Teste Sobre Os Maias de Eça de Queirós
Teste Sobre Os Maias de Eça de Queirós
Teste Sobre Os Maias de Eça de Queirós
I
A
Lê atentamente o texto que se segue.
B
“Apesar de ser uma obra realista, n’ Os Maias são evidentes características da
tragédia grega.”
Num texto entre 60 a 100 palavras, comenta a afirmação transcrita, num texto bem
estruturado.
II
“Este livro reúne alguns dos textos que mensalmente e ao longo dos últimos anos fui
publicando (…). A estranheza do título justifica uma explicação, para que ele não
passe como um mero exercício de estilo.
Quando era pequeno — muito pequeno, talvez oito ou dez anos — lembro-me de estar
deitado na banheira, em casa dos meus pais, a ler um livro de quadradinhos. Era uma
aventura do David Crockett, o desbravador do Kentucky e do Tenessee, que haveria
de morrer na mítica batalha do Forte Álamo. Nessa história, o David Crockett era
emboscado por um grupo de índios, levava com um machado na cabeça, ficava
inconsciente e era levado prisioneiro para o acampamento índio. Aí, dentro de uma
tenda, dia e noite, molhando-lhe a testa com água, havia uma índia muito bonita —
uma “squaw”, na literatura do Far-West — que cuidava dele, dia e noite, molhando-lhe
a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma. E, a certa altura,
ela murmurava para o seu prostrado e inconsciente guerreiro: “não te deixarei morrer,
David Crockett!”
Não sei porquê, esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre, quase
obsessivamente. Durante muito tempo, preservei-as à luz do seu significado mais
óbvio: eu era o David Crockett, que queria correr mundo e riscos, viver aventuras e
desvendar Tenessees. Iria, fatalmente, sofrer, levar pancada e ficar, por vezes
inconsciente. Mas ao meu lado haveria sempre uma índia, que vigiaria o meu sono e
cuidaria das minhas feridas, que me passaria a mão pela testa quando eu estivesse
adormecido e me diria: “não te deixarei morrer, David Crockett!” E, não só por isso, eu
sobreviria a todos os combates. Banal, elementar.
Porém, mais tarde, comecei a compreender mais coisas sobre as emboscadas, os
combates e o comportamento das índias perante os guerreiros inconscientes. Foi aí
que percebi que toda a minha interpretação daquela cena estava errada: o David
Crockett representava sim a minha infância, a minha crença de criança numa vida de
aventuras, de descobertas, de riscos e de encontros. Mas mais, muito mais do que
isso: uma espécie de pureza inicial, um excesso de sentimentos e de sensibilidade, a
ingenuidade e a fé, a hipótese fantástica da felicidade para sempre. (…)”
Miguel Sousa Tavares, Não Te Deixarei Morrer, David Crockett
1. Com a afirmação “esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre” , o autor
quer dizer que
a. se sentia marcado para toda a vida por aquela frase e aquela cena.
b. transportava consigo, sempre que viajava, um livro de David Crockett.
c. se lembrava daquela frase e daquela cena sempre que viajava.
d. tinha aquela frase gravada na pasta que usava em viagem.
3. A perífrase verbal em “e ao longo dos últimos anos fui publicando” traduz uma ação
a. momentânea, no passado.
b. repetida, do passado ao presente.
c. apenas começada, no passado.
d. posta em prática, no momento.
III
Seleciona apenas uma hipótese e constrói um texto coerente entre cento e cinquenta
e duzentas palavras: