas de
tempo. Como mencionado anteriormente foi o próprio Galileu que acabou chegando à
invenção do primeiro relógio de precisão depois de ver um candelabro oscilando na igreja.
Foi por meio do uso dos famosos planos inclinados (figura abaixo) que Galileu
reduziu a velocidade dos movimentos. Ao invés de descreverem trajetórias verticais, ele os
faz deslizar sobre planos inclinados e muito lisos para minimizar o atrito.
34
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
35
Extraído de PESSOA FILHO, 2005.
36
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
93
Experimentou muitos esquemas para medir com precisão o tempo gasto pelas bolas
na queda. O melhor destes engenhos foi uma espécie de cronômetro de água. A
água circulava por meio de um tubo - que ele podia abrir e fechar com o dedo - para
um segundo recipiente, enquanto a bola rolava. Seguidamente, pesava a água que
tinha escorrido; o peso da água deveria ser proporcional ao tempo decorrido.
Reproduções modernas destas experiências mostraram que, com a prática, ele podia,
por meio deste processo, conseguir uma precisão da ordem dos dois décimos de
37
segundo .
Galileu chegou a uma conclusão importante com essa experiência: como ele já havia
previsto antes de realizar o experimento, a distância percorrida pela bola no plano inclinado,
era proporcional ao quadrado do tempo, ou seja, no dobro do tempo, a bola percorreu uma
distância quatro (22) vezes maior, no triplo do tempo, nove vezes (32) maior, no quádruplo,
dezesseis (42)vezes ...
d=4
t=3
d=9
9
Foi usando essa técnica experimental que Galileu chegou à lei da queda livre. Ele
percebeu que o resultado para a queda dos corpos em um plano era o mesmo não
importando qual a inclinação deste. Em planos de qualquer inclinação, a distância percorrida
pela bola era sempre proporcional ao quadrado do tempo. E aqui é que pousa sua
genialidade matemática: ele assumiu que isso acontecia mesmo quando o ângulo de
inclinação do plano fosse de 90º, ou seja, se o plano fosse vertical. Isso significa uma queda
livre!
Galileu derrubou ainda outra sólida concepção Aristotélica de mundo ao imaginar
que o corpo em queda caia no vácuo. Os aristotélicos não admitiam o nada, ou seja, o
vácuo era inconcebível. Por imaginar o vácuo, ele mostrou, diferentemente do que os
aristotélicos afirmavam que a queda de um corpo não dependia do seu peso, pois era a
resistência com o ar que fazia com que corpos mais leves levassem mais tempo para cair do
que os mais pesados.
37
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
38
O poema completo pode ser encontrado no site: http://minerva.ufpel.edu.br/~histfis/poema.htm
94
altura
As bolas são soltas na superfície sem atrito e atingem a mesma altura que estavam independentemente da inclinação dos planos.
39
COHEN, 1985.
40
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
95
O mesmo raciocínio se aplica, afirmou Galileu, a qualquer projétil, por exemplo, a bala
de um canhão. Na direção horizontal, a bala de canhão (desprezando a resistência do
ar) conservaria a velocidade inicial imprimida pela explosão da pólvora. Entretanto, na
direção vertical aplicar-se-ia a lei da queda dos corpos, mesmo quando a bala de
canhão está no ponto mais alto da sua trajetória. Combinando estes dois tipos de
movimento e recorrendo à matemática, Galileu mostrou que a trajetória de qualquer
41
projétil perto da superfície da Terra era uma parábola .
Se ainda se lembram, Aristóteles propunha que havia o mundo supralunar e o mundo
sublunar e dizia que, no mundo supralunar os movimentos eram perfeitos e que aqui na
Terra os movimentos eram naturais e violentos. Galileu, no entanto, propunha que a Terra e
os seres humanos não estavam separados do resto do universo. A Terra era apenas um
planeta como os outros e fazia parte de um Universo ainda maior. O universo, os seres
humanos e tudo o que existia na Terra estavam sujeitos à leis naturais, que a Física e a
Matemática podiam descrever, seja para uma bola atirada para o alto, ou para um planeta
em movimento de translação ao redor o Sol. Aplicavam-se as mesmas leis a todo universo e
a ciência oferecia as explicações. O que Galileu fez foi unir o Céu e a Terra, que no mundo
aristotélico eram separados.
No entanto, naquele momento histórico, a conclusão de Galileu era problemática. É
por volta dessa época (1616) que o livro de Copérnico passa a ser definitivamente proibido
pelo Santo Ofício. Mas Galileu, que era um “cabeça dura”, acreditava que podia “desviar a
igreja da sua desastrosa rota de colisão com a ciência” 42. Como a história nos mostra, ele,
por defender o sistema copernicano, acaba sendo condenado. A condenação de Galileu
representou um enorme trauma nas relações entre ciência e religião. Só muitos e muitos
anos depois, a igreja procurou corrigir o seu ato. Em 1893, o papa Leão XIII adotou o
sistema proposto por Galileu e pasmem, só em 1992, o papa João Paulo II reconhece
oficialmente o erro, afirmando que a condenação de Galileu ocorrera devido a “uma trágica
e recíproca incompreensão”. Portanto, Galileu é absolvido de sua condenação de ter
41
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
42
GOODSTEIN & GOODSTEIN, 2002.
96
defendido a idéia de que a Terra se move ao redor de si mesma e ao redor do Sol. Isso
aconteceu 356 anos após sua condenação!
Para escapar dos severos castigos da Santa Inquisição, o então condenado Galileu
se viu obrigado a ler um termo de confissão que haviam escrito para ele. Confessou então
que tudo que tinha descoberto era um grande erro e que jamais cometeria tais heresias.
Segundo alguns que estavam próximos de Galileu no momento do juramento, ele
disse baixinho após terminar a leitura: “No entanto a Terra se move em redor do Sol”.
Apesar do juramento, ele foi obrigado a cumprir prisão domiciliar perpétua e nunca mais
pôde publicar nada. Já velho e completamente cego de tanto olhar para o Sol com seu
telescópio, Galileu morre, em 08 de janeiro de 1642, em companhia de amigos.
Antes de continuarmos com a história das descobertas de Galileu, seria interessante
lermos uma poesia feita em homenagem a esse grande cientista, pai da ciência moderna:
Ai, Galileu!
Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andava a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilômetros por segundo.
Antônio Gedeão43
43
O poema completo pode ser encontrado no site: http://minerva.ufpel.edu.br/~histfis/poema.htm
44
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica9/biografias/galileu.htm
97
3.11. Diálogo
Em 1632 Galileu publica seu livro “Diálogo sobre os dois máximos sistemas do
mundo: ptolomáico e copernicano”. O livro é uma novidade em vários sentidos.
Além de seu valor literário como exemplo máximo do barroco italiano, o “Diálogo” é
reconhecidamente um clássico da literatura polêmica científica e filosófica. Galileu
nessa obra, move uma violenta oposição à concepção tradicionalista do saber,
combatendo a cosmologia teológico-filosófica tradicional, a astronomia ptolomáica e o
modo tradicional de conceber a aplicação da matemática à astronomia e, em geral ao
estudo da natureza. Evidentemente o “Diálogo” Não possui apenas o caráter opositivo
ou retórico (...) ele possui também um caráter constitutivo e inovador pelo qual é
considerado, pela unanimidade dos intérpretes, um marco no surgimento da ciência
45
moderna .
Naquele tempo, a maioria dos livros era escrita em latim, mas Galileu escreveu o
Diálogo em italiano, pois queria que todos o lessem e entendessem sua obra. Por isso ele é
considerado como sendo o primeiro divulgador da ciência. Certamente é uma obra diferente
de todas as obras científicas que vocês já ouviram falar pois, como o próprio título afirma, é
um diálogo levado entre três homens: Salviati, Sagredo e Simplício.
46
No Diálogo, Sagredo representa o gentil-homem não especialista, mas diletante e
entusiasta das novas idéias científicas. É em suas falas que se encontram as idéias
mais ousadas e as críticas mais irônicas e duras contra os aristotélicos e o
dogmatismo na manutenção dos modos tradicionais de pensamento (p. 561). (...) No
Diálogo, Salviati representa o novo homem de ciência, isto é, o especialista que alia
a experiência ao mundo profundo da matemática, e nesse sentido, suas posições
expressam as de Galileu. (...) Simplícius é o nome do famoso comentador de
Aristóteles da primeira metade do século VI dC (p.561). (...) Cabe observar que, em
47
italiano, a palavra “simplício” tem também a conotação de “simplista”, “néscio” e é
difícil deixar de pensar que Galileu não se valha dessa ambigüidade. (...) O Simplício
histórico é uma referência obvia a Aristóteles, sua filosofia e sua física (p. 562)48.
45
GALILEI, 2001(p.12).
46
Pessoa que exerce uma arte ou se dedica a um assunto exclusivamente por gosto e não por ofício ou obrigação
47
Dizer ou praticar necedades; disparatar, dizer tolices. Ação ou dito de néscio, disparate, sandice, estupidez,
ignorância crassa; nescidade.
48
GALILEI, 2001.
98
No seu livro, Galileu trata do razão pela qual os corpos não são expelidos da Terra
pela sua rotação, ou seja, ele trata da pergunta: Se a terra gira rapidamente sobre si
mesma, por que, então, os corpos sobre a Terra não são lançados para fora? Você já
se perguntou isso?
Galileu levanta, pela primeira vez, a idéia de que a Terra exerce uma força sobre
todas as coisas chamada de gravidade (é a força com que os corpos são atraídos para a
Terra). Assim, continuando com o problema da queda dos corpos, ele estudou o movimento
balístico e afirma que “os projéteis seguem uma espécie de trajetória curva, mas ninguém
mostrou que fosse uma parábola. Mostrarei que o é, juntamente com outros fatos, cujo
número não é pequeno e que importa conhecer e, o que julgo ainda mais importante, que
abrem a porta a uma ciência vasta e crucial” 49.
3.12. Os projéteis
O lançamento de projéteis sempre teve grande importância para a humanidade,
infelizmente para fins bélicos, ou seja, como arma de guerra. Já no ano 200 aC, em
Sicacusa (hoje a ilha de Sicília), Arquimedes produziu armamentos como a catapulta. Não
se sabe muito bem quando foram inventadas as armas de fogo, a única informação que se
tem é que o canhão foi introduzido no ocidente pelos os árabes por volta do século XIII.
Era, portanto, vital para o êxito da artilharia no campo de batalha que existisse o
domínio de uma teoria que descrevesse o movimento dos projéteis, fossem eles lançados
por catapultas ou por canhões. Até a época medieval as armas tinham alcance limitado, e
não atingiam alvos além da linha do horizonte (~15km). Até o surgimento da Teoria de
Newton, o movimento dos corpos era descrito usando as idéias aristotélicas da Teoria do
Ímpeto (figura abaixo). Como vimos antes, a Teoria do Ímpeto (ou Teoria do Ímpetus) se
baseou nas idéias da força impressa de Hiparco de Nicéia.
A trajetória de um projétil é descrita com base no ímpeto que lhe é comunicado pela
explosão e no ímpeto do seu peso. O movimento é descrito em três fases:
1- o ímpeto comunicado é superior ao do seu peso (trajetória
retilínea AB); o ímpeto inicial vai se dissipando gradualmente
(trajetória curvilínea BCD);
2 - existe ainda algum ímpeto fornecido no lançamento, mas o
dominante é o do peso do projétil (trajetória retilínea DE);
3 - o ímpeto inicial esgotou-se e o projétil cai verticalmente devido
exclusivamente ao ímpeto do seu próprio peso (trajetória retilínea
EF).
Teoria do Ímpeto Saiba que as leis da Física usadas para se colocar um
<http://www.fisica.ufp
b.br/~romero/noa/objet
satélite em órbita, atirar uma bala com um canhão, ou uma bola no
os/lop_ca.html>. gol durante um jogo de futebol, são exatamente as mesmas, em
todos temos um movimento parabólico. Pense em tudo que você viu até agora e veja a
ilustração do jogador chutando uma bola para o gol.
Fonte:
O que acontece com a
<http://educar.sc.usp.b
r/fisica/proj.html>.
velocidade inicial da
bola?
49
GALILEI, 2001.
99
Quando a bola está subindo, a sua velocidade inicial vai diminuindo (na direção
vertical) até atingir um valor mínimo no ponto mais alto da trajetória (vértice da parábola) e
vai aumentando quando está descendo até atingir o solo (alcance da bola).
Por que a velocidade da bola tem esta variação?
Você sabe que para que haja variação da velocidade, é porque alguma coisa (força)
está puxando o corpo, modificando sua velocidade ou trajetória. Agora vocês já sabem que
se não existisse o ar, a única força que puxaria a bola seria o seu próprio peso (devido à
força da gravidade), como mostrado por Galileu. A força peso atua na vertical de cima para
baixo, imprimindo à bola uma aceleração denominada aceleração da gravidade. Esta
aceleração, para corpos próximos à superfície da Terra, vale aproximadamente 10 m/s2 (ou
9,8 m/s2 para ser mais preciso). É esta aceleração, que para simplificação denominamos “g”,
que aumenta a velocidade dos corpos em queda livre em 10 metros por segundo em cada
segundo de queda. Em outras palavras, ao final do primeiro segundo a velocidade será de
10 metros por segundo, no final do segundo segundo será de 20 metros por segundo, e
assim por diante.
Quando temos o ar, este freia a queda do corpo e Galileu sabia disto, por isso tentou
imaginar o que acontecia se não tivéssemos a resistência do ar. Todo e qualquer corpo que
estiver em queda estará sob a influência da aceleração da gravidade, Como concluiu
Galileu, quando o ar não existir e dois corpos de massas diferentes forem largados de uma
mesma altura, os dois tendo a mesma aceleração (a da gravidade) chegarão ao solo juntos,
no mesmo instante.
Quando a bola está subindo, a força peso, sendo para baixo, faz com que a
velocidade diminua (movimento retardado) e quando a bola está descendo, a força peso,
atuando no mesmo sentido, faz com que a velocidade aumente (movimento acelerado).
Como é a trajetória de uma bala de canhão?
Como mostrou Galileu, o mesmo raciocínio acima se aplica a qualquer projétil, por
exemplo, a bala de um canhão. Na direção horizontal, a bala (desprezando a resistência do
ar) conservaria a velocidade inicial (vx) que sai do canhão pela explosão da pólvora.
Entretanto, na direção vertical (y) aplicar-se-ia a lei da queda dos corpos, mesmo quando a
bala de canhão está no ponto mais alto da sua trajetória (fig. abaixo). Combinando estes
dois tipos de movimento e recorrendo à matemática, Galileu mostrou que a trajetória de
qualquer projétil perto da superfície da Terra era uma parábola. A sua descoberta de que a
inércia (tendência de um corpo para se manter em movimento com velocidade constante na
horizontal) combinada com a gravidade (representada pela sua lei da queda livre) produz
trajetórias parabólicas nas proximidades da superfície da Terra, foi o ponto de partida para
Isaac Newton, mais tarde, mostrar como o universo trabalha.
Os eventuais problemas de Galileu com a igreja
acabaram tirando da Itália a revolução científica, que vai
para a Inglaterra, e será estabelecida por Isaac Newton.
No entanto essa história ainda tem a contribuição de
René Descartes. O sistema de sistema x-y-z foi
imaginado por ele e, por isso, leva o seu nome:
coordenadas cartesianas. Assim, Descartes deu à Lei da
Fonte: <http://www.ciencia-
Inércia a forma adotada por Newton: Na ausência de cultura.com/paginaFisica00/vestibular00/vestibula
forças externas, um corpo em repouso permanecerá em r_CinematEscalar010.html#inicio>.
50
Alexander Pope, escritor inglês.
100
sempre presentes na Terra. Ele nasceu prematuro e muito frágil, uma criança que não
parecia destinada a viver até os oitenta e quatro anos. Seu pai (também chamado Isaac
Newton) morrera três meses antes de seu nascimento e sua mãe se casou novamente e
deixou Newton para ser criado pela avó. Aos 11 anos seu padrasto morreu e sua mãe
desejou que as propriedades deixadas por seu falecido marido fossem administradas por
Newton. No entanto este homem de gênio difícil, que não queria saber das propriedades,
acabou transformando a história da humanidade.
Aos dezenove anos Newton foi estudar em Cambridge no Trinity Colege, escola que
ainda tinha um currículo aristotélico. Formou-se quatro anos após e quando saiu, teve que
voltar logo para a casa da sua família em Woolthorpe para fugir da peste bulbônica.
Acredita-se que os anos passados lá foram os mais produtivos. Dizem os seus biógrafos
que foi durante os anos de peste bubônica que Newton produziu quase todos os seus
trabalhos. Em 1687, Newton publicou a sua mais importante obra, os “Principia”,
(Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, ou na tradução para o português, Princípios
Matemáticos da Filosofia Natural) na qual postula as suas três Leis mais importantes, hoje
conhecidas como “as Leis de Newton”. Quem nunca ouviu falar delas? A primeira lei é o
princípio da inércia, herdado de Galileu e de Descartes: todo o corpo permanece em
estado de repouso ou em movimento uniforme em linha reta, a menos que seja
obrigado a mudar seu estado por forças impressas nele51.
No caso de um carro que se movimenta com velocidade constante e em linha reta, a
força que o motor faz só serve para vencer o atrito. Esta força (para frente) e a força de
atrito (para trás) se anulam e o carro segue em movimento retilíneo uniforme.
http://axpfep1.if.usp.br/~gref/mec/mec2.pdf
51
NEWTON, 2002.
101
52
Newton, 2002.
53
Newton, 2002.
102
A experiência pensada por Newton explica porque a Lua não cai para a Terra,
apesar de ser puxada pela força da gravidade para o centro de nosso planeta. A Lei vale
também para os satélites artificiais, orbitando sob a ação da gravidade terrestre.
A figura abaixo mostra a Terra com um canhão sobre uma montanha, é um dos
desenhos originais de Newton (veja também a outra figura abaixo). Ele imaginou um canhão
capaz de lançar um projétil a grandes distâncias. Além de conceber este canhão colocado
em cima de uma montanha, ele supôs que a resistência do ar fosse desprezível. Se o
canhão dispara um projétil com certa velocidade, a bala descreverá um percurso chamado
de “movimento balístico” no qual o projétil perde altitude até cair na Terra. Depois, Newton
imaginou o projétil sendo lançado com uma velocidade inicial maior, refazendo este
procedimento até que para certa velocidade inicial o projétil entra em órbita. Digamos que o
projétil quer continuar descrevendo o movimento balístico, mas não há como, pois “ele não
alcança mais o chão”, a Terra teria que ser um pouco maior.
Isto significa que a velocidade para entrar em órbita em planetas maiores que a Terra
terá que ser bem maior, até porque a força da gravidade de um planeta é proporcional à sua
massa. E, lembrem-se, mais massivo o planeta, maior sua gravidade. Assim, no caso do
canhão sobre a montanha, aumentando-se a velocidade de lançamento do projétil faz-se
com que este percorra distâncias cada vez maiores, até que para certa velocidade ele acaba
circulando a Terra. A essa velocidade dá-se o nome de “velocidade orbital”, ou seja, é o
mínimo valor de velocidade com a qual o projétil entra em órbita. Neste movimento só atua a
força da gravidade e é justamente ela que faz com que o projétil descreva uma órbita ao
redor da Terra.
Como vimos, Issac Newton propôs o "experimento imaginário" de colocar um canhão
no topo de uma alta montanha e disparar um projétil a uma velocidade suficientemente alta
para que entrasse em órbita ao redor da Terra. Se a bala fosse apenas solta, cairia
verticalmente em direção ao centro da Terra; conforme sua velocidade (que é tangencial em
relação à Terra) fosse sendo aumentada, seguiria a trajetória de um segmento de curva,
com seu ponto de intersecção com o solo cada vez mais distante; a uma velocidade ainda
maior, sua trajetória não mais seria interceptada pela Terra (veja as figuras abaixo).
Conforme a velocidade for aumentada mais ainda, sua trajetória será um círculo, depois
uma elipse para, finalmente, quando a velocidade for 41% maior que a velocidade de órbita
circular, o projétil seguirá uma trajetória parabólica, ou de escape da gravidade terrestre,
para nunca mais retornar (compare as figuras).
103
Fonte:
<http://www.feiradecie
ncias.com.br/sala19/text
o37.asp>.
Vejam a que conclusão incrível Newton chegou: quando o projétil está em órbita
terrestre é como se ele estivesse continuamente “caindo” em direção à Terra, sem nunca
atingi-la, ou seja, o projétil quer completar seu movimento balístico de volta a Terra, fica
constantemente caindo, mas nunca atinge o chão. Isto parece surrealista, mas é assim
mesmo, os satélites (incluindo a Lua) que estão lá em cima estão sempre em queda livre. É
por esse motivo que astronautas e todo o resto das coisas dentro das espaçonaves em
órbita da Terra ficam flutuando – ficam aparentemente sem peso. Portanto, a aparente
ausência de peso dos astronautas, ou de qualquer corpo em órbita, deve-se ao fato de a
gravidade puxá-los para baixo enquanto a sua inércia tenta mantê-los viajando em linha
reta. Repetindo, é como se estivessem constantemente "caindo" sem nunca chegar ao
chão. E nunca chegam ao chão porque, do ponto de vista da espaçonave, que tenta mover-
se em linha reta, a superfície da Terra também está constantemente caindo. É justamente
esse “estar em queda livre” que simula o estado de não ter ação da gravidade. Vejam que
no ponto onde se encontram os satélites a gravidade da Terra continua agindo, mas é a
constante queda livre que simula a falta de gravidade.
Vocês já devem ter sentido isso quando estão se movendo
dentro de um elevador. Quando ele é acelerado rapidamente e
começa a descer, a sensação que se tem é que vamos descolar
do chão do elevador.
A sensação de ausência de peso ocorre devido à
inexistência de forças de contato, já que a gravidade não deixa de
agir tanto neste elevador quanto no espaço onde se encontram os
satélites. Novamente, é a partir da mecânica de Newton que se
entende a inexistência de forças de contato.
Lembre-se que peso e massa são grandezas diferentes. De
acordo com a segunda Lei de Newton, peso é o produto da massa
Em um elevador que desce
aumentando sua velocidade, tem-
pela aceleração da gravidade local. Uma pessoa que sai da Terra
se a sensação de que as coisas e vai para a Lua tem seu peso diminuído, apesar de continuar com
pesam menos. a mesma massa (veja a figura abaixo), uma vez que a aceleração
da gravidade lunar é menor que a terrestre.
Fonte:
<http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/d
inamica/pesocorpo.htm>.
balança, usando a segunda lei de Newton: Peso Real – Normal =0, concluímos que a
normal é igual ao peso N = P, quer dizer, medindo-se a Normal, estamos medindo também o
Peso. É claro que se você não ficar quieto sobre a balança ela não indicará seu peso
corretamente. Da mesma forma, se você colocar uma balança (que não tenha contrapeso)
no piso de um elevador e se ele estiver subindo, seu “peso” marcado pela balança será
maior. Se ele estiver descendo, seu “peso” aferido será menor (lembre-se que você
continuará com o mesmo peso, só a marcação da balança será diferente). Se o elevador
estiver caindo (em queda livre), seu “peso” será zero, em outras palavras, aparentemente
você não pesa nada. Note então que a Terra continuará te atraindo da mesma forma, mas a
balança não conseguirá medir essa força porque ela se baseia na medição da força de
contato, que nesse caso é nula.
A mesma coisa acontece em uma nave espacial, só que nesse caso ela possui uma
velocidade tangencial e por isso não cai diretamente para a Terra, mas cai em uma trajetória
circular. A balança marcaria "peso" nulo para qualquer coisa na nave espacial. A Terra atrai
os corpos mesmo no espaço a não ser que estes sejam enviados para bem longe, onde a
influência da gravidade da Terra é desprezível. Se a estação espacial internacional
perdesse, por algum motivo sua velocidade tangencial em relação à Terra, ela cairia como
uma pedra. Saiba que ela está caindo, mas sempre erra o "alvo" porque está girando em
torno da Terra tem a velocidade tangencial. Tudo na nave flutua, mas não porque a Terra
deixa de atrair. Lembre-se que ela não estivesse atraindo a nave não ficaria orbitando, sairia
pela tangente rumo ao espaço. Portanto, em uma nave espacial em órbita da Terra não se
tem a sensação de peso, é como no elevador que cai. Se você pular de um edifício
segurando um tijolo e durante a queda o soltar, você o verá "flutuando" ao seu lado. Ele está
caindo com a mesma aceleração que você. Então, a balança mede de fato o "peso
aparente" das coisas, que coincide com o que chamamos de peso, ou seja, coincide com a
força que a Terra exerce sobre os corpos, quando a balança está sem aceleração. Em uma
nave caindo o peso aparente é nulo, mas a força da Terra continua existindo. Einstein, com
sua Teoria da Relatividade Geral, mostrou a correspondência entre aceleração e gravidade.
Se você estivesse no espaço vazio, longe da força gravitacional, dentro de uma caixa
fechada e com aceleração de 9,8 m/s2, teria a impressão de estar na gravidade da Terra
(figura abaixo e à direita). Nenhum experimento que você fizesse dentro da caixa poderia
provar que você não estivesse submetido à gravidade, mas sim acelerado no espaço vazio.
As duas situações seriam equivalentes do ponto de vista da Física. Assim, de certa forma
um elevador caindo na Terra equivale a um lugar sem gravidade.
*
Astronauta em órbita. Ele * *
*
* *
aparentemente não tem * *
Aceleração igual à
gravidade da Terra
Fonte:
<http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica5/leituras
/mares.htm>.
54
http://www.observatorio.ufmg.br/pas19.htm
55
<http://www.observatorio.ufmg.br/pas19.htm>.
107
Fonte:
<http://axpfep1.if.usp.br/~gref/mec/mec
2.pdf>.
Este é um movimento circular uniforme (se a pedra girar sempre com a mesma
velocidade). O que aconteceria soltarmos a corda?
Se de repente deixarmos de segurar a corda, a pedra seguirá uma reta tangente à
trajetória, ou seja, sairá pela tangente. O mesmo aconteceria se a força da gravidade
cessasse. A saída da pedra (ou da Lua no último caso) pela tangente se deve ao princípio
da inércia.
Vocês devem se lembrar dos planos inclinados de Galileu. Quando a bola rolava para baixo
do plano ela tenderia a ir até a mesma altura que estava antes, mas se o outro plano fosse
horizontal a bola não pararia, ela continuaria a se movimentar para sempre! Assim, como
diria Newton, todo corpo em repouso tende a continuar em repouso e todo corpo em
movimento retilíneo uniforme tende a permanecer com este movimento.
No cotidiano, notamos essas tendências ao observarmos uma pessoa de pé no
interior de um ônibus. Quando o ônibus arranca, o passageiro, por inércia, tende a
permanecer em repouso em relação ao solo terrestre. Como o ônibus vai para frente, a
pessoa que não estava se segurando cai para trás tendendo a ficar no lugar onde estava
originariamente em relação ao solo. Agora, se o ônibus estivesse em movimento e de
repente freasse, a pessoa tenderia a continuar o movimento original do ônibus. Ocorrem
muitos acidentes com freadas bruscas e costumamos dizer que a pessoa “foi atirada para
fora do carro pelo vidro”. Na verdade isto foi a tendência da pessoa continuar a se mover
como se movia originariamente. Em outras palavras, isto é a inércia.
Se um corpo está em movimento circular uniforme (MCU) é porque uma força atua
sobre ele, caso contrário seria retilíneo. Para que um corpo permaneça em MCU é
necessário que sobre ele atue uma força de intensidade constante, apontada para o centro
da trajetória (figuras abaixo), como a força da gravidade.
<http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/cinematica/circular.ht
m>.
<http://www.isa.utl.pt/der/Fisica/circular.html>.
: <http://www.cocemsuacasa.com.br/ebook/pages/7099.htm>.
Fotne: <http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/gravitacao/gravitacao.htm>.
Tanto a força de tensão da corda que segura o balde quanto a força da gravidade
(que vamos chamar de força peso, ou simplesmente P), têm uma característica em comum:
apontam para o centro da trajetória circular. Todo corpo que se movimenta fazendo curva
(como a Lua ou o balde que comentamos anteriormente) sofre esta força que, por apontar
para o centro, é conhecida como Força Centrípeta.
Podemos achar o valor da Força centrípeta (F) multiplicando a massa do corpo (m)
por sua velocidade elevada ao quadrado (v2) e dividindo pelo raio da trajetória (R).
109
Agora que você já conhece o MCU, que tal conhecer também como se acha a
velocidade que um satélite deve ter para entrar em órbita?
Para isso você precisa lembrar que, de acordo com a 2ª Lei de Newton (FR = m x a),
o peso (P) do satélite é P= m x g. Precisa saber também que quem faz o papel de força
centrípeta (F= mv2/R) é o peso (P), então, essas duas forças têm o mesmo valor.
TERRA
R = RT + d {
R = 6.378 + 300 = 6.678 km
(Filho, 2005)
Referências bibliográficas
APÊNDICE B
Textos do CD 02
112
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação
Instituto de Física
Instituto de Química
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ENSINO DE CIÊNCIAS
CONTEXTO HISTÓRICO DA
INVENÇÃO DOS SATÉLITES
Texto integrante de Dissertação realizada sob orientação da Profª. Drª. Erika Zimmermann,
apresentada à banca examinadora como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre em
Ensino de Ciências – Área de Concentração “Ensino de Física”, pelo Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências da Universidade de Brasília e intitulada MÓDULO DE
ENSINO DE MECÂNICA NEWTONIANA COM USO DE ABORDAGEM CTS - HISTÓRICA.
1. Introdução
Agora que você já sabe como são, para que servem e como colocamos em órbita os
satélites artificiais, seria interessante que você entendesse o que acontecia no mundo
quando eles foram inventados, ou seja, saber por que e como eles foram construídos.
Você sabe o que levou à invenção dos satélites artificiais? Ou melhor, você
sabe o que estava por traz dessa invenção? Por que será que o homem queria ficar
vendo a Terra de longe?
2. A Rússia Czarista
Os satélites foram resultado de um movimento social ocorrido na Rússia em 1917
que levou ao poder pela 1ª vez na história a classe operária, implantando o Socialismo. Em
outras palavras, tudo começou com o final da Rússia Czarista, ou seja, começou com a
Revolução Russa. Antes de 1917, a Rússia era uma monarquia governada pelos Czares. O
termo Czar significa Imperador e teve origem no nome latino César. A revolução foi
conseqüência da insatisfação com o Czarismo e do empobrecimento do povo russo.
Os camponeses, na Rússia czarista, viviam numa situação de grande pobreza. Para
uma pessoa adquirir terras para cultivo, era obrigada a pagar pesados encargos aos
senhores do Estado. Isso fez com que muitas pessoas vivessem endividadas e, sem
dinheiro para cultivar, elas não conseguiam produzir o suficiente para sustento de suas
56
famílias.
No fim do século XIX, o Czar iniciou um processo de industrialização na Rússia. Ele
sabia que sem indústrias sua nação não conseguia competir com outros países da Europa.
Os recursos para financiar as indústrias vieram de empréstimos estrangeiros e de um
aumento violento dos impostos.
Com a industrialização começou a surgir uma nova classe social na Rússia, a classe
operária. Tão explorada quanto os camponeses, os operários cumpriam longas jornadas de
trabalho por salários miseráveis, enquanto poucos aristocratas detinham a riqueza e o
poder.
No ano de 1905 a pobreza era tão grande que o povo não agüentava mais. Em
janeiro deste ano, os camponeses e os operários organizaram uma passeata em São
Petesburgo, liderados pelo padre Gapon, da Igreja Ortodoxa Russa. Os manifestantes
acreditavam que Nicolau II, o então czar, não sabia da situação de miséria e fome do povo.
Nesse clima de paz homens, mulheres e crianças desarmados foram às ruas cantando
músicas religiosas. Porém, considerando isso uma insolência, o czar ordenou um
massacre. A cavalaria real avançou sobre a multidão pisoteando os manifestantes. A
infantaria veio a seguir e atirou contra a multidão matando muitas pessoas e ferindo outras.
56
CLARK, 1988
114
http://pt.wikipedia.or
g/wiki/Revolu%C3%
A7%C3%A3o_Russa
_de_1917
57
ARRUDA & PILETTI, 2003, p. 338
115
3. A Revolução de Fevereiro
Na expectativa de recuperar o poder à força, o Czar, já sem apoio, tentou dissolver a
Duma. Os deputados não obedeceram e elegeram um governo provisório comandando pela
burguesia russa, deixando de fora os bolcheviques. O Czar se viu então sem apoio do
parlamento, do exército e do povo e não teve outra escolha a não ser abdicar do trono. Era
o fim da dinastia Romanov da qual fazia parte o Czar Nicolau II. Estes acontecimentos
ficaram conhecidos como Revolução de Fevereiro por iniciarem neste mês (no calendário
Russo), do ano de 1917.
Lênin e os bolcheviques, excluídos do governo provisório, não concordavam que o
poder, sendo tomado de Nicolau II deveria ser entregue às elites. Eles defendiam a
imediata saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, a ruptura com o governo eleito pela
Duma, a formação de um governo composto pelos sovietes e a nacionalização das terras.
O governo provisório fez algumas reformas importantes, mas a principal delas que
era de matar a fome do povo ainda não dera resultado. Por isso, aumentavam a cada dia os
seguidores de Lênin.
4. A Revolução de Novembro
Apoiado por Trotsky, Lênin organiza a revolução. Na noite de 6 de novembro de
1917 os bolcheviques, invadem a sede do governo e tomam o poder. Os marinheiros do
navio Cruzador Aurora aderem ao movimento e abrem fogo contra o palácio de inverno,
sede do governo provisório. Lênin triunfa a partir de seu lema "Paz, Terra e Pão" e afirma: a
Rússia sairá da guerra (paz), será feita a reforma agrária (terra) e, finalmente, diz que não
faltará mais comida para o povo (pão). Ele cumpre suas promessas e tira a Rússia da
Primeira Grande Guerra, elimina os latifúndios, declara o monopólio estatal do sistema
financeiro, do sistema de crédito e das exportações e decreta o controle operário sobre as
fábricas.
Como conseqüência dessa revolução surgia a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), o primeiro Estado no mundo a adotar o sistema socialista. A partir de
então, grande parte da história do século XX seria marcada por uma profunda rivalidade
entre o Capitalismo e o Socialismo, liderados respectivamente pelos Estados Unidos e pela
Rússia.”58
Para os comunistas [ou socialistas], a sociedade justa é a sociedade igualitária, em
que o Estado é o dono dos bancos, das fábricas, das terras. É o Estado que deve
distribuir as riquezas e garantir uma vida decente aos cidadãos: o bem público e
coletivo deve ser colocado acima do bem privado e individual. Para os capitalistas,
o raciocínio é o inverso. A felicidade individual é mais importante. O Estado justo é
aquele que garante a cada indivíduo poder procurar livremente seu lucro e
construir, desta forma, uma vida feliz. A solução dos problemas sociais vem depois.
É por isso que a implantação internacional, em termos globais, de um dos dois
sistemas, só poderia acontecer mediante o desaparecimento do outro.59
58
DIVALTE, 2002, p. 297
59
ARBEX, 1997, p.11
116
Como vimos, o principal líder dessa revolução foi Vladimir Lênin que, desde quando
tinha dezoito anos de idade, era opositor ao governo czarista. No exterior, se dedicou ao
estudo das obras de Karl Marx e Friedrich Engels. Retornou à Rússia e, como afirmado
acima, juntamente com Trotsky, liderou a Revolução de Novembro. Lênin governou a URSS
até sua morte em 1924.
A Rússia se retirou da Primeira Guerra Mundial antes que ela acabasse, como
vimos. Mesmo assim, a Tríplice Entente (formada, entre outros países, por Inglaterra,
França, Rússia e Estados Unidos) foi vitoriosa sobre a Tríplice Aliança (que tinha como
principal integrante a Alemanha). A primeira Grande Guerra deixou cerca de oito milhões de
mortos e vinte milhões de pessoas inválidas. Com a derrota alemã, os países vitoriosos
elaboraram um documento conhecido como Tratado de Versalhes. Este documento
estabelecia uma série de punições à Alemanha, que ficaria obrigada a pagar grande
indenização aos países vencedores e diminuir o poderio de seu exército.60
6. A Crise de 1929
Com a reconstrução pós-guerra dos países europeus, os Estados Unidos
encontraram importantes mercados consumidores para sua produção, porém, à medida que
estes países foram se recuperando economicamente, passaram a restringir as importações
para protegerem suas economias. Mesmo sem vazão para seus produtos, a atividade
produtiva norte-americana não parou de crescer, portanto, os prejuízos foram inevitáveis.
Em 1929 muitas empresas começaram a falir levando os Estados Unidos a uma profunda
crise econômica que teve reflexos no mundo inteiro. O Brasil também foi afetado, pois,
entre outras coisas, passou a ter dificuldades para vender sua grande produção de café.
Na Europa, a crise de 29, também conhecida como grande depressão, trouxe sérios
problemas financeiros, desemprego e inflação. Como conseqüência dessa crise surgem os
movimentos socialistas (a exemplo da Rússia) e de extrema direita, como na Europa. Em
toda parte surgiam movimentos extremistas. A crise acaba sendo o golpe final para a
recuperação econômica da Alemanha e de outros países. Na Hungria, na Iugoslávia ou na
Romênia, a democracia imposta não trouxe a prosperidade que se esperava. Os
comunistas acabavam propondo revoluções para erguer sociedades sem classes,
semelhantes à União Soviética. A extrema direita defendia o fim da democracia e Estados
fortes, capazes de enfrentar as freqüentes crises econômicas. Quase sempre a base de
apoio da ultradireita eram ex-soldados, furiosos por não terem encontrado emprego na volta
à pátria após a guerra. O mais famoso desses ex-soldados seria um cabo austríaco que
servira no exército alemão, Adolf Hitler62.
60
COTRIN, 1999, p. 344
61
COTRIN, 1999, p. 345
62
BRENER, 1999, p. 62
117
http://www.educ.fc.ul.pt/d Bandeira
ocentes/opombo/album/i nazista
mages/Queima%20de% http://www.ser
20livros%20- giosakall.com.
%201933%20- br/europeu/ale
%20Berlim.jpg manha.html
8. O anti-semitismo
Como vimos, o anti-semitismo não começou com Hitler. Outros autores, baseados
no que chamavam de “higiene racial”, também pregavam a existência de raças inferiores
que deveriam ser, de alguma forma, controladas pelo Estado. Utilizando-se de uma falsa
Charles Darwin:
ciência baseada na teoria evolucionista de Charles Darwin,
http://ctjovem.mct estes autores defendiam a “higiene racial” como uma forma de
.gov.br/index.php
?action=/content/
selecionar a melhor raça humana.
view&cod_objeto Segundo Darwin, as espécies se formavam por seleção
=9069
natural dos seres vivos. As características hereditárias
recebidas ao acaso pelos indivíduos eram postas à prova pelo
ambiente em que viviam. Aqueles indivíduos com
características que tornassem possível sua sobrevivência
naquele ambiente seriam naturalmente selecionados e
63
COTRIN, 1999, p. 367
64
MEDAWAR & PYKE, 2003, p. 50
118
transmitiriam seus genes para as gerações futuras. Os que não tivessem tais características
não sobreviveriam. Essas novas gerações tinham maior probabilidade de serem
selecionadas naturalmente naquele meio, ou seja, de sobreviverem. A seleção natural se
repetiria, então, por muitas gerações de indivíduos e, após milhares de anos as espécies
seriam formadas. Dentro desta linha de, pensamento pode-se concluir que uma espécie
qualquer de ser vivo possui características herdadas dos melhores indivíduos, dos
selecionados pela natureza. A genética dá as possibilidades, e a seleção natural molda a
espécie.
A espécie humana foi selecionada dentre muitas outras, e a inteligência foi a chave
de nossa seleção. Você deve estar se perguntando: Como uma teoria científica tão bem
formulada como o darwinismo poderia servir de base para algo tão infundado como a
“higiene racial”? Se a espécie humana como um todo foi selecionada, por que a crença na
existência de raças (como a ariana) superiores? Brancos, negros e judeus não foram todos
selecionados? A resposta pode ser simples: a idéia da existência de raças superiores é
baseada numa pseudociência, criada para dar suporte a antigos preconceitos.
Para Hitler, os judeus eram como:
“invasores, minando a integridade do organismo alemão – bacilos,
cânceres, gangrenas, tumores, abscessos. Seu programa político era visto
em termos de tratamentos, cirurgias, purgas e antídotos”.65
A visão nazista era muito clara: os judeus eram a “doença” e Hitler o competente
“médico” capaz de curar o invadido “organismo alemão”.
Hitler era adepto das idéias sobre higiene racial. Ele, portanto, construiu verdades
próprias e encontrou terreno fecundo para disseminá-las. O povo alemão, com orgulho
ferido pela derrota na Primeira Guerra e pelas humilhações impostas pelo Tratado de
Versalhes, tornou-se receptáculo ideal para idéias racistas e nacionalistas.
Utilizando-se de muita propaganda, Hitler difunde a doutrina nazista. O ministério da
propaganda, chefiado por Joseph Goebbels ajudou Hitler nesta tarefa. Ele afirmava que a
Alemanha deveria descumprir o Tratado de Versalhes e reconquistar o que perdera com a
Guerra. Dizia também que as autoridades alemãs que assinaram o Tratado agiram como
traidores e covardes, pois foram coniventes com a maior humilhação sofrida pela Alemanha
e contribuíram para o ferimento do orgulho nacional.
Com a vitória dos nazistas nas eleições de 1932, Hitler é nomeado chanceler
alemão, cargo equivalente ao de primeiro ministro. Assim, ele passou a comandar uma
nação que, além de muita vontade de reconquistar o que havia perdido, possuía um imenso
potencial científico.
65
CORNWELL, 2003, p. 33
66
MEDAWAR & PYKE, 2003, p. 15
119
67
MEDAWAR & PYKE, 2003, p. 26
68
CORNWELL, 2003, p. 46
69
CORNWELL, 2003, p. 26
120
http://www.mala.bc.ca/~lanes/english/hemngway/picasso/guernica.htm
Num bombardeio de três horas, dois mil civis foram massacrados, milhares foram
feridos e a cidade foi arrasada. Tomado de ódio patriótico, o espanhol Picasso criou um
mural [Guernica] de 6,50 metros de largura por 2,80 de altura, que foi pintado em um mês.
É considerado a mais forte denúncia dos horrores da guerra. “A pintura não é feita para
decorar apartamentos”, dizia Picasso. “É um instrumento de guerra, de ataque e defesa
frente ao inimigo”. Picasso incorporou certos elementos do desenho para criar um efeito de
angústia. Usou uma nuance branco-cinza para enfatizar o desespero e distorceu
70
CORNWELL, 2003, p. 130
121
71
STRICKLAND, 2002
72
PILETTI, 2003, p. 363
73
DIVALTE, 2002, p. 330
122
As famílias judias são obrigadas a sair de suas casas e irem morar nos guetos, onde
viviam amontoadas com pouca comida e com péssimas condições de higiene.
74
CORNWELL, 2003, p. 320
75
CORNWELL, 2003, p. 306
123
Desenvolvidas pelo químico alemão Fritz Haber e sua equipe, as armas químicas se
tornaram bons instrumentos de ataque, pela facilidade e eficiência em que atingiam as
trincheiras inimigas. Como a aviação teve pouca influência na Primeira Grande Guerra e os
morteiros eram pouco precisos, as trincheiras tornaram-se locais relativamente seguros
para se guerrear e defender um território, mas se tornaram perigosas por causa dessa
invenção. Assim, os soldados alemães equipados com máscaras abriam os cilindros de gás
de cloro dentro de suas trincheiras. Este gás era levado pelo vento até as trincheiras
inimigas, repletas de soldados franceses. O cloro causava asfixia e cegueira nos inimigos,
pois reagia quimicamente com as mucosas dos olhos, nariz, boca e garganta. Os soldados
que não eram atingidos pelo gás saiam das trincheiras, tornando-se alvos fáceis para a
artilharia terrestre alemã ou simplesmente abandonavam seus postos e suas armas,
cedendo território ao inimigo.
As pesquisas alemãs com gases tóxicos também
envolveram a criação do ácido cianídrico que tinha duplo uso:
“como pesticida e como gás letal contra seres humanos em
lugares fechados. Ficaria conhecido como Zyklon B que um dia
seria usado como principal meio de matar judeus nos campos da
77
morte”. O Zyklon B, usado nas câmaras de extermínio na
Segunda Grande Guerra, colaborou para que não fosse
necessário um grande gasto de munição nos campos de
Amontoado de corpos nas extermínio, uma vez que as balas das metralhadoras seriam
valas coletivas necessárias para os combates contra os aliados. Após serem
http://www.israel3.com/modules
.php?name=Holocaust&file=fot retirados das câmaras de gás, os cadáveres eram cremados ou
os enterrados em imensas valas coletivas.
Cerca de seis milhões de judeus foram exterminados nos campos de concentração
nazistas durante a Segunda Guerra.
Apesar de a invasão
da Polônia em 1939 ser
considerado como marco
inicial da Segunda Guerra
Mundial, com a declaração
oficial de guerra pela
Inglaterra e França, os Extermínio de judeus à beira de valas coletivas
http://www.israel3.com/modules.php?name=Holocaust&file=fotos
combates não começaram de
pronto. Isso só colaborou com os planos nazistas.
Com terreno livre, o exército alemão invadiu países como Holanda, Dinamarca,
Noruega e Bélgica e rumou para a conquista da França. Conseguiu ocupar parte daquele
76
CORNWELL, 2003, p. 311
77
CORNWELL, 2003, p. 68
124
país, inclusive Paris, e a bandeira nazista foi hasteada na torre Eiffel. O governo francês se
viu obrigado a mudar para a parte não ocupada pelos homens de Hitler. Neste momento, a
Itália fascista de Mussolini entra definitivamente na guerra ao lado dos alemães.
Com parte da França conquistada, a aviação alemã inicia intensos bombardeios à
Inglaterra. Os estragos foram grandes, mas os ingleses resistiram. O grande trunfo da
resistência inglesa foi o desenvolvimento e uso de um instrumento até então pouco
conhecido: o radar. O emprego defensivo deste aparelho
“no início da guerra possibilitou à Grã-Bretanha (...) sobreviver até os
americanos entrarem no conflito após Pearl Harbor, em dezembro de 1941.
Assim, o radar fez toda a diferença entre a derrota e a vitória (dos aliados)
na Europa”.78
O radar emite ondas de rádio. Essas ondas ao atingirem, por exemplo, um avião, se
refletem e, assim, são capturadas por um receptor. Este instrumento é, portanto, capaz de
oferecer informações sobre a posição de um avião e se ele se aproxima ou se afasta de
algum lugar. De posse destas informações, as defesas de um país, ou de uma cidade,
podem se preparar com antecedência aos ataques inimigos. Desta forma, o radar consegue
detectar o inimigo e foi extremamente útil para os ingleses na Guerra.
Além do radar, a captação e decodificação dos códigos nazistas foram de grande
valia para as estratégias de defesa da Inglaterra. A comunicação em forma de códigos é
muito usada em tempos de guerra. As mensagens de rádio trocadas entre postos de
comando podem cair em mãos inimigas, por isso, não podem ser expressas numa
linguagem clara. A linguagem comum é então codificada, ou seja, é modificada de forma tal
que, se cair em mãos erradas, não possa ser entendida.
Os ingleses dedicaram muito tempo de trabalho ao entendimento dos códigos
alemães, pois isso significava para eles a diferença entre viver e morrer. Mesmo na
Primeira Guerra Mundial os ingleses já envolviam diversos cientistas na arte de decifrar
códigos inimigos. Os esforços da Inglaterra para decifrar as mensagens codificadas do
exército de Hitler foram tão grandes que, além de envolverem seus melhores matemáticos,
a Grã-Bretanha se empenhou na construção do primeiro computador, chamado de
Colossus. Essa máquina era muitas vezes maior que os micro-computadores atuais. Quem
utiliza hoje os modernos computadores, ou simplesmente as pequenas calculadoras,
imagina como as máquinas de processamento de dados foram desenvolvidas?
A quebra dos impenetrabilíssimos códigos alemães acabaria por envolver a
Grã-Bretanha na construção do Colossus, o primeiro computador do mundo,
e uma equipe de cerca de 12 mil trabalhadores, incluindo a nata dos
matemáticos da Grã-Bretanha. (...) O algoritmo especial usado no Colossus
continua sendo um segredo até hoje.79
A Inglaterra resistiu à ocupação nazista, mas países como Grécia e Iugoslávia foram
ocupados pelo exército de Hitler.
78
CORNWELL, 2003, p. 231
79
CORNWELL, 2003, p. 249
125
http://www.luftwaffe39- Zepelim
45.historia.nom.br/historia/urss.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Zepelim
Outro combate que deixou muitos mortos e feridos foi o ataque das forças japonesas
à base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí. O governo japonês, insatisfeito com o
80
DIVALTE, 2002, p. 333
81
ARRUDA E PILETTI, 2003, p.368
82
Rosa do Povo. Rio de Janeiro. Ed. Record, 1987.
126
bloqueio econômico e com o embargo de produtos promovido pelos Estados Unidos, decide
em dezembro de 1941 atacar de surpresa a base americana no Pacífico. Além desta
insatisfação japonesa, o governo daquele país também foi pressionado por Hitler a entrar
nos conflitos. O ataque a Pearl Harbor fez com que os Estados Unidos entrassem de vez na
Segunda Grande Guerra, por ironia do destino, ao lado dos russos.
Após os combates de
Stalingrado e os ataques a Pearl
Harbor, a Guerra passa a ter
novos rumos. De um lado as
potências do Eixo formadas por
Alemanha, Itália e Japão e do
outro os Aliados compostos por
Pearl Harbor Inglaterra, França, Rússia e
http://www.history.navy.mil/photos/ev http://www.history.navy.mil/photos/ev
ents/wwii-pac/pearlhbr/pearlhbr.htm ents/wwii-pac/pearlhbr/pearlhbr.htm
Estados Unidos. A vitória final
dos aliados viria a mudar
significativamente o mapa político da Europa e dividir o mundo em dois Grandes blocos no
pós-guerra, como veremos mais adiante.
14. Os mísseis de Hitler
Antes da derrota, Hitler ainda prepararia uma desagradável surpresa para os
ingleses, os ataques com “bombas voadoras”, ou seja, com mísseis balísticos. O
desenvolvimento dessas bombas, que também eram conhecidas como “avião sem piloto”,
demandou um grande esforço da engenharia alemã. “Hitler, para construir um arsenal de
mísseis ofensivos, constituiu a mais ousada tentativa de aplicar a Grande Ciência de alta
83
tecnologia aos armamentos da Segunda Guerra Mundial.” Mas, como neste momento os
aliados estavam próximos de vencer a guerra, esses mísseis não conseguiram mudar o
resultado.
Você já deve ter visto um míssil ou um foguete de guerra pela TV. É na parte baixa
do míssil que o combustível propelente é queimado. Nesta queima, devido ao grande
aumento de temperatura, os gases provenientes da combustão se dilatam muito e são
expulsos através da abertura que fica na parte inferior do foguete. Pela lei da ação e
reação, a Terceira lei de Newton (lembra-se dela?), os gases da combustão são expelidos
para baixo e o foguete empurrado para cima. Com força de mesma intensidade com que os
gases são expelidos para um lado, o foguete é empurrado para o outro. Para se ter uma
idéia de como isso funciona, encha um balão de aniversário e o solte sem amarrar a
abertura. Devido a elasticidade do balão, o ar de seu interior será jogado para um lado e o
balão arremessado em sentido oposto (figura abaixo).
O princípio da ação e reação pode ser observado tanto no balão
quanto no foguete, porém, no primeiro é a energia elástica armazenada
no balão que empurra o ar para fora. No foguete, o combustível possui
energia química armazenada nas ligações entre as moléculas. Esta
energia química é então transformada em energia térmica na combustão.
É esta energia térmica que empurra os gases para um lado,
pressionando o foguete para o outro. Esta força para cima, nos foguetes,
recebe o nome de empuxo. No caso dos foguetes alemães, os V-2, o
http://www.adorofisica.co
empuxo equivale ao peso de um corpo de mais de 72 toneladas. m.br/trabalhos/fis/equipe
Além do combustível, o foguete precisa levar oxigênio para s/corridaespacial/foguete
s.htm
maximizar a combustão. Sabemos que para que haja queima o oxigênio
é indispensável. A chama de uma vela, por exemplo, se vale do oxigênio do ar atmosférico,
ou seja, o oxidante da combustão da vela se encontra no ar. Mas no caso dos foguetes, o
oxigênio da atmosfera é pouco para que haja uma combustão capaz de levantá-lo. Por isso,
os foguetes precisam levar mais oxigênio.
Os Primeiros foguetes da Segunda Guerra, os V-1 (armas da vingança), eram
movidos a gasolina e levavam ar comprimido para servir de oxidante. Em 1944, quase dois
83
CORNWELL, 2003, p. 225
127
mil e quinhentos V-1 foram lançados sobre Londres e Antuérpia, deixando mais de seis mil
mortos.
Wernher von
Braun
No ano de 1944, os V-2 ficaram prontos para o uso contra
http://liftoff.m os ingleses. Estes mísseis foram produzidos com trabalho
sfc.nasa.gov/
academy/hist escravo nos campos de concentração. O líder dos engenheiros
ory/VonBrau que projetou essas armas foi Wernher von Braun (figura ao lado),
n/VonBraun.
html que já se despontara em outros projetos na Segunda Guerra. Ele
tinha vinte e um anos no início destes conflitos e viria a se tornar
o principal arquiteto do programa espacial norte-americano no
pós-guerra.
Quase dois mil foguetes V-2 foram lançados
“As V-2 eram sobre Londres e Antuérpia, matando milhares de
propelidas a álcool
(mistura de 75% de
pessoas, mas como vimos, os foguetes balísticos não
álcool etílico e 25% mudaram o resultado da Guerra.
de água) e oxigênio “Hitler só se interessou por foguetes num ponto em que a
líquido, chamado de
lox. Os motores derrota parecia inevitável: o uso da V-2 foi mais um ato de
geravam um máximo vingança ritualística (...) do que uma estratégia racional que
de 160.000 lbs (72574
kg) de empuxo, ajudasse a ganhar a guerra.”84
desenvolvendo
velocidade de 1341
m/s, com um raio de Os ataques com os V-2 serviram também como
alcance de 321 a 362 propaganda nazista e foram tentativas de nutrir o orgulho
km”.
do povo alemão. A satisfação dos alemães era tamanha
foguete V2 que, já no final da guerra, muitos jovens e adolescentes
http://www.geocities.co http://pt.wikipedia.org/wi se candidataram a pilotos suicidas. Eles se mostraram
m/naelton/MCC1.htm ki/V-2
prontos para pilotar os aviões de projetos mirabolantes e
baratos, nos quais havia mínimas chances de sobrevivência dos pilotos.
84
CORNWELL, 2003, p. 32
128
85
DIVALTE, 2002, p. 334
129
Nagasaki serviu como aviso para a Rússia de Stalin da grandeza da força militar americana,
mesmo isso custando a vida de milhares de civis japoneses.
O argumento usado pelos Estados Unidos para justificar o bombardeio nuclear às
cidades japonesas foi que o ataque acabaria de vez com a Guerra e muitas vidas
americanas seriam poupadas. De fato a rendição japonesa aconteceu, mas provavelmente
ocorreria da mesma forma pouco tempo depois.
A União Soviética, por sua vez, trabalhou para não ficar atrás em matéria de
tecnologia nuclear. Desenvolveu sua própria bomba atômica e realizou testes nucleares de
destruição em 1949 e 1953. “Acredita-se na época que eles haviam produzido um artefato
mais leve que a bomba americana, que podia ser transportado por um míssil balístico
86
intercontinental”. As bombas nucleares eram objetos grandes e, como ocorreu nos
ataques às cidades japonesas, eram transportadas por aviões até o alvo. Com a crença que
a União soviética desenvolvera bombas atômicas que podiam ser lançadas de um
continente para outro em ogivas nucleares de mísseis balísticos, os americanos investiram
mais ainda na eficiência de suas armas nucleares.
Míssil Sunburn (soviético). Pode ser armado com Plataformas móveis de mísseis
uma ogiva nuclear equivalente a 200.000 toneladas soviéticos
de TNT. http://www.espada.eti.br/n1459.asp
http://www.espada.eti.br/n1449.asp
Essa corrida pelo desenvolvimento de armas cada vez mais poderosas e eficazes foi
uma das características deste conflito entre russos e americanos no pós-guerra. Estas
desavenças tomariam dimensões cada vez maiores, mas não se tornaria uma guerra, no
sentido que conhecemos. O desenvolvimento das armas nucleares e o constante
remodelamento das armas convencionais - incluindo mísseis, tanques e aviões – serviram,
em grande parte, para intimidar o lado oposto e marcaram profundamente o pós-guerra.
Nos anos subseqüentes ao fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo viria a assistir a
confrontos nos campos político, científico, tecnológico, ideológico e cultural entre Estados
Unidos e União Soviética. Este período de confrontos, que os duraria quase cinqüenta anos
ficou conhecido como Guerra Fria.
A Guerra Fria foi marcada por um grande respeito de americanos pelos soviéticos e
vice versa, o que contribuiu para que um lado não atacasse o outro em seu território.
Ambos temiam a destruição da vida no planeta Terra, uma vez que sabiam que suas armas
nucleares eram capazes disso. Para o cientista político francês Ray-mon Aron, neste
período, a guerra era improvável e a paz impossível87. A Guerra Fria “diferenciou-se de
conflitos internacionais anteriores por ter caráter global e representar, com o advento das
armas nucleares, a possibilidade real do fim da maioria das formas de vida na Terra”88.
Uma série de acontecimentos no pós-guerra influenciou o curso da Guerra Fria. A
União Soviética exigia uma compensação maior que os demais aliados, pois foi o país que
mais sofreu baixas com a Segunda Guerra. Para se ter uma idéia, dos cerca de 45 milhões
de pessoas mortas durante a Segunda Guerra Mundial, 26 milhões eram soviéticos. Além
disso, foram os russos quem tomaram a parte oriental da Alemanha onde fica a capital
Berlim, forçando o suicídio de Hitler.
86
CORNWELL, 2003, p. 374
87
ARBEX , 1997
88
ATLAS DA HISTÓRIA DO MUNDO, 1995
130
89
CORNWELL, 2003, p. 365
90
ARBEX , 1997, p. 58
132
Laika Sputnik-2
http://nssdc.gsfc.nasa.gov/nmc/tmp/1957- http://www.answers.com/topic/sputnik-2
002A.html
um lado aponta para a Terra. A Lua dá uma volta completa em torno dela mesma no
mesmo tempo que dá um giro em torno da Terra.
Ao contornar a Lua, o Luna-3 fotografou a face oculta da Lua e enviou a imagem
para o centro de controle.
O governo de Washington criou as missões Pioneer, com o mesmo objetivo das
missões Luna soviéticas: conhecer a Lua.
A essa altura, já se passaram mais da três anos do lançamento do Sputnik-1 e
nenhuma das missões que o sucederam tinham causado tanto impacto como o lançamento
desta pequena bola de metal. Mas estava prestes a acontecer algo que, como o
lançamento do Sputnik-1, seria um marco na corrida espacial e na história tecnológica da
humanidade: um homem foi colocado em órbita.
152
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM)
94
Foguetes- UNIVAP
136
aceleração do elevador, sem perceber que estão caindo juntos. Agora pense: e se o
elevador estiver descendo e começar a frear, como se sente a pessoa a bordo dele, mais
leve ou mais pesada?
No caso de um elevador descendo acelerado, a força Normal diminui e a pessoa se
sente mais leve. Se o elevador está descendo e começa a frear (aceleração contrário ao
movimento – ou seja, aceleração negativa), a força de contato ou força Normal aumenta e a
pessoa se sente mais pesada.
Agora imagine que você está a bordo da cápsula Mércury em queda livre e entra na
atmosfera terrestre, que é densa. A cápsula então começa a desacelerar. Como você
sentiria o peso de seu corpo, aumentando ou diminuindo? Sabendo da resposta, você
saberá exatamente o que o Allan Shepard sentiu ao retornar à Terra.
Mesmo os Estados Unidos estando aparentemente atrás da União
Soviética na corrida espacial, em 21 de maio de 1961, o então presidente
norte-americano John Kennedy declarou em um discurso ao congresso
norte-americano que iria levar o homem à Lua ainda naquela década. Parte
das palavras do presidente, em sua tradução para o Português foram:
“Penso que esta nação deve empenhar-se para que o
objetivo de pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta à John Kennedy
http://en.wikipediKofficial.jpg
Terra a salvo seja atingido antes do fim desta década”.
O objetivo do discurso não era apenas convencer os parlamentares do congresso
americano, mas também a opinião pública norte-americana da importância de investir nesse
projeto. “Em 07 de agosto de 1961, o congresso aprovou 1,7 bilhão de dólares para o
95
orçamento da NASA”.
A conquista do espaço era apenas uma das inúmeras disputas entre americanos e
soviéticos. Nos anos de 1961 e 1962, além dos astronautas, outro homem se tornaria o
centro das atenções e tiraria o sono dos americanos: O advogado Fidel Castro. Ele foi um
dos líderes da revolução cubana, juntamente com médico argentino Ernesto “Che” Guevara.
Fidel passou a governar a ilha comunista localizada a menos de 200 quilômetros dos
Estados Unidos. Os americanos não podiam tolerar um aliado de Moscou tão próximo de
Fidel Ernesto seu território, por isso, treinaram um
Castro “Che” grupo armado formado principalmente
http://www. Guevara
spartacus.s http://www.ch por exilados cubanos, com objetivo
choolnet.co. eguevaradela de derrubar Fidel Castro. A tentativa
uk/COLDca serna.hpgvip.i norte-americana não deu certo e o
stroF.htm g.com.br/galer
ia.html grupo foi derrotado quando invadiu a
Baía dos Porcos em Cuba, em abril
de 1961.
95
MOURÃO, 2002, p.222
96
DIVALTE, 2002, p. 347
137
97
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra4/corridaespacial2.htm, acessado em
02/09/2005
138
informações sobre o Sol, os demais planetas e seus satélites naturais, além de outros
objetos como cometas e asteróides.
Alguns motivos levaram à diminuição do ritmo da corrida espacial. Os contribuintes
americanos começaram a questionar se teria valido a pena gastar cerca de 25 bilhões de
dólares para levar o homem à Lua. Além disso, os filmes, livros e seriados de TV eram
muito mais interessantes e baratos, e muitos americanos passaram a desconfiar que o
comunismo fosse mesmo uma ameaça. Enfim, a Guerra Fria estava começando a cansar
98
as pessoas.
A NASA, por sua vez começou a investir em um veículo espacial reutilizável, nos
anos setenta: o Ônibus Espacial. Este veículo tornou-se uma
opção mais barata uma vez que, após lançado por um foguete,
podia cumprir sua missão e retornar à Terra e depois
reutilizado, sendo enviado ao espaço novamente.
Outro fato que mostra o fim, tanto da Guerra Fria,
quanto da competição espacial, ocorreu em julho de 1975,
quando houve o encontro da nave americana Apollo18 com a
Ônibus espacial
http://www.geocities.com/Researc
soviética Soyuz 19. Os astronautas das duas naves se
hTriangle/Lab/6116/shuttle.html encontraram, realizaram experimentos científicos em conjunto
e trocaram presentes. Este encontro foi uma demonstração de
que a relação entre americanos e soviéticos se tornara menos tensa, e de que a Guerra
Fria estivesse chegando ao fim. As relações entre estes dois povos se tornariam mais
amistosas nas décadas de 80 e 90, com a queda do muro de Berlim e o fim da União
Soviética.
98
ARBEX, 1997, p. 62
99
DIVALTE, 2002, p. 395
100
ARBEX, 1997, p.180
140
http://hospedagem.infolink.com.br/nostradamus/p078m12.htm
101
ARBEX, 1997, p. 107
141
Considerações finais
O desenvolvimento dos satélites foi motivado por questões ideológicas,
ou seja, União Soviética e Estados Unidos queriam conquistar o espaço
para convencer o resto do mundo que seu sistema de governo
(comunista ou capitalista) era o melhor. Quem conseguisse convencer
teria mais chances de implantar seu sistema em mais nações.
A tecnologia alemã confiscada pelos aliados (entre eles URSS e EUA)
após a derrota de Hitler, foi fundamental para a invenção dos satélites e
dos foguetes lançadores.
A Revolução Russa deu início à bipolarização do mundo, possibilitando
o surgimento da Guerra Fria e criando condições para a invenção dos
satélites.
A Física que possibilitou o lançamento dos satélites e a ida do homem
para a Lua foi desenvolvida no século XVII, por Isaac Newton, que se
baseou em descobertas de outros cientistas, principalmente de Galileu
e Kepler.
Para que Galileu e Kepler desenvolvessem suas teorias, foi fundamental
o trabalho de Copérnico que iniciou a era do heliocentrismo. As
contribuições de Copérnico que ocorreram nos séculos XV e XVI foram
muito importantes para que um dia os satélites pudessem ser lançados.
Aristóteles e Ptolomeu também contribuíram muito, pois criaram teorias
que estimularam e difundiram o pensamento cosmológico. Este
pensamento levou outros cientistas (como Kepler, Galileu e Newton) a
desenvolverem uma ciência que tornou possível a colocação de um
corpo em órbita da Terra.
Os satélites são responsáveis por auxiliar na previsão do tempo,
comunicação, navegação, defesa e levantamento de recursos naturais.
Eles têm hoje grande importância em nossa sociedade.
142
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. Rio de Janeiro. Ed. Record,
1987.
ARBEX, José. Guerra Fria. Terror de Estado, Política e Cultura. Ed. Moderna, São
Paulo. 1997.
BRENER, Jayme. A Primeira Guerra Mundial. São Paulo. Ed. Ática, 1999.
CLARK, Philip. A Revolução Russa. São Paulo. Ed. Ática, 1988. Tradução e
adaptação, Jayme Brener.
APÊNDICE C
Sugestões para o professor
144
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação
Instituto de Física
Instituto de Química
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ENSINO DE CIÊNCIAS
Texto integrante de Dissertação realizada sob orientação da Profª. Drª. Erika Zimmermann,
apresentada à banca examinadora como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre em
Ensino de Ciências – Área de Concentração “Ensino de Física”, pelo Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências da Universidade de Brasília e intitulada MÓDULO DE
ENSINO DE MECÂNICA NEWTONIANA COM USO DE ABORDAGEM CTS - HISTÓRICA.
CD 01
Sugestões para uso dos slides da Apresentação “1 – Satélites”
1. Slide de apresentação
102
A aeromoça tem ímãs nos sapatos.
103
Que filma a entrada da nave.
104
O filme foi gravado em plena Guerra Fria, onde Estados Unidos e União Soviética disputavam a hegemonia
mundial. Essas duas nações tentavam conquistar o espaço para tentar demonstrar ao mundo que seu regime -
capitalista ou comunista – era o melhor. Outro objetivo era o desenvolvimento de tecnologia bélica – como
mísseis balísticos e plataformas espaciais para lançamentos de bombas - para intimidar o lado oposto. Para isso
investiam bilhões em tecnologia espacial e, durante a Guerra Fria, esta tecnologia avançou muito. Com o fim
dessas disputas científicas e tecnológicas, - final da década de 80 e início dos anos 90 - reduziram-se os motivos
para grandes investimentos nessas tecnologias, levando a uma desaceleração dos programas espaciais desses dois
países. É importante lembrar que o filme “2001, uma odisséia no espaço” reflete um pensamento que o
desenvolvimento científico e tecnológico é linear e neutro, mas a história parece demonstrar o contrário. Ver
apresentação “5 – contexto histórico da corrida espacial”
147
10. Enfatize a área do eclipse. Pode ser feito um rápido comentário sobre
eclipses.
16. Será coincidência que a primeira transmissão de TV via satélite tenha sido
entre os Estados Unidos e a França? Por que não foi entre os Estados
Unidos e a União Soviética? Qual o significado da palavra Telstar105?
17. Qual a diferença entre órbita polar e geoestacionária? Por que os satélites
de órbita geoestacionária observam cerca de um terço da Terra e os de
órbita polar cobrem toda a superfície da Terra a cada 12 horas? Como os
satélites meteorológicos medem a temperatura das nuvens se estão bem
105
“Tel” significa telecomunicações e “star”, da língua inglesa significa estrela. Telstar significa então
comunicação nas estrelas, ou algo parecido.
148
19. Por que os satélites hoje em dia não operam por um tempo tão curto (78
dias)? O que são células solares? Comente sobre a energia do satélite.
21. Discuta os possíveis objetivos das fotos tiradas por satélites espiões.
22. Comente outros usos dos satélites militares (que não em guerra), por meio
da foto do rio Amazonas.
25. Observe que os satélites não possuem apenas uma função. Discuta a
importância do uso de satélites em viagens longas na Terra. Pergunte aos
alunos se já ouviram falar na sigla GPS.
31. Comente porque os satélites não se chocam uns com os outros. Discuta a
importância de se calcular com precisão a altura e a órbita dos satélites.
Pergunte se alguém já viu um pontinho luminoso passando “entre as
estrelas”, em noites escuras.
32. Observe a foto das nuvens sobre o Brasil. No dia 26/12/2005, em qual
parte do Brasil é mais provável que chova?
33. Pergunte aos alunos como são as transmissões de futebol “ao vivo”. Seria
emocionante assistir uma gravação de uma partida de futebol, caso não
se pudesse transmitir via satélite em “tempo real”? Peça que os alunos
observem a foto e pergunte como é feita uma transmissão via satélite.
39. Deixando visível somente o título, pergunte como o satélite obtém energia.
Comente as respostas e faça aparecer a figura.
106
Tratamento muscular através de estímulos elétricos de alta intensidade. Pode manter a quantidade e a
qualidade do tecido muscular, estimular o fluxo sangüíneo no músculo e até aumentar a sua força. O nome
"Estimulação Russa" é uma referência às origens do tratamento. O primeiro aparelho foi inventado pelos russos e
usado na reabilitação dos astronautas que voltavam do espaço com problemas de atrofia muscular por desuso.
(http://www.clinicamuricy.com.br). O longo tempo de exposição à microgravidade faz os músculos dos
astronautas atrofiarem por não encontrarem resistência neste ambiente.
150
4. Peça para os alunos argumentarem que é a Terra que gira em torno do Sol.
Como sabem disso? Por que observaram ou por que estudaram? Como
pensavam os gregos, uma vez que dispunham somente de suas observações
a olho nu, ou seja, não tinham telescópios e nem livros de ciências. A opção
dos gregos pelo geocentrismo não é lógica?
11. Enfatize o modelo de universo das esferas de cristal. Se elas não fossem de
cristal as pessoas na Terra não veriam as estrelas.
107
O lugar natural da bolhas (que são constituídas pelo elemento ar) é acima da água. Então elas sobem para a
superfície porque procuram seu lugar natural.
151
14. Role uma bolinha no chão (ou cite o exemplo) e interprete a continuidade de
seu movimento através da teoria de Aristóteles e de Hiparco.
15. Enfatize que, de acordo com Hiparco, a bola parou porque a força
armazenada nela acabou e segundo Aristóteles ela parou porque a tendência
de todo corpo é atingir seu estado natural de repouso. Observe que as teorias
científicas não surgem de uma vez, mas são fruto da contribuição de muitas
pessoas e que demoram a se consolidarem. Ainda assim, estão sempre
sujeitas a mudanças.
18. Antes de fazer aparecer o balão com o pensamento de Aristóteles, faça três
perguntas abaixo aos alunos e peça para que eles respondam após lerem
e/ou escutarem o áudio do slide. As perguntas são: 1º) Para Aristóteles, qual
é (ou onde fica) a fronteira entre a Terra e o Céu? 2º) Com que nomes
Aristóteles se referia a Terra e ao Céu? Quais as principais diferenças entre a
Terra e o Céu? Deixe claro que as regiões sub e supralunar são regidas por
leis diferentes.
20. Enfatize a importância do éter na visão aristotélica (ele era mais que
necessário, uma vez que o vácuo era inconcebível). Observe que até o início
do século XX (dois mil anos depois de Aristóteles) os cientistas trabalhavam
considerando a existência física do éter.
21. Observe que o círculo era o símbolo da perfeição para os gregos. Por esta
forma geométrica não ter começo nem fim e porque todas as distâncias entre
a borda e o centro serem iguais, os gregos simplesmente idolatravam o
circulo. Como a palavra Kosmos tinha tal significado, nada melhor que
círculos para representarem o mundo supralunar.
152
23. Observe a grande coerência do sistema aristotélico. Alguns livros afirmam ser
uma grande tolice este modelo de Universo e a Física de Aristóteles. Quando
falam deste sistema, muitos desses livros acabam por desqualificá-lo. É sob o
ponto de vista que temos hoje, desenvolvido por meio de conhecimentos
científicos acumulados por milênios, que muitos autores falam de Aristóteles.
É necessário nos transportarmos para dois mil anos atrás e adentrarmos à
Filosofia grega para compartilharmos os pontos de vista de Aristóteles.
Portanto, trata-se de uma teoria científica, coerente, eficaz e que influenciou
profundamente o pensamento humano por cerca de dois mil anos.
25. Observe a ordem dos planetas e levante hipóteses com os alunos sobre
como os antigos astrônomos acertaram a ordem dos planetas. Não se faz
necessário chegar a uma resposta final, o assunto será discutido novamente
em outros slides. Antes de seguir para o próximo slide, pergunte aos alunos:
Se o sistema aristotélico era tão coerente, por que não o adotamos mais
hoje?
26. Pergunte se os alunos se, quando observam o céu noturno, eles conseguem
distinguir os planetas das estrelas. Esclareça que o significado de Planeta
que em grego significa “vagabundo” (poderia ser “errante”, “que vaga” ou “que
perambula”) já que os planetas parecem passear por entre as estrelas. Vistos
daqui da Terra os planetas são parecidos com as estrelas, com a diferença
que não cintilam, são mais brilhantes e se movem em relação a elas. Convide
seus alunos a contemplarem o céu por várias noites seguidas para que
consigam perceber essas mudanças do céu noturno. Faça a observação de
que naquela época ainda não havia distinção entre astronomia e astrologia.
108
Porque havia mudança, morte, movimentos retos (considerados imperfeitos). Aristóteles se referia ao mundo
sublunar como corruptível, que significava “sujeito a mudanças, imperfeito”.
109
Porque era um mundo preenchido por uma substância perfeita (o éter), vigorava o movimento circular e não
estava sujeito a mudanças. Era um mundo imutável e perfeito ou, como dizia Aristóteles, reinava a
incorruptibilidade.
153
31. Enfatize o apego dos cientistas às suas teorias, afinal, ninguém quer ver a
sua teoria sendo derrubada. Para não refutá-las, eles levantam hipóteses ad
hoc, ou seja, artifícios que salvam a teoria.
38. Tanto este slide como o nº 39 tem o mesmo objetivo: dizer como os antigos
identificavam os planetas e como determinavam a ordem desses a partir da
Terra. Esclareça que os planetas de Mercúrio a Saturno são visíveis a olho nu
da Terra. Eles são parecidos com as estrelas, porém aparecem de tempos em
tempos, são mais brilhantes e a luz do sol refletida neles sofre menos efeitos
da atmosfera, por isso eles não cintilam. Um exemplo de que os planetas
aparecem numa mesma região do céu pode ser dado a partir da nossa visão
dos planetas interiores. Mercúrio e Vênus só aparecem no horizonte, antes do
nascer e após o pôr do Sol. Assim como estes planetas não aparecem em
qualquer lugar, todos os outros também têm uma região do céu (em relação
ao fundo de estrelas) para aparecer, ou seja, aparecem numa determinada
constelação. Quando um planeta voltava a aparecer, como era visto na
mesma posição de antes, os antigos astrônomos concluíram que se tratava
do mesmo astro. Assim eles ganharam nomes que permanecem até hoje.
Quanto maior o tempo para eles retornarem a suas posições, mais longe
estariam da Terra fixa no centro. Assim os antigos astrônomos determinaram
a ordem dos planetas a partir da Terra. Convide os alunos a refletirem sobre
como eram pacientes esses cientistas da antiguidade, observando o céu a
olho nu noites a fio. Assim, convide seus alunos, uma vez mais, a
contemplarem o céu por várias noites e iniciarem sua paixão por esse tipo de
atividade.
49. Observe na figura da direita a comparação que Copérnico fez entre seu
sistema e o ptolomáico. Veja o desenho dos epiciclos.
55. Lembre aos alunos que a animação do meio (a Lua girando em torno da
Terra) é apenas ilustrativa, não correspondendo à realidade, pois os alunos
podem pensar que todos dias deveria ocorrer eclipse solar.
63. O objetivo deste slide e dos demais, até o de número 84, é refletir sobre a
construção da Física kepleriana. Ressalte a importância e as dificuldades de
Kepler em romper com os antigos ideais platônicos de movimento circular dos
astros, tomados como verdade por Aristóteles, por Ptolomeu e até por
Copérnico. Discuta uma vez mais a importância da grande dupla Brahe e
Kepler para o desenvolvimento da Astronomia. Sem as observações de
Tycho ou sem a genial mente de kepler, não teria havido a ruptura dos ideais
platônicos do movimento circular e as Leis de Kepler não teriam sido
desenvolvidas. Estas Leis foram indispensáveis para a formulação da Teoria
155
10. No trecho “Ele percebeu que o resultado para a queda dos corpos em um
plano era o mesmo não importando qual a inclinação deste”, lembre aos
alunos que o resultado a que se refere, é que a distância percorrida pela bola
é sempre proporcional ao quadrado do tempo.
110
Segundo Aristóteles uma pedra cai porque o “elemento terra” predomina neste corpo, por isso ele retorna ao
seu lugar natural. Quanto mais terra tiver nesta pedra, ou seja, quanto mais pesada ela for maior seu desejo de
retornar ao seu lugar natural, por isso cai mais depressa.
156
velocidade
02 01
tempo
17. Esse raciocínio de Galileu deu origem a duas leis muito importantes da Física:
a Lei da Conservação da Energia Mecânica e a Lei da Inércia. Dentre elas, a
segunda é a mais importante para nossos alunos neste momento, para
compreenderem como se coloca um satélite em órbita. É importante ressaltar
que a Lei da Inércia de Galileu recebeu a contribuição de René Descartes
para chegar à forma aceita hoje. O equívoco de Galileu com relação à lei da
157
29. Talvez a maior influência de Galileu, em sua época, se tenha dado por causa
de suas observações astronômicas. Não foi Galileu o inventor do telescópio
refrator, mas ele foi o primeiro a apontá-lo para o céu, ou seja, foi o primeiro a
usá-lo para fins astronômicos. Relembre com os alunos um dos primeiros
slides estudados (na primeira apresentação - Satélites). Se necessário
retorne a este slide e reveja as luas de Júpiter observadas pela primeira vez
por Galileu.
30. Galileu aperfeiçoou o telescópio e fez várias observações. Todas elas foram
importantes, mas para este trabalho as observações das fases de Vênus têm
uma importância especial, por isso o realce dessa informação no slide.
33. É necessário ressaltar aqui que existem outras versões para a condenação
de Galileu, nós apresentamos apenas uma delas Alguns historiadores
acreditam que ele foi condenado não por acreditar no heliocentrismo, mas por
achar que a Igreja Católica interpretou a Bíblia equivocadamente. Isso
contrariava as decisões do Concílio de Trento. Outros historiadores acreditam
que o processo contra Galileu não aconteceu por ele aderir a teoria
copernicana, mas sua condenação se deveu fato de ele não acreditar na
transformação de matéria. Em outras palavras, ele defendia que todas as
modificações eram fruto da combinação de matérias pré-estabelecidas. Isso
feria a um outro dogma católico, o da Santa Eucaristia que afirmava haver
uma transformação do pão em corpo de Cristo111.
36. Os versos “trinta quilômetros por segundo” (linha 05) e “na razão direta dos
quadrados dos tempos” (linha 22) fazem referência à física galileana e podem
não ser percebidos como tal pelos alunos. Realce estes versos e a ironia do
poeta ao falar das autoridades eclesiásticas que condenaram Galileu.
38. Esse slide tem um filme sobre Galileu. Convide os alunos a observarem
Galileu medindo o tempo de oscilação de um pêndulo com sua pulsação
cardíaca. É importante também ressaltar o empenho de Galileu em aprender
a fazer lentes para melhorar as dos fabricantes.
39. A partir deste slide e até o final dessa apresentação têm-se informações
sobre a Física terrestre que explica os movimentos celestes, ou seja, a
111
CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. 2º Ed. Ed Moderna. São Paulo, 2004. p. 149.
158
ciência que “uniu o Céu e a Terra” que na Física Aristotélica eram separados
(mundo sublunar e supralunar). Para entender esta Física é importante
entender o Princípio da Inércia e o conceito de gravidade. A combinação
destes dois conceitos físicos explica o movimento oblíquo de um projétil e a
órbita da Lua ou de um satélite artificial em torno da Terra. É importante
observar que Galileu acreditava numa espécie de “Inércia Circular”. Para ele,
se um corpo escorrega numa superfície sem atrito na Terra, dará,
espontaneamente, a volta no planeta. Só a partir das idéias de René
Descartes que surgiu o conceito de Inércia Linear que se mantém até hoje.
Este conceito também é conhecido como Primeira Lei de Newton.
1. Nos primeiros slides, ressalte as influências que Newton sofreu. É bom falar
sobre a vida e obra de um cientista, pois humaniza a ciência e a torna mais
próxima dos interesses dos alunos112. O estudante também percebe um
pouco sobre a natureza da ciência e a reconhece como construção humana.
15. A figura que aparece por último nesse slide pode dar margem a confusão. É
importante deixar claro que o termo “corpo” se relaciona com “m” (massa),
“campo” se relaciona com “g” (aceleração da gravidade) e “queda” com “p”
(peso). A possível confusão pode ocorrer devido ao sinal “+”, do termo corpo
+ campo, porque na expressão abaixo aparece uma multiplicação.
19. Chame atenção dos alunos que a partir deste slide eles entenderão,
finalmente, como se coloca um satélite em órbita e a simplicidade dessa idéia
genial.
112
MATTHEWS, M. R. História, Filosofia e Ensino de Ciências: a tendência atual de reaproximação. Caderno
Catarinense de Ensino de Física, v. 12, n. 3, p. 164-214, dez. 1995.
159
32. A dedução desta famosa equação (Lei da Gravitação newtoniana) pode não
ser simples para estudantes do Ensino Médio, porém requer uma matemática
acessível a tais alunos. Vejamos agora uma dedução113:
F = ma = m . v2/r
Como, pela Terceira Lei de Kepler, r3/T2 tem o mesmo valor K para qualquer
planeta do Sistema Solar:
F = 4π2.K.m/ D2
F = G . Ms m/ D2
não tem sua aplicação limitada à ação entre o Sol e um planeta, mas se
aplica a cada par de objetos no universo, tornado as massas Ms e m em m1 e
m 2:
F = G . m1 m2/ D2
113
Extraída de: COHEN, Bernard. O nascimento de uma nova física: De Copérnico a Newton. São Paulo:
Editora EDART, 1967.
*
Esta quantidade r/r é apenas um artifício matemático de valor 1, inserido apenas para viabilizar a operação.
160
Acrescentar a massa do Sol, como fez Newton, foi uma atitude ousada. Não
há matemática – seja Álgebra, Geometria ou Cálculo Diferencial ou Integral –
que justifique este passo audacioso. G é uma constante universal pelo fato de
que, na forma em que Newton a descobriu, foi baseada em elementos do
nosso Sistema Solar. Evidentemente, o ato de dividir a constante de Kepler
pela massa do corpo central, ao redor do qual os astros fazem suas
revoluções, elimina quaisquer aspectos especiais de qualquer sistema
particular.
36. Discuta sobre o que são marés e colher dos alunos possíveis respostas sobre
as causas desse fenômeno. Se não souberem a resposta certa, a última
figura dá uma dica.
37. Observe que a maré alta ocorre na direção da Lua, de um lado e de outro da
Terra. Como a força gravitacional decresce com o quadrado da distância,
temos na superfície do oceano da região “A” (veja figura abaixo) uma força de
atração maior que no fundo. Desta forma, a superfície é puxada para fora (em
relação ao centro da Terra) que o fundo, fazendo a maré subir. Na região “B”
observa-se também maré alta, pois a superfície é puxada para dentro com
força de menor intensidade que o fundo. Como a superfície está menos
comprimida, tende a ficar mais alta. Nas regiões “C” e “D”, que não estão
alinhadas com a Lua, observa-se maré baixa (talvez neste momento um bom
recurso a ser usado na explicação seria quadro negro e giz). A subida das
marés também é influenciada pelos efeitos gravitacionais do Sol, põem são
menos significativos que os da Lua.
B
D
C
A
38. Lembre que o movimento curvo dos projéteis, da Lua e dos satélites artificiais
é uma combinação da inércia com atração gravitacional. Se esta última deixar
de existir (o que é improvável!) a 1º Lei de Newton (a Lei da Inércia) “assume
os controles”. Pergunte aos seus alunos: O que aconteceria com a Lua se a
força da gravidade da Terra “acabasse”?.
39. Discuta com os alunos a diferença do conceito de “cair” para o senso comum
e para a Física (talvez fosse uma boa ocasião para se discutir as diferenças
entre a ciência e o senso comum). Cientificamente o conceito de “queda de
um corpo” não está necessariamente associado à chegada ao solo, como no
senso comum, mas a uma atração gravitacional.
161
41. Pergunte aos alunos se já viram, em um jornal ou em outras fontes, que “os
astronautas estão dentro da nave, no espaço onde não há gravidade”.
Pergunte se concordam com o isso. Comente com os alunos que os meios de
comunicação, por desinformação ou por tentar simplificar a linguagem
científica para os leigos, acabam incorrendo em erros.
42. Peça que os alunos coloquem um objeto (pode ser um livro) na palma da mão
aberta e a abaixe rapidamente. O que aconteceu com a força de contato
quando a mão estava acelerando para baixo? A sensação de contato
aumentou ou diminuiu?
54. Peça para os alunos fazerem dinamômetros com essas molas de cadernos
velhos (podem ser até as de plástico). Convide-os a observarem que se torna
impossível medir o peso de um corpo com um dinamômetro em condições de
movimento. Como fazer para medir a massa de um corpo em um ambiente de
microgravidade, já que as balanças falham? Discutir com os alunos os
conceitos de massa gravitacional e massa inercial. Chamar atenção que a
determinação da massa de um corpo neste ambiente é feita usando-se a
segunda lei de Newton, aplicando-se ao corpo uma força conhecida e
medido-se sua aceleração.
61. Compare a idéia de universo que temos hoje com o que se tínhamos nas
épocas de Aristóteles, Ptolomeu e Copérnico. Para que uma galáxia se
mantenha coesa, seria necessário que ela possuísse uma massa pelo menos
dez vezes maior que a observada. Para explicar o fato das galáxias não se
desfazerem, os astrofísicos “criaram” a “matéria escura”, ou seja, formularam
uma hipótese para “salvar” a mecânica newtoniana do problema da
insuficiente massa observada das galáxias. É interessante observar que criar
hipóteses para “salvar uma teoria” não é privilégio somente de Ptolomeu,
como foi visto. Há, nos dias de hoje, cientistas que não acreditam na matéria
escura. Para eles a mecânica newtoniana não se aplica da mesma forma nas
distâncias galácticas como se aplica ao espaço de um sistema planetário.
Apesar de esses cientistas serem contra a “matéria escura”, ela ainda faz
parte do que chamamos “ciência oficial” (ou do paradigma vigente) até que
seja derrubada com bons argumentos.
114
Para introduzir a idéia de grandezas vetoriais sugere-se que o professor comece a trabalhar na sala de aula com mapas e
mostre em mapas como é o vetor distância e fazer os alunos trabalharem com soma e subtração de vetores. Os mapas são
ótimos materiais didáticos para se trabalhar com vetores.
162
75. Os detalhes destes cálculos podem ser feitos pelos alunos com a ajuda do
professor.
CD 02
Sugestões para uso dos slides da Apresentação “5 - Contexto
histórico da invenção dos satélites”
Esta apresentação é única no CD – 02. Ela tem como objetivo galgar sobre o
contexto histórico em que os satélites foram inventados, ou seja, apresentar ao
aluno a Corrida Espacial que se travou durante a Guerra Fria. Para que o aluno
perceba o que influenciou este acontecimento, a apresentação é iniciada com a
Revolução Russa que dividiu o mundo em comunistas e capitalistas. Entre essa
revolução (que ocorreu concomitantemente com a Primeira Guerra Mundial) e a
Guerra Fria será apresentada a Segunda Guerra Mundial. Pode-se dividir a
apresentação 05 em quatro momentos: Revolução Russa (slides de 5 a 24),
Primeira Grande Guerra (de 13 a 15 e de 25 a 29)115, Segunda Guerra Mundial (58 a
104) e Guerra Fria (107 a 201). Conhecer a ascensão e queda de Hitler (Slides de
30 a 57) é fundamental para o entendimento de como se chegou ao lançamento de
satélites. Toda a nossa abordagem da Corrida Espacial, inclusive com os primeiros
lançamentos de satélites, está na parte que apresenta a Guerra Fria (slides de 107 a
201).
12. A gravura do slide é sobre a libertação dos servos. Para que ela não fique
fora do contexto, chame a atenção dos alunos que a servidão na Rússia
czarista era uma semi-escravidão. Os donos da terra exploravam seus servos
e eles, por sua vez, trabalhavam duro e não recebiam o suficiente para sua
115
Estes números de slides são aproximados. Como a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa estão
interligadas, é difícil saber exatamente em qual slide começa ou termina a explanação destes acontecimentos.
163
21. Observar que, após a Revolução, Lênin consagrou-se como presidente russo.
Trotski tornou-se seu “braço direito” e possível sucessor. Stálin, como líder do
Partido Comunista Russo, tinha em mãos o poder político. Com a morte de
Lênin, Stálin passou a usar todo seu poder para se tornar presidente. De
posse do cargo, ele começou a perseguir Trotski. Stalin considerava Trotski
uma ameaça a seu poder. Muito tempo depois, após fugir e se esconder em
vários países, Trotski é assassinado no México a golpes de picareta, por um
agente russo da KGB a mando de Stálin.
49. A ciência básica e a aplicada não são neutras. Um bom exemplo disso é o
projeto Manhattan. O desenvolvimento da ciência e da tecnologia nuclear, no
final da Segunda Grande Guerra, foi financiado pelos Estados Unidos com
objetivo de desenvolver a bomba atômica.
85. Observe que a invenção dos mísseis balísticos pelos alemães teve uma
importância crucial no desenvolvimento dos VLS (veículos lançadores de
satélites). O primeiro VLS norte-americano era um míssil V-2 modificado.
178. A Guerra Fria também influenciou o Brasil, porém optamos por não falar
muito sobre isso nesse trabalho. A “Apresentação 05” já é bastante extensa
sem nos atermos à questão brasileira e, se fizéssemos isso, iríamos desviar
do tema deste trabalho.
164
202. Este slide e o próximo fazem uma revisão das principais idéias dos
conteúdos dos dois CDs. Esta revisão encontra-se numa ordem inversa à
apresentada no material. Discuta com os alunos tentando lembrar outras
idéias importantes que não foram apresentadas nesta revisão. Discuta sobre
alguns detalhes que os alunos gostariam de relembrar e se preciso reveja
algumas partes.
165
APÊNDICE D
Slides
166
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE FÍSICA
INSTITUTO DE QUÍMICA
BRASÍLIA, 2006
2
1
Saté
Satélites são corpos
celestes que giram ao
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisi
ca6/gravitacao/gravitacao.htm
redor de outro corpo
maior, ou seja, são
Satélites http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica8/
corpos que orbitam em
torno de um outro corpo
gravitacao/acegravidade.htm
Você sabe o que é um satélite?
satélite?
celeste. Um exemplo de
saté
satélite é a Lua, pois ela
gira ao redor da Terra.
Você conhece algum outro
http://www.tvcultura.com.br/aloescola
3 /ciencias/olhandoparaoceu/opceu4.htm exemplo de satélite?
4
5
Júpiter com suas quatro luas vistas por Galileu http://www.gifmania.com.pt/
6
www.sciencephoto.com/
O avanço da tecnologia
levou o homem a colocar
em órbita satélites
artificiais, como são os de
comunicação que nos
mandam imagens de TV,
por exemplo. Hoje em dia
temos muitos satélites
artificiais orbitando a Terra
com a missão de receber e
enviar mensagens. Satélite de Comunicação – Science Photo Library - Trabalho de
7 arte de um satélite geoestacionário. Esse tipo de satélite de
comunicação orbita a Terra a uma distância de 35.900 km. 8
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM): Extraído de Filho, 2005
168
Exemplos de
Saté
Satélites
Astronômicos
Hubble
http://www.o
Telescópio Newton (trabalho de arte) . É bservatorio.u
um telescópio da Agência Espacial fmg.br/hubbl
Européia e opera para estudar e.htm
fenômenos de alta energia como super-
novas e buracos negros.
http://www.sciencephoto.com/images/imag
ePopUpDetails.html 14
13
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM): Extraído de Filho, 2005
TelStar
A primeira
transmissão de TV
ocorreu no dia 11 de
julho de 1962 entre os
EUA e a França,
através do satélite
TelStar (Filho, 2005).
Como é impossível para as ondas de telecomunicação contornarem, 77 kg, 0,88cm de diâmetro
por si só a curvatura da Terra, precisamos dos satélites para
enviarmos e recebermos mensagens de longas distâncias.
16
15
169
17 18
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM): Extraído de Filho, 2005
Satélite Tiros
• É um satélite meteorológico.
• Objetivava testar e provar o uso de
satélites para previsão de tempo.
• Foi desenvolvido pela NASA e
lançado em 01/04/1960.
• Operou por 78 dias.
• Tinha 1 metro de diâmetro e 0,5 metro
de altura.
• Sua massa era cerca de 120 kg.
• Estrutura feita de alumínio e aço inox.
• Coberto com 9200 células solares.
• Transmitiu 22.952 fotografias. (Filho,
2005)
20
19
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM): Extraído de Filho, 2005
23 24
Fonte: O Globo, 31 de julho de 2003, extraído de Filho, 2005
170
A União Européia (UE) lançou em 28/12/2005 seu primeiro Foguetes Delta II de dois estágios são tipicamente
satélite de navegação “Galileo” como parte de um programa utilizados para colocar naves espaciais em baixa
que deve concorrer com o Sistema de Posicionamento Global altitude, como satélites de posicionamento global
(GPS), criado pelo Estados Unidos. (Global Positioning System, GPS). O foguete Delta II
http://www.oi.com.br/data/Pages/449683DFITEMID14F33A sendo lançado do Cabo Canaveral transportando o
25 26
8C85E34FC1A8E868E17ED43513PTBRIE.htm satélite Swift.
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM): Extraído de Filho, 2005 http://pt.wikipedia.org/wiki/Foguete_Delta_II
SCD 1
29 30
(Extraído de Filho,
Fonte:2005)
INPE
http://atelier.uarte.mct.pt/rota-do- http://reia.inmet.gov.br/imgsatelite/index3x.php?tipo=
31
tempo/Instrumentos/Satelite.htm asiv&titulo=América%20do%20Sul%20Infravermelho32
171
http://ctjovem.mct.gov.br/index.php?action=/conte
nt/view&cod_objeto=9212 34
33
Carga
Instrumentos, sensores,
Útil
transmissores, etc.
Estrutura Mecânica
Satélite
Suprimento de Energia
Controle de Atitude
Plataforma
Gestão de Bordo
Controle Térmico
Telemetria, Telecomando e Rastreio
Propulsão
Lançador
Foguete Lançador
http://www.gifmania.com.pt/
35 36
FONTE: Satélites e Plataformas Espaciais – Dr. Petrônio Noronha de Souza (Módulo I – AEB Escola)
Estrutura de um saté
satélite
http://www.gifmania.com.pt/
38
37
(Extraído de Filho, 2005)
Suprimento de Energia
Suprimento de Energia O suprimento de energia é o responsá
condicionamento e distribuiç
responsável pela geraç
distribuição de energia elé
geração, armazenamento,
elétrica para todos os
subsistemas do saté
satélite.
Geralmente, neste suprimento a energia elé elétrica é obtida pela conversão
de energia solar atravé
através dos painé
painéis solares. A tecnologia de conversão
de energia solar em energia elé
elétrica teve grande avanç
avanço graç
graças à
necessidade de se suprir os saté
satélites artificiais com energia. Essa
tecnologia é també
também utilizada aqui na Terra com objetivo de
aquecimento e obtenç
obtenção de energia elé elétrica para residências.
saté
satélite com painé
painéis solares abertos painé
painéis solares residenciais
(http://www.censolar.es/)
http://www.censolar.es/) (http://www.censolar.es/
(http://www.censolar.es/ )
Existem ainda outras formas de se obter energia tais como “pilhas
nucleares”
nucleares” ou cé
células combustí
combustíveis de hidrogênio.
39
40
(Extraído de Filho, 2005)
172
Para começ
começar a entender sobre a Fí
Física
que governa o movimento dos saté
satélites,
abra o arquivo:
“ 2 – Como colocar um saté
satélite em
Agora precisamos saber como é que se colocam órbita – de Aristó
Aristóteles a Kepler”
Kepler”
essas mámáquinas para girar em volta da Terra. Para e confira!
isso, precisamos entender um pouco mais sobre a
física que governa o movimento dos saté
satélites.
41 42
173
1 Fotos: http://www.gravidade.hpgvip.ig.com.br/ 2
O nascer e o
Pôr-do-sol
http://e-
Aristó
Aristóteles
fotos.com.br/publ
icos/albunscateg.
php?SID=&TID • Aristó
Aristóteles, filó
filósofo Grego que viveu
=&ID=88 três sé
séculos antes de Cristo, não
concordava com a idé
idéia de que a
Terra gira ao redor do Sol.
Reflita mais um pouco: o Sol nasce de um lado da Terra e se põe do outro, o • Este filó
filósofo acreditava num Cosmo
mesmo acontece com a Lua, as estrelas e com a maioria dos astros que vemos geocêntrico, ou seja, para ele a Terra
no cé
céu. ficava no centro do universo e todos
Pense e tente argumentar em favor da Terra girando ao redor do Sol.
Sol. Você os outros corpos celestes giravam ao
teria algum argumento convincente de que é a Terra que gira ao redor do Sol? redor dela, o que parece fechar com
nossas observaç
observações diá
diárias.
Aristóteles
Foto do céu estrelado com 30 minutos de http://www-groups.dcs.st- • O prefixo geo significa Terra,
exposição. Observe que, assim como o Sol e and.ac.uk/~history/PictDisplay/Aris portanto Cosmo geocêntrico quer
a Lua, as estrelas também desenvolvem um
aparente movimento em torno da Terra.
totle.html
dizer a Terra no centro do universo.
http://www.fotosdoceu.astrodatabase.net/b2/g_
viewgallery.php?view=Estrelas_e_Constelacoe
s/fixa_0001.jpg
5 6
http://www.gifmania.c
Cosmo Geocêntrico. om.pt/
http://educar.sc.usp.brfisicamovgrav.html
7 http://geocities.yahoo.com.br/salad
terra 8
efisica9/biografias/aristoteles.htm
175
http://astro.if.ufrgs.br/p1/p1.htm
Esferas celestes de Aristóteles, feitas de cristal, com a Terra ao centro. A
partir da Terra as esferas eram as seguintes: esfera da Lua, de Mercúrio,
de Vênus, do Sol, de Marte, de Júpiter, de Saturno e por último a esfera
das Estrelas Fixas. Os planetas Netuno, Urano e Plutão, como não podem
ser vistos a olho nu daqui da Terra, não eram conhecidos na época.
11 12
Para Hiparco,
Hiparco, a parada ocorre porque a forç
força que o
lanç
lançador transmitiu à bola acaba.
As idéias de Hiparco contribuíram para o surgimento da
Teoria do Impetus, na Idade Média.
15 16
176
Segundo Aristó
Aristóteles, a maté
matéria
(abaixo da esfera da Lua) era Terra e Céu
A esfera da Lua divide o universo em
constituí
constituída por quatro elementos: duas regiões completamente diferentes,
povoadas de diferentes tipos de matéria e
terra, água, ar e fogo. Cada um sujeitas a leis diferentes. A região
deles tinha o seu “lugar natural”
natural”. terrestre ou mundo sublunar na qual vive
o homem é imperfeita, sujeita a mudanças
fogo e variações. A região celeste ou mundo
supralunar é eterna, imutável e perfeita.
ar As esferas celestes movem-se natural e
eternamente em círculos, ocupando
sempre a mesma região do espaço.
água
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/cope.htm
terra
Esfera da
Lua
Esfera do ar
O modelo geocêntrico das esferas de cristal
http://astro.if.ufrgs.br/p1/p1.htm
Esfera da água
No mundo supralunar vigorava a perfeiç
perfeição, por isso este
Esfera da terra mundo não podia ser constituí
constituído dos mesmos quatro
elementos que o mundo sublunar.
Mundo Sublunar Todos os corpos celestes eram feitos de Éter e o espaç
espaço
entre eles era preenchido com esta substância perfeita.
Mundo Supralunar
20
19
Desde Pitá
• Como conseqü idéia de Kosmos, e
conseqüência da idé
Pitágoras que o movimento circular como a Terra não era perfeitamente
era considerado perfeito. esfé
esférica (sendo portanto imperfeita),
chegando até
até perto da Lua, havia
Em razão disso, o mundo foi chamado de mudanç
mudança, morte e decomposiç
decomposição.
Kosmos,
Kosmos, palavra usada por Pitá
Pitágoras. • Era uma visão de mundo coerente em que
Essa palavra significa ao mesmo tempo o homem era colocado no centro do
universo e, apesar de todas nossas
Piágoras
ordem, correspondência e beleza. imperfeiç
imperfeições, éramos o grande objeto da
http://www.mat.usach.cl/ (Goodstein & Goodstein, 2002) criaç
criação divina.
histmat/html/pita.html (Goodstein & Goodstein, 2002)
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102- 25 http://www.gif
26
47442004000300012&script=sci_arttext&tlng=pt Círculo Zodiacal e Signos do Zodíaco mania.com.pt/
http://www.astro.com/astrology/in_kdsol_p.htm
http://www.gifmania.com.pt/astronomia/estrellas/
29
30
• O Fí
Físico e filó
filósofo da ciência Thomas Kuhn chamou os problemas que
certas teorias mostram de “anomalias”
anomalias”.
• Esse filó
filósofo, estudando a histó
história da ciência, afirma que os cientistas
resistem muito para mudar suas teorias.
• Geralmente, para que suas teorias não sejam mudadas, levantam
hipó
hipóteses que “salvam as aparências”
aparências”, ou seja hipó
hipóteses que
preservam a teoria.
• O que você acha que Ptolomeu fez para salvar sua teoria desta
“anomalia”
anomalia”? Como “defender”
defender” o geocentrismo do “ataque”
ataque” do
movimento retró
retrógrado?
O sistema de Ptolomeu
http://astro.if.ufr
gs.br/p1/p1.htm
Para salvar a teoria,
Ptolomeu explicou esse
fenômeno, aparentemente
tão estranho, elaborando
um sistema complicado, mas
geometricamente plausí
plausível. http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=
Os planetas estariam fixos S0102-
sobre esferas concêntricas 474420040003000
de cristal. 12&script=sci_artt
ext&tlng=pt
Ele postulou que cada
planeta se move num cí círculo Trajetória aparente
pequeno chamado de de Marte em relação
epiciclo, cujo centro se às estrelas fixas entre
10 setembro e 28 de
move ao redor da Terra, que abril, mostrando um
é estacioná
estacionária no centro do movimento de
Universo. regressão:
http://www2.uerj.br/~o Simulação do movimento retrógrado no sistema geocêntrico. Observe a trajetória (em cor verde) do
ba/cursos/astronomia/fu planeta vista da Terra, contra o fundo estrelado (Fonte: Web Syllabus, Dept. Physics & Astronomy,
ndamentoshistastro.htm University of Tennessee.
http://csep10.phys.utk.edu/astr161/lect/retrograde/aristotle.html
33 34
Epiciclos e Deferentes
O deferente é um cícírculo
imaginá
imaginário que circundaria a
Terra, e sobre cuja
circunferência, segundo
Ptolomeu, se moveria ou o O sistema de epiciclos de Ptolomeu:
corpo celeste (no caso da Lua http://www2.uerj.br/~oba/cursos/astrono
e do Sol) ou o centro do seu mia/fundamentoshistastro.htm
Júpiter Marte
http://calendario.incubadora.fapesp.br/portal/textos/professor/ptexto07
Observaç
Observações acumuladas desde a Antigü
planetas possuem um movimento caracterí
Antigüidade mostram que todos os
característico em relaç
relação às estrelas
O poder do modelo ptolomaico
e que, de tempos em tempos, voltam às posiç posições originais.
Quanto mais tempo os planetas levam para voltar às posiç posições de • Se cientistas tentam salvar teorias que não tem nenhum
origem em relaç
relação às estrelas, mais longe se encontram da Terra. apelo religioso, imaginem uma teoria como a
Foi a esta conclusão ló
geocêntrica.
lógica que os antigos astrônomos chegaram e a
partir daí
daí, determinaram a ordem dos planetas, considerando um • O geocentrismo,
geocentrismo, pode-
pode-se dizer, virou dogma, pois a
universo com a Terra (que não era considerada planeta) no centro. centro. Igreja baseava-
baseava-se nele, e atuava de forma feroz contra
qualquer conceito contrá
contrário a esta teoria.
Veja um texto que expressa o pensamento dos antigos estudiosos do do
céu. Observe que antigamente não existia distinçdistinção entre astronomia e
• Como jájá mencionado o Sistema Ptolomaico era difídifícil de
astrologia (Copé
(Copérnico, 1990).
ser derrubado por seu apelo religioso e, assim ele foi
aceito até
até a Renascenç
Renascen ça, ou seja, por volta do fim do
século XIV.
Copé
Copérnico Copérnico começou a fazer mais
observações e a estudar com mais
Você deve se lembrar que a Renascenç
Renascença foi profundidade os escritos de
uma época de avanç
avanço revolucioná
revolucionário da Aristóteles e Ptolomeu e chegou a
cultura. conclusão de que o Sistema
Geocêntrico apresentava problemas
Monalisa, quadro do pintor
renascentista Leonardo Da vinci
sem soluções.
http://paginas.terra.com.br/arte/mund Após detalhados estudos, Copérnico
oantigo/vinci/
Copérnico deduziu que para fechar seus cálculos
http://astro.if.ufrgs.br/cop/cop.gif a Terra tinha que executar um
Foi durante essa época efervescente que movimento completo em torno dela
viveu o mé
médico monge Nicolau Copé
Copérnico. mesma.
O monge Nicolau Copérnico
(1473 – 1543) acreditava num Nesse contexto renascentista ele, Isso explicaria o movimento do Sol e
cosmo heliocêntrico, ou seja, observando o cécéu percebeu que os das Estrelas, produzindo o dia e a
com o Sol no centro do universo planetas pareciam estranhamente noite.
http://geocities.yahoo.com.br/sala
defisica9/biografias/copernico.htm aumentar de tamanho. Novos cálculos o levaram a atribuir à
Isso parecia um absurdo já
já que os corpos volta da Terra ao redor do Sol, o
celestes orbitavam a Terra em cícírculos Livro de Copérnico: De Revolutions,
movimento anual.
Nuremberg, 1543
perfeitos, como afirmava Aristó
Aristóteles. http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica9/bi
ografias/copernico.htm
41 42
Veja a diferenç
diferença entre as explicaç
explicações do
movimento retró
retrógrado de Marte, no modelo
ptolomaico (geocêntrico) e no modelo copernicano
(heliocêntrico).
De revolutionibus De revolutionibus
http://gl.wikipedia.org/wiki/Nicol 49 50
http://attachment.edu.ar/copbio.html
%C3%A1s_Cop%C3%A9rnico
Muitos afirmam que, embora Copé Copérnico tenha rompido com a idéidéia de
universo dominante da época, ele acabava se voltando para idé idéias
aristoté
aristotélicas.
Thomas Kuhn, por exemplo, afirma que “é exatamente na ruptura que
Copé
Copérnico mostra mais claramente sua dependência com relaç relação à
tradiç
tradição”
ão”.
Koestler, em seu livro Os Sonâmbulos, declara que “Copé
Arthur Koestler, Copérnico
esforç
esforçou-
ou-se ao má
máximo para encaixar o movimento da Terra dentro de
uma estrutura baseada na fí física aristoté
aristotélica”
lica”.
Mesmo assim, podemos afirmar que Copé Copérnico iniciou uma grande
revoluç
revolução. Depois dele:
Sistema de Copérnico
http://geocities.yahoo.com.br/saladefi
sica9/biografias/copernico.htm
A estrela nova
• Ainda jovem, as observações amadoras de Tycho o
levaram a assistir a um eclipse total do Sol que havia Tycho Brahe montou seu
pró
próprio observató
observatório e foi lá
lá
sido previsto para o dia 21 de agosto de 1560. que a 1 de novembro de
• Para espanto de Brahe, que ainda era rapaz, a previsão 1572, na constelaç
constelação da
Cassiopeia,
Cassiopeia, descobriu a stella
se cumpriu em outubro, portanto com atraso. Este fato o nova (estrela nova), uma
levou, depois de ter estudado direito, a estudar estrela que ningué
ninguém ainda
observara.
astronomia.
Assim, o princí
princípio da
imutabilidade de Aristó
Aristóteles
cai por terra e a Igreja é
ofendida.
No entanto, é a partir dessa
descoberta que Brahe começ
começa
a ser conhecido como
A constelação de Cassiopeia e as suas vizinhanças. astrônomo e consegue
Fotos do eclipse total do Sol Eclipse (fora de escala). O O Sol sendo encoberto
http://www.uma.pt/Investigacao/Astro/Astronomia/Observ_ proteç
proteção do Rei Frederico II
ocorrido em 26 de fevereiro eclipse não ocorre todo dia, pele sombra da Lua,
mes/Set2002/cassiopeia.htm da Dinamarca, que lhe
de 1998
http://www.editorasaraiva.co
como mostrado acima porque
os planos de rotação da Lua em
visto da Terra financia a construç
construção de um
m.br/eddid/ciencias/biblioteca volta da Terra e da Terra em 55 observató
observatório. 56
59 60
Arestas 6 12 12 30 30
Figuras: http://www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/proporcao.html 66
65
Segunda Lei
Com os dados de Tycho,
Tycho, Kepler leva adiante seus cá
cálculos e
percebe que os planetas se movem mais depressa quando se
encontram na parte mais pró
próxima do Sol e se movem mais
devagar quando se encontram mais longe.
Descobre també
também que as velocidades dos planetas são
reguladas pela varredura, ou seja, os planetas varrem áreas
As órbitas dos planetas são elipses de iguais em tempos iguais[1]
iguais[1].. Esta descoberta acaba conhecida
pequena excentricidade, praticamente
circulares. como a segunda lei de Kepler[2]
Kepler[2]..
http://educar.sc.usp.br/fisica/movgrav.html
2a Lei de Kepler - As A linha que liga
áreas a1 e a2 são o Sol ao
iguais. O planeta gasta planeta varre
o mesmo tempo indo de áreas iguais em
x1 a y1 e de x2 a y2, ou intervalos de
seja, ∆t1 = ∆t2. tempo também
iguais.
http://www.gravidade.hpgvip.ig.com.br/gr http://geocities.
Elipses das órbitas dos 9 planetas. O ponto central é o centro da elipse e o avidade_cl.htm
ponto da direita é a posição de um dos focos, o qual é ocupado pelo Sol. yahoo.com.br/s
As órbitas elípticas dos planetas são normalmente representadas mais aladefisica8/gra
alongadas do que realmente são. Os cometas possuem órbitas bem vitacao/kepler.h
alongadas. Física na Escola, v. 4, n. 2, 2003 [1]Um
[1]Um experimento para ver a segunda lei de Kepler pode ser encontrado
encontrado no site: tm
http://www.cdcc.sc.usp.br/cda/oba/O%20problema%20do%20ensino%20da%2 http://educar.sc.usp.br/fisica/mgexp.html
0orbita%20da%20Terra.pdf 75 [2]Um
[2]Um applet pode ser visto no site: 76
http://paginas.terra.com.br/educacao/pifer/ph11br/ph11br/keplerlaw2_br.htm
http://paginas.terra.com.br/educacao/pifer/ph11br/ph11br/keplerlaw2_br.htm
http://www.astrofotoportugal.com/site
apaa/GA/Excentricidade_Brasil_1.pdf
Kepler: http://soko.com.ar/matem/m
http://es.wikipedia.org/wiki/I atematica/Conicas.htm
Primeira lei: Um planeta se move descrevendo uma órbita elíptica tendo o Sol como um dos focos. magen:Johannes_Kepler.jpg
Segunda lei: A linha que liga o Sol ao planeta varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais. Site com mais uma simulação da primeira lei:
77
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/gravitacao/kepler.htm
http://www.lmm.fis.ufal.br/dinamica/keplermotion/keplermotion.html 78
[1]Site
[1]Site com mais uma simulaç
simulação da primeira lei: Em mé
média, estamos distantes do Sol cerca de 150 milhões de quilômetros
quilômetros
http://www.lmm.fis.ufal.br/dinamica/keplermotion/keplermotion.html
http://www.lmm.fis.ufal.br/dinamica/keplermotion/keplermotion.html 79 80
184
um lugar como
professor em sua Galileu observa a
oscilação de um
cidade natal. lampadário na
catedral de Pisa
http://geocities.yahoo.
(1564-1642) com.br/saladefisica9/b
Pêndulo: http://www.net- iografias/galileu.htm
rosas.com.br/~cesario/respostas/pendulo.htm
1 2
Torre de Pisa – Itália “Quando tivermos dominado a arte do vôo, não haverá com
Galileu Galilei http://emily.gallery.whiteland
s.com/photos/travel/europe/m
certeza falta de pioneiros humanos para a viagem ao espaço.
onu/photo9422
Criemos navios e velas adequadas ao éter celeste e haverá inúmera
gente sem medo dos desertos vazios. Enquanto isso, preparemos,
Acredita-
Acredita-se que desde muito cedo, Galileu tenha optado pelo sistema
para os bravos viajantes, mapas dos corpos celestes. É o que farei
copernicano,
copernicano, no entanto, com medo de parecer ridí
ridículo por acreditar que para a Lua e vós, Galileu, para Júpiter.”
a Terra não fosse o centro do universo, manteve guardada consigo essa
escolha.
Assim como Kepler, Galileu era um talentoso matemá
matemático. Carta, datada de 19 de abril de 1610, de Johannes Kepler para Galileu Galilei
Ele chegou a conhecer as leis de Kepler, no entanto, estranhamente
estranhamente
nunca as reconheceu e muito menos as adotou. Kepler Galileu
Galileu e Kepler chegaram a se corresponder e em uma dessas cartas
cartas
(para agradecer a Kepler por ter lhe enviado uma có
cópia do seu livro
Mysterim cosmographicum)
cosmographicum) afirmou: “na verdade congratulo-
congratulo-me por ter
no estudo da Verdade um companheiro que é amigo da Verdade”
Verdade”.
Dizem os historiadores de Galileu que a palavra “verdade”
verdade” com letra
maiú
maiúscula era uma menç
menção a Copé
Copérnico.
(1571-1630) (1564-1642)
4
3
Extraído de: Filho, 2005
7 8
187
• Foi usando a té
técnica experimental
Galileu e a queda dos corpos do plano inclinado que Galileu
Reproduç
Reproduções modernas das experiências com plano inclinado chegou à lei da queda livre.
mostraram que, com a prá
prática, ele podia atravé
através do reló
relógio de água, • Ele percebeu que o resultado para
conseguir uma precisão da ordem dos dois dédécimos de segundo. a queda dos corpos em um plano
(Goodstein & Goodstein,
Goodstein, 2002)
Galileu chegou a uma conclusão importante com essa experiência: era o mesmo não importando qual
Como ele jájá havia previsto antes de realizar o experimento, a a inclinaç
inclinação deste.
distância percorrida pela bola no plano inclinado, era proporcional
proporcional Clique na figura acima • E aqui é que pousa sua
ao quadrado do tempo, ou seja, no dobro do tempo, a bola percorre
percorre http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2002/plano/marcosmovimento.html
genialidade matemá
matemática, ele
2
uma distância quatro (2 ) vezes maior, no triplo do tempo, nove
vezes (32) maior, no quá
quádruplo, dezesseis (42)vezes ...
assumiu que isso acontecia
mesmo quando o ângulo de
t=0
t=1
t (tempo medido em uma inclinaç
inclinação do plano fosse 90º
90º, ou
unidade qualquer)
seja, se o plano fosse vertical,
d=0 t=2 d (distância em uma
d=1 unidade qualquer) isso significa uma queda livre!
Há mais de 400 anos, a vida na Europa era
d=4 muito diferente da atual. Os livros eram raros
e muito caros, geralmente escritos em latim, a
t=3 língua dos sábios e da Igreja. A ciência, do
modo como a compreendemos hoje, era quase
desconhecida.
d=9
9 http://minerva.ufpel.edu.br/~histfis/vida_g.htm 10
Os antecessores de Galileu
Os antecessores de Galileu Oresme usou a geometria para fazer uma deduç
dedução que foi
fundamental para Galileu:
Galileu se apoiou muito na Se um mómóvel com aceleraç (≠ 0) desloca-
aceleração constante (≠ desloca-se num certo tempo,
sua velocidade mé
média é a mé
média aritmé
aritmética entre a má
máxima e a mí
mínima
descriç
descrição do movimento dos velocidade alcanç
alcançada por ele.
físicos medievais para Este mó
móvel percorreria a mesma distância (no mesmo intervalo de tempo)
desenvolver a teoria da queda se estivesse com velocidade constante igual a esta mé
média aritmé
aritmética.
dos corpos. velocidade A área inferior do gráfico velocidade X tempo é
numericamente igual à distância percorrida.
Um fífísico, matemá
matemático e A área do retângulo equivale à distância alcançada por um
móvel que possui velocidade constante.
filó
filósofo que muito influenciou A área do triângulo corresponde à distância percorrida
por um móvel em movimento uniformemente acelerado
Galileu foi o francês Nicole Nicole Oresme
com velocidade média numericamente igual à velocidade
constante do móvel anterior .
Oresme.
Oresme. http://upload.wikimedia.org/w
ikipedia/commons/a/a2/Ores
tempo
As áreas do retângulo e do triângulo são iguais. Isso quer
me-Nicole.jpg dizer que ambos os mó
móveis percorrem a mesma distância.
13 14
Segundo Galileu:
o movimento mais simples é o uniforme, no qual um corpo percorre
distâncias iguais em tempos iguais. 0 30 metros 60 metros 90 metros
o movimento uniformemente variado (que possui aceleraç
aceleração Movimento uniforme: a velocidade é constante e o móvel percorre
constante), no qual o corpo aumenta ou diminui sua velocidade em distâncias iguais em tempos iguais. A distância percorrida é proporcional
quantidades iguais em tempos iguais, é o mais simples dos
movimentos acelerados. ao tempo de viagem.
a natureza funciona de forma simples, portanto, se um corpo em
queda faz parte da natureza, ele cai aceleradamente da forma mais
mais V = 12 m/s
V=0 V = 4 m/s V = 8 m/s
simples, ou seja, com aceleraç
aceleração constante (Cohen, 1967).
http://www.uraniborg.8m.com/temes/galileu.html 15 16
188
O mesmo raciocí
raciocínio se aplica, afirmou Galileu, a qualquer projé
projétil, por
exemplo, a bala de um canhão.
Na direç
direção horizontal, a bala de canhão (desprezando a resistência do
ar) conservaria a velocidade inicial imprimida pela explosão da pólvora.
Entretanto, na direç
direção vertical aplicar-
aplicar-se-
se-ia a lei da queda dos corpos,
mesmo quando a bala de canhão está está no ponto mais alto da sua
trajetó
trajetória.
Combinando estes dois tipos de movimento e recorrendo à
matemá
matemática, Galileu mostrou que a trajetó
trajetória de qualquer projé
projétil perto
da superfí
superfície da Terra era uma pará
parábola.
(Goodstein & Goodstein,
Goodstein, 2002)
O objeto se movimenta para frente com a mesma velocidade do Essa experiência você pode fazer!
automóvel (desprezando a resistência do ar). Para cima e para
baixo, o movimento do objeto obedecerá à Lei da Queda Livre. O ciclista em movimento joga um limão para cima
Por isso estará sempre acima da pessoa que o arremessou.
Ciclista:
http://www.gif
mania.com.pt/v
eiculos_terrestr
es/bicicletas/ind
ex5.htm
27
28
Dentre as observaç
observações que Galileu fez com o telescó
telescópio, a descoberta
das fases de Vênus (semelhante às fases da Lua) tornou-
tornou-se um
Compare mais
argumento fundamental em favor do heliocentrismo de Copé Copérnico.
Em sua fase cheia, o planeta era visto pequeno, ou seja, estava mais
uma vez.
longe da Terra.
Nas fases crescente e minguante, o planeta parecia ser muito maior
maior do A observação das fases de
que quando estava cheio. Vênus feitas por Galileu se
A explicaç
explicação dada por Galileu era que Vênus, como os demais planetas tornaram um duro golpe
giravam em torno do Sol. aplicado ao geocentrismo.
Vênus
Te rra
Fases de Vênus fotografadas através de um telescópio
Figura mostrando as fases de Venus 'moderno'. Fases de Vênus fotografadas através de um Terra
http://gl.wikipedia.org/wiki/Venus_(planeta) http://www.fsc.ufsc.br/pesqpeduzzi/imagens-thg5.htm telescópio 'moderno'.
http://www.fsc.ufsc.br/pesqpeduzzi/imagens- As fases de Vênus no modelo copernicano.
Imagine você da Terra observando Vênus. Como o veria? Compare as duas figuras. thg5.htm
31 http://www.fsc.ufsc.br/pesqpeduzzi/imagens-thg5.htm
32
190
33 34
Ai, Galileu!
Mal sabiam os teus doutos juí
juízes, grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braç
braços,
andava a correr e a rolar pelos espaç
espaç os
Vale a pena conhecer mais à razão de trinta quilômetros por segundo. Velocidade de
rotação da
Terra
Tu é que sabias, Galileu Galilei.
Galilei.
um trecho de “Poema para Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coraç
coração cheio de piedade,
Galileu”, do poeta português piedade pelos homens que não precisam sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Clique na figura acima e assista a um filme sobre Galileu (Extraído de Filho, 2005)
Galileu no Tribunal da Santa Inquisição Papa Leão XIII Papa João Paulo II
38
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica9 http://pt.wikipedia.org/wiki/P http://www.vatican.va/holy_fath
37
/biografias/galileu.htm apa_Le%C3%A3o_XIII er/john_paul_ii/index_po.htm
Diá
Diálogo Diá
Diálogo
• Em 1632 Galileu publica seu livro “Diá
Diálogo Alé
Além de seu valor literá
literário como exemplo
Sobre os Dois Má Máximos Sistemas do máximo do barroco italiano, o “Diá Diálogo”
logo” é
Mundo Ptolomaico & Copernicano”. reconhecidamente um clá clássico da literatura
polêmica cientí
científica e filosó
filosófica.
• O livro é uma novidade em vá vários sentidos. Galileu nessa obra, move uma violenta
• Naquele tempo, a maioria dos livros era oposiç
oposição à concepç
concepção tradicionalista do saber,
escrita em latim, mas Galileu escreveu o combatendo a cosmologia teoló teológico-
gico-filosó
filosófica
tradicional, a astronomia ptolomaica e o modo
Diá
Diálogo em italiano, pois queria que todos tradicional de conceber a aplicaç
aplicação da
lessem e entendessem sua obra. matemá
matemática à astronomia e, em geral ao
• Por isso ele é considerado como sendo o estudo da natureza.
primeiro divulgador da ciência. Evidentemente o “DiáDiálogo”
logo” não possui apenas
o cará
caráter opositivo ou retó
retórico (...) ele possui
• Certamente é um livro diferente de todas també
também um carácaráter constitutivo e inovador
obras cientí
científicas que vocês jájá ouviram falar, O Diálogo – Livro de Galileu pelo qual é considerado, pela unanimidade dos
pois, como o própróprio tí
título afirma, é um http://geocities.yahoo.com.br/saladefis inté
intérpretes, um marco no surgimento da
ica9/biografias/galileu.htm ciência moderna.
diá
diálogo levado entre três homens: Salviati,
Salviati, Galilei,
Galilei, 2001(p.12)
Sagredo e Simplí
Simplício.
cio.
39 40
191
Os personagens de Galileu No seu livro, Galileu trata da razão pela qual os corpos não
são expelidos da Terra pela sua rotaç
rotação, ou seja, ele trata
• No Diálogo, Sagredo representa o gentil-homem não
especialista, mas diletante[1] e entusiasta das novas da pergunta:
idéias científicas. É em suas falas que se encontram
as idéias mais ousadas e as críticas mais irônicas e Se a terra gira rapidamente sobre si mesma, por que,
duras contra os aristotélicos (p. 561). (...)
• Salviati representa o novo homem de ciência, isto é,
então, os corpos sobre a Terra não são lanç
lançados para fora?
o especialista que alia a experiência ao mundo Você já
já se perguntou isso?
profundo da matemática, e nesse sentido, suas
posições expressam as de Galileu. (...)
• Simplícius é o nome do famoso comentador de
Aristóteles da primeira metade do século VI dC
O livro começ
começa com Salviate dizendo:
(p.561). (...)
• Cabe observar que, em italiano, a palavra “simplício”
tem também a conotação de “simplista”, “néscio” [2] e
é difícil deixar de pensar que Galileu não se valha
dessa ambigüidade. (...) O Simplício histórico é uma
referência óbvia a Aristóteles, sua filosofia e sua
física (p. 562)[3]. Frontispício do diálogo de Galileu. As
três figuras representam, da esquerda
[1] Pessoa que exerce uma arte ou se dedica a um assunto exclusivamente por para a direita, Aristóteles, Ptolomeu e
gosto e não por ofício ou obrigação Copérnico
[2] Dizer ou praticar necedades; disparatar, dizer tolices. Ação ou dito de Fonte: A filha de Galileu: um retrato
néscio, disparate, sandice, estupidez, ignorância crassa; nescidade. biográfico de ciência, fé e amor – Dava
[3] GALILEI, G. Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico Sobel, p. 214.
e copernicano. Tradução, introdução e notas de Pablo Rubén Mariconda,
São Paulo: Discurso Editorial, 2001. 41
http://home.fnal.gov/~rock http://geocities.yahoo.com.br/sala
42
y/Graham05/dialogo.pdf defisica9/biografias/galileu.htm
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/cinematica/obliquo.htm
43 44
O lanç
lançamento de projé
projéteis sempre teve grande importância para a
humanidade, infelizmente para uso em guerras.
Já no ano 200 aC,
aC, Arquimedes produziu armamentos como a catapulta.
Canhões e catapultas
O canhão foi introduzido no ocidente pelos árabes por volta do sé século XIII.
Era portanto vital, para o êxito da artilharia no campo de batalha,
batalha, que
existisse o domí
dom í nio de uma teoria que descrevesse o movimento dos
projé
projéteis, fossem eles lanç
lançados por catapultas ou por canhões.
Até
Até a época medieval as armas tinham alcance limitado, e não atingiam
alvos alé
além da linha do horizonte (~15km).
Até
Até o surgimento da teoria de Newton, a trajetó
trajetória do movimento dos
objetos era descrita usando as idé idéias aristoté
aristotélicas e a Teoria do Impetus.
mpetus.
Réplica de uma catapulta em Château des Baux, Canhão do Forte de Natal RN- Brasil
França
http://www.gifmania.com.pt/armas/ 46
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Replica_catapult 45
.jpg
Trajetó
Trajetória de um projé
projétil segundo a Teoria do
Ímpetus
A trajetó
trajetória de um projé
projétil é descrita
com base no ímpeto que lhe é
comunicado pela explosão e no
ímpeto do seu peso. O movimento é
descrito em três fases: http://educar.sc.usp.br/sam/proj_roteiro.htm
http://educar.sc.usp.br/sam/proj_roteiro.htm http://educar.sc.usp.br/sam/proj_roteiro.htm
Quando a bola está subindo, a sua velocidade inicial (na vertical)
vai diminuindo até atingir um valor mínimo no ponto mais alto da
trajetória (vértice da parábola) e vai aumentando quando está
O que acontece com a velocidade descendo até atingir o solo (alcance da bola).
inicial da bola?
Gravidade
A forç
força peso atua na vertical de cima para
baixo, imprimindo à bola uma aceleraç
aceleração
denominada aceleraç
aceleração da gravidade.
Esta aceleraç
aceleração, para corpos pró
próximos à
velocidade
Força peso
53 54
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/cinematica/quedalivre.htm
Na direç
direção horizontal, a bala (desprezando a resistência do ar)
conserva a velocidade inicial que sai do canhão.
Na direç
direção vertical aplicar-
aplicar-se-
se-ia a lei da queda dos corpos,
mesmo quando a bala de canhão está está no ponto mais alto da
Como é a trajetória de
sua trajetó
trajetória.
Combinando estes dois tipos de movimento e recorrendo à
matemá
matemática, Galileu mostrou que a trajetó
trajetória de qualquer
Galileu e Descartes
A versão da iné
inércia de Galileu funcionava apenas na direç
Mas, quando generalizado a toda a superfí
direção horizontal.
superfície da Terra, o movimento
• Os eventuais problemas de Galileu com a Igreja acabaram tirando horizontal reto transformava-
transformava-se em movimento circular em torno do
da Itália a revolução científica, que foi para a Inglaterra, sendo centro da Terra.
estabelecida por Isaac Newton. Apesar de sua inteligência viva, Galileu não podia evitar
• No entanto esta história ainda tem a contribuição de René completamente este ideal platônico remanescente e formulou uma
Descartes. espé
espécie de iné
inércia circular.
• O sistema de coordenadas x-y-z foi imaginado por ele e por isso Quem foi mais bem sucedido ao pôr tudo isto em ordem foi Descartes.
Descartes.
leva o seu nome: coordenadas cartesianas. inércia a forma adotada por Newton: na ausência de
Ele deu à lei da iné
forç
forças externas, um corpo em repouso permanecerá
permanecerá em repouso e um
corpo em movimento permanecerá
permanecerá em movimento uniforme e
retilí
retilíneo.
http://geocities.ya
hoo.com.br/salade
fisica6/dinamica/i
nercia.htm
Um menino andando de bicicleta colide com um obstáculo e salta para cima. Como tem a
tendência de permanecer no movimento, ultrapassa a parede. O mesmo ocorre com uma pessoa
que não usa o cinto de segurança e sofre um acidente. Ela continua o movimento em direção ao
René Descartes (1596 - 1650) Coordenadas Cartesianas painel e ao vidro do carro. Uma moeda em cima de uma de uma folha de papel sobre um copo
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica9/bi http://fma.if.usp.br/~abramo/aulas/node7. 57 tende a continuar em repouso, por isso quando a pessoa puxa com rapidez a folha, a moeda cai
ografias/descartes.htm html dentro do copo. 58
Isaac Newton
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica3/fotos/newton.jpg
Isaac Newton • Isaac Newton deve ter nascido em 1642, o ano da morte
de Galileu, como se fosse necessário que gênios de tal
envergadura estivessem sempre presentes na Terra.
• Newton nasceu prematuro e seu pai (também chamado
Isaac Newton) morrera três meses antes de conhecer o
filho.
• O novo Isaac era uma criança frágil, que não parecia
destinada a viver durante oitenta e quatro anos.
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica3/fotos/newton.jpg
http://uploa http://ww
Isaac Newton inventou també
também o cá cálculo diferencial e integral. d.wikimedi w.humorna http://nobelp
ciencia.hp rize.org/phys
Há poucas dúdúvidas de que tenha usado estes poderosos instrumentos a.org/wikip
g.ig.com.b ics/laureates/
edia/en/0/09
matemá
matemáticos analí
analíticos para fazer as suas maiores descobertas. /Richard_fe r/fisica/fey 1965/feynma
nman.htm n-bio.html
No entanto, quando escreveu os Principia, não tinha ainda feito ynman.jpg
publicar o cá
cálculo.
Mais tarde haveria uma disputa bem desagradá
desagradável pela propriedade Richard Feynman, físico norte-americano nasceu em 1942, ganhou o prêmio Nobel de Física em 1965 e morreu
do cá
cálculo entre Newton e o filó
filósofo e matemá
matemático alemão Gottfried em 1988. Extrovertido e espirituoso, esteve no Brasil e tocou percussão em escola de samba do Rio de Janeiro.
Leibniz, que, independentemente, fez as mesmas descobertas • Muitos anos depois, Feynman estaria suficientemente intrigado
matemá
matemáticas. para inventar a sua pró
própria prova geomé
geométrica da lei das órbitas
elí
elípticas. «Não é fácil usar o mé
método geomé
geométrico para descobrir
coisas»
coisas», disse ele na sua liç
lição sobre esta maté
matéria, «mas a
elegância das demonstraç
demonstrações depois de as descobertas terem
sido feitas é, na realidade, muito grande.»
grande.»
• Tornou-
Tornou-se famosa a citaç
citação de Isaac Newton: «Se eu vi mais
longe, foi porque me pus aos ombros de gigantes.»
gigantes.» Os
gigantes eram Copé
Copérnico, Brahe,
Brahe, Kepler, Galileu e Descartes.
• Até
Até Newton o colapso da visão aristoté
aristotélica deixara no seu
rastro apenas rumores de confusão, sem a mais remota
Cálculo integral conforme a notação de Leibniz Leibniz sugestão do modo como substituí
substituí-la.
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/superio http://en.wikipedia.org/wiki/G
r/calculo/integral/integral.htm ottfried_Leibniz
7 8
196
As Leis de Newton
Os “gigantes de Newton”
9 10
Um menino andando de bicicleta colide com um obstáculo e salta para cima. Como tem a
tendência de permanecer no movimento, ultrapassa a parede. O mesmo ocorre com uma pessoa
que não usa o cinto de segurança e sofre um acidente. Ela continua o movimento em direção ao
painel e ao vidro do carro. Uma moeda em cima de uma de uma folha de papel sobre um copo
tende a continuar em repouso, por isso quando a pessoa puxa com rapidez a folha, a moeda cai
dentro do copo.
http://ww
w.gifmani
a.com.pt/c
Galileu Galilei (1564-1642) René Descartes (1596-1650) arros/accid
entes/ 12
http://www.fortunecity.com/tatooine/serval http://www.utm.edu/research/iep/d/d
11
an/272/galileu.htm escarte.htm
http://educar.sc.usp.br/fisica/dinateo.html
TERCEIRA LEI
SEGUNDA LEI Toda aç
ação tem uma reaç
reação igual e oposta, ou as
A alteraç
alteração do movimento é proporcional à forç
força ações mú
mútuas de dois corpos um sobre o outro são
imprimida e faz-
faz-se na direç
direção e no sentido da forç
força. sempre iguais e dirigidas às partes contrá
contrárias.
Nos Principia,
Principia, Newton definiu quantidade de movimento como o produto http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/dinamica/acao_e_reacao.htm
da velocidade (isto é, velocidade mais direç
direção mais sentido) pela
quantidade de maté
matéria (ou seja, a massa). Ele então afirmou que forç
força é
O canhão empurra a bala para frente e a bala o joga para trás. Uma pessoa em cima de uma canoa tenta se
a variaç
variação da quantidade de movimento dividida pelo tempo. propelir para um lado e a canoa vai para o outro. O foguete faz a ação de empurrar os gases da combustão
para baixo e os gases fazem a reação, que é forçar o foguete para cima.
Muito depois da morte de Newton, a segunda lei foi sintetizada na
na
equaç
equação F = ma (forç
(força resultante igual a massa vezes aceleraç
aceleração); no
entanto, Newton nunca a apresentou dessa forma. Esta lei é conhecida como a Lei da ação e reação..
15 16
197
http://geocities.yahoo.com.br/saladefi
sica6/gravitacao/gravitacao.htm
http://nautilus.fis.uc.pt/astro/hu/gravi/images/imagem48.jpg
21 22
Dizem que a história da maçã não passa de uma lenda, em todo • A experiência pensada por Newton explica porque a Lua não
caso, quando se olha para os desenhos originais produzidos por cai para a Terra, apesar de ser puxada pela forç
força da
gravidade para o centro de nosso planeta.
Newton, a lenda faz sentido. • A lei vale també
também para os saté
satélites artificiais orbitando sob a
ação da gravidade terrestre.
23 24
198
Aumentando-
Aumentando-se a velocidade de lanç lançamento do projé
projétil faz-
faz-se com que Se a bala fosse apenas solta, cairia verticalmente em direç
direção ao
este percorra distâncias cada vez maiores, atéaté que para uma certa centro da Terra.
velocidade ele acaba circulando a Terra. Conforme sua velocidade (que é tangencial em relaçrelação à Terra)
Essa velocidade tem o mímínimo valor necessá
necessário para o projé
projétil entrar fosse sendo aumentada, seguiria a trajetó
trajetória de um segmento de
em órbita. curva, atingindo o solo cada vez mais longe.
Se este valor for ultrapassado, o projé
projétil pode ter uma órbita maior ou A uma velocidade ainda maior, sua trajetó
trajetória não mais seria
até
até mesmo “perder”
perder” o contato gravitacional com a Terra e sair viajando interceptada pela Terra e a bala entraria em órbita.
pelo espaç
espaço.
Neste movimento só só atua a forç
força da gravidade e é justamente essa
forç
força que faz com que o projé
projétil descreva uma órbita ao redor da Terra.
http://geocities.yahoo.com.br/sala
http://www.phy.ntnu.edu.tw/ntnujava/viewtopic.php?t=24
27 28
defisica6/dinamica/forca.htm
Quando a bala é atirada com uma velocidade baixa, tenta estabelecer uma elipse, com o centro da Observe o foguete da animação aumentando cada vez mais sua
Terra em um dos focos (figura da esquerda). Se a bala atingir a velocidade orbital, se velocidade até escapar da gravidade terrestre e seguir rumo à Lua.
movimentará
movimentará em cícírculo em torno da Terra. A medida que a velocidade da bala vai sendo sendo http://spaceplace.jpl.nasa.gov/en/kids/ds1_mgr.shtml
aumentada, vai descrevendo uma órbita elíelíptica cada vez mais alongada, até
até se desprender de vez
da Terra, descrevendo hipé
hipé rbole ou pará
parábola rumo ao “infinito”
infinito” (figura da direita).
29 30
A famosa equaç
equação A famosa equaç
equação
Mesmo antes de Newton, já já se acreditava numa forç
força entre o Sol e os
planetas que decrescia com o quadrado da distância, ou seja, uma
forç 2
força que diminuí
diminuía quatro vezes (2 ) quando a distância entre os
astros era dobrada ou quando os corpos celestes ficavam três vezesvezes
mais longe, a forç diminuía nove (32) vezes e assim por diante.
força diminuí
Apesar de acreditarem no inverso do quadrado da distância, nenhum
nenhum
cientista tinha conseguido chegar a uma equaçequação que descrevesse o F quer dizer força de atração
movimento planetá
planetário ou possibilitasse colocar um objeto em órbita gravitacional, M significa a massa de um Para se encontrar a distância (r) que um
na Terra. astro (a Terra por exemplo), m quer dizer satélite se encontra da Terra, basta somar o
a massa de outro corpo (que pode ser a raio (R) da Terra com a altura (h) que se
Foi Newton que, a partir de sua Segunda Lei (F= m.a) combinada com com Lua, um satélite artificial, etc) e r a encontra o satélite.
a Terceira Lei de Kepler (T3/r2 = constante), chegou lá lá. distância entre o centro de massa desses
dois corpos.
http://www.
geocities.co Esta equação se aplica a G é a constante de gravitação universal e
m/CapeCan quaisquer dupla de corpos vale G = 6,67.10-11 Nm2/kg2
averal/Hall/ no universo. A força
1018/fisica. gravitacional F que atua
html sobre algo é a mesma coisa
F quer dizer força de atração gravitacional, que seu peso.
M significa a massa de um astro (a Terra
por exemplo), m quer dizer a massa de Para se encontrar a distância (r) que Notem que, nesta equação de Newton, como previam seus
outro corpo (que pode ser a Lua, um um satélite se encontra da Terra,
antecessores, a força gravitacional (F) é inversamente proporcional
satélite artificial, etc) e r a distância entre o basta somar o raio (R) da Terra com a 32
altura (h) que se encontra o satélite. ao quadrado da distância.
centro de massa desses dois corpos. 31
199
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica5/leituras/mares.htm
38
37 http://geocities.yahoo.com.br/galileon/1/queda/microgravidade.htm
Os saté
satélites estão caindo?
• E vejam a que conclusão incrí
incrível Newton chegou:
• Quando o projé
projétil está
está em órbita terrestre é como se estivesse É por esse motivo que os astronautas e todo o
continuamente “caindo”
caindo” em direç
direção à Terra, sem nunca atingi-
atingi-la, resto das coisas dentro das espaç
espaçonaves em Clique no quadro acima e observe os efeitos
ou seja, o projé
projétil que quer completar seu movimento balí
balístico, fica órbita da Terra flutuam – ficam da aparente falta de peso. Veja o que
acontece com a água do balão. Na verdade a
constantemente caindo, mas nunca atinge o chão. aparentemente sem peso. água tem peso mas, como está em queda
• Isto parece surrealista, mas é assim mesmo, os saté
satélites que estão Portanto, aparente ausência de peso dos livre junto com tudo em sua volta, flutua em
relação à nave.
lá em cima estão sempre em queda livre. astronautas, ou de qualquer corpo em órbita,
deve-
deve-se ao fato de a gravidade puxá
puxá-los para
baixo enquanto a sua iné
inércia tenta mantê-
mantê-los
viajando em linha reta.
Os astronautas nunca chegam ao chão
porque, do ponto de vista da nave, que tenta
mover-
mover-se em linha reta, a superfí
superfície da Terra
també
também está
está constantemente caindo.
Tanto os satélites naturais quanto os artificiais estão sempre caindo sem chegarem ao chão 39 40
200
http://www.astromia.com/fotohistoria/
41 42
http://www.clubedeastronomia.com.br/astronauta.php http://www.astromia.com/fotohistoria/iis.htm
http://geocities.yahoo.com.
br/saladefisica6/dinamica/s
egundalei.htm
de contato?
Desta forma, medindo-
medindo-se a Normal, estamos medindo o Peso.
É claro que se você não ficar quieto sobre a balanç
corretamente.
balança ela não indicará
indicará seu peso
http://geo
cities.yah
oo.com.br
/saladefisi
ca6/
Sobre a mesa, um objeto com as indicações das forças Peso e Normal. Ao centro, uma das primeiras balanças
43
43 inventadas. À direita, uma moderna balança. Imagine esta moderna balança no piso de um elevador. Ela indicaria um
http://www.escolavesper.co
m.br/astronomia/homem_na peso maior ou menor de uma pessoa se este elevador estivesse descendo aceleradamente? 44
_lua.htm
Voltando ao assunto:
Lembrete Se você colocar uma balanç
balança no piso de um
Clique na figura ao elevador, se este estiver subindo
lado e observe a
sensação de se pesar
aceleradamente, seu "peso" marcado pela
http://geocitie
s.yahoo.com.
br/saladefisic
menos na Lua. balanç
balança será
será maior que seu peso real, se ele
a6/dinamica/p
esocorpo.htm
Como seria se este estiver descendo acelerado, seu "peso" será
será
astronauta saltasse
aqui na Terra? Por menor.
que?
http://www.nasm.si.edu/collections/i Se o elevador estiver caindo (em queda
magery/apollo/AS17/a17av.htm
livre), seu "peso" será
será zero, em outras
palavras, aparentemente você não pesa
Lembre-
Lembre-se que peso e massa são grandezas diferentes. nada.
De acordo com a segunda Lei de Newton, peso é o produto da
Note então que a Terra continuará
continuará te
massa pela aceleraç
aceleração da gravidade local.
atraindo da mesma forma, mas a balanç
balança
À direita temos o peso, na Terra, de um objeto de massa 1kg,
não conseguirá
conseguirá medir essa forç
força porque ela
ou seja, 1kg x 9,8m/s2.
se baseia na mediç
medição da forç
força de contato,
Uma pessoa que sai da Terra e vai para a Lua tem seu peso
que nesse caso é nula.
diminuí
diminuído (apesar de continuar com a mesma massa), uma vez
que a aceleraç
aceleração da gravidade lunar é menor que a terrestre.
Veja a figura do canto superior esquerdo.
45 46
* *
* *
* *
Aceleração igual à gravidade
* * da Terra
* * *
O mesmo que ocorre num elevador em queda livre, * * *
Sensação de estar na
acontece numa nave espacial em órbita na Terra. * gravidade terrestre
*
A balanç
balança marca "peso" nulo para qualquer coisa na nave Albert Einstein (1879 - 1955) * *
espacial, uma vez que tudo nela, inclusive os astronautas http://geocities.yahoo.com.br/sala *
defisica9/biografias/einstein.htm *
está
está em queda livre. * * *
*
48
47 *
201
* *
* *
* *Aceleração igual à gravidade
* * da Terra Estaç
Estaç ão Espacial
Internacional
* * * http://www.astromia.co
* * * m/fotohistoria/iis.htm
Sensação de estar na
* * superfície terrestre
Não faç
faça esta experiência!
Se você pular de um edifí
edifício segurando um tijolo e durante a queda
soltá
soltá-lo, você o verá
verá "flutuando" ao seu lado.
Ele está
está caindo com a mesma aceleraç
aceleração que você.
É isso que acontece com os astronautas, todos estão caindo, mas
ningué
ninguém atinge o solo.
Numa nave caindo, o peso aparente é nulo, mas o peso real (a forçforça Ambiente de microgravidade
da gravidade terrestre) continua existindo. http://geocities.yahoo.com.br/galileon/1/queda/microgravidade.htm
http://geocities.yahoo.com.br/galileon/1/queda/microgravidade.htm
53 54
Extraído de Filho, 2005 Extraído de Filho, 2005
A Gravidade acaba?
g = 8,94 m/s2
300 km
Atmosfera terrestre
g = 9,81 m/s2
57
Superfície terrestre
58
41.959
tempo = = 1,5 horas
27.816
Estação orbital russa Mir
http://www.astromia.com/fotohistoria/
59
Extraído de Filho, 2005 60
Colocar um saté
satélite em órbita não é um trabalho muito fáfácil, mas sabendo-
sabendo-se as
• Hoje em dia sabemos que o Sol
teorias de Newton e as leis de Kepler podemos ter uma boa idé idéia de como se
não é o centro do universo e sim faz isso.
que se move na periferia da Via A Lua ou um saté
satélite artificial descrevem uma elipse ao redor da Terra.
Láctea. Esta elipse é tão pouco excêntrica que pode ser considerada como um cí círculo.
• Da mesma forma que os planetas, A velocidade do saté
satélite é praticamente constante, ou seja, varia muito pouco.
os saté
satélites estão sujeitos às Para simplificar nosso entendimento, vamos considerar que o saté satélite possui um
mesmas leis da fí física que “movimento circular uniforme”
uniforme” (MCU).
Esta imagem (arte gráfica) da NASA mostra a Via Láctea
descrevem os movimentos dos numa perspectiva lateral. A localização aproximada do sol Para entendermos esse movimento, precisamos relembrar o que vem a ser
nos dá uma idéia da nossa posição na Galáxia, a figura iné
inércia.
corpos celestes. combina imagens obtidas em vários comprimentos de onda
próximo do infravermelho. (Cortesia NASA).
• Agora você
você jájá tem uma boa idé idéia
de como se coloca um saté satélite em
órbita terrestre.
• Entende, també
também, que para que
um saté
satélite comece a órbita ele
tem que ser lanç
lançado da Terra com
uma certa velocidade. Movimento circular uniforme
Vista do disco espiralado da Via Láctea (arte gráfica) http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/cinematica/circular.htm
61
http://www.ciencia-cultura.com/ciencias00/avan%C3%A7ado.html 62
iné
inércia?
63 64
203
Galileu e a Iné
Inércia No cotidiano, notamos essa tendência de
permanecer no mesmo estado de repouso ou
movimento retilí
retilíneo uniforme.
A força de atrito pode fazer algo parar de se movimentar Se estivermos em repouso tendemos a permanecer
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/dinamica/atrito.htm
parados, a não ser que uma forç
força nos mova.
Galileu, entretanto, foi contra essa idé
idéia de movimento Estando em movimento em linha reta,
ser um estado necessariamente forçforçado, argumentando
que o livro só
só interrompeu seu deslizamento (vindo a continuaremos assim, a não ser que uma forç força que
parar) em razão da existência de atrito com a mesa. sobre para um dos lados (ou forç
força resultante) nos
Se lançá
lançássemos
ssemos o livro sobre uma mesa menos áspera, faç
faça mudar de estado.
haveria menos resistência ao seu deslizamento.
Se o seu lanç
lançamento ocorresse sobre uma mesa
perfeitamente polida, livre de atritos, o livro manter-
manter-se-
se-
ia com mesma velocidade indefinidamente, sem a
necessidade de estar sendo continuamente empurrado.
Assim, como complementado por Descartes, todo corpo
em repouso tende a permanecer em repouso e todo
corpo em movimento tende a permanecer em
movimento retilí
retilíneo uniforme.
uniforme. 65
66
Se um corpo está
está em movimento circular
uniforme (MCU) é porque uma forç força atua sobre
ele, caso contrá
contrário seria retilí
retilíneo.
Para que um corpo permaneç
permaneça em MCU é
necessá
necessário que sobre ele aja uma forç força de
intensidade constante como a forçforça da
gravidade.
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/cinematica/circular.htm
http://axpfep1.if.usp.br
/~gref/mec/mec2.pdf http://www.isa.utl.pt/der/Fisica/circular.html
69
http://www.cocemsuacasa.com.br/ebook/pages/7099.htm 70
http://axpfep1.if.usp.br
/~gref/mec/mec2.pdf Agora que você já
já conhece o MCU,
► Tanto a forç
força de tensão da corda que segura o balde quanto a forç força que tal conhecer també
também como se
da gravidade (que vamos chamar de forç força peso, ou simplesmente
P) têm uma caracterí
característica em comum: apontam para o centro da acha a velocidade que um saté
satélite
trajetó
trajetória circular.
► Todo corpo que se movimenta fazendo curva (como a Lua ou o deve ter para entrar em órbita?
balde que comentamos anteriormente) sofre esta forç força que, por
apontar para o centro, é conhecida como Forç Força Centrí
Centrípeta (ou Fc). Para isso você precisa lembrar que, de acordo com a
2ª Lei de Newton (FR = m x a), o peso (P) do saté
satélite é
► Podemos achar o valor da ForçForça centrí
centrípeta (F ) multiplicando a P= m x g. Precisa saber també
também que quem faz o papel
massa do corpo (m) por sua velocidade elevada ao quadrado (v2) e de forç centrípeta (F= mv2/R) é o peso (P), então,
força centrí
trajetória (R).
dividindo pelo raio da trajetó essas duas forç
forças têm o mesmo valor.
73
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica6/
74
TERRA
R = RT + d {
R = 6.378 + 300 = 6.678 km Você sabe como e por que os saté
satélites foram
inventados? Caso não saiba, abra o arquivo
“5 - Contexto histó
histórico da invenç
invenção dos
RT V = 7,7 km/s = 27.816 km/h !!!!! saté
satélites”
lites” (CD 2) e aprenda coisas
interessantes.
(Filho, 2005)
75
76
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE FÍSICA
INSTITUTO DE QUÍMICA
BRASÍLIA, 2006
1 2
3 4
http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica8/gravitacao/acegravidade.htm http://www.gifmania.com.pt/armas/
Torre
Os saté
satélites acabam sendo resultado de
principal
um movimento social ocorrido na
Rússia em 1917 que levou ao poder
pela 1ª
1ª vez na histó
história a classe operá
operária,
implantando o socialismo.
Em outras palavras, a invenç
invenção dos
saté
satélites é fruto de disputas polí
políticas,
ideoló
ideológicas e cientí
científicas entre socialistas
e capitalistas, ou melhor, entre União
Sovié
Soviética e Estados Unidos ocorridas
O último Czar - Nicolau II
na segunda metade do sé século XX. http://pt.wikipedia.org/wiki/R
evolu%C3%A7%C3%A3o_R
Tudo começ
começou com o final da Rú Rússia ussa_de_1917
Czarista, ou seja, começ
começou com a
Revoluç
Revolução Russa em 1917.
6
5 http://www.escolavesper.com.br/eradasdescobertas/figuras/russiaczarista.gif
Revoluç
Revolução Russa.
Lenin em 1887 11 12
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lenin
das Trincheiras”
Trincheiras”. 16
15
208
Lênin e os bolcheviques,
bolcheviques, excluí
excluídos do governo provisó
provisório, não
Revoluç
Revolução de fevereiro concordavam que o poder, sendo tomado de Nicolau II, deveria
Na expectativa de recuperar o poder à forç
força, o Czar já
já sem apoio ser entregue às elites.
tentou dissolver a Duma. Eles defendiam a imediata saísaída da Rú
Rússia da Primeira Guerra
Os deputados não obedeceram e elegeram um governo provisóprovisório Mundial, a ruptura com o governo eleito pela Duma, a formaç
formação
comandado pela burguesia russa, deixando de fora os bolcheviques.
bolcheviques. de um governo composto pelos sovietes e a nacionalizaç
nacionalização das
O Czar se viu então sem apoio do parlamento, do exéexército e do terras.
povo e não teve outra escolha a não ser abdicar do trono. O governo provisó
provisório fez algumas reformas importantes, mas a
Era o fim da dinastia Romanov da qual fazia parte o Czar Nicolau II. principal delas, que era de matar a fome do povo, ainda não
Estes acontecimentos ficaram conhecidos como Revoluç
Revolução de havia sido cumprida.
Fevereiro por iniciarem neste mês, do ano de 1917. Por isso aumentavam a cada dia os seguidores de Lênin.
Líderes bolcheviques
Estátua de Nicolau II destruída pelos elaborando o manifesto
revolucionários. de outubro
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/hum http://pt.wikipedia.org/w A revolução nas ruas da
anas/historia/tc2000/hisger29.pdf iki/Revolu%C3%A7%C Rússia
3%A3o_Russa_de_1917 http://paginas.terra.com.br/arte/
mundoantigo/russa/tira1.htm
17 18
Revoluç
Revolução de novembro
Lênin falando aos revolucioná
revolucionários • Apoiado por Trotsky, Lênin organiza a
tomada do poder.
• Na noite de 6 de novembro de 1917 os
bolcheviques,
bolcheviques, tomam o poder.
• Os marinheiros do Cruzador Aurora Em 06 de novembro de 1917, as forças bolcheviques
aderem ao movimento e abrem fogo tomaram o poder na Rússia
http://www.unificado.com.br/calendario/11/revul_russa.htm
contra o palá
palácio de inverno, sede do
governo provisó
provisório.
• Lênin triunfa a partir de seu lema "Paz,
Terra e Pão“
Pão“. Afirma que a RúRússia sairá
sairá
da guerra (paz), promete fazer a
reforma agrá
agrária (terra) e diz que não
faltará
faltará mais comida para o povo (pão).
• Ele cumpre suas promessas e tira a Cruzador Aurora, navio que ajudou os bolcheviques a
Rússia da guerra, elimina os latifú
latifúndios, conquistar São Petersburgo, na época...
declara o monopó
monopólio estatal do sistema
financeiro, do sistema de cré
crédito e das
exportaç
exportações e decreta o controle
operá
operário sobre as fáfábricas.
Lênin tinha uma boa oratória e muitos paravam para escutá-lo.
...e atualmente, como museu.
19 20
http://pt.wikiped ia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Russa_de_1917
► Como conseqü
conseqüência dessa revoluç
revolução surgia a União das Repú
Repúblicas Revolução russa
Socialistas Sovié
Soviéticas (URSS), o primeiro Estado no mundo a adotar o
sistema socialista.
► A partir de então, grande parte da histó
história do sé
século XX seria marcada
por uma profunda rivalidade entre o capitalismo e o socialismo,
liderados respectivamente pelos Estados Unidos e pela Rú Rússia (Divalte
(Divalte,,
2002 p. 297)
Bandeira soviética
http://www.eduquenet.net/revolucaorussa.htm
Qual a diferenç
diferença entre comunistas e capitalistas?
Para os comunistas [ou socialistas], a sociedade justa é a sociedade
igualitá
igualitária, em que o Estado é o dono dos bancos, das fá fábricas e das
terras.
É o Estado que deve distribuir as riquezas e garantir uma vida decente
decente
aos cidadãos: o bem pú público e coletivo deve ser colocado acima do bem
privado e individual.
Para os capitalistas, o raciocí
raciocínio é o inverso.
A felicidade individual é mais importante. Karl Marx Friedrich Engels
http://www.suapesquisa.com/ http://upload.wikimedia.org/wikip
O Estado justo é aquele que garante a cada indiví
indivíduo poder procurar edia/commons/7/71/Engels.jpg
livremente seu lucro e construir, desta forma, uma vida feliz. biografias/marx/
A soluç
solução dos problemas sociais vem depois.
É por isso que a implantaç
implantação internacional, em termos globais, de um dos
Como vimos, o principal lílíder dessa revoluç
revolução foi Vladimir Lênin
dois sistemas, sósó poderia acontecer mediante o desaparecimento do que, desde quando tinha dezoito anos de idade era opositor ao
outro. (Arbex
(Arbex,, p.11) governo czarista.
No século XX, os maiores
No exterior, se dedicou ao estudo das obras de Karl Marx e Friedrich
representantes do comunismo e Engels,
Engels, retornou à Rússia, e, juntamente com Trotsky, liderou a
do socialismo eram a União revoluç
revolução de novembro.
Soviética e os Estados Unidos,
respectivamente.
Lênin governou a URSS até
até sua morte em 1924.
canç
canção do senhor da guerra”
guerra”,
Que vai comprar a sua juventude
E convencê-lo a vencer
Mais uma guerra sem razão
A crise de 1929
Soldados australianos Com a reconstruç
reconstrução pó
pós-guerra dos paí
países
numa trincheira no sector europeus, os Estados Unidos encontraram
Ypres, França.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
importantes mercados consumidores para
Primeira_Guerra_Mundial sua produç
produção.
À medida que estes paípaíses foram se
http://www.exercito.gov.br/03Brafor/feb/imagens/ban recuperando economicamente, passaram a
co/images/CPFE0028_JPG.jpg
restringir as importaç
importações para protegerem
suas economias.
O exé
exército norte-
norte-americano participou apenas do final da Mesmo sem vazão para seus produtos, a
guerra, por isso ficou menos desgastado. atividade produtiva norte-
norte-americana não
Na primeira parte da guerra, enquanto aconteciam as parou de crescer, portanto, os prejuí
prejuízos
batalhas na Europa, os Estados Unidos desenvolveram sua foram inevitá
inevitáveis.
produç
produção agrí
agrícola e industrial, exportando para os paí
países Em 1929 muitas empresas começcomeçaram a
combatentes. falir levando os Estados Unidos a uma
Ao final da guerra, a Europa devastada se tornou um profunda crise econômica que teve reflexos
grande mercado para a produç
produção norte-
norte-americana. (Cotrin,
(Cotrin, no mundo inteiro.
1999 p. 345) Alé
Além do mais, não aconteceram combates em O Brasil també
também foi afetado, pois, entre
territó
território americano, o que protegeu a economia daquele outras coisas, passou a ter dificuldades Manchete de 1929
paí
país. para vender sua grande produç
produção de café
café. http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=31
29
30
A perseguiç
perseguição aos judeus
A discriminaç
discriminação ao povo judeu, ou
seja, o anti-
anti-semitismo não
começ
começou com as idé idéias de Hitler,
Manifestação nazista Cartão de Adolf Hitler de membro do
já ocorria muito antes.
Selos nazistas
http://www.historianet.com.br/co Partido Alemão dos Trabalhadores. http://www.sergiosakall.com.br/europe Mas só
só apó
após a chegada dele ao
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adolf_Hitler
nteudo/default.aspx?codigo=303
u/alemanha.html poder que os judeus começ
começaram a
ser maciç
maciçamente humilhados,
Apesar de não ter nascido na Alemanha, Hitler tornou-
tornou-se membro do Um auto-de-fé ideológico (queima de escravizados, torturados e
Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (cuja siglasigla em livros de autores judeus em Berlim) assassinados.
alemão era NAZI) e em 1921 tornou-tornou-se chefe absoluto do partido. http://cienciahoje.uol.com.br/images/chdia/n992c.jpg
Homossexuais, ciganos e
Hitler escreveu um livro no qual difundia suas idéidéias sobre a doutrina deficientes també
também eram ví vítimas
nazista. de Hitler.
Uma das idéidéias bá
básicas do nazismo era a crenç
crença que o povo alemão Juí
Juízes, cientistas e outros
descendia de uma raç raça superior (arianos) e, por isso, tinha o direito intelectuais alemães de origem
de dominar as raçraças inferiores (judeus, eslavos, etc.). judia foram demitidos e obrigados
Os judeus eram especialmente odiados, porque, sendo uma raç raça a deixar o paí
país.
inferior espalhada pelo mundo, representava uma ameaç ameaça à “pureza”
pureza” Em praç
praça pú
pública, jovens
do sangue alemão. estudantes queimavam livros de
Os casamentos entre judeus e alemães deveriam ser proibidos e os autores judeus. Nada mostrava
judeus, aniquilados. (Cotrin
(Cotrin,, 1999 p. 367) com mais clareza a natureza
bárbara do novo regime. 34
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/album/images/Queim
33 a%20de%20livros%20-%201933%20-%20Berlim.jpg
A espé
espécie humana foi Hitler era adepto das idé
idéias sobre higiene racial.
selecionada dentre muitas Ele, portanto, construiu verdades pró
próprias e encontrou
outras e a inteligência foi a
chave de nossa seleç
seleção. terreno fecundo para disseminá
disseminá-las.
Você deve estar se O povo alemão, com orgulho ferido pela derrota na
perguntando: Como uma teoria Primeira Guerra e pelas humilhaç
humilhações impostas pelo
cientí
científica tão bem formulada
como o darwinismo poderia Tratado de Versalhes, tornou-
tornou-se receptá
receptáculo ideal para as
servir de base para algo tão idé
idéias racistas e nacionalistas.
infundado como a “higiene
racial”
racial”?
Se a espé
espécie humana como um
todo foi selecionada, por que a
crenç
crença na existência de raç
raças
(como a ariana) superiores?
Brancos, negros e judeus, não
foram todos selecionados?
A resposta pode ser simples: A
idé
idéia da existência de raç
raças Adolf Hitler Brasão e bandeira da Alemanha na Europa
http://visindavefur.hi.is/myndir/homosapiens.jpg
superiores é baseada numa http://www.ac-nancy- Alemanha http://pt.wikipedia.org/wiki/
pseudociência, criada para dar metz.fr/pres- http://pt.wikipedia.org/w Alemanha
suporte a antigos preconceitos. etab/Charlema/Bac9euro iki/Alemanha
37 /dossier1/images%5Call
emagne%5Chitler.jpg 38
A propaganda nazista
Para Hitler, os judeus eram
Utilizando-
Utilizando-se de muita propaganda, Hitler difundiu a doutrina nazista. como “invasores, minando a
O ministé
ministério da propaganda, chefiado por Joseph Goebbels o ajudou integridade do organismo
nesta tarefa. alemão – bacilos, cânceres,
gangrenas, tumores,
Hitler afirmava que a Alemanha deveria descumprir o Tratado de abscessos.
Versalhes e reconquistar o que perdera com a guerra.
Seu programa polí
político era
Dizia també
também que as autoridades alemãs que assinaram o Tratado visto em termos de
agiram como traidoras e covardes, pois foram coniventes com a maior
maior tratamentos, cirurgias, purgas
humilhaç
humilhação sofrida pela Alemanha. e antí
antídotos”
dotos”. (Cornwell,
Cornwell, 2003 -
p. 33)
A visão pseudocientí
pseudocientífica
Hitler
nazista era muito clara: os http://www.conhecimentosgerais.
judeus eram a “doenç
doença” e com.br/historia-geral/mundo-
Hitler o competente “médico”
dico” pos-primeira-guerra.html
capaz de curar o invadido
“organismo alemão”
alemão”.
Joseph Goebbels foi chefe Os nazistas tinham orgulho de seus feitos e orgulhosamente
da Propaganda Nazista registravam suas gloriosas experiências e matanças, como
http://www.unificado.com.br/ parte de suas campanhas e propagandas racistas.
calendario/03/goebbels.htm 39
http://www.israel3.com/modules.php?name=Holocaust&file=fotos 40
211
O governo estimulou o
desenvolvimento industrial
impulsionado por pesquisas e as
http://pt.wik
ipedia.org/w
empresas alemãs assumiram a
iki/Otto_vo lideranç
liderança mundial na montagem
n_Bismarck de departamentos de pesquisas
ao lado de suas fá fábricas - um
padrão altamente bem sucedido
Quadro de Wilhelm Camphausen (1818- que a indú
indústria americana adotou
1885) mostrando Napoleão e Bismarck na
Otto von Bismarck
mais tarde.
manhã seguinte à Batalha de Sedan.
A indú
indústria cortejava os melhores Bismarck tornou-se Chanceler da
Bismarck acreditava que a forç
força militar devia ser combinada acadêmicos para pesquisas e suas Alemanha em 1871.
com o desenvolvimento industrial. aplicaç
aplicações prá
práticas(...). http://pt.wikipedia.org/wiki/Otto_von_Bismarck
Para ele, o crescimento econômico, industrial e militar era Por outro lado, as universidades
fundamental para a recé
recém formada naçnação alemã alcanç
alcançar um públicas davam preferência a
status cada vez maior na Europa. cientistas que tinham trabalho na
De fato, nessa época, a Alemanha já já se destacava dentre as indú
indústria - uma fertilizaç
fertilização
demais naç
nações europé
européias. cruzada que resultou em
O incentivo às pesquisas cientí
científicas aplicadas visavam uma benefí
benefícios enormes para o
maior produtividade industrial, que conseqü
conseqüentemente fazia a crescimento industrial da
economia alemã crescer. Alemanha. (Medawar & Pyke, Pyke,
Bismarck: navio de guerra alemão
43
2003 - p. 26) http://www.kbismarck.com/painting30.html
44
A ciência bá
básica se preocupa em gerar
modelos que representam algum fenômeno
natural, ou seja, tenta compreender a natureza
atravé
através dos modelos.
O objetivo da ciência bábásica é somente
conhecer, sem se deter ao uso do
Você sabe a diferenç
diferença
conhecimento gerado.
A Fí
Física e a Biologia são exemplos de ciência
entre a ciência bá
básica e a
básica.
Já a ciência aplicada, como seu nome diz,
desenvolve mecanismos que possibilitam a
ciência aplicada? aplicaç
aplicação do conhecimento obtido pela ciência
básica.
Os diversos ramos da engenharia – engenharia Mapa da Alemanha
mecânica, elé
elétrica, quí
química e outros – aplicam http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha
o conhecimento obtido na ciência bá básica.
Tanto a ciência bábásica quanto a aplicada
encontravam destaque na Alemanha.
48
47
http://www.gifmania.com.pt/
212
http://www.mala.bc.ca/~lanes/english/hemngway/picasso/guernica.htm 53 54
O iní
início da Segunda Guerra Mundial
Como vimos, Franç
França e Inglaterra
http://hospedagem.inf
olink.com.br/nostrada adotaram a polí
política do apaziguamento
mus/c03q067.htm frente às invasões alemãs.
Mas esta atitude não conseguiu evitar
uma guerra de proporç
proporções mundiais.
O Tratado de Versalhes não afetava só só
a Alemanha, mas també
também a Itá
Itália e o
1 de Setembro, 1939 - Tropas
Japão. Todos queriam reconquistar pela
O Fascismo e o Nazismo tinham caracterí
características bem parecidas forç
força o que perderam com o tratado. alemãs invadem a Polônia
e interesses comuns, o que teve grande influência para que Nessas circunstâncias, os governos
estes dois paí
países se tornassem aliados. ultranacionalistas da Alemanha, Japão e
Estes dois Estados que ficaram conhecidos como nazi- nazi- Itá
Itália acabaram por se lanç
lançar numa
nova guerra mundial (Divalte,
Divalte, 2002 - p.
fascistas, juntamente com o Japão, que estava interessado em 330), formando o eixo Roma-
Roma-Berlin-
Berlin-
conquistas no oriente, formaram em 1940 o eixo Roma-Roma- Tóquio.
quio.
Berlim-
Berlim-Tóquio.
quio. No dia 1º
1º de setembro de 1939, o
Eles tinham como principais inimigos a Franç
França e a Inglaterra, exé
exército de Hitler invade a Polônia, O 39º Grupo de Panzerjäger
avança pelo deserto.
mais tarde també
também a RúRússia e os Estados Unidos. então Inglaterra e Franç
França declaram http://pt.wikipedia.org/wiki/Segun
guerra à Alemanha. da_Guerra_Mundial
57
58
As humilhaç
humilhações impostas aos judeus
Na Polônia, a perseguiç
perseguição aos judeus tornou-
tornou-se implacá
implacável.
Agressões a judeus eram freqü
freqüentes nas ruas.
Eles passaram a sofrer todo tipo de humilhaç
humilhações, inclusive em praç
praça
pública.
Sinagogas eram queimadas como resultado da incitaç
incitação do ódio aos
judeus.
As famí
famílias judias eram obrigadas a sair de suas casas e irem morar
nos guetos, onde viviam amontoadas com pouca comida e com
péssimas condiç
condições de higiene.
Agressões a judeus eram freqüentes nas ruas Sinagogas eram queimadas como resultado
http://www.israel3.com/modules.php?name=Ho da incitação do ódio aos judeus
59
locaust&file=fotos http://www.israel3.com/modules.php?name=Holocaust
60
Extraído de Filho, 2005 &file=fotos
No campo de concentraç
concentração nazista de Monowitz:
Monowitz:
Cada trabalhador escravo recebia, ao meio-
meio-dia
um pouco de sopa, contendo alguns fiapos de
repolho ou nabo em água quente.
À noite, a mesma porç
porção com pedaç
pedaços de batata
podre ou couve-
couve-nabo-
nabo-da-
da-sué
suécia e grão-
grão-de-
de-bico.
Crianças subnutridas nas ruas do gueto de O pão, 350 gramas por porç
porção, distribuí
distribuído a cada
Tentativa de humilhação mandando um
Varsóvia rabino lavar o carro dos oficiais nazistas manhã, era complementado com aditivos,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gueto_de_Vars
%C3%B3via
http://www.israel3.com/modules.php?name=Holoc incluindo serragem. (Cornwell,
Cornwell, 2003 - p. 320)
aust&file=fotos
► Apó
Após passarem um tempo morando nos guetos, onde muitos
morriam de desnutriç
desnutrição e de doenç
doenças devido à falta de saneamento,
os judeus eram levados de trem para os campos de concentraç
concentração e Judeu em
juntos com judeus de outras partes, eram entregues ao trabalho trabalho escravo Campos de
escravo. http://www.israel3 concentração
.com/modules.php na Polônia
► Idosos, deficientes e crianç
crianças, como não eram aptos ao trabalho ?name=Holocaust http://digiland
forç
forçado, eram exterminados. &file=fotos er.libero.it/W
► Os demais recebiam uma quantidade de comida muito menor que o WIItour/
necessá
necessário e trabalhavam até
até a morte.
61 62
A tecnologia a serviç
serviço dos ideais nazistas
A tecnologia do extermí
extermínio també
também cresceu muito durante a perseguiç
perseguição
alemã aos judeus.
A concorrência entre empresas que fabricavam cremató
crematórios tornou-
tornou-se
acirrada.
Quem conseguisse fabricar as fornalhas que consumissem de forma mais
eficiente e barata os cadá
cadáveres dos prisioneiros, garantiria bons lucros.
Essa concorrência tornou-
tornou-se muito necessá
necessária para o governo, uma vez Experiência médica Extermínio de judeus
http://www.israel3.com/modules.php?nam http://www.israel3.com/modules.php?name=
que o amontoado de corpos nos campos de concentraç
concentração acabava e=Holocaust&file=fotos Holocaust&file=fotos
atraindo indesejada publicidade. (Cornwell
(Cornwell,, 2003 - p. 306)
Alé
Além de escravidão e extermí
extermínio, judeus e prisioneiros de guerra
acabaram se tornando cobaias para experiências mémédicas.
Alguns resultados destas experiências seriam usados para tentar
melhorar a eficiência e a perspectiva de sobrevivência do exé
exército
alemão em combate.
Portanto, aproveitando-
aproveitando-se da situaç
situação, alguns mé
médicos realizavam
Crematório de Auschwitz Alojamentos masculinos dos campos de concentração
experiências motivadas por especulaç
especulações pessoais.
http://www.israel3.com/modules.php?name= http://www.israel3.com/modules.php?name=Holocaust& 66
Holocaust&file=fotos file=fotos 65
Prisioneiros de guerra eram imersos em água gelada para avaliar Em experiências relacionadas com planos de repovoamento da Europa
quanto tempo um marinheiro ou piloto podia sobreviver a Oriental, realizaram-
realizaram-se processos de castraç
castração e esterilizaç
esterilização em homens
temperaturas congelantes,
congelantes, apó
após ser derrubado ou naufragar no mar e mulheres saudá
saudáveis.
no inverno. Injeç
Injeções de hormônio eram forçforçadas em homossexuais, julgados um
Internos eram obrigados a beber água do mar para testar os limites perigo para a saú
saúde do Volk alemão.
fisioló
fisiológicos humanos ao seu consumo. Num procedimento que tornou-
tornou-se proverbial da atrocidade nazista,
Colocavam-
Colocavam-se prisioneiros em câmaras especiais de baixa pressão injetava-
injetava-se corante nos olhos de homens, mulheres e crianç
crianças.
para testar a resistência a grandes altitudes. No laborató
laboratório do Dr. Menguele,
Menguele, no campo de Birkenau,
Birkenau, escolhiam-
escolhiam-se
Outros eram submetidos à contaminaç
contaminação com fosfogênio e gágás gêmeos para experiências “gené
genéticas”
ticas” com “germes”
germes”.
mostarda ou infectados com doenç
doenças que podiam ser contraí
contraídas Numa experiência (...), atirou-
atirou-se em prisioneiros com balas envenenadas,
pelos soldados alemães na África. (Cornwell,
Cornwell, 2003 - p. 311) para ver com que rapidez o veneno funcionaria. (Cornwell,
Cornwell, 2003 - p. 311)
Internos dos campos de concentração Extermínio de judeus à beira das valas coletivas
http://www.israel3.com/modules.php?na http://www.israel3.com/modules.php?name=Holoc 67
Crianças judias vítimas das experiências médicas
me=Holocaust&file=fotos aust&file=fotos 68
http://www.israel3.com/modules.php?name=Holocaust&file=euta
http://www.luftwaffe39- http://web.genie.it/utenti/a/airco
45.historia.nom.br/historia/urss.htm mbat/index2.htm
73 74
O radar
O radar emite ondas de rá
rádio. Essas ondas ao atingirem,
por exemplo, um avião, se refletem e são capturadas por
um receptor.
Este instrumento é, portanto, capaz de oferecer
informaç
informações sobre a posiç
posição de um avião e se ele se http://www.gifmania.com.pt/meninos/estudiantes/index2.htm
http://www.gifmania.com.pt/tecnologia/antenas_de_radar/
http://www.gifmania
.com.pt/avioes/avion
etas/index2.htm Stalingrado,
Stalingrado, a primeira derrota nazista
Os aviões de combate foram muito usados nas
batalhas e se tornaram decisivos na Segunda Grande
Batalha de Stalingrado Inverno Russo
Guerra, diferentemente da Primeira no qual eles http://www.luftwaffe39-
45.historia.nom.br/histori
http://www.luft
waffe39-
estiveram presentes juntamente com os zepelins, mas a/urss.htm 45.historia.nom
.br/historia/urss
.htm
não mudaram os resultados.
Hitler invade a Rú
Rússia e conquista parte de seu territó
território, mas é
cercado pelo exé
exército de Stalin, nas ruas de Stalingrado.
Stalingrado.
Alé
Além da resistência das forç
forças armadas sovié
soviéticas, conhecidas como
Exé
Exército Vermelho, os alemães tinham que vencer outro inimigo
mortal: o rigoroso inverno russo.
Os sovié
soviéticos, mais acostumados ao frio, levaram vantagem sobre as
forç
forças alemãs que foram muito castigadas pelas baixas temperaturas.
http://www.luftwaffe39- http://web.genie.it/utenti/a/airc Zepelim
45.historia.nom.br/historia/urss.htm ombat/index2.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Zepelim
79
80
216
81 82
Alé
Além desta insatisfaç
insatisfação japonesa, o • Apó
Após os combates de Stalingrado e os ataques a Pearl Harbor,
Harbor, a
governo deste paí
país també
também foi Guerra passa a ter novos rumos.
pressionado por Hitler a entrar nos • De um lado as potências do Eixo formadas por Alemanha, Itá
Itália e
conflitos. Japão e do outro os Aliados compostos por Inglaterra, Franç
França,
O ataque a Pearl Harbor fez com que Rússia e Estados Unidos.
os Estados Unidos entrassem de vez • A vitó
vitória final dos aliados viria a mudar significativamente o mapa
na Segunda Grande Guerra, por ironia polí
político da Europa e dividir o mundo em dois Grandes blocos no
do destino, ao lado dos russos. http://www.gifmania.com.pt/bar pós-guerra, como veremos mais adiante.
cos/acorazados/
83 84
Os mí
mísseis balí
balísticos
• Antes da derrota, Hitler ainda prepararia uma
desagradá
desagradável surpresa para os ingleses, os
ataques com “bombas voadoras”
voadoras”, ou seja, com
mísseis balí
balísticos.
• O desenvolvimento dessas bombas, que
també
também eram conhecidas como “avião sem
piloto”
piloto” para atacar Londres, demandou um
grande esforç
esforço da engenharia alemã.
• “Hitler, para construir um arsenal de mí
mísseis
ofensivos, constituiu a mais ousada tentativa de
aplicar a Grande Ciência de alta tecnologia aos
armamentos da Segunda Guerra Mundial.”
Mundial.”
(John Cornwell,
Cornwell, 2003 - p. 225) http://www.gifman
ia.com.pt/armas/mi
pró
próximos de vencer a guerra, esses mí mísseis não
conseguiram mudar o resultado. Réplica em tamanho real de uma Foguete V2 Desenho do foguete V-2
V2 no museu de Peenemünde, http://www.geociti http://www.nasm.si.edu/e
Desenho do foguete V-2 Alemanha es.com/naelton/M xhibitions/gal114/SpaceR
http://www.nasm.si.edu/ex CC1.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/V-2 ace/sec200/sec210.htm
hibitions/gal114/SpaceRac
e/sec200/sec210.htm
85 86
Você jájá deve ter visto um mímíssil Para se ter uma idé
idéia de
ou um foguete de guerra pela TV. como funciona um foguete,
É na parte baixa do mí míssil que o encha um balão de
combustí
combustível propelente é aniversá
aniversário e solte sem
queimado. amarrar a abertura.
Nesta queima, devido ao grande Devido à elasticidade do
aumento de temperatura, os gases balão, o ar de seu interior
provenientes da combustão se será
será jogado para um lado e
dilatam muito e são expulsos o balão arremessado em
atravé sentido oposto. http://www.adorofisica.com.br/trabal
através da abertura que fica na hos/fis/equipes/corridaespacial/foguet
No foguete, o combustí
combustível Sabemos que para que haja queima de alguma coisa, o oxigênio é
possui energia quí
química indispensá
indispensável.
armazenada nas ligaç
ligações entre A chama de uma vela, por exemplo, se vale do oxigênio do ar
as molé
moléculas. atmosfé
atmosférico, ou seja, o oxidante da combustão da vela se encontra
no ar.
Esta energia quí
química é então Mas no caso dos foguetes, o oxigênio da atmosfera é pouco para
transformada em energia que haja uma combustão capaz de levantá
levantá-lo.
térmica na combustão, e é a Por isso, os foguetes precisam levar oxigênio para que a queima
energia té
térmica que empurra os seja mais eficaz.
gases para um lado, Os primeiros foguetes da Segunda Guerra, os V- V-1 (armas da
pressionando o foguete para o vinganç
vingança - v de vinganç
vingança), eram movidos a gasolina e levavam ar
outro.
http://www.adorofisica.com.br/trabal
hos/fis/equipes/corridaespacial/foguet
comprimido para servir de oxidante.
es.htm Em 1944, quase dois mil e quinhentos V-V-1 foram lanç
lançados sobre
Esta forç
força para cima, nos Londres e Antué
Antuérpia, deixando mais de seis mil mortos.
foguetes, recebe o nome de
empuxo.
No caso dos foguetes alemães,
os V-
V-2, o empuxo equivale ao
peso de um corpo de mais de
72 toneladas.
http://www.gifman
http://www.gifman ia.com.pt/armas/mi
ia.com.pt/armas/mi 90
siles/index2.htm
89
siles/index2.htm
Wernher von
Braun
http://liftoff.msfc.nas
a.gov/academy/histor
y/VonBraun/VonBra
un.html
92
91
“Hitler só
só se interessou por foguetes num
ponto em que a derrota parecia inevitá
inevitável: o
uso da V- V-2 foi mais um ato de vinganç
vingança
ritualí
ritualística (...) do que uma estraté
estratégia
racional que ajudasse a ganhar a guerra.”
guerra.”
(Cornwell,
Cornwell, 2003 - p. 32)
94
93
Extraído de Filho, 2005
Os ataques dizimaram, em
Hiroshima e Nagasaki
segundos, milhares de
Na Ásia, o Japão resistia, apesar de civis.
ter seu poderio militar muito Ainda hoje, o massacre
comprometido pelos ataques dos dessas duas cidades
Aliados.
Ainda assim, pilotos japoneses
japonesas são lembrados
conhecidos como camicases se como grande exemplo de
atiravam com seus aviões sobre os aplicaç
aplicação de tecnologia de
alvos inimigos, em verdadeiros destruiç
destruição.
ataques suicidas.
Em 6 de agosto de 1945, o exéexército Mapa do Japão com as indicações das cidades
americano utilizou uma arma de de Hiroshima e Nagasaki
guerra jamais vista até
até então. http://www.lclark.edu/~history/HIROSHIMA/
Tratava-
Tratava-se de uma arma nuclear,
uma bomba atômica.
Nuvem em formato de cogumelo
A aviaç
aviação dos Estados Unidos resultado da explosão nuclear sobre
lanç
lançou esta bomba sobre a cidade Nagasaki em 9 de agosto de 1945, que
japonesa de Hiroshima e, três dias Cidade destruída pela bomba atômica chegou a subir 18 km
depois alvejou Nagasaki com outra (animação decorativa, fora de proporção) http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guer
bomba idêntica. http://www.historianet.com.br/conteudo/default ra_Mundial
.aspx?codigo=193
Ataque kamikaze a um porta-aviões americano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial 98
97
105 106
http://www.gifmania.com.pt/armas/
109 110
Conferência de Potsdam
► Na Conferência de Potsdam
foi deliberada a divisão do
territó
território alemão em quatro http://www.
dw-
zonas de ocupaç
ocupação pelos world.de/dw
aliados: zonas britânica, /article/0,15
64,958753,0
francesa, americana e 0.html
sovié
soviética.
► Se olharmos sob outro ponto
de vista perceberemos que a Aliados na Conferência de Potsdam. Da esquerda para
Alemanha foi dividida em a direita: o primeiro-ministro britânico Winston
Churchill, o presidente norte-americano Harry
A capital Berlim se localizava na zona Sovié
Soviética e viria a
duas zonas ideoló
ideológicas: A Truman e o chefe de Estado e governo soviético, Josef se tornar, no futuro, um grande sísímbolo da divisão do
zona capitalista, pertencente Stalin, em agosto de 1945
à Inglaterra, Franç
França e mundo em dois grandes blocos: socialista e capitalista.
Estados Unidos e a zona O que chamamos aqui de zona capitalista (zona
comunista, ou zona Sovié
Soviética. http://www.tvcultura.co
► A capital Berlim, localizada na m.br/aloescola/historia/ Britânica, Francesa e Americana) futuramente formaria a
zona sovié
soviética, també
também foi
guerrafria/guerra7/bloc
osocialista- Alemanha Ocidental e a zona Sovié
Soviética ficaria conhecida
igualmente dividida entre os lesteeuropeu.htm como Alemanha Oriental.
aliados.
111
112
220
Criaç
Criação da ONU e do Estado de Israel Tribunal de Nuremberg
• Em julho de 1945 (um mês antes do bombardeio de Hiroshima e
Nagasaki)
Nagasaki) foi criada a ONU – Organizaç
Organização das Naç
Nações Unidas – com
objetivo de manter a paz e o espí
espírito de cooperaç
cooperação entre os paí
países. Tribunal de Nuremberg
http://www.internext.com.br/valois/pena/1946.htm
• Foi numa Assemblé
Assembléia Geral da ONU, em novembro de 1947, que foi
criada mais uma naç
nação, o Estado de Israel.
• Os judeus espalhados pelo mundo, incluindo os que fugiram da
perseguiç
perseguição nazista, poderiam então se reunir em sua mais nova
naç
nação.
Com Hitler morto e a Alemanha ocupada pelos aliados, faltava apenas
apenas
julgar os demais oficiais do exé
exército alemão e outras pessoas ligadas
a Hitler, para que o nazismo chegasse definitivamente ao fim.
Isso começ
começ ou a acontecer em novembro de 1945 em Nuremberg,
Nuremberg, na
Alemanha.
O Tribunal de Nuremberg julgou os lí líderes nazistas presos pelos
aliados.
Dentre eles, onze foram condenados à morte por enforcamento,
acusados de crimes contra a humanidade, três foram inocentados e
os demais receberam penas diversas.
Bandeira Estado de Israel
http://www.maozisrael.com.br/the Mapa de Israel Sabe-
Sabe-se que nem todos os oficiais nazistas vivos foram capturados,
mes/themes.htm http://go.hrw.com/atlas/span_htm/israel.htm muitos fugiram e viveram em outros paí países com identidades falsas.114
113
Réplica em tamanho real de uma Foto de Maio de 1964. Dr. von Braun torna-se
V2 no museu de Peenemünde, Diretor do NASA Marshall Space Flight Center
Alemanha em 1 de julho de 1960.
http://pt.wikipedia.org/wiki/V-2 http://pt.wikipedia.org/wiki/Wernher_von_Braun
Os V-
V- 2 e a conquista do espaç
espaço
Você sabe qual a relaç
relação Os programas nuclear e espacial dos Estados
entre a tecnologia Unidos e da União Sovié
Soviética foram muito
influenciados pela ciência e tecnologia
desenvolvida para mímísseis de
alemãs.
Os foguetes V2 confiscados pelos aliados,
guerra e o desenvolvimento tornaram-
tornaram-se muito significativos, pois “ sua
fabricaç
fabricação daria base para o
de foguetes capazes de desenvolvimento da tecnologia espacial
sovié
soviética e americana durante a Guerra Judeu em
colocar um saté
satélite em
Fria”
Fria”. (Arbex
(Arbex,, 1997 - p. 58)
Foi com a ajuda da tecnologia dos mí mísseis
trabalho escravo
http://www.israel3
A ponte aé
aérea
Antes do bloqueio, Berlim ocidental era uma ilha Alemanha
Alemanha
capitalista, cercada de comunistas por todos os Ocidental
Oriental
lados.
Agora, alé
além disso, tornava-
tornava-se difí
difícil o
abastecimento da cidade, que só só foi possí
possível
atravé
através de uma “ponte aé aérea”
rea”. http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha_Oriental
Foi assim que aviões de antigos aliados Em maio de 1949, quase um ano apó após o cerco de Berlim,
conseguiram abastecer Berlim ocidental, levando Stá
Stálin recuou e suspendeu o bloqueio.
principalmente alimentos e carvão. Essa suspensão teve como conseqü
conseqüência a divisão da
Alemanha em duas.
As antigas zonas britânica, francesa e americana se tornaram
Porta de Brandemburgo um novo paí
país capitalista, a Repú
República Federal da Alemanha,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Berlim ou Alemanha Ocidental. Sua capital era Bonn.
Bonn.
A zona sovié
soviética formaria a comunista Repú
República Democrá
Democrática
Alemã, ou Alemanha Oriental, com sua capital em Berlim.
123
124
O bloqueio de Berlim
Alemanha
Alemanha
Ocidental
Oriental
126
125
Extraído de Filho, 2005
Alé
Além de problemas na Alemanha, no pó pós Segunda http://pt.wi http://ww
Guerra, americanos e sovié
soviéticos tinham outras kipedia.org
/wiki/Alien
w.gifmani
a.com.pt/
preocupaç
preocupações. a%C3%A7
%C3%A3o
Enquanto os Estados Unidos se esforç
esforçavam em conter a
expansão socialista pelo mundo, a Rú Rússia, por sua vez,
tentava implantar o socialismo em outras naçnações.
Os paí
países vizinhos da União Sovié
Soviética se tornaram • Para os americanos, uma naç
nação socialista como a Rú
Rússia era
socialistas, servindo como escudo para Moscou. incapaz de concorrer com eles na produç
produção intelectual.
Os norte- • Os EUA fabricavam automó
automóveis, eletrodomé
eletrodomésticos, enfim, uma
norte-americanos se incomodavam com a expansão infinidade de bens de consumo muito diferentes dos fabricados na
comunista, mas não acreditavam muito na capacidade União Sovié
Soviética.
cientí
científica e tecnoló
tecnológica dos sovié
soviéticos. • A felicidade nos Estados Unidos estava vinculada ao consumo. Só
Só
era considerado feliz aquele cidadão que possuí
possuísse automó
automóvel e
televisores.
• As donas de casa só
só seriam felizes se possuí
possuíssem os mais variados
eletrodomé
eletrodomésticos disponí
disponíveis no mercado, para facilitar suas
atividades domé
domésticas.
• Quanto maior o consumo, maior seria a produç
produção e
conseqü
conseqüentemente, mais o paí
país iria crescer. Por isso, o lema era
Mapa dos países capitalistas da OTAN Mapa dos países socialistas, pertencentes ao Pacto de consumir sempre e cada vez mais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/OTAN Varsóvia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_de_Vars%C3%B3via
127 128
222
A notí
notícia do lanç
lançamento
do Sputnik-
Sputnik-1 soou
insuportavelmente nos Sputnik
ouvidos norte-
norte- Sputnik
Sputnik
americanos.
Sputnik
Os Estados Unidos não Sputnik
conseguiam entender O desacoplamento de Sputnik
como uma naç nação que http://www.tvcultura.com.br/aloescola/ciencias/olhand
oparaoceu/opceu6.htm
julgavam tão atrasada e
antiquada poderia
conseguir a proeza de
colocar uma má máquina em
órbita da Terra.
131
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM), extraído de Filho, 2005 132
A reaç
reação americana
Você sabe a relaç
relação entre a internet e
o lanç
lançamento do Sputnik?
Para descobrir, ouç
ouça uma reportagem
de Max Gehringer,
Gehringer, que foi ao ar no dia
04 de outubro de 2005 pela rá
rádio CBN.
Max Gehringer
133
134
Extraído de Filho, 2005
Laika
http://www.gifmania.com.pt/armas/ 135 http://nssdc.gsfc.nasa.gov/nmc/tmp/1957-002A.html 136
223
Lembra-
Lembra-se da
Aparelhos que mediam microgravidade que
batimentos cardí
cardíacos e pressão estudamos anteriormente?
arterial estavam acoplados ao
corpo da cadelinha. Você deve se lembrar que
Os sovié
soviéticos tentavam um corpo orbitando a Terra
compreender como o corpo de está
está constantemente
um ser vivo se comportava nas caindo, mas nunca atinge o
condiç
condições de microgravidade.
microgravidade. chão, como idealizado por
Não havia condiç
condições para que o Isaac Newton.
Sputnik-
Sputnik-2 retornasse à Terra e a A cadela Laika foi o
simpá
simpática cadela estava primeiro ser vivo a
condenada a morrer. experimentar a sensaç
sensação de
Laika sobreviveu no espaç
espaço por um ambiente de
alguns dias e o Sputnik-
Sputnik-2 microgravidade.
microgravidade.
desintegrou-
desintegrou-se pouco mais de Selo romeno, de 1957
cinco meses depois, ao reentrar
Lançamento do Sputnik II na base Isso a tornou uma http://starchild.gsfc.nasa.gov/docs/StarC
de Baikonur
na atmosfera a 28000 km/h. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sputnik
celebridade, apesar de não hild/space_level2/laika.html
ter sobrevivido para
“contar”
contar” a histó
história!
138
137
139 140
O Explorer-1
Vocês se lembram de Wernher
Von Braun e dos foguetes V2?
► O saté
satélite Explorer-
Explorer-1 tinha cerca de Vejam a influência de Hitler e
14 kg e foi lanç
lançado em 31 de janeiro da Segunda Guerra Mundial na
de 1958 (o Brasil estava prestes a corrida espacial!
ser campeão mundial de futebol
pela 1ª
1ª vez). O mesmo Von Braun que
► Era um saté
satélite astronômico e tinha trabalhou para os nazistas,
a funç
função de estudar fenômenos agora era o principal
espaciais que não eram possípossíveis de responsá
responsável pelo programa
serem estudados do solo por causa espacial americano.
Réplica em tamanho real de uma V2 no
da atmosfera. Os foguetes V2 projetados por museu de Peenemünde, Alemanha
► O saté
satélite Explorer-
Explorer-1 “foi lanç
lançado ele, construí
construídos com trabalho http://pt.wikipedia.org/wiki/V-2
pelo foguete Juno 1, que era, na escravo nos campos de
Wernher von Braun, o segundo da direita
verdade, um foguete V2 modificado para a esquerda trabalhando no protótipo do concentraç
concentração e que destruí
destruíram
por Von Braum”
Braum”. (Arbex
(Arbex,, 1997 - p. Juno 1 Londres e Antué
Antuérpia no final da
60) http://www.redstone.army.mil/history/archives/v Guerra, foram transformados
onbraun/explorer_I_02.jpg
em veí
veículos lanç
lançadores de
saté
satélite e usados em 1958.
Von Braum
141 http://www.redstone.army.mil/history/vonbrau
142
n/welcome.html
O Explorer-
Explorer-6, no ano seguinte, tirou a primeira
foto da Terra vista do espaç
espaço.
A corrida espacial tinha um óbvio componente simbó
simbólico de
superioridade e poder e o bloco que primeiro dominasse o
espaç
espaço teria comprovada sua maior capacidade cientí
científica.
E como era a capacidade cientí
científica que media o progresso,
quem dominasse primeiro o espaç
espaço provaria ao mundo que
possuí
possuía o sistema mais perfeito, com maior capacidade de
realizar os sonhos do homem. (Arbex
(Arbex,, 1997 - p. 13)
http://www.nasa.gov/externalflash/nasa_gen/index.html
143
144
224
Missões Luna
O programa sovié
soviético Luna teve como objetivo
estudar nosso saté
satélite natural.
Para isso precisava se distanciar muito da Terra,
algo nunca antes conseguido.
A missão Luna-
Luna-1 foi a primeira missão lunar,
http://www.gifmania.com.pt/astronomia/luna/ ocorrida em janeiro de 1959.
Assim, alé
além de uma competiç
competição cientí
científica e tecnoló
tecnológica entre No dia 13 de setembro do mesmo ano, a Luna-Luna-2
as duas superpotências, a corrida espacial era o reflexo da se chocou contra a superfí
superfície lunar.
disputa ideoló
ideológica entre comunismo e socialismo. Os primeiros bons resultados estavam
reservados para outubro deste ano, quando a
Essa disputa foi uma parte importante de uma guerra sem Luna-
Luna-3, ao contornar a Lua a uma altura de
Face oculta da Lua fotografada
batalhas diretas, de um conflito ideoló
ideológico, de uma guerra apenas 7000 km, fotografou pela primeira vez a pelo Luna-3
fria. face oculta do astro.
Talvez você não saiba, mas aqui da Terra nónós
Neste conflito, uma vitó
vitória significativa seria a conquista da vemos sempre a mesma face da Lua. Seu giro
Lua e mais uma vez, a União Sovié
Soviética estava à frente. ocorre de tal forma que somente um lado aponta
para a Terra.
145 146
147
148
Extraído de Filho, 2005
Yuri Gagarin
Até
Até então, todas as viagens
eram destripuladas,
destripuladas, ou seja,
sem tripulaç
tripulação humana.
Mais uma vez os russos
demonstraram sua
superioridade na conquista
do espaç
espaço, pregando um Yuri Gagarin
novo susto nos americanos. http://www.unificado.com.br
/calendario/04/gagarin.htm
Em abril de 1961, o Russo
Yuri Gagarin foi o primeiro
homem a ver a Terra de
longe.
Ele entrou em órbita e
voltou com seguranç
segurança à Vostok, o foguete quecolocou Gagarin em
Terra. órbita: mais um feito soviético
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/histo
ria/guerrafria/guerra4/corridaespacial2.htm
149 150
Extraído de Filho, 2005
O “contra-
contra-ataque”
ataque” americano
Mais uma vez os americanos se viram ficando
para trá
trás na corrida espacial e precisavam se
mexer.
Em maio de 1961, o americano Allan
Shepard,
Shepard, a bordo da cá cápsula Mércury,
rcury, levada
pelo foguete Redstone,
Redstone, deu um salto sub-
sub-
orbital e retornou à Terra.
Não entrou exatamente em órbita como
Gagarin,
Gagarin, mas sentiu alguns efeitos de pouca
gravidade.
O foguete Redstone não tinha potência
suficiente para colocar a cá
cápsula em órbita.
Redstone
O vôo durou pouco mais de 15 minutos e http://www.thespacepla
chegou a uma altitude de 187 quilômetros. ce.com/history/mercury
/mercury03.html
152
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM)
Insígnia da missão
152
151
225
Lembra-
Lembra-se das forç
forças de contato estudadas
anteriormente? Elas são importantes para
Allan Shepard experimentou 5 compreendermos o que Shepard sentiu
minutos de microgravidade quando retornou à Terra.
antes de voltar à Terra, retorno Vimos que uma pessoa dentro de um
no qual sentiu forç
forças doze elevador acelerado para baixo, sente seu
corpo mais leve, apesar de seu peso
vezes maiores do que a forç
força da continuar o mesmo.
gravidade (UNIVAP, 1996), ou Isso se deve ao fato de a forç
força de contato
seja, sentiu seu corpo pesando entre o piso e os pé
pés diminuir, em outras
doze vezes mais. palavras, a forç
força Normal ficou menos
intensa.
Depois que entrou na atmosfera Se o elevador estiver em queda livre, a
terrestre, a cá
cápsula Mércury pessoa se sentirá
sentirá flutuando, pois cairá
cairá em
relaç
relação à Terra com a mesma aceleraç
aceleração
caiu de pá
pára-
ra-quedas no mar e Allan Shepard
do elevador, sem perceber que estão
http://pt.wikipedia.org/wiki/Freed
foi resgatada, juntamente com om_7 caindo juntos.
Allan Shepard,
Shepard, por um Agora pense: e se o elevador estiver
helicó
helicóptero da forç
força aé
aérea descendo e começ
começar a frear, como se
sente a pessoa a bordo deste elevador,
americana. mais leve ou mais pesada?
153 154
► Se o elevador está
contrá
está descendo e começ
começa a frear (aceleraç
contrária ao movimento, ou seja, aceleraç
(aceleração
aceleração negativa), a forç
força
O discurso de Kennedy
de contato ou forç
força Normal aumenta e a pessoa se sente mais Em 21 de maio de 1961, mesmo os
pesada. Estados Unidos estando aparentemente
► Agora imagine que você está
está a bordo da cá
cápsula Mercury em atrá
atrás da União Sovié
Soviética na corrida
queda livre. espacial, o então presidente norte-
norte-
► Num certo momento da queda você entra numa parte mais americano John Kennedy declarou em
densa da atmosfera terrestre e começ
começa frear adquirindo uma um discurso ao congresso norte-
norte-
enorme desaceleraç
desaceleração. Como sentiria o peso de seu corpo, americano:
aumentando ou diminuindo?
► Sabendo da resposta, você saberá
saberá exatamente o que o Allan
Shepard sentiu ao retornar à Terra. John Kennedy
http://en.wikipedia.org/wiki/Image
:JFKofficial.jpg
21/05/1961
155 156
Extraído de Filho, 2005
A conquista do espaç
espaço era apenas uma das inú inúmeras disputas entre
americanos e sovié
soviéticos.
O objetivo do discurso não era apenas Nos anos de 1961 e 1962, alé além dos astronautas russos, outro homem
convencer os parlamentares do congresso se tornaria o centro das atenç
atenções e tiraria o sono dos americanos.
americano, mas també
também a opinião pú
pública O advogado Fidel Castro, um grande nome da revoluç revolução cubana
norte-
norte-americana da importância de investir juntamente com o mé médico argentino Ernesto “Che”Che” Guevara, passaria
a governar a ilha comunista localizada a menos de 200 quilômetros
quilômetros dos
nesse projeto. Estados Unidos.
“Em 07 de agosto de 1961, o congresso aprovou Os americanos não podiam tolerar um aliado de Moscou tão pró próximo
1,7 bilhão de dó
dólares para o orç
orçamento da de seu territó
território, por isso treinaram um grupo armado formado
NASA” principalmente por exilados cubanos, com objetivo de derrubar Fidel Fidel
NASA” (Mourão, 2002 - p.222). Castro.
A tentativa norte-
norte-americana não deu certo e o grupo foi derrotado
quando invadiu a BaíBaía dos Porcos em Cuba, em abril de 1961.
O Muro de Berlim
► Menos de seis meses depois da frustrada invasão da Baí
Baía dos Porcos, a
Alemanha ganharia o grande “monumento”
monumento” da Guerra Fria, um muro
que dividiu Berlim em duas.
► O paí
país já
já estava dividido em Alemanha Ocidental (capitalista) e
Alemanha Oriental (socialista). http://gl.wikipedia.org/wiki/Muro_de_Berl%C3%ADn Nikita Khrushchev, em 1962
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Fria
► Da mesma forma també
também a capital Berlim era repartida, mas em
agosto de 1961, acabou sendo dividida fisicamente por um muro, o tão Este acontecimento aumentou ainda mais a tensão entre
conhecido Muro de Berlin. americanos e sovié
soviéticos, em agosto de 1961.
“Sob a alegaç
alegação de que milhares de cientistas fugiam para o
lado ocidental, ao mesmo tempo em que moedas e
mercadorias faziam o caminho inverso”
inverso” (Divalte,
Divalte, 2002 - p.
347), o governo sovié
soviético chefiado por Nikita Khrushev
ordenou a construç
construção do muro.
O Muro tinha 3 metros de altura e 45 quilômetros de extensão,
alé
além de ter, em suas proximidades, minas explosivas e
barricadas de arame farpado.
Foram també
também construí
construí das guaritas ao longo do muro para
abrigar guardas armados, a mais famosa delas era a chamada
Checkpoint Charlie.
Charlie.
Início da construção do Muro de Berlim, Foto de Muro de Berlim tirada por um satélite159 160
em 13 de agosto de 1961 http://gl.wikipedia.org/wiki/Berl%C3%ADn
226
Muro de Berlim
http://gl.wikipedia.org/wiki/Berl%C3%ADn
Fidel Castro
http://www.cheguevaradelaserna. Ilha de Cuba
hpgvip.ig.com.br/galeria.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:LocationCuba.png
http://www.gifmania.com.pt/barcos/acorazados/
167
168
Extraído de Filho, 2005
227
Toda essa tensão aconteceu paralelamente ao trabalho dos Mesmo com todas as precauç
precauções, uma tragé
tragédia abalou os
Estados Unidos, em janeiro de 67.
cientistas para conquistar o espaç
espaço. Durante uma decolagem simulada, um incêndio provocado
A promessa de John Kennedy de levar o homem à Lua gerou por um curto-
curto-circuito destruiu a nave Apollo-
Apollo-1, matando os
uma grande euforia entre os americanos e acelerou o programa três astronautas a bordo.
espacial dos Estados Unidos. Em maio do mesmo ano, os sovié
soviéticos també
também passaram por
As missões americanas Mércury,
rcury, Gemini e Apolo tinham momentos desoladores com a queda da nave Soyuz-
Soyuz-1,
diferentes funç
funções, mas todas elas visavam preparar terreno para durante a manobra de retorno à Terra.
que o envio do homem à Lua acontecesse sem perdas materiais e O acidente provocou a morte do cosmonauta Wladimir
nem tragé
tragédias com os astronautas. Komarov.
Komarov.
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra4/corridaespacial2.htm
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra4/corridaespacial2.htm
O programa espacial sovié
soviético també
também criava mecanismos para
evitar acidentes.
Mesmo assim ocorreram desastres dos dois lados. Algumas
missões explodiram antes mesmo de sair do chão.
A espionagem també
também foi tema de livros e filmes. 007 Contra o Satânico Dr. No (06/10/1962) Extraído de Filho, 2005
http://www.fas.org/irp/world/russia/kgb/
174
173
http://www.tvcultu
ra.com.br/aloescol
a/historia/guerrafri
a/guerra5/espionag
em.htm
176
175
228
Os Beatles Brasil, Dé
Década de 50
177 178
Extraído de Filho, 2005 Extraído de Filho, 2005
179 180
FONTE: Enciclopédia do Espaço e do Universo (CD-ROM), extraído de Filho, 2005.
Extraído de Filho, 2005
O homem na Lua
Em meados da dé década de sessenta, os
americanos aguardavam ansiosos pelo
que julgavam ser o maior feito da
corrida espacial, a conquista da Lua.
O foguete americano Saturno V (110 metros
E os americanos não se frustraram, a
de altura) queima mais de 1.210.000 litros promessa do presidente Kennedy foi
de combustível durante os primeiros 2 min cumprida.
45 s de vôo. No ano de 1969, o norte-
norte-americano
http://www.adorofisica.com.br/trabalhos/fis/eq Neil Armstrong, comandante da Apollo
uipes/corridaespacial/foguetes.htm 11 e Edwin Aldrin foram os primeiros
homens a pisar num astro que não era
Clique na figura acima e veja
a Terra. Armstrong em solo lunar
A missão foi um sucesso e as
http://www.nasm.si.edu/collections/i
informaç
informações da viagem foram magery/apollo/AS17/a17av.htm
transmitidas e assistidas por milhares
de pessoas pela TV.
Antes do encerramento do programa
Apollo, os Estados Unidos ainda
voltariam à Lua por mais cinco vezes.
183
184
229
Na dé
década de setenta, apó
após o lanç
lançamento do
O Brasil e a Guerra Fria: Jango na URSS Apollo 11, outras missões espaciais, de ambos
os paí
países continuaram a ser planejadas e
executadas, mas houve uma significativa
desaceleraç
desaceleração da corrida espacial.
Os sovié
soviéticos passaram a seguir um caminho
diferente, optando por enviar sondas Neil Armstrong e Edwin Aldrin
destripuladas (ou não-
não-tripuladas). http://www.tvcultura.com.br/aloesco
Muitas sondas russas e americanas la/historia/guerrafria/guerra4/corrida
espacial3.htm
ultrapassaram os limites da Lua e viajaram pelo
Sistema Solar, enviando informaç
informações sobre o
Sol, os demais planetas e seus saté
satélites
naturais, alé
além de outros objetos como cometas
e asteró
asteróides.
1967 - Venera 4 - No dia Mariner 10,
12/06/1967 os russos sonda americana.
lançam esta sonda que ao Foi a primeira a
orbitar Vênus lança uma estudar o planeta
cápsula que é a primeira a Mercúrio
penetrar a atmosfera do http://heasarc.gsfc
planeta. Ela interrompeu .nasa.gov/nasap/d
as informações antes de ocs/space2_p/mari
tocar o solo de Vênus ner10_p.html
http://www.ciencia-
187 cultura.com/ciencias00/ven 188
189 190
Extraído de Filho, 2005 Extraído de Filho, 2005
A desaceleraç
desaceleração da Guerra Fria e da Corrida
Espacial
• Apó
Após a conquista da Lua, alguns motivos levaram à diminuiç
diminuição do ritmo
da corrida espacial.
• Os contribuintes americanos começ
começaram a questionar se teria valido a
pena gastar cerca de 25 bilhões de dó
dólares para levar o homem à Lua. Ônibus Espacial Lançamento noturno da Discovery, para a missão 51-C.
• Alé
Além disso, os filmes, livros e seriados de TV eram muito mais http://www.geocities.com/ResearchTriangle/Lab/6116/shuttle.html
O iní
início do fim da União Sovié
Soviética
Nos primeiros anos da dé
década de oitenta, o impé
império sovié
soviético estava
em grande declí
declínio:
o sistema de planejamento centralizado no Estado, impedia que as decisões
fossem tomadas com rapidez e flexibilidade, paralisando a administra
administraçção da
economia;
a produç
produção agrí
agrícola estava abaixo das expectativas;
os produtos industrializados tinham alto custo de produç
produção e baixa qualidade,
como resultado da falta de concorrência entre as empresas estatais;
estatais;
a economia estava enfraquecida devido aos enormes gastos com a competi
competiçção
militar e a corrida espacial com os Estados Unidos;
a populaç
população tinha baixa qualidade de vida, uma vez que os recursos aplicados
aplicados
na produç
produção militar e na tecnologia espacial eram retirados de áreas sociais
importantes (Divalte,
(Divalte, 2002 - p. 395).
395).
Enfim, a União Sovié
Soviética estava à beira do colapso.
http://www.tvcultura.co
m.br/aloescola/historia/
guerrafria/guerra13/fi
mdaguerrafria-
eragorbatchev.htm
O iní
início da era Gorbatchev Numa visita à Alemanha Oriental, em 1989, Mikhail
Em 1982 a União SoviéSoviética passa a ser liderada por Gorbatchov deixou claro ao presidente alemão Erich
Iúri Andropov,
Andropov, que inicia reformas econômicas no Honecker que não iria apoiar uma grande repressão às
paí
país. manifestaç
manifestações populares.
Essas reformas visavam evitar a eclosão de A partir de então, essas manifestaç
movimentos sociais que poderiam abalar o governo. manifestações aumentaram.
As reformas não estavam ligadas a convicç
convicções
democrá
democráticas, mas a uma tentativa de manter o poder Andropov: pequenas
(Arbex,
Arbex, 1997 - p.180) mudanças
As reformas iniciadas por Andropov foram apenas o
começ
começo. Outras mudanç
mudanças muito maiores estavam
prestes a ocorrer na União Sovié
Soviética no governo de
Mikhail Gorbatchov, a partir de 1985.
Ao assumir o governo, Gorbatchov interrompeu os
testes nucleares e promoveu profundas reformas
polí
políticas e econômicas em seu paí país.
Com uma polípolítica baseada na Glasnost,
Glasnost, que significa Gorbatchev (com a mulher,
transparência e Perestroika que significa reestruturaç
reestruturação Raíssa): habilidade diplomática
ou reconstruç
reconstrução, Gorbatchov passou a liderar sua http://www.tvcultura.com.br/aloesco
la/historia/guerrafria/guerra13/fimda
naç
nação rompendo com a censura e a estagnaç
estagnação dos guerrafria-eragorbatchev.htm Mikhail Gorbatchov
governos anteriores. http://upload.wikimedia.org/wiki
pedia/pt/e/e8/Gorbatschow.JPG
195 196
A criaç
criação da Comunidade dos Consideraç
Considerações finais
Estados Independentes O desenvolvimento dos satésatélites foi motivado por questões ideoló
ideológicas,
Em 8 de dezembro de 1991 com a criaçcriação da CEI – Comunidade de Estados ou seja, União Sovié
Soviética e Estados Unidos queriam conquistar o espaç espaço
Independentes -, a União Sovié
Soviética passa a não mais existir e os Estados para convencer o resto do mundo que seu sistema de governo
Unidos se tornam a única superpotência mundial.
O planeta passa então a viver sob uma nova ordem com um imenso poder poder (comunista ou capitalista) era o melhor. Quem conseguisse convencer
convencer
alcanç
alcançado pela economia de mercado. teria mais chances de implantar seu sistema em mais naç nações.
As fronteiras dos paí
países passam a oferecer cada vez menos resistências ao
fluxo de produtos. A tecnologia alemã confiscada pelos aliados (entre eles URSS e EUA) EUA)
Com isso, as naç
nações mais ricas, como sempre, são beneficiadas e os paí
países apó
após a derrota de Hitler, foi fundamental para a invenç
invenção dos saté
satélites e
pobres amargam cada vez mais desemprego e privaçprivações. dos foguetes lanç
lançadores.
A Revoluç
Revolução Russa deu iní início à bipolarizaç
bipolarização do mundo, possibilitando
o surgimento da Guerra Fria e criando condiç
condições para a invenç
invenção dos
Mapa da CEI saté
satélites.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_de_Estados_
Independentes A Fí
Física que possibilitou o lanç
lançamento dos saté
satélites e a ida do homem
para a Lua, foi desenvolvida no sé século XVII, por Isaac Newton, que se
baseou em descobertas de outros cientistas, principalmente de GalileuGalileu e
Kepler.
201 202
Consideraç
Considerações finais (continuaç
(continuação) Referências Bibliográficas
• ANDRADE, Carlos Drummond de. A. Rosa do Povo. Ed. Record, RJ., 1987.
• ARBEX, José Jr. Guerra Fria. Terror de Estado, Política e Cultura. Ed. Moderna, SP. 1997.
Para que Galileu e Kepler desenvolvessem suas teorias, foi • ARRUDA, José J. de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História. História Geral e História do Brasil. Ed.
Ática, SP. 2003.
fundamental o trabalho de Copé
Copérnico que iniciou a era do • ATLAS DA HISTÓRIA DO MUNDO- The Times- Folha de São Paulo.
heliocentrismo.
heliocentrismo. As contribuiç
contribuições de Copé
Copérnico que ocorreram nos • BRENER, Jayme. A primeira Guerra Mundial. Ed. Ática, SP. 1999.
• CLARK, Philip. A Revolução Russa. Tradução e adaptação, Jayme Brener. Ed. Ática, SP. 1988.
séculos XV e XVI foram muito importantes para que um dia os • CORNWELL, John. Os cientistas de Hitler; Ciência, guerra e o Pacto com o Demônio. Ed. Imago,
RJ. 2003.
saté
satélites pudessem ser lanç
lançados. • COTRIN, Gilberto. História e Consciência do Mundo. Ed. Saraiva, SP.1999
Aristó
Aristóteles e Ptolomeu també
também contribuí
contribuíram muito, pois criaram • DIVALTE. História. Ed. Ática, SP. 2002.
• FILHO, José Bezerra Pessoa. Satélites e suas Aplicações. Fortaleza, 2005. Programa AEB
teorias que estimularam e difundiram o pensamento cosmoló
cosmológico. Escola. CD-ROM.
• FILHO, José Bezerra Pessoa. O Contexto Histórico da Corrida Espacial. Fortaleza, 2005.
Este pensamento levou outros cientistas (como Kepler, Galileu e Programa AEB Escola. CD-ROM.
Newton) a desenvolverem uma ciência que tornou possí
possível a • FILHO, José Bezerra Pessoa. O Veículo Lançador de Satélites (VLS). Fortaleza, 2005.
Programa AEB Escola. CD-ROM.
colocaç
colocação de um corpo em órbita da Terra. • FILHO, José Bezerra Pessoa. Os Benefícios da Corrida Espacial para a Humanidade.
Fortaleza, 2005. Programa AEB Escola. CD-ROM.
Os saté
satélites são responsá
responsáveis por previsão do tempo, comunicaç
comunicação, • MEDAWAR, Jean & PYKE, David. O presente de Hitler; Cientistas que escaparam da Alemanha
Nazista. Ed. Record RJ. 2003.
navegaç
navegação, defesa e levantamento de recursos naturais. Eles têm • MOURÃO, Ronaldo R. de F. O Livro de Ouro do Universo. Ed. Ediouro, RJ, 2002
hoje grande importância em nossa sociedade. • STRICKLAND, Carol. Arte comentada; da pré-história ao pós moderno. Trad. Ângela Lobo de
Andrade, Ed. Ediouro, RJ.2002.
• UNIVAP, Foguetes. Universidade do Vale do Paraíba. Manual do Professor com Atividades de
Ciências, Matemática e Tecnologia. PA, 1996.
204
203
Narradores:
Cátia Candido da Silva e Róber Carlos Barbosa Duarte
205 206
207