Tchapita
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conceito varia, de acordo com cada contexto, conforme a inluência e vivência de cada um. Para a
grande maioria das pessoas, a EA restringe-se em trabalhar assuntos relacionados à Natureza como
lixo, preservação, paisagens naturais, animais, etc. Na sociedade actual, a EA assume um caráter
mais realista, baseado na busca de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com perspectiva de
Nesta sentido, actualmente não é mais possível entender EA no singular, como um único modelo
alternativo de educação que simplesmente se opõe à educação convencional, que não é ambiental. Há
novas denominações para conceituar EA surgidas a partir do inal da década de 80 e início da
de 90. Entre essas: alfabetização ecológica, educação para o desenvolvimento sustentável, educação
visão de mundo como um todo e não pode ser reduzida a apenas um departamento, uma disciplina
ou programa especíico. Ela deve estar inserida na vida e no quotidiano de todos os indivíduos.
modiicando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres
humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A EA também está relacionada com a prática de tomada
de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida.
Nesta perspectiva, a EA é uma proposta de ilosoia de vida que resgata valores éticos, estéticos,
democráticos e humanistas. Seu objectivo é assegurar a maneira de viver mais coerente com os ideais
de uma sociedade sustentável e democrática. Conduz a repensar velhas fórmulas e a propor acções
concretas para transformar a casa, a rua, o bairro, as comunidades. Parte de um princípio de respeito
à diversidade natural e cultural, que inclui a especiicidade de classe, de etnia e de género; a educação
deve ser o portal para o desenvolvimento sustentável e essa sustentabilidade é o novo paradigma do
Segundo Gonçalves (1990) a EA não deve ser entendida como um tipo especial de educação.
Trata-se de um processo longo e contínuo de aprendizagem de uma ilosoia de trabalho participativo em
que todos, família, escola e comunidade devem estar envolvidos. O processo de aprendizagem
de que trata a EA não pode icar restrito exclusivamente à transmissão de conhecimentos, à herança
cultural do povo às gerações mais novas ou a simples preocupação com a formação integral do
educando inserido no seu contexto social. A EA deve ser um processo de aprendizagem centrado no
aluno, gradativo, contínuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade. Deve ser um processo
discussão e avaliação crítica dos problemas comunitários e também da avaliação feita pelo aluno, de
A escola tem a função de formar um cidadão crítico e actuante. No entanto, educar para a cidadania não
é um processo fácil que acontece de um tempo para outro, pois envolve muitos factores
ambientais, sociais e educacionais. A EA é importante na sociedade devido aos riscos que se tem
pois a sociedade actual se vê forçada a pensar sobre a sua existência e os impactos que causa ao
ambiente e, sobretudo, suas consequências, o que torna indispensável a discussão sobre a educação
sustentável a partir da educação para o consumo consciente, sendo que esse é o primeiro passo para
Diante de tantas agressões ambientais, alguns chegam a pensar se sua atitude correcta terá
algum resultado. Por isso, deve-se ter a certeza de que as acções locais podem levar a resultados
globais, além de conquistar mais adeptos, através de exemplos. Por causa da nossa cultura, muitos
veem a preocupação com o meio ambiente como um assunto secundário, sem importância, coisa de
quem não tem o que fazer, como diziam no passado, ao se referirem aos ambientalistas.
Segundo Morgado et al. (2000), a escola é o espaço social e o local onde o aluno dará sequência
ao seu processo de socialização, iniciado em casa, com seus familiares. Para este autor, essa cultura
deve ser mudada na escola, através da EA, mostrando às crianças e jovens que conservar o meio
ambiente não é um luxo, mas uma necessidade urgente se quisermos continuar a viver neste planeta. A
im de tentar fazer dos temas ambientais presenças constantes nas salas de aula, a EA foi inserida no
No entanto, apesar de ser uma exigência legal, a EA deve ser trabalhada de forma prazerosa, ainda que
difícil de ser desenvolvida, pois requer atitudes concretas, como mudanças de comportamento
individual e colectivo, tendo em vista que para se atingir o bem comum devem-se somar atitudes
individuais. Segundo Dias (1992), a maioria dos nossos problemas ambientais tem suas raízes em
factores socioeconómicos, políticos e culturais, que não podem ser previstos ou resolvidos por meios
formação permanente de professores, que proporcione aos mesmos, conhecimentos relevantes que
possam subsidiá-los nas suas práticas diariamente, possibilitando que estejam preparados para
alunos. Sendo assim, essas metodologias devem ser criteriosamente selecionadas, proporcionando
ao aluno conhecimento teórico e permitindo que o mesmo tenha contacto directo com a Natureza.
Há diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares tais como, actividades
artísticas, experiências práticas de sala de aula, produção de materiais locais, projectos
ou qualquer outra actividade que conduza os alunos a serem reconhecidos com agentes activos no
Segundo Santos (2005), cabe aos professores, por intermédio da prática interdisciplinar, promoverem
novas metodologias que favoreçam a implementação de EA, sempre considerando o ambiente imediato,
relacionado a exemplos de problemas actualizados.
Neste sentido, Monjane et al (2010), airmam que a EA, como tema transversal, pode ser implementada
através de acções concretas tais como:
• Promoção de concursos entre escolas sobre a poupança de energia e uso sustentável da água;
• Promoção de palestras sobre o uso de fruteiras nativas para nutrição do homem e a importância das
mesmas para a conservação da biodiversidade;
Deste modo, a escola ao propor o desenvolvimento do currículo escolar voltado para a questão
tendo os alunos como sujeitos do processo. Os conteúdos precisam ser revistos para que os mesmos
Na perspectiva de Monjane et al. (op. cit.) a EA precisa ser entendida como uma importante
aliada do currículo escolar na busca de um conhecimento integrado que supere a fragmentação, tendo
em vista o conhecimento e a emancipação.
Implementar a EA nas escolas tem-se mostrado uma tarefa exaustiva. Existem grandes diiculdades nas
actividades de sensibilização e formação, na implementação de actividades e projectos e,
Para Andrade (2000), factores como o tamanho da escola, número de alunos e de professores
paradigmas que exige uma contínua relexão e apropriação dos valores que remetem a ela.
deveriam ser efectuadas pesquisas sobre os obstáculos inerentes ao comportamento ambiental, que
Diante de tantas pistas para uma implementação efectiva da EA nas escolas, evidentemente,
“posicionamo-nos por um processo de implementação que não seja hierárquico, agressivo, competitivo
e exclusivista, mas que seja levado adiante, fundamentado pela cooperação, participação
Assim, projectos impostos por pequenos grupos ou actividades isoladas, geridas por apenas
alguns indivíduos da comunidade escolar – como um projecto de colecta selectiva no qual a única
participação dos discentes seja deitar o lixo em latões separados, envolvendo apenas um professor
coordenador – não são capazes de produzir a mudança de mentalidade necessária para que a atitude
de reduzir o consumo, reutilizar e reciclar resíduos sólidos se estabeleça e transcenda para além do
ambiente escolar.
Portanto, deve-se buscar alternativas que promovam uma contínua relexão que culmine na
mudança de mentalidade sobre EA, pois apenas dessa forma conseguiremos implementar, nas nossas
escolas, a verdadeira EA, como actividades e projectos não meramente ilustrativos, mas fruto da
ânsia de toda a comunidade escolar em construir um futuro no qual possamos viver num ambiente
equilibrado, em harmonia com o meio, com os outros seres vivos e com nossos semelhantes