Emile Durkheim

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EMILE DURKHEIM

Um ponto de correlação importante que podemos traçar entre grandes


intelectuais, é o ambiente em que se está situado. Marx, Engels, Smith, entre outros,
tiveram seus ideais diretamente influenciados pelo meio social onde estavam inseridos,
podendo ser cidadãos telespectadores das guinadas sociais que ocorriam em tempo real.
Com o sociólogo Emile Durkheim não foi diferente. Assistiu as revoluções alemã e
russa, além de compartilhar a sociedade pós-revolução francesa com seus conterrâneos.

O dito Pai da sociologia, compartilha as mais altas honrarias desta ciência social
com os pensadores Karl Marx e Max Webber, três nomes essenciais dentro do assunto
que tratavam. Onde Durkheim desponta dos outros dois nomes, é na precursão dentro
do ramo, sendo o responsável por formular a metodologia científica para a sociologia ao
tentar com sucesso promove-la para o mesmo patamar das outras ciências naturais como
a química e a biologia.

O funcionalismo foi trabalhado pelo intelectual, tendo como seu significado a


ideia de que a ação do indivíduo (considerando aqui atos relevantes, excluindo
banalidades do cotidiano, como por exemplo, queimar a comida ao cozinhar) faz sempre
parte do produto social como um todo, ou seja, a ação individual deve ser sempre
analisada como parte da sociedade. Permitindo-me indagar um pouco sobre essa ideia, é
pertinente correlacionar com teorias econômicas posteriores como a ideia de
externalidade. Ao se planejar política públicas, apenas o direito individual não é o
suficiente para retratar os ganhos sociais de tal medida, pois também é necessário
calcular os impactos das ações que um conjunto de indivíduos tem sobre a soma de
todos os conjuntos. Um exemplo que ilustra bem é o hábito de fumar. Existiu um fato
social (ideia que será analisada neste texto) que induzia boa parte da população,
principalmente urbana, ao fumo. Este fato varia com o passar do tempo justamente por
ser parte do produto de uma ideia social, onde os fatores podem ser alterados de acordo
com que o hábito e a moral se transformam. A ideia de que o direito individual de fumar
está acima dos custos sociais de uma massa de fumantes para o resto da sociedade vai
contra o ideal do funcionalismo, pois não interpreta o ato individual como parte de um
todo.
O fato social, já abordado no texto e integrantes das contribuições de Durkheim,
pode ser caracterizado sobre tudo que influencia do indivíduo, mas que já estava aqui
antes dele nascer, ou seja, é externo a ele. O fato social pode ser ramificado em três
partes: generalidade, ou seja, tudo aquilo que é repetido em todos os indivíduos;
exterioridade, ou seja, é exterior ao indivíduo, assim como as regras e leis sociais;
coerção social que se manifesta quando adotamos um idioma ou uma forma de família.
A coerção se apresenta também sob forma de sanções, e é bem estruturada como uma
força que os fatos exercem sobre os indivíduos. O exemplo citado anteriormente acerca
do fumo, pode se encaixar como uma forma de coerção social, visto que a pressão
popular em períodos anteriores à políticas antitabagistas era contundente entre os mais
jovens. O escritor conservador Roger Scruton (1944-2020) contribuiu de forma não
crítica, mas partindo do ponto de vista de que os fatos sociais eram essenciais para a
manutenção da civilização ocidental, visto que as tradições que aprendemos, mesmo
que por um processo de osmose, surgem e permanecem de maneira análoga à seleção
natural aplicada no evolucionismo.

Emile Durkheim, o pai da sociologia, fundamentou importantes ideias que


influenciaram demais pensadores, e estes, influenciaram outros, bem como uma
exponencial do conhecimento. Sendo assim, ao fazer uma regressão das ideias,
chegaríamos ao francês cujo nome foi muito comentado neste texto.

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