Iii Semea: Construindo Redes Nas Cirandas Da Vida - Relato de Experiência
Iii Semea: Construindo Redes Nas Cirandas Da Vida - Relato de Experiência
Iii Semea: Construindo Redes Nas Cirandas Da Vida - Relato de Experiência
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
A III SEMEA, organizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação
Ambiental Diversidade e Sustentabilidade – GEPEADS é um evento que vem sendo
desenvolvido desde 2006, em caráter bianual, realizado pelos membros do Grupo em
parceria com a Sala Verde. Inicialmente realizada no campus Seropédica, foi, em 2010,
desenvolvida com atividades nos campus da UFRRJ em Nova Iguaçu – Instituto
Multidisciplinar, e no Instituto Três Rios. Sua principal característica é a de ser um evento
que possibilite uma visão crítica e autônoma a estudantes, professores, e demais
participantes. Partindo do princípio de uma Educação Ambiental crítica e emancipatória o
evento contou com palestras, oficinas e mini-cursos. A base metodológica adotada é a da
pesquisa participativa, que possibilita tanto o posicionamento ativo e crítico, quanto a
intervenção e a busca da transformação através da construção de novos conceitos e valores
a partir da participação coletiva dialógico-dialética. Nesse sentido, pode-se perceber que
essa metodologia permite a articulação pesquisa-extensão e traz resultados ao processo de
aprendizagem, o que ratifica a importância da indissociabilidade ensino-pesquisa e
extensão, pilar fundamental da instituição universitária. Os resultados esperados foram
alcançados com sucesso, principalmente no que se refere à formação de uma rede de
diálogo, procurando expandir os horizontes de informações sobre a questão ambiental.
Pode-se constatar a importância de eventos dessa natureza para a comunidade acadêmica e
1
Bolsista de Apoio Técnico/Acadêmico UFRRJ, Licencianda em Ciências Agrícolas IE/UFRRJ,
membro do GEPEADS/UFRRJ.
2
Bolsista PIBIC/CNPq/UFRRJ, licencianda em Ciências Agrícolas IE/UFRRJ, membro do
GEPEADS/UFRRJ.
3
Mestre em Ciências PPGEA/UFRRJ, Técnico de Assuntos Educacional do IFET-RJ, membro do
GEPEADS-UFRRJ.
4
Professora Associada III, DTPE/IE/UFRRJ, Coordenadora da Sala Verde CISA e do
GEPEADS/UFRRJ, [email protected].
social regional, auxiliando na construção de um conhecimento vasto e crítico das questões
ambientais gerais, possibilitando aos participantes instrumentos capazes de conduzir a uma
intervenção fundamentada e eficaz em suas comunidades.
Introdução
Este texto pretende relatar a experiência de participação na organização da III Semana
de Educação Ambiental (SEMEA) da UFRRJ com o tema “Educação Ambiental nas
Cirandas da Vida”, que ocorreu entre 16 a 18 de Novembro de 2010, no Centro de Atenção
Integral a Criança e o Adolescente (CAIC) Paulo Dacorso Filho, situado na Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) – Campus Seropédica. A III SEMEA foi
organizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Ambiental Diversidade e
Sustentabilidade (GEPEADS-UFRRJ) e é um evento que vem sendo desenvolvido desde
2006, sendo bianual, realizado pelos membros do GEPEADS em parceria com a Sala Verde
CISA (Centro de Integração Sócio Ambiental). Inicialmente realizada no campus
Seropédica foi também, em 2010, desenvolvida com atividades nos campus da UFRRJ em
Nova Iguaçu – Instituto Multidisciplinar, e em Três Rios – Instituto Três Rios.
Este relato prende-se às atividades desenvolvidas no Campus Seropédica, da
UFRRJ, que tiveram como objetivo a dinamização de um evento que possibilitasse a
construção/consolidação de uma visão autônoma e crítica aos estudantes, professores, e
demais participantes, focado em abordar temas atuais, de caráter geral e local, de interesse do
município sede.
Procedimentos Metodológicos
Partindo do princípio de uma Educação Ambiental crítica e emancipatória a SEMEA
foi organizada com atividades sob a forma de mesas-redondas, palestras, oficinas e mini-
cursos, desenvolvendo temas, tais como: Conflitos Ambientais no Brasil; Aterro Sanitário
em Seropédica: uma discussão urgente (esclarecendo os problemas enfrentados pela região);
Gestão Ambiental; Acesso a políticas públicas; Educação Ambiental na formação do
educador; Orçamento e Consumo Sustentável. O evento incluiu também em sua
programação um Fórum de Educação e Meio Ambiente na UFRRJ, e um encontro das Salas
Verdes da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, sendo que esta última atividade não pode
ser concretizada pela falta de quórum. O evento contou com 208 inscrições de participação
de representantes das cidades da Baixada Fluminense, da Região dos Lagos, do Município
do Rio de Janeiro, ainda contando com uma representante do Estado de Minas Gerais.
Ademais pudemos contar com apresentação de 22 trabalhos que trouxeram relatos de
experiências realizadas/em realização no Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais, dentre
eles, a título de exemplo, podemos citar: Desafios da sustentabilidade ambiental e do
desenvolvimento econômico na reserva extrativista de Arraial do Cabo de autoria de José
Bertoldo e Herick Simas e Plantio da Vida de autoria de Paula de Castro Bogarim, além de
trabalhos de membros da Sala Verde de Arraial do Cabo - RJ, professores do Instituto
Superior de Tecnologia de Paracambi, professores e alunos de diversos cursos da UFRRJ,
entre outros.
Como é a prática que vem sendo sempre utilizada pelo GEPEADS, utilizamos os
pressupostos metodológicos da pesquisa participativa, inspirada em Brandão, que amplia o
alcance das atividades, possibilitando tanto o posicionamento ativo e crítico de todos os
sujeitos envolvidos, quanto à intervenção e a busca da transformação de cada comunidade
através da construção de novos conceitos e valores a partir da participação coletiva
dialógico-dialética. Nesse sentido pode-se perceber que essa metodologia permite a
articulação pesquisa-extensão e traz resultados ao processo de aprendizagem, o que ratifica a
importância da indissociabilidade ensino-pesquisa e extensão, pilar fundamental da
instituição universitária.
Importante ressaltar que a apresentação de trabalhos foi organizada de acordo com
as seguintes áreas temáticas: Educação ambiental em contextos escolares; preservação,
conservação e gestão ambiental; formação e ambiente; histórias de vida e ambiente; e
diversidade e ambiente, sendo avaliados por um comitê interno à Universidade.
Resultados e discussão
Os resultados esperados foram atingidos com sucesso, principalmente no que se
refere à formação de uma rede de diálogo entre os interessados no assunto, pessoas de
diferentes órgãos, grupos, e instituições, o que possibilitou a expansão dos horizontes de
informações sobre a questão ambiental. As expectativas foram superadas, na medida em
que o evento alcançou a participação de indivíduos em formação e que, possivelmente,
terão papel fundamental na sociedade tornando-se formadores de opiniões semeando uma
educação mais completa e consistente.
Essas variadas e ricas contribuições ao pensar e agir em bases ambiental e
socialmente responsáveis remetem ao que Layrargues (2006) enfatiza ao tratar a educação
ambiental com responsabilidade social, onde se tornam visíveis as mútuas relações de
causalidade multidimensional entre os fatores sociais, ecológicos, culturais, econômicos,
políticos, territoriais, éticos. Segundo ele:
(...) a educação ambiental com responsabilidade social é toda aquela que
propicia o desenvolvimento de uma consciência ecológica no educando, mas
que contextualiza seu planejamento político-pedagógico de modo a enfrentar
também a padronização cultural, a exclusão social, a concentração de renda,
a apatia política, a alienação ideológica: muito além da degradação do
ambiente (sem confundi-la com o „desequilíbrio ecológico‟).
Conclusão
A realização de mais uma Semana de Educação Ambiental foi de suma importância
tanto para a comunidade interna à Universidade quanto para os diferentes participantes
locais e regionais, por ter proporcionado amplo e democrático debate, pelos diferentes
olhares e perspectivas sobre a questão ambiental em suas múltiplas facetas o que
possibilitou aos participantes instrumentos capazes de conduzir a uma intervenção
fundamentada e eficaz em suas comunidades.
Destacamos que os resultados da III SEMEA foram extremamente positivos,
sobretudo, pela criação de uma rede comunicativa que, certamente, permitirá para os
próximos eventos uma construção ainda mais participativa com vistas a um conhecimento
vasto e crítico das questões ambientais gerais e locais. Essa rede dialógica se embasa no
que tão bem foi referenciado pelo grande mestre Paulo Freire:
O que se pretende com o diálogo, em qualquer hipótese, é a problematização
do próprio conhecimento em sua indiscutível relação com a realidade
concreta na qual se gera e sobre a qual incide, para melhor compreende-la,
explicá-la, transformá-la. (FREIRE, 1988).
Referências Bibliográficas
BRANDÃO, C. R. Pesquisa Participante. São Paulo: Brasiliense, 1990.
CARVALHO, I. C. M. Educação Ambiental: formação do sujeito ecológico. São Paulo:
Cortez, 2004.
FREIRE, P. Educação como prática para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
______. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
LAYRARGUES, F. P. Muito além da natureza: educação ambiental e reprodução social.
In:LOUREIRO, C. F. B., LAYRARGUES, F.P. & CASTRO, R. S. (Org.) Pensamento
complexo, dialética e Educação Ambiental. São Paulo: Cortez, 2006.
ABELHAS NATIVAS COMO FERRAMENTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
RESUMO
Dentro de Hymenoptera as abelhas nativas são importantes indicadores ecológicos por
sua especialização no uso da flora nativa para a coleta de néctar e pólen, favorecendo a
polinização das espécies nativas e manutenção dos ecossistemas. Porém, estas
informações são desconhecidas do público em geral, e, assim, uma ação de educação
ambiental foi proposta para disseminar conhecimento da importância das abelhas
nativas nos processos de manutenção do sistema ecológico. As atividades foram
realizadas no Parque Estadual da Cachoeira da Fumaça (PECF) que é uma Unidade de
Conservação no sul do Estado do Espírito Santo. Para o desenvolvimento deste projeto
foram realizadas diversas etapas: delimitação do espaço para a manutenção de colônias
de abelhas nativas; estruturação das oficinas de capacitação dos monitores e equipe do
PECF sobre a biologia e importância das abelhas nativas; preparação de material
didático utilizados nas oficinas de EA; estruturação do concurso de desenhos de abelhas
nativas e a realização das Oficinas de EA “Abelhas nativas: quem são e para que
servem?”. Após a participação nas dinâmicas preparadas sobre o tema, observou-se uma
mudança de opinião a respeito das abelhas, pois a maioria conhecia somente a espécie
exótica Apis mellifera. Desta forma, este projeto contribuiu com a transferência do
conhecimento científico à população em geral e com a política do PECF que utiliza
diferentes alternativas para promover maior integração entre a Unidade de Conservação,
a comunidade local e os turistas, buscando uma sensibilização destes para as questões
ambientais.
Introdução
Material e Metodologia
Área de Estudo:
O projeto foi realizado no Parque Estadual da Cachoeira da Fumaça (PECF). O
PECF possui uma área de 162,5 ha constituída por pastagens, vegetação rupestre e
rochas, em um relevo movimentado, com a declividade variando de montanhosa a
moderada. Sua flora original é classificada como Floresta Estacional Semidecidual,
porém, desde o Decreto de Instalação do Parque de 1984 algumas áreas que eram de
pastagens foram reflorestadas com espécies da flora exótica e, desde o Decreto de
ampliação da área do Parque de 2009, está ocorrendo um processo de manejo com a
retirada das espécies exóticas e plantio de espécies nativas.
Apresenta um clima tropical megatérmico com pluviosidade média anual de
aproximadamente 1.200 mm, e temperatura média anual em torno de 23°C, com
mínimas diárias de 15°C.
A Cachoeira da Fumaça é uma das principais opções de recreação e lazer da
região, recebendo em média 830 pessoas/mês durante todo ano, sendo que na temporada
de Verão 2010, de 21/12/2009 a 28/02/2010, o PECF recebeu 7168 visitantes, com uma
média semanal de 716 visitantes (PECF, 2010).
Metodologia:
Resultados e Discussões
Todas as etapas propostas foram desenvolvidas no período de janeiro a junho de
2011. Foi delimitado um espaço físico para a colocação das colônias de abelhas no
Parque Estadual da Cachoeira da Fumaça (PECF) denominado de “Trilha das Abelhas”
(Figura 1).
Foram preparados materiais didáticos no formato de palestras em power-point
para a capacitação dos pessoal técnico do PECF, bem como material impresso para a
distribuição do público alvo do projeto (Anexo I), e de banner colocado na Trilha das
Abelhas (Figura 2).
O concurso de desenhos realizado com o público infantil de 4 a 12 anos foi
realizado durante as Oficinas e no final foi selecionado o desenho mais representativo
das abelhas nativas (Figura 3). As Oficinas de Educação Ambiental foram estruturadas e
serão utilizadas para a divulgação da importância das abelhas nativas para as escolas
visitantes (Figura 4).
O desenvolvimento do Projeto possibilitou a integração da UFES com o PECF
através da participação de estudantes da UFES na preparação de materiais, atuação nos
cursos de preparação dos monitores e pessoal técnico do PECF, e a integração das duas
Instituições em Projetos de Educação Ambiental.
Com a divulgação do projeto na mídia Folha Vitória
(http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2011/01/curso-sobre-insetos-na-temporada-de-verao-do-parque-
cachoeira-da-fumaca.html), Gazeta Online
(http://www.gazetaonline.jor.br/lerNoticia.php?idconteudo=3294) e no programa Em Movimento
(http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/03/noticias/tv_gazeta/em_movimento/reportagem/794867
-a-helena-fez-um-passeio-pela-cachoeira-da-fumaca.html) houve uma procura maior pelas
escolas do entorno em conhecer o projeto e, em função desta procura, está sendo
proposta a continuidade do projeto para as próximas temporadas de inverno (julho de
2011) e de verão (janeiro a março de 2012).
Conclusão
- As Oficinas de educação Ambiental foram realizadas na Temporada de Verão de
2011 (janeiro a março).
- O projeto foi procurado por diversos visitantes e escolas após a divulgação na
mídia.
- Houve a integração de docentes e discentes da UFES com a equipe técnica do
PECF para a realização das atividades.
- Ocorreu uma transferência de informações para o público alvo sobre quem são
as abelhas nativas e qual a importância ecológica do grupo na manutenção dos
ecossistemas.
Referências
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CARVALHO, I.C.M. Qual educação ambiental? Elementos para um debate sobre educação ambiental e
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FAEGRI, K.; VAN DER PIJL. The principles of pollination ecology. 3rd. edition. New York:
Pergamon Press. 1979.
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FIEDLER, P. L.; JAIN, S. K. (ed.). Conservation biology: the theory and pratice of nature
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JAUKER, F.; DIEKÖTTER, T.; SCHEARZBACH, F.; WOLTERS, V. Pollinator dispersal in an
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KERR, W.E.; CARVALHO, G.A.; SILVA, A.C.; ASSIS, M.G.P. Aspectos pouco mencionados da
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KEVAN. P.G. Pollinators as bioindicators of the state of the environment: species, activity and diversity.
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(Eds.). Pollination bees: the conservation link between agriculture and nature. Brasília: Ministry of
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PECF (Parque Estadual Cachoeira da Fumaça) Controle de fluxo. Relatório final verão 2009/2010.
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Imperatriz-Fonseca, V.L. (ed.). Pollination bees: the conservation link between agriculture and
nature. Brasília: Ministry of Environment, Secretariat for Biodiversity and Forests. 2002, p. 59-66.
Figura 3: Oficinas de Educação Ambiental e o desenho de abelha nativa selecionado entre as crianças
participantes
Figura 4: Atividades de recepção de estudantes para a realização das Oficinas de Educação Ambiental.
AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA NO BAIRRO VILA BRASIL, EM
SÃO JOÃO DEL-REI/MG.
Um breve histórico dos anos de 2006 a 2011.
Área temática
Meio Ambiente
Instituição
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Autores
B. COELHO
N. SADHANA
T. BASTOS
Resumo
Apresentamos um histórico do programa de extensão “Cidadania e justiça ambiental: ações
de mobilização comunitária em São João del-Rei/MG”, desenvolvido, desde o ano de
2003, pelo Núcleo de Investigações em Justiça Ambiental (NINJA), do Departamento de
Ciências Sociais da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). O programa realiza
ações de fomento e assessoria à organização por melhorias de infra-estrutura urbana em
bairros periféricos da cidade, entre eles a Vila Brasil, bem como articular as ações
reivindicativas em escala municipal em torno de problemas comuns em tais bairros. Nesse
sentido, partimos do referencial freiriano de que a extensão, bem como a Universidade,
tem papel fundamental na transformação da realidade, não substituindo os atores desse
processo e, tampouco, o Estado (FREIRE, 1983). Atuamos na reflexão micro e macro
social da realidade ali vivida, a partir da leitura e discussão, em seminários semanais, de
textos de Sociologia Urbana e da legislação urbanística municipal, estadual e federal,
educação popular, justiça ambiental e extensão universitária. A reflexão em torno dos
determinantes sociais e econômicos que levam a tal realidade é o ponto de partida do nosso
trabalho. Percebemos avanços em torno de tal reflexão, a partir da apreensão, pelas
lideranças comunitárias, da necessidade de articulação com outros bairros periféricos da
cidade. E, ainda, o início da implantação de saneamento básico, o asfaltamento de ruas do
bairro e a obtenção da propriedade de uma área de aproximadamente 300 m2, onde será
construída a sede própria da Associação de Amigos e Moradores da Vila Brasil
(AMAVIBRA).
Palavras-chave
Justiça ambiental, conflitos urbanos, educação popular.
Introdução
O presente trabalho apresenta um breve histórico do programa de extensão
“Cidadania e justiça ambiental: ações de mobilização comunitária em São João del-
Rei/MG”, desenvolvido, desde o ano de 2003, pelo Núcleo de Investigações em Justiça
Ambiental (NINJA), do Departamento de Ciências Sociais da UFSJ.
O programa teve seu início a partir da articulação com moradores do bairro São
Dimas e, posteriormente, com outros bairros de periferia de São João del-Rei, abrangendo,
a partir de 2006, o bairro Vila Brasil em 2006. Parte-se a partir da perspectiva teórico-
metodológica da Justiça Ambiental, considerando-se que, mesmo em se tratando de bairros
de classes populares que possuem singularidades, trata-se de situações que são
determinados pelas desigualdades gerais na forma de apropriação dos bens naturais e de
condições de vida.
Nesse sentido, o programa de extensão é vinculado a pesquisas de Iniciação
Científica como forma de apreender o processo histórico de formação do bairro, bem como
dar subsídios à organização da comunidade em suas lutas, na recuperação de sua memória
e identidade.
Material e Metodologia
Resultados e Discussões
Conclusão
Referências
CARNEIRO, Eder Jurandir e TAVARES, Dênis Pereira. Notas sobre uma experiência de
extensão nos bairros vila Brasil e Novo Bonfim – São João del-Rei/MG. Relatório final
do programa de extensão “Cidadania e justiça ambiental: ações de mobilização
comunitária em São João del-Rei/MG”. Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal
de São João del-Rei, 2009.
1
Introdução
O projeto Ciência e Escola, vinculado ao programa de Educação Ambiental e à
Pró-Reitoria de Extensão Universitária da UFOP, é desenvolvido por professores e
técnicos das áreas de Botânica e Zoologia em parceria com outros docentes da área
biológica. Este projeto tem como objetivo central desenvolver nos alunos do ensino
médio e fundamental o pensamento científico e aproximá-los da universidade e vem
sendo oferecido semestralmente ao longo de quatro anos. Em cada versão é trabalhado
um tema distinto, tal como: “Saúde”, “Mitos e lendas associados à fauna e flora”,
“Biodiversidade no Brasil: prazer em conhecê-la”, “Que cheiro é esse?”, “Defesas
naturais” e“ Adaptação”.
O presente trabalho consiste em uma análise de uma versão desse projeto que foi
desenvolvido em torno do tema Adaptação. O conceito biológico de adaptação foi
considerado como sendo um processo de modificações evolutivas de ajustamento
fenotípico ou genotípico de organismos e/ou populações às condições ambientais
particulares, que lhes permitam sobreviver, reproduzir e se desenvolver.
Como nas demais versões, foi proporcionado um ambiente, no qual alunos do
ensino médio e fundamental pudessem entrar em contato com a ciência vivenciada no
cotidiano, desde a formulação da pergunta, a idealização dos procedimentos de
experimentação, coleta de dados, análise dos resultados e apresentação do produto final.
Dessa forma, o aluno assume o papel de “investigador científico” e passa a construir e
analisar o conhecimento de forma crítica e efetiva.
O objetivo do presente estudo foi realizar uma atividade de extensão
universitária envolvendo graduandos, como monitores, e estudantes do ensino
fundamental e médio em torno do tema adaptação numa abordagem interdisciplinar e,
ao mesmo tempo, estimular a produção de conhecimento por parte desses estudantes
através emprego do método científico.
Material e Métodos
Cinco escolas do município de Ouro Preto se interessaram em participar,
resultando num total de 50 alunos da nona série do ensino fundamental e do ensino
médio, sendo 10 de cada escola. O convite foi feito à coordenação pedagógica das
escolas pelos coordenadores ou pelos monitores. O método de escolha dos alunos ficou
a critério da escola, porém foi sugerido um sorteio entre os interessados.
2
As atividades ocorreram nas dependências da UFOP de segunda a sexta-feira no
horário de 13h00 às 17h. No primeiro dia, os alunos foram recepcionados com uma
apresentação da equipe de docentes e monitores, dos alunos participantes, bem como
sobre os propósitos do evento e sobre o tema a ser trabalhado. Os alunos foram
distribuídos em sete grupos de trabalho referentes aos laboratórios de Botânica,
Ecologia, Fisiologia e Bioquímica, Limnologia, Morfologia e Biologia Celular,
Parasitologia e Zoologia. Em cada laboratório, o docente responsável discorreu sobre as
relações entre o tema “Adaptação” e as áreas de pesquisa desenvolvidas, de modo a
despertar o interesse do seu grupo de alunos.
No segundo dia, foram organizadas as hipóteses e o planejamento do trabalho,
de modo a ser possível a sua execução no prazo previsto. No terceiro e quarto dias,
foram realizados os experimentos. Ao final do quarto dia, o grupo finalizou a
experimentação e analisou os resultados, já prevendo a exposição final. No
encerramento da semana, os resultados foram apresentados pelas equipes com auxílio de
cartazes, na forma de um mini-congresso.
Diariamente, foi oferecido um lanche no restaurante universitário, onde os
alunos participaram de um debate com apresentação parcial das atividades entre os
grupos. Essa atividade teve como objetivo a integração entre os trabalhos desenvolvidos
pelos dos grupos por meio de diferentes enfoques e métodos.
O projeto contou ainda com a participação dos bolsistas do Programa de
Estímulo à Docência em Biologia (PED-Bio) da UFOP. Assim, esse evento visou
também dar suporte a esses discentes na elaboração de práticas pedagógicas
diversificadas em seus projetos científicos com a comunidade local.
Após a recepção, foi aplicado um questionário aos alunos contendo perguntas a
respeito da temática “Ciência”. O intuito deste questionário foi obter informações sobre
o interesse destes alunos em Ciência, bem como caracterizar-se como um instrumento
de verificação e avaliação do projeto. Ao final do evento, foi aplicado um questionário
similar.
Resultados e Discussão
3
Tabela 1: Laboratórios participantes e questões trabalhadas pelos alunos
Laboratórios Temas trabalhados
Limnologia Adaptação de espécies de microcrustáceos zooplanctônicos sob
diferentes condições de predação (tamanho e tipo do predador).
A avaliação dos questionários indicou que a maioria dos participantes era constituída
por alunos extremamente interessados em Ciências, muitos dos quais não tinham tido a
oportunidade de vivenciar esse tipo de construção intelectual, como pode ser observado
na tabela 2.
Tabela 2: Análise de alguns dos resultados obtidos mediante questionário respondido pelos participantes.
Perguntas Opções de resposta Análise estatísticaa
4
Você, pelo que (A) Sim, pois creio ser uma profissão indispensável
conhece da Ciência, se para o País.
tornaria um futuro (B) Não, pois não tenho o mínimo interesse ou
Cientista habilidade para isso.
independentemente (C) Sim, mas ainda não me deparei com nada que me
da área de interesse? interessasse a este ponto.
(D) Não, pois almejo um futuro rentável e não viver
dentro de uma Universidade ou Centro de Pesquisa só
estudando.
(E) Não, pois acho a ciência algo entediante.
O que você acha que (A) Nada, pois a escola tem um bom ensino de
falta em sua escola Ciências.
para que o ensino de (B) Professores mostrem relação entre a ciência e a
Ciências se torne algo vida da gente.
mais atrativo e (C) Laboratório para aulas e experiências.
interessante? (D) Maior número de matérias de pesquisa.
(E) Nada, apenas que eu molde meus interesses às
propostas docentes.
(F) Outros (seguido de justificativa)
a
A análise estatística foi obtida mediante respostas dos alunos ao questionário aplicado antes (barras em
amarelo) e depois (barras em vermelho) das atividades propostas.
Aparentemente, maioria destes alunos selecionados já vislumbrava a ciência
como importante e fundamental para sua formação, mas não a tinham vivenciado
anteriormente. A pequena parcela de alunos que respondeu as perguntas de maneira
divergente no início das atividades, ao término do projeto, mudou de idéia. Isso
demonstra que atividades deste tipo são capazes de despertar o interesse do aluno.
Duas outras perguntas do questionário se modificaram completamente entre a
aplicação inicial e final. Quando perguntados: Por que você se propôs a participar desta
atividade proposta pela UFOP? Cinco alunos responderam que optaram pela escolha por
não terem outros afazeres. No entanto, nenhum aluno se sentiu frustrado com a proposta
ao término do projeto. Cerca de metade dos alunos concluintes gostariam de se dedicar mais
ao aprendizado. Após as atividades, cerca de 88% dos alunos alegaram que iriam se dedicar
mais no aprendizado científico, pois perceberam a importância disso para a sua formação.
Conclusões
1) Práticas pedagógicas que fortaleçam indagações e ações podem ser
empregadas em projetos de extensão. Em um ambiente descontraído é possível estimular os
alunos a conhecerem o estudo científico, independentemente da área de estudo. 2) A
participação em eventos dessa natureza consiste em oportunidade única para muitos alunos de
repensar o futuro, e almejar a formação acadêmica. 3) Os estudantes universitários tiveram a
experiência de atuar como orientadores nas distintas práticas pedagógicas. 4) Esse projeto
constitui uma oportunidade de trazer a comunidade local para as dependências da
Universidade, permitindo-nos refletir sobre nossa importância e responsabilidade enquanto
educadores.
5
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FORMA DE INCENTIVO A
COMPREENSÃO DA CIDADANIA PLANETÁRIA: UMA EXPERIÊNCIA EM
UMA ESCOLA PÚBLICA DO RS
Resumo
1
Professor Adjunto da Unipampa;
2
Acadêmica do Curso de Gestão Ambiental da Unipampa
3
Acadêmica do Curso de Gestão Ambiental da Unipampa
4
Acadêmica do Curso de Gestão Ambiental da Unipampa
5
Supervisora da Escola Estadual Dr. Fernando Abbott
6
Acadêmica do Curso de Gestão Ambiental da Unipampa
7
Acadêmica do Curso de Gestão Ambiental da Unipampa
8
Acadêmico do Curso de Gestão Ambiental da Unipampa
Palavras-chave: Cidadania, Meio Ambiente, Educação
Introdução
Metodologia
Este projeto foi destinado a alunos e professores da Escola Estadual de Ensino Médio
Dr. Fernado Abbott e procura levar uma proposta de EA dirigida a estimular uma
consciência crítica sobre os fatores naturais, científicos e sociais que compõe a
problemática ambiental.
Está sendo desenvolvido de forma interativa e dialógica, caracterizando uma abordagem
interdisciplinar e democrática, onde a contribuição da formação coletiva dos
conhecimentos, habilidades e motivações fizeram parte de uma construção de saberes,
valores, mentalidades e atitudes gestionadas na própria comunidade escolar, criando nos
jovens com uma consciência crítica sobre a problemática ambiental aliada a uma
formação cidadã.
Em um processo coletivo e integral, visa à compreensão dos aspectos ambientais
ligados a comunidade onde a escola esta inserida. Além disso, faz com que os
indivíduos compreendam uma natureza complexa, tanto do meio quanto do homem e o
resultado da interação de seus aspectos biológicos, físicos, sociais, econômicos e
culturais para que adquiram, assim, o conhecimento, os comportamentos e as
habilidades práticas para uma participação responsável e eficaz de preservação e da
solução dos problemas ambientais.
O objetivo proposto é contribuir para que alunos e discentes, após terem obtido o
conhecimento dos problemas ambientais vivenciados pela sua escola, passem a
compreender o significado e a importância da EA para a transformação cidadã. Com
isso estimula-se mudança de comportamento não só no ambiente escolar, como no dia a
dia de discentes e docentes.
As atividades aplicadas para atingir os objetivos desde trabalho consistiram:
a) Oficinas de Caracterização dos resíduos da Escola..
b) Estudo sobre o uso de coletores de resíduos específicos para a Escola.
c) Trabalhos de propostas de inserir a problemática ambiental nos
conteúdos curriculares transversais de cada disciplina.
d) Oficinas de conscientização sobre a biodiversidade do bioma pampa.
e)Palestras direcionadas a alunos do ensino médio.
f)Debates propostos sobre documentários exibidos para diferentes séries.
Resultados e discussões
A educação ambiental proposta neste projeto tem por princípio que a transformação de
cidadãos parte de uma reflexão crítica, que estimula uma ação social corretiva e
transformadora, gerando mudanças de atitude e tomada de decisões. Neste projeto
contatou-se que o conhecimento dos problemas ambientais vivenciados no dia a dia,
possibilitou ações específicas de transformação tanto do ambiente escolar como de
novas posturas frente à concepção da problemática contemporânea.
Referencias
BOFF, Leonardo. Saber cuidar – Ética do Humano – Compaixão pela terra. 8. ed.
Petrópolis: Vozes, 1999.
Conservation Union (IUCN), 2000.
DUAILIBI, Miriam; ARAUJO, Luciano. Oficina de Educação Ambiental para
Gestão. São Paulo: FEHIDRO/SMA, 2004.
FLORIANO, E. P. Educação ambiental como eixo transversal do processo de
ensino-aprendizagem. Santa Rosa: Ambiente Inteiro, 2006.
FLORIANO, Eduardo P. O desenvolvimento de uma economia sustentável. Santa
Rosa: ANORGS, 2004.
MENDONÇA, Patrícia R.; BARBIERI, José Carlos; WINTHER, João R. C. Educação
Ambiental Legal. Brasília: MEC/SEF/Coordenação-Geral de Educação Ambiental,
2002.
ROCHA, J. S. Educação Ambiental Técnica Para os Ensinos Fundamental, Médio e
Superior. Brasília: ABEAS, 2001.
RÜNN, Mauro. Ética e Educação Ambiental. São Paulo:Editora Papirus, 2007.
RUSCHEINSKY, A. et al. EA abordagem múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SATO, Michele e CARVALHO, Isabel. Educação Ambiental: Pesquisa e Desafios.
Porto Alegre: Artmed Editora, 2005.
UNESCO. INTERGOVERNMENTAL CONFERENCE ON ENVIRONMENTAL
EDUCATION, organlied by Unesco in co-operation with UNEP, Tbilisi (USSR), 24-26
October 1977. Final Report: ED/MD/49, PARIS, April 1978. 101p.
VEIGA NETO, Alfredo J. Ciência, Ética e Educação Ambiental em um Cenário
Pós-Moderno. Educação e Realidade.Porto Alegre, v. 19, n.2, p. 141-169, 1994.
ÁGUAS QUE GERMINAM IDÉIAS: AÇÕES QUE DESENCAREARAM
ATITUDES
Introdução
Um dos temas mais atuais para a sociedade e que exige reflexão desde o ensino
básico é a questão dos recursos hídricos. A problemática se configura no fato de que
somente uma pequena porção da água doce do nosso planeta é potável. Esta ameaça está
presente nos diversos usos da água pelo ser humano, decorrentes, principalmente, do
consumo excessivo e da poluição das águas superficiais e subterrâneas (REBOUÇAS et
al., 1999). Como conseqüência, assistimos a um quadro, cada vez mais grave, de escassez
de água de boa qualidade em diversas regiões do nosso planeta. Reverter esse quadro
configura um grande desafio para a sociedade atual, e que necessitará da articulação de
todos os setores da sociedade, as políticas públicas e educacionais, a comunidade
científica, a rede de educação básica e a sociedade em geral. Pois, como diz Paulo Freire
(1980) o sujeito não pode pensar sozinho sobre um objeto, necessita da co-participação de
outros sujeitos, sendo que tal relação se dá mediada pela comunicação.
Nos últimos anos tem se notado uma preocupação pródiga no mundo científico com
a temática ambiental e, em especial, no que diz respeito aos recursos hídricos. Associado a
isto privilegiamos iniciativas das políticas públicas mundiais e nacionais, como por
exemplo, a instituição do Dia Mundial da Água (22 de Março) pela ONU (1992), no Brasil
a criação do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA, 2005), da Política
Nacional dos Recursos Hídricos (1997), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN,
2000). Todas estas iniciativas possuem dentre seus princípios formadores as concepções de
interdisciplinaridade e transversalidade para a construção de uma sustentabilidade
socioambiental.
Material e Metodologia
O trabalho foi desenvolvido pelo grupo de pesquisas do Laboratório de Limnologia
da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, como parte das atividades propostas no
projeto de extensão Curso de atualização para professores de Ciências e Biologia no ensino
básico: Caracterização e Conservação dos Ambientes Aquáticos Continentais Regionais
(Pereira, 2010). O público-alvo foram os professores da rede de ensino básico participantes
do curso, o qual se realizou no mês de Janeiro de 2010.
Resultados e discussão
A professora da E.M.E.F. Cidade do Rio Grande - CAIC, com o apoio e aceitação
do grupo da área, a colaboração da coordenação, da direção e funcionários desenvolveu
uma atividade com todos os alunos e professores da escola no Dia Mundial da Água. Esta
atividade contou com palestras, atividades desportivas, brincadeiras e muita reflexão. A
participação de equipes multidisciplinares na educação enfatiza o caráter interdisciplinar
das ações, as quais segundo Bento (2007) propiciam uma melhor construção diante das
situações complexas. De acordo com a professora, a atividade teve muito sucesso, visto a
motivação e participação dos alunos e também de professores de outras áreas do
conhecimento, o que reforçou o caráter multidisciplinar da atividade.
Conclusões
Com base nos resultados, pode-se concluir que os professores têm um papel
essencial na introdução da problematização das questões ambientais no âmbito escolar e
que estes devem estar preparados para tal abordagem. Assim, observamos a importância do
trabalho extensionista que realizamos, fornecendo subsídios para estes professores. O
sucesso das atividades, relatadas e documentada pelos professores, é, do ponto de vista
acadêmico, satisfatório e estimula a elaboração e o desenvolvimento de novos projetos
junto à sociedade em geral. Fica evidente a necessidade de iniciativas que propiciem
momentos de reflexão sobre a responsabilidade ambiental, introduzindo a questão
ambiental no processo permanente de aprendizagem dos alunos, com a finalidade de
formar cidadãos conscientes, críticos e responsáveis para a nossa sociedade.
Referências bibliográficas
REBOUÇAS. A. C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. Águas Doces no Brasil: capital ecológi
co, uso e conservação. Instituto de Estudos Avançados da USP. São Paulo: Escrituras, 199
9. 717 p.
Edélti Faria Albertoni1,2; Claudio Rossano Trindade Trindade2; Sabrina Amaral Pereira1;
Clara Lisandra Lima de Lima2; Leonardo Marques Furlanetto2
1
Programa de Pós-Graduação em Biologia de Ambientes Aquáticos Continentais
2
Laboratório de Limnologia - FURG
Resumo
A interação entre a pesquisa acadêmica e a passagem destes saberes ao cotidiano de
professores do ensino básico toma forma com os projetos de Formação Continuada.
Através das Diretrizes dos Planos Curriculares Nacionais (PCNs), e no âmbito do PDE -
Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, foi proposto e está em aplicação o
programa de Formação Continuada pela Universidade Federal do Rio Grande. O curso
“Ambientes Aquáticos do município de Rio Grande: Caracterização e Conservação” busca
atender a transversalidade Meio Ambiente-Homem para aplicação no ensino básico. O
módulo “Ecologia Aquática Costeira” foi aplicado na cidade do Rio Grande, e contou com
a participação de 12 professores da rede básica. Este módulo teve como objetivo principal
aplicação de técnicas alternativas para avaliação da qualidade de ambientes aquáticos.
Foram utilizados um “kit” de avaliação química e biológica, e aplicado um protocolo de
campo para avaliação rápida do estado de impacto e/ou conservação dos ecossistemas.
Utilizou-se como metodologia a inserção no problema, através de uma aula teórica, e após
foram realizadas saídas de campo a vários ecossistemas em diferentes estados de
conservação, para a aplicação das duas ferramentas. Os resultados foram satisfatórios,
proporcionando aos professores cursistas a possibilidade da utilização destas técnicas para
contextualizar os problemas de degradação ambiental dos ecossistemas aquáticos.
Material e Metodologia
O módulo com carga horária de 15 horas foi aplicado no laboratório de Limnologia
- FURG, e em sua primeira edição teve a participação de 12 professores. Foi organizado
com as seguintes etapas:
1- Informação teórica inicial, contextualizando o local e os principais problemas
ambientais que provocam alterações nos meios aquáticos na região.
2- Treinamento básico sobre o funcionamento do Ecokit® para avaliação da qualidade de
água.
3- Saídas de campo a diferentes ecossistemas aquáticos, sujeitos a distintos impactos. Em
cada local foi coletada amostra de água, e foi utilizado o ”kit” para medição de variáveis.
Foram feitas saídas de campo para diferentes locais no entorno do município, a saber:
Lagos do campus universitário da FURG, Arroio Vieira após a entrada de efluente de
uma Estação de Tratamento de Esgoto - ETE, Canais de escoamento pluvial na praia do
Cassino, Arroio Bolaxa, Lagoa Mirim e entorno da Estação Ecológica do Taim.
4- Aplicação do protocolo de avaliação rápida (abaixo) para caracterizar visualmente as
condições dos ecossistemas aquáticos visitados (Adaptado de Callisto et al. 2002).
5- Análise conjunta dos resultados do protocolo de avaliação rápida com os resultados das
análises químicas e biológicas obtidas com o uso do ecoKit
6- Discussão sobre as principais causas da qualidade de água de cada local visitado.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos com a utilização do Ecokit® foram considerados
satisfatórios. A utilização de variáveis químicas e biológicas de qualidade de água
estimulou discussões sobre os efeitos da degradação nos ecossistemas aquáticos. As
determinações de oxigênio dissolvido, pH, nitrogênio e fosfato, que normalmente
demandam muito tempo e equipamentos específicos, puderam ser feitas rapidamente e com
resultado colorimétrico claro. Estas facilidades sugerem que este tipo de ferramenta pode
vir a ser utilizado em escolas a custo relativamente pequeno. Outras experiências com a
utilização do ecokit como ferramenta em propostas de formação continuada foram feitas
em Minas Gerais (AGUIAR et al. 2008, TEIXEIRA et al. 2008), demonstrando que a seu
uso é viável e traz bons resultados em sua aplicação pelos professores nas escolas.
Aliada a utilização do “kit”, outra ferramenta de fácil emprego e resultados
imediatos foi a aplicação do protocolo de avaliação rápida dos ambientes, pois sua
metodologia de escores para as diferentes situações encontradas em campo permite, através
de um resultado numérico simples, sintetizar uma série de problemas que são visualizados
no dia a dia dos professores e alunos.
A resposta dos professores cursistas foi de entusiasmo com a aplicação destas
formas alternativas de ensino, e no momento alguns trabalham na criação de propostas de
uso em experimentos nos laboratórios das escolas.
Conclusão
Podemos concluir que os objetivos da aplicação do módulo foram plenamente
atendidos. O “kit” utilizado mostrou-se uma ferramenta de fácil aplicação e capaz de
incitar discussões produtivas em sala de aula. Além disso, permite a utilização em
pequenos experimentos a serem desenvolvidos nas aulas de Ciências, simulando situações
de contaminação.
Para os professores, técnicos e alunos da universidade foi mais uma experiência que
gerou, além da transmissão e aplicabilidade de conhecimentos gerados em pesquisa, uma
rica oportunidade de troca de experiências com a realidade do ensino básico.
TEIXEIRA, E. L.; BARBOSA, R.A., LIMA, V.A. Água, Até Quando Será Potável e a
Que Custo? Em Extensão, Uberlândia, V. 7, 2008.
RESUMO
Este trabalho pretende apresentar os resultados do projeto “As Dandaras de Hoje” que teve
por objetivo a construção de uma consciência socioambiental da Comunidade Quilombola
Onze Negras, respeitando a experiência da comunidade na sua relação com a tradição
ancestral africana, principalmente nos aspectos relacionados ao meio ambiente, igualdade
de gênero e superação do racismo, o que foi alcançado através dos instrumentos
metodológicos utilizados, destacando-se as oficinas e pesquisa de campo.
INTRODUÇÃO
O projeto que serviu como base para a elaboração do presente trabalho faz parte de
um dos objetivos de estudo aplicado no Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Raça,
Meio Ambiente e Planejamento de Políticas Públicas - GRAPP/UFPE, ao desenvolver
concomitantemente atividades de pesquisa e extensão na Comunidade Rural Quilombola
Onze Negras, em parceria com a Rede de Defesa Ambiental do Cabo. As comunidades
quilombolas podem ser consideradas um modelo de organização social. Inúmeras delas se
destacam na história do Brasil. Porém, a comunidade que será estudada, situada no Cabo,
tem sua origem intimamente ligada com a posse da terra que ocupam legalmente, além
disso, mantêm relação com o desenvolvimento do próprio município em que estão
localizados. Desta forma, este projeto de extensão teve como objetivo desenvolver uma
ação processual e contínua de caráter educativo, social e cultural com a finalidade de
fornecer subsídios teóricos e práticos.
Destaca-se a relevância desse projeto diante das questões abordadas e do
cumprimento de seus objetivos propostos: desenvolver atividades educacionais de
educação ambiental visando a construção de uma nova consciência ambiental, envolvendo
aspectos da cultura, geração de trabalho e renda para mulheres e jovens.
MATERIAIS E MÉTODOS
Aproximadamente 486 famílias vivem na comunidade. A sua formação ocorreu da
década de 40, quando famílias negras que viviam no interior do estado de Pernambuco
migraram para a região do Cabo de Santo Agostinho para trabalhar nas usinas de cana-de-
açúcar. Desde 1968 a comunidade possui o título de suas terras, adquirido da Companhia
de Revenda e Colonização, órgão do governo do estado.
Para a construção do conhecimento e visando atender aos objetivos que se propõem
o projeto de extensão, fez-se uso dos seguintes instrumentos metodológicos: levantamento
bibliográfico acerca da temática abordada; pesquisa de textos e artigos na Internet; visitas à
Comunidade, levantamento de dados através de questionários aplicados aos moradores e
lideranças da comunidade; oficinas e reuniões com as lideranças da Comunidade formada
por onze mulheres.
O projeto dividiu-se em quatro etapas: mobilização, capacitação, monitoramento e
avaliação e reflexões críticas. Na primeira etapa ocorreu o desenvolvimento de oficinas de
articulação, mobilização e sensibilização com a comunidade Quilombola com o intuito de
programar as ações de capacitação e os procedimentos de monitoramento e avaliação de
todas as atividades do projeto.
Durante a etapa de capacitação realizou-se um programa de capacitação mediante
oficinas para trabalhar as diversas temáticas propostas pelo projeto contextualizados com a
realidade local. Foram realizadas 6 oficinas: Proteção e conservação dos Recursos Naturais
no uso da Terra, Políticas Públicas de Promoção e Igualdade Racial e Comunidades
Quilombolas no Brasil, Raça, Gênero e Meio Ambiente, Agroecologia e Sustentabilidade
da Agricultura Familiar, a Questão Agrária e a Mediação de Conflitos Socioamboentais no
Uso da Terra. Todas as oficinas tiveram duração de 8 horas.
A 3° etapa incluiu uma avaliação do processo, dos resultados alcançados e da
aprendizagem teórica. Além de ações de monitoramento permanentes e paralelas ao longo
de todo o projeto, foram realizadas 03 oficinas de avaliação retratando as principais lições
aprendidas.
Na 4°e última etapa, partindo do que foi aprendido e retratado pelas atividades, foi
feita uma reflexão do que foi realizado, os acertos e falhas, a percepção e expectativas dos
partipantes sobre as atividadas finalizadas.
RESULTADOS
Durante a realização do projeto foram feitas 6 visitas a comunidade quilombola,
resultando em discussões relevantes acerca do desenvolvimento do projeto e dos assuntos
que seriam abordados nas oficinas. Entre essas visitas foram aplicados questionários entre
moradores e liderança, observando através dos resultados que: na maioria das 486 famílias,
é o homem que desempenha o papel de provedor da casa, desenvolvendo trabalhos fora do
quilombo, sendo a renda das famílias insuficiente para suprir as necessidades da mesma,
reforçando a idéia de que a mulher tende a se especializar em atividades domésticas, e na
educação dos filhos. Neste contexto, é possível observar a divisão sexual do trabalho que
pode ser compreendida como a forma de divisão do trabalho social baseada nas relações
sociais de sexo; Deste modo, a divisão sexual do trabalho contribui para alimentação da
desigualdade de gênero na sociedade (Kergoat, 2000); em relação às dificuldades
encontradas, a estrada que dá acesso ao quilombo foi apresentada como o principal
problema enfrentado.
Foram levantadas as atividades desenvolvidas pela Associação dos Moradores,
Pequenos Produtores Rurais e Quilombola Onze Negras do Engenho Trapiche –
AMPRUQUINON: diálogos com gestores locais; reivindicação pela abertura da escola que
estava em processo de reforma, luta pela construção de uma creche entre outras conquistas
de melhorias para a comunidade.
A realização das oficinas supracitadas possibilitou a participação ativa da
comunidade e discussões acerca: da questão da terra envolvendo a questão agrária, onde
foi destacado o processo de conversão do uso da terra agrícola para industrial trazendo uma
nova configuração do espaço e vários impactos no meio ambiente decorrentes das ações
privadas sobre o mesmo, repercutindo em geral nos setores menos favorecidos da
população, como ocorre com a comunidade quilombola. Acselrad (2004), afirma que esses
impactos ambientais podem provir das instâncias empresariais, ou pela omissão na
regulação do uso do solo pelos órgãos públicos, como acontece no quilombo Onze Negras
onde, com o passar do tempo, várias industriais se instalaram nas terras próximas ao
quilombo, como AmBev1 e Brás Química2, cada uma com um tipo de produção diferente,
mas que de uma forma ou de outra, estão dificultando aspectos da vida dos moradores.
Apesar do art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) preceituar
1
Indústria especializada na produção de bebidas alcoólicas.
2
Indústria produtora de químicos utilizados nas estradas e rodagens.
que "Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas
terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos
respectivos" e da comunidade Onze Negras ter o título da terra, estas ainda sofrem ameaças
em relação à posse, fazendo com que as ameaças em relação a terra possam se transformar
em conflitos socioambientais. Scotto e Vianna (1997) os definem como conflitos que têm
elementos da natureza por objeto e que expressam relações de tensão entre interesses
públicos e interesses privados, sendo esse, o que mais se assemelha com o quilombo Onze
Negras; das questões étnico/raciais e de gênero observou-se que as mulheres da
Comunidade Quilombola Onze Negras exercem um papel de destaque, atuando como
líderes comunitárias, neste contexto torna-se importante analisar as categorias de gênero e
raça a partir do quilombo, contemplando uma análise que considera a mulher na dimensão
racial, destacando o seu desempenho enquanto ser social que luta por uma vida digna. O
conceito de gênero, é fruto do movimento feminista e permite entender as relações sociais,
enquanto construção social através de distintos papéis que a sociedade atribui a diferentes
categorias de sexo (GEHLEN, 1995).
A temática de gênero, por sua vez, não está desvinculada de outras questões, como
afirma Raimundo (2003), com base em Carneiro, que existe sempre uma dimensão racial
na questão de gênero e uma dimensão de gênero na problemática étnico-racial. Segundo a
referida autora, a luta das mulheres não se dá somente na superação dessas desigualdades
geradas pela história hegemônica do sexo masculino, mas também impõe o combate a
outras ideologias como o racismo.
No estudo em tela, ao se discutir racismo no quilombo, percebe-se que o mesmo
está diretamente ligado à discriminação racial que ainda é presente na vida dos
quilombolas, o que foi visto através de alguns depoimentos que expressam a situação dos
negros em um país aonde existem Ações Afirmativas responsáveis pela neutralização das
discriminações e pela inserção aos direitos sociais básicos.
Por fim, o projeto procurou desenvolver em um ano um programa de oficinas
sócio-educativas relacionadas a essas temáticas com base nos princípios da educação
popular e pesquisa-ação.
CONCLUSÕES
O debate sobre as comunidades quilombolas, suas formas de organização e luta por
direitos é desafiadora, já que se vive numa sociedade onde o capital reforça as
desigualdades de gênero, de raça e aprofunda os conflitos socioambientais. A luta das
Onze Negras por direitos e dignidade tem uma grande relevância ao questionar os
elementos da pobreza que caracterizam o modo de vida dos trabalhadores rurais,
questionando ainda a invisibilidade de suas experiências sociais e as representações
dominantes sobre os quilombos.
Este trabalho de extensão aponta a necessidade das Ciências Sociais Aplicadas de
desenvolver intervenções sistemáticas nas comunidades, pois a identidade não é algo que
permanece inalterado, mais se refaz e se confirma no presente da ação, e a pluralidade dos
novos sujeitos sociais, a fragilidade e a força de suas intervenções no espaço público
precisam ser resgatadas. Diante do que foi posto, ressalta-se a relevância do projeto,
mediante a conscientização dos moradores do quilombo Onze Negras, quanto a questões
ambientais, de gênero e raça, contribuindo para a construção de um efetivo diálogo entre a
academia e a sociedade civil.
REFERÊNCIAS
ACSELRAD, H. Justiça ambiental – ação coletiva e estratégias argumentativas. In: ___.et
al. (Org.) Justiça ambiental e cidadania. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.
BENERIA, L. Toward a greater integration of Gender in Economics, en World
Development, Vol.23, N. 11. 2005.
_________________
Esp. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
Ms. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
Chefia do Núcleo de Educação Ambiental do Parque Nacional de Brasília – [email protected]
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
Ms. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
Dra. Professora titular do Departamento de Engenharia Florestal (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
INTRODUÇÃO
Educação Ambiental – EA é um processo no qual as pessoas aprendem como
funciona o ambiente, como dependem dele, como o afetam e como promovem a sua
sustentabilidade. É necessário conhecer os objetivos de um projeto de Educação
Ambiental, que consiste em: consciência, conhecimento, comportamento, habilidade e
participação (sendo estes interligados), para que se consigam bons resultados. (DIAS,
2004).
A Educação Ambiental exercida em Unidades de Conservação (UC) propicia a
inter-relação dos processos de aprendizagem, sensibilização, questionamento e
conscientização em todas as idades, e a utilização dos diversos meios e métodos educativos
para transmitir o conhecimento sobre o ambiente e enfatizar de modo adequado atividades
práticas e sociais (GUIMARÃES, 1995).
Algumas importâncias do lúdico no ensino-aprendizagem são: facilitar a
aprendizagem; ajudar no desenvolvimento pessoal, social e cultural; colaborar para uma
boa saúde mental, preparar para um estado interior fértil; facilitar o processo de
socialização; propiciar uma aprendizagem espontânea e natural e estimular a crítica e a
criatividade (TESSARO, 2009). É uma pratica que privilegia a aplicação da educação que
visa o desenvolvimento pessoal e a atuação cooperativa na sociedade, além de ser também
instrumento motivador, atraente e estimulante do processo de construção do conhecimento
(PATRIARCHA-GRACIOLLI, 2008).
A atividade lúdica em termos de educação ambiental vem se mostrando uma ótima
alternativa de trabalho de formação docente, considerando-se o prazer e o divertimento na
atividade, além do aprofundamento conceitual por meio da diversão (EVANGELISTA,
2008).
Dessa forma, o presente trabalho objetivou investigar a funcionalidade de
atividades lúdicas como ferramenta adicional no processo de ensino-aprendizagem,
permeando objetivos de Educação Ambiental, junto à uma unidade de conservação Parque
Nacional de Brasília.
METODOLOGIA
O estudo foi implantado no Parque Nacional de Brasília, com os educadores que
participam do curso de “Educação Ambiental para Educadores”, promovido pelo Instituto
Chico Mendes de Biodiversidade - ICMBio. O Parque Nacional de Brasília, também
conhecido como Água Mineral fica localizado numa região divisória de três bacias
hidrográficas: Amazônica, do Prata e do São Francisco, à 10 quilômetros do centro de
Brasilia/DF, o parque tem uma área de 30 mil hectares de preservação ambiental.
Considerado uma excelente opção de lazer, o parque oferece duas piscinas de água mineral
e corrente, espaço para piqueniques à sombra de árvores, além de passeios e trilhas nas
matas. A flora local é variada por causa da região de cerrado em que se encontra. São 700
espécies de plantas (entre elas canela-de-ema, embaúba e pequi).
As atividades lúdicas tiveram inicio dentro do curso e foram estendidas aos
sábados. A atividade proporcionada em sala de aula foi aplicação de uma prática que teve o
objetivo de verificar o tipo de contato que os participantes têm ou já tiveram com o meio
ambiente. Para a execução desta prática utilizaram-se papéis coloridos, lápis e uma suave
canção ao fundo. Antes foram dadas algumas dicas de como eles deveriam proceder,
iniciando com o primeiro contato com a natureza e as imagens e lembranças mais
importantes que já se passaram com cada um, visando estabelecer a relação homem-
natureza.
Dando continuidade às atividades lúdicas, os participantes do curso foram
convidados a voltarem ao Parque Nacional no sábado e trabalharem com garrafas pet, tinta
guachi, cola colorida, barbantes, visando a diminuição de resíduos no meio ambiente.
Dessas atividades foram elaborados materiais lúdicos visando o desenvolvimento de
atividades práticas envolvendo o meio ambiente.
Os visitantes do Parque Nacional de Brasília presentes também puderam participar,
as crianças brincaram e criaram coisas diferentes. Além dessas atividades, foi realizada
uma visita ao Parque para ampliar os conhecimentos aprendidos e obter uma atividade na
qual as pessoas pudessem interagir com o meio ambiente.
Como ferramenta de avaliação do projeto, foram utilizados questionários. Os
participantes das atividades receberam uma folha de papel com três perguntas fechadas:
1. Qual o nível de importância da aula ministrada, em sua opinião?
2. Quanto numa escala de 1 a 10, você julga ter entendido do assunto apresentado?
3. Você conseguiria explicar a outra pessoa o que aprendeu nesta aula?”
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A prática inicial das atividades lúdicas visando relembrar a relação homem-
natureza foi muito interessante e envolveu todos os participantes com lindas histórias e
muitas risadas, a turma foi bastante receptiva a metodologia. O questionário é um
instrumento de recolha de informações, utilizado numa sondagem ou inquérito. Sua
aplicação possibilita uma maior sistematização dos resultados obtidos, permite uma maior
facilidade de análise bem como reduz o tempo que é necessário despender para recolher e
analisar os dados (AMARO, 2005).
Existem dois tipos de questões: as de resposta aberta e as de resposta fechada. A
primeira permite ao inquirido construir a resposta com as suas próprias palavras,
permitindo deste modo a liberdade de expressão. E a segunda são aquelas nas quais o
inquirido apenas seleciona a opção (dentre as apresentadas), que mais se adéqua à sua
opinião (AMARO, 2005).
Embora nem todos os projetos de pesquisa utilizem o questionário como
instrumento de (recolha) e avaliação de dados, este é muito importante na pesquisa
científica, especialmente nas ciências da educação (AMARO, 2005). As opiniões coletadas
estão descritas a seguir. Foram coletadas opiniões de 27 educadores.
Com relação à visita ao Parque Nacional de Brasília, nas trilhas, piscinas e outras
dependências, os participantes das atividades lúdicas agora podem dar grande suporte ao
processo educativo, pois criou-se um respeito, carisma e sentimento de reflexão pela
natureza. Partindo do pressuposto de que a didática tradicional está defasada e
desconectada da realidade atual, ou seja, não valoriza os conhecimentos trazidos pelos
alunos nem a forma peculiar que cada um tem de aprender (BORGES e ORLEANS, 2009),
atividades lúdicas surgem como uma excelente proposta pedagógica, já que esta visa o
processo de aprendizagem por descoberta.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Prática. São Paulo: Editora Gaia, 2004.
Rubens Pessoa de Barros1 , Adiles Paulo de Lima2, Claudio Galdino da Silva3, Daiana Wilma da
Silva Lós3 Jhonatan David Santos das Neves3, Keyth Daiann Felix Palmeira3, José Cícero Soares
Neto3.
RESUMO
As áreas urbanas avançam até as áreas rurais e quando estas populações localizam-se
próximo a granjas avícolas podem sofrer com o ataque de vários tipos de insetos, destaca-
se neste estudo as moscas, o objeto de estudo. O objetivo desta pesquisa e extensão foi o de
analisar o número de moscas apreendidas utilizando diferentes iscas em garrafas PET
(Politereftalato de etila), usadas como armadilhas nas dependências de uma Escola
Municipal numa atividade de extensão universitária feita por alunos do curso de ciências
biológicas da Universidade Estadual de Alagoas – Uneal. No local da pesquisa e extensão
estava ocorrendo uma perturbação ambiental, com uma grande concentração no número de
moscas que provavelmente estava vindo do material orgânico produzido na granja avícola
próxima a esta escola, localizada na zona rural de Arapiraca-AL. Para este trabalho foi
utilizado a pesquisa quali-quantitativa, usando armadilhas com garrafas pet, para apreensão
de moscas com tipos diferentes de iscas. O período do trabalho foi no meio da estação
chuvosa, chamada inverno (mês de agosto) e final do inverno e início da primavera (mês
de outubro). Os resultados das médias obtidas revelaram que as armadilhas são eficientes
para apreender moscas com as iscas utilizadas nos diferentes ambientes onde foram
colocadas.
1. Introdução
3. Resultados
Tabela 1. Média de tukey dos locais onde foram colocadas as armadilhas com as iscas.
Local/ Tratamentos Média
Observa-se que na tabela 2, as médias obtidas das iscas utilizadas não diferiram em
significância, infere-se que a eficiência está na armadilha e no local onde foi colocada.
Geralmente nas escolas, o local onde os alunos ficam mais juntos é o pátio, e se alimentam
com os produtos oferecidos na merenda escolar ou compram produtos na cantina que
quando descartados ao chão ou na lixeira aberta, podem contribuir para atrair as moscas,
daí a grande concentração destes insetos neste local. O tratamento/isca carne não é
recomendado, uma vez que produz mau cheiro que pode incomodar aos usuários da escola.
5. Referências
FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação. 13a Edição. São Paulo: Paz e Terra. 2006.
Nome dos autores: Ceres Olívia Leão; Maria Rita Silvério Pires; Viviane Renata Scalon;
Hildeberto Caldas de Souza.
Resumo
O projeto Ciência e Escola - uma ponte para o conhecimento vem sendo desenvolvido
semestralmente desde 2008, por um grupo de professores e funcionários do Departamento
de Ecologia Evolução e Meio Ambiente da Universidade Federal de Ouro Preto, estudantes
de graduação em Ciências Biológicas. Em outubro de 2010, esse projeto foi oferecido com
tema central “Biodiversidade no Brasil: prazer em conhecê-la”. Este evento teve como
objetivo despertar o interesse dos alunos pela investigação científica, particularmente sobre
biodiversidade, e foi voltado para os alunos de ensino médio e último ano do ensino
fundamental de escolas públicas e particulares de Ouro Preto e região. Os alunos foram
divididos em turmas e atuaram em diferentes laboratórios da área biológica para realizar
trabalhos de cunho científico durante uma semana. Ao final da semana, foi realizada uma
mini conferência para que seus trabalhos e resultados fossem apresentados aos demais
participantes do evento. Um questionário com perguntas sobre interesse e conhecimento
científicos foi aplicado aos alunos antes e depois da realização do evento com intuito de
avaliar o que foi aprendido por eles e se houve o esperado aumento de interesse pela
pesquisa científica. De maneira geral, foi possível estimular os alunos a conhecerem a
prática científica, além de propiciar um conhecimento sobre a biodiversidade local, com a
qual eles convivem diariamente.
Introdução
O projeto Ciência e Escola - uma ponte para o conhecimento foi desenvolvido pelo
programa de Educação Ambiental, ligado à Pró-Reitoria de Extensão da Universidade
Federal de Ouro Preto (UFOP). Este projeto contou com a colaboração de professores,
técnicos e alunos dos laboratórios do Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio
Ambiente e foi realizado no período de 25 a 29 de outubro de 2010. Este visa propiciar um
ambiente onde alunos do ensino médio e fundamental das escolas públicas e particulares
de Ouro Preto e região possam ter contato com a metodologia usada em trabalhos
científicos, desde como ela é idealizada e vivenciada no cotidiano até a experimentação e
avaliação de resultados. O aluno assume o papel de pesquisador, deixando de ser apenas
um receptor de informações e conceitos prontos.
O tema Biodiversidade vem sendo amplamente divulgado pela mídia e com isso
surgiu o interesse em mostrar ao público alvo de diversas abordagens e metodologias
associadas a ele, tendo como objetivo final a conservação da biodiversidade. Também
houve uma demanda por partes dos professores de ciências em promover atividades
práticas para seus alunos, já que frequentemente não há disponibilidade de recursos ou
mesmo laboratórios de ciências das escolas.
Dessa forma, os objetivos deste trabalho foram despertar o interesse dos alunos pela
investigação científica através do trabalho em torno do tema biodiversidade, assim como
conhecer a grande biodiversidade regional e as formas de conservação da mesma.
Materiais e metodologia
Resultados e discussões
Conclusão
De maneira geral, os resultados obtidos com esta iniciativa destacaram o
importante papel da Universidade como geradora e difusora do conhecimento científico,
algo já evidenciado anteriormente (CHAUI, 2003). Foi possível estimular os alunos a
conhecerem a prática científica, independente da área de estudo, além de propiciar um
conhecimento sobre a biodiversidade local, com a qual eles convivem diariamente.
Acreditamos que para muitos alunos, a participação neste evento permitiu que estes
repensassem sobre seu futuro, almejando a formação acadêmica, ou mesmo repensassem
suas ações para com a sociedade.
Referências
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José Marcelino Oliveira Cavalheiro(1); Thais Teresa Brandão Cavalheiro (2); Thiago
Brandão Cavalheiro (1)
Resumo
A carcinicultura é hoje uma atividade solidamente estabelecida e em expansão, e o seu
crescimento vem sendo acompanhado por crescentes preocupações sobre sua
sustentabilidade ambiental. O presente trabalho foi realizado no Centro de Tecnologia da
Universidade Federal da Paraíba, tendo como local de estudo um grupo de 04 pequenos
criadores de camarão localizados no Rio Paraíba, abrangendo 04 municípios (Itabaiana,
Mogeiro, Salgado de São Feliz e São Miguel de Taipú). O objetivo principal foi de
repassar informações aos produtores a cerca da qualidade das águas dos efluentes gerados
pelos pequenos empreendimentos de criação de camarão a fim de que estes não
prejudiquem o meio ambiente e ao mesmo tempo permitir que os mesmos estejam
enquadrados na legislação ambiental vigente (Resolução CONAMA 312). A metodologia
utilizada baseou-se na coleta de água dos efluentes das Bacias de Decantação, para tanto,
coletou-se amostras por um período de 03 meses, onde as coletas foram realizadas em
intervalos de 30 dias, e obtendo assim um total de 24 amostras de água dos efluentes
gerados pelos viveiros de cultivo. Destaca-se que as médias para todos os parâmetros
foram tratadas estatisticamente através da analise de variância ANOVA e teste de Tukey a
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Introdução
O camarão branco, Litopenaeus vannamei, foi introduzido no Brasil nos anos 90
tornando-se, rapidamente a espécie mais importante das fazendas de camarão do país,
sendo distribuído ao longo de todo o território nacional (Wang, Chen, 2004).
De acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO,
2006), o Brasil ocupa a sétima posição, com a produção de 65 mil toneladas. Entre os
peneídeos, destaca-se Litopenaeus vannamei como a espécie mais cultivada e de extrema
importância na América Latina e Ásia (Rojas, Alfaro, 2007).
O adequado suprimento de uma água de boa qualidade é fundamental para o sucesso
de explorações aquícolas (Kubtiza, 2003). Neste contexto o ambiente onde geralmente as
fazendas de camarão estão inseridas, são ecossistemas complexos, produtivos e de grande
importância econômica, ecológica e social, e que interferem diretamente através da
qualidade da água na produção de camarões.
As fazendas de camarões geralmente estão localizadas em áreas onde há influência
de zonas agrícolas, indústrias ou de rios adjacentes, que podem causar aumento de
nutrientes, excesso de matéria orgânica, sólidos em suspensão, podem trazer pesticidas, e
com isso acarretar numa água de péssima qualidade aos camarões cultivados, (Boyd,
2005).
Diversos são os fatores físico-químicos que afetam a qualidade da água e
conseqüentemente a produção de camarões marinhos, dentre estes estão: os teores de
amônia, nitrato, temperatura, nitrito, fosfato, silicato, pH, oxigênio dissolvido, Demanda
Bioquímica por Oxigênio, salinidade, transparência, materiais em suspensão, Clorofila a e
Coliformes (Número mais provável) (Arana, 1997). Neste sentido, faz-se necessário
conscientizar a comunidade de produtores de camarão quanto aos tratos culturais
sustentáveis a fim de proteger o ambiente o qual seus empreendimentos estão inseridos no
que tange a qualidade dos efluentes lançados no ambiente, buscando realizar uma
convivência harmônica com a comunidade do seu entorno.
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Material e Métodos
Para o monitoramento dos efluentes nas Bacias de Decantação dos
empreendimentos de cultivo de camarões marinhos da espécie Litopenaeus vannamei,
foram realizados em fazendas junto ao Rio Paraíba, em número de quatro propriedades, as
quais destacamos: 1. Fazenda Sitio Boa Vista (Mogeiro), 2. Fazenda Nossa senhora da
Conceição (Itabaiana), 3. Fazenda Jardim Piranhas (Salgado de São Felix), e 4. Fazenda
Camaron (São Miguel de Taipú). Todas as propriedades estão localizadas na Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba, e o inicio das atividades se deu com o povoamento dos
viveiros com camarões, o que ocorreu durante um período de 90 dias, as coletas foram
intercaladas a cada 30 dias, gerando, portanto 04 coletas por produtor (0, 30, 60 e 90 dias),
totalizando assim 24 amostras para o período de estudo. As amostras de água dos efluentes
foram coletadas e acondicionadas em caixas isotérmicas contendo gelo e transportados ao
Laboratório de Processamento de Produtos Pesqueiros do Centro de Tecnologia da UFPB.
O pH foi determinado utilizando-se um potenciômetro portátil e a medir a
transparência utilizou-se o disco de Secchi. A salinidade foi aferida com um refratômetro
manual e a concentração de amônia e nitrito foi determinada através do método
colorimétrico de Mackereth, Heron e Tallaing (1978). A concentração de nitrato foi
determinada pelo método de Rodier (1975), em que o nitrato é reduzido a nitrito através do
contato do nitrato com cádmio amalgamado. Para analise de fósforo total, silicato,
Clorofila a, material em suspensão, Coliformes e DBO foram mensuradas segundo a
metodologia descrita por Simpaúba-Tavares (1995). A medição do oxigênio dissolvido e
temperatura foram utilizadas um oxímetro da marca Quimis (modelo Q-758p).
Resultados e Discussão
Os resultados expressados através da analise de água dos efluentes dos viveiros para
as quatro Bacias de Decantação dos empreendimentos de cultivo estudados, no que diz
respeito às analises de oxigênio dissolvido, salinidade, pH, amônia, nitrato, nitrito e
fosfato, apresentaram valores muito próximos entre os ambientes.
Malpartida e Vinatea (2007), afirmam que em uma faixa de 0 a 20%° o camarão
hiper-regula sua hemolinfa para 22%o, faixa ótima de crescimento para esta espécie, a
exemplo do que se observa para outras espécies de camarão Peneideo, como por exemplo,
o Litopenaeus vannamei. Para os valores de pH, DBO e transparência os resultados
também se mostraram dentro da faixa aceitável ao cultivo de camarões e existente nas
Bacias de Decantação analisadas, os valores ideais de pH para o crescimento ideal do L.
vannamei de acordo com Boyd (2005) estão entre de 6 a 9.
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Pode-se recomendar o reuso dos efluentes das Bacias de Decantação como medidas
mitigatórias para qualidade ambiental dos ecossistemas envolvidos, bem como no
beneficio das comunidades do entorno.
Referências
ARANA, L. V. Princípios químicos da qualidade da água em aqüicultura. Editora da
UFSC. V. 7, 66 pág, 1997.
RODIER, J. Lánalyse de I’lau: eaux naturellos, eaux residuales, eaux de mer. 5 ed.
Paris: Dunod., v. 1, 1975. 692 p.
ROJAS, E.; ALFARO, J. In vitro manipulation of egg activation in the open thelycum
shrimp Litopenaeus. Aquaculture, v.264, p.469-474, 2007.
WANG, S.; CHEN, J. The Protective Effect of Chitin and Chitosan against Vibrio
Alginolyticus in White Shrimp L. vannamei. Fish & Shelfish Immunology, v.19, p. 191-
204, 2004.
CURSO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA IDOSOS DA UNIVERSIDADE DO
ENVELHECIMENTO EM ARAGUAÍNA (UNIENVA) – CAMPUS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
Marcelo Venâncio
Professor do Curso de Geografia da Universidade Federal do Tocantins,
Campus Araguaína (UFT/CAMUAR)
Resumo
Este texto tem por objetivo relatar as experiências do projeto de extensão denominado:
Curso de educação ambiental para idosos da Universidade do Envelhecimento em
Araguaína (UNIENVA) – campus da UFT. Tal curso teve como objetivo promover um
curso de Educação Ambiental (EA) para os alunos idosos, a fim de capacitá-los como
agentes críticos e multiplicadores de propostas de EA, bem como dar subsídios para que os
mesmos reflitam sobre os problemas ambientais dentro do município. O curso conta com a
participação de 82 idosos e foi dividido em duas etapas. A primeira ocorreu entre fevereiro
e junho (18 encontros) e a segunda parte ocorrerá entre agosto e novembro (8 encontros).
O objetivo da primeira parte foi fazer que os idosos refletissem sobre os grandes problemas
ambientais como água, lixo, arborização, queimadas, problemas estes visíveis em
Araguaína. Para a realização da primeira etapa do curso foram utilizados materiais
audiovisuais diversos, textos, músicas, debates, dentre outros. Assim, discutir meio
ambiente com os idosos permitiu os mesmos fizessem uma reflexão sobre os problemas
ambientais e adotassem uma outra postura frentes as questões que afetam seus lugares de
vivência além de tornarem multiplicadores de uma proposta de EA.
Introdução
Material e Metodologia
O curso permitiu com que os idosos fizessem uma reflexão crítica sobre os
problemas ambientais de Araguaína, cidade esta localizada no norte tocantinense e que
teve um crescimento acelerado nos últimos 10 anos. Porém esse crescimento aconteceu de
forma desordenada sem nenhum planejamento. Os problemas ambientais como o lixo, a
poluição das águas, as queimadas no perímetro urbano, a falta de arborização são fatores
preocupantes. Foi notório o interesse dos participantes em discutir tais problemas. Um
fator importante durante as avaliações foi perceber a postura crítica sobre o papel do poder
público em resolver os problemas ambientais. Falas como: “Quando chegar a política
temos que conhecer o que cada candidato vai fazer pelo meio ambiente” e ainda “temos
que ficar de olho o que os políticos tão fazendo pelo meio ambiente e denunciar para o
ministério público”.
Outro ponto percebido a partir da fala dos idosos foi a mudança de atitude frente ao
meio ambiente. A maioria deles relataram que passou a dar um destino adequado ao lixo
não jogando-o em terrenos baldios, racionalização de água, plantio árvores, não provocar
queimadas, etc.. Além disso, relataram que ainda conscientizam amigos, vizinhos e
familiares sobre os problemas ambientais.
Ainda, durante o curso foram frequentes as dúvidas envolvendo a temática
ambiental, o que provocaram o debate entre os participantes. Muitos deles realizaram
atividades bastante criativas como construção de poesias músicas e desenhos que
mostraram uma postura crítica frente às questões ambientais.
Conclusão
RESUMO
O Projeto de Mãos Dadas com o Rio Parauaú: da reflexão crítica à preservação ambiental,
desenvolve atividades de extensão na temática meio ambiente, com ênfase na preservação
do Rio Parauaú - rio que banha a cidade de Breves, Marajó, Pará; tomando como perímetro
de abrangência a orla fluvial da cidade. Seu principal objetivo é proporcionar campanhas e
atividades de sensibilização para a preservação do Rio Parauaú, através de atividades
práticas e reflexivas de preservação do meio ambiente. A metodologia de trabalho consisti
em: seminários, mini-cursos, palestras, pesquisas, arrastões ambientais e apresentações
artísticos culturais, envolvendo danças, performances teatrais, paródias, voltadas a sua área
temática. Os resultados foram: 14 palestras realizadas nas escolas de ensino fundamental;
10 Arrastões - coleta de lixo e panfletagem - na orla de Breves; 01 Seminário de Educação
Ambiental; 01 mini-curso; participação em eventos: apresentação de 02 Comunicações
Orais: Levantamento do Nível de Consciência Ambiental dos Usuários da Orla do Rio
Parauaú, Breves, Pará, Norte do Brasil e Educação Ambiental na Orla Marítima de Breves:
Ilha do Marajó - Pa, apresentado na 13ª Jornada de Extensão Universitária da UFPA e 02
pôsteres no I Simpósio Brasileiro de Educação Ambiental, na Cidade de Belém- Pará.
INTRODUÇÃO
No decorrer de nossa trajetória histórica, a relação homem e meio ambiente vem se
modificando, de acordo com as necessidades humanas. Chegamos aos dias atuais e a
devastação do meio ambiente cresce de forma acelerada. Nesse mesmo caminho, a
1
Docente do quadro efetivo da Universidade Federal do Pará – Campus Universitários do Marajó - Breves.
Coordenador do Projeto.
2
Docente do quadro efetivo da Universidade Federal do Pará – Campus Universitários do Marajó - Breves.
Co-autora do Projeto.
poluição das águas também acompanha a catastrófica história do desenvolvimento sem
sustentabilidade. A exemplo disto são os rios que cortam os grandes centros urbanos,
castigados por ações antrópicas, como é o caso do Rio Tietê em São Paulo e de forma
similar, os Rios da Amazônia que também sofrem com este mesmo problema.
Diante deste cenário e por ser a academia também um campo de discussão de
problemáticas social, principalmente as que se apresentam com mais intensidade neste
início do século XXI, não há como ficar alheia às discussões que afligem boa parte da
população; por isso, sua visão, deve estar inserida numa proposta que valorize um
planejamento baseado não apenas nas preocupações de formação da racionalidade técnica
instrumental, mas, com os conhecimentos das diversas ciências que fundamentam e
estruturam a composição e a formação do homem. Neste sentido, apresenta-se a
preocupação com a preservação do meio ambiente, em um currículo transdisciplinar onde
Sendo assim, a problemática ambiental não deve ser preocupação de uma área
restrita do conhecimento, mas do conjunto de saberes que ajudam para a formação dos
seres humanos, não ficando tão somente na reflexão, mas na intervenção dessa realidade.
Diante da preocupação com a problemática ambiental e em fazer a integração entre
ensino, pesquisa e extensão, o Campus Universitário do Marajó – Breves, por meio das
Faculdades de Educação e Ciências Humanas e de Ciências Naturais, desenvolve o Projeto
De Mãos Dadas com o Rio Parauaú: da reflexão crítica à preservação ambiental e que traz
como atividade principal a “sensibilização” (Pentado, 2010) a preservação do Rio Parauaú,
tomando como perímetro de abrangência a orla fluvial, moradores, comerciantes,
ribeirinhos e transeuntes que utilizam esse espaço; com também professores, alunos e
funcionários da Educação Básica e Superior. De forma empírica percebe-se que
diariamente o Rio Parauaú recebe uma grande quantidade de “Resíduo em estado sólido e
semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição” (Resolução Conama 5, de
05/08/93), os quais provocam a poluição e destroem a vida aquática, fazendo mal à saúde
daqueles que permanecem nas embarcações e passam a tomar a água já contaminada.
Os objetivos do presente projeto são: possibilitar através da educação formal e não
formal a reflexão crítica, usando como eixo o processo ensino-aprendizagem; despertar na
comunidade a importância da preservação do Rio Parauaú; envolver ativamente os alunos e
professores dos diversos níveis e modalidades de ensino para o exercício da cidadania
tendo como foco as questões ambientais.
A relevância deste projeto parte da premissa de que sensibilizar a população para a
preservação do rio ainda é a melhor forma de fazer com que o rio passe a receber uma
quantidade menor de resíduos, pois presumimos que, se as pessoas agem de maneira
agressiva com o ambiente é por falta de compreensão em relação à dimensão do problema
que afeta a qualidade de vida não somente do ser humano, mas de toda a biota existente
nele.
MATERIAL E METODOLOGIA
Para a execução do presente projeto trabalhamos com as seguintes atividades:
seminário - com o propósito de promover formação da equipe e de garantir parceiros para
o projeto; mini-cursos para professores em parceria com o IBAMA; palestras nas escolas
de ensino fundamental, envolvendo a equipe do projeto e profissionais de órgãos
municipais, estaduais, federais e organizações não-governamentais - ONG’s; pesquisas
sobre o nível de consciência ambiental; arrastões ambientais - coleta de lixo e panfletagem
e apresentações artísticos culturais, envolvendo danças, performances teatrais, paródias;
todas as atividades em consonância com a temática e com a participação da comunidade,
alunos e professores da educação básica e superior.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Desenvolver o projeto junto à comunidade foi um grande desafio e um aprendizado
incomensurável para professores e alunos no que tange trabalhar com pessoas e ter como
principal instrumento de divulgação a informação, na
perspectiva de provocar uma mudança de atitude em
relação à preservação do meio ambiente. Sensibilizar para
preservar foi o grito de ordem que acompanhou o projeto
nos diversos espaços como escolas, praças, ruas e
1° Seminário de Educação ambiental
comércio. Como resultado temos: realização do I Seminário de Educação Ambiental, em
abril de 2010, com a participação de acadêmicos e alunos do 3º ano do Ensino Médio com
o tema: De Mãos Dadas com o Rio Parauaú: da reflexão critica à preservação ambiental,
com apresentação do projeto a comunidade e de discussão
sobre a poluição hídrica. Mini-curso: “Água: fundamentos
básicos, função biológica, importância social e legislação
federal pertinente. Para a consecução dos objetivos do
projeto, várias atividades foram realizadas com o
Arrastão Ambiental
envolvimento de 14 escolas de ensino fundamental, 01
escola de ensino médio, do Campus Universitário do Marajó – Breves (Faculdades de
Educação, Ciências Naturais e Serviço Social) e com a
sociedade. Com esses agentes conseguimos atingir
aproximadamente 5.000 (cinco) mil pessoas, por meio
do seminário, palestras e dez Arrastões Ambientais -
coleta de lixo e panfletagem - quando foram recolhidos
400(quatrocentos) sacos de lixo 50kg (cinqüenta) cada
Arrastão Ambiental
e distribuídos 5.000 (cinco mil) panfletos em uma área
que corresponde aproximadamente a um quilômetro - orla da cidade.
Duas comunicações orais: Levantamento do Nível de Consciência Ambiental dos
Usuários da Orla do Rio Parauaú, Breves, Pará, Norte Do Brasil e Educação Ambiental na
Orla Marítima de Breves: Ilha do Marajó - Pa: implicações para a preservação do Rio
Parauaú, apresentado na 13ª Jornada de Extensão, Universitária da Universidade Federal
do Pará e dois pôsteres com os mesmos temas no I Simpósio Brasileiro de Educação
Ambiental.
Ao Promover a formação desses sujeitos observamos que
as intervenções se tornaram mais qualificadas. As palestras
e os arrastões ambientais envolveram mais pessoas nas
atividades, seja na panfletando, na coleta de lixo, ou
mesmo nas atividades artístico-culturais.
Atividade Artístico-cultural
CONCLUSÃO
Intervir de maneira consciente e crítica frente às problemáticas que se apresentam
na sociedade não é tarefa fácil e nem esperávamos que fosse, já que requer uma atitude
política social, econômica, filosófica, dentre outras. As ações realizadas com a comunidade
foram de uma construção consciente que transcenderam as atividades acadêmicas,
perpassando por questões éticas, de valores e despertando a formação de pessoas críticas e
responsáveis pelo/com seu ambiente e com o ambiente de outros seres.
Trabalhar Ensino, Pesquisa e Extensão e levar a UFPA/ Campus Universitário do
Marajó - Breves até a comunidade brevense, mostrou que a relação universidade -
comunidade pode se dá de forma sólida, pactuada, desde que a primeira apresente-se além
dos seus muros e de diversas formas, e uma delas pode ser através de projetos de extensão,
como o De Mãos Dadas com o Rio Parauaú, que nasceu na prática pedagógica acadêmica,
da inquietude em não aceitar o que está posto, de se não se acomodar frente aos grandes
problemas que vive a humanidade e que por meio da reflexão e da intervenção humana as
mudanças são possíveis.
A relevância desse projeto pauta-se na formação de novas atitudes das pessoas -
embora de forma muito tímida, percebemos que os objetivos e as metas foram alcançados,
considerando que nesta região marajoara o rio é fonte de trabalho, lazer, alimentação e
principalmente o caminho para se chegar a outros lugares da Amazônia. É um trabalho que
não termina, não tem um fim em si mesmo, mas que ganha sentido quando se percebe o
envolvimento da comunidade nas ações que foram além das expectativas.
REFERÊNCIAS
BERNA, Vilmar Sidnei Demamam. Como Fazer Educação Ambiental. 4ª ed., São Paulo:
Paulus, 2009
CASTRO, Ronaldo Souza de. (Org.). Repensar a Educação Ambiental: um olhar crítico.
São Paulo: Cortez, 2009.
KINDEL, Eunice Aita Isaia. Educação Ambiental: vários olhares e várias práticas. 3ª Ed.,
Porto Alegre: Mediação, 2009.
REIGOTA, marcos. Meio Ambiente e Representação Social. 8ª Ed., São Paulo: Cortez,
2010.
RESUMO:
A produção de frutíferas é uma das principais atividades da região conhecida como Serra
Gaúcha de Rio Grande do Sul. Dentre as espécies mais cultivadas temos destacadamente a
produção de uva e de pêssego. Nas frutíferas as pragas e doenças representam um dos
principais problemas e para isso são utilizadas estratégias de manejo, como os produtos
fitossanitários. Então, o objetivo deste trabalho foi realizar um diagnóstico inicial das
culturas implantadas e dos cuidados no uso de produtos fitossanitários na Serra Gaúcha.
Para obtenção dos resultados foi utilizado o método de entrevista estruturada com
questionário, em 15 produtores de Bento Gonçalves e Farroupilha. Nos resultados
pudemos verificar a uva foi a principal cultura, abrangendo 71,83% da área. Todos os
produtores informaram que utilizam EPI, realizam tríplice lavagem e devolvem as
embalagens utilizadas, porém o destino da calda que sobra da pulverização é diferentes. O
local de armazenagem dos produtos fitossanitários também foi variável, com 84,6%
armazenando em local destinado para estes produtos. A principal forma de assistência
técnica observada é daquela realizada por casas agrícolas. Todos os produtores informaram
ter conhecimento sobre registros de produtos, que respeita os prazos de carência dos
produtos e que nunca ocorreram casos de intoxicação na família. Porém, 75% dos
entrevistados relataram já ter ocorrido fitotoxidez nas espécies cultivadas na propriedade.
Conclui-se, é necessário um aprofundamento no detalhamento das informações sobre as
condições de armazenagem e principalmente uma conferência do conhecimento sobre os
produtos, pois houve um número alto de ocorrência de fitotoxidez.
1
Eng. Agr., Dr. Professor de Fitopatologia do IFRS/Campus Bento Gonçalves. Av. Osvaldo Aranha, 540,
Bento Gonçalves. Fone: (54) 3455 3200, e-mail: [email protected]
2
Eng. Agr., MSc. Professor de Mecanização do IFRS, e-mail: [email protected]
3
Curso superior de Tecnologia em Horticultura, e-mail: [email protected]
4
Estudante do curso superior de Tecnologia em Horticultura, e-mail: [email protected]
5
Curso superior de tecnologia em Horticultura; e-mail: [email protected]
6
Eng. Agr., Iharabrás S.A. Indústrias Químicas. Av. Liberdade, 1701, Sorocaba, e-mail:
[email protected]
INTRODUÇÃO
A serra gaúcha destaca-se cada vez mais no cenário nacional devido a sua
participação na produção frutífera. O município de Bento Gonçalves é caracterizado pela
sua diversificada produção de frutas. No ano de 2009 a produção de pêssego atingiu 19.200
toneladas e a de caqui de 2.380 toneladas (IBGE, 2009), importantes produtores
brasileiros. Já, quanto a produção de uvas no Brasil a região Sul também destaca-se
(PROTAS et al., 2002). A área plantada brasileira de uva na safra 2010/2011 é de 83.838
ha, enquanto que a do Rio Grande do Sul é de 50.389 ha, perfazendo 60,1% da área
nacional. O RS é responsável por uma produção de 791.845 toneladas, correspondente a
57% da produção nacional que é de 1.387.787 (IBGE, 2011). O município de Bento
Gonçalves possuiu uma produção de 100.300 toneladas, sendo o principal produtor do RS
(IBGE, 2009).
No cultivo das frutíferas o principal método de controle utilizado para as doenças é
a utilização de fungicidas. Para tanto, busca-se alternativas de controle que garantam
segurança dos produtos, minimizando o risco aos consumidores e ambiente, minimizando
ou substituindo o uso de fungicidas (CAMILI et al., 2007). O cuidado com o uso de
fungicidas deve ser observado, pois apesar de em algumas situações não ocasionarem
significativo acúmulo de resíduos nos produtos originados da produção, como vinho, os
valores podem ser mais elevados na uva trazendo conseqüências para o consumo in natura
(EDDER et al., 2009). Podem também haver conseqüências para o ambiente como a
redução na polinização e na mal formação dos frutos, devido a diminuição na germinação
dos grãos de pólen (KOVACH et al., 2000).
Com este acelerado crescimento iniciaram-se problemas, acredita-se que há falhas
na chegada de informações aos produtores, como a questão de boas práticas, manejo
correto de aplicação e de utilização dos produtos fitossanitários. Para tanto, o objetivo
deste projeto foi realizar um diagnóstico inicial das culturas implantadas e dos cuidados no
uso de produtos fitossanitários na Serra Gaúcha.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EDDER, P. et al. Control strategies against grey mould (Botrytis cinerea Pers.: Fr) and
corresponding fungicide residues in grapes and wines. Food Additives and Contaminants,
London, v. 26, n. 5, p. 719-725, 2009.
KOVACH et al. Use of honey bees and bumble bees to disseminate Trichoderma
harzianum 1295-22 to strawberries for Botrytis control. Biological Control, Orlando, v.18,
p.235–242, 2000.
RESUMO
O Diagnóstico Rural Participativo (DRP) é uma ferramenta utilizada por técnicos, por meio de
pesquisas que se baseiam nos conceitos e explicações dos participantes, para que as
comunidades consigam perceber as suas necessidades principais, compartilhem experiências e
analisem seus conhecimentos, melhorando assim, sua capacidade de gerenciamento e atuação
nos planos de ação, trabalhando juntos nas escolhas dos aspectos mais importantes, sendo eles
econômicos, ambientais e/ou sociais que necessitam de melhorias para o desenvolvimento
sustentável da região. O propósito da utilização do DRP é a obtenção direta e rápida de
informações primárias, conseguidas através da participação de grupos representativos dentro
das comunidades em questão. Este artigo tem por objetivo relatar as experiências obtidas
durante o período de 2011, através da utilização de técnicas e ferramentas do Diagnóstico
Rural Participativo em diversas comunidades de produtores que atuam diretamente na
agricultura familiar no Município de Marechal Cândido Rondon – PR.
OBJETIVO
Além do objetivo de impulsionar a autoanálise e a autodeterminação de propriedades
rurais da região e grupos comunitários, o propósito do DRP é a obtenção direta de informação
primária ou de “campo” nas comunidades, colhendo dados de maneira ágil e oportuna. Apesar
de sua rapidez, de uma maneira completa e concreta, conseguida por meio de grupos
representativos e proprietários rurais, até chegar a um autodiagnostico sobre o estado de suas
propriedades, assim como a situação de seus recursos naturais, econômica e social e outros
aspectos importantes para a propriedade rural e comunidade em geral.
MATERIAL E METODOLOGIA
O projeto foi realizado durante o ano de 2011 com proprietários rurais que trabalham
com agricultura familiar, nas comunidades de Ajuricaba e Curvados do município de
Marechal Cândido Rondon - Pr.
Com a evolução da tecnologia e a busca por adquirir produtos de melhor qualidade, o
produtor rural necessita desenvolver cada vez mais técnicas tanto na área de produção, como
também no gerenciamento financeiro de sua propriedade (SEGALA & SILVA, 2007).
Segundo Schonhuth e Kievelitz (1994), o DRP pode recorrer a uma ampla gama de
metodologias e técnicas qualitativas e interativas de análise e planejamento que apóiam o
processo de aprendizagem dos grupos envolvidos mediante um diálogo. Buscando a maior
amplitude possível para entendimento dos resultados foram adotados os seguintes
procedimentos como: entrevistas semi-estruturadas, mapas, leitura de paisagem, calendário
histórico de propriedades, árvores de problemas, diagramas de Venn e fluxogramas das
atividades rurais. Todas as comunidades visitadas foram percorridas para observação dos
meios de produção, criações animais, impactos ambientais e qualidade de vida da população
local. Outras observações e questionamentos foram possíveis de serem feitas, tais como:
identificando divisores de água; tipos de estradas; rede hídrica; florestas (mata ciliar e reserva
legal); acidentes geográficos; associação comunitária; entre outros.
Com as visitas, observações contextualizadas a legislação ambiental sobre
licenciamento e metodologias aplicadas, pesquisamos e analisamos a paisagem com o olhar
técnico científico levando em consideração as potencialidades do agrossistema e das
condições sócio-culturais dos agricultores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A realização desse projeto permitiu um maior entrosamento entre a Universidade
Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE); e órgãos municipais de Marechal Cândido
Rondon, com os agricultores familiares da região, proporcionando a aproximação e o diálogo
entre os produtores de diferentes comunidades, com trocas de experiências mútuas entre os
participantes e executores.
Com a elaboração de mapas de fluxo comercial, árvores de problemas, calendários de
atividades das propriedades, entrevistas, entre outras metodologias, elaboramos um
diagnóstico de cada propriedade visitada, a fim de apontar os problemas e maneiras de
resolver os mesmos.
Como características positivas apresentadas pelas propriedades rurais visitadas, as
principais são a presença solo fértil com boa pastagem de inverno, um bom manejo de
culturas, interesse em conseguir o cumprimento das normas e leis ambientais e água em
abundância. Dentre os pontos negativos e que devem ser melhorados, podemos citar algumas
propriedades que ainda relutam para a aplicação adequada das normas ambientais, com a
ausência de mata ciliar e áreas de reserva legal, um mau preparo e manejo de solo e
instalações em locais inadequados, levando a ocorrência de problemas como erosão,
eutrofização e assoreamento de rios e nascentes.
Dentre estes critérios da ética em pesquisa fomos fiéis ao tratamento digno aos
agricultores respeitando-os em suas autonomias e aos seus valores culturais, sociais, morais,
religiosos e éticos, bem como hábitos e costumes da região de Marechal Cândido Rondon.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. VERDEJO, M. E. Diagnóstico Rural Participativo. Brasília: MDA/Secretaria da
Agricultura Familiar, 2006, p. 65.
2. SCHONHUT, M.; KIEVELITZ, U. Participatory Learning Approaches: Rapid Rural
Appraisal. Participatory Appraisal: an introduce guide. GTZ: 1994.
3. BRASIL. Ministério Extraordinário da Política Fundiária. Metodologia do
Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador. Brasília, Mar. 1999.
4. MIRANDA, E. E.; CRISCUOLO, C.; QUARTAROLI, C. F. Desenvolvimento rural:
gestão territorial. Revista Agroanalysis (FGV), São Paulo-SP, jul. 2006, p. 40.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA PARA MITIGAÇÃO DE
IMPACTOS PROVENIENTES DO MANEJO INADEQUADO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS. ESTUDO DE CASO: CURIONÓPOLIS – PA
Resumo
1
Graduando Engenharia Ambiental pela Universidade FUMEC, participante do Projeto Rondon –
Operação Carajás 2011
2
Graduando Engenharia Ambiental pela Universidade FUMEC, participante do Projeto Rondon –
Operação Carajás 2011
Introdução
Material e Metodologia
2
a problemática socioambiental enfrentada na região, e considerando o baixo percentual
de coleta de lixo, o que não inclui todo o manejo como disposição e tratamento deste,
foi elaborado um questionário de diagnóstico ambiental para aplicação em uma parcela
representativa da população local, visando constar o nível de percepção ambiental
relacionado aos resíduos sólidos dos mesmos. Segundo Wagner (2000), para
determinarmos as ações iniciais e o planejamento deve-se conhecer a realidade local
objetivando combater o problema.
Resultados e Discussões
3
atuais, este tipo de conduta e percepção aos resíduos gerados. A queima de resíduos é
uma atividade totalmente proibida e se constitui crime ambiental conforme a Lei 9.605
de 13 de fevereiro de 1998. Ainda há o risco a saúde do próprio indivíduo quando da
queima, onde é liberado gás carbônico, dioxina e furanos. (EMBRAPA, 2010 ).
4
Conclusão
Identificou-se no município de Curionópolis que a falta de infraestrutura urbana
e a desinformação da população acarretam carências em diversos setores, com destaque
para a gestão de resíduos sólidos da cidade.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Gerenciamento dos
Resíduos de Serviços de Saúdes. Brasília, 2006.
BRASIL. Lei Nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras
providencias.
5
EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PALMEIRA DAS MISSÕES: PROCESSO
SELETIVO DE COLETA, RECICLAGEM, E CONFECÇÃO DE ESTOFADOS A
PARTIR PNEUS
Antonio Fernandes Macedo Filho1; Terimar Rouso Moresco2; Marcelo Machado Sassi3;
Indiara Sartori Dalmolin3.
A problemática questão dos cuidados com o meio ambiente e que são de extrema
importância e preocupações, pois são dos recursos naturais que vem o alimento e demais
recursos para estabilidade da economia em geral. Neste caso, podemos citar a extração de
matéria prima para a produção da borracha, que é o principal insumo na produção de
pneus, que são consumidos por grande parte da população e que periodicamente devem ser
substituídos por outros novos para a segurança dos veículos. O presente projeto tem o
objetivo de estabelecer diante da população em geral o processo de educação ambiental
para estancar os descuidos e ou consolidar novos cuidados no manuseio da troca de pneus.
A metodologia baseia-se em um trabalho de campo onde os estudantes da Universidade
Federal de Santa Maria, Centro de Educação Superior Norte do RS (UFSM/CESNORS)
estão despertando a consciência ecológica da população de Palmeira das Missões/RS
desenvolvendo um processo de educação ambiental, principalmente nas empresas de trocas
de pneus novos por usados (borracharias). O trabalho está sendo realizado através da
abordagem junto aos borracheiros, para elevar a informação desses perigos e sugerir novas
posturas diante manutenção dos mesmos. Tem-se como resultado esperado retirar do
ambiente natural, os pneus velhos, diminuindo assim a possibilidade de armazenamento de
água parada, iniciando o um processo de extinção da procriação de larvas do mosquito
Aedes aegyptis.Conclui-se que a atividade estabelecida é relevante pois visa consolidar a
consciência ecológica da população, sendo a essência da sociedade que visa o
desenvolvimento sustentável.
1
Autor/Relator. Acadêmico de Administração da Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Educação
Superior Norte do RS (UFSM/CESNORS).
2
Professora Coordenadora do Projeto de Extensão.
3
Participantes do Projeto de Extensão. Acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria,
Centro de Educação Superior Norte do RS (UFSM/CESNORS).
Introdução
Material e Metodologia
Resultado e Discussões
Conclusão
Referências
Meio Ambiente
1. Mariele dos Santos Lopes; 2. Flávia Zacouteguy Boos; 3. Taís Cristine Ernst Frizzo
Resumo
Introdução
A Educação Ambiental pode ser utilizada como uma estratégia de prática escolar que
busca envolver o aluno em atividades que despertem a curiosidade e o interesse na busca
da construção do conhecimento e o subsidiem na sua formação como cidadão. De acordo
com DIAS (2000), o desafio fundamental para a construção de uma sociedade sustentável é
a Educação, sendo a Educação Ambiental o elemento crítico para a promoção desse novo
modelo de desenvolvimento, dada a sua natureza interdisciplinar, polifacetada e holística,
que reúne os elementos necessários para a promoção das mudanças necessárias.
Cerca de 10% do município de Porto Alegre - RS é coberto por áreas naturais,
concentradas principalmente nos morros e margens do lago Guaíba (MENEGAT et al.,
1998). O morro Santana, ponto culminante da cidade possui uma grande área preservada,
de alto valor ambiental e histórico. Há um processo de implementação de uma unidade de
conservação no local, já que trata-se de um dos últimos relictos de ecossistemas naturais
inseridos na malha urbana de Porto Alegre e devido a sua grande relevância para a fauna
local e migratória (UFRGS, 2003). Frequentemente se observa a utilização inadequada do
morro, como a disposição de lixo nas trilhas dentro das florestas, o desmatamento, a
circulação de motos de competição, a caça de animais silvestres, a coleta de plantas e a
ocupação imobiliária irregular.
Frente a tais apontamentos são importantes e urgentes ações que atendam a
comunidade do entorno do morro Santana, no sentido de prepara-la para o uso adequado e
para a preservação dessas áreas, além de contribuir na formação de cidadãos conscientes de
seu papel dentro dos ambientes, sejam naturais ou urbanos. Há três anos tem-se reeditado
uma ação de extensão que busca atender esse público. Em 2011, foram lançados projetos
de pesquisa em duas escolas, envolvendo alunos e professores, com a intenção de tratar
dessas questões que permeiam o ensino e que chegam à comunidade pela extensão pelo
viés da pesquisa, aprofundando, construindo e reconstruindo saberes.
Assim, os objetivos desse trabalho foram construir, junto à comunidade, os seguintes
aspectos: entender a importância dos ambientes naturais adjacentes às cidades,
promovendo sua preservação e seu uso sustentável; refletir sobre as atividades humanas
nos ecossistemas, reformulando atitudes; qualificar a aprendizagem de conceitos e
conhecimentos teóricos de diversas áreas e atender a legislação brasileira no que tange o
ensino da Educação Ambiental na escola.
Material e Metodologia
Resultados e Discussões
A B C
Figura 2: Alunos e professores nas trilhas interpretativas do morro Santana, Porto Alegre,
RS.
Conclusão
Foi possível perceber que os alunos das diferentes faixas etárias que participaram
das atividades foram receptivos ao trabalho e à temática ambiental, provavelmente em
função do caráter prático e participativo das propostas. As vivências de saída em campo
demonstraram ser um importante instrumento sensibilizador e completo para a prática de
Educação Ambiental, o que pode ser percebido principalmente em relação à participação
dos alunos que participaram das oficinas. A participação dos professores de duas escolas
ainda foi um desafio. Acreditamos que se faça necessário um tempo maior de preparação e
sensibilização dos mesmos, a exemplo do que já foi posto em prática em outra escola
participante.
Referências
DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 6 ed. São Paulo: Gaia, 2000.
Resumo
A incorporação do tema Toxicologia Ambiental nos diferentes níveis de ensino é tão
necessária quanto seu desenvolvimento científico e tecnológico. Objetivando formar
multiplicadores desta ciência foi oferecido curso de extensão a professores da educação
básica e licenciandos da FURG. O programa do curso abordou poluição hídrica,
atmosférica e dos solos, e visitações ao Lixão e ao Aterro Sanitário. Os participantes
apresentaram projetos para serem desenvolvidos sobre o tema na escola capazes de
disseminar estes saberes em prol da saúde ambiental.
Palavras-chave: Toxicologia, Ensino Básico, Educação Ambiental
Introdução
É sabido que cada vez mais a poluição antrópica, transportada direta ou indiretamente para
as zonas costeiras, aporta uma grande variedade de produtos de efluentes industriais,
domésticos, pluviais, urbanos e rurais nos solos, corpos de água e na atmosfera (NIPPER,
2000), trazendo tanto prejuízos econômicos quanto ecológicos (CORSI ET AL., 2003;).
Atualmente, na ausência de um profissional capacitado para identificar, estimar e manejar
os riscos destas interações em curto prazo, as ações de remediação ficam na dependência
de sinais ambientais que em geral surgem em longo prazo, quando nenhuma ação é mais
viável (GOKSOYR ET AL., 1996).
Dessa forma, o Curso Superior de Tecnologia em Toxicologia voltado aos aspectos
ambientais em consonância com a vocação da FURG, permite a formação de um novo
1
Profa. Dra. Instituto de Ciências Biológicas- ICB, FURG, [email protected]
2
Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas- Fisiologia Animal
Comparada - ICB, FURG
3
Graduandos do Curso Superior de Tecnologia em Toxicologia Ambiental – ICB, FURG
4
Docentes do Instituto de Ciências Biológicas – ICB, FURG
profissional tecnólogo, único no país, capacitado ao monitoramento e melhoramento da
qualidade ambiental costeira, capazes de desenvolver e executar métodos de identificação,
estimação e manejo de riscos ambientais especialmente em zonas costeiras.
Diante da realidade de encontrarmos a Universidade como formadora de recursos humanos
voltados para a pesquisa científica e tecnológica, existe a necessidade que estes
conhecimentos não permaneçam isolados, ou fiquem restritos ao diálogo na comunidade
científica. Dessa forma, vários pesquisadores têm discutido e apontado alternativas
metodológicas para a melhoria da qualidade deste ensino (BARBOSA, 2000; FERREIRA
& BEMVENUTI, 2007). Analisando esse contexto tem-se a necessidade da
disponibilização de outras fontes de informação, além do livro didático e do material que o
professor tem acesso na escola. Dessa maneira, projetos que integrem o conhecimento
gerado na universidade, em especial pelos alunos de pós-graduação, e a rede de ensino
básico, são eficazes em transpor rapidamente a distancia entre a Academia e a Educação
Básica. Além disto, projetos extensionistas em geral formam multiplicadores da
informação: nas escolas, os professores da educação básica, e multiplicadores na
comunidade, os próprios estudantes que portando novos conhecimentos se voltam para as
suas famílias e ali aumentam a rede de pessoas atingidas com os novos saberes. Como a
Universidade dispõe de corpo discente especializado, infra-estrutura e material necessário
para a realização de práticas educativas é viável e possível à realização da integração da
Universidade com a Comunidade neste sentido (FERREIRA & BEMVENUTI, 2007;
MANZONI e D´INCAO, 2007).
Com esta motivação foi aprovado dentro do projeto REUNI 2010 o projeto de extensão O
Ensino Básico da Toxicologia Ambiental – Disseminando a Cultura da Responsabilidade
para com o Meio Ambiente, com os objetivos de integrar os alunos da graduação do Curso
Superior de Tecnologia em Toxicologia junto aos acadêmicos da pós-graduação do
PPGCF-FAC e outros programas da Instituição; divulgar os conhecimentos de Toxicologia
Ambiental, local e regional, nos diferentes níveis de ensino, auxiliando no crescimento
desta área no país; e elevar a ciência da Toxicologia Ambiental à condição de ferramenta
que agrega aos cidadãos novos valores de preservação e responsabilidade com a saúde
ambiental.
Metodologia
Para contemplar esses objetivos foi oferecido um curso de extensão sobre o tema
Toxicologia Ambiental a professores da educação básica do município de Rio Grande e
região, bem como para formandos dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas ou
de outros cursos da FURG que apresentassem interesse na temática.
O curso foi elaborado por 10 alunos do curso Superior de Tecnologia em Toxicologia
juntamente com 5 pós-graduandos participantes do projeto de extensão, supervisionados
por docentes do curso. Todo o processo de elaboração do curso (escolha dos temas,
produção de material, elaboração de projeto de extensão, divulgação, convites e
inscrições), bem como de aplicação do curso foi realizado pelos acadêmicos de pós-
graduação e graduação e supervisionado pelos docentes do curso.
O público alvo foi convidado através de cartazes colocados nas escolas, SMEC Rio Grande
e 18ª Coordenadora de Ensino, notas na internet e nos jornais Agora e Diário Popular e
entrevistas na Rádio e TV FURG. No total, 23 professores e acadêmicos se inscreveram
através da internet, pela página www.octopus.furg.br/toxicologia/extensao/. O curso
ocorreu nos dias 21, 22 e 28 de agosto de 2010, sendo constituído de aulas teórico-práticas
versando sobre temas da toxicologia ambiental: Conceitos Básicos em Toxicologia
Ambiental, Poluição dos Solos, Poluição Hídrica, Poluição Atmosférica, Estação de
Tratamento de Esgoto, Aterros e Lixões, além da realização de visitas orientadas ao Lixão
Municipal de Rio Grande e ao Aterro Sanitário da Empresa Rio Grande Ambiental.
Resultados e Discussão
Para que as questões ambientais e a solução de seus problemas sejam considerados um
tema cada vez mais urgente, é necessária a formação dos educadores como sujeitos críticos
da realidade em questão e como participantes do processo de construção da cidadania que
contribuem para que as crianças e adolescentes percebam e entendam as conseqüências
ambientais de diferentes ações nos locais onde vivem. Com este intuito, ao final do curso
os participantes elaboraram e apresentaram individualmente ou em grupos uma proposta de
inserção de temas que envolvessem a toxicologia ambiental em sua prática de sala de aula
cotidiana. Dentre as atividades foram propostos: projetos de lei para coleta seletiva do lixo,
planos de aula ou projetos de ensino englobando temas como reciclagem, compostagem,
coleta seletiva, entre outros; a utilização de jogos educativos de cunho ambiental já
disponível na Biblioteca do CEAMECIM ou confeccionado pelo próprio cursista, como o
“Perfil Ambiental” de autoria do licenciando em Ciências Biológicas Eduardo Bresqui.
Do total de 23 inscritos, 17 participantes concluíram o curso com 75% de frequência
totalizando 74% do total. No encerramento do curso os participantes avaliaram o mesmo
através de um instrumento tipo questionário abordando a organização do curso, as
apresentações, a qualidade do material audiovisual e a escolha dos temas. Os cursistas
consideraram estes quesitos entre ótimo e bom (as opções eram ótima, boa, regular, ruim,
péssimo, não sei/não posso opinar). Em outra parte do questionário os cursistas opinaram
se existia algum tema que deveria estar presente no curso de extensão, e 67% deles
respondeu que não. Também ressaltaram a importância da saída de campo como
complementação das aulas expositivas, e qual dos temas apresentados despertou neles a
vontade de desenvolver algum tipo de atividade no espaço de trabalho ou na comunidade
onde vivem. Quando questionados se teriam interesse em realizar outro Curso na temática
de Toxicologia Ambiental, 92% dos participantes responderam que sim, enquanto 8%
permaneceram indecisos. Podemos ainda acrescentar que além de todos os resultados
apresentados, o curso foi encerrado com algumas sugestões da parte dos cursistas, como a
criação de um grupo para futuras discussões sobre o tema, ou ainda para implantação de
futuros projetos na área da educação ambiental. Foi dado como sugestão desenvolver um
projeto, que fosse aplicado na comunidade, na escola ou no bairro, levando a aplicação de
fato do que foi aprendido no curso teórico, além de serem realizadas visitas a alguma
cooperativa de coleta seletiva. Vemos que os cursistas apresentam interesse e buscam
poder contribuir para a problematização e o entendimento das conseqüências de alterações
no ambiente e a construção de alternativas que possam minimizar os impactos negativos, e
temos em mente, que o espaço que os possibilita essa participação é o debate na própria
sala de aula, procurando direcionar ações para a mudança de atitudes na interação com o
meio ambiente.
Conclusões
Os participantes demonstraram muita integração com os organizadores, puderam expor
suas experiências e angústias sobre a temática e desenvolveram diálogos e construções
próprias que certamente os transformaram naquele momento, fazendo-os refletir quanto a
sua parcela de responsabilidade em educar para a formação de escolares conscientes da
importância em promover saúde ambiental, o que denominamos aqui de Educação Verde.
Não pretendemos tratar de forma utópica este comprometimento com o tema da
Toxicologia Ambiental nas escolas, mas sim utilizá-lo como tema transversal incluso na
Educação Ambiental, o que está de acordo com as propostas do MEC dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998). Sabemos que não é a escola a única responsável
pelo processo de construção de cidadãos engajados numa cultura de Sustentabilidade
Ambiental. Contudo entendemos que o Educador de qualquer nível pode contribuir para
essa incorporação no sujeito de uma responsabilidade ambiental que lhe pertence, que é
sua como indivíduo, e é seu papel como cidadão. Suas solicitações de criação de uma rede
de comunicação entre os professores das escolas e a equipe executora, que pudesse orientá-
los nos fazeres diários, nos obrigaram a re-pensar nossa responsabilidade não apenas como
formadores e sim como participantes ativos do ensino básico. Esta solicitação nos levou ao
ofertar novamente o curso em 2011, a estabelecer um objetivo a médio prazo que pudesse
auxiliar nesta necessidade de orientação dos professores. Estas ações vêm fortalecer assim
a relação extensionista da FURG como Universidade mediadora de processos que podem
auxiliar a comunidade local a desenvolver uma cultura que valorize o Ecossistema Costeiro
da região e concretize esta Educação Verde para além dos laboratórios universitários e das
classes escolares.
Referências Bibliográficas
BARBOSA, M.C.S. Trabalhando com Projetos na Educação Infantil. Cadernos de
Educação Básica: planejamento em destaque – análises menos convencionais. Porto
Alegre, V.5, 2000.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais :
terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais / Secretaria de
Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 436 p., 1998.
CORSI, I, M MARIOTTINI, C SENSINI, L LANCINI & S FOCARDI. Fish as
bioindicators of brackish ecosystem health: integratind biomarker responses and
target pollutant concentrations. Oceanol Acta, 26:129-138, 2003.
FERREIRA, L.G. & BEMVENUTTI, M.A. Atividades para Pré-escola utilizando
alguns animais marinhos mais conhecidos. Cadernos de Ecologia Aquática, 2(2): 43-53,
2007.
GOKSOYR, A, BEYER, J, EGAAS, E, GROSVIK, B, HYLLAND, K, SANDVIK, M,
SKAARE, J. Biomarker responses in flounder (Platichthys flesus) and their use in
pollution monitoring. Marine Pollution Bulletin, 33: 36-45, 1996.
MANZONI, J. & D´INCAO, F. Bioecologia dos crustáceos decápodos: proposta para
ambientalização de currículo. Cadernos de Ecologia Aquática, 2(1): 13-18, 2007.
NIPPER, M. Current approaches and future directions for contaminant-related
impact assessments in coastal environments: Brazilian perspective. Aquatic Ecosystem
Health and Management Society, 3: 433-447, 2000.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA: PRIMEIROS PASSOS PARA A
CONSERVAÇÃO
Alex Junior da Silva 2; Angélica Martineli Sabadini 3; Elisiane Alba 4; Jésica Tres 5;
Raquel Isoton Gobbi 6; Oscar Agustín Torres Figueredo 7.
RESUMO
A partir do final do século XX, para atender as crescentes necessidades humanas, criou-se
uma desproporcionalidade no consumo que tem acarretado um desequilibro entre a
disponibilidade e consumo dos recursos naturais. Dentro deste contexto procurou-se
efetivar a Educação Ambiental em escolas pensando que as crianças são os futuros
gestores do ambiente que hoje apresentam diferentes problemáticas. Dessa forma, esta
atividade de extensão universitária tem buscado inserir a teoria e a prática de questões
ambientais no cotidiano da realidade escolar. As informações foram passadas através de
uma linguagem simples, sendo que os trabalhos envolveram brincadeiras, dinâmicas e
jogos visando agregar a estes alunos práticas ecológicas simples de conservação.
Posteriormente, os aspectos qualitativos das atividades foram avaliados conjuntamente
com os docentes. O trabalho desenvolvido despertou o interesse dos alunos sobre os temas
propostos. Por parte dos docentes também tem se observado um interesse em continuar as
atividades de forma a consolidar a educação ambiental. No caso dos universitários, as
atividades ajudaram a entender e praticar a educação ambiental, procurando interligar a
teoria e a prática para melhorar o aprendizado das crianças.
1
Acadêmico do curso de Engenharia Florestal, CESNORS/UFSM, Campi Frederico Westphalen RS.
2
Acadêmico do curso de Engenharia Florestal, CESNORS/UFSM, Campi Frederico Westphalen RS.
3
Acadêmica do curso de Engenharia Florestal, CESNORS/UFSM, Campi Frederico Westphalen RS.
4
Acadêmica do curso de Engenharia Florestal, CESNORS/UFSM, Campi Frederico Westphalen RS.
5
Acadêmica do curso de Engenharia Florestal, CESNORS/UFSM, Campi Frederico Westphalen RS.
6
Acadêmica do curso de Engenharia Florestal, CESNORS/UFSM, Campi Frederico Westphalen RS.
7
Professor Adjunto I, Departamento de Engenharia Florestal, CESNORS/UFSM, Campi Frederico Westphalen RS.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E METODOLOGIA
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
O curso foi idealizado para atender três linhas temáticas, que refletem as linhas de
pesquisa do curso, ou seja: Educação, Sociedade e Cultura, Problemas Ambientais e
Práticas Educativas Ambientais.
Com o passar dos anos, concluiu-se que apenas a realização de palestras,
seminários, colóquios e/ou workshops no âmbito acadêmico acabava por não ecoar
socialmente todo o esforço coletivo por parte do corpo docente do curso na realização de
projetos à luz da educação ambiental com um viés extensionista. Portanto, três ações
estratégicas foram discutidas e colocadas em prática de modo a se tentar um maior alcance,
tanto acadêmico, quanto social, de toda a pesquisa realizada pelo curso. Assim, em 2009,
foi realizada a primeira edição do Congresso Internacional de Educação Ambiental da
UFSM-UAB – Pólo Panambi/RS, contando com a participação de cerca de 550
participantes e vários trabalhos publicados.
Em novembro de 2010 foram lançadas duas revistas eletrônicas, a Revista
Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental (REGET) e a Revista
Monografias Ambientais (REMOA) que procuram servir como suporte digital para todas
as pesquisas realizadas pelo especializandos, tanto no formato presencial, quanto à
distância (EaD).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
A divulgação de programas e ações críticas na área de Educação Ambiental é ponto
de partida para qualquer projeto de sustentabilidade com responsabilidade social
corporativa, conseqüentemente, extensionista. É desta forma que as ações propostas podem
mostrar que uma educação a distância de qualidade atinge seus objetivos quando se tem
resultados práticos que ajudam a comunidade a melhorar a qualidade de vida.
As ações extensionistas propostas neste trabalho visam divulgar os projetos do
Curso de especialização em Educação Ambiental, para que sirvam de modelo a outras
instituições de ensino, prefeituras, indústrias visando a diminuição dos problemas
ambientais.
REFERÊNCIAS
www.ufsm.br/remoa
www.ufsm.br/reget
www.ufsm.br/panambi2011
www.ufsm.br/educacaoambiental
EXTENSÃO RURAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM BASES
AGROECOLÓGICAS NO ASSENTAMENTO FAZENDA ESPERANÇA -
RONDONÓPOLIS – MT
Resumo
1
Coordenador do Projeto. Bolsista Produtividade CNPq – DT 2. Depto. GEO/ICHS/UFMT. [email protected]
2
Aluna de Serviço Social na Faculdade Anhanguera/Rondonópolis/MT. [email protected]
3
Bolsista de Extensão e aluna de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT. [email protected].
4
Bolsista de Extensão e aluno de Matemática/ICEN/UFMT. [email protected]
5
Bolsista Voluntária de Extensão e aluna de Ciências Biológicas/ICEN/UFMT. [email protected]
de uso múltiplo do Cerrado. O público-alvo direto até o momento foi de 100 pessoas,
aproximadamente.
Introdução
Material e Métodos
4- Elaboração do Mapa Falado: os três (03) mapas-falado foram feitos pelos 32 alunos
da Turma de EJA da Escola Municipal Vila Paulista, localizada no Assentamento, no
mês de Abril/2011.
5- Acompanhamento e orientação para o cultivo agroecológico da bananeira em 20
propriedades, a partir de palestras, aulas práticas e orientação técnica aos
agricultores/agricultoras. Período de Março à Dezembro/2011.
Referências
Nome dos autores: Paulo Ricardo Dias2; Camila Hofmann3; Denise Maria Schnorr4;
Gabriela Silveira5; Maria Francisca Dutra6; Marcelo Biassusi7; Delmar Santin8;
Resumo
Palavras-chave:
Introdução
Material e Métodos
Resultados e Discussões
foto horta geral, água, plantas medicinais.
Conclusão
Referências
80,0%
60,0%
Ótimo
40,0%
Bom
20,0% Regular
Ruim
0,0%
Organização
Divulgação Temas
Pelo gráfico pode-se afirmar que a organização e a escolha dos temas foram muito
apreciadas. A divulgação dividiu opiniões, mas mostrou altos índices de satisfação.
No campo aberto para comentários foram recebidas mensagens que serviram para
conseguir avaliar a percepção dos participantes, como a reproduzida a seguir:
Parabenizo o grupo PET Gestão Ambiental e todos os demais colaboradores pela
iniciativa (e coragem) de fazer um evento envolvendo diversas áreas do
conhecimento, tanto as ciências quanto o conhecimento popular. Esse evento
reafirma a convicção que tenho: uma nova percepção de mundo está surgindo [...].
Conclusão
A Semana do Meio Ambiente conseguiu reunir simultaneamente dentro de uma IES
pessoas de diferentes proveniências, como demonstrado nas estatísticas analisadas. Para
aumentar a participação popular poderiam ser estudadas formas de ampliar a divulgação e
de tornar o evento mais atrativo para a comunidade. Igualmente importante foi a
participação de ministrantes sem formação acadêmica, que puderam dividir seus
conhecimentos adquiridos através de práticas e vivências, os quais trouxeram uma visão
diferenciada sobre a relação homem - meio ambiente - desenvolvimento sustentável. Isso,
associado à interação nos debates pós-atividades, rompeu com o tradicional molde que traz
o ouvinte como um mero expectador para o papel ativo de um participante que sugere,
questiona e opina sobre o que está sendo exposto. Como a percentagem de respostas à
avaliação foi pequena é essencial repensar este quesito para alcançar maior sucesso. Pela
análise quantitativa e qualitativa dos questionários pode-se afirmar que o evento foi bem
aceito pelo público-alvo e que o objetivo de praticar a educação ambiental foi alcançado.
Para os bolsistas, esta experiência permitiu aprendizados diversos a partir da
responsabilidade de planejar e executar um evento de extensão registrado, com apoio
institucional. Enfim, conclui-se que os objetivos propostos foram atingidos, sendo
observados alguns pontos para melhorias na continuidade deste projeto de educação
ambiental e inclusão social nos IES.
Referências
ANTUNES, M. L. P.; MANCINI, S. D.; REIS, A. J. Projeto rede de educação ambiental: o
início da atuação da UNESP de Sorocaba em educação ambiental. Rev. Ciênc. Ext., São
Paulo, v. 2, suplemento, p. 35-36, 2006.
INTRODUÇÃO
1
A Pesquisa “Mapa dos Conflitos Ambientais no estado de Minas Gerais” foi desenvolvida pelo Núcleo de
Investigações em Justiça Ambiental da Universidade Federal de São João Del-Rei (NINJA-UFSJ), no âmbito
BIC-FAPEMIG, em conjunto com outras duas Universidades, a saber, Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e a Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES).
2
Desta maneira “podemos dizer que os conflitos ambientais surgem das distintas práticas de apropriação
técnica, social e cultural do mundo material” ZHOURI e LASCHEFSKI (2010, p. 17).
1
Ambientais do estado, assim como nos arquivos do Ministério Público Estadual3. Desta
forma, o trabalho de campo nas 12 mesorregiões de Minas Gerais foi dividido entre as
universidades envolvidas na pesquisa. Neste artigo analisaremos especificamente a
mesorregião do Campo das Vertentes.
MATERIAL E METODOLOGIA
3
O produto final dessa pesquisa resultou na elaboração de um mapa interativo dos conflitos ambientais que
encontra-se num sítio de Internet, com o link: http://conflitosambientaismg.Icc.ufmg.br.
4
As entidades que participaram da oficina foram: ODESC – Organização para o Desenvolvimento
Sustentável Comunitário de Barroso; COMSASCAVE – Comissão de Segurança Ambiental e Saúde do
Campo das Vertentes; MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; SINTER – Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Barbacena; CPT – Comissão Pastoral da Terra; Ong Instituto Rio Limpo de
Barbacena; Associações de Moradores de Barbacena e São João Del-Rei e Distrito do rio das Mortes; DCE –
UFSJ - Diretório Central dos Estudantes; NINJA – Núcleo de Investigação em Justiça Ambiental; Membros
do GESTA – Grupo de Estudos Temáticos Ambientais da UFMG, envolvidos na construção do mapa;
Professor e estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros; Professor e estudantes da Universidade
Federal de Lavras envolvidos com a questão dos atingidos por barragens na região; e representantes de
comunidades quilombolas remanescentes de Nazareno e Ressaquinha.
5
As Assembléias Populares surgiram como continuidade das Semanas sociais, Plebiscitos e Grito dos
Excluídos realizados durante a década de 1990 por setores organizados da Sociedade Civil. Assim tornaram-
se locais de articulação e luta dos movimentos sociais, promovendo espaços de democracia participativa a
nível municipal, estadual e nacional.
2
O processo de construção da Assembléia Popular do Campo das Vertentes ocorreu
entre novembro de 2008 a abril de 2009, consolidando um longo período de encontros e
reuniões entre as entidades que se comprometeram com a realização deste evento.
3
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Além disso, outro fator importante foi o fato de os movimentos sociais que lutam
contra a degradação ambiental, que nunca se encontraram antes, se re-conhecerem. Nesse
sentido, “os movimento sociais representam espaços privilegiados de vivências para
construir novas sociabilidades e novos seres humanos que se constituem como sujeitos” 6.
Portanto, compreende-se que o encontro dessas entidades foi favorável à construção de uma
articulação solidária entre os sujeitos, no sentido de trocar informações e experiências de
lutas. Ficou evidente nos fóruns de debates, tanto da oficina quanto da assembléia, de
acordo com o depoimento dos representantes, que as situações de conflito ambiental têm
origens comuns. . As constatações dos dramas de representantes de comunidades que vivem
em situações de risco apontaram problemas semelhantes, como falta de estudos adequados
dos órgãos ambientais do Estado, licenças ambientais concedidas facilmente a empresas
poluidoras sem consultar as comunidades, falta de informações por parte dos órgãos
estatais e privados às comunidades que vivem nos arredores dos empreendimentos
poluidores e a falta de condições de trabalho digno. Um outro problema comum apontado
entre as entidades foi à questão do isolamento das lutas. A falta de adesão de outros atores
sociais para dar peso às lutas das comunidades que reivindicam respeito aos seus territórios
vitais foram discursos muito presentes nas discussões.
CONCLUSÃO
6
BATISTA, Maria do Socorro Xavier. Movimentos Sociais e Educação Popular: Construindo novas
sociabilidades e cidadania (p. 4)
4
Os movimentos sociais envolvidos na construção do encontro decidiram estabelecer
a manutenção dos contatos forjando uma rede de trocas de informações e ajuda mutua,
como forma de manter e aprofundar as articulações entre os grupos, no que tange as lutas
contra situações-problema impostas pelos empreendimentos poluidores. Desta maneira
podemos compreender espaços de articulação entre sujeitos e movimentos sociais como
uma esfera educativa “A educação popular vivenciada nos movimentos sociais proporciona
processos educativos e de produção de saberes entre iguais, entre pessoas que comungam
de objetivos e identidades comuns, mediados por práticas organizativas e discursivas em
que todos são sujeitos do processo”7.
REFERÊNCIAS
O Brasil que queremos: assembléia popular mutirão por um novo Brasil / Rede Jubileu Sul
Brasil – 1.ed. – São Paulo: Expressão Popular, 2006
BATISTA, Maria do Socorro Xavier. Movimentos Sociais e Educação Popular: Construindo novas
sociabilidades e cidadanias. Lisboa, Setembro 2004. VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de
Ciências Sociais. Disponível em: http://www.ces.uc.pt/lab2004
7
BATISTA, Maria do Socorro Xavier. Movimentos Sociais e Educação Popular: Construindo novas
sociabilidades e cidadania (p. 4)
5
MAPA DOS CONFLITOS AMBIENTAIS NO ESTADO DE MINAS GERAIS:
PRODUTO SE PESQUISA/EXTENSÃO
Resumo:
O Mapa de Conflitos Ambientais no Estado de Minas Gerais foi realizado, de 2007 a 2010,
por meio de parceria entre o Núcleo de Investigação em Justiça Ambiental da Universidade
Federal de São João del-Rei (NINJA/UFSJ), o Grupo de Estudos em Temáticas
Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (GESTA/UFMG) e pesquisadores do
Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social (PPGDS) da Universidade
Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Teve como objetivo a elaboração de um
mapeamento qualitativo dos conflitos ambientais em Minas Gerais ocorridos entre 2000 e
2010. A metodologia contemplou a pesquisa documental em 228 sedes das comarcas do
Ministério Público Estadual de Minas Gerais e nas regionais do Ministério Público
Federal, assim como a realização de oficinas com representantes de grupos sociais
envolvidos em casos de conflito ambiental, além de entrevistas com esses representantes.
O mapeamento obtido está inscrito num sítio eletrônico
(http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br) que permite a visualização e consulta ao banco
de dados georreferenciado que contém a descrição dos 541 casos de conflitos inicialmente
selecionados, além de material audiovisual, textos analíticos e outras informações. A
estratégia metodológica permitiu a elaboração de uma cartografia social em que as
populações afetadas e/ou seus representantes se converteram em “sujeitos cartografantes’
(ACSELRAD, 2009; ACSELRAD, 2010), além de propiciar o encontro, a congregação e a
articulação entre estes atores, criando oportunidades para o diálogo e a troca de
experiências entre entidades e movimentos diversos afetados por lógicas excludentes de
exploração da natureza.
1
Introdução
2
meio ambiente, considerando a existência de denúncias institucionalizadas e/ou
manifestação de sujeitos sociais. A intenção é que tal mapeamento funcione como um
instrumento de defesa dos direitos e também de elaboração e execução de políticas
públicas voltadas à sustentabilidade e à democratização da apropriação dos territórios e
condições naturais para grupos política e economicamente fragilizados.
Material e Metodologia
3
Resultados e Discussões
4
Conclusão
Apesar de bastante significativo, o total de casos mapeados não representa, contudo, uma
expressão real ou quantitativa dos conflitos ambientais no estado, mas um registro dos
casos mais emblemáticos, ou seja, que expressam, do ponto de vista dos dominados, as
tensões produzidas pelos processos hegemônicos de apropriação de condições naturais e
territórios típicos de cada região do estado. Por exemplo, os casos de resistência à
expropriação ambiental/territorial deflagrados pelo avanço das monoculturas (de eucalipto,
cana-de-açúcar, fruticultura irrigada etc.) se concentram nas regiões mais ao norte e do
Triângulo Mineiro. Os conflitos produzidos pela ação degradadora das atividades
minerarias, conquanto presentes em praticamente todo o estado, ocorrem de forma mais
acentuada na porção central do território mineiro, onde se localizam as maiores jazidas de
minerais metálicos. De outra parte, constata-se o caráter ubíquo da emergência de conflitos
referentes a algumas atividades, como, por exemplo, o uso/contaminação de trabalhadores
rurais com agrotóxicos.
Referências
CARNEIRO, Eder Jurandir, mapa dos conflitos ambientais no estado de Minas Gerais –
Etapa 3: mesorregiões Zona da Mata e Campo das Vertentes. Relatório Final de Pesquisa
enviado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq). São João del-Rei, 2010.
5
METAIS PESADOS EM SOLO DE ANTIGA FÁBRICA DE BATERIAS
AUTOMOTIVAS NO SUDOESTE DO PARANÁ – TRABALHO DE EXTENSÃO
1
Acadêmica do Curso de Engenharia Ambiental - Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus
Francisco Beltrão.
3
Docente do Curso de Engenharia Ambiental - Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus
Francisco Beltrão.
RESUMO
A contaminação de solos por metais pesados é resultante, principalmente, de
atividades de mineração e industrialização. Com o intuito de minimizar os danos ao ser
humano e ao meio ambiente, sentiu-se a necessidade de realizar um levantamento da
qualidade do solo em área de uma antiga fábrica de baterias automotivas, na qual existem
residências em suas proximidades. Para isto, analisou-se os teores de metais pesados em 5
locais de coleta, sendo 3 amostras coletadas apenas superficialmente e mais 2 locais nas
profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm. Em seguida, as amostras foram secas ao ar, moídas
e passadas em peneira de malha 2mm (TFSA). A determinação de teores pseudo-totais de
metais (Cu, Ni, Cd, Pb, Zn e Cr) ocorreu com a digestão das amostras em bloco digestor à
temperatura de 125 ºC durante duas horas segundo método da água régia (0,5 g de solo + 9
ml de HCl e 3ml de HNO3 ). O teor de metais do extrato foi determinado por AAS na
UTFPR - Campus Curitiba. Com os resultados obtidos conclui-se que a área apresenta
teores de alguns metais pesados acima dos estabelecidos como valores de prevenção pela
Resolução CONAMA 420/2009. Como os metais que estão acima dos padrões são o
chumbo e o cobre, pode-se afirmar que esta contaminação está diretamente relacionada
com as atividades industriais ali desenvolvidas por um longo período, pois mesmo com a
desativação da empresa, no local ainda encontram-se resíduos da produção.
METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido em uma área onde uma fábrica de baterias automotivas
do tipo chumbo-ácido atuou por vários anos, no município de Marmeleiro, PR. O clima da
região é o Subtropical Cfa, segundo classificação de Köppen (INSTITUTO MERISTEMA,
2011). Foram coletadas 3 amostras superficiais (Pontos 8, 9 e 10) e quatro amostras nas
profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm de solo na área (Pontos 3 e 6), sendo a localização e
descrição dos pontos apresentados na Tabela 1. Após esta etapa, as amostras foram secas
ao ar, moídas e passadas em peneira de malha 2 mm (TFSA).
Com uma parte das amostras, realizou-se a determinação dos teores pseudo-totais
de metais pesados (Cu, Ni, Cd, Pb, Zn e Cr). Para isso, utilizou-se o método da água régia,
onde para porções de 0,5 g de solo foram adicionados 9 ml de HCl e 3ml de HNO3
(McGRATH & CUNLIFFE, 1985). Todas as amostras foram analisadas em triplicata. A
digestão das amostras ocorreu em bloco digestor à temperatura de 125 ºC durante duas
horas. Deixou-se esfriar e então as amostras foram filtradas, sendo recolhido o extrato em
balão volumétrico de 25 mL. Completou-se o volume com água deionizada. Em seguida,
os extratos foram armazenados em frascos de polietileno para evitar a adsorção de metais
nas paredes do recipiente. O teor de metais no extrato foi determinado por
espectrofotometria de absorção atômica (AAS) na UTFPR, Campus Curitiba.
Tabela 1: Descrição dos locais de coleta das amostras de solo.
Ponto de Coordenadas UTM
Altitude (m) Descrição do Local
amostragem Latitude Longitude
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados de metais pesados (Cr, Pb, Zn, Cu, Cd e Ni) encontrados nas
amostras de solo estão apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 : Teores de metais pesados encontrados nas amostras de solo analisadas.
Cr Pb Zn Cu Cd Ni
AMOSTRA
mg kg-1
A3 (0-10 cm) 49,36 918,39* 25,79 142,52* nd 18,03
* valores acima dos valores de prevenção (VP) de acordo com a Resolução CONAMA
420/2009.
Tabela 3: Lista de valores orientadores para solos de acordo com a Resolução CONAMA
420/2009.
Solo (mg.kg-1 de peso seco)
Investigação
Substâncias
Prevenção Agrícola
Residencial Industrial
AP máx
Cromo 75 150 300 400
Chumbo 72 180 300 900
Zinco 300 450 1000 2000
Cobre 60 200 400 600
Cádmio 1,3 3 8 20
Níquel 30 70 100 130
Fonte: adaptado de CONAMA 420/2009 (BRASIL, 2009).
Nos locais amostrados superficialmente (pontos 8, 9 e 10) e também no ponto 3
verificou-se a presença de teores de chumbo acima dos valores de prevenção estabelecidos
na Resolução CONAMA 420/2009 (BRASIL, 2009) (Tabela 3). Já nas amostras coletadas
no ponto mais afastado da área da fábrica (Ponto 6), os teores deste metal fiaram dentro
dos limites permitidos pela Resolução citada anteriormente. Estes resultados levam a
concluir que a contaminação pelo metal Pb concentra-se principalmente na área onde
ocorreu o processo de fundição de chumbo (antiga fábrica) como resultado do acúmulo de
material sólido disposto sobre o solo e não pela contaminação atmosférica (chaminé).
Porém, cabe ressaltar que serão amostrados novos pontos para uma melhor avaliação da
área em estudo, visto que os teores encontrados dentro da área são muito altos e podem
chegar a contaminar outros locais tanto pelo escoamento superficial quanto pela erosão
hídrica e eólica.
Estes resíduos dispostos sobre a superfície do solo podem gerar grandes riscos a
saúde dos moradores da região e ao meio ambiente, visto que, de modo geral, os metais
pesados possuem influência negativa sobre os processos mediados biologicamente no solo
(LEE et al., 2002) e encontram-se nas proximidades de áreas com manejo agrícola e
também próximo a um curso d’água.
Quanto aos teores dos demais metais analisados, Cr, Zn, Cd e Ni, estes não
representam riscos à população e ao meio ambiente, visto que apresentam valores
inferiores aos padrões de prevenção estabelecidos pela Resolução CONAMA 420/2009
(BRASIL, 2009).
CONCLUSÃO
Com os resultados obtidos conclui-se que dentro da extensão da área pertencente a
antiga fábrica de baterias, os teores de Pb e Cu estão acima dos estabelecidos como valor
de prevenção pela Resolução CONAMA 420/2009, chegando em alguns locais de coleta os
valores de Pb considerados passíveis de investigação. Já que o principal metal que está
acima dos padrões é o Pb, pode-se afirmar que esta contaminação está relacionada com as
atividades industriais ali desenvolvidas por um longo período, pois mesmo com a
desativação da antiga fábrica de baterias, ainda encontram-se sobre o solo resíduos da
produção, tais como caixas plásticas e rejeitos da fundição. Vale ressaltar que embora não
tenha sido observado contaminação por Pb e Cu no ponto externo à fábrica, não pode-se
afirmar que a contaminação está restrita unicamente aos limites da mesma, visto que o
terreno está exposto às intempéries climáticas (chuva e vento). Assim, ao decorrer no
trabalho nota-se que esta avaliação foi apenas o início de um trabalho que será mantido
com a finalidade de levar informação para a comunidade quanto aos riscos ambientais e de
saúde, visto que existem muitas famílias que residem próximas a este tipo de atividade
industrial. Além disso, este trabalho permite a troca de informações entre o meio
acadêmico, empresa e sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n.
420 de 28 de dezembro de 2009. - Dispõe sobre critérios e valores orientadores de
qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o
gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de
atividades antrópicas.
CHAUDRI, A.M.; McGRATH, S.P.; GILLER, K.E. Metal tolerance of isolates Rhizobium
leguminosarum biovar trifolli from soil contaminated by past applications of sewage
sludge. Soil Biol. Biochem., 24:83-88, 1992.
INSTITUTO MERISTEMA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Disponível
em: <http://www.meristema.org.br/localizacao.php >. Acesso em 25 de maio de
2011.
LEE, I.S.; KIM, O.K.; CHANG, Y.Y.; BAE, B.; KIM, H.H.; BAEK, K.H. Heavy metal
concentrations and enzyme activities in soil from a contaminated Korean shooting range. J.
Biosci. Bioeng., 94:406-411. 2002.
McGRATH, S.P.; CUNLIFFE, C.H. A simplified method for the extraction of metals Fe,
Zn, Cu, Ni, Cd, Pb, Cr, Co and Mn from soils and sewage sludge. Journal Science Food
Agriculture, v. 36, p. 794-798, 1985.
SIQUEIRA, J.O.; MOREIRA, F.M.S.; GRISS, B.M.; HUNGRIA, M.; ARAÚJO. R.S.
Microrganismos e processos biológicos do solo; Perspectiva ambiental. Brasília, Embrapa-
SPI, 1994. 142p.
SUMMERS, A.O.; SILVER, S. Microbial transformations of metals. Ann. Rev.
Microbiol., 32:617-672, 1978.
MÉTODO LEITURA E OPINIÃO APLICADO À PERCEPÇÃO AMBIENTAL
DE EDUCADORES
_________________
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade de Brasília;
[email protected]
Ms. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
Chefia do Núcleo de Educação Ambiental do Parque Nacional de Brasília – [email protected]
Esp. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
Ms. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
Dra. Professora titular do Departamento de Engenharia Florestal (Universidade de Brasília, UnB);
[email protected]
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A quinta e última questão perguntou: “Qual nota você daria a esta aula?” A
avaliação final teve o objetivo de verificar, em termos gerais, metodologia, tema,
didática. 59% consideraram satisfatória, 29% boa e 12% regular.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vale ressaltar que a exposição visual é uma metodologia excelente para qualquer
público, enquanto que trabalhar com “leitura e opinião” é uma estratégia funcional, ou
seja, vai realmente depender do público a que se destina. Certamente não se aplica às
crianças, que preferem métodos mais práticos de vivências ambientais. Como o método
foi aplicado em educadores, à idéia de multiplicação foi uma “pequena semente
plantada na cabeça de cada um”; depende agora de cada um deles tornar-se um “sujeito
ecológico”.
REFERÊNCIAL BIBLIOGRAFICO
BACHA, M.L. Leitura na Primeira Série. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1975. 263 p.
Cássia Beatriz Parodes1, Clodoaldo Leites Pinheiro2, Ana Maria Girardi Deiro3
Resumo:
Um orquidário se constitui numa coleção de plantas vivas da família Orchidaceae. Estas
plantas normalmente apresentam flores de singular beleza o que desperta o interesse do
público acadêmico e comunitário. Orchidaceae é uma das famílias botânicas mais
numerosas e diversificadas, compreendendo entre 8% e 10% de todas as plantas com
flores, sendo constituída por 800 gêneros e 30.000 espécies. Como apoio ao Curso de
Biologia e para a comunidade enquanto troca de conhecimentos, uma coleção de orquídeas
na Universidade pode despertar o interesse dos alunos, tanto pelo estudo dessas plantas
como para a necessidade de preservação das espécies, em especial aquelas ameaçadas de
extinção e de ocorrência restrita. A coleção Orquidário URCAMP é constituída de plantas
adquiridas de orquidários idôneos e de doações. Para o plantio das mudas de orquídeas foi
utilizado substrato de fibras vegetais, argila expandida e vasos plásticos pretos. O
Orquidário possuiu tela de sombreamento de 50%, cobertura plástica para manutenção dos
exemplares durante os meses de inverno, nutrição mineral quinzenal e orgânica semestral,
com regas periódicas e de acordo com as necessidades de cada exemplar. O Orquidário da
URCAMP está exercendo sua função proposta de subsidiar material acadêmico e fomentar
a troca continua de conhecimentos construídos com a comunidade. A partir de cursos,
palestras e publicações em eventos científicos, o orquidário pode ser uma ferramenta de
baixo custo que estreita os laços entre Universidade e comunidade e, desta forma, gerar
aplicabilidade às ciências que são recrutadas para solucionar tais problemáticas sócio-
ambientais.
Introdução:
Um orquidário se constitui numa coleção de plantas vivas da família Orchidaceae.
Estas plantas normalmente apresentam flores de singular beleza o que desperta o interesse
do público em geral e dos biólogos em particular.
Orchidaceae é uma das famílias botânicas mais numerosas e diversificadas,
compreendendo entre 8% e 10% de todas as plantas com flores, sendo constituída por 800
1
Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, bolsista PBEx/URCAMP .
2
Mestrando em Biodiversidade Tropical. Universidade Federal do Espírito Santo
3
Profª.Drª Coordenadora do projeto de extensão/ URCAMP
gêneros e 30.000 espécies. A Família Orchidaceae abrange 70% do número total de
epífitos vasculares típicos de florestas tropicais e subtropicais úmidas (APG, 2006;
DRESSLER 1993; 2005). No entanto, a abundância e a diversidade são fortemente
influenciadas pela mudança de condições ecológicas ao longo de gradientes altitudinais,
latitudinais e continentais (GENTRY & DODSON, 1987).
No Rio Grande do Sul são encontradas diversas espécies nativas além de inúmeras
cultivadas, mantidas por colecionadores e por floriculturas. No entanto, ainda não há uma
lista precisa do número total de orquídeas nativas do Estado do Rio Grande do Sul,
contudo, estima-se que ocorram cerca de 90 gêneros e 358 espécies (PABST & DUNGS,
1975; 1977).
Por sua beleza e perfume, são plantas muito desejadas o que motiva seu cultivo e
também a coleta ilegal de espécies nativas protegidas. Como apoio ao Curso de Ciências
Biológicas e para a comunidade enquanto troca de conhecimentos, uma coleção de
orquídeas na Universidade pode despertar o interesse dos alunos tanto pelo estudo dessas
plantas (ainda pouco estudadas no meio acadêmico) como para a necessidade de
preservação das espécies, em especial aquelas ameaçadas de extinção e de ocorrência
restrita.
A família Orchidaceae no Rio Grande do Sul é relevante do ponto de vista florístico
e fitogeográfico, pois abrange tanto elementos de afinidade andina quanto elementos
florísticos claramente tropicais (RAMBO, 1965). Diversos estudos florísticos locais põem
em evidência a riqueza de desta família no Estado, com ênfase nos táxons epifíticos e
terrestres (GONÇALVES & WAECHTER, 2004; ROCHA & WAECHTER, 2006).
Os objetivos desta ação de extensão é manter uma coleção de orquídeas de espécies
cultivadas e nativas no Orquidário da URCAMP, oferecendo e compartilhando treinamento
e orientação no cultivo de orquídeas entre acadêmicos e comunidade.
Metodologia:
A coleção é constituída de plantas aptas ao crescimento e desenvolvimento nos
climas temperado e subtropical. Estas plantas são adquiridas de orquidários idôneos e de
doações. A primeira etapa de construção do orquidário mobilizou alunos de áreas afins à
Biologia em cursos de cultivo, e durante a parte prática os envolvidos nesta atividade
foram construindo a coleção. No plantio das espécies é utilizado substrato de diversas
fontes disponíveis, sempre de custo zero, em vasos de plástico preto, por reterem mais
umidade e serem menos onerosos que os demais tipos de vasos. As plantas são mantidas
preferencialmente suspensas, pois é o método mais seguro contra pragas. O Orquidário
possuiu tela de sombreamento de 50%, cobertura plástica para manutenção dos exemplares
durante os meses de inverno, nutrição mineral quinzenal e orgânica semestral, com regas
periódicas e de acordo com as necessidades de cada exemplar
Um aluno bolsista monitora o crescimento e desenvolvimento das plantas,
verificando as necessidades de irrigação e nutrição das mesmas, a qual é feita com o uso de
um adubo especifico que atende as necessidades destas plantas e, também, organiza e
executa cursos e palestras integrando acadêmicos e sociedade.
Resultados e Discussão:
A coleção, atualmente, se constitui de 19 exemplares de Cattleya intermedia
Graham ex Hook., 24 de Dendrobium nobile L., dois de Cymbidium sp., um de
Dendrobium kingianum Bidwill ex Lindl. e Alatiglossum longipes (Lindl.) Baptista.Vários
exemplares foram recentemente recebidos como doação e ainda estão sendo catalogados.
As atividades realizadas no orquidário resultaram, além daquelas de extensão, como
palestras e minicursos sobre o cultivo, preparação de mudas de orquídeas e cuidados com
uma coleção, realizadas no 4º BIOURCAMP 2011 e em outras datas, em produções
científicas apresentadas no Congrega URCAMP 2010, na forma de pôsteres e publicadas
em seus anais.
Conclusão:
O Orquidário da URCAMP está exercendo sua função proposta de subsidiar
material acadêmico e fomentar a troca continua de conhecimentos construídos com a
comunidade. A partir de cursos, palestras e publicações em eventos científicos, o
Orquidário pode ser uma ferramenta de baixo custo que estreita os laços entre
Universidade e comunidade. O instrumento de extensão Orquidário da URCAMP, também
oportuniza a geração de conhecimentos e novas tecnologias como de plantio, cultivo e
manejo (nutrição e controle de pragas e doenças) de espécies de orquídeas nativas e
cultivadas, compartilhando estes conhecimentos com a comunidade em diversas formas de
divulgação.
Referencias Bibliográficas:
APG. 2006. Angiosperm Phylogeny Group. Disponível em: http://www.mobot.org/
MOBOT/Research/APweb (acesso em 30.06.2011).
DRESSLER, R.L. How many orchid species? Selbyana 26: 155-158. 2005.
DRESSLER, R.L. Phylogeny and classification of the orchid family. Dioscorides Press,
Portland. 1993.
GENTRY, A.H. & DODSON, C.H. Diversity and biogeography of neotropical vascular
epiphytes. Annals of Missouri Garden. 74:205-233. 1987.
INTRODUÇÃO
A política ambiental no Brasil obteve significativos avanços e grande
desenvolvimento institucional entre os anos de 1960 e 1990. Nas últimas décadas as
políticas públicas para o meio ambiente foram impulsionadas por uma política global da
ONU (ONU, 2002), durante a conferência sobre desenvolvimento e meio ambiente no Rio
de Janeiro em 1992, surgiram novas formas de pensar o desenvolvimento local e novos
instrumentos políticos para garantir uma melhor qualidade de vida nas cidades. A Agenda
21 (AGENDA 21, 2002), proposta durante a conferência Rio 92 da ONU, surge como um
instrumento para consolidar o desenvolvimento socioambiental e as políticas públicas de
participação social e de contribuição á proteção ambiental local e regional. Alguns autores
salientam a participação volúntaria como um indicador no processo desenvolvimento
social e de consolidação democrática, segundo Rocha: “A busca da sustentabilidade é,
portanto um processo eminente coletivo.“ (2007, p.89).
Considera-se a necessidade de maior atenção aos espaços rurais, quanto à forma de
desenvolvimento e de qualidade de vida (LEIS, 1996), a cidade de Tocantinópolis,
localizada na Região do Bico do Papagaio, apresenta-se como um exemplo de espaço rural
e com grande déficit de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento socioambiental e à
participação social e democrática. O estudo investiga na Região do Bico do Papagaio, em
especial na cidade de Tocantinópolis, a existência de tipos de políticas públicas orientadas
à proteção ambiental e os níveis de participação social a partir de grupos organizados. Na
Região do Bico do Papagaio a riqueza dos babaçuais promove a extração do coco babaçu
como atividade econômica primeira do extrativismo regional. Nesta região, a existência de
grupos de mulheres que sobrevivem da quebra do coco babaçu é notável, observa-se a
necessidade de políticas públicas que fomentem mais informação e uma maior participação
dos grupos em atividades associadas entre a colheita do coco babaçu e a proteção
ambiental. (CMMAD, 1991; CPDS/ MMA, 2002).
O objeto de estudo contempla uma análise das políticas de participação e da
proteção do meio ambiente, foi escolhido o grupo organizado de mulheres quebradeiras de
coco babaçu e de representantes do poder municipal da cidade de Tocantinópolis, estes
representantes devem ser considerados como responsáveis pelo incentivo à participação da
sociedade na formulação de políticas públicas de proteção ambiental. Alguns resultados
das entrevistas realizadas serão apresentados a partir da realidade da política
socioambiental municipal em Tocantinópolis. A participação e a contribuição de grupos
específicos da sociedade à proteção ambiental são avanços na qualidade de vida local.
MATERIAL E METODOLOGIA
A pesquisa Política Socioambiental na Cidade de Tocantinópolis analisa a
participação democrática e a contribuição de grupos à proteção ambiental. O processo
metodológico utilizado para análise dos objetivos seguiram as etapas programadas no
âmbito da pesquisa: delimitação do corte temporal, levantamento bibliográfico e
documental, levantamento das legislações específicas (financeira, turística e ambiental),
pesquisa de campo, compilação e inserção dos dados em tabelas, análise dos resultados da
pesquisa de campo e avaliação dos resultados. Na bibliografia levantada foram utilizados
como base da investigação livros, teses e periódicos, pesquisas, anais de congressos e de
reuniões científicas. As fontes utilizadas somam bibliotecas de universidades, organizações
e instituições de ensino e pesquisa relacionados com a área de pesquisa. Para o
levantamento documental foram analisados grupos organizados das quebradeiras de coco
babaçu da Região do Bico do Papagaio e as Secretarias Municipais da Cidade de
Tocantinópolis.
O método de investigação científica a partir da definição da amostra de entrevistas
dos grupos escolhidos e investigados, levou em consideração o total de mulheres
quebradeiras de coco na cidade de Tocantinópolis, São Miguel do Tocantins e
Augustinópolis, assim como as secretarias existentes na Prefeitura de Tocantinópolis.
Sendo um total de 38 mulheres entrevistadas na extração do coco babaçu e das 10
secretarias municipais em atividades foram entrevistados 10 representantes, 1 representante
de cada secretaria. O material coletado consiste em questionários, fotografias e arquivos
digitais de documentos sobre os grupos investigados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados alcançados através dos questionários e de entrevistas com o grupo
escolhido das quebradeiras de coco babaçu e do poder público municipal apresentam
algumas variações. Nas entrevistas realizadas com o grupo das quebradeiras de coco,
percebe-se que as quebradeiras de coco da cidade de Tocantinópolis, não fazem parte de
nenhuma associação que possa orientá-las sobre seu trabalho, como vender seus produtos
por um melhor preço, como aproveitar melhor o coco babaçu através de artesanato e como
preservar a mata nativa de babaçuais. Enquanto que as quebradeiras de coco babaçu da
cidade de São Miguel do Tocantins no Bico do Papagaio, que são sócias da Associação
Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASMUBIP) e que
trabalham em parceria com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu,
desenvolvem um trabalho de acompanhamento e de orientação das melhores condições
profissionais e como proteger o meio ambiente (DOURADO, 2007).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
O nosso projeto foi motivado por um incidente que ocorreu no distrito de Canoa
Quebrada, pertencente ao município de Aracati, no estado do Ceará. Na época de chuva, por
conta de uma obra de drenagem inacabada da prefeitura de Aracati, as águas que caíram em
grande volume em pouco tempo, que caracterizaram as chuvas desse ano no estado do Ceará,
escoaram com grande velocidade para as falésias, uma formação geológica de grande beleza e
cartão postal mundialmente conhecido, erodindo-as e abrindo uma grande fenda no solo.
O nome inicial do projeto era Duas Fendas. A fenda física geográfica que ameaçava
casas e a Igreja matriz de Canoa Quebrada; e a fenda psicológica, aquela que faz o homem
esquecer a harmonia entre ele e o ambiente, agindo de forma predatória e destrutiva, que diz
respeito ao nosso trabalho, o de psicólogo comunitário. A fenda separava fisicamente duas
realidades diferentes, a realidade da parte comercial de Canoa Quebrada, marcada pela
exploração turística e a realidade da Vila do Estevão que resiste às invasões da especulação
imobiliária e dos empreendimentos comerciais.
Como integrantes do Laboratório de Estudos Sobre a Consciência – LESC-PSI
escrevemos o projeto de extensão Duas Fendas, para oficializar a atuação como ação de
extensão da Universidade Federal do Ceará. Os objetivos iniciais do projeto seriam de:
facilitar processos socio-psicológicos de conscientização visando o desenvolvimento da
comunidade do Estevão; oferecer suporte técnico-social à elaboração de estratégias populares
para o desenvolvimento comunitário; problematizar junto à comunidade as questões
socioambientais. ex: lixo, turismo, área de proteção ambiental – APA; fortalecer e integrar a
identidade da comunidade e de seus moradores favorecendo processos de vinculação afetiva e
social; potencializar a mobilização e a participação comunitária.
Material e Metodologia
Constituímos uma equipe, composta por três estudantes do curso de Psicologia e uma
estudante do curso de Ciências Sociais, com a orientação do Prof. Fábio Porto e supervisão do
Prof. Cezar Wagner. Começamos a visitar a comunidade sistematicamente nos finais de
semana e também agendamos um horário semanal para uma reunião de equipe, para
planejarmos e avaliarmos nossa atuação.
Utilizando-se do método dialógico-vivencial(Góis, 2005) da psicologia comunitária,
que é um método de análise e vivência da realidade comunitária e de construção coletiva e
dialogada da ação. Atuaríamos a partir da inserção na comunidade com visitas semanais,
caminhadas comunitárias, planejamento coletivo das atividades, mapeamento da comunidade,
facilitação de círculos de encontro, pesquisa ação participante e observação participante. “A
leitura do modo de vida comunitário requer assimilação e compreensão dos enlaces e nexos
do cotidiano, os quais não se revelam nos fatos em si nem em suas aparências”. Sobre
observação-participante (Góis, 2008).
Nosso trabalho incluiria: visitas, encontros, convivência com os moradores,
mapeamento da comunidade, planejamentos estratégico-comunitários e suporte a elaboração
de um projeto de desenvolvimento comunitário. A atuação de extensão/cooperação que
desenvolvemos é referenciada numa prática libertadora (Freire, 1980, 1992, 2000), dialógica e
biocêntrica (Góis, 2008), marcada pela construção coletiva e dialogada com a comunidade e
por um profundo respeito à vida em toda sua expressão.
Ao nos depararmos com a Vila do Estevão emergiram questões da identidade local dos
moradores, que tem uma história única de luta e resistência, se posicionando de forma ativa
diante de questões que violam o seu modo de vida e sua terra. A Associação de Moradores do
Estevão – AME, com vinte e cinco anos de luta, possui o título de posse da terra que abrange
todo o espaço da vila, como também uma grande área de belezas naturais que hoje só se
mantém preservada pela luta dos moradores do Estevão, que resistem a incontáveis tentativas
tanto de poderes estatais, como, das iniciativas privadas de se apropriar e intervir de forma
irresponsável no ecossistema da Área de Preservação Permanente de Canoa Quebrada.
Resultados e Discussões
Durante primeiras visitas observamos questões ecológicas bem evidentes, como:
degradação avançada das falésias pela ação humana; movimento freqüente de veículos
automotores nas áreas de preservação de dunas e falésias; questões relativas ao
armazenamento e tratamento de resíduos, o lixo. E nos deparamos também, com as primeiras
questões teórico-práticas sobre a inserção comunitária e sobre a ecologia para uma psicologia
comunitária, tendo o princípio biocêntrico de Rolando Toro (1991 apud Góis, 2008) como
marco teórico fundamental. Sabíamos que nos encontrávamos diante de um grande desafio de
junto com a comunidade, pensar, planejar e construir, um projeto de desenvolvimento
comunitário, de base cooperativa, ecológica e sustentável.
No mês de março uma de nossas primeiras iniciativas de encontro com a comunidade
foi a exibição do filme “Avatar” na sede da AME. Intencionávamos trabalhar através da arte
do cinema, as questões da relação do homem com a natureza e também o conflito entre os
estrangeiros e a comunidade nativa, com cultura, valores e interesses distintos. Questão muito
pertinente a realidade de Canoa Quebrada que é uma praia turística de grande fama
internacional, recebendo milhares de visitantes estrangeiros anualmente. A exibição contou
com a participação de cerca de vinte moradores da comunidade, principalmente mulheres e
crianças, que logo se mostraram grandes aliadas na construção desse movimento.
Nas visitas subseqüentes intensificamos nossas ações com a realização de atividades
com as crianças da comunidade, onde buscamos trabalhar valores de cooperação e elementos
da identidade da comunidade. A arte e a criatividade foram nossas principais ferramentas de
trabalho nesses dias, nos vestimos a caráter para o cortejo musical que se dirigia ao centro
comunitário que é a sede da AME, local dos eventos. Os encontros se caracterizavam
principalmente por: atividades físicas leves, como aquecimento, capoeira e até mesmo um
“rachinha”; música e instrumentos: ciranda, percussão, berimbau; rodas de conversa;
desenhos; e lanches para todos os participantes.
Seguindo o caminho dos encontros com as crianças, vieram os encontros de mulheres,
com a oficina de crochê, facilitadas por dona Fátima. Hoje a oficina continua ocorrendo com
lições mais complexas, constituindo-se aos poucos como um grupo batizado por elas de
“Trançando Vidas” e caminhando para ação, pois, estão pensando na organização produtiva e
na realização de feiras comunitárias.
Durante as visitas e as atividades começamos a reunir informações, e em parceria com
lideranças comunitárias, na realização de oficinas de avaliação e planejamento comunitário
começamos a escrever um projeto de desenvolvimento comunitário para a Vila do Estevão e
para Canoa Quebrada. O projeto se estruturou com várias atividades, que incluem: grupos
comunitários específicos(ex. grupo de crianças, mulheres); padaria comunitária; produtora
musical; grupos produtivos; feiras comunitárias; atividades artístico-culturais(Luar da Paz
Comunitária); atividades de conscientização em relação a preservação do meio-ambiente; e
oficinas de formação e capacitação, para a equipe e para os agentes locais. Esse projeto foi
batizado de Cultura Consciente.
Em maio, ocorreu o primeiro “Luar da Paz Comunitária” na Vila do Estevão, um
acontecimento que foi acolhido pela comunidade, tanto em sua construção como na
participação. O Luar foi um evento marcante para nossa atuação, por ter sido uma atividade
que contou com a participação de mais de cem pessoas. Uma festa linda que teve bingo, jogos
para as crianças e jovens, música e fogueira. Mobilizando a comunidade para a participação;
movimentando a economia local; construindo e fortalecendo vínculos, entre os próprios
moradores e também com a equipe do projeto; gerando um espaço de expressão da cultura
local, de realização concreta da alegria e da comunhão entre os participantes.
[...] no compartilhar junto das pessoas da comunidade sentimentos, significados,
sentidos que estão presentes no espaço comunitário no dia-a-dia. É contemplar a
realidade a partir do que somos, seja profissional ou morador da
comunidade,contribuindo para a vinculação afetiva das pessoas envolvidas nesse
espaço, permitindo que as implicações para o acontecimento do trabalho vão além das
dimensões cognitivas. (Rebouças, 2007)
Ainda em maio houve uma reunião de avaliação e planejamento comunitários, na sede
do Conselho Comunitário de Canoa Quebrada, com lideranças locais, representantes das
associações, representante da gestão da APA e do IBAMA. Nessa reunião, apresentamos o
Projeto Cultura Consciente, que foi recebido com muito entusiasmo e elogios.
No início de junho organizamos junto com o Recicriança uma ONG que trabalha a
questão da preservação do meio ambiente e com o Fórum Aracati Novos Caminhos o
seminário “As boas práticas ambientais”. O seminário ocorreu na Vila do Estevão na sede do
Recicriança, contando com a participação de várias lideranças do município de Aracati, com
estudantes do curso de História da Universidade estadual do Ceará e com os moradores da
comunidade.
Conclusão
O Projeto Cultura Consciente foi rebatizado e está se tornando o Movimento da
Cultura Consciente Biocêntrica – MC²BIO. A comunidade do Estevão, já se apropriando do
movimento, organizou o segundo Luar da Paz comunitária em junho, que foi tão bom como o
primeiro. Com participação marcante da comunidade e muita alegria. No fim do mês de
junho, realizamos um encontro de formação com a equipe do projeto, onde nos debruçamos
sobre nossos marcos teórico-metodológicos, orientados por uma prática dialógica,
cooperativa, amorosa e transformadora.
Para o mês de julho, estão previstos: o início do mapeamento da comunidade; um
segundo encontro de planejamento e formação para toda a equipe. Para o segundo semestre de
2011 estamos prevendo: um encontro de articulação de uma rede institucional com todos os
parceiros para a construção de uma agenda de trabalho e compromisso; e o lançamento oficial
do MC²BIO com a realização de um mutirão na Vila do Estevão.
Referências
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao
pensamento de Paulo Freire. 3. ed. São Paulo, Moraes, l980.
RESUMO
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Promover a educação patrimonial e fomentar ações educativas que articulem as
áreas de patrimônio cultural, meio ambiente, desenvolvimento urbano, turismo e cidadania,
dentre outros campos da ação pública; buscando desta forma a conscientização de que o
solo é um componente do ambiente natural que deve ser adequadamente conhecido e
preservado, tendo em vista sua importância para a manutenção do ecossistema terrestre e
sobrevivência dos organismos que dele dependem.
Objetivos específicos
Contribuir para o cumprimento de uma das obrigações sociais das Instituições de
Ensino superior, que é levar o conhecimento adquirido no meio acadêmico a comunidade
através de ações de extensão.
Promover ações educativas que articule meio ambiente e o desenvolvimento urbano
e propiciar a comunidade, local e regional, um acervo onde possa ampliar seus
conhecimentos sobre o solo e meio ambiente.
Desenvolver materiais didáticos sobre solos para o ensino universitário, médio e
fundamental e aprimorar mecanismos que permitam a visita de escolares e comunidade à
Universidade para conhecer os temas solos e meio ambiente;
Proporcionar aos visitantes, a oportunidade de conhecer um pouco da Universidade,
propiciando a troca de experiências e de interagir com o solo.
MATERIAL E METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O público atingido até o momento foi de 24 turmas, totalizando cerca de 600 alunos
do ensino fundamental e médio, assim como alunos de graduação da Unioeste. Outra
atividade desenvolvida foi à participação no Show Rural da Coopavel, em Cascavel-PR,
junto com a empresa Matsuda, e o dia de campo da cooperativa COPAGRIL em Marechal
Cândido Rondon - Pr. Nestes eventos foram apresentados trabalhos sobre integração
lavoura-pecuária e seus benefícios para o solo. Os dois eventos tiveram público em torno
de 180.000 pessoas.
BIBLIOGRAFIA
SOUSA, Fabíola Garreto de ²; JUNIOR, Carlos Celso Frazão Saraiva ²; DUTRA, Itaynara
Lobato ²; PEREIRA, Agostinho Cardoso do Nascimento ²; LUZ, Geisyane Franco da ²;
CARDOSO, Milena Jansen Cutrim ²; FIGUEIREDO, Andréia de Queiroz dos Santos
Abreu ²; MARTINS, Ana Paula Barbosa ²; RIBEIRO, Haylla Cristina Saraiva ²;
FERREIRA, Beldo Rywllon Abreu ²; BRANDÃO, Rafael Antônio ²; AZEVEDO, Gisele
Garcia ¹.
1
Doutora em entomologia, professora do departamento de ciências biológicas da
Universidade Federal do Maranhão e Tutora do PET Biologia UFMA; 2Bolsista do PET
Ciências Biológicas UFMA. Grupo PET-Biologia, UFMA, Campus Bacanga.
E-mail :[email protected]
INTRODUÇÃO
Os manguezais são ecossistemas costeiros de transição entre o ambiente terrestre e
marinho, sujeitos ao regime das marés (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995), sendo
considerado um ecossistema de alta produtividade biológica, abrangendo grande variedade
de espécies animais e vegetais (Figuras 1 e 2). Dentre os benefícios oferecidos às
comunidades ribeirinhas, estão: manutenção e conservação de estoques pesqueiros do
estuário, recreação e lazer, turismo ecológico (RASP, 1999; PEREIRA FILHO & ALVES,
1999), além da proteção da linha de costa dos impactos mecânicos das ondas.
1
Esse projeto objetiva conscientizar a comunidade do município da Raposa sobre os
malefícios do descarte indevido de resíduos sólidos, além de incentivar o reaproveitamento
de lixo orgânico (técnicas de compostagem, reaproveitamento de restos alimentares) e o
emprego de medidas preventivas contra a poluição e degradação do manguezal.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no município da Raposa, o qual abrange uma área de 75
km2, limitando-se ao norte pelo Oceano Atlântico, ao sul pela sede do município de Paço
do Lumiar e pelo município de São José de Ribamar, a leste pela ilha de Curupu e Baia de
São José e a oeste com o município de São Luís (AZEVEDO, 2008).
O projeto teve inicio em janeiro de 2009 e se prolongou até dezembro de 2010. As
atividades feitas em 2009 envolveram uma excursão ao município, cuja finalidade foi
caracterizar a atual situação do mangue, e a aplicação de questionários socioeconômicos, a
fim de traçar um perfil da população local. Em 2010, foi aplicado um questionário
ambiental com o objetivo de conhecer a percepção ambiental da comunidade da Raposa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A maioria das famílias da região apresenta 05 pessoas por moradia em idade
produtiva (19-59 anos), tendo os homens (Figura 3) menor grau de escolaridade em relação
às mulheres (Figura 4).
Figura 3. Nível de escolaridade dos homens. Figura 4. Nível de escolaridade das mulheres.
2
Figura 5. Barcos de pesca dos moradores da Raposa.
Figura 6. Principal destino do lixo: Coleta Municipal. Figura 7. Descarte indevido de resíduos sólidos no mangue.
Figura 8. Situação do manguezal para os moradores Figura 9. Importância do manguezal para a população
da Raposa. raposense.
A poluição é tida pela população local (47%) como principal problema ambiental
da região, principalmente a causada pelo lixo. A conscientização e limpeza do manguezal
(47% e 18% respectivamente) são as ações sugeridas para solucionar os problemas
enfrentados. A importância do manguezal é reconhecida, uma vez que este é tido com
fonte de alimentação e renda para a maioria da população (59% e 17% respectivamente),
3
de acordo com a Figura 9. Apenas 23% dos entrevistados sabem o que é coleta seletiva e
44% reaproveitam restos de alimentos. A maioria dos moradores da região (51%) aponta a
reciclagem como destino mais adequado para os resíduos sólidos.
Tais resultados evidenciam a percepção da comunidade no que se refere à
relevância do manguezal, aos problemas enfrentados por este e as possíveis soluções para
os mesmos, sendo, portanto, necessárias ações de educação ambiental, uma vez que estas
constituem a melhor forma de sensibilizar a população acerca dos prejuízos da degradação
ambiental e, conseqüentemente, possibilitam minimizar os impactos sobre os ecossistemas
(PINHEIRO, 2010 et al.).
O desafio da educação ambiental é criar condições para a participação dos
diferentes segmentos sociais tanto na formulação de políticas, quanto na aplicação das
decisões que afetam a qualidade do meio natural e social. Neste sentido, a educação na
gestão do meio ambiente pode ser considerada como um "processo instituinte de novas
relações dos homens entre si e com a natureza" (IBAMA, 1997).
CONCLUSÃO
Com os dados obtidos, torna-se viável a aplicação de futuras estratégias sociais,
políticas e ambientais que beneficiem a população local e todas as comunidades que
dependem, de forma direta ou indireta, desse ecossistema costeiro de grande importância
biológica, que é o manguezal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, M. C. S. 2008. Fatores Ambientais e anatômico – fisiológicos ligados à
reprodução de Photothaca antiqua (King & Broderip, 1835) no estuário do Rio Paciência
no município da Raposa – MA. Monografia de conclusão de curso – UFMA.
4
RASP, U. 1999. Ambiente e saúde em área de manguezal: o caso de Vila Velha de
Itamaracá-Pernambuco. Dissertação (Mestrado em Saúde pública)- Departamento de
Saúde Coletiva, Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz,
NESC/CPqAM/FIOCRUZ.
5
PROMOVENDO AÇÕES DE PREVENÇÃO E MITIGAÇÃO DE RISCO DE
DESASTRES NATURAIS NO MUNICÍPIO DE LAGUNA, SC.
Área Temática: Meio Ambiente. Responsável: Cristina Benedet. Universidade do estado de
Santa Catarina (UDESC). Cristina Benedet1; Giovana Capelari Pauli2; Jennifer Vargas3.
RESUMO: O projeto Promovendo Ações de Prevenção e Mitigação dos Desastres
Naturais no município de Laguna, SC foi desenvolvido no período de março a dezembro
do ano de 2010. Teve por objetivo reunir ensino, pesquisa e extensão por meio das
atividades de promoção da prevenção e mitigação de desastres naturais. Mais
especificamente, convergiu à qualificação de gestores, técnicos e professores municipais,
aos Agentes Comunitários de Saúde e à comunidade escolar, acerca das ações e
conhecimentos sobre as situações de risco e, simultaneamente, colaborar na efetivação dos
trabalhos da Defesa Civil no município. O método se pautou nas estratégias metodológicas
da pesquisa-ação, as quais se realizaram por meio das oficinas, minicursos, da observação
de campo e do diagnóstico participativo. As informações e orientações referentes à
fundamentação teórica e técnica, relacionadas à prevenção e à mitigação, possibilitaram a
identificação das situações de ameaça e de vulnerabilidade no município. Considera-se que
a realização do projeto contribuiu à formação da cultura de prevenção e mitigação de riscos
de desastres naturais no município de Laguna.
Palavras-chave: Desastres Naturais. Mitigação. Município de Laguna (SC).
Introdução
O Estado de Santa Catarina, com frequência, é atingido por desastres naturais; os
municípios apresentam situações de risco e, por parte da população, verifica-se a falta de
conhecimento em relação a eles e aos desastres naturais. O enfoque na prevenção e
mitigação de danos e prejuízos se faz, então, relevante. Para tanto, exige a qualificação dos
administradores municipais, das lideranças locais e da comunidade, a fim de que possam
atuar como gestores e multiplicadores dos conceitos, das técnicas e das ações pertinentes à
precaução e minimização dos riscos de desastres naturais.
No município de Laguna, as inundações e os deslizamentos são apontados como os
eventos naturais extremos mais frequentes. No ano de 2008, por meio do Decreto
Municipal 2.506 de 22 de novembro, foi declarado Estado de Emergência devido às chuvas
intensas que atingiram o município e região. Em 2009, é declara do Estado de Emergência,
ainda por causa das chuvas, através do Decreto Municipal 2.537 de 05 de janeiro do
mesmo ano.
1
Professora colaboradora. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Centro de Educação Superior da
Região Sul – CERES/UDESC. E-mail: <[email protected]>.
2
Bolsista de extensão. Curso de Arquitetura e Urbanismo. Centro de Educação Superior da Região Sul –
CERES/UDESC. E-mail: <[email protected]>.
3
Bolsista de extensão. Curso de Arquitetura e Urbanismo. Centro de Educação Superior da Região Sul –
CERES/UDESC. E-mail: <[email protected]>.
O objetivo geral do projeto foi reunir ensino, pesquisa e extensão por meio de
atividades de promoção da prevenção e mitigação de desastres naturais no município de
Laguna. Mais acuradamente, visou à acessão de ações preventivas e mitigação de riscos de
desastres naturais, capacitando gestores, técnicos e professores municipais, Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) e a comunidade escolar, a respeito dos conhecimentos, dos
conceitos, das ações e processos pertinentes ao entendimento dos riscos referentes aos
desastres naturais, colaborando, assim, na efetivação dos trabalhos da Defesa Civil no
município.
Portanto, ressalta-se a importância da prevenção para mitigar os prejuízos materiais,
sociais e humanos. Sendo a mitigação “[...] as ações destinadas a diminuir os efeitos
potenciais de um evento, normalmente por meio da redução da vulnerabilidade do meio
(sistema de alerta, treinamento, divulgação de informações, intervenções nos
assentamentos humanos)” (PHILIPPI JR, SALLES, SILVEIRA, 2005, p. 567).
Materiais e Método
O método para a realização das ações envolveu a pesquisa bibliográfica, a
documental e o levantamento de informações na elaboração do diagnóstico participativo.
Os procedimentos à efetivação da participação da população se fundamentaram nos
princípios da pesquisa-ação, enquanto estratégia metodológica, na qual está explicita a
interação entre extensionistas e as pessoas da comunidade; o objeto da investigação e
intervenção é a situação social (neste projeto inclui a situação ambiental) e foi proposto
que se aumentasse o conhecimento dos extensionistas e o nível de conhecimento ou de
“consciência” dos grupos participantes envolvidos (THIOLLENT, 2008). Estes aspectos
orientaram os procedimentos descritos a seguir:
A capacitação da equipe de execução, relativa às atividades práticas se realizou
com a elaboração e realização das oficinas na construção de um referencial teórico sobre a
prevenção e mitigação de riscos de desastres naturais, como também, a construção do
processo participativo junto à comunidade. A elaboração do inventário, junto ao Corpo de
Bombeiros Militar, das ocorrências atendidas no município para o conhecimento dos
principais eventos e os locais mais atingidos e, então, direcionar o enfoque e as atividades.
A implantação de um processo de aproximação com as instituições envolvidas, e a
realização do convite nas instituições contempladas com os minicursos e oficinas.
A elaboração dos planos de atividades das oficinas e minicursos, compreendeu
dinâmicas de interação, documentários relacionados ao tema, os principais conceitos
referentes à prevenção e à mitigação de desastres naturais; os principais eventos, a
comunicação e a percepção de risco, os desastres naturais em Santa Catarina, a
identificação das ameaças, riscos e vulnerabilidades no município de Laguna, o Sistema
Nacional, Estadual e Municipal de Defesa Civil. Para os adolescentes, o planejamento
incluiu histórias em quadrinhos, jogos, maquetes, vídeos sobre a temática. Aos
profissionais, de acordo com a área de atuação, propôs-se: para os Agentes Comunitários
de Saúde – ACS, o tema Ambiente, saneamento e saúde pública; aos professores da rede
municipal de ensino, a elaboração de propostas para a educação na prevenção e mitigação
de risco desastres naturais; com os gestores e técnicos municipais, tratou-se da temática
seguridade: humana e territorial, a administração de desastres, o sistema de informação
territorial – banco de dados, os planos municipais: de Defesa Civil e de Redução de Risco.
Procedeu-se, ainda, à elaboração do material a ser disponibilizado aos participantes
nas oficinas; à realização das oficinas nas Escolas estaduais, com os Agentes Comunitários
de Saúde – ACS, professores da rede municipal de ensino, com os gestores e técnicos
municipais.
Resultados e discussão
Na Escola Estadual, foi realizada uma oficina com o tema desastres naturais,
envolvendo 34 alunos da Oitava Série do Período Noturno. Na Escola Casa Familiar do
Mar, foram organizados dois grupos de alunos e cada grupo foi contemplado com três
oficinas: a primeira estava relacionada ao entendimento dos desastres naturais; desta
forma, ocorreu a introdução ao tema, iniciando-se a reflexão; na segunda atividade, foi
trabalhado o tópico Defesa Civil, do qual resultou a produção, pelos alunos, de um material
expositivo sobre o assunto e, a última oficina teve como finalidade trabalhar as
vulnerabilidades existentes no ambiente. Ao convite de uma professora que atuava na
Escola de Educação de Jovens e Adultos – CEJA, a equipe realizou uma oficina com o
tema da prevenção e mitigação dos Desastres Naturais para 14 alunos do período noturno.
O minicurso com os Agentes Comunitários de Saúde – ACS, com carga horária de
oito horas, contou com a presença de oitenta e dois ACS, divididos em dois grupos devido
ao número de participantes. Com este público, fez-se a abordagem sobre prevenção e
mitigação de desastres naturais, ampliando os dados e informações direcionados à atuação
destes Agentes e o trabalho social que desenvolvem. Destacam-se a interação, as
informações e trocas de experiências que se incorporaram ao tema durante os encontros.
O minicurso com os professores da Rede Municipal de Ensino teve uma carga
horária de oito horas e envolveu vinte e sete profissionais. Focalizou-se como a profissão
de educador pode atuar em relação aos desastres, sugerindo e construindo, com o grupo,
possíveis formas de ações a serem desenvolvidas nas escolas.
Os servidores da prefeitura municipal de Laguna e, ainda, um bombeiro
comunitário e um policial militar, totalizando dezessete participantes, foram contemplados
com um minicurso de 12 horas, incluindo uma palestra com um representante da Defesa
Civil Estadual de Santa Catarina. Este, entre outras informações, tratou do novo Sistema
Nacional, Estadual e Municipal de Defesa Civil e dos Planos Municipais de Defesa Civil.
Apresentou-se, aos participantes, o levantamento com a identificação das ameaças e
vulnerabilidades para o município de Laguna, realizado, anteriormente, com os Agentes
comunitários de Saúde e os professores municipais. Estabeleceu-se um diálogo importante
com este grupo, uma vez que atua diretamente no controle da segurança da comunidade.
Ao final de cada minicurso, um formulário de avaliação era disponibilizado aos
participantes, no qual lhes era dada a oportunidade de escrever sobre a contribuição da
atividade em relação ao desenvolvimento do seu trabalho, da sua vida em particular e da
sua comunidade e, ainda, fazer sugestões referentes aos temas que precisam ser trabalhados
ou novas atividades a serem desenvolvidas junto à comunidade.
Em síntese, expressaram: a qualificação, a atualização, as habilidades e os
conhecimentos que possibilitam: a ação e a compreensão, a prevenção na comunidade, a
identificação das situações de ameaças, riscos, vulnerabilidades e perigo, a ativação do
senso de responsabilidade, a percepção para a prevenção; citaram, também, as informações
do município até então desconhecidas, a disponibilização de materiais (folders); como
sugestão, referiram: visitas ao campo, a continuidade do curso, trabalhar outros temas,
entre eles, ambiente e saúde, realizar pré-treinamento de ações de preparação e resposta
aos desastres e a parceria com a Universidade.
Os participantes envolvidos no projeto identificaram as organizações comunitárias
sociais existentes, fortalecendo a atuação que podem exercer e, reconheceram as ameaças,
as relações sociais envolvidas nas situações de vulnerabilidade, mas, também, a
mobilização comunitária e a utilização e os cuidados com o ambiente, os quais são
indispensáveis para os alicerces da capacidade de resiliência comunitária.
Quanto às dificuldades encontradas, destaca-se: a comunicação interna (direção,
professores e alunos) na Escola Estadual, o que inviabilizou o prosseguimento das
atividades diante da não realização das oficinas por falta de articulação interna na Escola;
as alterações no quadro de funcionários da prefeitura, com o desligamento de técnicos, às
vésperas da realização do curso, prejudicando a formação do grupo. Em relação aos
eventos naturais, vendavais e marés de tempestades, verificados no município, são
praticamente inexistentes os estudos relativos a estes fenômenos, voltados à gestão de
desastres como sistema de alerta, banco de dados e estudos específicos para a região Sul de
Santa Catarina.
Conclusão
Acreditamos que o objetivo de reunir ensino, pesquisa e extensão, por meio de
atividades de promoção da prevenção e mitigação de riscos de desastres naturais foi
alcançado. A associação com o ensino esteve presente quando da realização da orientação
docente e da aplicação dos conhecimentos acadêmicos por parte da equipe. As atividades
possibilitaram, aos alunos extensionistas, interagir com o Ensino Básico, de forma ativa,
instruindo, orientando e produzindo materiais a partir da abordagem realizada.
Acrescentam-se as horas complementares que são incorporadas ao currículo do acadêmico.
A pesquisa se mostrou necessária para o entendimento dos conceitos, dos diferentes
processos que envolvem a temática, da investigação dos eventos naturais extremos e suas
consequências para o município de Laguna. Foi de significativa importância a participação
da comunidade no estudo, quando os participantes, conhecedores da realidade, por meio do
desempenho do seu trabalho, elencaram as vulnerabilidades e as ameaças que conferem
situações de risco, esboçando um diagnóstico do município. A contribuição da
universidade é fundamental na busca de melhorias sociais e na aplicação do conhecimento
relativo às áreas imprescindíveis à proteção, à qualidade de vida, à equidade social, à
administração de desastres e à manutenção da resiliência dos ecossistemas locais.
Quanto à colaboração na efetivação dos trabalhos da Defesa Civil, partindo da
afirmação de que a Defesa Civil Municipal é toda a comunidade, acreditamos que
habilidades se fomentaram, percepções foram aguçadas e o público ciente e disposto a
contribuir com a efetivação daquela.
O diagnóstico apontou as vulnerabilidades econômicas, sociais e culturais,
distribuídas nas localidades e bairros, comuns em alguns elementos e diferenciados em
outros, apontando a diversidade do município, de acordo com as atividades exercidas pela
população, as características geográficas, a organização comunitária e a presença do poder
público.
Referências bibliográficas
PHILIPPI JUNIOR, Arlindo; SALLES, Cintia Philippi; SILVEIRA, Vicente Fernando.
Saneamento do meio em emergências ambientais. In. PHILIPPI JUNIOR, Arlindo (editor).
Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável.
Barueri, São Paulo: Manole, 2005. (coleção Ambiental).
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 16. Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
PROPOSTA DE AÇÃO DO PROJETO MÃOS À OBRA PARA ASSOCIAÇÃO
DOS MORADORES DO BAIRRO BOA SAÚDE, EM NOVO HAMBURGO/RS.
Área Temática:
Meio Ambiente
Instituição:
Universidade Feevale
Resumo:
O município de Novo Hamburgo está localizado no Vale dos Sinos, a 40 km de Porto
Alegre/RS. A cidade, fundada por imigrantes alemães, possui o título de Capital Nacional
do Calçado, tem área de 223,6km², 27 bairros e mais de 255 mil habitantes. O Mãos à Obra
é um projeto de extensão continuado do Curso de Arquitetura e Urbanismo, mas que tem
uma proposta interdisciplinar pois envolve os cursos de Engenharia Eletrônica e Design da
Universidade Feevale. Tem como objetivo atuar em pelo menos uma área de interesse
social por ano, a fim de capacitar pessoas e/ou qualificar ambientes, construídos ou não
construídos (praças, vias,...), visando à melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente.
Em 2011 está atuando em duas áreas: a Vila Iguaçú e o Bairro Boa Saúde. Este artigo
abordará o trabalho desenvolvido junto a esta última comunidade. O método de trabalho
foi dividido em sete etapas que ocorrem ao longo do ano: 1) Diagnóstico; 2) Proposta de
ação; 3) Estudo de viabilidade da ação; 4) Busca de parceiros; 5) Apresentação da proposta
de ação para a comunidade; 6) Ação e, 7) Avaliação da ação. Atualmente o projeto
encontra-se na etapa de busca de parceiros e captação de pessoas para o trabalho
comunitário. A extensão possibilita aos acadêmicos a integração com a comunidade
perante o entendimento de suas necessidades e proposta de soluções para as demandas. Os
resultados obtidos são, entre outros, a aprendizagem neste convívio e também a proposição
de melhoria dos espaços diagnosticados.
Palavras-chave:
Arquitetura, áreas de interesse social, interdisciplinaridade.
Introdução:
Desde 1980 o número de assentamentos precários em Novo Hamburgo vem crescendo em
larga escala. Em 2000 o IBGE contabilizava 9.624 domicílios em assentamentos precários
(13,78% dos Domicílios Particulares Permanentes), com uma população de 36.761 pessoas
(15,91% da população urbana). Em 2010 estima-se que sejam 10.750 (LATUS 2010).
Entendendo que a Arquitetura e o Urbanismo têm um papel fundamental na busca da
resolução ou minimização destes problemas, o Projeto de Extensão Mãos à Obra tem como
objetivo capacitar pessoas e/ou qualificar ambientes, construídos ou não construídos
(praças, vias,...), visando à melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente. A equipe é
formada por três professores e uma bolsista remunerada, mas também tem abertura para a
participação de acadêmicos de diversas disciplinas e voluntariado. O público alvo do
projeto abrange principalmente pequenas comunidades carentes inseridas em áreas de
interesse social do município de Novo Hamburgo. O projeto também busca abordar
questões como: a) pesquisa e construção de protótipos e dispositivos que visam melhorar
as condições de comunidades carentes em termos de eficiência energética e
sustentabilidade; b) desenvolvimento de produtos ou objetos sustentáveis, alternativos e de
baixo custo e, c) transversalidade do conhecimento, envolvendo outros cursos de
graduação (Design e Engenharia Eletrônica).
Ainda no ano de 2010, a líder do projeto contatou a Secretaria da Habitação (SEHAB) do
município de Novo Hamburgo e realizou, juntamente com representantes da mesma, uma
visita a diversas áreas de interesse social para que fossem escolhidas as comunidades a
serem atendidas em 2011. Duas foram escolhidas: o Bairro Boa Saúde (com foco na Sede
da Associação dos Moradores) e a Vila Iguaçú, uma pequena comunidade inserida no
Bairro Canudos. A escolha se deu pela precariedade e também por haver uma forte
liderança nas mesmas.
Material e Metodologia:
O Bairro Boa Saúde possui uma área de 6,90km², o que corresponde a 10,12% da área do
município de Novo Hamburgo (SCHÜTZ, 2001). O bairro é também um dos mais
populosos do município, com 11.104 habitantes (PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVO
HAMBURGO, 2011), entretanto, as áreas verdes e áreas de lazer são praticamente
inexistentes no bairro (SCHÜTZ, 2001).
O método de trabalho utilizado pelo Projeto Mãos à Obra para o Bairro Boa Saúde foi
dividido em sete etapas que serão brevemente descritas a seguir:
1) Diagnóstico (entre março e abril): Primeiramente, fez-se contato com a Associação de
Moradores do bairro. Após, apresentou-se a proposta do projeto ao líder comunitário,
buscando saber a aceitação do trabalho pela comunidade. Como a resposta foi positiva, o
passo seguinte foi a realização de uma reunião com os moradores buscando levantar
demandas. Também foi realizada uma oficina sobre eficiência energética intitulada “Boas
práticas para redução do consumo de energia em sua casa”, atividade organizada pelo
professor do Curso de Eng. Eletrônica, mas desenvolvida e apresentada aos moradores
pelos acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental.
2) Proposta de ação (entre maio e junho): Constituiu-se do plano de trabalho passível de
ser desenvolvido, de acordo com os dados verificados na reunião com os moradores. O
plano de ação proposto para a Associação dos Moradores será detalhado nos resultados.
3) Estudo de viabilidade da ação (junho): Se caracterizou pela estimativa de custos e busca
de parceiros para o auxílio do financiamento e realização da ação (doação de materiais,
mão de obra, recursos humanos, transporte,...).
4) Busca de parceiros (entre junho e agosto): para a realização das ações através de
recursos financeiros, humanos ou de materiais e ferramentas.
5) Apresentação da proposta para a comunidade (junho): Depois de verificada a viabilidade
da proposta, fez-se a apresentação desta ao vice presidente da Associação, que a discutiu
com a diretoria. Após, fez-se o cronograma para implementação da ação.
6) Ação (agosto): propôs-se a realização de cursos para a qualificação dos ambientes
diagnosticados. A ação, quando se tratar de intervenção física, deve contar
obrigatoriamente com a participação dos beneficiados.
7) Avaliação da ação: a ser desenvolvida pela equipe do Mãos à Obra em conjunto com os
beneficiados.
No Bairro Boa Saúde, o trabalho encontra-se, no momento, na fase da busca de parceiros
para que as propostas possam ser realizadas.
Resultados e Discussões:
A reunião com os moradores aconteceu em março tendo como finalidade a captação de
demandas. Embora tenha havido uma boa divulgação desta atividade através de jornais
locais, rádio e cartazes, além do convite dos próprios membros da diretoria, apenas nove
pessoas compareceram. Entretanto, os participantes eram pessoas atuantes na comunidade
(funcionários da Prefeitura Municipal, integrante de uma ONG, diretoria da Associação).
A reunião iniciou com a apresentação do Projeto Mãos à Obra e após o espaço foi aberto
para os moradores para que estes relatassem os pontos positivos e negativos do bairro, a
fim de se ter o diagnóstico e as demandas. A seguir, estas serão brevemente discutidas:
1) Quadra de futebol destinada para crianças e adultos. O bairro tem uma tradição de
jogos de futebol nos finais de semana, que geralmente ocorrem na rua, pois a
quadra mais próxima está no Bairro Primavera ou na escola.
2) Iluminação da Sede da Associação dos Moradores do Bairro Boa Saúde. As
luminárias estão precárias e algumas delas não funcionam. O nível de iluminação é
baixo para as atividades voltadas aos cursos oferecidos no local.
3) Entrada de energia na Sede da Associação dos Moradores do Bairro Boa Saúde.
Está em desacordo com o regulamento da concessionária de energia.
4) Reboco interno e externo da Sede da Associação dos Moradores do Bairro. As
paredes externas estão sem reboco e as internas possuem um chapisco grosso.
5) Instituição Ilda Maciel. Trabalha com a coleta de resíduos para geração de renda
para uma festa de final de ano destinada às crianças carentes do bairro.
Diante das demandas levantadas, a líder do Projeto Mãos à Obra se reuniu com o líder da
Associação dos Moradores no mês de maio e apresentou o seguinte plano de ação que foi
discutido com a diretoria buscando priorizar as ações.
1) Quadra de futebol. Por ser uma obra de grande porte e existe a possibilidade de ser
construída pela Prefeitura Municipal, o Projeto Mãos à Obra não terá capacidade de
realizá-la, mas compromete-se a verificar junto à Prefeitura a situação da execução
desta obra e dar um retorno à Associação.
2) Projeto de Iluminação para a Sede da Associação dos Moradores do Bairro Boa
Saúde. O Projeto Mãos à Obra, em parceria com o Laboratório de Conforto
Ambiental da Universidade Feevale, elaborou o projeto de iluminação. Foram
apresentadas à diretoria da Associação diversas propostas envolvendo variados
tipos de lâmpadas, luminárias e estimativa de custo de energia mensal para que se
tivesse uma melhor apreciação das propostas.
3) Curso de Instalação Elétrica: Esta atividade visa capacitar os moradores e membros
da diretoria a realizar a instalação das luminárias, que anteriormente foram
projetadas e especificadas, além de qualificar a rede elétrica que as alimentará.
4) Qualificação da entrada de energia da Sede da Associação dos Moradores. Propôs-
se o projeto de entrada de energia para a sede que, atualmente, encontra-se em
desacordo com a concessionária de energia local. Esta demanda inclui a
capacitação para realizar a nova entrada de energia, que acontecerá no mês de
julho. As duas capacitações na área de energia estão sendo organizadas pelo
professor do Curso de Engenharia Eletrônica.
5) Reboco interno e externo da Sede da Associação dos Moradores. Por se tratar de
extensas áreas de parede, que envolvem muitos recursos financeiros, de tempo e de
pessoas para a realização, o Projeto Mãos à Obra não poderá atender a esta
demanda, mas poderá realizar a capacitação de pessoas interessadas em fazer a
execução ou realizar quantitativo de materiais e especificação de produtos.
6) Qualificação do espaço exterior à Sede da Associação dos Moradores. Apesar de
ser uma demanda não levantada pelos moradores na primeira reunião, o Projeto
Mãos à Obra disponibilizou-se a fazer o projeto e execução ou somente o projeto
paisagístico da área.
7) Trabalho com a Instituição Ilda Maciel. Neste caso, foi feita uma proposta a parte
da apresentada à Associação dos Moradores. Como esta instituição coleta resíduos
diversos e como o projeto tem como objetivo o desenvolvimento de objetos com
materiais alternativos e de baixo custo, planejou-se uma atividade que pudesse aliar
estas demandas. Para tal, foi feita uma oficina cujo objetivo foi resgatar as
brincadeiras infantis de antigamente, através do relato de pessoas adultas. Contou
com a participação de dez crianças e nove adultos. Esta oficina foi desenvolvida
pela professora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design da Feevale, junto
com a turma de Mobiliário, do Curso de Design. Crianças e alunos fizeram os
desenhos dos brinquedos relatados. Após, os acadêmicos desenvolveram o projeto e
a fabricação destes, montando um kit para ser levado à Instituição para que as
próprias crianças possam aprender a confeccioná-los.
Conclusão:
O Projeto Mãos à Obra é um projeto continuado em que, grande parte dos resultados será
visto em longo prazo, no período de um ano. Entretanto, algumas conclusões já podem ser
esboçadas. Percebemos que a comunidade está dividida em núcleos (escola, igrejas e a
Associação de Moradores) e que estes não se integram. A falta de ações coletivas destes
núcleos diminui a força da comunidade e a participação nas atividades. A Associação de
Moradores do Bairro luta com o trabalho voluntário da diretoria. Houve pouca participação
dos moradores do bairro no projeto, apesar da ampla divulgação em jornais e rádios da
cidade. Por isso, as ações foram voltadas para as melhorias na Sede da Associação, que
atualmente abriga vários trabalhos sociais desenvolvidos pela Prefeitura Municipal e
Governo Federal (Pró-Jovem, Terceira Idade, cursos de costura,...). Como resultado
também pode-se apontar que a interdisciplinaridade trouxe ganhos ao projeto de extensão e
aos acadêmicos envolvidos pois tiveram a oportunidade de expandir seus horizontes
mediante o convívio com a comunidade, além de empregarem seus conhecimentos
desenvolvendo propostas que visam o benefício coletivo.
Referências:
LATUS – Consultoria, Pesquisa e Assessoria de projetos. Diagnóstico para o Plano local
de habitação de interesse social – PLHIS - Novo Hamburgo/RS, 2010. Jun. 2010.
MUNICÍPIO DE NOVO HAMBURGO. Dados Gerais. Disponível em:
<http://www.novohamburgo.rs.gov.br/modules/catasg/novohamburgo.php?conteudo=140>
. Acesso em: 22 jun. 2011.
SCHÜTZ, Liene M. Martins. Os Bairros de Novo Hamburgo. Gráfica Sinodal, 2001.
REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL DE PROPRIEDADES RURAIS DE BASE
FAMILIAR: PROCESSOS DE AVERBAÇÃO DAS RESERVAS LEGAIS E
SISLEG
Resumo: O presente trabalho teve por objetivo viabilizar o cadastro dos processos
de adequação ambiental e averbação das reservas legais de acordo com Código Florestal e
SISLEG em 30 propriedades rurais de base familiar. Para tal, formou-se uma equipe
técnica composta por um engenheiro agrônomo, dois graduandos em agronomia,
coordenados por um professor, visando dar assessoria direta aos produtores em todas as
etapas que compõem o processo. De modo geral, as inadequações dizem respeito às Áreas
de Preservação Permanente (APP), enquanto que as áreas passíveis de averbação para
Reserva Legal (RL) mostram-se excedentes. Os valores métricos demonstram condição
favorável para a adequação ambiental das propriedades, sendo necessária apenas a
formalização frente às medidas legais da averbação da reserva legal e SISLEG. No
decorrer dos processos, identificaram-se entraves e diferentes situações que se mostraram
complexos para a equipe técnica. Deve-se observar que dentre as propriedades, apenas uma
não pode ser encaminhada por motivos ambientais. Frente aos entraves observados,
tornou-se possível concluir três processos ao término do prazo estabelecido. Pode-se
concluir que os entraves dos processos de averbação e SISLEG não se encontram na
propriedade, mas em aspectos burocráticos que envolvem os processos legais.
Palavras-chave: Código Florestal Brasileiro, Extensão Rural
Introdução
Material e Metodologia
Resultados e Discussão
As propriedades selecionadas abrangeram área total de 256,7 ha, todas sob sistema
de base familiar. Pode-se verificar que, de modo geral, as inadequações dizem respeito às
APP, enquanto que as áreas passíveis de averbação para RL mostram-se excedentes.
Mesmo que as APP mostrem-se insuficientes, pode-se verificar que a adequação
destas unidades é de fácil alcance, visto que a área a ser restituída equivale 3% da área total
estudada (Tabela 1). Essas inadequações devem ser sanadas, visto a função ambiental que
as mesmas exercem para toda a sociedade (KRUPEK & FELSKI, 2006; LACERDA &
FIGUEIREDO, 2009), e os produtores rurais em questão possuem a consciência da
importância da manutenção destas áreas específicas.
Tabela 1 – Valores métricos em área (ha) e porcentuais no que diz respeito às Áreas de Preservação Permanente
(APP) em função da área total trabalhada
Área (ha) Porcentagem (%)
Área total 256,75 100
APP exigida 38,51 15
APP existente 30,81 12
APP a recuperar 7,7 03
Já, no que diz respeito às áreas passíveis de averbação como RL, visualiza-se
situação oposta às APP (Tabela 2). Esses excedentes podem ser justificados à íntima
relação entre as áreas de vegetação nativa e o produtor rural, pois estas são fontes de
alimentos (frutas nativas, madeira, erva mate e outros).
Tabela 2 – Valores Métricos em área (ha) e porcentuais no que diz respeitos às áreas passíveis de averbação
como Reserva Legal (RL) em função da área total observada
Conclusões
Referências Bibliográficas
GALETTI, M., PARDINI, R., DUARTE, J.M.B., SILVA, V.M.F., ROSSI, A. & PERES, C.A. Forest
legislative changes and their impacts on mammal ecology and diversity in Brazil. Biota Neotrop. Volume
10, n. 4. http://www.biotaneotropica.org.br/v10n4/en/abstract?article+bn00710042010.
KRUPEK, R.A.; FELSKI, G. Avaliação da Cobertura Ripária de Rios e Riachos da Bacia Hidrográfica do
Rio das Pedras, Região Centro-Sul do Estado do Paraná. Revista Ciências Exatas e Naturais, vol. 8 n º 2,
Jul/Dez 2006
LACERDA, D.M.A.; FIGUEIREDO, P.S. Restauração de matas ciliares do rio Mearim no município de
Barra do Corda-MA: seleção de espécies e comparação de metodologias de reflorestamento. ACTA
Amazônia, vol. 39, n. 2, p. 2009.
MARTINELLI, L.A., JOLY, C.A., NOBRE, C.A. & SPAROVEK, G. The false dichotomy between
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http://www.biotaneotropica.org.br/v10n4/en/abstract?point-of-view+bn00110042010.
SILVA, J.A.A.; NOBRE, A.D.; MANZATTO, C.V.; JOLY, C.A.; RODRIGUES, R.R.; SKORUPA, L.A.;
NOBRE, C.A.; AHRENS, S.; MAY, P.H.; SÁ, T.D.A. ; CUNHA, M.C.;RECH FILHO, E.L. O Código
Florestal e a Ciência: contribuições para o diálogo. São Paulo: Sociedade brasileira para o Progresso da
Ciência, SBPC, Academia Brasileira de Ciências, ABC. 2011, 124 p.
RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL
Área temática: Meio ambiente
Responsável pelo trabalho: Marina Cardoso de OLIVEIRA1
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus de Paranaíba (UFMS/CPAR)
Autores: Jefferson Lack da SILVA2; Lays Marques ARRUDA3
Resumo:
Frente ao notório descaso com o planeta e seus recursos naturais é de suma importância a
conscientização daqueles que serão os verdadeiros herdeiros do nosso planeta. O referente
trabalho é parte das ações de um projeto maior e tem como objetivo principal relatar a
experiência de educação ambiental realizada em uma escola particular da cidade de
Paranaíba (MS). Por meio das oficinas de educação ambiental buscou-se conscientizar as
crianças sobre o meio ambiente, o consumo consciente e a reciclagem. Semanalmente eram
realizados encontros com turmas do quarto e quinto ano. Como recursos educativos foram
utilizados : colagem, origami, reciclagem, gincanas de arrecadação de materiais recicláveis
e plantio de árvores. Tudo isso visando o educar as crianças em relação à preservação do
meio ambiente, por meio de discussões sobre mudanças de hábitos que podem ser
aplicados no cotidiano. Durante os trabalhos, obteve-se excelentes resultados, como plantio
de árvores na escola, oficina de artesanato com materiais recicláveis e doação de materiais
recicláveis para a COOREPA. Conclui-se que por se tratar de um projeto piloto, os
resultados foram positivos, servindo como base para o planejamento de novas ações.
INTRODUÇÃO
Muitas vezes, a educação ambiental é tomada como um recurso operatório para
enfrentar problemas ambientais, implicando na redução de sua perspectiva educacional. As
propostas ficam centradas na promoção de ações ou na resolução de problemas e pouco na
formação dos educandos.
1
Professora Assistente UFMS/CPAR. Coordenadora do Projeto. Email: [email protected]
2
Graduando em Psicologia UFMS/CPAR.
3
Graduanda em Psicologia UFMS/CPAR.
1
O projeto no campo da educação ambiental será sempre algo que se insere em uma
realidade complexa, dinâmica, com quase todos os limites difusos ou inexistentes,
envolvendo uma grande diversidade de atores e instâncias sociais.
A educação ambiental na vivência humana é importante porque faz com que o
indivíduo passe a perceber a sua responsabilidade sobre o que acontece no mundo e sua
participação, criando novos conceitos que possam ser inseridos no dia-a-dia de cada ser.
Do ponto de vista educativo, a realização de ações constitui oportunidades para ampliar a
percepção quanto à complexidade da questão ambiental e para exercitar: o trabalho em
equipe, a responsabilidade perante o grupo.
Neste sentido, cientes da importância da Educação Ambiental para a formação dos
cidadãos do futuro, o projeto “Cooperativa Recicla Paranaíba(COOREPA): educar para
reciclar”, tem entre suas ações uma proposta voltada à educação ambiental de crianças do
ensino fundamental. O presente trabalho tem por objetivo relatar uma experiência de
educação ambiental realizada, com crianças do 4º e 5º ano do ensino fundamental de uma
escola particular da cidade de Paranaíba (MS).
METODOLOGIA
O trabalho de educação ambiental foi realizado com quatro turmas do 4º e 5º ano
do ensino fundamental de uma escola da rede particular de ensino de Paranaíba (MS).
Como recursos educativos foram utilizados: colagem, origami, reciclagem, gincanas de
arrecadação de materiais recicláveis e plantio de árvores. As atividades eram realizadas
semanalmente sob coordenação de dois acadêmicos do curso de Psicologia, totalizando 9
encontros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 - Construindo um sentido para o meio ambiente. Neste encontro foi feito colagem a
partir de fotos do meio ambiente e foi discutido o sentido demeio ambiente percebido pelas
crianças e a importância da preservação do planeta.
2 – Consumo consciente. Foi discutido o que é consumo consciente, o uso dos 3”R”
(reduzir, reciclar e reutilizar) e o tempo de degradação dos materiais.
2
3 – Plantando a primeira semente. Cada turma plantou um árvore no canteiro da escola
significando o inicio de um novo relacionamento com o meio ambiente. Ainda foi
discutido o consumo da água e do papel.
5 – Conhecendo uma História de Vida. Um cooperado da COOREPA foi até a escola para
mostrar e contar sua vida, como funciona a cooperativa e incentivar o a coleta seletiva.
9 – Encerramento
CONCLUSÕES
Os resultados mostraram que o Projeto Educação Ambiental fez diferença na
escolas trabalhada, no comportamento das crianças e na família dos alunos. Foi visível
para o grupo, a escola e os professores a vontade de mudança nas crianças. O lixo de várias
famílias que antes não eram recolhidos de maneira correta, agora com a parceria da
COOREPA é possível coletar mais materiais recicláveis que provavelmente estariam
3
poluindo o meio ambiente. Além das novas atitudes dos alunos e da escola, que foi a todo
o momento acolhedora, percebe-se que novas consciências foram formadas e a importância
da educação ambiental direcionada às crianças. De modo geral, conclui-se que, por se
tratar de um projeto piloto, os resultados foram positivos, servindo como base para o
planejamento de novas ações.
4
REVITALIZAÇÃO DA TRILHA ECOLÓGICA DO RIO MOCAMBO EM
URBANO SANTOS, MARANHÃO
2. MATERIAIS E METODOLOGIA
A Trilha Ecológica do Rio Mocambo situa-se na fazenda Santo Amaro, área de
propriedade da Suzano Papel e Celulose, localizada no município de Urbano Santos
(3º12'28''S; 43º24'12''), nordeste do Maranhão. Segundo Figueiredo (2003), a área da
fazenda é composta por um fragmento de mata mesófila semidecídua secundária e pela
mata ciliar do rio Mocambo. A propriedade apresenta ainda áreas abertas, áreas de
plantação de eucalipto e clareiras naturais.
A trilha ecológica foi implantada em 1999 com o objetivo de realizar atividades
de educação ambiental destinadas principalmente aos moradores da cidade, mas
encontrava-se desativada. A fazenda também funciona como área de pesquisa da
Universidade Federal do Maranhão e abriga um centro de triagem de ninhos,
provenientes de processo de resgate da fauna de abelhas nativas, um meliponário-escola
e uma base de pesquisa (figura 1).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a revitalização da Trilha Ecológica do Rio Mocambo, foram realizadas
mudanças na estrutura física, elaboração de conceitos ecológicos e dinâmicas
pedagógicas relacionados à educação ambiental e capacitação de monitores. A trilha foi
pensada para ser visitada por crianças e adolescentes, principalmente. Trabalhos como o
de Seniciato & Cavassan (2004) apontam para a eficácia do uso de trilhas interpretativas
nas questões referentes à educação ambiental para os ensinos fundamental e médio, por
favorecer o desenvolvimento de emoções e sensações que podem auxiliar na
aprendizagem de conteúdos à medida que os alunos recorrem a outros aspectos de sua
própria condição humana, além da razão, para compreenderem os fenômenos.
Antes da revitalização, a trilha iniciava-se no rio Mocambo e percorria um
caminho dentro da mata ciliar e da mata semidecídua, passando por sete largos que
levam o nome popular de algumas espécies vegetais do local (Eucaliptal, Jatobá,
Camaçari, Mirindiba, Sapucaia, Figueira e Pitomba-de-leite). As mudanças no percurso
da trilha incluíram a substituição dos bancos e das placas que já existiam nos largos e a
construção de um gazebo e de novo um largo nas margens do rio, chamado de largo do
rio Mocambo. Foi proposta a inversão do percurso original da trilha, que passou a ser
iniciado no meliponário-escola e terminado no largo às margens do rio, já que ele é a
principal atração cênica-paisagística da trilha (figura 1).
Os temas e as dinâmicas pedagógicas abordados durante o percurso da trilha se
fundamentaram na captação e tradução das informações do meio ambiente, com a
finalidade de obter o resgate do significado e do valor da interação pessoa/paisagem,
para que os valores relacionados à proteção e sensibilização ambiental possam ser
compreendidos, conforme proposto por Guimarães (2004). Durante o percurso, são
levantas questões quanto à degradação e conservação da natureza, meliponicultura,
sustentabilidade, reflorestamento, dentre outros. Abordar temas ecológicos em um
ambiente natural tem sido apontado como uma eficaz metodologia, já que envolve e
motiva crianças e jovens nas atividades educativas. Essa contribuição para a
aprendizagem pode ser decorrência da abordagem menos fragmentada do
conhecimento, possível pela observação dos fenômenos naturais na complexidade e
integralidade com que se apresentam na natureza (Seniciato & Cavassan, 2004)
Como último passo da revitalização, foram selecionados professores e
moradores da região como monitores da trilha. Para isso, foi realizado um curso de
capacitação de monitores pelo grupo PET-Biologia/UFMA, que envolvia atividades
teóricas e práticas. O curso também foi um importante espaço de discussão sobre a
conservação ambiental no município de Urbano Santos, servindo para o
amadurecimento em relação às questões ambientais não só dos os alunos do curso, mas
também dos realizadores. A interação com a comunidade também foi fundamental para
projeto, pelas valiosas informações históricas e culturais da região que foram
incorporadas à trilha.
4. CONCLUSÃO
A revitalização da Trilha Ecológica do Rio Mocambo envolveu não somente
questões relacionadas à educação ambiental, mas também informações históricas e
culturais da região, que foram obtidas a partir do envolvimento da comunidade com a
trilha. A interação com a comunidade foi, então, fundamental para o desenvolvimento e
conclusão do projeto.
5. BIBLIOGRAFIA
AZAMBUJA, A. K.; FERNANDES, F. R. & RODRIGUES, A. A. F. Comparação de
duas comunidades de aves no nordeste do Maranhão. In: Congresso Brasileiro de
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GUIMARÃES, S. Dimensões da Percepção e Interpretação do Meio Ambiente:
vislumbres e sensibilidades das vivências na natureza, OLAM. Ciência & Tecnologia,
Rio Claro, v. 5, n. 1, p. 202-219, 2004.
LOPES, G.P. Educação ambiental e as trilhas interpretativas da natureza.
Monografia - Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos, São João da
Boa Vista. 2004.
OLIVEIRA, J. A.; GONÇALVES, P. R. & BONVICINO, C. R. Mamíferos da caatinga.
In: I.R. Leal, M. Tabarelli & J.M.C. Silva (eds.). Biodiversidade, ecologia e
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SENICIATO, T. & CAVASSAN, O. Aulas de campo em ambientes naturais e
aprendizagem em ciências – um estudo com alunos do ensino fundamental. Ciência &
Educação, v. 10, n. 1, p. 133-147, 2004.
RIOS URBANOS: UM NOVO OLHAR
Resumo
Os ambientes fluviais são espaços com características físico-ambientais importantes,
interagindo com diversos processos naturais que ocorrem em nosso planeta. Entretanto,
com a urbanização, é comum a sua degradação, resultando no afastamento físico, social e
cultural da população em relação aos rios e córregos urbanos. Neste sentido, este projeto
visa disseminar o conhecimento científico e técnico em relação à dinâmica da água no
meio urbano e os impactos decorrentes do processo de urbanização, sensibilizando e
capacitando indivíduos e grupos sociais da importância da conservação, preservação e
recuperação dos ambientes fluviais. Realizado em parceria com a Secretaria Municipal de
Educação da Prefeitura de Poços de Caldas e a Emater-MG, o projeto tem como principal
linha de ação o desenvolvimento de atividades de educação ambiental com alunos da rede
pública de forma interativa e dinâmica. O projeto se desenvolve em duas etapas. Na
primeira, são apresentados os conceitos relativos à temática do projeto a partir dos quais os
alunos levantam questões negativas, positivas e contribuições pessoais com relação ao uso
sustentável d‟água e selecioná-las a fim de compor as casas de um Jogo de Tabuleiro
denominado “Uso Sustentável d‟Água”. Além disso, elaboram as regras e ilustrações para
cada uma das casas do jogo. Já, na segunda etapa, os alunos utilizam o jogo e realizam uma
visita monitorada a um ponto de um curso d´água próximo a escola. Ao final das
1
Coordenador do projeto de extensão;
2
Co-Coordenadora do projeto de extensão;
3
Co-Coordenador do projeto de extensão;
4
Parceira do projeto de extensão;
5
Bolsista do projeto de extensão.
atividades, é possível observar que a metodologia contribui para assimilação dos conceitos
ambientais.
Introdução
O ambiente fluvial estabelece diversas interações ecológico-funcionais, dando
suporte para o desenvolvimento de diferentes espécies da fauna e flora. A sua preservação
e conservação contribui também para a melhora do microclima e da paisagem. Porém,
apesar da importância destas áreas, é recorrente no processo de urbanização a sua
degradação, acarretando na sua desvalorização e no consequente afastamento da
população.
A cidade de Poços de Caldas possui a sua história de formação associada à água, em
especial as fontes hidrotermais. Porém, apesar da existência deste importante recurso, é
comum a ocupação inadequada de margens e encostas, principalmente no período de
expansão após a década de 80. Segundo MORETTI (2000), o crescimento da população
das cidades e o maior volume e toxicidade dos resíduos gerados ampliaram o desrespeito e
trouxeram a morte para muitos rios em todo o planeta.
Neste contexto, a inserção de temas e conceitos ambientais pode colaborar para a
reavaliação de valores e atitudes, de caráter individual e coletivo. O conhecimento
contribui para aumentar a percepção e provocar a uma nova consciência nas relações entre
o ser humano, a sociedade e a natureza, além de incentivar a busca por soluções para
problemas ambientais locais e nacionais.
Como local para o desenvolvimento das ações do projeto foi adotada, inicialmente, a
Escola Municipal Washington Luís. Esta instituição apresenta-se localizada na Bacia do
Córrego Vai e Volta e atende cerca de 500 alunos do ensino fundamental (5° ao 9° ano)
provenientes de bairros, predominantemente, de classe média do município de Poços de
Caldas-MG. Está bacia possui desde trechos preservados até setores extremamente
impactados pela ocupação urbana, o que de acordo com GRANZIERA (2001) pode ser
caracterizado como uma forma de ocupação em desrespeito à lei.
O Processo Educativo que tomamos como base para este projeto tem como premissa
o diálogo e a troca de experiências, respeitando às especificidades individuais e coletivas,
assim como cultura e as condições ambientais do entorno. A participação e a integração
dos participantes são fomentadas, construindo competências nos indivíduos para uma
atuação responsável em relação ao Meio Ambiente.
A apresentação conceitual reforçada pelo elemento lúdico representado pelo jogo
“Uso sustentável da água” torna-se uma importante ferramenta para que os conceitos e
ações sejam explorados em sua totalidade e multidisciplinaridade, trazendo assuntos atuais,
dicas e tudo o que há de mais moderno em proposta de Educação Ambiental. Os alunos
participaram ativamente da criação e produção do jogo, possibilitando o domínio desta
ferramenta. Desta forma, oferecemos um produto acessível, agradável e de qualidade e
ainda, permanente, que poderá ser reutilizado em outras séries por anos consecutivos, pois
todo o material utilizado na atividade passa a pertencer à escola parceira.
Neste sentido, o presente projeto de extensão tem por objetivo disseminar o
conhecimento científico e técnico em relação à dinâmica da água no meio urbano e os
impactos decorrentes do processo de urbanização, sensibilizando e capacitando indivíduos
e grupos sociais da importância da conservação, preservação e recuperação dos ambientes
fluviais.
Material e Metodologia
A metodologia deste trabalho contempla ações de educação ambiental voltadas
para alunos da rede pública municipal. As atividades do projeto foram divididas em duas
etapas e desenvolvidas com os alunos do 8°ano da Escola Municipal Washington Luís. Foi
feita uma seleção prévia, por parte dos professores da instituição, de 9 alunos de cada
turma do oitavo ano, totalizando 27 alunos. Posteriormente, estes farão o papel de
multiplicadores, realizando a dinâmica com os demais alunos da escola, além de
disseminar o conhecimento e sensibilizar pais, parentes e demais componentes de suas
relações pessoais. Para a realização das mesmas, contou-se com a colaboração do grupo de
extensão Universidade Sustentável, da Universidade Federal de Alfenas.
Na primeira etapa foi realizada uma dinâmica que promoveu a integração do grupo.
Feito isso, com o auxílio de banners, foram apresentados os conceitos relativos à temática
do projeto e as características da bacia hidrográfica na qual a escola está inserida.
Compreendidos tais conceitos, foram levantadas pelos alunos diversas questões negativas,
positivas e contribuições pessoais com relação ao meio ambiente. Dentre elas, foram
escolhidas pelos próprios alunos 10 questões de cada, que se tornaram a base para a criação
de um Jogo de Tabuleiro denominado “Uso Sustentável d‟Água”. Estas questões foram
avaliadas pela turma e conforme o entendimento do grau de relevância teve-se a
determinação de uma respectiva regra. Por fim, os alunos fizeram desenhos referentes aos
temas discutidos por eles.
Na segunda etapa, os desenhos e as regras definidas anteriormente, foram
organizados para que os alunos pudessem fazer uso do jogo. Além de proporcionar muita
diversão, este traz consigo informações importantes com relação à água e ao meio
ambiente de modo geral.
O jogo em questão é, basicamente, constituído por 31 casas com dimensões de uma
folha A4 (21 x 29,7 cm) e um dado de pano cuja aresta possui cerca de 15 cm. O “peão”,
neste caso, é o próprio jogador. Vence o jogo o participante que chegar ao fim primeiro,
desde que este obedeça todas as exigências realizadas pelas casas anteriores.
Outra atividade desenvolvida nessa segunda etapa foi a realização de uma visita
monitorada de um curso d‟água, próximo a escola, da bacia em estudo. A partir dessa visita
os alunos registraram suas observações em uma planilha, com itens relativos às
características do rio e do ambiente ao seu redor. Os monitores coletaram uma amostra de
água desse rio e realizaram a análise da quantidade de oxigênio dissolvido na mesma, além
do seu pH. Por fim, os alunos responderam a um questionário de avaliação do projeto.
Resultados e Discussões
Os banners foram importantes para subsidiar a participação dos alunos na criação do
jogo de tabuleiro „”Uso Sustentável d‟água”. Os alunos definiram os temas, regras e
ilustrações do jogo, contemplando informações importantes em relação à água e ao meio
ambiente de modo geral. O jogo foi organizado e doado a escola para seja utilizado
posteriormente pelos alunos participantes, que farão papel de multiplicadores do
conhecimento adquirido.
Nas observações registradas na planilha de campo, pode-se constatar o quão
proveitosa foi esta atividade, principalmente com relação ao aprendizado que tiveram sobre
a análise da qualidade d‟água. “O rio presente em vista da cidade não está tão poluído”,
citação de um aluno da escola em relação ao córrego Vai e Volta.
Nas respostas dadas no questionário de avaliação do projeto, tornaram-se evidentes
os pontos positivos e negativos do trabalho. Quanto aos positivos, destacam-se: o conteúdo
(interessante e de fácil compreensão), a conscientização em vista do assunto abordado, a
diversão proporcionada (em especial, pelo jogo), o aprendizado e o contato com situações
inovadoras. Já, com relação ao negativo, tem-se o curto período de duração das ações do
projeto na escola.
Conclusões
O desenvolvimento desta proposta possibilita a aproximação da Universidade com
os problemas vivenciados pela comunidade local, contribuindo para desencadear ações que
promovam mudança de posturas e melhorias ambientais e paisagísticas nas bacias
hidrográficas.
Em vista disso, a compreensão da situação sócio-econômica e físico-ambiental é
importante para produzir, de forma sustentável, conhecimento e decisões que contribuam
com a conservação, preservação e recuperação das bacias hidrográficas urbanas do
município de Poços de Caldas. Além dos benefícios para a população, este projeto
contribui para a formação de profissionais mais conscientes e preparados para enfrentar os
desafios ambientais, sociais, culturais e econômicos, desenvolvendo habilidades e
competências para ações em prol da sustentabilidade ambiental urbana.
O projeto pôde contribuir para uma mudança de percepção dos alunos quanto à
dinâmica dos cursos d‟água e do meio ambiente, contextualizando os problemas em
relação à realidade vivenciada. Tal fato se dá em decorrência do que compreenderam, tanto
com as atividades práticas, quanto com as teóricas.
Além disso, o caráter lúdico das atividades contribuiu para a interação e
envolvimento dos alunos. Espera-se que continuem com o mesmo empenho quando se
tornarem dispersores desse conhecimento.
Na continuidade do projeto há previsão de realização das ações em outras escolas
da rede pública de Poços de Caldas-MG, aperfeiçoando e ampliando o alcance do mesmo.
Referências Bibliográficas
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito de Águas: disciplina jurídica das águas
doces. São Paulo: Atlas, 2001.
RESUMO
1
Graduando Engenharia Ambiental pela Universidade FUMEC, participante do Projeto Rondon – Operação
Carajás 2011
2
Graduando Engenharia Ambiental pela Universidade FUMEC, participante do Projeto Rondon – Operação
Carajás 2011
Introdução
A Universidade Fumec foi escolhida para integrar uma ação a partir do Projeto
Rondon, programa do Ministério da Defesa que tem como objetivo envolver estudantes
universitários nas áreas com maior carência do país. Selecionada para agir em
Curionópolis, no Pará, a Universidade Fumec se baseou principalmente em medidas
educativas e projetos de infraestrutura urbana.
Material e Metodologia
A equipe selecionada para compor a ação teve como integrantes seis alunos de
Engenharia Ambiental, um de Administração e um de Jornalismo. Pensando em uma maior
eficiência nos trabalhos, ocorreu a divisão da equipe em grupos, nos quais duplas se
aprimoraram em assuntos específicos para uma aplicação mais objetiva.
2
Atuação na captação de líderes comunitários para atuação como
multiplicadores.
Resultados e Discussões
3
Em função da situação precária em relação ao esgotamento sanitário na qual o
município de Curionópolis se encontra, e tendo em vista a baixa disponibilidade de tempo
e recursos financeiros da equipe de Rondonistas, decidiu-se por utilizar um sistema de
tanques sépticos de menor capacidade, o que seria justificado também devido: i) o fato do
sistema receber apenas contribuições advindas de bacias sanitárias (águas negras); ii) As
águas cinzas (provenientes de lavabos e chuveiro) são desviadas para um sistema que
regulariza vazões e retém sólidos em suspensão, com posterior infiltração e percolação em
valas, no intuito de reduzir a contribuição ao sistema de tanques sépticos, o que auxilia no
adequado tempo de detenção hidráulica e permite manutenções mais espaçadas, que
ocorreriam anualmente. Esta segregação de efluentes é possível uma vez que as águas
residuárias provenientes do lavabo do banheiro possuem menor carga orgânica
(RAPOPORT, 2004) e vazão, podendo ser encaminhadas à infiltração em valas sob leito
de brita.
4
sanitária, visando não prejudicar a flora microbiana dos tanques, passando-se então ao uso
de álcool 70%; e evitar lançar papel higiênico na tubulação, o que compromete o volume
útil de tratamento e adianta os prazos de manutenção.
Conclusão
Por fim, tem-se que a universalização do acesso, como princípio fundamental das
diretrizes nacionais para o saneamento básico deve ser uma preocupação dos municípios
brasileiros e neste contexto, a atuação dos Rondonistas funcionou como fomento à tomada
de ação.
Referências
5
TRATAMENTO DE ESGOTO POR ZONA DE RAIZES: RELATOS DE UMA
EXPERIENCIA VIVENCIADA NUMA ESCOLA RURAL NO MUNICIPIO DE
CAMPOS NOVOS/SC
Eduardo Bello Rodrigues¹; Flávio Rubens Lapolli²; Mônica Aparecida Aguiar dos Santos³; Dirceu
Scaratti⁴
¹Engenheiro Sanitarista. Mestrando em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
²Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (UFSC). Doutor em Hidráulica e Saneamento
pela Universidade de São Paulo e Universidade de Montpellier II (França).
³Professora Adjunta do Departamento de Engenharia Rural (UFSC). Doutorado em Engenharia Agrícola pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
⁴Professor da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). Doutorado em Engenharia de Produção (UFSC).
Endereço¹: Ruas Caetano Carlos, 466 CEP: 89620-000 Fone: 49-35410844 Campos Novos/SC e-
mail: [email protected].
RESUMO
Um dos maiores problemas ambientais observado na zona rural brasileira é a falta de
sistemas de tratamento de efluentes sanitários adequados a realidade dessas comunidades.
O sistema de tratamento através da zona de raízes possibilita adequar-se as condições
locais devido ao seu baixo custo de implantação e manutenção, possibilidades de
aproveitar os recursos locais como plantas nativas e materiais alternativos para a
construção do filtro, além de evitar equipamentos elétricos para a aeração e condução do
tratamento dos efluentes. Nesse sentido o presente trabalho teve como objetivo principal
implantar e avaliar um sistema de tratamento de efluentes sanitários do tipo zona de raízes
e utilizá-lo como instrumento de educação ambiental numa escola rural do municipal de
Campos Novos/SC. O sistema foi implantado segundo os princípios da pesquisa-ação,
envolvendo as crianças da escola e a comunidade local, desde a sua construção até a sua
operação e manutenção. A eficiência do sistema implantado em termos de remoção de
DBO, DQO, NH₄, PO₄ e coliformes termotolerantes foram respectivamente: 73,4%,
80,6%, 73,4% e 62%. A partir dos resultados obtidos pode-se verificar que o sistema de
zona de raízes é bastante eficiente para o tratamento de efluentes sanitários em
comunidades rurais e uma excelente oportunidade de participação dos envolvidos na
solução de seus problemas ambientais.
INTRODUÇÃO
Atualmente, frente aos grandes problemas relacionados à falta de esgotamento
sanitário, várias tecnologias vêm sendo desenvolvidas e implementadas com vistas a
instaurar modelos viáveis para os diversos casos que carecem desses sistemas.
Quanto à natureza do atendimento, a Pesquisa Nacional em Saneamento Básico-
PNSB (IBGE, 2008) informa que a média brasileira é de 55% de municípios com coleta de
esgotos e desses apenas 51% tratam seus esgotos sendo o restante despejado em rios e
córregos.
Na zona rural, o déficit é de 97% para coleta de esgoto, sendo esta situação
agravada porque 38% das pessoas não possuem sanitários em suas residências e cerca de
50% fazem uso de fossas negras, que poluem o solo, atraem insetos e exalam mau cheiro.
(PNAD, 2006).
Este cenário é a realidade de grande parte da população da zona rural dos países em
desenvolvimento. Para alterar este quadro tem-se desenvolvido tecnologias apropriadas
para o tratamento de esgoto, com baixo consumo energético e custo de implantação e de
fácil operação e manutenção. O enfoque não tem sido apenas para as questões técnicas,
mas segundo Philippi (2007), tem sido frequente nas conferências da Internacional Water
Association – IWA, a discussão sobre as questões relacionadas à sustentabilidade da gestão
da água e conceitos de descentralização.
As ações técnicas para o saneamento básico esbarram sempre na não
sustentabilidade das tecnologias implantadas pela falta de políticas públicas focadas na
socialização dos conhecimentos de forma interativa, através de uma pedagogia
educacional, voltada para a importância da preservação ambiental. (THIOLLENT, 2005;
SANTOS, 2004).
O sistema de tratamento através da zona de raízes possibilita adequar-se as
condições locais devido ao seu baixo custo de implantação e manutenção, possibilidades
de aproveitar os recursos locais como plantas nativas e materiais alternativos para a
construção do filtro, além de evitar equipamentos elétricos para a aeração e condução do
tratamento dos efluentes.
A troca de informação contínua entre os pesquisadores e a população local, a
serem beneficiados com uma nova tecnologia, especificamente para o tratamento de
esgotos, possibilita um intercâmbio que é considerado tão importante quanto o
desenvolvimento da própria tecnologia, pois é nesta ação preliminar que se vai determinar
o sucesso ou fracasso da aplicação dessa nova tecnologia (VAN KAICK ET AL, 2008).
Neste sentido realizou-se o presente trabalho cujo objetivo principal foi o de buscar
a solução para o tratamento de efluentes sanitários através do sistema de zona de raízes
numa escola rural no município de Campos Novos/SC procurando envolver alunos e
comunidade local na solução do problema ambiental vivenciado.
MATERIAL E METODOLOGIA
O sistema de zona de raízes foi construído na Escola Municipal André Rebouças,
localizada no distrito da Barra do Leão, município de Campos Novos/SC, que atende cerca
de 190 alunos distribuídos em dois turnos. A produção de esgoto foi estimada em 4.750
litros diários, considerando uma produção de cerca de 25 litros/aluno xdia. Foram
construídos dois módulos, com área superficial de 77m² cada um. Uma unidade recebeu,
além do material filtrante composto por areia lavada, plantas nativas da espécie typha
domingensis conhecidas popularmente como “taboa” e a outra recebeu apenas o material
filtrante, uma vez que somente será utilizada após a colmatação da unidade em
funcionamento. A Figura 1 mostra o sistema de zonas de raízes concluído.
Figura 1 Sistema de zonas de raízes concluído.
Apresentação da proposta de trabalho; definição do Março a Abril/2010 Primeira visita à Escola André Rebouças; exposição do
local de implantação projeto à comunidade, funcionários da escola, secretário
da educação e prefeito municipal.
Definição do local e tipo de tratamento a ser Agosto/2010 Discussão com funcionários da escola e comunidade
utilizado local; exposição das plantas do projeto; esclarecimento
de dúvidas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A eficiência do sistema implantado em termos de remoção de DBO, DQO, NH₄,
PO₄ e coliformes termotolerantes foram respectivamente: 73,4%, 80,6%, 73,4% e 62%. A
partir dos resultados obtidos pode-se verificar que o sistema de zona de raízes é bastante
eficiente para o tratamento de efluentes sanitários em comunidades rurais e uma excelente
oportunidade de participação dos envolvidos na solução de seus problemas ambientais.
A partir de uma avaliação das didáticas de educação ambiental verificou-se um
incremento na percepção dos alunos quanto aos problemas vivenciados em sua
comunidade.
Os conteúdos ministrados foram aproveitados nas aulas de Ciências propiciando
um melhor entendimento dos conceitos envolvidos nos processos de tratamento do esgoto.
CONCLUSÃO
A implantação de tecnologias compatíveis com as condições ecológicas, sociais,
econômicas e culturais, traz importantes resultados para a sustentabilidade de um sistema,
pois o envolvimento da comunidade nas principais decisões incrementa a cidadania dos
envolvidos e consequentemente a responsabilidade de manterem um empreendimento de
posse da comunidade, pois o reconhece como parte integrante do ambiente natural e social,
qualidade de vida e desenvolvimento sustentável.
REFERÊNCIAS
PHILIPPI, L.S. Saneamento Descentralizado: Instrumento para o Desenvolvimento
Sustentável. Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental,2007.
Simone Barbieri
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Sérgio Rossi Madruga1; Lúcia Rejane da Rosa Gama Madruga2; Simone Barbieri3; Lauren
Dal Bem Venturini4
Resumo
O Projeto relatado neste caso é resultado de uma parceria entre a Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), a Associação Tradicionalista Estância do Minuano e empresas
locais, para desenvolver ações de responsabilidade socioambiental. As ações ocorrem
durante o Rodeio Internacional do Conesul em Santa Maria/RS, que reúne cerca de 1.200
laçadores, 2.500 acampados e 25.000 visitantes. Envolvem-se nas ações os integrantes da
entidade, professores, alunos da UFSM, voluntários, empresas e uma entidade educativa
sem fins lucrativos. Por meio da metodologia de pesquisa-ação, são realizadas ações como:
educação e conscientização socioambiental; preservação ambiental; tratamento adequado
dos resíduos; e a inclusão social de famílias em situação de risco. Nas suas quatro edições
(2008, 2009, 2010 e 2011), o Projeto atingiu resultados como a sensibilização do público
quanto aos problemas sociais e ambientais da atualidade; a destinação adequada de mais de
duas toneladas e meia de resíduos coletados durante o evento; a inclusão social e o retorno
financeiro para as famílias que participam do projeto; e a aproximação de acadêmicos de
administração e ciências contábeis com a vivência de uma ação de responsabilidade
socioambiental.
Palavras-chave: Meio Ambiente, Conscientização, Responsabilidade Socioambiental.
1
Docente Prof. Ms. Sérgio Rossi Madruga Departamento de Ciências Contábeis - UFSM – e-mail:
[email protected]
2
Docente Profª. Drª. Lúcia Rejane da Rosa Gama Madruga - Departamento de Ciências Administrativas -
UFSM
3
Acadêmica Simone Barbieri - Curso de Ciências Contábeis - UFSM
4
Acadêmica Lauren Dal Bem Venturini - Curso de Ciências Contábeis - UFSM.
Introdução
A sociedade atual vive um momento de intensa reflexão sobre a forma como vem
tratando a natureza e sobre conseqüências como a influencia no clima e nos demais
elementos do ecossistema terrestre. Diante disso, ao desenvolver qualquer atividade seja
ela de natureza prioritariamente produtiva, social, cultural ou de lazer, é preciso rever o
enfoque meramente econômico com que estas ações são planejadas. Outras dimensões
precisam ser incorporadas, como as dimensões ambiental e social.
Inserido neste contexto e procurando atender os eixos social e ambiental do
Programa de Ações Estratégicas Sustentáveis (PROAÇÕES), este projeto tem suas ações
alicerçadas no seguinte objetivo geral: desenvolver uma ação socioambiental durante o
Rodeio Internacional do Conesul e nos demais eventos da Associação Tradicionalista
Estância do Minuano tendo em vista a educação, a preservação ambiental e a
responsabilidade social da entidade. Para alcançar o objetivo maior traçaram-se os
seguintes objetivos específicos: desenvolver ações de educação socioambiental para os
diversos públicos envolvidos no rodeio; buscar a preservação ambiental; melhoria da
qualidade do ambiente da Associação, tendo como foco o tratamento adequado dos
resíduos gerados pelo evento; promover a inclusão social de famílias em situação de risco;
desenvolver ações de cunho socioambiental voltadas para o grupo de famílias que fazem
parte do projeto, tendo em vista a possibilidade de geração de renda.
Material e Metodologia
O trabalho relatado amparou-se metodologicamente no estudo de caso (YIN, 2005)
e na pesquisa-ação, indicada para estudos de natureza intervencionista (THIOLLENT,
1985). Um dos principais objetivos dessa metodologia é “dar aos pesquisadores e grupos
participantes os meios de se tornarem capazes de responder com maior eficiência aos
problemas da situação em que vivem, em particular sob a forma de diretrizes de ação
transformadora” (THIOLLENT, 1985, p. 8). Todos esses argumentos indicam que esse
método se identifica com o estudo ora proposto. Os passos foram adaptados de Thiollent
(1985), Moscovici (1999) e Cohen e Fink (2003) e incluem: definição do problema, coleta
de dados, diagnóstico, ação e avaliação. A seguir, têm-se as ações em etapas e os diversos
procedimentos utilizados para compor o escopo do projeto:
- Educação Ambiental: elaboração de material instrucional (panfletos, cartazes, faixas);
sensibilização do público e acampados; pesquisas com o público e acampados;
envolvimento dos alunos da UFSM como parte de seu processo de formação;
- Preservação do Meio Ambiente: separação e coleta seletiva dos resíduos produzidos
durante o evento; condução dos materiais coletados para venda em locais apropriados;
- Inclusão Social: seleção, capacitação e orientação das pessoas envolvidas com as ações
diretas de coleta, separação e venda do material; captação de recursos junto aos parceiros e
instituições de fomento;
- Infra-estrutura físico-financeira: transporte e acampamento; material, equipamentos de
proteção individual e instrumentos de trabalho.
Resultados e Discussões
O Rodeio Internacional do Conesul é um evento de grande porte e importância
para o tradicionalismo no Rio Grande do Sul. O evento em sua 17ª edição (2011), tem
como principal foco a atividade do tiro de laço associada à promoção cultural das tradições
gaúchas. Movimenta um grande número de pessoas entre o público de visitantes (em torno
de 25.000); os laçadores (em torno de 1.200); e os acampados (em torno de 2.500).
A seguir estão apresentados os resultados das quatro edições do evento (2008,
2009, 2010 e 2011), além das atividades desenvolvidas durante esse período e que
envolveram os integrantes do projeto, especialmente as famílias em situação de risco.
Eixo Educacional
A educação ambiental representa a interface entre todas as outras dimensões, uma
vez que o projeto objetiva alcançar mudanças comportamentais e atitudes mais proativas
das pessoas em relação às questões socioambientais, procurando repassar informações e
promover a sua conscientização. A cada evento a educação ambiental ocorre por meio de
material educacional, como: panfletos, faixas, sensibilização para a separação do lixo seco
e orgânico, pesquisa sobre a consciência ambiental dos participantes e abordagem direta do
público.
Na edição de 2010, aplicou-se uma pesquisa com intuito de realizar um
levantamento sobre a percepção do público com relação à preservação ambiental.
Nas questões específicas, 70% dos acampados declararam conhecer o projeto.
Quanto à importância do projeto, 77,5% declararam ser muito importante para a
preservação ambiental. Com relação ao impacto nas suas atitudes, 62,16% dos
entrevistados declararam ter compreendido e modificado suas atitudes relacionadas ao
meio ambiente. Ainda 89,74% reconhecem que a separação do lixo no rodeio ajuda as
famílias em situação de risco. Em uma escala de 1 a 5, 40% atribuíram grau 4 e 42,5%
atribuíram grau 5, a sua própria conscientização quanto às questões ambientais. Nos
acampamentos, 65% dos entrevistados afirmaram que separam o lixo seco do orgânico.
Eixo Social
No ano de 2008 foi criado o grupo Sentinelas do Meio AmbienTchê e as pessoas
envolvidas receberam treinamentos e capacitação para participarem do projeto e
desenvolverem adequadamente as suas atividades. Em 2009 os integrantes do projeto
participaram de oficinas de jardinagem, promovidas em parceria com o Colégio
Politécnico da UFSM. As oficinas geraram a possibilidade de renda em atividade de
jardinagem no Condomínio Arco Verde.
Percebe-se que além de trabalho, as atividades do rodeio representam para essas
pessoas um significativo momento de lazer e de inclusão social, pois várias delas não
teriam condições econômicas para participar.
Outra questão importante no eixo social é o envolvimento de professores, alunos e
voluntários na prática da responsabilidade socioambiental, além da participação das
empresas, cuja colaboração representou uma aproximação da sociedade com iniciativas de
preservação ambiental, demonstrando que pode-se construir um futuro melhor por meio de
ações coletivas.
Eixo Ambiental
Não foram medidos esforços no sentido de conscientizar os participantes para
colaborarem na separação do lixo seco e orgânico, por meio de toda a ação educacional, da
exposição de cartazes e da distribuição de diversos panfletos, que continham informações
sobre o tratamento do lixo e frases relacionadas a questões ambientais. A Tabela 1
apresenta o volume de material reciclável coletado nas quatro edições.
Material Coletado (Kg)
2008 2009 2010 2011 Total
Conclusão
Com a realização deste projeto envolvendo professores, alunos, o grupo ligado ao
Lar Vilas das Flores, as empresas, a Associação e o público do Rodeio percebe-se que é
possível reunir pessoas de diferentes esferas, camadas e interesses sociais para promover
ações coletivas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e para a manutenção
da vida em nosso Planeta.
Referências
HART, S.L.; MILSTEIN, M. B. Criando Valor Sustentável. RAE Executivo. São Paulo,
v.3, n.2, mai/jul. 2004.
MAY, P.; LUSTOSA, M.C.; VINHA, V. Economia do Meio Ambiente. Rio de Janeiro:
Campus, 2003.
Hernani Ciro Santana1; Cristiane Vilas Boas Neves2; Michele Corrêa Bertoldi3; Sônia
Maria de Figueiredo4; Jacqueline Coelho Augusto da Silva5; Clédia Santiago6; Vera Lúcia
de Miranda Guarda7; José Francisco do Prado Filho8
RESUMO
1
Mestrando em Engenharia Ambiental do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Ouro
Preto (UFOP) – Colaborador (Módulo Educação ambiental)
2
Professora Substituta do Departamento de Alimentos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) - Colaboradora
3
Professora Adjunta do Departamento de Alimentos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) - Coordenadora dos
Cursos na área de Alimentos desenvolvidos na Escola de Nutrição e Coordenadora do Curso de capacitação na produção
artesanal de doces em compota, geléias, conservas vegetais e licores.
4
Professora Assistente do Departamento de Alimentos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) - Coordenadora do
Cursos de Manipuladores de Alimentos
5
Nutricionista coordenadora do Serviço de Alimentação e Nutrição do Instituto Federal de Minas Gerais-Campus Ouro
Preto – Colaboradora
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Psicóloga - Colaboradora (Módulo Psicologia organizacional)
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Professora Associada do Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) - Coordenadora do
Programa Cátedra Unesco: Água, mulheres e Desenvolvimento.
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Professor Associado do Departamento de Engenharia Ambiental da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro
Preto (UFOP)
INTRODUÇÃO
MATERIAL E METODOLOGIA
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O módulo de Educação Ambiental, totalizando 20h/aula (5 dias), integra todos os
cursos inseridos no Programa de Capacitação Continuada da Cátedra UNESCO,
patrocinado pela UFOP, em parceria com a UNESCO e com a FUNACOOP (Fundação
dos Cooperados da Novelis, das Secretarias Municipais de Turismo e de Assistência Social
de Ouro Preto, e da Fundação Gorceix), onde foi realizado a capacitação em Educação
ambiental.
Utilizou-se a metodologia Diagnóstico Rápido Urbano Participativo (DRUP) para
gerar informações e relatar e interpretar a realidade de cada um, além das necessidades,
carências e dificuldades dos participantes nos temas água (10h) e resíduos sólidos (10h), os
quais constituíram as etapas do curso. Na primeira etapa, enfocou-se temas relacionados
com a disponibilidade e qualidade da água e tratamento de água e esgoto, enquanto na
outra foi abordada a classificação dos RSU, compostagem, reciclagem e a nova Política
Nacional dos Resíduos Sólidos (BRASIL, 2002). Adicionalmente, foram utilizadas
dinâmicas em grupo, construção de painéis através de desenhos, textos e discussão de
documentários, bem como apresentação de aulas expositivas, documentários e fotografias
como ferramentas de trabalho.
De forma a estimular o entrosamento entre os atores, inicialmente realizou-se a
dinâmica “Teia de aranha”, onde cada um amarrava a mão a uma ponta de um barbante, se
apresentava aos demais atores e lançava o rolo de barbante para outro participante, que
finalmente se amarrava e se apresentava, e assim sucessivamente. Foi feita uma analogia
entre a situação em que se encontravam com o barbante e o meio ambiente, de forma a
evidenciar que nossas ações estão conectadas e que uma ação pode vir a causar impactos
tanto negativos como positivos no meio ambiente. Foi mostrado que se puxarmos ou
afrouxarmos o barbante numa atitude individualista, o próximo é colocado em uma
situação mais apertada ou mais confortável, e que uma vez arrebentado o barbante, nunca
mais terá o mesmo tamanho.
Adicionalmente, aplicou-se a dinâmica Realidade/Desejo, que possibilitou a coleta
de informações sobre o seu cotidiano e seus anseios, de forma a direcionar o moderador em
tópicos específicos a serem abordados nas aulas subsequentes. Foram levantados os sonhos
e as expectativas de cada participante com relação ao tema água e resíduos sólidos
urbanos. Realizou-se também uma reflexão sobre a realidade local que foi fundamental
para o sucesso do planejamento.
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O diagnóstico rápido urbano participativo (DRUP) foi utilizado como metodologia
e pôde-se avaliar a consciência ambiental e verificar atitudes e comportamento dos
participantes frente às questões ambientais antes e após o curso. A comparação entre os
resultados possibilitou o direcionamento do curso para as reais necessidades dos atores
dentro do âmbito ambiental nos quesitos água e resíduos sólidos.
RESULTADOS
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
VIDAL, R.; GALLARDO, A.; FERRER, J., Integrated analysis for pre-sorting and waste
collection schemes implemented in Spanish cities. Waste Manag Res 2001, 19, (5), 380-90.
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VALORIZAÇÃO DA ÁGUA EM SILVEIRA MARTINS-RS
Área temática: Meio Ambiente
MARZARI, A.
Unidade Descentralizada de Educação Superior da Universidade Federal de Santa Maria
em Silveira Martins (UDESSM)
FORGIARINI, F. R.1; BORIN, M. E. B.2
Resumo
Em Silveira Martins existe pouca disponibilidade de água, principalmente na área urbana,
sendo necessárias a proteção dos mananciais e a conscientização da população para evitar
o desperdício. Por meio de ações conjuntas entre UDESSM e EMATER, o objetivo deste
projeto é contribuir para a melhoria do abastecimento de água no município. A
metodologia do projeto envolve várias etapas: (i) identificação das atividades poluidoras
aos mananciais de abastecimento e conscientização ambiental por meio da distribuição de
informativos em residências municipais; (ii) projetos alternativos para o abastecimento (de
acordo com a Norma Técnica NBR 15.527) e projetos alternativos de destino adequado de
dejetos humanos e animais; (iii) educação ambiental nas residências e nas escolas do
município. O período de execução será de abril a dezembro de 2011. Os resultados já
obtidos, e os esperados, envolvem a melhoria da qualidade da água e o destino adequado
de dejetos. A EMATER já desenvolveu diversas ações de recuperação de nascentes no
município. O projeto pretende nos próximos meses ampliar as ações: elaborar um manual
para a construção de cisternas e instituir uma “Liga da Água” nas escolas do município.
Palavras-chave
Valorização da água, educação ambiental, Abastecimento de água
Introdução
Nos dias atuais, muitos pesquisadores e ambientalistas defendem a máxima: “pensar
globalmente e agir localmente”. Ou seja, a partir de uma percepção por inteiro, global,
desenvolver projetos e ações de âmbito local, pontualmente, caso a caso, e interligar essas
diversas experiências pontuais por meio de redes de parcerias e comunicações, visando seu
aperfeiçoamento e multiplicação (Braga, 2011).
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Professor da UFSM, Campus UDESSM – Silveira Martins
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Extensionista Rural da EMATER – Silveira Martins.
No município de Silveira Martins a sanidade dos recursos hídricos é muito preocupante.
Segundo os responsáveis administrativos da Prefeitura Municipal o serviço de
abastecimento de água e tratamento de efluentes tem muito a melhorar. Os recursos
disponíveis estão em boa parte degradados, por ações antrópicas e sujeitos a contaminação,
e as pessoas que residem nesses locais utilizam estas fontes de água para seu abastecimento
e higiene pessoal.
Outro agravante à situação do abastecimento de água é a impossibilidade de utilização de
mananciais subterrâneos profundos. Segundo informações do Sistema de Informação de
Águas Subterrâneas (SIAGAS) da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM),
informações dos técnicos da prefeitura e do trabalho de Vogel (2008), as formações
geológicas existentes no município são compostas por rochas vulcânicas da formação Serra
Geral. No município estas rochas possuem grande percentual de xisto, fazendo com que
existam nos aqüíferos elevadas concentrações de ferro e outros metais pesados, tornando a
água imprópria para consumo humano.
Assim, no contexto atual, a valorização da água merece destaque no município. Para isso,
será desenvolvido um projeto de extensão baseado em ações práticas voltadas
principalmente à questão do abastecimento, tratamento adequado dos dejetos humanos e
animais, e ações de educação ambiental relacionadas à conscientização. A ação de
extensão será desenvolvida entre a UDESSM e EMATER. Como atividade de extensão, o
objetivo deste projeto é contribuir para a melhoria do abastecimento de água no município.
Com os objetivos específicos, esperam-se obter a proteção contra a poluição dos
mananciais de água doce do município; elaboração de projetos alternativos para o
abastecimento humano e destino adequado de dejetos; e a valorização da água disponível
em busca da sua preservação.
Material e Metodologia
A metodologia proposta envolve três partes, referenciadas aos objetivos do projeto:
1) Proteção contra a poluição dos mananciais de abastecimento de água no
município:
Será feita a identificação das atividades poluidoras aos mananciais de abastecimento de
água, por meio de trabalhos de campo e visitas a loco com identificação dos problemas e
registro fotográfico. Após será desenvolvida conscientização nas pessoas com o auxílio de
informativos distribuídos a cada dois meses nas 814 residências particulares ocupadas no
município, segundo IBGE (2010).
2) Elaboração de projetos alternativos e demonstrações práticas para a melhoria da
qualidade da água e tratamento de dejetos humanos e animais:
Esta etapa tem o objetivo de garantir o emprego de técnicas construtivas e de manutenção
das cisternas e dispositivos de tratamento de efluentes domésticos. Com relação às
cisternas, será desenvolvido um manual para construção desses reservatórios que coletam
águas pluviais para fins não potáveis, como lavagem de calçadas, irrigação de jardins, etc.
O manual técnico será cedido à prefeitura, que o utilizará para a construção e manutenção
das mesmas, de acordo com a norma técnica NBR 15.527 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). Outra atividade será a orientação prática com demonstrações
dos projetos alternativos para tratamento de efluentes domésticos em parceria com a
EMATER, nas localidades do interior municipal.
3) Valorização da água em busca da sua preservação: Educação Ambiental
A Educação Ambiental buscará a valorização da água disponível no município por meio de
dois focos. O primeiro foco será a redução do consumo de água nas residências, por meio
da sensibilização da população para a diminuição do desperdício. Para isso, nos mesmos
informativos da parte 1 da metodologia do projeto de extensão, serão inseridas
informações relacionadas ao ciclo da água e maneiras de reduzir o consumo nas atividades
diárias (banho, lavagem de louças, etc).
Além disso, o segundo foco serão ações nas escolas do município. As ações serão
realizadas em etapas contínuas, com os alunos das escolas, e descontínuas, em eventos
específicos nas escolas. Serão propostas atividades com os educandos, que serão
desenvolvidas por meio da criação de uma “Liga da Água”. A “Liga da Água” será
responsável pela elaboração de atividades de cunho ambiental com o tema “Preservação da
Água”, envolvendo as comunidades onde estão inseridas.
Resultados e discussões
A Figura 1 apresenta a frente e o verso da 1ª edição dos informativos que serão distribuídos
à população. As informações foram divididas quanto à circulação da água na bacia
hidrográfica, medidas de redução do consumo e para evitar a poluição da água.
As fontes de poluição na área urbana do município são os esgotos domésticos e os resíduos
sólidos despejados nos rios e sarjetas. No município não existe sistema de tratamento de
esgotos municipais. Além disso, os córregos do município são poluídos pela atividade da
lavagem de batatas. A produção de batatas é uma das principais atividades econômicas do
município, porém, uma das que mais degrada o meio ambiente local. As Figuras 2 e 3
apresentam locais de contaminação dos cursos d’água urbanos do município. Nestas
figuras é mostrado o despejo de resíduos líquidos do processo de lavagem das batatas em
um córrego de Silveira Martins.
Figura 1 – Informativo destinado à conscientização da população (lado esquerdo mostra a
frente e lado direito o verso).